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Salienta-se a importância da gestão da criatividade nas organizações a partir de uma análise da
literatura sobre as explicações psicológicas para o ato criativo e sobre os resultados práticos
obtidos nas empresas. Apesar de a análise da literatura mostrar que se sabe muito mais sobre
as barreiras à criatividade nas empresas do que sobre como a estimular, destaca-se algumas
iniciativas e práticas gerenciais que podem ser efetivas para o estímulo à criatividade individual
nas organizações.




Muito se tem falado e escrito sobre a                se ter um caráter mais aplicado ao
necessidade      de     as   empresas                analisar a relação entre a gestão da
tornarem-se mais inovadoras, criativas               criatividade e algumas funções
e participativas e gerirem melhor seus               clássicas   da    administração   de
ativos intelectuais. Embora não se                   recursos humanos (RH).
discorde dessas bandeiras, acredita-
se que a questão da criatividade                     Os assuntos tratados na primeira
humana no contexto organizacional                    parte são:
tem sido tratada, freqüentemente, sem
o embasamento teórico necessário.                    • possíveis abordagens para a
                                                       questão        da    gestão    da
Assim, procura-se, neste artigo, além                  criatividade nas empresas -
de estimular futuras discussões,                       envolve uma discussão sobre
reflexões e, sobretudo, iniciativas                    alguns dos desafios e abordagens
relacionadas ao gerenciamento pró-                     teóricas e a importância do tema
ativo da criatividade nas empresas,                    para as empresas;
sintetizar alguns dos principais                     • explicações para o ato criativo –
trabalhos existentes na literatura a                   são      destacadas   neste  item
respeito da promoção da criatividade                   algumas das principais conclusões
nas empresas.                                          do campo da Psicologia sobre o
Isso é feito em duas partes: na                        tema e que têm impacto nos
primeira       procura-se       situar,                estudos sobre a gestão da
contextualizar     e     melhorar     o                criatividade na empresas.
embasamento          teórico      sobre
criatividade dentro e fora do contexto               Na segunda parte são abordados os
organizacional; na segunda procura-                  seguintes itens:


                                              ©TerraForum Consultores                                1
idéias tecnológicas, sendo, por isso,
• seleção de pessoal – verifica-se                mais estudado por aqueles cujo foco
  como as empresas podem atrair e                 de estudo é a administração de P&D.
  selecionar pessoas mais propensas               Já o estudo da criatividade, mesmo no
  a serem criativas no ambiente de                ambiente    empresarial,     vem   se
  trabalho;                                       realizando cada vez mais em
• treinamento para a criatividade -               contextos muito mais amplos e
  discutem-se a possibilidade e as                envolvendo      várias     abordagens
  técnicas de treinamento que podem               distintas.
  melhorar o potencial criativo dos
  indivíduos;                                     King & Anderson (1995) observam,
• clima, motivação e recompensas                  entretanto, que o campo de estudo da
  - são discutidos algumas das                    inovação organizacional se utiliza,
  conclusões e alguns dos desafios                constante, implicita e, em vários
  relacionados à macropromoção de                 casos, erroneamente de conceitos,
  um ambiente que estimule a                      modelos e teorias resultantes de
  criatividade      individual   nas              pesquisas       psicológicas     sobre
  empresas.                                       criatividade.   Ramos      (1983)   já
                                                  apontava os principais problemas da
   PARTE I                                        aplicação de conceitos da Psicologia
                                                  em estudos na área de Administração.
   Possíveis abordagens para a questão            Os principais erros aconteceriam
   da gestão da criatividade nas empresas         quando se supõe a existência de
                                                  analogias sem uma avaliação mais
As abordagens mais tradicionais                   criteriosa; quando similaridades entre
sobre criatividade nas organizações               conceitos são irrelevantes para a
advêm da Psicologia e dos estudos                 compreensão do sistema total;
sobre inovação. No campo da                       quando se generalizam contextos
pesquisa psicológica, incluem-se as               expecíficos.
relativas a psicologia experimental,
psicossocial e ocupacional, entre                 Em relação, ainda, à questão da
outras. A pesquisa sobre inovação,                relevância do tema gestão da
por sua vez, tem sido tratada,                    criatividade no ambiente empresarial,
primordialmente, por estudiosos da                há que se citar os trabalhos de John
teoria    administrativa   e,   mais              Kao (1996), um dos primeiros
especificamente, por pesquisadores                pesquisadores e autores a enfocar tal
ligados à administração de pesquisa e             tema, inclusive como disciplina de
desenvolvimento (P&D).                            pós-graduação em Administração nas
                                                  universidades de Harvard e Stanford.
De      fato,  a    criatividade  é               Pare ele, a noção de criatividade na
freqüentemente associada ao ponto                 empresa      está      intrinsecamente
de partida do processo de inovação                associada à noção de criação de
ou,    mais    apropriadamente,   é               valor. E o seu estímulo é um dos
relacionada ao conceito de invenção.              atributos   essenciais     da    função
Este último conceito tem estado                   gerencial: “Para os gerentes, o
bastante associado a descobertas e                cuidado e a promoção da criatividade



                                            ©TerraForum Consultores                         2
não são mais apenas uma opção: são                • as pessoas talentosas estão
 parte do currículo. Nos dias atuais, as             crescentemente      mudando     de
 mentes      de   pessoas     altamente              emprego;
 capacitadas são o que realmente                   • o design é, cada vez mais, um
 distingue uma organização da outra...               elemento competitivo;
 Mas, mentes apenas, mesmo que                     • houve uma mudança no mercado:
 abundantes de idéias, nada significam               agora é o cliente quem manda;
 sem      processos     especificamente            • a competição é global;
 desenhados para traduzir essas idéias             • a tecnologia de informação fornece
 inovadoras em produtos e serviços de                um amplificador para os potenciais
 valor” (Kao, 1996:XIII-XIV).                        criativos;
                                                   • a criatividade agrega valor ao
 Além disso, são várias as razões                    conhecimento.
 elencadas por esse autor que
 justificam a colocação da gestão da               Em conseqüência disso, Kao (1996)
 criatividade como uma das principais              advoga      um     gerenciamento  da
 preocupações das empresas:                        criatividade tão rigoroso como o
                                                   gerenciamento dos números e dos
 • as      empresas       estão       sendo        ativos físicos de uma empresa. Nesse
   obrigadas a reinventarem-se para                sentido, propõe um processo de
   poder crescer;                                  auditoria da criatividade na empresa
 • os trabalhadores sentem-se, cada                que envolve alguns fatores e várias
   vez mais, no direito de exercer sua             perguntas direcionadas a levantar o
   criatividade;                                   histórico criativo da empresa (ver
                                                   quadro 1).
    Quadro 1 - Auditoria da Criatividade na Empresa
Fator 1: Resultados da Criatividade
• Qual é o valor dos ativos criativos da empresa (equipamentos especiais, pessoas, arquitetura)?
• Qual a proporção das receitas que vêm de produtos com idade inferior a um ano? E inferior a 5
   anos?
Fator 2: Créditos pela Criatividade
• Quem levou a cabo as iniciativas mais criativas? Quem as apoiou?
Fator 3: Ocasiões Criativas
• Ocorreram espontaneamente? Resultado de algum desafio específico ou benchmarking?
Fator 4: Sistema de Suporte à Criatividade
• Desenho do ambiente de trabalho? Espaços especiais para socialização?
• Existem elementos culturais explicitamente apoiadores da criatividade?
• Quais os elementos pedagógicos (treinamentos on-the-job, anos sabáticos, exercícios de
   meditação)?
• Premiações especiais?
• Sistemas de informática de suporte?
Fator 5: Pessoas
• Qual tem sido o resultado quanto a achar, atrair, desenvolver e reter talentos especiais?
• Quem é responsável pelo recrutamento? Apenas o departamento de RH?
Fator 6: Capital Criativo
• Quais são os sistemas existentes para gerar idéias criativas, armazená-las e protegê-las?
• Como são recompensados os responsáveis por essas idéias?
 Fonte: Adaptado de Kao (1996).


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Explicações para o ato criativo               aspecto emocional é, provavelmente,
                                                 o elemento de maior destaque. Nesse
Verifica-se    que    o   estudo     da          sentido, concorda-se com Kneller
criatividade envolve tanto abordagens            (1978), para quem a tendência mais
científicas quanto intuitivas, assim             recente dos estudos sobre criatividade
como a avaliação dos processos                   é a de analisá-la como um processo
mentais de pessoas comuns e de                   mental e emocional. Sua própria
grandes personalidades (artistas e               descrição do processo criativo deixa
cientistas)         reconhecidamente             isso bem evidente: “Para que a
criativas. Entre as várias teorias e             criação ocorra, a pessoa criativa há
abordagens que contribuem para o                 antes de ser frustrada e perturbada
entendimento do processo criativo                por um problema ou uma situação que
individual incluem-se a psicanálise, a           ela não pode manobrar. O cientista,
neurofisiologia, a genética, a análise           por exemplo, tem de ser mentalmente
transacional, as teorias sobre Gestalt,          dilacerado por fatos que ele não
o estudo das necessidades de auto-               consegue explicar, o artista por
realização e as explicações filosóficas          emoções que ele não consegue
e     simbológicas    (Kneller,  1978;           exprimir pelas convenções artísticas a
Mirshawka & Mirshawka, 1993).                    que está acostumado. A pessoa
                                                 criativa regride, pois, a uma região
De certa maneira, a diversidade de               menos         consciente,       menos
abordagens e a combinação de                     diferenciada de sua mente, na qual
abordagens científicas e intuitivas              possa gerar-se a solução de seu
seriam inevitáveis em virtude da                 problema” (Kneller, 1978:60).
complexidade do tema (Kneller, 1978).
Assim, não se tem a pretensão de                 Pereira Filho (1996), por sua vez,
discutir a questão da criatividade               associa o processo criativo nos
individual em poucos páragrafos;                 ambientes       organizacionais      ao
todavia, não se pode, também, deixar             conceito emocional da sublimação de
de destacar a principal conclusão a              Freud, ou seja, “o mecanismo pelo
que se chegou após a análise da                  qual os impulsos instintivos são
literatura (principalmente do campo da           desviados da expressão direta e
Psicologia) sobre esse tópico, pois,             transformados em algo aceitável para
como foi dito anteriormente, acredita-           a sociedade”. Essa associação se
se que muitos estudos gerenciais                 torna relevante, argumenta esse
passem ao largo desse aspecto.                   autor, à medida que as organizações
                                                 sejam, para a maior parcela da
Assim, após analisar grande número               população, o único lugar na sociedade
de abordagens no campo da                        contemporânea em que os indivíduos
Psicologia (associacionismo, gestalt,            possam     realizar    seus    projetos
psicanálise, análise fatorial, reação ao         pessoais e desejos e, assim, dar
freudianismo, entre outras), verificou-          vazão a grande parte de suas
se que alguns elementos explicativos             necessidades instintivas.
do processo criativo parecem ganhar
mais destaque do que outros. O



