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João José Saraiva da Fonseca

5. Hipertexto


A origem do termo hipertexto vem de Ted Nelson que cunhou o termo em
1965, para significar “escrita não-sequencial”. O hipertexto se caracteriza pela
não-linearidade, pela liberdade do percurso que o leitor pode construir. O
hipertexto designa uma coleção de documentos com links, ou hiperlinks, que
auxiliam o leitor a ir de um texto (texto escrito ou imagem) a outro, em um
movimento auto-gerenciado. O hipermedia inclui información verbal (textos),
visual (imagen fija, vídeo animado) y sonora (habla, música y sonidos).




O conceito de hipertexto


      Ted Nelson afirma que o hipertexto define-se como um sistema não-
linear, caótico, imprevisível , sensível às condições iniciais , aberto, auto-
organizável, onde interagem atores sociais (produtor, leitor, comunidade
discursiva, cultura) e sistema lingüístico em suas dimensões cognitivas,
estruturais e discursivas, fazendo emergir sentidos. Para Lévy, o hipertexto
permite ao utilizador criar elos entre os componentes dum documento, que
podem ser palavras, páginas, imagens, gráficos ou pares de gráficos,
seqüências sonoras, documentos complexos que podem ser, eles próprios,
hipertextos. Navegar num hipertexto é, desenhar um percurso numa rede. Os
itens de informação não estão ligados linearmente, eles criam uma rede de
conexões entre nós, o que permite aos utilizadores acederem a uma determinada
informação através de caminhos diferentes, mais de acordo com o seu
raciocínio. Propõe uma maneira de interconectar porções de informações e de
acessá-las, seguindo o curso natural do raciocínio do usuário, que executa a
pesquisa, elabora um documento ou realiza uma série            de tarefas que
envolvem o uso do computador como suporte recuperação de informação.




                           João José Saraiva da Fonseca
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A hipermedia é o resultado da fusão entre o hipertexto e a multimedia,
apresentando   características   de   ambos    e   características   próprias   e   únicas
                                      O hipertexto, possibilita a leitura não linear de
emergentes desta mesma fusão.

determinado conteúdo e contém links para outros hiperdocumentos. A hipermédia
supera o hipertexto, no sentido que neste a informação é apenas textual, e
incorpora a multimedia (imagens, sons e vídeo), tornando-se um conceito mais
global.




                            João José Saraiva da Fonseca
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Para Arlindo Machado “Hipermídia é uma forma combinatória, permutacional e
interativa de multimídia, em que textos, sons e imagens (estáticas e em
movimento) estão ligados entre si por elos probabilísticos e móveis, que podem
ser configurados pelos receptores de diferentes maneiras, de modo a compor
obras instáveis em quantidades infinitas.”


Para Vicente Gosciola, a hipermídia é o novo paradigma de comunicação:
“O conjunto de meios que permite acesso simultâneo a textos, imagens e sons
de modo interativo e não-linear, possibilitando fazer links entre elementos de
mídia, controlar a própria navegação e, até, extrair textos, imagens.”




Características do hipertexto


As características que determinam a natureza do hipertexto, apontam-se as
seguintes:
(a)   O hipertexto é um texto não-linear:          apresenta uma flexibilidade
desenvolvida na forma de ligações permitidas/sugeridas entre nós que
constituem redes que permitem a elaboração de vias navegáveis (Nelson,
1991); a não-linearidade é t ida como a característica central do hipertexto;
(b) O hipertexto é um texto volátil: não tem a mesma estabilidade dos textos de
livros, por exemplo (Bolter, 1991:31), e todas as escolhas são tão passageiras




                           João José Saraiva da Fonseca
João José Saraiva da Fonseca

quanto às conexões estabelecidas por seus leitores,            sendo um fenômeno
essencialmente virtual;
(c) O hipertexto é um texto topográfico: não é hierárquico nem tópico, por isso
ele é topográfico (Bolter, 1991, p. 25); um espaço de escritura e leitura que
não tem limites definidos para se desenvolver; esta é uma característica
inovadora já que desestabiliza os frames ou ‘enquadres’ de que dispomos para
identificar limites textuais;
(d) O hipertexto é um texto fragmentário: consiste na constante ligação de
porções em geral breves com sempre possíveis retornos ou fugas; carece de
um centro regulador imanente, já que o autor não tem mais controle do tópico
e do leitor;
(e) O hipertexto é um texto de acessibilidade ilimitada: acessa todo tipo de
fonte, sejam elas dicionários, enciclopédias, museus, obras científicas,
literárias, arquitetônicas etc. e, em princípio, não experimenta limites quanto às
ligações que permite estabelecer;
(f) O hipertexto é um texto multisemiótico: caracteriza-se pela possibilidade de
interconectar simultaneamente a linguagem verbal com a não-verbal (musical,
cinematográfica, visual e gestual) de forma integrativa, impossível no caso do
livro impresso (Bolter, 1991, p. 27);
(g) O hipertexto é um texto interativo: procede pela interconexão interativa
(Bolter, 1991, p. 27) que, por um lado, é propiciada pela m ultisemiose e pela
acessibilidade ilimitada e, por outro lado, pela contínua relação de um leitor-
navegador com múltiplos autores em quase sobreposição em tempo real,
chegando a simular uma interação verbal face-a-face;




                                João José Saraiva da Fonseca
João José Saraiva da Fonseca




Estas características estão associados a pormenores técnicos, tais como:
* Cursor - “elemento parpadeante, que representa la presencia del lector-
escritor en el texto”; posibilidad de afectar/modificar el texto.
* “Mouse” – melhor navegação
* Botones o subrayados - señalan la presencia de un nexo y recuerdan al lector
las características propias de este peculiar“texto”.
* Mapa de conceptos - funciona como una tabla de contenidos que permite la
orientación en el texto y agrega información sobre la posibilidad          de
“navegación”.
* Forma de red - estructuración en forma de trama o red de nexos por los
cuales el lector puede “navegar” entre una serie de “lexias”. Son “caminos
sugeridos. El principio y fin del texto se pierde.




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Vários teóricos como, por exemplo, Barthes, Bakhtin, Foucault, Peirce
trabalharam com idéias que podem ser consideradas dentro do conceito de
hipertexto.




Peirce

Para Pierce, signo é qualquer coisa que conduz alguma outra coisa (seu
interpretante) a referir-se a um objeto ao qual ela mesma se refere (seu objeto),
de modo idêntico, transformando-se o interpretante, por sua vez, em signo, e
assim sucessivamente ad infinitum.


Según la concepción de Charles Sanders Peirce (1860-1908) un signo es algo
que está por alguna otra cosa y que es entendido o tiene algún significado para
alguien. Un signo se utiliza como sustituyente de otra cosa para transmitir algún
concepto acerca de la misma. El representamen es el signo sustituyente, el
objeto la cosa sustituida y el interpretante la idea que transmite acerca de esa


                           João José Saraiva da Fonseca
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cosa. Este interpretante no debe ser confundido con el intérprete, que es el ser
viviente u organismo que recibe el mensaje. El interpretante es también un
signo, es la idea producida por el representamen acerca del objeto.




A função do signo consiste, para Peirce, em uma situação triádica, que tem por
suportes:


OBJETO: aquilo que é representado, tudo que é citável.


REPRESENTÂMEN: base que fundamenta a representação, um signo-veículo
(significante).


INTERPRETANTE: é algo assemelhado ao significado; outro signo que faz a
conexão interpretativa entre a representação material e seu referente (objeto).


Veamos algunos ejemplos:
Si escribimos la palabra parábola, la estamos utilizando como representamen
para sustituir un determinado objeto al cual no tenemos acceso en este caso
más que a través de este signo, signo que nos remite a un interpretante. Este
interpretante puede ser, por ejemplo, la definición del diccionario (curva plana
cuyos puntos equidistan del foco y de la directriz) o bien lo que cada uno
conoce bajo el nombre de parábola. Si en lugar de un signo verbal utilizamos el
trazado gráfico de una parábola, entonces este signo se referirá al objeto
parábola de una manera diferente, produciendo otro tipo de interpretantes,
como pueden ser los datos de cómo se construye gráficamente una parábola.
Sería posible utilizar aún otro tipo de signos. Podemos arrojar por el aire algún



                           João José Saraiva da Fonseca
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elemento y señalar su recorrido; tendremos nuevamente              interpretantes
diferentes, como el hecho de asociar a la parábola con la trayectoria de los
proyectiles determinada por la fuerza de la gravedad. Podemos representar a la
parábola mediante la ecuación y = x2, lo cual constituye otro tipo de
representamen que produce otro tipo de interpretantes, tal como la idea de la
ubicación de cada uno de los puntos pertenecientes a la parábola respecto de
un par de ejes cartesianos. En cualquiera de estos cuatro casos, cada uno de
los signos utilizados se refiere al objeto en relación con alguno de sus aspectos
o alguna de sus parcialidades. Ninguno de ellos, ni incluso los cuatro sumados,
puede abarcar la totalidad del conocimiento de ese objeto.


