Di Cavalcanti foi um pintor brasileiro nascido em 1897 no Rio de Janeiro. Ele estudou arte em São Paulo e Paris e participou da Semana de Arte Moderna de 1922. Suas obras retratam temas populares brasileiros e ele recebeu vários prêmios ao longo de sua carreira. Di Cavalcanti faleceu em 1976 no Rio de Janeiro.
3. Cronologica
1908 - Recebe aulas do pintor Gaspar Puga Garcia.
1914 – Publica seu primeiro trabalho como desenhista na Revista Fon-Fon.
1916 – Participa do III Salão dos Coadjuvantes. - Muda-se para São Paulo.
1917 – Primeira exposição individual na redação de A Cigarra, em São Paulo.
1919 – Ilustra o livro Carnaval, de Manuel Bandeira.
1921 – Ilustra Balada do sequestro de Reading, de Oscar Wilde.
1922 – Participa da Semana de Arte Moderna, fazendo a capa do trabalho e expondo 11 obras.
1923 – Vai para Europa, fixa residência em Paris como correspondente do jornal Correio da Manhã.
1925 – Volta ao Brasil, morando na Capital.
1929 – Pinta dois paineis para o Teatro João Caetano, no Rio de janeiro.
1935 – Volta novamente para a Europa.
1937 – Medalha de ouro com a decoração do Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira, na Exposição de
Arte Específica, em Chicago.
1940 – Volta para o Brasil, fixando-se em São Paulo.
1941 – Ilustra o livro Uma noite na taverna / Macário, de Álvares de Azevedo.
1947 – Expõe na Galeria Domus, no Rio de Janeiro.
1953 – Ganha, com Alfredo Volpi, o prêmio de melhor pintor nacional na IV Bienal de São Paulo.
1954 – Retrospectiva do seu nascimento no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
1955 – Publica Viagem de minha vida, livro de memórias.
1956 – Recebe nono prêmio na Mostra de Arte Sacra, na França.
1960 – Recebe medalha de ouro por sua participação com sala especial na IV Bienal Interamericana, no
México.
1963 – Homenageado na VII Bienal de São Paulo.
1964 – Exposição comemorativa dos seus 60 anos de artista, na Galeria Relevo, RJ. - Publica o livro
Reminiscências líricas de um perfeito cidadão carioca.
1971 – Retrospectiva da sua vida artística Museu de Arte Moderna de São Paulo.
1976 – Morre em sua cidade natal.
4. Biografia
Emiliano Di Cavalcanti nasceu em 1897, no Rio de Janeiro, na casa de José do Patrocínio, que
era casado com uma tia do futuro pintor. Quando seu pai morre em 1914, Di obriga-se a
trabalhar e faz ilustrações para a Revista Fon-Fon. Antes que os trepidantes anos 20 se
inaugurem vamos encontrá-lo estudando na Faculdade de Direito. Em 1917 transferindo-se
para São Paulo ingressa na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Segue fazendo
ilustrações e começa a pintar. O jovem Di Cavalcanti freqüenta o atelier do impressionista
George Elpons e torna-se amigo de Mário e Oswald de Andrade. Em 1921 casa-se com Maria,
filha de um primo-irmão de seu pai. Entre 11 e 18 de fevereiro de 1922 idealiza e organiza a
Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo, cria para essa ocasião as peças
promocionais do evento: catálogo e programa. Faz sua primeira viagem à Europa em 1923,
permanecendo em Paris até 1925. Freqüenta a Academia Ranson. Expõe em diversas cidades:
Londres, Berlim, Bruxelas, Amsterdan e Paris. Conhece Picasso, Léger, Matisse, Eric Satie, Jean
Cocteau e outros intelectuais franceses. Retorna ao Brasil em 1926 e ingressa no Partido
Comunista. Segue fazendo ilustrações. Faz nova viagem a Paris e cria os painéis de decoração
do Teatro João Caetano no Rio de Janeiro.