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Duailibi & Simonsen (1990) também                   “Com raras, mas bem-vindas
destacam o conteúdo emocional do                    exceções, não se encontram pessoas
ato criativo. Eles definem as soluções              reais na maior parte da literatura
criativas como uma liberação de                     organizacional” (Pitcher, 1995:1).
energia necessária à eliminação de
angústias. Acreditam, também, que o             Em       conseqüência       das     novas
que parece um ato inexplicável e                demandas das organizações sobre os
dependente do trabalho inconsciente             indivíduos, como iniciativa, autonomia,
é impossível se não for precedido de            criatividade, trabalho em equipe etc.,
trabalho consciente e árduo.                    vários autores, entre os quais Peters
                                                (1994), Pitcher (1995) e Quinn et alii
Essa visão é bastante parecida com a            (1996), destacam a função de
de Senge (1990) que, em vez do                  recrutamento e seleção como a mais
termo angústia, adota o termo “tensão           estratégica diretamente relacionada à
criativa”: uma força resultante da              administração de RH. O raciocínio,
tendência natural dos indivíduos em             por trás dessa ênfase, é que a
buscar uma solução para as tensões              capacidade cognitiva, a criatividade e
encontradas,    que    surgem     em            a motivação individual, assim como a
conseqüência da discrepância entre a            capacidade de trabalhar bem em
realidade percebida e a realidade               grupos, embora possíveis de serem
desejada.                                       melhoradas       e    facilitadas     pela
                                                organização,      são     características
Nesse sentido, Senge (1990) acredita            pessoais      que      os      indivíduos
que os indivíduos podem escolher                desenvolveram ao longo de suas
dois caminhos para resolver a tensão            vidas e, por isso, dificilmente
criativa:                                       modificáveis em sua essência. Para
                                                Sveiby (1997), essa seria uma das
• diminuir a discrepância (gap)                 decisões de investimento mais
  percebida      em     virtude     da          importantes      para   as      empresas
  incapacidade dos indivíduos de                intensivas em conhecimento. Para ele,
  resolverem sua tensão emocional,              as empresas concorrem, de fato, em
  a qual normalmente está associada             dois mercados, o de clientes e o de
  à tensão criativa;                            funcionários.
• resolver a tensão criativa por meio
                                                Pitcher (1995), por exemplo, após
  de      persistência,      paciência,
                                                extenso      estudo    psicológico     e
  compromisso ferrenho com a
                                                estatístico (incluindo o teste MMPI -
  verdade e utilização da força do
                                                Minnesota Multiphasic Personality
  subconsciente desenvolvida ou
                                                Inventory) sobre 15 executivos de
  treinada pelo esforço consciente
                                                uma      das     maiores    instituições
  em visualizar e caminhar até o
                                                financeiras canadenses, concluiu que
  resultado esperado.
                                                as empresas são compostas por
                                                artistas, artesãos e tecnocratas. Os
   PARTE II
                                                artistas são as pessoas visionárias,
                                                empreendedoras e criativas, os
   Seleção de profissionais criativos
                                                líderes natos; os artesãos são aqueles
                                                que constrõem a visão e evitam os


                                          ©TerraForum Consultores                            5
excessos     dos     artistas;  já  os          habilidades cognitivas, mas também
tecnocratas      são      as   pessoas          da capacidade criativa e de pensar
meticulosas     e    metódicas,    cujo         sob pressão.
principal objetivo é manter o status
quo.                                            Badawy (1988), por sua vez,
                                                acrescentou importante perspectiva
A conseqüência prática desses                   para o desenho de processos de
resultados, segundo Pitcher (1995), é           seleção de pessoas que deverão
que a seleção de pessoal é muito                participar de processos de inovação.
mais importante do que o treinamento,           O processo de inovação demanda
e que as teorias administrativas                diferentes    tipos   de    papéis  e
“behavioristas” estão absolutamente             habilidades e diferentes graus de
erradas. As teorias formuladas por              criatividade de acordo com as suas
Herbert Simmon, em particular,                  fases - idea generating, championing,
estariam totalmente desconectadas da            project      leading,     gatekeeping,
realidade dos indivíduos que formam             sponsoring - e torna-se, cada vez
as organizações. Eles podem ser                 mais, dependente do trabalho em
treinados, mas dificilmente se                  equipe. Dessa forma, além da
conseguirá mudar suas características           avaliação      da    experiência,  da
básicas que afetam todos os tipos de            criatividade e do conhecimento
julgamento, o processo de tomada de             específico, um dos principais papéis
decisões e a capacidade de aceitar              das entrevistas seria o de avaliar a
diferentes níveis de risco.                     compatibilidade do candidato com a
                                                cultura da empresa e a sua habilidade
                                                para trabalhar em equipe.

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Quinn et alii (1996), em seu estudo
sobre empresas que têm gestão pró-              Quais são as principais conclusões da
ativa e de sucesso do capital                   literatura quanto ao melhor processo
intelectual, como a Microsoft, a The            para a seleção de indivíduos que
Four Seasons Hotels, a McKinsey &               venham a contribuir para a construção
Company, a Intel e a Genentech,                 do capital intelectual das empresas e,
destacam que         a   questão    de          principalmente,     que    venham     a
recrutamento e seleção é encarada               contribuir para o processo criativo e
nessas       empresas,    pela    alta          inovador da organização? Uma das
administração, como uma das mais                maneiras de abordar essa questão é
estratégicas.    Elas    chegam      a          por uma revisão das principais
entrevistar de 50 a 100 candidatos por          conclusões dos esforços baseados
vaga. O processo de entrevista para             em pesquisas e testes psicológicos e
os escolhidos é bastante longo e                em          estudos        relacionados
envolve a avaliação não só das                  especificamente à administração de



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P&D, pois esses são dois campos de                   avaliação biográfica, é importante a
estudo com longa tradição e                          utilização de testes desenhados
preocupação com a capacidade do                      para profissões específicas (King &
indivíduo de ser efetivamente criativo               Anderson, 1995).
e      inovador      no     ambiente
organizacional.                                  • Avaliação das características de
                                                   personalidade associadas com a
Com relação às abordagens para a                   criatividade
seleção     de    pessoas     criativas            São inúmeros os estudos, no
baseadas          nos       trabalhos              campo      da   Psicologia,  que
desenvolvidos      no   campo        da            procuram associar características
Psicologia, pode-se dizer que elas se              específicas às pessoas criativas
dividem em quatro grupos principais,               (Kneller, 1978; King & Anderson,
discutidos a seguir.                               1995). Entre as características
                                                   mais comuns encontradas nesses
• Medição da habilidade em                         estudos estão:
  pensar criativamente
  São muitos os testes que medem a                   -   tolerância para a incerteza e
  capacidade dos indivíduos em                           ambigüidade;
  pensar criativamente. Um dos mais                  -   autoconfiança;
  utilizados é o Torrance Tests of                   -   não convencionais;
  Creative Thinking (TTCT), que foi                  -   originalidade;
  desenvolvido por E.P. Torrance nos                 -   motivação intrínseca;
  anos 60 para uso educacional. É                    -   inteligência acima da média;
  baseado na rapidez com que os                      -   determinação para o êxito;
  indivíduos produzem respostas                      -   humor;
  inteligentes e originais a sugestões               -   inconformismo.
  do tipo: “Liste o maior número
  possível de usos para um tijolo”.                  Isso não quer dizer que essas
  Procura, também, medir quatro                      características são encontradas em
  aspectos distintos da criatividade:                todas as pessoas criativas, mas
  fluência, flexibilidade, originalidade             sim que é provável encontrar
  e elaboração.                                      algumas delas nessas pessoas.
                                                     Além disso, ressaltam King &
   Embora usados com freqüência,                     Anderson         (1995),      existem
   esses     testes     parecem    mais              importantes        diferenças     nas
   apropriados      para     medir  um               características      expressas      da
   conjunto de habilidades cognitivas                criatividade em virtude da idade, do
   associadas com a criatividade do                  sexo e da ocupação profissional.
   que     a    criatividade    em   si.             De qualquer maneira, os testes
   Comumente, acabam por avaliar a                   psicológicos disponíveis (KAI(1),
   capacidade        de      pensamento              16PF(2), OPQ(3), entre outros)
   divergente, que é uma habilidade                  tendem a ser bons indicadores do
   de produzir associações remotas e                 potencial criativo e do
   originais a um estímulo. De outro                 desempenho criativo presente e
   lado, assim como no caso da                       passado. Os cuidados na sua



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aplicação incluem, principalmente,              de personalidade é confiável como
  o fato de os candidatos poderem                 instrumento de seleção de pessoal
  falsear suas respostas e o, já                  e que, de fato, o único bom
  citado,    de      que   diferentes             indicador da capacidade criativa
  ocupações demandam diferentes                   futura do indivíduo é o seu
  habilidades criativas.                          desempenho criativo no passado.
                                                  Nesse sentido, Shapero (1985), por
• Avaliação das características                   exemplo, recomenda que no
  biográficas e dos produtos                      processo de seleção, no caso de
  passados associados com a                       profissões em que o conceito
  criatividade                                    clássico de portfolio (por exemplo,
  As avaliações biográficas incluem               artes e arquitetura) não se aplica,
  uma      avaliação    histórica  do             se utilizem perguntas do tipo: “Qual
  candidato, começando na infância                é a coisa mais criativa que você
  e incluindo uma descrição factual               realizou nos últimos três anos?”,
  de sua vida. Dessa maneira, elas                “Qual a coisa mais criativa que
  são menos claras no seu próposito               você já fez?”.
  e, por isso, menos falseáveis. Já a
  avaliação dos produtos passados                 Segundo King & Anderson (1995),
  consiste em avaliar a criatividade              essas         abordagens         têm
  de idéias, produtos ou ações                    apresentado validade superior à
  profissionais      realizados    ou             dos testes de personalidade,
  empreendidos pelo candidato, por                principalmente em profissões como
  meio de exemplos reais, como no                 pesquisa científica, engenharia e
  caso da avaliação do portfolio de               design. No entanto, são menos
  um artista.                                     recomendáveis para profissionais
                                                  recém-formados com curta história
  Hocevar      &    Bachelor   (1989)             profissional,   e,   além      disso,
  concluem, após avaliarem grande                 apresentam       uma     dificuldade
  lista de técnicas para a medição da             adicional pelo fato de dependerem
  criatividade, que esse método é o               do caráter subjetivo da avaliação
  mais confiável e válido, pois o                 da criatividade do produto pelo
  comportamento passado seria a                   examinador.
  melhor forma de avaliar o
  desempenho futuro. As conclusões            • Medida da motivação para o
  de Shapero (1985) e Badawy                    trabalho
  (1988), depois de extensa pesquisa            Para vários autores, a criatividade
  bibliográfica sobre os processos de           estaria muito relacionada aos
  seleção de profissionais para P&D,            aspectos motivacionais: o que
  são muito semelhantes às de                   realmente distingue as pessoas
  Hocevar & Bachelor (1989).                    criativas   é   uma     motivação
                                                intrínseca para o trabalho; são
  Para Shapero (1985) e Badawy                  pessoas que trabalham duro,
  (1988), as várias décadas de                  preferem definir seu próprio
  pesquisa sobre criatividade em                caminho, lutam para ser originais e
  P&D mostraram que nenhum teste                mostram grande flexibilidade na



