Caracterização das Oficinas de Reparação Automóvel Portuguesas / Portuguese Car Workshops' Survey - Jornal das Oficinas . made by ACTIVETECH (www.activetech.pt) powered by WEBFLYFORMS (www.webflyforms.com)
1. 8 JORNALDASOFICINAS
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agosto 2013
Quantos empregados tem a sua oficina?
Neste quadro do número de trabalhadores por empresa, verificamos que ainda há cerca de 1/5
de empresas que responderam que são micro empresas, com 1 ou 2 empregados. Embora não
seja fácil compreender como estas oficinas conseguem cumprir todos os requisitos atualmente
exigidos para o exercício da atividade e ainda assim garantirem a necessária rentabilidade para
sobreviverem, temos que admitir que alcançam os seus objectivos, porque de outra forma nem
sequer teriam acesso à Internet, através da qual foi efectuado o nosso inquérito. Esse“mistério“
provavelmente só ficará esclarecido com um estudo aprofundado e especialmente dirigido às
pequenas empresas de reparação automóvel, que teremos que efetuar um dia, pois estas têm
permanecido recentemente numa certa penumbra. A maioria das empresas que responderam
ao inquérito, no entanto são PMEs, com mais de 3 empregados, podendo chegar aos 10 colabo-
radores e ainda ultrapassar esse número, em certos casos.
Como caracteriza a sua oficina?
As oficinas “ totalmente “ independentes estão presentes
em 55% dos casos, seguindo-se as empresas aderentes aos
vários conceitos de negócios em redes, que já representam
perto de 1/3 do total (31%). Com apenas 14%, surgem as ofi-
cinas autorizadas de marca, que podemos classificar como
negóciosdetransição,entreoconcessionárioclássicoeaquilo
que será a reparação automóvel unificada do futuro, na qual
as marcas deixarão de ter um papel interveniente direto. No
conjunto, haverá provavelmente neste momento quase me-
tadedasnossasoficinascomqualidadecertificada,oquenão
deixa de ser gratificante e encorajador.
Dentro da perspectiva de oferecer aos nossos leitores dados para uma gestão mais fundamentada
dos seus negócios, o JORNAL DAS OFICINAS lançou um inquérito online de caracterização das
empresas de reparação automóvel no seu website. Leia os resultados nas páginas que seguem
N
ãoédemaissalientarqueestainicia-
tiva do JORNAL DAS OFICINAS é
pioneira, sendo a primeira vez que
uma publicação especializada portuguesa
realiza uma consulta desta envergadura e
potencialmente aberta a todos os interes-
sados. Mais do que resultados cientifica-
mente muito exatos, este inquérito visou
instalarodebatecriativo,acríticaconstrutiva
e a discussão saudável e transparente de
todos os temas que são transversais ao sec-
tordepós-vendaautomóveleàsoficinasde
reparação de veículos, para que se possam
tomar medidas que ajudem à evolução do
nossosetoregarantammelhorescondições
paratodososoperadoresdomercadoepara
os consumidores finais.
Os resultados estão aí e foram já pro-
cessados estatisticamente pelos nossos
parceiros de iniciativa – ACTIVETCH e
WEBFLYFORMS – cujo apoio resultou
fulcral para o desenlace positivo da
mesma. Dentro do grau de representati-
vidade limitado que as respostas recebi-
das permitem alcançar, extraímos todos
os potenciais significados dos dados
DESTAQUE Inquérito JORNAL DAS OFICINAS
Caracterização das
disponíveis, prometendo desde já conti-
nuarainvestigarotecidoempresarialdas
nossas oficinas, identificando todas as
característicasdignasderegisto,paraque
se possam tornar referências, tanto no
sentido estruturante, como no capítulo
de tudo aquilo que se deve evitar a todo
o custo.
Nestafasedeconsolidaçãodaatividade,
é fundamental que os valores corretos,
as visões de futuro criativas e as orienta-
çõesestratégicasparaosucessotriunfem
sobre a inconsistência, a ineficácia e o
desânimo. Pela nossa parte, estamos to-
talmente empenhados em defender vi-
gorosamente a nossa “dama“ e em
colaborarcomtodosnatarefaqueafirme
plenamenteanossapaixãopelomercado
pós-venda automóvel em todas as suas
vertentes.