Peirce dividiu os signos em três tipos: ícone, índice e símbolo.


Num ícone, o signo assemelha-se, de algum modo, ao seu objeto: parece-se
ou soa como ele.




                           João José Saraiva da Fonseca
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Num índice há uma ligação direta entre o signo e o seu objeto: os dois estão
realmente ligados.




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Num símbolo não existe relação ou semelhança entre signo e objeto: um
símbolo comunica apenas porque as pessoas concordam com o que ele deve
representar aquilo que representa.




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Saussure

Para Saussure, um signo é uma relação entre um significante (um som, uma
imagem acústica ou um grafema) e um significado (um conceito). O signo faz
parte de uma construção teórica que dispensa os sujeitos reais do discurso.


Saussure definiu signo como a «união entre o significante (imagem acústica) e
significado (sentido)».


Um signo constitui-se de uma entidade constituída pela combinação de um
conceito, denominado significado e uma imagem acústica, denominada
significante. A imagem acústica de um signo lingüístico não é a palavra falada
(ou seja, o som material), mas a impressão psíquica deste som.


Le signe n'est donc pas l'association d'un mot et d'une chose, comme on le
pense généralement, explique Saussure. Pour lui,            seule la forme orale du
langage est probante, l'écrit n'étant qu'un codage secondaire.
C'est pourquoi il décrit le signifié comme «image accoustique», c'est-à-dire
l'empreinte que laisse un son (ou une séquence de sons) dans notre esprit.
Ainsi, la séquence sonore latine | arbor | évoque dans l'esprit de celui qui
l'entend (et qui parle latin) le concept 'arbre'.

No caso da palavra “árvore”, o significante é a árvore e o sentido, ou seja, o
significado é o que a árvore significa, como se fossem duas faces de uma
mesma moeda.




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João José Saraiva da Fonseca
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Barthes

O hipertexto, vai ao encontro das postulações de Barthes, quando propõe que
“no texto as redes são múltiplas e jogam entre elas, sem que nenhuma possa
sobrepor-se às outras esse texto é uma galáxia de significantes, não uma
estrutura de significados; ele não tem começo; ele é reversível; tem-se acesso
a ele por múltiplas entradas, nenhuma das quais pode ser, com certeza,
considerada a principal; os códigos que ele mobiliza se perfilam a perder de
vista; eles são indecidíveis (...); desse texto absolutamente plural, os sistemas
de sentido podem se apropriar, mas seu número não será jamais fechado,
tendo por medida o infinito da linguagemquot;.


Barthes fala que o hipertexto liberta a escrita da quot;tirania do autorquot; pela
facilidade que dá a cada leitor de adicionar, alterar ou simplesmente editar um
outro texto, abrindo possibilidades de uma autoria coletiva e quebrando a idéia
da quot;ecriturequot; como originária de uma só fonte.

De acordo com Barthes, em Mitologias, os signos trabalham em três ordens de
significação. A primeira ordem é a do signo no sentido em si mesmo, ou no
nível da representação, também chamada de denotação e que significa o que
uma imagem pode indicar, por exemplo. Um exemplo: uma invasão da Rocinha
pela polícia. Na primeira leitura, são as imagens da subida dos policiais
armados.

Na segunda ordem, um conjunto completo de significados culturais derivam
de como a sociedade usa e valoriza aquele determinado signo. É designado de
conotação e nele os signos vão ser lidos como valores, emoções e atitudes.
Nesta notícia, existe uma leitura que vai depender do lugar de fala do
telespectador. De como ele consegue interpretar aquele fato.

O que se usa nesta linha conotativa: ângulos de câmera, iluminação, música de
background, tipo de cortes ou de fusões de imagens.




                           João José Saraiva da Fonseca
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A terceira ordem de significação também designada de mitos envolve uma
ampla visão cultural de mundo, uma visão coerente e organizada do mundo em
que vivemos. Eles são significados comungados por todos os membros de
uma dada cultura. O mito reflete os princípios mais amplos pelos quais uma
cultura organiza e interpreta a realidade.

Um exemplo é o do enterro do traficante Lulu, no São João Batista, no Rio. As
cenas filmadas, mostrando que a revolta e a tristeza da população da Rocinha
que foi ao enterro, valorizam num primeiro momento, os detalhes do enterro.
Numa segunda leitura, levam a uma interpretação do papel do traficante para
aquela comunidade. E no terceiro nível de leitura, somos levados a discutir a
questão do tráfico como um problema social grave no Brasil, a nos perguntar
sobre porque ele ocupou os morros cariocas, sua lógica interna e o conflito
entre o poder paralelo e o poder político que a notícia desencadeia.




A denotação trata da percepção simples, superficial. É a significação óbvia do
signo, o que é transmitido.




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Conotação descreve a interação que ocorre quando o signo se encontra com
os sentimentos e emoções dos utentes e com os valores da sua cultura. Aqui,
as significações deslocam-se para o campo do subjetivo.


A conotação contém as mitologias, como chamava os sistemas de códigos que
nos são transmitidos e são adotados como padrões. Segundo ele, esses
conjuntos ideológicos eram às vezes absorvidos despercebidamente, o que
possibilitava e tornava viável o uso de veículos de comunicação para a
persuasão.


Denotação é aquilo que é fotografado e a conotação a forma como algo é
fotografado.


A denotação é a reprodução mecânica, em filme, do objeto para qual se aponta
a câmara, e a conotação é a parte humana do processo, ou seja, a seleção
daquilo a incluir na imagem, a focagem, a exposição, etc. Porque a conotação
atua ao nível subjetivo, não temos consciência dela.


Veamos ejemplos


En la frase:


- Tomá un mate


El signo mate mantiene una relación de denotación con “infusión de yerba
mate, típica de Argentina, que se toma en una calabaza ahuecada con una
bombilla”. Pero además mate puede convertirse en el significante (es decir
mantener       relaciones   con   otros   signos)   como    “compartir”,   “amistad”,
“argentinidad”, “autenticidad”, “gaucho”, “tradición”. Esto es la connotación.
En general a la denotación podemos encontrarla en el diccionario. Para
describir la connotación necesitamos conocer la cultura donde ese signo
funciona.




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Para Roland Barthes, “A través de una aproximación semiótica los medios son
vistos como extremadamente poderosos porque son ellos los creadores de los
mitos sociales contemporáneos. Este poder aumenta cuando la connotación y
la denotación se vuelven una y la misma, causando que un mito se eleve al
nivel de hecho y presentando el mensaje como sentido común. Barthes dice
que la función esencial de un mito es naturalizar un concepto. Afirrma que el



                         João José Saraiva da Fonseca
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principio primario de un mito es que ”trasforma la historia en naturaleza”. Una
vez que un concepto aparece como natural no hay necesidad de cuestionar o
desafiar lo que ya se ha despolitizado y no tiene historia ni memoria. Barthes
suguiere que los mitos son creados por la clase dominante para mantener el
status quo.”


Baudrillard

Estudou o uso dos bens de consumo como signos de um sistema de valores
sociais. Os bens de consumo não são meramente objetos de uso: eles
representam valores e status.


Para Baudrillard, vivemos em um momento no qual a televisão, a fotografia, os
parques temáticos, o discurso jornalístico e o discurso publicitário são hoje
mais “reais” (hiper-reais) que a própria realidade: eis aí o sentido mais
profundo, o caráter da pós-modernidade.


Para Baudrillard, o hiper-realismo, decorrente da inflação de signos
deflagrada no século XX, criou um mundo novo, no qual o jogo entre
os signos substituiu os conceitos de conflitos de classe e de conflitos de classe:
é o mundo da auto-ajuda e do consumismo, que substituiu o mundo da fé, da
ideologia e da produção. A produção de signos não pára, e substitui a
produção, assim como a tecnologia, no novo contexto, passa a ganhar
autonomia e cada vez mais substitui o capital como fonte do poder econômico.


O hiper-realismo é um termo para descrever um indício de uma expansão da
cultura pós-moderna. A hiper-realidade é um meio de caracterizar a via das
interações conscientes com a quot;realidadequot;. Especificamente,quando uma
consciência perde sua habilidade de distinguir a realidade da fantasia, e passa
a se relacionar com ela, posteriormente, sem dispor da compreensão que ela
requer, de modo que acaba por ser deslocado para o mundo do hiper-real. A
natureza do mundo hiper-real é caracterizada pelo quot;aperfeiçoamentoquot; da
realidade.



                           João José Saraiva da Fonseca
João José Saraiva da Fonseca



A sociedade moderna, baseada na produção e no consumo, está superada, e a
ela seguiu-se a sociedade pós-moderna, que instaurou o simulacro (a
representação, a imitação) como estratégia de domínio. Na sociedade da
simulação, identidades são construídas pela apropriação de imagens, e
códigos e modelos determinam como os indivíduos na sociedade se percebem
em relação aos demais.