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resolução de problemas. Por isso,               A análise das várias abordagens
    devem      ser      levadas   em                parece muito alinhada com as
    consideração no momento da                      conclusões de Kneller (1978). Para
    seleção de pessoal.                             esse autor ainda não existem testes
                                                    altamente fidedignos para avaliar as
    Em relação à importância da                     qualidades criativas intrínsecas dos
    motivação para o trabalho criativo,             indivíduos. Isso não quer dizer que
    parece relevante destacar a                     anos de pesquisa não tenham
    pesquisa realizada, na década de                produzido algum tipo de resposta
    70, por Parmeter & Garber (1971) -              relevante. Como visto, muito já se
    Creative Scientists Rate Creativity             aprendeu sobre técnicas que avaliam
    Factors. Nesse trabalho, efetuado               a     criatividade  expressa      e    a
    sob os auspícios do Industrial                  capacidade de liberação do potencial
    Research Institute (IRI), os autores            criativo de cada indivíduo. E,
    entrevistaram 110 cientistas tidos              associando        a   criatividade     à
    como os mais destacados entre os                capacidade de aprender coisas novas
    de maior criatividade, à época nos              e úteis, verifica-se, na literatura,
    Estados Unidos (metade tinha, no                outros exemplos de empresas que já
    mínimo,      50    publicações     e            utilizam, de forma consistente, esse
    patentes), buscando avaliar a                   critério     para   selecionar      seus
    percepção      deles    sobre     as            funcionários.
    características    das      pessoas
    criativas. Um dos resultados mais               A seleção de pessoas criativas talvez
    interessantes dessa pesquisa foi                não seja a questão principal para as
    que, para esses cientistas, as                  empresas. Mais importante pode ser o
    pessoas criativas se caracterizam,              desafio de aumentar a criatividade da
    principalmente, por:                            empresa por meio de contratações.
                                                    Hamel & Prahalad (1994), por
-        enorme motivação para o                    exemplo, acreditam que os critérios de
    trabalho e para a ação;                         contratação    e    promoção       dos
-        grande       habilidade     para           funcionários têm grande impacto na
    analisar e simplificar um problema;             capacidade     de     as     empresas
-        capacidade       de     transferir         reinventarem    continuamente      seu
    conceitos de um campo para outro.               futuro. Empresas que contratam
                                                    sempre pessoas com o mesmo perfil
    Baseados nessas evidências e                    estariam atreladas ao passado.
    estudos, Kabanoff & Rossiter                    Fazendo uma analogia com a
    (1994, citados por King &                       Biologia, esses autores dizem ser
    Anderson, 1995) sugerem que o                   necessário aumentar a variedade
    desenvolvimento de medidas do                   genética das empresas por meio da
    histórico    motivacional   poderia             contratação e da promoção de
    significar importante avanço quanto             pessoas essencialmente diferentes do
    às técnicas para a seleção de                   padrão(4). Só assim as empresas
    pessoas criativas.                              conseguirão     desenvolver     novas
                                                    perspectivas     e     criar    coisas
                                                    absolutamente novas. Ter opiniões



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fortes e não desistir facilmente                 Segundo essa classificação, poucas
deveriam ser também, na opinião dos              são as empresas que estão treinando
autores, atributos das pessoas a                 seus funcionários além do nível de
serem selecionadas(5).                           conhecimento cognitivo ou do de
                                                 habilidades                 avançadas,
   Treinamento para a criatividade nas           desperdiçando, dessa maneira, boa
   organizações                                  parte do potencial de inovação deles
                                                 e, indiretamente, a oportunidade de
Quinn et alii (1996) avaliam como                autotreinarem-se     em      habilidades
insuficiente o nível de investimento em          básicas e avançadas. Além disso,
treinamento para a criatividade nas              ressaltam os autores, o valor do
organizações, pois consideram ser                capital intelectual, como diferencial
esse um dos componentes mais                     competitivo, seria muito maior no
importantes do capital intelectual das           último nível - o da criatividade - que,
empresas. De fato, segundo o modelo              normalmente, é encontrado e se
formulado      por    esses     autores,         origina na própria cultura das
existiriam quatro níveis de capital              empresas, enquanto os três primeiros
intelectual nas empresas. Em ordem               podem ser encontrados também nos
de importância e complexidade eles               sistemas, banco de dados ou
seriam:                                          tecnologias      operacionais        das
                                                 empresas.
• conhecimento cognitivo (know-
  what) - conhecimento adquirido por             Já Parnes & Harding (1962),
  meio de treinamento e certificações            precursores    do    estudo    e   do
  básicas;                                       treinamento para a criatividade,
• habilidades avançadas (know-how)               afirmam que ela não pode ser
  - capacidade de aplicar as regras              ensinada. No entanto, as pessoas
  de uma disciplina em situações                 podem      aprender    maneiras    de
  práticas da vida real;                         desenvolver hábitos e condutas de
• entendimento sistêmico (know-why)              pensar que fazem aparecer a
  - capacidade de perceber relações              capacidade latente de criar. Nesse
  de causa e efeito, resolver                    sentido, vários estudos conferem
  problemas grandes e complexos e                pouca importância a treinamentos
  utilizar a intuição treinada para              específicos para o desenvolvimento
  antecipar     relações    sutis   e            da criatividade comparativamente a
  conseqüências inesperadas;                     treinamentos que melhorem as
• criatividade motivada internamente             estratégias de trabalho (Parmeter &
  (self-motivated creativity or care-            Garber, 1971; Kelley & Caplan, 1993).
  why) - capacidade, vontade,
  motivação e perseverança de                    A pesquisa de Parmeter & Garber
  indivíduos ou grupos para atingir o            (1971) mostrou que, na opinião de
  sucesso      e    criar   vantagens            cientistas reconhecidamente criativos,
  competitivas      por    meio    de            entre os fatores que mais estimulam a
  inovações.                                     criatividade estão o estabelecimento
                                                 de contatos com colegas estimulantes
                                                 e a liberdade para trabalhar em áreas



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de interesse. Recente depoimento               tornar mais criativas e produtivas.
(sobre o resultado de pesquisas                Entre   as    principais estratégias
anuais com seus funcionários) de               encontram-se:
Joseph Miller, Chief Technology
Officer e Senior Vice President da             • iniciativa;
DuPont, uma das empresas mais                  • capacidade      de     estabelecer
reconhecidas no mundo pela sua                 relacionamentos com várias áreas da
capacidade      de    inovar,   parece         empresa;
corroborar tais resultados (Kanter et          • capacidade de trabalhar em
alii, 1997:70): “Todo ano, nós                 equipe.
reunimos nosso pessoal técnico para
avaliar como eles se sentem em                 De fato, essa pesquisa envolveu a
relação ao ambiente de trabalho e,             aplicação de um treinamento para
também, em relação ao próprio                  melhorar a produtividade (e a
trabalho. Ano após ano, eu me                  criatividade) dos engenheiros de
impressiono com a consistência dos             desempenho          médio.      Esse
resultados da pesquisa. Nosso                  treinamento, conduzido pelos stars,
pessoal insiste que é principalmente o         consistia       basicamente        no
trabalho e não o ambiente que os               compartilhamento das estratégias de
satisfaz e os motiva. Os desafios que          trabalho por meio do uso de exemplos
nossos cientistas enfrentam e as               práticos e reais e de técnicas como
oportunidades       que    lhes    são         trabalho em equipe e role playing.
apresentadas       são    excepcionais         Segundo relato dos autores, a
motivadores. Eles têm enorme prazer            produtividade     dos     engenheiros
em colaborar com seus colegas e                treinados - medida por parâmetros
pares dentro e fora da empresa.                definidos pelos gerentes - aumentou
Acima de tudo, eles valorizam a                muito após o treinamento.
independência de que dispõem para
resistir aos esforços dos gerentes em          Por fim, não se pode deixar de citar
redirecionar ou controlar o trabalho           algumas técnicas auxiliares que,
que realizam”.                                 apesar de não tocarem as questões
                                               mais profundas relacionadas à
Kelley & Caplan (1993), por sua vez,           criatividade, se têm mostrado úteis no
realizaram    longa     pesquisa   e           desenvolvimento da capacidade e do
experimentos, entre 1986 e 1993, com           interesse latente dos indivíduos. O
600 engenheiros dos Laboratórios Bell          brainstorm, por exemplo, desenvolvido
da AT&T, e concluiram que a principal          por Alex Osborn em 1953, tem-se
diferença entre engenheiros de alto            mostrado bastante efetivo, tanto em
desempenho (stars) e engenheiros de            testes de laboratório como na vida
desempenho médio está associada a              real das organizações. Outras
estratégias de trabalho e não a                técnicas e exercícios clássicos
diferenças verificadas por testes              desenvolvidos são o método de
psicológicos ou de quociente de                Gordon, o método de relação de
inteligência      (Q.I.).       Como           atributos, o método das correlações
conseqüência, é possível treinar as            forçadas, a análise morfológica e as
pessoas para que elas possam se                listas de verificação de Osborn e do


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MIT (Hesketh, 1980). Já Von Fange              (1990) parece ser representativo
(1961) classifica as técnicas para             desse tipo de abordagem. Eles
auxiliar a atividade criadora em: as           identificaram      vários        fatores
que orientam o interesse; as que               impeditivos para a criatividade:
aperfeiçoam os filtros; as que
aumentam os conhecimentos; as que              • pressão para se conformar;
aceleram as associações.                       • atitudes e meio excessivamente
                                                 autoritários;
À guisa de conclusão sobre                     • medo do ridículo;
treinamentos para a criatividade,              • intolerância para com as atitudes
tende-se a concordar com Shapero                 mais joviais;
(1985). Ele questiona a eficácia de            • excesso       de      ênfase  nas
programas de treinamento para a                  recompensas e nos sucessos
criatividade que se propõem a mostrar            imediatos;
o caminho para a geração de idéias             • busca excessiva de certeza;
criativas e a criar métodos universais         • hostilidade      para     com   a
para a resolução de problemas. Isso              personalidade divergente;
não quer dizer que sua avaliação seja
                                               • falta de tempo para pensar;
contrária à aplicação de programas
                                               • rigidez da organização.
educacionais para o desenvolvimento
da criatividade. Sua posição é a de
                                               Os autores tecem, além disso,
que os indivíduos devem encontrar
                                               algumas recomendações para o
sua própria abordagem para o
                                               executivo que queira estimular a
desenvolvimento da criatividade. As
                                               criatividade na empresa. Ele deve:
organizações, por seu lado, deveriam
preocupar-se em oferecer condições
de trabalho que permitam aos                   • tomar cuidado para que o meio
indivíduos desenvolver seu potencial             não seja autoritário em excesso;
criativo.                                      • contudo, pressionar para que o
                                                 seu subordinado superaprenda;
   Clima, motivação e recompensas para         • na medida do possível, postergar
   a criatividade nas organizações               os seus julgamentos, mesmo
                                                 quando já puder tê-los formado;
Vários trabalhos e livros com dicas            • dividir com o seu pessoal as suas
sobre como melhorar a criatividade               experiências,      sem       ciúmes
das pessoas nas empresas têm sido                profissionais nem superioridade;
publicados por gurus da administração          • estimular       a      flexibilidade
e executivos de sucesso. De maneira              intelectual, encarando a solução
geral, as conclusões e receitas para o           de qualquer problema sob várias
aumento da criatividade não se                   formas;
diferenciam muito nessas publicações:          • encorajar a auto-avaliação do
adotar um estilo democrático, não                processo individual, permitindo
prejulgar as idéias, dar oportunidades           que o próprio subordinado
para que as pessoas possam testar                analise o seu trabalho e o seu
suas idéias, saber conviver com o erro           desenvolvimento;
etc. O trabalho de Duailibi & Simonsen