Vamosporissocontinuarafazerestudos
de mercado em conjunto com os nossos
parceiros ACTIVETCH e WEBFLYFORMS,
masagoramaissegmentadosedirigidos
aáreasespecíficasdomercadopós-venda
automóvel.
TIPOLOGIA RECURSOS HUMANOS
14
12
10
8
6
4
2
0
3
7 7 7
3
4
2
3
2
12
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
ou mais
31%
55%
14%
Independente sem ligação a rede
Independente com ligação a rede
Reparador autorizado de marca
2. 9JORNALDASOFICINAS
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agosto 2013
oficinas portuguesas
Que tipo de serviços são praticados na sua oficina?
No caso dos serviços praticados nas oficinas que nos responderam, a mecâ-
nica e os serviços rápidos, a maior parte dos quais é também de mecânica,
estão presentes praticamente em todas as empresas. Mais de metade das
empresas propõe ainda como se pode ver serviços de pneus, electrónica, ele-
tricidade,arcondicionadoepré-inspeções.Chapaepinturaénoentantouma
especialidade só ao alcance de oficinas ou secções especializadas. Mais espe-
cializados ainda são os serviços diesel e de GPL.
Qual o número de pessoas que integram cada serviço?
Seanalisarmosopessoaldessasoficinasdopontodevistadascompetências
profissionais, os mecânicos aparecem sem surpresa em primeiro lugar, com
umamédiasuperioradoistécnicosporempresa.Dentrodamédiaaproximada
deumelementoporcadaempresa,vamosencontraroseletricistas,chapeiros,
pintores, recepcionistas e administrativos. Gerentes e Chefes de Oficina estão
abaixo da média de um elemento por empresa, o que significa que muitos
empresáriose/ouproprietáriosasseguramessasfunçõeseaindaoutraseven-
Os empregados da sua oficina
frequentaram ações de formação?
Os 2% de empregados que não têm qualquer
formação específica não são certamente da área
técnica (trabalhos auxiliares, lavagens e outros).
As marcasassumem com naturalidade a parte de
leãodaformaçãodasoficinas,cabendoorestante
labor formativo a outras empresas e entidades.
Grato é verificar que entre as entidades que pro-
porcionam formação no mercado português há
algumasquesãotambémempresasdereparação
automóvel.Issopoderásignificarque,nomomento
em que as nossas oficinas disponham do mesmo
nível de competências de gestão das que já usu-
fruem no plano técnico, terão garantido o seu
patamaridealdesustentabilidadeeconsolidação.
Qualéovalordamãodeobra/horapraticado
ao público pela sua oficina (Sem IVA)?
Sobre o preço da mão-de-obra, há a referir que uma
larga percentagem das oficinas aposta em custos labo-
rais reduzidos, como forma de garantir a sua competiti-
vidade. Até € 20/hora, temos 44% das empresas, mas o
total sobe para 80% se o tecto for de € 30/hora. Apenas
20%dasrespostasrecebidassãodeoficinasquepraticam
preços no escalão de € 31-40/h. Falta ainda a muitas
empresasperceberqueacompetitividaderesultaessen-
cialmente da eficiência, produtividade e sinergias inter-
nas. São esses factores que efetivamente acrescentam
valor ao serviço, permitindo praticar preços menos es-
partilhados. Rácios corretos de produtividade e de ocu-
pação da capacidade instalada são fundamentais para
garantir rentabilidade, sem perder competitividade.