Quando a consciência humana perde a sua habilidade de distinguir a realidade
da fantasia e passa a relacionar-se com essa imagem de forma natural, sem
dispor pois, da compreensão necessária que essa situação requer, acaba, por
sua vez, por ser deslocado para o mundo da hiper-realidade, deixando-se
imergir por essa concentração na fantasia e alienação da sua condição real.
Alguns exemplos caricatos além dos jogos, TV, cinema e fotografas retocadas,
são bebidas de sabores que naturalmente não são possíveis (ex. soda de
cereja), a ilha Palm Island no Dubai, a Disney World e Las Vegas, que são
capazes de fabricar uma simulação de uma realidade que nunca existiu,
tomando como exemplo a última que através de uma parafernalia de luzes e
ambiências artifciais nos casinos, são capazes de levar o jogador a se sentir
num mundo onírico, o que o leva a estar pouco consciente do dinheiro real que
pode perder. Contudo esse aparato de luzes oníricas é uma simulação de algo
que não existe realmente – é uma hiper-realidade.
Baudrillard, sugere que o mundo em que vivemos foi substituído por um
mundo-cópia, no qual vivemos cercados por um simulacro de ordem estimular
e nada mais. Ora, esta ideia de um mundo-cópia, que quer representar o real,
mas acaba por criar um paradoxo, pois torna-se tão perfeito que não parece
real, é a base do hiper-realismo.
A próxima natureza será pois, um produto hiper-real, representando o real, mas
alterando-o à sua perfeição, jogando com utilidade, versatilidade, prácticismo e
minimalismo, na sua fusão com o ciberespaço.


Relativamente à próxima natureza, a hiper-realidade é então, a base do seu
fundamento, pois através da criação de artificialidades como espaços, objetos,
situações, mundos virtuais, que são usados de forma pouco consciente da sua


                           João José Saraiva da Fonseca
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artifcialidade, ou seja, cada vez mais assumidos como naturais, chegamos à
noção da natureza fabricada, o que é artificial parece tornar-se natural, e numa
visão futura, também independente.


Bakhtin


Para Bakhtin um signo não tem um significado, pois receberá tantas
significações quantas forem as situações reais em que venha a ser usado por
usuários social e historicamente localizados. Segundo BAKHTIN (1993),
          Cada enunciación de la vida cotidiana (...) compreende, además de
          la parte verbal expresa, también una parte extraverbal inexpresada,
          pero sobreentendida – situación y auditorio -, sin cuya comprensión
          no es posible entender la enunciación misma (BAKHTIN, 1993:
          p.248)

Em uso, a língua é muito diferente do seu modelo teórico. Para a lingüística um
signo tem um significado. Sabemos entretanto que, ao falar, nós estamos
diariamente modificando, acrescentando, excluindo, torcendo os significados
codificados pela língua. Mas, muito mais do que isto, para Bakhtin, já que se
trata de linguagem e não de língua, a unidade básica não pode ser o signo,
mas o enunciado. Um enunciado não é um signo pela simples razão de que
para existir ele exige a presença de um enunciador (quem fala, quem escreve)
e de um receptor (quem ouve, quem lê). Um signo, num dicionário, não é e não
pode ser um enunciado. Este exige uma realização histórica. Um enunciado
acontece em um determinado local e em um tempo determinado, é produzido
por um sujeito histórico e recebido por outro. Cada enunciado é único e
irrepetível. A mesma frase, exatamente a mesma, pronunciada em situações
sociais diferentes, ainda que pelo mesmo enunciador, não constitui um mesmo
enunciado e não pode constituir. O hipertexto eletrônico expõe agora na prática
o que Mikhail Bakhtin havia demonstrado na teoria: que nenhum enunciado
pode ser entendido isolado, que todos fazem parte de uma cadeia infinita de
conversação. Todos os enunciados são respostas a enunciados anteriores, e
pressupõe novas respostas já no ato de sua enunciação.




                          João José Saraiva da Fonseca
João José Saraiva da Fonseca

Foucault


Foucault no elabora propiamente una propuesta explícita del hipertexto aunque
sus planteamientos se comportan como tal. Para Foucault quot;... todo discurso
manifesto repousa sobre um já dito ... as fronteiras de um livro jamais são
nítidas nem rigorosamente determinadas: além do título, das primeiras linhas e
do ponto final, além de sua configuração interna e da forma que lhe dá
autonomia, está preso em um sistema de remissões a outros livros, outros
textos, outras frases: nó em uma rede. (...) A unidade, mesmo entendida como
feixe de relações, não pode ser considerada como idêntica.”


Antonio Carlos dos Santos Xavier


Antonio Carlos dos Santos Xavier concebe o hipertexto como ‘um espaço
virtual inédito e exclusivo no qual tem lugar um modo digital de enunciar e de
construir sentido’. O hipertexto é uma tecnologia enunciativa híbrida e flexível
que dialoga com outras interfaces midiáticas e acondiciona formas outras de
textualidade.


Fabiana Komesu


Para Fabiana Komesu o traço principal do hipertexto seria a liberdade de
expressão (do autor) e de escolha (do leitor), com a manifestação de práticas
que estariam desvencilhadas das restrições do mundo impresso, e que seriam
impulsionadas pela hipermídia e pela circulação das informações em rede
mundial. A autora considera eu o traço mais importante do hipertexto é que
como em todos os usos da linguagem, há sempre a consideração do outro. Se
a única tarefa do autor fosse a marcação dos links, ele ainda assim teria em
seu horizonte a projeção de uma imagem de leitor. Sendo o leitor co-autor ou
não do hipertexto, ele sempre estará em relação com uma imagem de autor
nas práticas da leitura. É assim que se dá o acabamento do (hiper)texto: com a
participação do Outro (no Outro).   Trata-se da constituição de uma alteridade
multilinearizada, fragmentada, descorporalizada, volatilizante, decorrente de
nossas relações atuais com as coisas do mundo


                          João José Saraiva da Fonseca
João José Saraiva da Fonseca



Carla Viana Coscarelli


A característica principal do hipertexto digital é ter links, ou seja, é ser um texto
que contém caminhos que levam, com um clicar do mouse, a outros textos.
Assim, a idéia de todo ou de completude fica a critério do leitor. O texto acaba
onde ele se sentir satisfeito com a leitura. Quando a gente vai navegar na
internet e vê palavras marcadas de azul, ícones ou botões em que podemos
clicar para encontrar mais informações, estamos num hipertexto. Sites são
normalmente hipertextos, mas um hipertexto pode ir muito além de um site. A
noção de texto agora vai além da idéia tradicional do material que foi produzido
por um autor num número de páginas que ele define onde começa e onde
acaba. Isso não implica, no entanto, que o leitor faça esse percurso todo e na
ordem apresentada no material impresso. O internauta, assim como o leitor de
jornal, vai de um lado para outro, em busca dos seus interesses. Não sei se há
tantas novidades assim no universo digital. O que acontece é que tínhamos
uma visão muito equivocada do processo de leitura, acreditando que todo e
qualquer leitor em toda e qualquer situação sempre leu os textos do início ao
fim, sem pular partes, sem ir de um material para o outro. Não é assim que
lemos todos os textos. O leitor não é passivo assim e o hipertexto só reforça e
facilita essa dinâmica de leitura, que sempre existiu.


Carla Viana Coscarelli tem procurado demonstrar em seus estudos sobre o
hipertexto, preocupação com a face pedagógica da leitura de hipertextos. Do
ponto de vista de pesquisa em cognição, a autora tem insistido em mostrar que
toda leitura é hipertextual, independentemente de a realização do texto ser
“linear” ou não. Parece sugerir um conceito de hipertexto como arquitetura,
mapa, montagem, já que pode ser apenas a exteriorização de um “jeito de
pensar”. Para ela, não pode haver novidade no hipertexto que o torne tão
diverso do que já se conhece em leitura. Coscarelli sustenta, portanto, não um
conceito de hipertexto (objeto), mas um jeito hipertextual de ler, que não é
invenção recente, diga-se de passagem. Dizer que um texto é composto de
elementos que são dispostos um após o outro, numa seqüência linear, não
significa que o texto seja linear. Uma notícia vem “logo após” uma manchete,


                            João José Saraiva da Fonseca
João José Saraiva da Fonseca

mas elas não formam uma seqüência linear. Há uma hierarquia marcada aqui.
A diferença do tamanho da fonte usada nesses dois segmentos do texto indica
para o leitor que ele precisa diferenciar esses dois elementos. O mesmo
acontece com os títulos e os subtítulos, presentes em vários gêneros textuais.


