2. Constru(vismo
O Comportamento e o desenvolvimento da inteligência resultam
de uma construção progressiva do sujeito em interacção com o
meio físico e social.
3. Constru(vismo
O Conhecimento é um processo de adaptação ao meio.
Não
somos
simples
produtos
do
meio.
Temos
um
papel
ac(vo:
• Na
construção
dos
esquemas
ou
estruturas
que
nos
permitem
conhecer
e
interpretar
a
realidade
O
indivíduo,
através
das
suas
acções
sobre
o
meio,
tem
um
papel
na
construção
do
conhecimento
e
da
sua
personalidade.
4. Constru(vismo
O Comportamento (R) é uma resposta que varia em função da
interacção entre a personalidade do sujeito (P) e a situação (S).
Para
compreendermos
o
comportamento
de
um
individuo,
em
determinado
caso,
temos
de
considerar
dois
factores:
1. A
influência
da
personalidade
na
situação;
R
=
f
(S
P)
2. A
influência
das
situações
anteriormente
vividas
por
alguém
na
formação
da
sua
personalidade
6. Três
Princípios
em
que
se
baseia
a
Teoria
do
Desenvolvimento
Cogni(vo
A
criança
não
é
um
adulto
em
miniatura,
dotado
do
Mudanças
mesmo
equipamento
básico.
Para
Piaget,
há
uma
Qualita(vas
diferença
qualita(va
entre
o
adulto
e
a
criança,
quanto
ao
modo
de
funcionamento
intelectual
Para
além
de
alguns
esquemas
reflexos
simples,
só
Construção
Ac(va
a
necessidade
de
conhecer
(adaptação
ao
meio)
é
do
Sujeito
inata
no
ser
humano.
Desenvolvimento
cogni(vo
é
a
construção
ac(va
de
estruturas
que
possibilitem
essa
adaptação
O
Desenvolvimento
processa-‐se
ao
longo
de
Descon(nuidade
momentos
dis(ntos
(estádios),
qualita(vamente
diferenciados.
7. Estádios
de
Desenvolvimento
Fase do desenvolvimento que se distingue qualitativamente de
fases anteriores e posteriores.
A sucessão de estádios obedece a uma sequência uniforme (não
se aprende a ler antes de aprender a falar).
Corresponde
ao
surgimento
de
novos
padrões
comportamentais.
Cada
estádio
integra
as
aquisições
do
estádio
anterior.
8. Factores
do
Desenvolvimento
Hereditariedade
e
Maturação
Física
Piaget
refere-‐se
a
mudanças
biologicamente
determinadas
no
desenvolvimento
Zsico
e
neurológico
que
ocorrem
de
forma
rela(vamente
independente
em
relação
às
experiências
9. Factores
do
Desenvolvimento
Experiência
Experiência
para
Piaget
significa
a
ac(vidade
(Zsica
e
mental)
do
sujeito
sobre
os
objectos
que
permite
dis(ngui-‐los
e
organizá-‐los.
Através
dessa
ac(vidade,
formam-‐se
as
estruturas
ou
esquemas
que
possibilitam
a
acção
e
a
compreensão
da
realidade.
10. Factores
do
Desenvolvimento
Transmissão
Social
Piaget
refere-‐se
ao
processo
através
do
qual
somos
influenciados,
não
pela
nossa
ac(vidade
própria,
mas
pelo
contexto
social,
pela
observação
dos
outros
e
pela
educação.
11. Factores
do
Desenvolvimento
Equilibração
Cada
novo
estádio
define-‐se
pelo
surgimento
de
novos
esquemas
e
estruturas
mais
complexos.
A
equilibração
(verdadeirto
motor
do
desenvolvimento)
assegura
formas
de
equilíbrio
instável,
cada
vez
mais
estáveis,
na
adaptação
ao
meio.
12. Desenvolvimento
Cogni(vo
Para Piaget, o desenvolvimento cognitivo implica que a
actividade do sujeito na interacção com o meio responda aos
desequilíbrios cognitivos, procurando atingir um estado de
equilíbrio entre a assimilação e a acomodação.
Para
Piaget,
a
necessidade
de
conhecer
é
um
impulso
inato,
uma
manifestação
par(cular
da
necessidade
de
sobrevivência.
13. Esquemas
Padrões de acção e categorias ou estruturas mentais que
organizam a interacção do sujeito com o meio.
A adaptação envolve a construção de esquemas através da
interacção com o meio, graças a duas actividades
complementares: a assimilação e a acomodação.
Durante
os
primeiros
meses
de
vida,
os
esquemas
baseiam-‐se
em
acções.
Os
objectos
são
agrupados
conforme
as
acções
que
as
crianças
realizam.