60
50
40
30
20
10
0
120
100
80
60
40
20
0
48
27
32
35 35
32
43
20
4
31
28
17
111
35
40
35
19
39 43
12
21
33
13
Outrosserviçosrelevantes
Mecânicos
Eletricistas
Chapistas
PintoresLavagem
deVeículos
Rececionistas
Administração
Trabalhosauxiliares
ChefesdeOficinas
Gerentes
Outros
ArCondicionado
Pré-inspeções
GPL
ServiçosDIesel
ServiçosRápidos
Arcondicionado
Eletricidade
Eletrónica
Pneus
Chapa&Pintura
Mecânica
39%
20%
0%
44%
20%
24%
2%
35%
Nunca frequentaram
Frequentaram numa Associação
Frenquentaram numa marca
Frequentemente noutra entidade
10 a 20 Euros
21 a 30 Euros
31 a 40 Euros
41 a 50 Euros
51 Euros ou mais
3. 10 JORNALDASOFICINAS
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Qualéovalormédiodoserviçocobradoaocliente
pela sua oficina?
Pelosresultadosdestequadrojácomeçamosaperceberde
ondevemoreceiodecobrarpreçoscompensadoresdemão-
-de-obra. De facto, mais de metade das oficinas que respon-
deram têm valor médio de serviço abaixo de € 250, mas
algumas dessas empresas não conseguem passar dos €150
ou mesmo dos €100. Acima desses valores apenas temos 8
respostas,masapenas3oficinastêmmédiasacimados€500.
Uma coisa que as pessoas têm que compreender, tanto os
utilizadores de veículos, como reparadores, é que a correta
cultura de manutenção de veículos assenta em critérios téc-
nicos e não económicos. Se as despesas de manutenção ex-
cedem as possibilidades financeiras imediatas do utilizador,
este só tem duas alternativas: ou financia as intervenções ou
pára o carro até ter dinheiro para o reparar. Se continuar a
utilizar o veículo em mau estado, agrava o problema e entra
numa espiral de insolvência. Claro que é possível até certo
ponto hierarquizar as prioridades das intervenções, mas re-
parações a prestações não existem. Ou se fazem ou não se
fazem!Aformadepagamentoéoutraquestãomuitodiferente.
Aí, a questão é a do acesso ao crédito ou da solvabilidade.
Qual é a rentabilidade média por serviço da sua oficina?
Com estas repostas come-
çamosachegarmaispertoda
verdade, porque há aqui ofi-
cinascomumataxaderenta-
bilidade abaixo do valor
normal da taxa de aplicações
bancáriascomuns.Admitindo
que algumas empresas te-
nhamreveladoataxabrutoe
não a taxa líquida, a taxa real
de rentabilidade pode ser
mesmo igual a zero ou até
inferior.Seoempresáriotivesse
oseudinheiroinvestidonuma
aplicaçãofinanceiraadequada,
teriaumrendimentofixoasse-
gurado e ainda se poderia
dedicar a outra atividade nos
temposlivres,quepoderiaser
um part-time noutra oficina
INDICADORES DE GESTÃO
qualquer, entre muitas outras
hipóteses.Issoseriamuitome-
lhordoqueter“emprego“numa
oficinaprópriaqueestáacami-
nhodainsolvência.Adesejável
consolidação do sector de re-
paração automóvel nacional
pode passar por isto mesmo.
Poroutrolado,háaquirespos-
tasquesãodemasiado“optimis-
tas“ e devem ter por base
operações avulsas sem custos
indiretos,longedosresultados
contabilísticos consolidados.
Estamo-nos a referir a taxas
médiasderentabilidadeacima
de 50% (...), como nos foram
referidas.
Qual é a faturação média mensal da sua oficina?
Nestequadro,voltaaficarpatentequehánegóciosquenão
conseguem facturar para cobrir as despesas. Faltaria aqui
cruzar os dados com a estrutura a que corresponde a fatura-
ção anunciada, mas parece evidente que o primeiro escalão
(até €5.000) não gera receitas suficientes para cobrir todas as
despesas de qualquer empresa. Mesmo assim, 11% das res-
postas entram neste escalão. Nos restantes escalões, basta
aplicar a taxa média de rentabilidade real ao total facturado
para ver que anda tudo muito “justo“. Se fizermos contas à
taxa de liquidez, iremos encontrar muitos casos em que o
dinheiro não sobra, embora pareça que sim.
