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Universidade Federal de Lavras

    A comunidade urbana como configuração
            espacial e ordem moral

                                    Robert E. Park
   Professor Eugenius Warming, publicou um pequeno volume
    intitulado Comunidade de Plantas.

   Ele chamava a atenção para o fato de que diferentes espécies
    de plantas tendem a formar grupos permanentes, que ele
    chamou de “comunidades”.

    As comunidades de plantas começam existir gradualmente,
    passam por certas mudanças características e finalmente se
    desintegram e são sucedidas por outras comunidades de
    gêneros diversos.
   E estas observações tornaram-se mais tarde o ponto de partida
    para uma série de estudos que desde então tornaram-se
    familiares sob o título de “ECOLOGIA”

    A Ecologia Humana ,como os sociólogos gostariam de
    empregar o termo, não se identifica com a Geografia, nem
    mesmo com a Geografia Humana, porque não se trata do
    homem, e sim da comunidade; não é a relação do homem com a
    terra em que vive, o que mais nos preocupa, e sim as suas
    relações com outros homens.
Dentro dos limites de cada “área natural”, a distribuição da
     população tende a assumir padrões definidos e típicos.


      Pois, cada grupo local apresenta um modo (conjunto) mais ou
      menos definido das unidades individuais que o compõem.




      Segundo Durkheim e seus discípulos a forma que esse
conjunto toma ou a posição de cada individuo na comunidade
com referência a cada um dos outros indivíduos são denominado
aspectos morfológicos da sociedade.
   A Ecologia Humana, conforme concebem-na os sociólogos
    procura ressaltar não tanto a geografia como o espaço.

    Na sociedade, não só vivemos juntos, como ao mesmo tempo
    vivemos separados, e as relações humanas podem sempre ser
    computadas, com maior ou menor exatidão, em termos de
    distância.

   As comunidades locais podem ser comparadas com referência
    às áreas que ocupam e com referência à relativa densidade da
    distribuição de população dentro daquelas áreas.
   As cidades, especialmente as grandes, onde maior
    tem sido a seleção e segregação das populações,
    demonstram certas características morfológicas que
    não são encontradas em agregados menores de
    população.


    Um dos incidentes do tamanho é a diversidade.
    Quando outras coisas são iguais, quanto maior for a
    comunidade, tanto mais larga é a divisão de trabalho.
CRESCIMENTO DA
                    CIDADE
    Envolve não só o           Crescimento de novas
    aumento de número,           regiões que com isso
    como todas as                passam a ter aumento
    mudanças e                   nos valores de
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    associadas aos               das ocupações.
    indivíduos para
    encontrar seu lugar na
    complexidade da vida
    urbana.
   A comunidade, diferenciada dos indivíduos que a
    compõem, tem duração de existência indefinida.

   Sabemos que as comunidades começam a existir,
    expandem-se e florescem por algum tempo, depois
    declinam. Isto se dá tanto com as sociedades humanas
    quanto com as comunidades de plantas.
   Toda nova geração tem de aprender a acomodar-se a
    uma ordem de coisas determinada e mantida
    principalmente pelos mais velhos. Os indivíduos
    crescem, incorporam-se à vida da comunidade e
    finalmente retiram-se e desaparecem. Mas a
    comunidade, com a ordem moral que encerra, continua
    a viver.
   Numa sociedade em que se operam grandes e rápidas
    mudanças, maior é a necessidade da educação pública
    que ordinariamente se obtém por meio da imprensa, das
    discussões e das conversas. O nosso conhecimento e
    político e o nosso senso comum , observações
    baseadas no pessoal e na tradição, não acompanham
    as verdadeiras mudanças que estão verificando na
    nossa vida comum.
   Um dos incidentes do crescimento da comunidade é a
    seleção e a segregação da população, e a criação, de
    um lado, dos grupos sociais naturais, e do outro, das
    áreas sociais naturais.