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• ajudar o seu pessoal a tornar-se             gerir os trabalhadores e o trabalho
  mais sensível;                               baseado no conhecimento e sobre
• prover,          freqüentemente,             como o integrar e o medir. E, apesar
  oportunidades para que todos                 de toda a pesquisa realizada nos
  exercitem sua criatividade;                  últimos 50 anos, nós, realmente,
• auxiliar cada subordinado a                  sabemos muito mais sobre como
  compreender, aceitar e superar               destruir a criatividade do que sobre
  os seus fracassos;                           como a estimular”.
• instar para que os problemas
  sejam abordados como um todo.                Uma vez que os profissionais de P&D
                                               são, em sua maioria, profissionais
Apesar de       essas receitas    e            qualificados que trabalham com a
prescrições estarem alinhadas, em              geração de novos conhecimentos e
sua direção, com os resultados de              dependem       de    certo    grau   de
estudos mais acadêmicos (Parmeter &            criatividade, torna-se importante, para
Garber,    1971;   Shapero,    1985;           os objetivos do presente trabalho, a
Badawy, 1988; Kelley & Caplan, 1993;           análise das conclusões de pesquisas
Faria & Alencar, 1996), há elevado             realizadas para avaliar as práticas de
nível de ceticismo com relação ao              gestão desses profissionais do
avanço das práticas e teorias                  conhecimento. Esse é, afinal, o campo
gerenciais a respeito da capacidade            de estudo que há mais tempo se
das organizações em incentivar e               preocupa, especificamente, com a
motivar seus principais recursos               gestão desse tipo de profissional. Se
humanos.                                       não      generalizáveis,   é    possível
                                               acreditar que muitas das conclusões a
Parece haver, além disso, o consenso           seguir são indicativas das práticas que
de que os principais obstáculos ao             deveriam ser adotadas ou evitadas
desenvolvimento da criatividade sejam          por empresas que, de alguma forma,
de caráter cultural e educacional              dependem         da      geração     de
(Kneller, 1978) e de que se sabe               conhecimento para ser competitivas.
muito mais sobre como criar barreiras
para a criatividade do que sobre como          A questão da motivação para o
a estimular (Shapero, 1985; Badawy,            trabalho é um dos assuntos centrais
1988). Com relação ao último ponto,            das teorias organizacionais e, como
Badawy (1988) relata vários trabalhos          visto, fundamental para o processo
que mostram o alto grau de                     criativo. Com relação à gestão de
insatisfação de profissionais que              profissionais de P&D, algumas das
trabalham com P&D e destaca um                 principais conclusões da literatura
trecho da palestra de Peter Drucker            sobre motivação e sistemas de
(1987) na American Academy of                  recompensa foram avaliadas por
Management: “Nós sabemos que, na               Shapero (1985) e Badawy (1988).
organização atual, os trabalhadores            Algumas      de    suas   conclusões
do conhecimento estão substituindo             corroboram conceitos bastante gerais
rapidamente       os     trabalhadores         sobre     motivação    no   trabalho,
manuais. Mas, infelizmente, nós                enquanto     outras   são   bastante
sabemos muito pouco sobre como                 específicas. O resumo das principais



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conclusões é apresentado no quadro              2.

   Quadro 2 – Princípios para a Motivação e Sistemas de Recompensa para os Profissionais
   de P&D e os Profissionais Criativos em Geral
        Princípios para a Motivação             Características     dos       Sistemas     de
                                                Recompensa Efetivos
• O comportamento incentivado tende a ser       • A avaliação de desempenho é um
  repetido.                                       importante incentivo.
• O reforço positivo é mais efetivo para        • Para se atingir melhores resultados, as
  motivar os pesquisadores do que as              recompensas        devem       ser    dadas
  punições.                                       imediatamente após o comportamento que
• A motivação pelo medo tende a gerar             se queira ver repetido.
  ambigüidade e insegurança.                    • As recompensas devem ser oferecidas,
• Clara distinção deve ser feita entre            paulatinamente, à medida que o profissional
  necessidade de treinamento e necessidade        se move em direção ao objetivo desejado.
  de motivação. (Elas são freqüentemente        • A avaliação do trabalho criativo dos
  confundidas, fazendo com que, por               pesquisadores deve ser multidimensional.
  exemplo, tentativas de prover mais            • Deve-se evitar ênfase exagerada em
  treinamento falhem por causa da falta de        recompensas externas, como segurança,
  motivação.)                                     salário e prestígio. As recompensas
• O desempenho desejado deve ser                  internas, como oportunidades de se
  claramente definido, explícito e concreto.      aprimorar e se envolver com novos
• É importante que se considerem as               desafios, tendem a ser mais efetivas. Um
  características distintas dos profissionais     bom mix de recompensas externas e
  que trabalham com P&D: têm horizonte de         internas deve, entretanto, ser buscado.
  tempo mais longo; seu objetivo primário é a   • Um dos critérios de avaliação dos
  invenção e não a venda; são orientados          profissionais de P&D deve incluir o
  para os produtos e não para o mercado;          desempenho financeiro da empresa.
  tendem a se identificar mais com seus         • A divisão das atividades dos profissionais
  pares do que com a empresa.                     em     subatividades    é    um    poderoso
• Os principais sistemas motivadores para os      instrumento para a melhor avaliação do
  profissionais de P&D estão relacionados à       desempenho desses profissionais.
  tarefa: o potencial motivacional desses
  profissionais tende a crescer à medida que
  lhes são oferecidas tarefas desafiantes e
  que exigem criatividade, imaginação e
  flexibilidade.
• Um dos principais motivadores é o
  fornecimento de recursos para a realização
  de atividades criativas. O tempo é um dos
  recursos mais importantes para as
  atividades criativas.
Fonte: Elaborado a partir dos trabalhos de Shapero (1985) e Badawy (1988).

Embora as prescrições constantes no             algumas      hipóteses      para    essa
quadro 2 sejam convergentes na                  ocorrência.     A      contratação,    o
literatura, os resultados, na prática,          gerenciamento e a premiação de
parecem estar muito aquém do                    profissionais     criativos    oferecem
desejado. Shapero (1985) apresenta              importantes desafios para a gerência


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das empresas. Assim como os                      raramente ser, apesar de sua
professores e pais, os gerentes sentir-          importância, uma das prioridades no
se-iam muito menos confortáveis e                mundo empresarial e, até mesmo, no
preparados para lidar com pessoas                acadêmico.
altamente criativas. Estas, em geral,
não são conformistas, não respondem              Nesse sentido, termina-se, pois, este
aos mesmos estímulos e, acima de                 artigo com uma reflexão pessoal:
tudo, tendem a ter muito menos                   quando os executivos das empresas
respeito    por      autoridades     e           dizem que “nossos funcionários são
procedimentos.                                   nosso maior ativo”, é plausível pensar
                                                 que eles estão dedicando boa parte
Por outro lado, lembrando que uma                de seu tempo e sua atenção para a
das principais condições para o                  compreensão      de    como      esses
desenvolvimento do trabalho criativo é           funcionários devem ser selecionados,
saber aprender com o erro e encará-lo            treinados e estimulados a contribuir
como verdade parcial (Kneller, 1978),            com seu potencial criativo para o
pode-se considerar relevante a                   sucesso da empresa. A realidade,
hipótese de que tanto a alta como a              contudo, como se sabe, é bem
média gerência da maioria das                    diferente.
empresas     acabam      por      criar
obstáculos à ação e à criatividade de
seus funcionários, por não saberem                     NOTAS
conviver com o erro e por temerem
perder o controle intelectual das                (1)      KAI      =  Kirton    Adaption
atividades    desses     funcionários                     Innovation Inventory: medida
(Waring, 1991).                                           unidimensional da criatividade
                                                          quanto ao estilo cognitivo, que
                                                          classifica os indivíduos em
   CONSIDERAÇÕES FINAIS                                   adaptadores e inovadores.

Como visto, a gestão da criatividade             (2)      16PF = teste de personalidade
na empresa constitui um campo de                          adulta baseado em 16 fatores:
estudo     que    ainda       apresenta                   várias     dimensões       estão
importantes desafios teóricos e                           associadas     a      diferentes
práticos. No entanto, alguns dos                          aspectos da criatividade, como
conceitos e conclusões apresentados                       pensamento             abstrato,
ao longo do texto já fornecem                             imaginatividade, tendência à
algumas ferramentas úteis para a                          experimentação                 e
gestão pró-ativa da criatividade nas                      autodeterminação.
empresas, particularmente no que diz
respeito a seleção, treinamento e
remoção de obstáculos à expressão                (3)      OPQ        =    Occupational
da criatividade individual. Por outro                     Personality    Questionnaire:
lado, a complexidade do tema talvez                       medida multidimensional de
explique (mas não justifica) o fato de a                  traços    da   personalidade
gestão pró-ativa da criatividade                          relevantes para a profissão.



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                                           15
Disponível      para       várias          DUAILIBI, R. & SIMONSEN Jr., H.
         profissões.                                Criatividade & marketing. McGraw-Hill,
                                                    1990.
(4)      Pudemos observar, durante                  FARIA, M.F.B de & ALENCAR,
         nosso tempo de trabalho na                 E.M.L.S. de. Estímulos e barreiras à
         McKinsey & Company, uma                    criatividade no ambiente de trabalho.
         clara tendência e o esforço da             Revista de Administração da USP,
         empresa em contratar pessoas               São Paulo v.31, n.2, p.50-61, abr./jun.
         com formações diferenciadas,               1996.
         ou seja, que não fossem                    GOULD, S.J. Creating the creators.
         estritamente de negócios. A                Discover, p.42-57, Oct. 1996.
         empresa               contratava,          HAMEL, G. & PRAHALAD, C.K.
         freqüentemente, profissionais              Competing for the future. Harvard
         como      jornalistas,    físicos,         Business School Press, 1994.
         bioquímicos e advogados para               HESKETH, 1980.
         atuar    na    consultoria     de          HOCEVAR, D. & BACHELOR, P. A
         negócios.                                  taxonomy        and      critique     of
                                                    measurements used in the study of
                                                    creativity. In: GLOVER, J.A. et alii
(5)      “As empresas que criam o                   (eds.). Handbook of creativity. New
         futuro são rebeldes. Elas são              York, Plenum Press, 1989.
         subversivas. Elas quebram as               KANTER, R.M. et alii. Innovation:
         regras. Elas estão cheias de               breakthrough thinking at 3M, Du Pont,
         pessoas dispostas a defender               GE, Pfizer, and Rubbermaid. New
         o outro lado de uma questão                York, Harper Business, 1997.
         apenas para incitar um debate.             KAO, John. Jamming: the art and
         De fato, elas estão cheias de              discipline of business creativity. New
         pessoas que não se importam                York, Harper Business, 1996.
         em ser mandadas, de tempos                 KELLEY, R. & CAPLAN, J. How Bell
         em tempos, para a sala do                  Labs creates star performers. Harvard
         diretor” (Hamel & Prahalad,                Business        Review,       p.128-139,
         1994:107).     Nesse    mesmo              July/Aug. 1993.
         sentido, ocorre um ditado                  KING, N. & ANDERSON, N.
         bastante comum nas empresas                Innovation       and     change       in
         brasileiras: “A turma do fundão            organizations. Routledge, 1995.
         acaba contratando a turma da               KNELLER, G.F. Arte e ciência da
         frente”.                                   criatividade. São Paulo, Ibrasa, 1978.
                                                    MIRSHAWKA, V. & MIRSHAWKA Jr.,
                                                    V. Qualidade da criatividade: a vez do
      REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS                    Brasil. São Paulo, Makron Books,
                                                    1992.
BADAWY, M. Managing human                           PARMERTER, S.M. & GARBER, J.D.
resources.    Research  Technology                  Creative scientists rate creativity
Management, p.19-35, Sep./Oct.1988.                 factors. Research Management, p.65-
DISCOVER. Eureka moments. p.70-                     70, Nov. 1971.
73, Oct. 1996.