Ao avaliar o número de baias
(postos de trabalho) por oficina,
encontramosumamédiadecerca
de5porcadaoficina.Numregime
de plena ocupação, só em mão-
-de-obra, cada oficina deveria
facturar no mínimo € 20.000 por
mês.Pelosresultadosverificados
noquadroanterior,asub-ocupa-
ção é a regra dominante e por-
tantoarentabilidadedosnegócios
não pode ser elevada.
Se compararmos a média
de reparações diárias,
cerca de 7, com o número
de baias médias disponí-
veis (5), temos 1,4 serviços
por dia e por baia, o que
confirma claramente a
sub-ocupação atrás
referida.
Quantas baias (postos de trabalho) tem a sua oficina?
Qual o número médio de serviços realizados por dia, na sua oficina?
10
8
6
4
2
0
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
12
10
8
6
4
2
0
12
10
8
6
4
2
0
1 - 100
Euros
101 - 150
Euros
151 - 200
Euros
201 - 250
Euros
251 - 300
Euros
301 - 350
Euros
351 - 400
Euros
401 - 450
Euros
451 - 500
Euros
500
Euros ou
mais
Menos
de 5%
6 a 10% 11 a 15% 16 a 20% 21 a 25% 26 a 30% 31 a 40% 41 a 50% 50% ou
mais
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
ou mais
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
oumais
11% 11%
25%
31%
22%
Até 5.000,00 Euros
5.000,00 a 10.000,00 Euros
10.000,00 a 25.000,00 Euros
25.000,00 a 50.000,00 Euros
Mais de 50.000,00 Euros
4
0
5
10
9
4
3 3
0
4
0 0 0
1
5
1
6
11
2 2
4
5
2 2
10
4. 11JORNALDASOFICINAS
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agosto 2013
FATORES DE PRODUÇÃO
Qual a idade média das viaturas assistidas? Qual a taxa média de ocupação da sua oficina?
Possui software de Gestão Oficinal?
Sem surpresa, os carros as-
sistidos têm mais de 5 anos
em68%doscasos,ficandoos
restantes 32% no escalão de
2 a 5 anos. Do ponto de vista
da rentabilidade e dos indi-
cadoresdegestãoestesdados
não acrescentam nada de
essencial, indicando apenas
aquilo que já se sabe, isto é,
oenvelhecimentodoparque
automóvel e a acentuada
quebra de vendas de carros
novos. As taxas médias de ocupação referidas neste quadro são
excessivamente optimistas e não impedem mesmo assim
que a taxa média de ocupação fique abaixo dos 50%, o que
confirma as conclusões anteriores.
Neste quadro, o que choca pela negativa é ainda existirem
22% de oficinas sem software de gestão oficinal. Recusar en-
tender que as novas tecnologias são factores incontornáveis
de eficiência, qualidade de serviço e rentabilidade pode ser
e geralmente é o princípio do fim do negócio.
O raciocínio anterior também se aplica integralmente ao
softwaredeorçamentação,queinfelizmenteaindanãoentrou
emcercade1/3dasnossasoficinas(28%).Issoquerdizerque
em muitos casos ainda estamos no tempo e no lugar dos
orçamentosaesmoedasestimativasgrosseiras.Amaiorparte
dosclientesjánãoaceitaisso,nemaausênciadeumorçamento
detalhado por escrito.
Apóstermosanalisadoaevoluçãopositiva
naáreadisponívelenonúmerodebaias,que
tambéminfluenciamdiretamenteaergono-
miaeaprodutividade,vamosagoraveroque
se passa nos equipamentos oficinais, outro
factor importante de eficiência e produção.
Com uma média de cerca de 3,5 elevadores
por oficina, está comprovado que os profis-
sionais de reparação já assimilaram o contri-
buto deste equipamento para a ergonomia,
a segurança e a produtividade do trabalho.
Omesmosepoderádizerdosequipamentos
de diagnóstico, cuja penetração é na“amos-
tra“doinquéritode1,8unidadesporoficina,
o que significa que há oficinas com mais de
um aparelho de diagnóstico. Além de serem
um factor incontornável de produtividade,
os sistemas de diagnóstico são ainda e so-
bretudo uma porta de entrada no parque
automóvelmaisrecenteeconsequentemente
de acesso ao mercado.