Luiz Antônio Marcuschi


Para Luiz Antônio Marcuschi o hipertexto não é um gênero textual nem um
simples suporte de gêneros diversos, ele é um novo espaço de escrita. É um
espaço cognitivo aberto, sem margens e sem fronteiras, que vai além do
espaço da folha de papel e do espaço do livro, se transformando em realidade
virtual e que exige a revisão de nossas estratégias de lidar com o texto.
É uma forma de organização cognitiva e referencial cujos princípios constituem
um conjunto de possibilidades estruturais que caracterizam ações e decisões
cognitivas baseadas em (séries de) referenciações não contínuas e não
progressivas. Considerando que a linearidade lingüística sempre constituiu um
princípio básico da teorização (formal ou funcional) da língua, o hipertexto
rompe esse padrão em alguns níveis. Nele, não se observa uma ordem de
construção, mas possibilidades de construção textual plurinearizada.


Para alguns autores, o hipertexto é a morte da Literatura, sobretudo no que diz
respeito às estratégias respeitantes à continuidade textual, pois o “novo
espaço” não é mais linear nem se comporta numa direção definida. Para outros
é a sua apoteose com caminhos totalmente abertos e escolhas infindáveis
propiciando um texto de múltiplas tramas, múltiplas conexões, ou seja, a
realização do labirinto literário. Seria a simbiose completa de autor e leitor,
tendo em vista se completarem nas escolhas e todas as leituras tornar-se-iam
simultaneamente produções singulares.


Vera Menezes


Para Vera Menezes, o hipertexto designa uma coleção de documentos com
links, ou hiperlinks, que auxiliam o leitor a ir de um texto (texto escrito ou
imagem) a outro, em um movimento auto-gerenciado. O hipertexto se


                           João José Saraiva da Fonseca
João José Saraiva da Fonseca

caracteriza pela não-linearidade, pela liberdade do percurso que o leitor pode
construir. A princípio, poderíamos pensar que o hipertexto depende do autor
que cria os links, mas hoje com os mecanismos de busca cada vez mais
inteligentes, qualquer leitor na web pode utilizar hipertexto, saindo do texto e
voltando ao mesmo, sempre que quiser aprofundar seu conhecimento sobre
algum tópico ou encontrar alguma informação rápida sobre algo mencionado
no texto.




Questões Emergentes


1. Como aprende e interage o usuário de hipertextos on-line?


2. Qual o potencial comunicativo e pedagógico dos novos gêneros digitais?


3. Como o hipertexto pode contribuir para auxiliar a aprendizagem em
ambientes virtuais




                          João José Saraiva da Fonseca
João José Saraiva da Fonseca




João José Saraiva da Fonseca
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João José Saraiva da Fonseca
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João José Saraiva da Fonseca
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João José Saraiva da Fonseca
João José Saraiva da Fonseca

                    O hipertexto no contexto educacional



Num primeiro lançar de olhos percebemos que assim como reconfigura o papel
do autor-escritor e do usuário-leitor, alterando a idéia de posse e de autoria de
um texto fisicamente ilhado, com significado único, e hierarquicamente superior
aos comentários e notas que dizem respeito a ele, o hipertexto pode afetar,
também, a forma de atuação do professor e do aluno. O professor tem parte de
sua autoridade e poder transferidos ao aluno, tornando-se mais um colaborador
no processo de ensino e aprendizagem, que assume características de
parceria. O aluno, tal como o leitor do hipertexto, torna-se mais ativamente
participante em relação ao processo de aquisição de conhecimentos, pelo fato
de lhe ser facultado elaborar livremente, sob a sua própria responsabilidade,
trajetos de seu interesse, acessando, seqüenciando, derivando significados
novos e acrescentando comentários pessoais às informações que lhe possam
ser apresentadas.

Sem nos deixarmos seduzir pela utopia tecnológica poderíamos enumerar,
ainda, algumas das vantagens do uso do hipertexto, quando cuidadosamente
planejado:

   •   sistemas de hipertexto enquanto ferramentas de ensino e aprendizagem
       parecem facilitar um ambiente no qual a aprendizagem acontece de
       forma incidental e por descoberta, pois ao tentar localizar uma
       informação, os usuários de hipertexto, participam ativamente de um
       processo de busca e construção do conhecimento, forma de
       aprendizagem considerada como mais duradoura e transferível do que
       aquela direta e explicita;
   •   uma sala de aula onde se trabalha com hipertextos se transforma num
       espaço transacional apropriado ao ensino e aprendizagem
       colaborativos, mas também adequado ao atendimento de diferenças
       individuais, quanto ao grau de dificuldades, ritmo de trabalho e interesse;
   •   para os professores hipertextos se constituem como recursos
       importantes para organizar material de diferentes disciplinas ministradas




                            João José Saraiva da Fonseca
João José Saraiva da Fonseca

      simultaneamente ou em ocasião anterior e mesmo para recompor
      colaborações preciosas entre diferentes turmas de alunos.

     Outro aspecto fundamental do hipertexto é sua eficiência no planejamento
e desenvolvimento de cursos à distância, facilitando a informação a estudantes
localizados nos mais distintos pontos. Finalmente hipertextos tornam realidade
a abordagem interdisciplinar dos mais diversos temas, abolindo as fronteiras
que separam as áreas do conhecimento.



Problemas do Hipertexto

     Paralelamente aos aspectos positivos os teóricos do hipertexto apontam,
também, os problemas que podem advir de seu uso como sistema de ensino e
aprendizagem. Na construção do hipertexto deverá ser atribuída atenção ao
fato de se a estrutura do hiperdocumento apresentar uma trilha de navegação
desorganizada ou design cognitivamente pobre, a pesquisa e a navegação
(browsing) pelo usuário se tornar deficitário, podendo ocasionar:

- Desorientação do usuário: muita informação e nível de complexidade maior
que os limites da cognição visual do usuário.
- Transbordamento cognitivo: grande número de opções apresentadas ao
usuário em curto espaço de tempo


Na utilização deverá ser atribuída atenção à digressão associativa o utilizador
que acontece quando o aluno ao pretender seguir as cadeias de pensamento
existentes, acaba por perder o seu objetivo original. Por outro lado a
navegabilidade rápida e superficial, ocasiona que o aluno salte de uma idéia
para outra, sem um processo de releitura e reflexão.




Hipertextual e TV Digital


Na Internet, o link permite ao usuário saltar, pular, ser levado ou qualquer outro
termo semelhante, para uma outra página, um outro site ou outro texto, ou para


                            João José Saraiva da Fonseca
João José Saraiva da Fonseca

informações sobre o conteúdo       ou      produção    do   programa       que        está
assistindo. Esta possibilidade pode ser comparada com o termo utilizado na
televisão analógica de zapping, em que o telespectador, munido                  de    seu
controle remoto, fica pulando de canal em canal até encontrar um que o
satisfaça. Porém, como nos        lembra     Johnson      (2001), na      televisão o
espectador pula de canal em canal porque está entediado, na Internet (e
também na TV Digital) ele aciona um link porque está interessado e essa é
uma diferença fundamental. O importante é identificar que os links ou
canais      adicionais   também    podem       ser comparados aos pontos de
indeterminação em uma obra literária, o que pode contribuir para programar a
leitura ou para visualização de uma obra. Assim como na literatura, os links na
Internet e na TV Digital também podem programar o usuário para
percorrer    caminhos estipulados pelo autor ou diretor, enfim, o emissor da
mensagem Os links cumprem exatamente esse papel no momento em que
o autor deixa para o usuário a possibilidade de buscar uma nova informação
ou complementar a que já está tendo, que pode ser um texto, uma foto ou
mesmo um outro programa. Entretanto, há quem pense de forma diferente.
Johnson (2001) chega a afirmar que o hiperlink seria uma forma de o usuário
fugir do controle programado pelo autor. A ficção no hipertexto vai além de
tudo isso, argumentavam seus defensores. Ela iria literalizar a metáfora da
“revolta do leitor”. O hipertexto seria uma forma mais igualitária, em que
o leitor criaria a narrativa clicando em links e acompanhando diferentes
tramas, como nos velhos livros para criança, do tipo “escolha sua
própria aventura”. Podemos imaginar uma vasta possibilidade de utilização da
obra ficcional na Internet e na TV Digital no que diz respeito à visualização e à
interatividade ou usabilidade entre os internautas.         Assim,        não        basta
enumerar as possibilidades técnicas de um novo veículo para se tentar
compreender as transformações que poderão ocorrer na sociedade. Para
tentar compreender o fenômeno da recepção da nova mídia, deve-se
estabelecer as relações do indivíduo e do aparelho, suas aplicações físicas e
psíquicas, e também a relação do indivíduo com os produtos disponibilizados
por   ela. Deve-se,      assim,   tentar    uma melhor       utilização     do termo
interatividade, pois como analisado, sua importância e capacidade de
transformações na relação entre receptor e emissor estão apenas no início.