Assim,
chupando
e
agarrando,
as
crianças
criam
categorias
de
objectos
que
podem
ser
chupados
e
agarrados.
14. Esquemas
A construção de esquemas com categorias de objectos que
podem ser chupados e agarrados é a forma de as crianças
“marcarem mentalmente os objectos com os quais se
relacionaram”.
O
Bebé
pode
ter
um
esquema
de
sucção
na
maior
parte
dos
casos
aplicado
a
mamilos.
O
Esquema
“agarrar
e
abanar”
é
aplicado
à
manipulação
de
rocas.
O
Esquema
“sorriso”
é
aplicável
a
rostos
humanos.
Etc.
15. Esquemas
A partir de um certo momento, os esquemas constituem-se
baseando-se mais em relações funcionais e conceptuais do que
em acções.
As
crianças
em
idade
pré-‐escolar
aprendem
que
garfos,
facas
e
colheres
formam
um
esquema
ou
categoria
funcional
denominado
“coisas
que
uso
para
comer”.
Aprendem
também
que
cães
e
gatos
cons(tuem
uma
categoria
mental
ou
esquema
denominado
“animais
domés(cos”.
16. Esquemas
Tal como as crianças em idade pré-escolar, as crianças mais
velhas e adolescentes usam esquemas baseados em relações
funcionais e conceptuais.
Os adolescentes começam a ser capazes também de construir
esquemas baseados em propriedades abstractas.
Um
adolescente
poderá
construir
um
esquema
ou
categoria
mental
“ideologias
que
desprezo”,
nelas
integrando
o
fascismo,
o
nazismo,
o
racismo
e
o
sexismo,
por
exemplo.
18. Mecanismos
de
Adaptação
ao
Meio
Processo adaptativo que consiste em incorporar novas
informações nos esquemas já existentes.
Por
exemplo,
os
bebés
usam
o
esquema
de
sucção
não
só
A
assimilação
verifica-‐se
quando
para
se
alimentarem,
mas
usamos
esquemas
existentes
para
dar
também
para
chuchar
no
dedo
sen(do
aos
novos
acontecimentos
ou
experiências.
Através
da
assimilação,
respondemos
a
uma
nova
situação
de
modo
semelhante
ao
que
adoptámos
numa
situação
familiar,
sem
necessidade
de
modificar
os
esquemas
existentes.
19. Mecanismos
de
Adaptação
ao
Meio
Processo adaptativo que consiste em ajustar os esquemas
existentes a novas informações e experiências, ajustando-os.
Os
pais
sabem
que
as
primeiras
Se
os
dados
não
podem
ser
vezes
que
se
dá
de
comer
a
uma
incorporados
nos
esquemas
existentes,
criança
com
uma
colher
são
uma
é
necessário
o
desenvolvimento
de
experiência
desconcertante
para
esquemas
ou
estruturas
mais
ela:
apropriados.
1. Primeiro
começa
por
usar
o
esquema
de
sucção
(que
não
Por
exemplo,
a
criança
que
aprendeu
a
funciona
bem)
agarrar
objectos
pequenos
com
uma
2. Mais
tarde
a
criança
aprende
a
mão,
apercebe-‐se
que
outros
objectos
adaptar
a
boca
e
a
língua
ao
só
podem
ser
levantados
com
duas
novo
meio
de
alimentação
mãos.
20. Mecanismos
de
Adaptação
ao
Meio
Processo adaptativo que consiste em procurar estabelecer um
equilíbrio entre assimilação e acomodação.
A
equilibração
é
o
verdadeiro
motor
do
desenvolvimento.
Promove
a
alternância
entre
assimilação
e
acomodação
e
o
equilíbrio
entre
as
duas.
É
a
equilibração
que
nos
conduz
a
patamares
superiores
de
equilíbrio.
Nunca
existe
um
total
equilíbrio
entre
assimilação
e
acomodação.
22. Estádio
da
Inteligência
Sensório-‐
0
a
2
anos
Motora
Estádio
da
Inteligência
Pré-‐
2
a
7
anos
Operatória
7
a
11
Estádio
das
Operações
Concretas
anos
Estádio
das
Operações
Formais
ou
Dos
11
Abstractas
anos
em
diante
23. Estádio
Sensório-‐Motor
Estádio em que a inteligência se adapta ao meio essencialmente
através de esquemas sensório-motores (actividade perceptiva e
actos motores).
Inicia-‐se
com
esquemas
de
acção
reflexa,
tais
como
agarrar
e
chuchar.
Progressivamente,
numa
coordenação
motora
cada
vez
maior
e
alimentada
pela
curiosidade
(desequilíbrio
cogni(vo)
a
criança
vai
desenvolvendo
formas
de
comportamento
mais
complexas.