Com 1,5 unidades por oficina, os equipa-
mentos de soldadura também marcam pre-
sença nas oficinas atuais, sendo pelo menos
necessáriossistemasdesoldaduraporpontos
deresistênciaeléctricaesistemasdotipoMIG/
MAG.Evoluçãopositivatambémnasmáqui-
nasdeserviçodesistemasdearcondicionado,
nas quais a média já se aproxima de uma
unidade por oficina, dando acesso a este ni-
cho de mercado de crescente importância.
Tendo contabilizado cerca de 25 oficinas
decolisãoqueresponderamaonossoinqué-
rito,égratoverificarqueemmédiaexistepelo
menos uma cabina de pintura, um banco de
carroçaria e um sistema de alinhamento de
direçõesporempresa,oqueconfirmaaevo-
luçãonosentidodaeficiência,produtividade
equalidadedeserviço.Asmáquinasdemon-
tar/desmontar pneus são também cada vez
mais frequentes (cerca de uma unidade por
oficina), dentro da tendência para a diversi-
ficação de serviços que se vem tornando
regra.Sistemasdetestesdeinjectoreseban-
cos de ensaio para sistemas de injeção tam-
bém vão saindo da esfera exclusiva dos
especialistas,oquevemconfirmarareferida
tendênciadediversificação.Cadavezémenos
admissível, por todos os motivos e mais al-
guns, que um cliente entre numa oficina e
lhe digam: “ Vá ali ao lado, porque nós não
temos…“.
Quais as máquinas e equipamentos
mais significativos que a sua oficina dispõe?
Possui Software de Orçamentação?
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
Elevadores Máq. de
Diagnóstico
Equip. de
Soldadura
Linhaspré-
-inspeção
Máq.Ar
Condic.
Bancosde
Carroçaria
Cabinasde
Pintura
Alinh.de
Direção
Mont/Desm.
Pneus
Testede
Injetores
Bancosde
Ensaio
Outros
Equip.
16%
0%
32%
18%
12%
27%
42%
22%
28%
72%
78%
52%
Até 2 anos
2 a 5 anos
5 a 8 anos
Mais de 8 anos
Até 25%
25 a 50%
50 a 75%
Mais de 75%
Sim
Não
Sim
Não
57
76
14
35
26 24 30
45
17
7
29
175
5. 12 JORNALDASOFICINAS
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agosto 2013
Quantoaosoftwaredeapoiotécnico,quedáacessoadados
e informações técnicas indispensáveis para a reparação dos
veículos, incluindo acorreta identificaçãodaspeçasde subs-
tituição,“só“ 12% das oficinas ainda não percebeu a sua uti-
lidade. Valham-nos os 88% que perceberam!
Na tipologia adoptada neste quadro, os “particulares“ re-
presentam os clientes que se apresentam individualmente
na oficina, podendo os veículos ser de pequenas e médias
empresas.Portanto,acategoriadosparticularesestádecerto
modoinflacionada(71%),porqueasempresasnãovislumbram
vantagens nas propostas das ofici nas para os clientes em-
presariaiseasoficinasporseuturnotambémnãoconseguem
ver nenhuma vantagem especial nesses clientes. Muitas ofi-
cinas por vezes confundem os programas de assistência a
empresas, com programas de crédito, o que não é de todo
rigoroso. Pode haver um bom programa de assistência aem-
presasaprontoepodehavermausprogramasdeassistência
a crédito. Os clientes empresariais estão sujeitos a controlo
de crédito e de risco como qualquer outrocliente,mas geral-
mentetêmavantagemdeoferecermaisserviço,porquetêm
médias quilométricas superiores e utilização intensiva dos
veículos.Issomesmodevemterconcluídoos21%dasoficinas
que trabalham com empresas e os 6% que trabalham com
frotas.
Possui Software de DadosTécnicos?