                           João José Saraiva da Fonseca
João José Saraiva da Fonseca

Contudo, é certo que irão aumentar gradativamente e em níveis cada vez
mais complexos, à medida que as novas tecnologias interativas forem se
implantando definitivamente.




                          João José Saraiva da Fonseca

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Características do hipertexto

  • 1. João José Saraiva da Fonseca 5. Hipertexto A origem do termo hipertexto vem de Ted Nelson que cunhou o termo em 1965, para significar “escrita não-sequencial”. O hipertexto se caracteriza pela não-linearidade, pela liberdade do percurso que o leitor pode construir. O hipertexto designa uma coleção de documentos com links, ou hiperlinks, que auxiliam o leitor a ir de um texto (texto escrito ou imagem) a outro, em um movimento auto-gerenciado. O hipermedia inclui información verbal (textos), visual (imagen fija, vídeo animado) y sonora (habla, música y sonidos). O conceito de hipertexto Ted Nelson afirma que o hipertexto define-se como um sistema não- linear, caótico, imprevisível , sensível às condições iniciais , aberto, auto- organizável, onde interagem atores sociais (produtor, leitor, comunidade discursiva, cultura) e sistema lingüístico em suas dimensões cognitivas, estruturais e discursivas, fazendo emergir sentidos. Para Lévy, o hipertexto permite ao utilizador criar elos entre os componentes dum documento, que podem ser palavras, páginas, imagens, gráficos ou pares de gráficos, seqüências sonoras, documentos complexos que podem ser, eles próprios, hipertextos. Navegar num hipertexto é, desenhar um percurso numa rede. Os itens de informação não estão ligados linearmente, eles criam uma rede de conexões entre nós, o que permite aos utilizadores acederem a uma determinada informação através de caminhos diferentes, mais de acordo com o seu raciocínio. Propõe uma maneira de interconectar porções de informações e de acessá-las, seguindo o curso natural do raciocínio do usuário, que executa a pesquisa, elabora um documento ou realiza uma série de tarefas que envolvem o uso do computador como suporte recuperação de informação. João José Saraiva da Fonseca
  • 2. João José Saraiva da Fonseca A hipermedia é o resultado da fusão entre o hipertexto e a multimedia, apresentando características de ambos e características próprias e únicas O hipertexto, possibilita a leitura não linear de emergentes desta mesma fusão. determinado conteúdo e contém links para outros hiperdocumentos. A hipermédia supera o hipertexto, no sentido que neste a informação é apenas textual, e incorpora a multimedia (imagens, sons e vídeo), tornando-se um conceito mais global. João José Saraiva da Fonseca
  • 3. João José Saraiva da Fonseca Para Arlindo Machado “Hipermídia é uma forma combinatória, permutacional e interativa de multimídia, em que textos, sons e imagens (estáticas e em movimento) estão ligados entre si por elos probabilísticos e móveis, que podem ser configurados pelos receptores de diferentes maneiras, de modo a compor obras instáveis em quantidades infinitas.” Para Vicente Gosciola, a hipermídia é o novo paradigma de comunicação: “O conjunto de meios que permite acesso simultâneo a textos, imagens e sons de modo interativo e não-linear, possibilitando fazer links entre elementos de mídia, controlar a própria navegação e, até, extrair textos, imagens.” Características do hipertexto As características que determinam a natureza do hipertexto, apontam-se as seguintes: (a) O hipertexto é um texto não-linear: apresenta uma flexibilidade desenvolvida na forma de ligações permitidas/sugeridas entre nós que constituem redes que permitem a elaboração de vias navegáveis (Nelson, 1991); a não-linearidade é t ida como a característica central do hipertexto; (b) O hipertexto é um texto volátil: não tem a mesma estabilidade dos textos de livros, por exemplo (Bolter, 1991:31), e todas as escolhas são tão passageiras João José Saraiva da Fonseca
  • 4. João José Saraiva da Fonseca quanto às conexões estabelecidas por seus leitores, sendo um fenômeno essencialmente virtual; (c) O hipertexto é um texto topográfico: não é hierárquico nem tópico, por isso ele é topográfico (Bolter, 1991, p. 25); um espaço de escritura e leitura que não tem limites definidos para se desenvolver; esta é uma característica inovadora já que desestabiliza os frames ou ‘enquadres’ de que dispomos para identificar limites textuais; (d) O hipertexto é um texto fragmentário: consiste na constante ligação de porções em geral breves com sempre possíveis retornos ou fugas; carece de um centro regulador imanente, já que o autor não tem mais controle do tópico e do leitor; (e) O hipertexto é um texto de acessibilidade ilimitada: acessa todo tipo de fonte, sejam elas dicionários, enciclopédias, museus, obras científicas, literárias, arquitetônicas etc. e, em princípio, não experimenta limites quanto às ligações que permite estabelecer; (f) O hipertexto é um texto multisemiótico: caracteriza-se pela possibilidade de interconectar simultaneamente a linguagem verbal com a não-verbal (musical, cinematográfica, visual e gestual) de forma integrativa, impossível no caso do livro impresso (Bolter, 1991, p. 27); (g) O hipertexto é um texto interativo: procede pela interconexão interativa (Bolter, 1991, p. 27) que, por um lado, é propiciada pela m ultisemiose e pela acessibilidade ilimitada e, por outro lado, pela contínua relação de um leitor- navegador com múltiplos autores em quase sobreposição em tempo real, chegando a simular uma interação verbal face-a-face; João José Saraiva da Fonseca
  • 5. João José Saraiva da Fonseca Estas características estão associados a pormenores técnicos, tais como: * Cursor - “elemento parpadeante, que representa la presencia del lector- escritor en el texto”; posibilidad de afectar/modificar el texto. * “Mouse” – melhor navegação * Botones o subrayados - señalan la presencia de un nexo y recuerdan al lector las características propias de este peculiar“texto”. * Mapa de conceptos - funciona como una tabla de contenidos que permite la orientación en el texto y agrega información sobre la posibilidad de “navegación”. * Forma de red - estructuración en forma de trama o red de nexos por los cuales el lector puede “navegar” entre una serie de “lexias”. Son “caminos sugeridos. El principio y fin del texto se pierde. João José Saraiva da Fonseca
  • 6. João José Saraiva da Fonseca Vários teóricos como, por exemplo, Barthes, Bakhtin, Foucault, Peirce trabalharam com idéias que podem ser consideradas dentro do conceito de hipertexto. Peirce Para Pierce, signo é qualquer coisa que conduz alguma outra coisa (seu interpretante) a referir-se a um objeto ao qual ela mesma se refere (seu objeto), de modo idêntico, transformando-se o interpretante, por sua vez, em signo, e assim sucessivamente ad infinitum. Según la concepción de Charles Sanders Peirce (1860-1908) un signo es algo que está por alguna otra cosa y que es entendido o tiene algún significado para alguien. Un signo se utiliza como sustituyente de otra cosa para transmitir algún concepto acerca de la misma. El representamen es el signo sustituyente, el objeto la cosa sustituida y el interpretante la idea que transmite acerca de esa João José Saraiva da Fonseca
  • 7. João José Saraiva da Fonseca cosa. Este interpretante no debe ser confundido con el intérprete, que es el ser viviente u organismo que recibe el mensaje. El interpretante es también un signo, es la idea producida por el representamen acerca del objeto. A função do signo consiste, para Peirce, em uma situação triádica, que tem por suportes: OBJETO: aquilo que é representado, tudo que é citável. REPRESENTÂMEN: base que fundamenta a representação, um signo-veículo (significante). INTERPRETANTE: é algo assemelhado ao significado; outro signo que faz a conexão interpretativa entre a representação material e seu referente (objeto). Veamos algunos ejemplos: Si escribimos la palabra parábola, la estamos utilizando como representamen para sustituir un determinado objeto al cual no tenemos acceso en este caso más que a través de este signo, signo que nos remite a un interpretante. Este interpretante puede ser, por ejemplo, la definición del diccionario (curva plana cuyos puntos equidistan del foco y de la directriz) o bien lo que cada uno conoce bajo el nombre de parábola. Si en lugar de un signo verbal utilizamos el trazado gráfico de una parábola, entonces este signo se referirá al objeto parábola de una manera diferente, produciendo otro tipo de interpretantes, como pueden ser los datos de cómo se construye gráficamente una parábola. Sería posible utilizar aún otro tipo de signos. Podemos arrojar por el aire algún João José Saraiva da Fonseca