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                                              16
PARNES, S. & HARDING, H. A                                           ***
source book for creative thinking.
Charles Scribner’s Sons, 1962.                   José Cláudio C. Terra é presidente da
PEREIRA FILHO, J.L. Inovação e                   TerraForum Consultores. Atua como consultor
criatividade      em       organizações          e palestrante no Canadá, nos Estados Unidos,
brasileiras: um estudo piloto de casos           em Portugal, na França e no Brasil. Também é
nacionais. São Paulo, 1996. 157p.                professor de vários programas de
Dissertação (Mestrado) – Escola de               pósgraduação e MBA e autor de vários livros
Administração de Empresa de São                  sobre      o     tema.    Seu      email   é
Paulo da Fundação Getúlio Vargas.                jcterra@terraforum.com.br
PETERS, T. Liberation management:
necessary disorganization for the
nanosecond nineties. New York,
Ballantines Books, 1994.
PITCHER, P. Artists, craftsmen and
technocrats: the dreams, realities and
illusions of leadership. Stoddart, 1995.
QUINN, J.B. et alii. Managing
professional intellect: making the most
of the best. p.71-80, Mar./Apr. 1996.
RAMOS, A.G. A teoria administrativa
e a utilização inadequada de
conceitos. Revista de Administração
Pública, v.17, n.1, p.66-76, jan./mar.
1983.
SENGE, 1990.
SHAPERO, A. Managing creative
professionals. Research Management,
p.23-28, Mar./Apr. 1985.
SVEIBY, K.E. The new organizational
wealth: managing and measuring
knowledge-based          assets.     San
Francisco, Berrett-Koehler Publishers,
1997.
VON FANGE, E.K. Criatividade
profissional. São Paulo, Ibrasa, 1961.
WARING, S. Taylorism transformed:
scientific management theory since
1945. The University of North
Carolina Press, 1991.
ZACCARELLI,                 S.B.;
                                                                                  ! ( )
FISCHMANN, A.;LEME, ?.                             Como transformar idéias em inovações que geram resultados
Ecologia de empresas: um
estudo         do       ambiente                                             Seleção de Profissionais Criativos
empresarial. São Paulo, Atlas,                         Programa de Idéias: Mais quantidade ou mais qualidade?
1980.



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                                           17
! * , *!
        + )-

      A TerraForum Consultores é uma empresa de
      consultoria e treinamento em Gestão do
      Conhecimento        (GC)   e   Tecnologia    da
      Informação. Os clientes da empresa são, em
      sua maioria, grandes e médias organizações
      dos setores público, privado e terceiro setor. A
      empresa atua em todo o Brasil e também no
      exterior, tendo escritórios em São Paulo,
      Brasília e Ottawa no Canadá. É dirigida pelo
      Dr. José Cláudio Terra, pioneiro e maior
      referência em Gestão do Conhecimento no
      país. Além disso, conta com uma equipe
      especializada e internacional de consultores.



      , / !1 * *) 4 .
       . 0 2 - ) !3) +


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A gestão da criatividade nas organizações