Qual é o cliente tipo da sua oficina? Tem algum tipo de acordo com:
Quanto representa na faturação os acordos com seguradoras e/ou frotas?
Que tipo de peças têm maior consumo na sua oficina?
Nestequadro,queébasicamenteumalistagemdeconsumíveisdegranderotação,ficapatente
o baixo valor acrescentado que na maior parte dos casos fica para o lado da oficina. No entanto,
todosositenslistadostêmumaespecificaçãodeorigemesãodevaloracrescentadoparaolado
do utilizador do veículo.
INDICADORES DE NEGÓCIO
Oqueacabámosdereferirnopontoanterior
está demonstrado neste quadro, onde verifi-
camos que um grupo de cerca de 15 oficinas
se“agarra“aclientesinstitucionais,enquanto
amaioriaosignora.Oquesepassageralmente
é que as oficinas“especializadas“ em clientes
de grandes volumes de serviço têm maior
eficiênciaecapacidadedeserviço,mantendo
os padrões de qualidade certificada e sacrifi-
cando alguma margem de lucro, a troco de
maior faturação. A rentabilidade fica assegu-
radapelassinergiasqueépossíveloperarnesse
contexto e pela maior taxa de ocupação das
oficinas.
Aqui voltamos a comprovar a concentração
declientesinstitucionaisnumgrupomaisrestrito
deoficinas,onde17%dasoficinasfacturamaté
75%comessetipodeclientes,havendomesmo
3% de oficinas que facturam acima disso com
osmesmos.Emcontrapartida,60%dasoficinas
sópodemalcançaraté25%dafaturaçãonesse
nichodemercado.Umgrupode20%deoficinas
estánazonadetransição,garantindoentre50%
e 75% da sua faturação com tais clientes.
12%
88%
21%
71%
17%
20% 60%
3%
6%
6%
Sim
Não
Particular
Empresa
Até 25%
25 a 50%
50 a 75%
Mais de 75%
Frotas
Outras oficinas
PastilhasdetravãoDiscosdetravão
Filtros(ar,combustíveleóleoFiltro(habitáculo)
Amortecedores
Baterias
Correiasdedistribuição
Lubrificantes
Transmissão
Componentesdedireção
Alternador
Embraiagem
Motordearranque
Lâmpadas
Cubosdaroda
Velas
Escovaslimpa-vidros
Outras
47
32
45
34
22
35
44
18
15
31
17
24
14
29
19
35
22
33 32
8
13 12
4
22
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
35
30
25
20
15
10
5
0
Seguradoras Frotas até 20 viaturas Frotas com mais de 20 viaturas
Sim Não
6. 13JORNALDASOFICINAS
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agosto 2013
Asassimetriasdosectordereparaçãoautomóvelportuguês
ficam claras neste quadro, havendo três grupos com expec-
tativas diferentes e até opostas em relação ao desempenho
das suas empresas em 2013. Atendendo à conjuntura e ao
posicionamentodecertomodotradicionaldemuitasempre-
sas, 44% de pessimistas quanto aos resultados deste ano até
nem é um total exagerado. Os que esperam melhor (22%),
emcontrapartida,sabemqueinvestiramcriteriosamentenas
suas empresas e que estão na vanguarda do mercado, com
uma oferta competitiva em todos os aspectos. Os que não
esperam melhor nem pior (34%) é porque sabem que não
têm o comando do “acelerador“ debaixo do seu pé e estão
dependentesdaevoluçãodomercado,queserásupostamente
a estagnação.
Que resultados espera para 2013?
Este inquérito do JORNAL DAS
OFICINAS terminava com o pe-
dido de um comentário sobre o
atual momento do pós-venda au-
tomóvel e do sector da reparação
em particular. Como seria de espe-
rar, os comentários dividiram-se
entre os que entendem que tudo
vai bem ou está a caminho de re-
solver-se e os que entendem que
está tudo mal ou quase. Como no
meio é que estará a virtude, atre-
vemo-nos a concluir que há coisas
que efetivamente precisam ser me-
lhoradas e outras que já estão re-
solvidasedependemessencialmente
de quem está no terreno e as pode
garantir. Grande parte dos comen-
táriosvisavaotrabalhoclandestino
e a concorrência desleal, como
sendo o grande flagelo das oficinas
legalmente estabelecidas. Como
esse tema já foi abordado acima,
escusamo-nosdevoltardizeroque
já foi dito, mas há um aspecto novo
nesses comentários que merece
alguma atenção.