  • 8. João José Saraiva da Fonseca elemento y señalar su recorrido; tendremos nuevamente interpretantes diferentes, como el hecho de asociar a la parábola con la trayectoria de los proyectiles determinada por la fuerza de la gravedad. Podemos representar a la parábola mediante la ecuación y = x2, lo cual constituye otro tipo de representamen que produce otro tipo de interpretantes, tal como la idea de la ubicación de cada uno de los puntos pertenecientes a la parábola respecto de un par de ejes cartesianos. En cualquiera de estos cuatro casos, cada uno de los signos utilizados se refiere al objeto en relación con alguno de sus aspectos o alguna de sus parcialidades. Ninguno de ellos, ni incluso los cuatro sumados, puede abarcar la totalidad del conocimiento de ese objeto. Peirce dividiu os signos em três tipos: ícone, índice e símbolo. Num ícone, o signo assemelha-se, de algum modo, ao seu objeto: parece-se ou soa como ele. João José Saraiva da Fonseca
  • 9. João José Saraiva da Fonseca Num índice há uma ligação direta entre o signo e o seu objeto: os dois estão realmente ligados. João José Saraiva da Fonseca
  • 10. João José Saraiva da Fonseca Num símbolo não existe relação ou semelhança entre signo e objeto: um símbolo comunica apenas porque as pessoas concordam com o que ele deve representar aquilo que representa. João José Saraiva da Fonseca
  • 11. João José Saraiva da Fonseca Saussure Para Saussure, um signo é uma relação entre um significante (um som, uma imagem acústica ou um grafema) e um significado (um conceito). O signo faz parte de uma construção teórica que dispensa os sujeitos reais do discurso. Saussure definiu signo como a «união entre o significante (imagem acústica) e significado (sentido)». Um signo constitui-se de uma entidade constituída pela combinação de um conceito, denominado significado e uma imagem acústica, denominada significante. A imagem acústica de um signo lingüístico não é a palavra falada (ou seja, o som material), mas a impressão psíquica deste som. Le signe n'est donc pas l'association d'un mot et d'une chose, comme on le pense généralement, explique Saussure. Pour lui, seule la forme orale du langage est probante, l'écrit n'étant qu'un codage secondaire. C'est pourquoi il décrit le signifié comme «image accoustique», c'est-à-dire l'empreinte que laisse un son (ou une séquence de sons) dans notre esprit. Ainsi, la séquence sonore latine | arbor | évoque dans l'esprit de celui qui l'entend (et qui parle latin) le concept 'arbre'. No caso da palavra “árvore”, o significante é a árvore e o sentido, ou seja, o significado é o que a árvore significa, como se fossem duas faces de uma mesma moeda. João José Saraiva da Fonseca
  • 12. João José Saraiva da Fonseca João José Saraiva da Fonseca
  • 13. João José Saraiva da Fonseca Barthes O hipertexto, vai ao encontro das postulações de Barthes, quando propõe que “no texto as redes são múltiplas e jogam entre elas, sem que nenhuma possa sobrepor-se às outras esse texto é uma galáxia de significantes, não uma estrutura de significados; ele não tem começo; ele é reversível; tem-se acesso a ele por múltiplas entradas, nenhuma das quais pode ser, com certeza, considerada a principal; os códigos que ele mobiliza se perfilam a perder de vista; eles são indecidíveis (...); desse texto absolutamente plural, os sistemas de sentido podem se apropriar, mas seu número não será jamais fechado, tendo por medida o infinito da linguagemquot;. Barthes fala que o hipertexto liberta a escrita da quot;tirania do autorquot; pela facilidade que dá a cada leitor de adicionar, alterar ou simplesmente editar um outro texto, abrindo possibilidades de uma autoria coletiva e quebrando a idéia da quot;ecriturequot; como originária de uma só fonte. De acordo com Barthes, em Mitologias, os signos trabalham em três ordens de significação. A primeira ordem é a do signo no sentido em si mesmo, ou no nível da representação, também chamada de denotação e que significa o que uma imagem pode indicar, por exemplo. Um exemplo: uma invasão da Rocinha pela polícia. Na primeira leitura, são as imagens da subida dos policiais armados. Na segunda ordem, um conjunto completo de significados culturais derivam de como a sociedade usa e valoriza aquele determinado signo. É designado de conotação e nele os signos vão ser lidos como valores, emoções e atitudes. Nesta notícia, existe uma leitura que vai depender do lugar de fala do telespectador. De como ele consegue interpretar aquele fato. O que se usa nesta linha conotativa: ângulos de câmera, iluminação, música de background, tipo de cortes ou de fusões de imagens. João José Saraiva da Fonseca
  • 14. João José Saraiva da Fonseca A terceira ordem de significação também designada de mitos envolve uma ampla visão cultural de mundo, uma visão coerente e organizada do mundo em que vivemos. Eles são significados comungados por todos os membros de uma dada cultura. O mito reflete os princípios mais amplos pelos quais uma cultura organiza e interpreta a realidade. Um exemplo é o do enterro do traficante Lulu, no São João Batista, no Rio. As cenas filmadas, mostrando que a revolta e a tristeza da população da Rocinha que foi ao enterro, valorizam num primeiro momento, os detalhes do enterro. Numa segunda leitura, levam a uma interpretação do papel do traficante para aquela comunidade. E no terceiro nível de leitura, somos levados a discutir a questão do tráfico como um problema social grave no Brasil, a nos perguntar sobre porque ele ocupou os morros cariocas, sua lógica interna e o conflito entre o poder paralelo e o poder político que a notícia desencadeia. A denotação trata da percepção simples, superficial. É a significação óbvia do signo, o que é transmitido. João José Saraiva da Fonseca
  • 15. João José Saraiva da Fonseca Conotação descreve a interação que ocorre quando o signo se encontra com os sentimentos e emoções dos utentes e com os valores da sua cultura. Aqui, as significações deslocam-se para o campo do subjetivo. A conotação contém as mitologias, como chamava os sistemas de códigos que nos são transmitidos e são adotados como padrões. Segundo ele, esses conjuntos ideológicos eram às vezes absorvidos despercebidamente, o que possibilitava e tornava viável o uso de veículos de comunicação para a persuasão. Denotação é aquilo que é fotografado e a conotação a forma como algo é fotografado. A denotação é a reprodução mecânica, em filme, do objeto para qual se aponta a câmara, e a conotação é a parte humana do processo, ou seja, a seleção daquilo a incluir na imagem, a focagem, a exposição, etc. Porque a conotação atua ao nível subjetivo, não temos consciência dela. Veamos ejemplos En la frase: - Tomá un mate El signo mate mantiene una relación de denotación con “infusión de yerba mate, típica de Argentina, que se toma en una calabaza ahuecada con una bombilla”. Pero además mate puede convertirse en el significante (es decir mantener relaciones con otros signos) como “compartir”, “amistad”, “argentinidad”, “autenticidad”, “gaucho”, “tradición”. Esto es la connotación. En general a la denotación podemos encontrarla en el diccionario. Para describir la connotación necesitamos conocer la cultura donde ese signo funciona. João José Saraiva da Fonseca
  • 16. João José Saraiva da Fonseca Para Roland Barthes, “A través de una aproximación semiótica los medios son vistos como extremadamente poderosos porque son ellos los creadores de los mitos sociales contemporáneos. Este poder aumenta cuando la connotación y la denotación se vuelven una y la misma, causando que un mito se eleve al nivel de hecho y presentando el mensaje como sentido común. Barthes dice que la función esencial de un mito es naturalizar un concepto. Afirrma que el João José Saraiva da Fonseca
  • 17. João José Saraiva da Fonseca principio primario de un mito es que ”trasforma la historia en naturaleza”. Una vez que un concepto aparece como natural no hay necesidad de cuestionar o desafiar lo que ya se ha despolitizado y no tiene historia ni memoria. Barthes suguiere que los mitos son creados por la clase dominante para mantener el status quo.” Baudrillard Estudou o uso dos bens de consumo como signos de um sistema de valores sociais. Os bens de consumo não são meramente objetos de uso: eles representam valores e status. Para Baudrillard, vivemos em um momento no qual a televisão, a fotografia, os parques temáticos, o discurso jornalístico e o discurso publicitário são hoje mais “reais” (hiper-reais) que a própria realidade: eis aí o sentido mais profundo, o caráter da pós-modernidade. Para Baudrillard, o hiper-realismo, decorrente da inflação de signos deflagrada no século XX, criou um mundo novo, no qual o jogo entre os signos substituiu os conceitos de conflitos de classe e de conflitos de classe: é o mundo da auto-ajuda e do consumismo, que substituiu o mundo da fé, da ideologia e da produção. A produção de signos não pára, e substitui a produção, assim como a tecnologia, no novo contexto, passa a ganhar autonomia e cada vez mais substitui o capital como fonte do poder econômico. O hiper-realismo é um termo para descrever um indício de uma expansão da cultura pós-moderna. A hiper-realidade é um meio de caracterizar a via das interações conscientes com a quot;realidadequot;. Especificamente,quando uma consciência perde sua habilidade de distinguir a realidade da fantasia, e passa a se relacionar com ela, posteriormente, sem dispor da compreensão que ela requer, de modo que acaba por ser deslocado para o mundo do hiper-real. A natureza do mundo hiper-real é caracterizada pelo quot;aperfeiçoamentoquot; da realidade. João José Saraiva da Fonseca