24. Estádio
Sensório-‐Motor
8
aos
12
Através
de
uma
assimilação
meses
generalizada,
um
comportamento
aprendido
numa
determinada
circunstância
é
u(lizado
numa
nova
situação
diferente,
mas
suficientemente
parecida
para
que
o
comportamento
aprendido
seja
apropriado
aos
interesses
da
criança
25. Estádio
Sensório-‐Motor
8
aos
12
1. Abrir
a
boca
é
um
meio
para
obter
meses
comida.
2. Chorar
é
um
meio
para
obter
atenção.
3. Se
puxar
uma
toalha
foi
um
bom
meio
para
alcançar
um
brinquedo,
a
criança
vai
puxar
a
toalha
para
alcançar
um
pedaço
de
pão
( juntamente
com
pratos,
copos
e
talheres).
26. Estádio
Sensório-‐Motor
A
criança
poderá
querer
verificar,
por
exemplo,
que
(po
de
sons
resultam
do
12
aos
facto
de:
18
meses
1. Agitar
um
objecto;
2. Deixar
cair
um
objecto;
3. Bater
num
outro
objecto.
Embora
a
criança
ainda
não
seja
capaz
de
antecipar
os
resultado
de
uma
acção
(daí,
a
necessidade
de
experimentar)
começa
a
desenvolver
uma
crescente
ap(dão
para
representar
objectos
e
situações.
27. Estádio
Sensório-‐Motor
A
par(r
dos
8
meses
Até
ao
8
meses,
a
criança
O
Desenvolvimento
completo
não
tem
noção
de
que
um
da
noção
de
permanência
do
objecto
con(nue
a
exis(r
objecto
marca
o
fim
do
independentemente
da
sua
estádio
sensório-‐motor
acção
ou
percepção.
28. Estádio
Sensório-‐Motor
Antes
dos
8
meses,
quando
um
brinquedo
desaparece
do
campo
de
visão
da
criança,
é
como
se
(vesse
deixado
de
exis(r
Antes
dos
8
meses,
quando
o
brinquedo
reaparece,
é
como
se
(vesse
sido
recriado.
29. Estádio
Sensório-‐Motor
A
crença
na
existência
independente
e
A
par(r
estável
de
um
mundo
de
objectos
e
pessoas
dos
8
é
lentamente
construída
a
par(r
dos
8
meses
meses
Por
volta
dos
18
meses,
estará
plenamente
adquirida
a
convicção
de
que
fora
do
alcance
da
percepção
não
significa
fora
da
existência
nem
fora
do
pensamento.
30. Estádio
Sensório-‐Motor
Por
volta
As
crianças
lembram-‐se,
por
exemplo,
de
dos
18
que
deixaram
um
brinquedo
no
carro
do
meses
pai.
São
capazes
de
antecipar
mentalmente
os
resultados
de
uma
acção
sem
recorrer
à
experimentação
ou
manipulação
material
dos
objectos.
31. Estádio
Sensório-‐Motor
Por
volta
Capacidade
de
dos
18
Representação
Simbólica
meses
Pensar
em
objectos
que
estão
fora
do
campo
percep(vo
Falar
de
objectos
que
estão
fora
do
campo
percep(vo
32. Estádio
Sensório-‐Motor
A grande aquisição do estádio sensório-motor é o conceito de
objecto permanente ou de permanência do objecto.
Esta aquisição significa a emergência da capacidade de
representação simbólica.
A
par(r
do
desenvolvimento
da
noção
de
permanência
do
objecto,
a
criança
vai
passar
para
um
novo
patamar:
A
inteligência
prá(ca
do
estádio
sensório-‐motor
vai
enriquecer-‐se
com
a
interiorização
simbólica
das
acções,
isto
é,
a
capacidade
de
resolver
mentalmente
problemas
e
de
usar
a
linguagem
(inteligência
representa(va).
34. Caracterís(cas
Gerais
do
Pensamento
Pré-‐Operatório
A
criança
é
incapaz
de
compreender
Pensamento
que
há
várias
perspec(vas
acerca
da
egocêntrico
realidade
e
dos
objectos,
considerando
somente
o
seu
ponto
de
vista.
O
Sujeito
concentra-‐se
num
aspecto
de
um
problema
ou
de
uma
situação,
ignorando
outros
aspectos
igualmente
relevantes.
35. Estádio
Pré-‐
Operatório
Fase
do
Pensamento
pré-‐conceptual,
centrada
na
imaginação
e
por
ela
dominada
(2
–
4
anos)
Fase
do
Pensamento
Intui(vo,
centrado
na
percepção
dos
dados
sensoriais
e
a
ela
subme(da
(4
–
7
anos)
36. Estádio
Pré-‐Operatório
O Pensamento é dominado pela imaginação, isto é, a relação da
criança com a realidade centra-se na sua imaginação.