Efetivamente, há empresários e
gestores de oficinas que acusam
alguns dos próprios empregados
de fazerem esses desleais “biscates“
e “ganchos“, nas suas horas livres
depois do trabalho. Perante essa
situação, existem duas opções pos-
síveis. Ou se trata de pessoas sem
carácter e tendencialmente margi-
nais, devendo ser demitidos, sem
prejuízo de serem devidamente
denunciadosàsautoridades,ousão
pessoas recuperáveis e que se en-
contram à deriva, por falta de uma
gestão da equipa consistente e de
uma política laboral equilibrada e
justa. Um empregado que faz tra-
balhos fora da oficina pode até ser
um excelente colaborador, que tem
capacidadeparaatrairmaisclientes
e evoluir profissionalmente, desde
que lhe sejam dadas as condições
indispensáveisparaesseefeito.Com
diálogo, estímulo e incentivos de
vários tipos, o problema resolve-se
a contento de todos: oficina, em-
pregados e clientes.
Há também um comentário com
uma sugestão digna de registo: os
empresários das oficinas devem
unir-separacriargruposdecompras
e impedir que as peças sejam ven-
didasporforadoscircuitosadequa-
dos,aquemquerqueseja.Claroque
todas as sinergias resultantes da
cooperação entre oficinas e grupos
deoficinasmerecemonossoincon-
dicionalapoioesópodembeneficiar
osector.Hánoentantoumacarên-
cialegislativanoacessoapeçastéc-
nicas que devia ser resolvida,
mediante uma petição dirigida às
associaçõesdosector,aosdeputados
daAssembleiadaRepúblicaedemais
entidadescomresponsabilidadesno
assunto. Há de facto um atropelo
aosdireitosdoconsumidor,quando
umapeçaautomóvelévendidasem
ainformaçãotécnicacorrespondente
e a pessoas sem competência para
lidarem com o assunto. A deonto-
logia profissional de distribuidores
e retalhistas de peças poderia ser
suficiente para resolver o assunto,
mashátodoointeresseemquealei
se pronuncie sobre o assunto, na
legítima defesa do consumidor au-
tomobilista.
Outro comentário refere que con-
corrênciadeslealétambémpraticar
preçosexcessivamentebaixosedes-
contosabusivos,criandoaimpressão
no consumidor de que as oficinas
que praticam preços corretos estão
apedirdemais.Semdúvidaqueisso
éumproblema,masosautoresdessa
práticaestãoapunir-seasipróprios,
porque não podem sobreviver sem
amargemindispensávelàsustenta-
bilidadedonegócio.Poroutrolado,
nos casos em que existe prática de
“dumping“ ou subsídio a preços
demasiado baixos, por parte de
grupos económicos poderosos, o
assunto cai sob a alçada das auto-
ridades da concorrência anti-mo-
nopólio, a quem o caso deve ser
denunciado, para que atuem em
conformidade. Não obstante, a
união,aconvergênciaeacooperação
entre os reparadores deveria con-
duzir à formulação de tabelas de
referênciaconsensuaisparaosprin-
cipais serviços mais frequentes,
passandoparaomercadoumaima-
gem de idoneidade e credibilidade
que nunca será demais sublinhar.
Comentários sobre o setor
Realização do Inquérito:
WEBFLYFORMS
ACTIVETECH
Responsável: João Medina
Telefone: 244.040.833
E-mail: joao.medina@activetech.pt
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Universo:
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Número de Respostas recebidas: 52
Período de preenchimento:
25.04.2013 – 10.06.2013
22%
44%
34%
Piores do que 2012
Iguais a 2012
Melhores que 2012