  • 18. João José Saraiva da Fonseca A sociedade moderna, baseada na produção e no consumo, está superada, e a ela seguiu-se a sociedade pós-moderna, que instaurou o simulacro (a representação, a imitação) como estratégia de domínio. Na sociedade da simulação, identidades são construídas pela apropriação de imagens, e códigos e modelos determinam como os indivíduos na sociedade se percebem em relação aos demais. Quando a consciência humana perde a sua habilidade de distinguir a realidade da fantasia e passa a relacionar-se com essa imagem de forma natural, sem dispor pois, da compreensão necessária que essa situação requer, acaba, por sua vez, por ser deslocado para o mundo da hiper-realidade, deixando-se imergir por essa concentração na fantasia e alienação da sua condição real. Alguns exemplos caricatos além dos jogos, TV, cinema e fotografas retocadas, são bebidas de sabores que naturalmente não são possíveis (ex. soda de cereja), a ilha Palm Island no Dubai, a Disney World e Las Vegas, que são capazes de fabricar uma simulação de uma realidade que nunca existiu, tomando como exemplo a última que através de uma parafernalia de luzes e ambiências artifciais nos casinos, são capazes de levar o jogador a se sentir num mundo onírico, o que o leva a estar pouco consciente do dinheiro real que pode perder. Contudo esse aparato de luzes oníricas é uma simulação de algo que não existe realmente – é uma hiper-realidade. Baudrillard, sugere que o mundo em que vivemos foi substituído por um mundo-cópia, no qual vivemos cercados por um simulacro de ordem estimular e nada mais. Ora, esta ideia de um mundo-cópia, que quer representar o real, mas acaba por criar um paradoxo, pois torna-se tão perfeito que não parece real, é a base do hiper-realismo. A próxima natureza será pois, um produto hiper-real, representando o real, mas alterando-o à sua perfeição, jogando com utilidade, versatilidade, prácticismo e minimalismo, na sua fusão com o ciberespaço. Relativamente à próxima natureza, a hiper-realidade é então, a base do seu fundamento, pois através da criação de artificialidades como espaços, objetos, situações, mundos virtuais, que são usados de forma pouco consciente da sua João José Saraiva da Fonseca
  • 19. João José Saraiva da Fonseca artifcialidade, ou seja, cada vez mais assumidos como naturais, chegamos à noção da natureza fabricada, o que é artificial parece tornar-se natural, e numa visão futura, também independente. Bakhtin Para Bakhtin um signo não tem um significado, pois receberá tantas significações quantas forem as situações reais em que venha a ser usado por usuários social e historicamente localizados. Segundo BAKHTIN (1993), Cada enunciación de la vida cotidiana (...) compreende, además de la parte verbal expresa, también una parte extraverbal inexpresada, pero sobreentendida – situación y auditorio -, sin cuya comprensión no es posible entender la enunciación misma (BAKHTIN, 1993: p.248) Em uso, a língua é muito diferente do seu modelo teórico. Para a lingüística um signo tem um significado. Sabemos entretanto que, ao falar, nós estamos diariamente modificando, acrescentando, excluindo, torcendo os significados codificados pela língua. Mas, muito mais do que isto, para Bakhtin, já que se trata de linguagem e não de língua, a unidade básica não pode ser o signo, mas o enunciado. Um enunciado não é um signo pela simples razão de que para existir ele exige a presença de um enunciador (quem fala, quem escreve) e de um receptor (quem ouve, quem lê). Um signo, num dicionário, não é e não pode ser um enunciado. Este exige uma realização histórica. Um enunciado acontece em um determinado local e em um tempo determinado, é produzido por um sujeito histórico e recebido por outro. Cada enunciado é único e irrepetível. A mesma frase, exatamente a mesma, pronunciada em situações sociais diferentes, ainda que pelo mesmo enunciador, não constitui um mesmo enunciado e não pode constituir. O hipertexto eletrônico expõe agora na prática o que Mikhail Bakhtin havia demonstrado na teoria: que nenhum enunciado pode ser entendido isolado, que todos fazem parte de uma cadeia infinita de conversação. Todos os enunciados são respostas a enunciados anteriores, e pressupõe novas respostas já no ato de sua enunciação. João José Saraiva da Fonseca
  • 20. João José Saraiva da Fonseca Foucault Foucault no elabora propiamente una propuesta explícita del hipertexto aunque sus planteamientos se comportan como tal. Para Foucault quot;... todo discurso manifesto repousa sobre um já dito ... as fronteiras de um livro jamais são nítidas nem rigorosamente determinadas: além do título, das primeiras linhas e do ponto final, além de sua configuração interna e da forma que lhe dá autonomia, está preso em um sistema de remissões a outros livros, outros textos, outras frases: nó em uma rede. (...) A unidade, mesmo entendida como feixe de relações, não pode ser considerada como idêntica.” Antonio Carlos dos Santos Xavier Antonio Carlos dos Santos Xavier concebe o hipertexto como ‘um espaço virtual inédito e exclusivo no qual tem lugar um modo digital de enunciar e de construir sentido’. O hipertexto é uma tecnologia enunciativa híbrida e flexível que dialoga com outras interfaces midiáticas e acondiciona formas outras de textualidade. Fabiana Komesu Para Fabiana Komesu o traço principal do hipertexto seria a liberdade de expressão (do autor) e de escolha (do leitor), com a manifestação de práticas que estariam desvencilhadas das restrições do mundo impresso, e que seriam impulsionadas pela hipermídia e pela circulação das informações em rede mundial. A autora considera eu o traço mais importante do hipertexto é que como em todos os usos da linguagem, há sempre a consideração do outro. Se a única tarefa do autor fosse a marcação dos links, ele ainda assim teria em seu horizonte a projeção de uma imagem de leitor. Sendo o leitor co-autor ou não do hipertexto, ele sempre estará em relação com uma imagem de autor nas práticas da leitura. É assim que se dá o acabamento do (hiper)texto: com a participação do Outro (no Outro). Trata-se da constituição de uma alteridade multilinearizada, fragmentada, descorporalizada, volatilizante, decorrente de nossas relações atuais com as coisas do mundo João José Saraiva da Fonseca
  • 21. João José Saraiva da Fonseca Carla Viana Coscarelli A característica principal do hipertexto digital é ter links, ou seja, é ser um texto que contém caminhos que levam, com um clicar do mouse, a outros textos. Assim, a idéia de todo ou de completude fica a critério do leitor. O texto acaba onde ele se sentir satisfeito com a leitura. Quando a gente vai navegar na internet e vê palavras marcadas de azul, ícones ou botões em que podemos clicar para encontrar mais informações, estamos num hipertexto. Sites são normalmente hipertextos, mas um hipertexto pode ir muito além de um site. A noção de texto agora vai além da idéia tradicional do material que foi produzido por um autor num número de páginas que ele define onde começa e onde acaba. Isso não implica, no entanto, que o leitor faça esse percurso todo e na ordem apresentada no material impresso. O internauta, assim como o leitor de jornal, vai de um lado para outro, em busca dos seus interesses. Não sei se há tantas novidades assim no universo digital. O que acontece é que tínhamos uma visão muito equivocada do processo de leitura, acreditando que todo e qualquer leitor em toda e qualquer situação sempre leu os textos do início ao fim, sem pular partes, sem ir de um material para o outro. Não é assim que lemos todos os textos. O leitor não é passivo assim e o hipertexto só reforça e facilita essa dinâmica de leitura, que sempre existiu. Carla Viana Coscarelli tem procurado demonstrar em seus estudos sobre o hipertexto, preocupação com a face pedagógica da leitura de hipertextos. Do ponto de vista de pesquisa em cognição, a autora tem insistido em mostrar que toda leitura é hipertextual, independentemente de a realização do texto ser “linear” ou não. Parece sugerir um conceito de hipertexto como arquitetura, mapa, montagem, já que pode ser apenas a exteriorização de um “jeito de pensar”. Para ela, não pode haver novidade no hipertexto que o torne tão diverso do que já se conhece em leitura. Coscarelli sustenta, portanto, não um conceito de hipertexto (objeto), mas um jeito hipertextual de ler, que não é invenção recente, diga-se de passagem. Dizer que um texto é composto de elementos que são dispostos um após o outro, numa seqüência linear, não significa que o texto seja linear. Uma notícia vem “logo após” uma manchete, João José Saraiva da Fonseca