  • 1. Salienta-se a importância da gestão da criatividade nas organizações a partir de uma análise da literatura sobre as explicações psicológicas para o ato criativo e sobre os resultados práticos obtidos nas empresas. Apesar de a análise da literatura mostrar que se sabe muito mais sobre as barreiras à criatividade nas empresas do que sobre como a estimular, destaca-se algumas iniciativas e práticas gerenciais que podem ser efetivas para o estímulo à criatividade individual nas organizações. Muito se tem falado e escrito sobre a se ter um caráter mais aplicado ao necessidade de as empresas analisar a relação entre a gestão da tornarem-se mais inovadoras, criativas criatividade e algumas funções e participativas e gerirem melhor seus clássicas da administração de ativos intelectuais. Embora não se recursos humanos (RH). discorde dessas bandeiras, acredita- se que a questão da criatividade Os assuntos tratados na primeira humana no contexto organizacional parte são: tem sido tratada, freqüentemente, sem o embasamento teórico necessário. • possíveis abordagens para a questão da gestão da Assim, procura-se, neste artigo, além criatividade nas empresas - de estimular futuras discussões, envolve uma discussão sobre reflexões e, sobretudo, iniciativas alguns dos desafios e abordagens relacionadas ao gerenciamento pró- teóricas e a importância do tema ativo da criatividade nas empresas, para as empresas; sintetizar alguns dos principais • explicações para o ato criativo – trabalhos existentes na literatura a são destacadas neste item respeito da promoção da criatividade algumas das principais conclusões nas empresas. do campo da Psicologia sobre o Isso é feito em duas partes: na tema e que têm impacto nos primeira procura-se situar, estudos sobre a gestão da contextualizar e melhorar o criatividade na empresas. embasamento teórico sobre criatividade dentro e fora do contexto Na segunda parte são abordados os organizacional; na segunda procura- seguintes itens: ©TerraForum Consultores 1
  • 2. idéias tecnológicas, sendo, por isso, • seleção de pessoal – verifica-se mais estudado por aqueles cujo foco como as empresas podem atrair e de estudo é a administração de P&D. selecionar pessoas mais propensas Já o estudo da criatividade, mesmo no a serem criativas no ambiente de ambiente empresarial, vem se trabalho; realizando cada vez mais em • treinamento para a criatividade - contextos muito mais amplos e discutem-se a possibilidade e as envolvendo várias abordagens técnicas de treinamento que podem distintas. melhorar o potencial criativo dos indivíduos; King & Anderson (1995) observam, • clima, motivação e recompensas entretanto, que o campo de estudo da - são discutidos algumas das inovação organizacional se utiliza, conclusões e alguns dos desafios constante, implicita e, em vários relacionados à macropromoção de casos, erroneamente de conceitos, um ambiente que estimule a modelos e teorias resultantes de criatividade individual nas pesquisas psicológicas sobre empresas. criatividade. Ramos (1983) já apontava os principais problemas da PARTE I aplicação de conceitos da Psicologia em estudos na área de Administração. Possíveis abordagens para a questão Os principais erros aconteceriam da gestão da criatividade nas empresas quando se supõe a existência de analogias sem uma avaliação mais As abordagens mais tradicionais criteriosa; quando similaridades entre sobre criatividade nas organizações conceitos são irrelevantes para a advêm da Psicologia e dos estudos compreensão do sistema total; sobre inovação. No campo da quando se generalizam contextos pesquisa psicológica, incluem-se as expecíficos. relativas a psicologia experimental, psicossocial e ocupacional, entre Em relação, ainda, à questão da outras. A pesquisa sobre inovação, relevância do tema gestão da por sua vez, tem sido tratada, criatividade no ambiente empresarial, primordialmente, por estudiosos da há que se citar os trabalhos de John teoria administrativa e, mais Kao (1996), um dos primeiros especificamente, por pesquisadores pesquisadores e autores a enfocar tal ligados à administração de pesquisa e tema, inclusive como disciplina de desenvolvimento (P&D). pós-graduação em Administração nas universidades de Harvard e Stanford. De fato, a criatividade é Pare ele, a noção de criatividade na freqüentemente associada ao ponto empresa está intrinsecamente de partida do processo de inovação associada à noção de criação de ou, mais apropriadamente, é valor. E o seu estímulo é um dos relacionada ao conceito de invenção. atributos essenciais da função Este último conceito tem estado gerencial: “Para os gerentes, o bastante associado a descobertas e cuidado e a promoção da criatividade ©TerraForum Consultores 2
  • 3. não são mais apenas uma opção: são • as pessoas talentosas estão parte do currículo. Nos dias atuais, as crescentemente mudando de mentes de pessoas altamente emprego; capacitadas são o que realmente • o design é, cada vez mais, um distingue uma organização da outra... elemento competitivo; Mas, mentes apenas, mesmo que • houve uma mudança no mercado: abundantes de idéias, nada significam agora é o cliente quem manda; sem processos especificamente • a competição é global; desenhados para traduzir essas idéias • a tecnologia de informação fornece inovadoras em produtos e serviços de um amplificador para os potenciais valor” (Kao, 1996:XIII-XIV). criativos; • a criatividade agrega valor ao Além disso, são várias as razões conhecimento. elencadas por esse autor que justificam a colocação da gestão da Em conseqüência disso, Kao (1996) criatividade como uma das principais advoga um gerenciamento da preocupações das empresas: criatividade tão rigoroso como o gerenciamento dos números e dos • as empresas estão sendo ativos físicos de uma empresa. Nesse obrigadas a reinventarem-se para sentido, propõe um processo de poder crescer; auditoria da criatividade na empresa • os trabalhadores sentem-se, cada que envolve alguns fatores e várias vez mais, no direito de exercer sua perguntas direcionadas a levantar o criatividade; histórico criativo da empresa (ver quadro 1). Quadro 1 - Auditoria da Criatividade na Empresa Fator 1: Resultados da Criatividade • Qual é o valor dos ativos criativos da empresa (equipamentos especiais, pessoas, arquitetura)? • Qual a proporção das receitas que vêm de produtos com idade inferior a um ano? E inferior a 5 anos? Fator 2: Créditos pela Criatividade • Quem levou a cabo as iniciativas mais criativas? Quem as apoiou? Fator 3: Ocasiões Criativas • Ocorreram espontaneamente? Resultado de algum desafio específico ou benchmarking? Fator 4: Sistema de Suporte à Criatividade • Desenho do ambiente de trabalho? Espaços especiais para socialização? • Existem elementos culturais explicitamente apoiadores da criatividade? • Quais os elementos pedagógicos (treinamentos on-the-job, anos sabáticos, exercícios de meditação)? • Premiações especiais? • Sistemas de informática de suporte? Fator 5: Pessoas • Qual tem sido o resultado quanto a achar, atrair, desenvolver e reter talentos especiais? • Quem é responsável pelo recrutamento? Apenas o departamento de RH? Fator 6: Capital Criativo • Quais são os sistemas existentes para gerar idéias criativas, armazená-las e protegê-las? • Como são recompensados os responsáveis por essas idéias? Fonte: Adaptado de Kao (1996). ©TerraForum Consultores 3
  • 4. Explicações para o ato criativo aspecto emocional é, provavelmente, o elemento de maior destaque. Nesse Verifica-se que o estudo da sentido, concorda-se com Kneller criatividade envolve tanto abordagens (1978), para quem a tendência mais científicas quanto intuitivas, assim recente dos estudos sobre criatividade como a avaliação dos processos é a de analisá-la como um processo mentais de pessoas comuns e de mental e emocional. Sua própria grandes personalidades (artistas e descrição do processo criativo deixa cientistas) reconhecidamente isso bem evidente: “Para que a criativas. Entre as várias teorias e criação ocorra, a pessoa criativa há abordagens que contribuem para o antes de ser frustrada e perturbada entendimento do processo criativo por um problema ou uma situação que individual incluem-se a psicanálise, a ela não pode manobrar. O cientista, neurofisiologia, a genética, a análise por exemplo, tem de ser mentalmente transacional, as teorias sobre Gestalt, dilacerado por fatos que ele não o estudo das necessidades de auto- consegue explicar, o artista por realização e as explicações filosóficas emoções que ele não consegue e simbológicas (Kneller, 1978; exprimir pelas convenções artísticas a Mirshawka & Mirshawka, 1993). que está acostumado. A pessoa criativa regride, pois, a uma região De certa maneira, a diversidade de menos consciente, menos abordagens e a combinação de diferenciada de sua mente, na qual abordagens científicas e intuitivas possa gerar-se a solução de seu seriam inevitáveis em virtude da problema” (Kneller, 1978:60). complexidade do tema (Kneller, 1978). Assim, não se tem a pretensão de Pereira Filho (1996), por sua vez, discutir a questão da criatividade associa o processo criativo nos individual em poucos páragrafos; ambientes organizacionais ao todavia, não se pode, também, deixar conceito emocional da sublimação de de destacar a principal conclusão a Freud, ou seja, “o mecanismo pelo que se chegou após a análise da qual os impulsos instintivos são literatura (principalmente do campo da desviados da expressão direta e Psicologia) sobre esse tópico, pois, transformados em algo aceitável para como foi dito anteriormente, acredita- a sociedade”. Essa associação se se que muitos estudos gerenciais torna relevante, argumenta esse passem ao largo desse aspecto. autor, à medida que as organizações sejam, para a maior parcela da Assim, após analisar grande número população, o único lugar na sociedade de abordagens no campo da contemporânea em que os indivíduos Psicologia (associacionismo, gestalt, possam realizar seus projetos psicanálise, análise fatorial, reação ao pessoais e desejos e, assim, dar freudianismo, entre outras), verificou- vazão a grande parte de suas se que alguns elementos explicativos necessidades instintivas. do processo criativo parecem ganhar mais destaque do que outros. O ©TerraForum Consultores 4
  • 5. Duailibi & Simonsen (1990) também “Com raras, mas bem-vindas destacam o conteúdo emocional do exceções, não se encontram pessoas ato criativo. Eles definem as soluções reais na maior parte da literatura criativas como uma liberação de organizacional” (Pitcher, 1995:1). energia necessária à eliminação de angústias. Acreditam, também, que o Em conseqüência das novas que parece um ato inexplicável e demandas das organizações sobre os dependente do trabalho inconsciente indivíduos, como iniciativa, autonomia, é impossível se não for precedido de criatividade, trabalho em equipe etc., trabalho consciente e árduo. vários autores, entre os quais Peters (1994), Pitcher (1995) e Quinn et alii Essa visão é bastante parecida com a (1996), destacam a função de de Senge (1990) que, em vez do recrutamento e seleção como a mais termo angústia, adota o termo “tensão estratégica diretamente relacionada à criativa”: uma força resultante da administração de RH. O raciocínio, tendência natural dos indivíduos em por trás dessa ênfase, é que a buscar uma solução para as tensões capacidade cognitiva, a criatividade e encontradas, que surgem em a motivação individual, assim como a conseqüência da discrepância entre a capacidade de trabalhar bem em realidade percebida e a realidade grupos, embora possíveis de serem desejada. melhoradas e facilitadas pela organização, são características Nesse sentido, Senge (1990) acredita pessoais que os indivíduos que os indivíduos podem escolher desenvolveram ao longo de suas dois caminhos para resolver a tensão vidas e, por isso, dificilmente criativa: modificáveis em sua essência. Para Sveiby (1997), essa seria uma das • diminuir a discrepância (gap) decisões de investimento mais percebida em virtude da importantes para as empresas incapacidade dos indivíduos de intensivas em conhecimento. Para ele, resolverem sua tensão emocional, as empresas concorrem, de fato, em a qual normalmente está associada dois mercados, o de clientes e o de à tensão criativa; funcionários. • resolver a tensão criativa por meio Pitcher (1995), por exemplo, após de persistência, paciência, extenso estudo psicológico e compromisso ferrenho com a estatístico (incluindo o teste MMPI - verdade e utilização da força do Minnesota Multiphasic Personality subconsciente desenvolvida ou Inventory) sobre 15 executivos de treinada pelo esforço consciente uma das maiores instituições em visualizar e caminhar até o financeiras canadenses, concluiu que resultado esperado. as empresas são compostas por artistas, artesãos e tecnocratas. Os PARTE II artistas são as pessoas visionárias, empreendedoras e criativas, os Seleção de profissionais criativos líderes natos; os artesãos são aqueles que constrõem a visão e evitam os ©TerraForum Consultores 5
  • 6. excessos dos artistas; já os habilidades cognitivas, mas também tecnocratas são as pessoas da capacidade criativa e de pensar meticulosas e metódicas, cujo sob pressão. principal objetivo é manter o status quo. Badawy (1988), por sua vez, acrescentou importante perspectiva A conseqüência prática desses para o desenho de processos de resultados, segundo Pitcher (1995), é seleção de pessoas que deverão que a seleção de pessoal é muito participar de processos de inovação. mais importante do que o treinamento, O processo de inovação demanda e que as teorias administrativas diferentes tipos de papéis e “behavioristas” estão absolutamente habilidades e diferentes graus de erradas. As teorias formuladas por criatividade de acordo com as suas Herbert Simmon, em particular, fases - idea generating, championing, estariam totalmente desconectadas da project leading, gatekeeping, realidade dos indivíduos que formam sponsoring - e torna-se, cada vez as organizações. Eles podem ser mais, dependente do trabalho em treinados, mas dificilmente se equipe. Dessa forma, além da conseguirá mudar suas características avaliação da experiência, da básicas que afetam todos os tipos de criatividade e do conhecimento julgamento, o processo de tomada de específico, um dos principais papéis decisões e a capacidade de aceitar das entrevistas seria o de avaliar a diferentes níveis de risco. compatibilidade do candidato com a cultura da empresa e a sua habilidade para trabalhar em equipe. ! " $ # #% # # ## # # # &#' Quinn et alii (1996), em seu estudo sobre empresas que têm gestão pró- Quais são as principais conclusões da ativa e de sucesso do capital literatura quanto ao melhor processo intelectual, como a Microsoft, a The para a seleção de indivíduos que Four Seasons Hotels, a McKinsey & venham a contribuir para a construção Company, a Intel e a Genentech, do capital intelectual das empresas e, destacam que a questão de principalmente, que venham a recrutamento e seleção é encarada contribuir para o processo criativo e nessas empresas, pela alta inovador da organização? Uma das administração, como uma das mais maneiras de abordar essa questão é estratégicas. Elas chegam a por uma revisão das principais entrevistar de 50 a 100 candidatos por conclusões dos esforços baseados vaga. O processo de entrevista para em pesquisas e testes psicológicos e os escolhidos é bastante longo e em estudos relacionados envolve a avaliação não só das especificamente à administração de ©TerraForum Consultores 6