   As segregações de população se verificam, primeiro,
    baseadas na língua e na cultura, e segundo, baseadas
    na raça. Alguns exemplos são os guetos, os “bairros
    chineses”, as “ Pequenas Sicílias”.
   Dentro dessas colônias outros processos de seleção se
    verificam, provocando a segregação baseada sobre os
    interesses vocacionais, sobre a inteligência e sobre a
    ambição pessoal. O resultado é que os mais sagazes,
    os mais energéticos e os mais ambiciosos emergem de
    suas colônias de imigrantes e se mudam para uma área
    secundária de fixação.

   O ponto chave é que, a mudança de ocupação, o êxito
    ou o fracasso pessoal- em suma, as mudanças na
    posição social e econômica tendem a registrar-se nas
    mudanças de localização.
   A seleção e a segregação sociais, que criam os grupos
    naturais, determinam ao mesmo tempo as áreas
    naturais da cidade.
A cidade moderna difere da antiga em um
          ponto importante:
   Cidade Antiga               Cidade Moderna

Crescia em volta de uma      Cresce em volta de um
  fortaleza;                   mercado;
Era o centro de uma região   Tende a ser o centro de
  que relativamente se         uma região altamente
  bastava assim mesmo;         especializada,com uma
As mercadorias eram para       área correspondente de
  consumo doméstico,           comércio largamente
  apenas da comunidade.        extensa.
   Nessas circunstâncias, as linhas gerais da cidade
    moderna serão determinadas :

                    1.     Pela geografia local

               2.        Pelas vias de transporte

A geografia local, modificada por estrada de ferro e outros
    meios principais de transporte, ligando-se todos eles,
    como se dá invariavelmente, às maiores indústrias,
    fornece as configurações gerais da estrutura da
    cidade.
    A comunidade urbana típica é na verdade muito mais
    complicada e existem variações características para
    diferentes tipos e tamanhos de cidades.

    O principal ponto, entretanto, é que em toda parte a
    comunidade tende a assumir algum padrão, e esse
    padrão invariavelmente vem a ser um conjunto de áreas
    urbanas típicas, as quais podem todas ser
    geograficamente localizadas e espacialmente definidas.
   As áreas naturais são os habitats de grupos naturais.
    Cada área urbana típica pode conter uma seleção
    característica da população da comunidade em geral.

    Nas cidades grandes, a divergência de maneiras, do
    padrão de vida e da perspectiva geral da vida nas
    diferentes áreas urbanas que às vezes surpreende.

   Isto ressalta a importância da localização, da posição e
    da mobilidade como índices para medir, descrever e ,
    afinal, explicar os fenômenos sociais.
   A mobilidade mede a mudança social e sua
    desorganização, porque esta mudança quase sempre
    compreende alguma mudança de posição no espaço,
    mesmo aquela que chamamos de “progresso”.



   Professor Burgess aponta várias formas de
    desorganização social, a qual parecem estar
    aproximadamente correlacionadas com mudanças na
    vida da cidade as quais podem ser medidas em termos
    de mobilidade.
   A mobilidade é importante como conceito sociológico,
    somente enquanto ela garante novos contatos sociais e
    a distância física é importante para as relações sociais,
    somente quando é possível interpretá-la em termos de
    distância social.

   Organismo social: é feito de unidades capazes de
    locomoção.
    O fato de que cada indivíduo é capaz de movimento no
    espaço, assegura-lhe uma experiência que é particular e
    peculiar.
   A necessidade do saber surge da própria necessidade
    de verificar e fundir essas experiências individuais
    divergentes e reduzi-las a termos que as tornem
    inteligíveis a todos nós.

    A autoconsciência é apenas a nossa consciência
    dessas diferenças individuais de experiência, juntamente
    com um senso da sua incomunicabilidade.
    Portanto, o espaço não é o único obstáculo à
    comunicação e que as distancias sociais nem sempre
    podem ser adequadamente medidas em termos
    puramente físicos.
    A sociedade em que vivemos vem a ser
    invariavelmente uma ordem moral em que a posição do
    indivíduo, bem como a concepção de si próprio é
    determinada pelas atitudes de outros indivíduos e pelos
    padrões que o grupo mantém.

    Em tal sociedade, o indivíduo torna-se uma pessoa,
    sendo esta simplesmente um indivíduo que tem em
    alguma parte, um “status” social.