O pensamento pré-conceptual vive de imagens e não de
conceitos.
É um pensamento mágico, que transforma o imaginário em
realidade.
Através
do
jogo
simbólico,
a
realidade
perde
a
sua
densidade
objec(va.
O
Pensamento
mágico
transforma
os
objectos
em
realidades
imaginadas
de
acordo
com
o
desejo
da
criança.
37. Estádio
Pré-‐Operatório
O pensamento é dominado pela imaginação, isto é, a relação da
criança com a realidade centra-se na sua imaginação.
O
pensamento
egocêntrico
é
uma
forma
de
funcionamento
mental,
e
não
uma
caracterís(ca
de
personalidade
(não
é
Pensamento
egocêntrico:
sinónimo
de
egoísmo).
A
criança,
por
exemplo,
faz
sinal
de
sim
com
a
É
um
Comportamento
CogniBvo
cabeça
para
confirmar
que
foi
passear,
apesar
de
estar
ao
telefone
com
a
avó.
Não
fala,
porque,
do
seu
ponto
de
vista,
a
resposta
que
dá,
movendo
a
cabeça,
é
suficientemente
clara.
39. Estádio
Pré-‐Operatório
“O
Sol
está
a
deitar-‐se
porque
está
com
sono”
Tendência
para
atribuir
aos
Animismo
“A
minha
boneca
está
objectos
Zsicos
e
aos
fenómenos
doente”
naturais
qualidades
psicológicas
Lobo
Mau,
Pai
Natal,
Tendência
para
atribuir
uma
Realismo
Fada
Madrinha
não
são
existência
Zsica
a
realidades
ficções.
psicológicas
Tendência
para
acreditar
que
os
“Quem
pintou
o
Céu?”
objectos
Zsicos
e
acontecimentos
Ar(ficialismo
naturais
são
produzidos
por
“As
nuvens
pessoas
movimentam-‐se
para
tapar
o
Sol”
Tendência
para
acreditar
que
nada
Finalismo
“As
estrelas
acendem-‐se
acontece
por
acidente;
tudo
tem
à
noite
para
o
Sol
dormir
uma
jus(ficação
finalista
sem
medo
do
escuro
40. Estádio
Pré-‐Operatório
No plano das relações interpessoais, o egocentrismo tem efeitos
curiosos.
Pensamento
egocêntrico:
A
criança
é
incapaz
de
ver
e
compreender
as
coisas
admi(ndo
que
são
possíveis
diferentes
pontos
de
vista.
Não
compreende
que
os
outros
tenham
diferentes
ideias
e
sen(mentos
–
julga
que
o
seu
ponto
de
vista
é
o
único
possível.
41. Estádio
Pré-‐Operatório
A partir dos 4 anos, verifica-se uma redução do egocentrismo:
O pensamento é menos dominado pela imaginação e passa a ser
dominado pela percepção.
A centração continua a condicionar o funcionamento intelectual.
42. Estádio
Pré-‐Operatório
Pensamento
Intui(vo
Raciocínio
Pré-‐Causal
Dificuldade
em
dis(nguir
uma
classe
de
objectos
de
um
só
objecto.
Irreversebilidade:
incapacidade
para
inverter
mentalmente
uma
sequêrncvia
de
factos
e
de
operações,
regressando
ao
ponto
de
par(da.
43. Estádio
Pré-‐Operatório
“O
túmulo
é
a
causa
da
Raciocínio
Pré-‐ morte
porque
as
Dificuldade
de
entendimento
das
Causal
pessoas
mortas
estão
relações
causa-‐efeito
lá
enterradas”
Dis(nguir
classe
“O
elefante
que
estava
Confunde
o
todo
com
uma
das
de
objectos
de
no
Jardim
Zoológico
é
suas
partes.
Prevalece
o
raciocínio
um
único
objecto
o
mesmo
que
está
no
transdu(vo
circo”.
Dificuldade
em
compreender
Experiências
conceitos
de
conservação
da
Irreversibilidade
quan(dade,
do
volume
ou
do
número.
47. Inteligência
Pré-‐
Operatória
Caracterís(ca
própria
de
um
pensamento
que,
baseado
na
intuição
Ausência
de
e
não
na
lógica,
não
compreende
que
Conservação
há
permanência
na
mudança,
confundindo
aparência
e
realidade
Caracterís(ca
do
pensamento
pré-‐
operatório
que,
decorrendo
do
seu
egocentrismo,
não
consegue
retornar
Irreversibilidade
ao
ponto
de
par(da
e
coordenar
mentalmente
o
estado
final
e
o
estado
inicial
de
um
processo.
48. A
con(nuar....
Próximos
Capítulos:
1. Estádio
das
Operações
Concretas
2. Estádio
das
Operações
Formais