  • 7. P&D, pois esses são dois campos de avaliação biográfica, é importante a estudo com longa tradição e utilização de testes desenhados preocupação com a capacidade do para profissões específicas (King & indivíduo de ser efetivamente criativo Anderson, 1995). e inovador no ambiente organizacional. • Avaliação das características de personalidade associadas com a Com relação às abordagens para a criatividade seleção de pessoas criativas São inúmeros os estudos, no baseadas nos trabalhos campo da Psicologia, que desenvolvidos no campo da procuram associar características Psicologia, pode-se dizer que elas se específicas às pessoas criativas dividem em quatro grupos principais, (Kneller, 1978; King & Anderson, discutidos a seguir. 1995). Entre as características mais comuns encontradas nesses • Medição da habilidade em estudos estão: pensar criativamente São muitos os testes que medem a - tolerância para a incerteza e capacidade dos indivíduos em ambigüidade; pensar criativamente. Um dos mais - autoconfiança; utilizados é o Torrance Tests of - não convencionais; Creative Thinking (TTCT), que foi - originalidade; desenvolvido por E.P. Torrance nos - motivação intrínseca; anos 60 para uso educacional. É - inteligência acima da média; baseado na rapidez com que os - determinação para o êxito; indivíduos produzem respostas - humor; inteligentes e originais a sugestões - inconformismo. do tipo: “Liste o maior número possível de usos para um tijolo”. Isso não quer dizer que essas Procura, também, medir quatro características são encontradas em aspectos distintos da criatividade: todas as pessoas criativas, mas fluência, flexibilidade, originalidade sim que é provável encontrar e elaboração. algumas delas nessas pessoas. Além disso, ressaltam King & Embora usados com freqüência, Anderson (1995), existem esses testes parecem mais importantes diferenças nas apropriados para medir um características expressas da conjunto de habilidades cognitivas criatividade em virtude da idade, do associadas com a criatividade do sexo e da ocupação profissional. que a criatividade em si. De qualquer maneira, os testes Comumente, acabam por avaliar a psicológicos disponíveis (KAI(1), capacidade de pensamento 16PF(2), OPQ(3), entre outros) divergente, que é uma habilidade tendem a ser bons indicadores do de produzir associações remotas e potencial criativo e do originais a um estímulo. De outro desempenho criativo presente e lado, assim como no caso da passado. Os cuidados na sua ©TerraForum Consultores 7
  • 8. aplicação incluem, principalmente, de personalidade é confiável como o fato de os candidatos poderem instrumento de seleção de pessoal falsear suas respostas e o, já e que, de fato, o único bom citado, de que diferentes indicador da capacidade criativa ocupações demandam diferentes futura do indivíduo é o seu habilidades criativas. desempenho criativo no passado. Nesse sentido, Shapero (1985), por • Avaliação das características exemplo, recomenda que no biográficas e dos produtos processo de seleção, no caso de passados associados com a profissões em que o conceito criatividade clássico de portfolio (por exemplo, As avaliações biográficas incluem artes e arquitetura) não se aplica, uma avaliação histórica do se utilizem perguntas do tipo: “Qual candidato, começando na infância é a coisa mais criativa que você e incluindo uma descrição factual realizou nos últimos três anos?”, de sua vida. Dessa maneira, elas “Qual a coisa mais criativa que são menos claras no seu próposito você já fez?”. e, por isso, menos falseáveis. Já a avaliação dos produtos passados Segundo King & Anderson (1995), consiste em avaliar a criatividade essas abordagens têm de idéias, produtos ou ações apresentado validade superior à profissionais realizados ou dos testes de personalidade, empreendidos pelo candidato, por principalmente em profissões como meio de exemplos reais, como no pesquisa científica, engenharia e caso da avaliação do portfolio de design. No entanto, são menos um artista. recomendáveis para profissionais recém-formados com curta história Hocevar & Bachelor (1989) profissional, e, além disso, concluem, após avaliarem grande apresentam uma dificuldade lista de técnicas para a medição da adicional pelo fato de dependerem criatividade, que esse método é o do caráter subjetivo da avaliação mais confiável e válido, pois o da criatividade do produto pelo comportamento passado seria a examinador. melhor forma de avaliar o desempenho futuro. As conclusões • Medida da motivação para o de Shapero (1985) e Badawy trabalho (1988), depois de extensa pesquisa Para vários autores, a criatividade bibliográfica sobre os processos de estaria muito relacionada aos seleção de profissionais para P&D, aspectos motivacionais: o que são muito semelhantes às de realmente distingue as pessoas Hocevar & Bachelor (1989). criativas é uma motivação intrínseca para o trabalho; são Para Shapero (1985) e Badawy pessoas que trabalham duro, (1988), as várias décadas de preferem definir seu próprio pesquisa sobre criatividade em caminho, lutam para ser originais e P&D mostraram que nenhum teste mostram grande flexibilidade na ©TerraForum Consultores 8
  • 9. resolução de problemas. Por isso, A análise das várias abordagens devem ser levadas em parece muito alinhada com as consideração no momento da conclusões de Kneller (1978). Para seleção de pessoal. esse autor ainda não existem testes altamente fidedignos para avaliar as Em relação à importância da qualidades criativas intrínsecas dos motivação para o trabalho criativo, indivíduos. Isso não quer dizer que parece relevante destacar a anos de pesquisa não tenham pesquisa realizada, na década de produzido algum tipo de resposta 70, por Parmeter & Garber (1971) - relevante. Como visto, muito já se Creative Scientists Rate Creativity aprendeu sobre técnicas que avaliam Factors. Nesse trabalho, efetuado a criatividade expressa e a sob os auspícios do Industrial capacidade de liberação do potencial Research Institute (IRI), os autores criativo de cada indivíduo. E, entrevistaram 110 cientistas tidos associando a criatividade à como os mais destacados entre os capacidade de aprender coisas novas de maior criatividade, à época nos e úteis, verifica-se, na literatura, Estados Unidos (metade tinha, no outros exemplos de empresas que já mínimo, 50 publicações e utilizam, de forma consistente, esse patentes), buscando avaliar a critério para selecionar seus percepção deles sobre as funcionários. características das pessoas criativas. Um dos resultados mais A seleção de pessoas criativas talvez interessantes dessa pesquisa foi não seja a questão principal para as que, para esses cientistas, as empresas. Mais importante pode ser o pessoas criativas se caracterizam, desafio de aumentar a criatividade da principalmente, por: empresa por meio de contratações. Hamel & Prahalad (1994), por - enorme motivação para o exemplo, acreditam que os critérios de trabalho e para a ação; contratação e promoção dos - grande habilidade para funcionários têm grande impacto na analisar e simplificar um problema; capacidade de as empresas - capacidade de transferir reinventarem continuamente seu conceitos de um campo para outro. futuro. Empresas que contratam sempre pessoas com o mesmo perfil Baseados nessas evidências e estariam atreladas ao passado. estudos, Kabanoff & Rossiter Fazendo uma analogia com a (1994, citados por King & Biologia, esses autores dizem ser Anderson, 1995) sugerem que o necessário aumentar a variedade desenvolvimento de medidas do genética das empresas por meio da histórico motivacional poderia contratação e da promoção de significar importante avanço quanto pessoas essencialmente diferentes do às técnicas para a seleção de padrão(4). Só assim as empresas pessoas criativas. conseguirão desenvolver novas perspectivas e criar coisas absolutamente novas. Ter opiniões ©TerraForum Consultores 9
  • 10. fortes e não desistir facilmente Segundo essa classificação, poucas deveriam ser também, na opinião dos são as empresas que estão treinando autores, atributos das pessoas a seus funcionários além do nível de serem selecionadas(5). conhecimento cognitivo ou do de habilidades avançadas, Treinamento para a criatividade nas desperdiçando, dessa maneira, boa organizações parte do potencial de inovação deles e, indiretamente, a oportunidade de Quinn et alii (1996) avaliam como autotreinarem-se em habilidades insuficiente o nível de investimento em básicas e avançadas. Além disso, treinamento para a criatividade nas ressaltam os autores, o valor do organizações, pois consideram ser capital intelectual, como diferencial esse um dos componentes mais competitivo, seria muito maior no importantes do capital intelectual das último nível - o da criatividade - que, empresas. De fato, segundo o modelo normalmente, é encontrado e se formulado por esses autores, origina na própria cultura das existiriam quatro níveis de capital empresas, enquanto os três primeiros intelectual nas empresas. Em ordem podem ser encontrados também nos de importância e complexidade eles sistemas, banco de dados ou seriam: tecnologias operacionais das empresas. • conhecimento cognitivo (know- what) - conhecimento adquirido por Já Parnes & Harding (1962), meio de treinamento e certificações precursores do estudo e do básicas; treinamento para a criatividade, • habilidades avançadas (know-how) afirmam que ela não pode ser - capacidade de aplicar as regras ensinada. No entanto, as pessoas de uma disciplina em situações podem aprender maneiras de práticas da vida real; desenvolver hábitos e condutas de • entendimento sistêmico (know-why) pensar que fazem aparecer a - capacidade de perceber relações capacidade latente de criar. Nesse de causa e efeito, resolver sentido, vários estudos conferem problemas grandes e complexos e pouca importância a treinamentos utilizar a intuição treinada para específicos para o desenvolvimento antecipar relações sutis e da criatividade comparativamente a conseqüências inesperadas; treinamentos que melhorem as • criatividade motivada internamente estratégias de trabalho (Parmeter & (self-motivated creativity or care- Garber, 1971; Kelley & Caplan, 1993). why) - capacidade, vontade, motivação e perseverança de A pesquisa de Parmeter & Garber indivíduos ou grupos para atingir o (1971) mostrou que, na opinião de sucesso e criar vantagens cientistas reconhecidamente criativos, competitivas por meio de entre os fatores que mais estimulam a inovações. criatividade estão o estabelecimento de contatos com colegas estimulantes e a liberdade para trabalhar em áreas ©TerraForum Consultores 10
  • 11. de interesse. Recente depoimento tornar mais criativas e produtivas. (sobre o resultado de pesquisas Entre as principais estratégias anuais com seus funcionários) de encontram-se: Joseph Miller, Chief Technology Officer e Senior Vice President da • iniciativa; DuPont, uma das empresas mais • capacidade de estabelecer reconhecidas no mundo pela sua relacionamentos com várias áreas da capacidade de inovar, parece empresa; corroborar tais resultados (Kanter et • capacidade de trabalhar em alii, 1997:70): “Todo ano, nós equipe. reunimos nosso pessoal técnico para avaliar como eles se sentem em De fato, essa pesquisa envolveu a relação ao ambiente de trabalho e, aplicação de um treinamento para também, em relação ao próprio melhorar a produtividade (e a trabalho. Ano após ano, eu me criatividade) dos engenheiros de impressiono com a consistência dos desempenho médio. Esse resultados da pesquisa. Nosso treinamento, conduzido pelos stars, pessoal insiste que é principalmente o consistia basicamente no trabalho e não o ambiente que os compartilhamento das estratégias de satisfaz e os motiva. Os desafios que trabalho por meio do uso de exemplos nossos cientistas enfrentam e as práticos e reais e de técnicas como oportunidades que lhes são trabalho em equipe e role playing. apresentadas são excepcionais Segundo relato dos autores, a motivadores. Eles têm enorme prazer produtividade dos engenheiros em colaborar com seus colegas e treinados - medida por parâmetros pares dentro e fora da empresa. definidos pelos gerentes - aumentou Acima de tudo, eles valorizam a muito após o treinamento. independência de que dispõem para resistir aos esforços dos gerentes em Por fim, não se pode deixar de citar redirecionar ou controlar o trabalho algumas técnicas auxiliares que, que realizam”. apesar de não tocarem as questões mais profundas relacionadas à Kelley & Caplan (1993), por sua vez, criatividade, se têm mostrado úteis no realizaram longa pesquisa e desenvolvimento da capacidade e do experimentos, entre 1986 e 1993, com interesse latente dos indivíduos. O 600 engenheiros dos Laboratórios Bell brainstorm, por exemplo, desenvolvido da AT&T, e concluiram que a principal por Alex Osborn em 1953, tem-se diferença entre engenheiros de alto mostrado bastante efetivo, tanto em desempenho (stars) e engenheiros de testes de laboratório como na vida desempenho médio está associada a real das organizações. Outras estratégias de trabalho e não a técnicas e exercícios clássicos diferenças verificadas por testes desenvolvidos são o método de psicológicos ou de quociente de Gordon, o método de relação de inteligência (Q.I.). Como atributos, o método das correlações conseqüência, é possível treinar as forçadas, a análise morfológica e as pessoas para que elas possam se listas de verificação de Osborn e do ©TerraForum Consultores 11