   Os fatos sociais e psíquicos podem ser medidos apenas
    até o ponto em que eles podem ser reduzidos ou
    correlacionados com fatos espaciais.
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Comunidade Urbana como Configuração Espacial

  • 1. Universidade Federal de Lavras A comunidade urbana como configuração espacial e ordem moral Robert E. Park
  • 2. Professor Eugenius Warming, publicou um pequeno volume intitulado Comunidade de Plantas.  Ele chamava a atenção para o fato de que diferentes espécies de plantas tendem a formar grupos permanentes, que ele chamou de “comunidades”.  As comunidades de plantas começam existir gradualmente, passam por certas mudanças características e finalmente se desintegram e são sucedidas por outras comunidades de gêneros diversos.
  • 3. E estas observações tornaram-se mais tarde o ponto de partida para uma série de estudos que desde então tornaram-se familiares sob o título de “ECOLOGIA”  A Ecologia Humana ,como os sociólogos gostariam de empregar o termo, não se identifica com a Geografia, nem mesmo com a Geografia Humana, porque não se trata do homem, e sim da comunidade; não é a relação do homem com a terra em que vive, o que mais nos preocupa, e sim as suas relações com outros homens.
  • 4. Dentro dos limites de cada “área natural”, a distribuição da população tende a assumir padrões definidos e típicos. Pois, cada grupo local apresenta um modo (conjunto) mais ou menos definido das unidades individuais que o compõem. Segundo Durkheim e seus discípulos a forma que esse conjunto toma ou a posição de cada individuo na comunidade com referência a cada um dos outros indivíduos são denominado aspectos morfológicos da sociedade.
  • 5. A Ecologia Humana, conforme concebem-na os sociólogos procura ressaltar não tanto a geografia como o espaço.  Na sociedade, não só vivemos juntos, como ao mesmo tempo vivemos separados, e as relações humanas podem sempre ser computadas, com maior ou menor exatidão, em termos de distância.  As comunidades locais podem ser comparadas com referência às áreas que ocupam e com referência à relativa densidade da distribuição de população dentro daquelas áreas.
  • 6. As cidades, especialmente as grandes, onde maior tem sido a seleção e segregação das populações, demonstram certas características morfológicas que não são encontradas em agregados menores de população.  Um dos incidentes do tamanho é a diversidade. Quando outras coisas são iguais, quanto maior for a comunidade, tanto mais larga é a divisão de trabalho.
  • 7. CRESCIMENTO DA CIDADE  Envolve não só o  Crescimento de novas aumento de número, regiões que com isso como todas as passam a ter aumento mudanças e nos valores de movimentos que são terrenos, multiplicação associadas aos das ocupações. indivíduos para encontrar seu lugar na complexidade da vida urbana.
  • 8. A comunidade, diferenciada dos indivíduos que a compõem, tem duração de existência indefinida.  Sabemos que as comunidades começam a existir, expandem-se e florescem por algum tempo, depois declinam. Isto se dá tanto com as sociedades humanas quanto com as comunidades de plantas.
  • 9. Toda nova geração tem de aprender a acomodar-se a uma ordem de coisas determinada e mantida principalmente pelos mais velhos. Os indivíduos crescem, incorporam-se à vida da comunidade e finalmente retiram-se e desaparecem. Mas a comunidade, com a ordem moral que encerra, continua a viver.
  • 10. Numa sociedade em que se operam grandes e rápidas mudanças, maior é a necessidade da educação pública que ordinariamente se obtém por meio da imprensa, das discussões e das conversas. O nosso conhecimento e político e o nosso senso comum , observações baseadas no pessoal e na tradição, não acompanham as verdadeiras mudanças que estão verificando na nossa vida comum.
  • 11. Um dos incidentes do crescimento da comunidade é a seleção e a segregação da população, e a criação, de um lado, dos grupos sociais naturais, e do outro, das áreas sociais naturais.  As segregações de população se verificam, primeiro, baseadas na língua e na cultura, e segundo, baseadas na raça. Alguns exemplos são os guetos, os “bairros chineses”, as “ Pequenas Sicílias”.