5. Os anos 30 encontram um Di Cavalcanti imerso em dúvidas quanto a sua liberdade como
homem, artista e dogmas partidários. Inicia suas participações em exposições coletivas, salões
nacionais e internacionais como a International Art Center em Nova Iorque. Em 1932, funda em
São Paulo, com Flávio de Carvalho, Antonio Gomide e Carlos Prado, o Clube dos Artistas
Modernos. Sofre sua primeira prisão em 1932 durante a Revolução Paulista. Casa-se com a
pintora Noêmia Mourão. Publica o álbum A Realidade Brasileira, série de doze desenhos
satirizando o militarismo da época. Em Paris, em 1938, trabalha na rádio Diffusion Française nas
emissões Paris Mondial. Viaja ao Recife e Lisboa onde expõe no salão “O Século” quando
retorna é preso novamente no Rio de Janeiro. Em 1936 esconde-se na Ilha de Paquetá e é preso
com Noêmia. Libertado por amigos, seguem para Paris, lá permanecendo até 1940. Em 1937
recebe medalha de ouro com a decoração do Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira, na
Exposição de Arte Técnica, em Paris.
Com a iminência da Segunda Guerra deixa Paris. Retorna ao Brasil, fixando-se em São Paulo. Um
lote de mais de quarenta obras despachadas da Europa não chegam ao destino, extraviam-se.
Passa a combater abertamente o abstracionismo através de conferências e artigos. Viaja para o
Uruguai e Argentina, expondo em Buenos Aires. Conhece Zuíla, que se torna uma de suas
modelos preferidas. Em 1946 retorna à Paris em busca dos quadros desaparecidos, nesse
mesmo ano expõe no Rio de Janeiro, na Associação Brasileira de Imprensa. Ilustra livros de
Vinícius de Morais, Álvares de Azevedo e Jorge Amado. Em 1947 entra em crise com Noêmia
Mourão - "uma personalidade que se basta, uma artista, e de temperamento muito
complicado...". Participa com Anita Malfatti e Lasar Segall do júri de premiação de pintura do
Grupo dos 19. Segue criticando o abstracionismo. Expõe na Cidade do México em 1949.
6. É convidado e participa da I Bienal de São Paulo, 1951. Faz uma doação generosa ao Museu de
Arte Moderna de São Paulo, constituída de mais de quinhentos desenhos. Beryl Tucker Gilman
passa a ser sua companheira. Nega-se a participar da Bienal de Veneza. Recebe a láurea de
melhor pintor nacional na II Bienal de São Paulo, prêmio dividido com Alfredo Volpi. Em 1954 o
MAM, Rio de Janeiro, realiza exposição retrospectivas de seus trabalhos. Faz novas exposições
na Bacia do Prata, retornando à Montevidéu e Buenos Aires. Publica Viagem de minha vida.
1956 é o ano de sua participação na Bienal de Veneza e recebe o I Prêmio da Mostra
Internacional de Arte Sacra de Trieste. Adota Elizabeth, filha de Beryl. Seus trabalhos fazem
parte de exposição itinerante por países europeus. Recebe proposta de Oscar Niemayer para a
criação de imagens para tapeçaria a ser instalada no Palácio da Alvorada também pinta as
estações para a Via-sacra da catedral de Brasília.
7. década de 60
Ganha Sala Especial na Bienal Interamericana do México, recebendo Medalha de Ouro. Torna-se
artista exclusivo da Petite Galerie, Rio de Janeiro. Viagem a Paris e Moscou. Participa da
Exposição de Maio, em Paris, com a tela Tempestade. Participa com Sala Especial na VII Bienal
de São Paulo. Recebe indicação do presidente João Goulart para ser adido cultural na França,
embarca para Paris e não assume por causa do golpe de 1964. Vive em Paris com Ivette Bahia
Rocha, apelidada de Divina. Lança novo livro, Reminiscências líricas de um perfeito carioca e
desenha jóias para Lucien Joaillier. Em 1966 seus trabalhos desaparecidos no início da deácada
de 40 são localizados nos porões da Embaixada brasileira. Candidata-se a uma vaga na Academia
Brasileira de Letras, mas não se elege. Seu cinquentenário artístico é comemorado.
década de 70
A modelo Marina Montini é a musa da década. Em 1971 o Museu de Arte Moderna de São
Paulo organiza retrospectiva de sua obra e recebe prêmio da Associação Brasileira de Críticos de
Arte. Comemora seus 75 anos no Rio de Janeiro, em seu apartamento do Catete. A Universidade
Federal da Bahia outorga-lhe o título de Doutor Honoris Causa. Faz exposição de obras recentes
na Bolsa de Arte e sua pintura Cinco Moças de Guaratinguetá é reproduzido em selo. Falece no
Rio de Janeiro em 26 de Outubro de 1976.