  • 22. João José Saraiva da Fonseca mas elas não formam uma seqüência linear. Há uma hierarquia marcada aqui. A diferença do tamanho da fonte usada nesses dois segmentos do texto indica para o leitor que ele precisa diferenciar esses dois elementos. O mesmo acontece com os títulos e os subtítulos, presentes em vários gêneros textuais. Luiz Antônio Marcuschi Para Luiz Antônio Marcuschi o hipertexto não é um gênero textual nem um simples suporte de gêneros diversos, ele é um novo espaço de escrita. É um espaço cognitivo aberto, sem margens e sem fronteiras, que vai além do espaço da folha de papel e do espaço do livro, se transformando em realidade virtual e que exige a revisão de nossas estratégias de lidar com o texto. É uma forma de organização cognitiva e referencial cujos princípios constituem um conjunto de possibilidades estruturais que caracterizam ações e decisões cognitivas baseadas em (séries de) referenciações não contínuas e não progressivas. Considerando que a linearidade lingüística sempre constituiu um princípio básico da teorização (formal ou funcional) da língua, o hipertexto rompe esse padrão em alguns níveis. Nele, não se observa uma ordem de construção, mas possibilidades de construção textual plurinearizada. Para alguns autores, o hipertexto é a morte da Literatura, sobretudo no que diz respeito às estratégias respeitantes à continuidade textual, pois o “novo espaço” não é mais linear nem se comporta numa direção definida. Para outros é a sua apoteose com caminhos totalmente abertos e escolhas infindáveis propiciando um texto de múltiplas tramas, múltiplas conexões, ou seja, a realização do labirinto literário. Seria a simbiose completa de autor e leitor, tendo em vista se completarem nas escolhas e todas as leituras tornar-se-iam simultaneamente produções singulares. Vera Menezes Para Vera Menezes, o hipertexto designa uma coleção de documentos com links, ou hiperlinks, que auxiliam o leitor a ir de um texto (texto escrito ou imagem) a outro, em um movimento auto-gerenciado. O hipertexto se João José Saraiva da Fonseca
  • 23. João José Saraiva da Fonseca caracteriza pela não-linearidade, pela liberdade do percurso que o leitor pode construir. A princípio, poderíamos pensar que o hipertexto depende do autor que cria os links, mas hoje com os mecanismos de busca cada vez mais inteligentes, qualquer leitor na web pode utilizar hipertexto, saindo do texto e voltando ao mesmo, sempre que quiser aprofundar seu conhecimento sobre algum tópico ou encontrar alguma informação rápida sobre algo mencionado no texto. Questões Emergentes 1. Como aprende e interage o usuário de hipertextos on-line? 2. Qual o potencial comunicativo e pedagógico dos novos gêneros digitais? 3. Como o hipertexto pode contribuir para auxiliar a aprendizagem em ambientes virtuais João José Saraiva da Fonseca
  • 24. João José Saraiva da Fonseca João José Saraiva da Fonseca
  • 25. João José Saraiva da Fonseca João José Saraiva da Fonseca
  • 26. João José Saraiva da Fonseca João José Saraiva da Fonseca
  • 27. João José Saraiva da Fonseca João José Saraiva da Fonseca
  • 28. João José Saraiva da Fonseca O hipertexto no contexto educacional Num primeiro lançar de olhos percebemos que assim como reconfigura o papel do autor-escritor e do usuário-leitor, alterando a idéia de posse e de autoria de um texto fisicamente ilhado, com significado único, e hierarquicamente superior aos comentários e notas que dizem respeito a ele, o hipertexto pode afetar, também, a forma de atuação do professor e do aluno. O professor tem parte de sua autoridade e poder transferidos ao aluno, tornando-se mais um colaborador no processo de ensino e aprendizagem, que assume características de parceria. O aluno, tal como o leitor do hipertexto, torna-se mais ativamente participante em relação ao processo de aquisição de conhecimentos, pelo fato de lhe ser facultado elaborar livremente, sob a sua própria responsabilidade, trajetos de seu interesse, acessando, seqüenciando, derivando significados novos e acrescentando comentários pessoais às informações que lhe possam ser apresentadas. Sem nos deixarmos seduzir pela utopia tecnológica poderíamos enumerar, ainda, algumas das vantagens do uso do hipertexto, quando cuidadosamente planejado: • sistemas de hipertexto enquanto ferramentas de ensino e aprendizagem parecem facilitar um ambiente no qual a aprendizagem acontece de forma incidental e por descoberta, pois ao tentar localizar uma informação, os usuários de hipertexto, participam ativamente de um processo de busca e construção do conhecimento, forma de aprendizagem considerada como mais duradoura e transferível do que aquela direta e explicita; • uma sala de aula onde se trabalha com hipertextos se transforma num espaço transacional apropriado ao ensino e aprendizagem colaborativos, mas também adequado ao atendimento de diferenças individuais, quanto ao grau de dificuldades, ritmo de trabalho e interesse; • para os professores hipertextos se constituem como recursos importantes para organizar material de diferentes disciplinas ministradas João José Saraiva da Fonseca
  • 29. João José Saraiva da Fonseca simultaneamente ou em ocasião anterior e mesmo para recompor colaborações preciosas entre diferentes turmas de alunos. Outro aspecto fundamental do hipertexto é sua eficiência no planejamento e desenvolvimento de cursos à distância, facilitando a informação a estudantes localizados nos mais distintos pontos. Finalmente hipertextos tornam realidade a abordagem interdisciplinar dos mais diversos temas, abolindo as fronteiras que separam as áreas do conhecimento. Problemas do Hipertexto Paralelamente aos aspectos positivos os teóricos do hipertexto apontam, também, os problemas que podem advir de seu uso como sistema de ensino e aprendizagem. Na construção do hipertexto deverá ser atribuída atenção ao fato de se a estrutura do hiperdocumento apresentar uma trilha de navegação desorganizada ou design cognitivamente pobre, a pesquisa e a navegação (browsing) pelo usuário se tornar deficitário, podendo ocasionar: - Desorientação do usuário: muita informação e nível de complexidade maior que os limites da cognição visual do usuário. - Transbordamento cognitivo: grande número de opções apresentadas ao usuário em curto espaço de tempo Na utilização deverá ser atribuída atenção à digressão associativa o utilizador que acontece quando o aluno ao pretender seguir as cadeias de pensamento existentes, acaba por perder o seu objetivo original. Por outro lado a navegabilidade rápida e superficial, ocasiona que o aluno salte de uma idéia para outra, sem um processo de releitura e reflexão. Hipertextual e TV Digital Na Internet, o link permite ao usuário saltar, pular, ser levado ou qualquer outro termo semelhante, para uma outra página, um outro site ou outro texto, ou para João José Saraiva da Fonseca
  • 30. João José Saraiva da Fonseca informações sobre o conteúdo ou produção do programa que está assistindo. Esta possibilidade pode ser comparada com o termo utilizado na televisão analógica de zapping, em que o telespectador, munido de seu controle remoto, fica pulando de canal em canal até encontrar um que o satisfaça. Porém, como nos lembra Johnson (2001), na televisão o espectador pula de canal em canal porque está entediado, na Internet (e também na TV Digital) ele aciona um link porque está interessado e essa é uma diferença fundamental. O importante é identificar que os links ou canais adicionais também podem ser comparados aos pontos de indeterminação em uma obra literária, o que pode contribuir para programar a leitura ou para visualização de uma obra. Assim como na literatura, os links na Internet e na TV Digital também podem programar o usuário para percorrer caminhos estipulados pelo autor ou diretor, enfim, o emissor da mensagem Os links cumprem exatamente esse papel no momento em que o autor deixa para o usuário a possibilidade de buscar uma nova informação ou complementar a que já está tendo, que pode ser um texto, uma foto ou mesmo um outro programa. Entretanto, há quem pense de forma diferente. Johnson (2001) chega a afirmar que o hiperlink seria uma forma de o usuário fugir do controle programado pelo autor. A ficção no hipertexto vai além de tudo isso, argumentavam seus defensores. Ela iria literalizar a metáfora da “revolta do leitor”. O hipertexto seria uma forma mais igualitária, em que o leitor criaria a narrativa clicando em links e acompanhando diferentes tramas, como nos velhos livros para criança, do tipo “escolha sua própria aventura”. Podemos imaginar uma vasta possibilidade de utilização da obra ficcional na Internet e na TV Digital no que diz respeito à visualização e à interatividade ou usabilidade entre os internautas. Assim, não basta enumerar as possibilidades técnicas de um novo veículo para se tentar compreender as transformações que poderão ocorrer na sociedade. Para tentar compreender o fenômeno da recepção da nova mídia, deve-se estabelecer as relações do indivíduo e do aparelho, suas aplicações físicas e psíquicas, e também a relação do indivíduo com os produtos disponibilizados por ela. Deve-se, assim, tentar uma melhor utilização do termo interatividade, pois como analisado, sua importância e capacidade de transformações na relação entre receptor e emissor estão apenas no início. João José Saraiva da Fonseca
  • 31. João José Saraiva da Fonseca Contudo, é certo que irão aumentar gradativamente e em níveis cada vez mais complexos, à medida que as novas tecnologias interativas forem se implantando definitivamente. João José Saraiva da Fonseca