  • 12. Dentro dessas colônias outros processos de seleção se verificam, provocando a segregação baseada sobre os interesses vocacionais, sobre a inteligência e sobre a ambição pessoal. O resultado é que os mais sagazes, os mais energéticos e os mais ambiciosos emergem de suas colônias de imigrantes e se mudam para uma área secundária de fixação.  O ponto chave é que, a mudança de ocupação, o êxito ou o fracasso pessoal- em suma, as mudanças na posição social e econômica tendem a registrar-se nas mudanças de localização.
  • 13. A seleção e a segregação sociais, que criam os grupos naturais, determinam ao mesmo tempo as áreas naturais da cidade.
  • 14. A cidade moderna difere da antiga em um ponto importante:  Cidade Antiga  Cidade Moderna Crescia em volta de uma Cresce em volta de um fortaleza; mercado; Era o centro de uma região Tende a ser o centro de que relativamente se uma região altamente bastava assim mesmo; especializada,com uma As mercadorias eram para área correspondente de consumo doméstico, comércio largamente apenas da comunidade. extensa.
  • 15. Nessas circunstâncias, as linhas gerais da cidade moderna serão determinadas : 1. Pela geografia local 2. Pelas vias de transporte A geografia local, modificada por estrada de ferro e outros meios principais de transporte, ligando-se todos eles, como se dá invariavelmente, às maiores indústrias, fornece as configurações gerais da estrutura da cidade.
  • 16. A comunidade urbana típica é na verdade muito mais complicada e existem variações características para diferentes tipos e tamanhos de cidades.  O principal ponto, entretanto, é que em toda parte a comunidade tende a assumir algum padrão, e esse padrão invariavelmente vem a ser um conjunto de áreas urbanas típicas, as quais podem todas ser geograficamente localizadas e espacialmente definidas.
  • 17. As áreas naturais são os habitats de grupos naturais. Cada área urbana típica pode conter uma seleção característica da população da comunidade em geral.  Nas cidades grandes, a divergência de maneiras, do padrão de vida e da perspectiva geral da vida nas diferentes áreas urbanas que às vezes surpreende.  Isto ressalta a importância da localização, da posição e da mobilidade como índices para medir, descrever e , afinal, explicar os fenômenos sociais.
  • 18. A mobilidade mede a mudança social e sua desorganização, porque esta mudança quase sempre compreende alguma mudança de posição no espaço, mesmo aquela que chamamos de “progresso”.  Professor Burgess aponta várias formas de desorganização social, a qual parecem estar aproximadamente correlacionadas com mudanças na vida da cidade as quais podem ser medidas em termos de mobilidade.
  • 19. A mobilidade é importante como conceito sociológico, somente enquanto ela garante novos contatos sociais e a distância física é importante para as relações sociais, somente quando é possível interpretá-la em termos de distância social.  Organismo social: é feito de unidades capazes de locomoção. O fato de que cada indivíduo é capaz de movimento no espaço, assegura-lhe uma experiência que é particular e peculiar.
  • 20. A necessidade do saber surge da própria necessidade de verificar e fundir essas experiências individuais divergentes e reduzi-las a termos que as tornem inteligíveis a todos nós.  A autoconsciência é apenas a nossa consciência dessas diferenças individuais de experiência, juntamente com um senso da sua incomunicabilidade. Portanto, o espaço não é o único obstáculo à comunicação e que as distancias sociais nem sempre podem ser adequadamente medidas em termos puramente físicos.
  • 21. A sociedade em que vivemos vem a ser invariavelmente uma ordem moral em que a posição do indivíduo, bem como a concepção de si próprio é determinada pelas atitudes de outros indivíduos e pelos padrões que o grupo mantém.  Em tal sociedade, o indivíduo torna-se uma pessoa, sendo esta simplesmente um indivíduo que tem em alguma parte, um “status” social.  Os fatos sociais e psíquicos podem ser medidos apenas até o ponto em que eles podem ser reduzidos ou correlacionados com fatos espaciais.