  • 12. MIT (Hesketh, 1980). Já Von Fange (1990) parece ser representativo (1961) classifica as técnicas para desse tipo de abordagem. Eles auxiliar a atividade criadora em: as identificaram vários fatores que orientam o interesse; as que impeditivos para a criatividade: aperfeiçoam os filtros; as que aumentam os conhecimentos; as que • pressão para se conformar; aceleram as associações. • atitudes e meio excessivamente autoritários; À guisa de conclusão sobre • medo do ridículo; treinamentos para a criatividade, • intolerância para com as atitudes tende-se a concordar com Shapero mais joviais; (1985). Ele questiona a eficácia de • excesso de ênfase nas programas de treinamento para a recompensas e nos sucessos criatividade que se propõem a mostrar imediatos; o caminho para a geração de idéias • busca excessiva de certeza; criativas e a criar métodos universais • hostilidade para com a para a resolução de problemas. Isso personalidade divergente; não quer dizer que sua avaliação seja • falta de tempo para pensar; contrária à aplicação de programas • rigidez da organização. educacionais para o desenvolvimento da criatividade. Sua posição é a de Os autores tecem, além disso, que os indivíduos devem encontrar algumas recomendações para o sua própria abordagem para o executivo que queira estimular a desenvolvimento da criatividade. As criatividade na empresa. Ele deve: organizações, por seu lado, deveriam preocupar-se em oferecer condições de trabalho que permitam aos • tomar cuidado para que o meio indivíduos desenvolver seu potencial não seja autoritário em excesso; criativo. • contudo, pressionar para que o seu subordinado superaprenda; Clima, motivação e recompensas para • na medida do possível, postergar a criatividade nas organizações os seus julgamentos, mesmo quando já puder tê-los formado; Vários trabalhos e livros com dicas • dividir com o seu pessoal as suas sobre como melhorar a criatividade experiências, sem ciúmes das pessoas nas empresas têm sido profissionais nem superioridade; publicados por gurus da administração • estimular a flexibilidade e executivos de sucesso. De maneira intelectual, encarando a solução geral, as conclusões e receitas para o de qualquer problema sob várias aumento da criatividade não se formas; diferenciam muito nessas publicações: • encorajar a auto-avaliação do adotar um estilo democrático, não processo individual, permitindo prejulgar as idéias, dar oportunidades que o próprio subordinado para que as pessoas possam testar analise o seu trabalho e o seu suas idéias, saber conviver com o erro desenvolvimento; etc. O trabalho de Duailibi & Simonsen ©TerraForum Consultores 12
  • 13. • ajudar o seu pessoal a tornar-se gerir os trabalhadores e o trabalho mais sensível; baseado no conhecimento e sobre • prover, freqüentemente, como o integrar e o medir. E, apesar oportunidades para que todos de toda a pesquisa realizada nos exercitem sua criatividade; últimos 50 anos, nós, realmente, • auxiliar cada subordinado a sabemos muito mais sobre como compreender, aceitar e superar destruir a criatividade do que sobre os seus fracassos; como a estimular”. • instar para que os problemas sejam abordados como um todo. Uma vez que os profissionais de P&D são, em sua maioria, profissionais Apesar de essas receitas e qualificados que trabalham com a prescrições estarem alinhadas, em geração de novos conhecimentos e sua direção, com os resultados de dependem de certo grau de estudos mais acadêmicos (Parmeter & criatividade, torna-se importante, para Garber, 1971; Shapero, 1985; os objetivos do presente trabalho, a Badawy, 1988; Kelley & Caplan, 1993; análise das conclusões de pesquisas Faria & Alencar, 1996), há elevado realizadas para avaliar as práticas de nível de ceticismo com relação ao gestão desses profissionais do avanço das práticas e teorias conhecimento. Esse é, afinal, o campo gerenciais a respeito da capacidade de estudo que há mais tempo se das organizações em incentivar e preocupa, especificamente, com a motivar seus principais recursos gestão desse tipo de profissional. Se humanos. não generalizáveis, é possível acreditar que muitas das conclusões a Parece haver, além disso, o consenso seguir são indicativas das práticas que de que os principais obstáculos ao deveriam ser adotadas ou evitadas desenvolvimento da criatividade sejam por empresas que, de alguma forma, de caráter cultural e educacional dependem da geração de (Kneller, 1978) e de que se sabe conhecimento para ser competitivas. muito mais sobre como criar barreiras para a criatividade do que sobre como A questão da motivação para o a estimular (Shapero, 1985; Badawy, trabalho é um dos assuntos centrais 1988). Com relação ao último ponto, das teorias organizacionais e, como Badawy (1988) relata vários trabalhos visto, fundamental para o processo que mostram o alto grau de criativo. Com relação à gestão de insatisfação de profissionais que profissionais de P&D, algumas das trabalham com P&D e destaca um principais conclusões da literatura trecho da palestra de Peter Drucker sobre motivação e sistemas de (1987) na American Academy of recompensa foram avaliadas por Management: “Nós sabemos que, na Shapero (1985) e Badawy (1988). organização atual, os trabalhadores Algumas de suas conclusões do conhecimento estão substituindo corroboram conceitos bastante gerais rapidamente os trabalhadores sobre motivação no trabalho, manuais. Mas, infelizmente, nós enquanto outras são bastante sabemos muito pouco sobre como específicas. O resumo das principais ©TerraForum Consultores 13
  • 14. conclusões é apresentado no quadro 2. Quadro 2 – Princípios para a Motivação e Sistemas de Recompensa para os Profissionais de P&D e os Profissionais Criativos em Geral Princípios para a Motivação Características dos Sistemas de Recompensa Efetivos • O comportamento incentivado tende a ser • A avaliação de desempenho é um repetido. importante incentivo. • O reforço positivo é mais efetivo para • Para se atingir melhores resultados, as motivar os pesquisadores do que as recompensas devem ser dadas punições. imediatamente após o comportamento que • A motivação pelo medo tende a gerar se queira ver repetido. ambigüidade e insegurança. • As recompensas devem ser oferecidas, • Clara distinção deve ser feita entre paulatinamente, à medida que o profissional necessidade de treinamento e necessidade se move em direção ao objetivo desejado. de motivação. (Elas são freqüentemente • A avaliação do trabalho criativo dos confundidas, fazendo com que, por pesquisadores deve ser multidimensional. exemplo, tentativas de prover mais • Deve-se evitar ênfase exagerada em treinamento falhem por causa da falta de recompensas externas, como segurança, motivação.) salário e prestígio. As recompensas • O desempenho desejado deve ser internas, como oportunidades de se claramente definido, explícito e concreto. aprimorar e se envolver com novos • É importante que se considerem as desafios, tendem a ser mais efetivas. Um características distintas dos profissionais bom mix de recompensas externas e que trabalham com P&D: têm horizonte de internas deve, entretanto, ser buscado. tempo mais longo; seu objetivo primário é a • Um dos critérios de avaliação dos invenção e não a venda; são orientados profissionais de P&D deve incluir o para os produtos e não para o mercado; desempenho financeiro da empresa. tendem a se identificar mais com seus • A divisão das atividades dos profissionais pares do que com a empresa. em subatividades é um poderoso • Os principais sistemas motivadores para os instrumento para a melhor avaliação do profissionais de P&D estão relacionados à desempenho desses profissionais. tarefa: o potencial motivacional desses profissionais tende a crescer à medida que lhes são oferecidas tarefas desafiantes e que exigem criatividade, imaginação e flexibilidade. • Um dos principais motivadores é o fornecimento de recursos para a realização de atividades criativas. O tempo é um dos recursos mais importantes para as atividades criativas. Fonte: Elaborado a partir dos trabalhos de Shapero (1985) e Badawy (1988). Embora as prescrições constantes no algumas hipóteses para essa quadro 2 sejam convergentes na ocorrência. A contratação, o literatura, os resultados, na prática, gerenciamento e a premiação de parecem estar muito aquém do profissionais criativos oferecem desejado. Shapero (1985) apresenta importantes desafios para a gerência ©TerraForum Consultores 14
  • 15. das empresas. Assim como os raramente ser, apesar de sua professores e pais, os gerentes sentir- importância, uma das prioridades no se-iam muito menos confortáveis e mundo empresarial e, até mesmo, no preparados para lidar com pessoas acadêmico. altamente criativas. Estas, em geral, não são conformistas, não respondem Nesse sentido, termina-se, pois, este aos mesmos estímulos e, acima de artigo com uma reflexão pessoal: tudo, tendem a ter muito menos quando os executivos das empresas respeito por autoridades e dizem que “nossos funcionários são procedimentos. nosso maior ativo”, é plausível pensar que eles estão dedicando boa parte Por outro lado, lembrando que uma de seu tempo e sua atenção para a das principais condições para o compreensão de como esses desenvolvimento do trabalho criativo é funcionários devem ser selecionados, saber aprender com o erro e encará-lo treinados e estimulados a contribuir como verdade parcial (Kneller, 1978), com seu potencial criativo para o pode-se considerar relevante a sucesso da empresa. A realidade, hipótese de que tanto a alta como a contudo, como se sabe, é bem média gerência da maioria das diferente. empresas acabam por criar obstáculos à ação e à criatividade de seus funcionários, por não saberem NOTAS conviver com o erro e por temerem perder o controle intelectual das (1) KAI = Kirton Adaption atividades desses funcionários Innovation Inventory: medida (Waring, 1991). unidimensional da criatividade quanto ao estilo cognitivo, que classifica os indivíduos em CONSIDERAÇÕES FINAIS adaptadores e inovadores. Como visto, a gestão da criatividade (2) 16PF = teste de personalidade na empresa constitui um campo de adulta baseado em 16 fatores: estudo que ainda apresenta várias dimensões estão importantes desafios teóricos e associadas a diferentes práticos. No entanto, alguns dos aspectos da criatividade, como conceitos e conclusões apresentados pensamento abstrato, ao longo do texto já fornecem imaginatividade, tendência à algumas ferramentas úteis para a experimentação e gestão pró-ativa da criatividade nas autodeterminação. empresas, particularmente no que diz respeito a seleção, treinamento e remoção de obstáculos à expressão (3) OPQ = Occupational da criatividade individual. Por outro Personality Questionnaire: lado, a complexidade do tema talvez medida multidimensional de explique (mas não justifica) o fato de a traços da personalidade gestão pró-ativa da criatividade relevantes para a profissão. ©TerraForum Consultores 15
  • 16. Disponível para várias DUAILIBI, R. & SIMONSEN Jr., H. profissões. Criatividade & marketing. McGraw-Hill, 1990. (4) Pudemos observar, durante FARIA, M.F.B de & ALENCAR, nosso tempo de trabalho na E.M.L.S. de. Estímulos e barreiras à McKinsey & Company, uma criatividade no ambiente de trabalho. clara tendência e o esforço da Revista de Administração da USP, empresa em contratar pessoas São Paulo v.31, n.2, p.50-61, abr./jun. com formações diferenciadas, 1996. ou seja, que não fossem GOULD, S.J. Creating the creators. estritamente de negócios. A Discover, p.42-57, Oct. 1996. empresa contratava, HAMEL, G. & PRAHALAD, C.K. freqüentemente, profissionais Competing for the future. Harvard como jornalistas, físicos, Business School Press, 1994. bioquímicos e advogados para HESKETH, 1980. atuar na consultoria de HOCEVAR, D. & BACHELOR, P. A negócios. taxonomy and critique of measurements used in the study of creativity. In: GLOVER, J.A. et alii (5) “As empresas que criam o (eds.). Handbook of creativity. New futuro são rebeldes. Elas são York, Plenum Press, 1989. subversivas. Elas quebram as KANTER, R.M. et alii. Innovation: regras. Elas estão cheias de breakthrough thinking at 3M, Du Pont, pessoas dispostas a defender GE, Pfizer, and Rubbermaid. New o outro lado de uma questão York, Harper Business, 1997. apenas para incitar um debate. KAO, John. Jamming: the art and De fato, elas estão cheias de discipline of business creativity. New pessoas que não se importam York, Harper Business, 1996. em ser mandadas, de tempos KELLEY, R. & CAPLAN, J. How Bell em tempos, para a sala do Labs creates star performers. Harvard diretor” (Hamel & Prahalad, Business Review, p.128-139, 1994:107). Nesse mesmo July/Aug. 1993. sentido, ocorre um ditado KING, N. & ANDERSON, N. bastante comum nas empresas Innovation and change in brasileiras: “A turma do fundão organizations. Routledge, 1995. acaba contratando a turma da KNELLER, G.F. Arte e ciência da frente”. criatividade. São Paulo, Ibrasa, 1978. MIRSHAWKA, V. & MIRSHAWKA Jr., V. Qualidade da criatividade: a vez do REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Brasil. São Paulo, Makron Books, 1992. BADAWY, M. Managing human PARMERTER, S.M. & GARBER, J.D. resources. Research Technology Creative scientists rate creativity Management, p.19-35, Sep./Oct.1988. factors. Research Management, p.65- DISCOVER. Eureka moments. p.70- 70, Nov. 1971. 73, Oct. 1996. ©TerraForum Consultores 16
  • 17. PARNES, S. & HARDING, H. A *** source book for creative thinking. Charles Scribner’s Sons, 1962. José Cláudio C. Terra é presidente da PEREIRA FILHO, J.L. Inovação e TerraForum Consultores. Atua como consultor criatividade em organizações e palestrante no Canadá, nos Estados Unidos, brasileiras: um estudo piloto de casos em Portugal, na França e no Brasil. Também é nacionais. São Paulo, 1996. 157p. professor de vários programas de Dissertação (Mestrado) – Escola de pósgraduação e MBA e autor de vários livros Administração de Empresa de São sobre o tema. Seu email é Paulo da Fundação Getúlio Vargas. jcterra@terraforum.com.br PETERS, T. Liberation management: necessary disorganization for the nanosecond nineties. New York, Ballantines Books, 1994. PITCHER, P. Artists, craftsmen and technocrats: the dreams, realities and illusions of leadership. Stoddart, 1995. QUINN, J.B. et alii. Managing professional intellect: making the most of the best. p.71-80, Mar./Apr. 1996. RAMOS, A.G. A teoria administrativa e a utilização inadequada de conceitos. Revista de Administração Pública, v.17, n.1, p.66-76, jan./mar. 1983. SENGE, 1990. SHAPERO, A. Managing creative professionals. Research Management, p.23-28, Mar./Apr. 1985. SVEIBY, K.E. The new organizational wealth: managing and measuring knowledge-based assets. San Francisco, Berrett-Koehler Publishers, 1997. VON FANGE, E.K. Criatividade profissional. São Paulo, Ibrasa, 1961. WARING, S. Taylorism transformed: scientific management theory since 1945. The University of North Carolina Press, 1991. ZACCARELLI, S.B.; ! ( ) FISCHMANN, A.;LEME, ?. Como transformar idéias em inovações que geram resultados Ecologia de empresas: um estudo do ambiente Seleção de Profissionais Criativos empresarial. São Paulo, Atlas, Programa de Idéias: Mais quantidade ou mais qualidade? 1980. ©TerraForum Consultores 17
  • 18. ! * , *! + )- A TerraForum Consultores é uma empresa de consultoria e treinamento em Gestão do Conhecimento (GC) e Tecnologia da Informação. Os clientes da empresa são, em sua maioria, grandes e médias organizações dos setores público, privado e terceiro setor. A empresa atua em todo o Brasil e também no exterior, tendo escritórios em São Paulo, Brasília e Ottawa no Canadá. É dirigida pelo Dr. José Cláudio Terra, pioneiro e maior referência em Gestão do Conhecimento no país. Além disso, conta com uma equipe especializada e internacional de consultores. , / !1 * *) 4 . . 0 2 - ) !3) + Gestão do Conhecimento e E-learning na Prática Portais Corporativos, a Revolução na Gestão do Conhecimento Gestão do Conhecimento - O Grande Desafio Empresarial Gestão do Conhecimento em pequenas e médias empresas Realizing the Promise of Corporate Portals: Leveraging Knowledge for Business Success Gestão de Empresas na Era do Conhecimento ©TerraForum Consultores 18