2. Era uma vez um pinto graúdo que bicava no chão à procura de grão de milho, de trigo ou de centeio. Estava a ficar desesperado, porque não encontrava grão para comer.
3. Foi então que encontrou uma saca de moedas de ouro. Como era um pinto honesto decidiu levar as moedas de ouro ao rei e receber uma recompensa.
4. O pinto pintão pôs-se a caminho do palácio real. O palácio ficava longe e o caminho era difícil. Passou por um rio e pediu-lhe para arredar dali. Como o rio não arredou dali. O pinto pintão bebeu a água do rio.
5. No caminho, passou por uma raposa, uma coruja e um lobo, que queriam fazer-lhe frente. O pinto pintão disse, primeiro à raposa, para arredar dali. A raposa não ligou e o pinto pintão não esteve com meias medidas. Abriu o bico e - zás! -engoliu a raposa. O mesmo aconteceu à coruja e ao lobo.
6. Quando chegou à porta do palácio, o pinto pintão entregou ao rei a saca com as moedas de ouro. O rei em vez de o recompensar, mandou os guardas prenderem-no na capoeira.
7. Mas o pinto pintão não esteve com meias medidas. Abriu o bico e saiu de lá a raposa e comeu as galinhas.
8. Zangado o rei mandou prendê-lo na cavalariça. O pinto pintão abriu o bico e de lá saiu o lobo que comeu os cavalos.
9. Então o rei, mandou prender o pinto pintão num pote com azeite. O pinto abriu o bico e saiu a coruja que bebeu o azeite.
10. Então o rei, sem saber o que mais havia de fazer, mandou que aquecessem o forno e metessem o pinto lá dentro. Desta vez, o pinto pintão, que não era de meias medidas, botou cá para fora o rio, que apagou o forno.
11. Já estava o palácio quase a afundar-se quando, finalmente, o rei ordenou, que dessem a saca das moedas de ouro ao pinto pintão.
12. Com as moedas de ouro o pinto pintão comprou sacos de milho, centeio, trigo e encheu a despensa.