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1
GOVERNO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
GOVERNADOR
Aécio Neves da Cunha
VICE-GOVERNADOR
Clésio Andrade
SECRETÁRIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
Vanessa Guimarães Pinto
SECRETÁRIO-ADJUNTO DE EDUCAÇÃO
João Antônio Filocre Saraiva
CHEFE DE GABINETE
Felipe Estabile Moraes
SUBSECRETÁRIA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
Maria Eliana Novais
SUBSECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO DO SISTEMA DA EDUCAÇÃO
Gilberto José Rezende dos Santos

2
CUIDANDO DA ACESSIBILIDADE

EM PRÉDIOS ESCOLARES
BELO HORIZONTE/MG
2004

3
4
ADAPTANDO O LUGAR EM QUE VIVEMOS
Como todo cidadão, o aluno portador de deficiência tem direito à educação pública, de preferência e quando possível, em escola de ensino regular.
Esta publicação visa a orientar e motivar a comunidade escolar, particularmente a direção da escola, em promover adaptações no edifício e nos espaços
escolares, de modo que passem a ter a acessibilidade ampliada, favorecendo os
alunos com dificuldades de locomoção.
A maioria de nossos edifícios foi construída quando a preocupação com
acessibilidade era pequena ou inexistente. Hoje, os projetos para novas construções já passaram a incorporar o conceito de acessibilidade.
A adaptação dos prédios a esse objetivo nem sempre é possível pelas dificuldades técnicas ou pelo alto investimento de recursos financeiros necessários. O
cuidado, todavia, com esta questão, pode e deve levar a providências simples que
se não resolvem radicalmente podem amenizar ou diminuir as barreiras existentes. O importante é ter muito presente a questão da acessibilidade no momento de executar reformas e ampliações nos prédios escolares.
Aqui estão enfatizadas as questões centrais a serem discutidas com arquitetos e engenheiros, quando da preparação das obras para intervenção maior ou
menor no prédio da escola, facilitando-lhes a tarefa, para que sejam atendidas as
condições exigidas em normas técnicas oficiais, nas quais estão definidos os
parâmetros básicos para tratamento dessa questão.
Maiores detalhamentos e subsídios técnicos são encontrados na NBR
9050 da ABNT ou em outro referencial profissional de mesma natureza.

5
Com o que deve se preocupar o administrador escolar, ao buscar a melhoria
da acessibilidade física:

O símbolo internacional de acesso
O Símbolo Internacional de Acesso ou SIA é usado para indicar a
acessibilidade em espaços públicos, edificações e serviços, bem como nas vagas
especiais de estacionamento e sanitários acessíveis.
O SIA é regulamentado internacionalmente. Suas cores são: figura branca
sobre fundo azul ou em preto e branco.
IMPORTANTE: Nenhuma adição ou modificação pode ser feita ao
desenho do símbolo e a figura deverá sempre estar voltada para o lado direito,
seguindo as proporções representadas nas figuras a seguir.

Área de movimento para cadeira de rodas
Por se constituir o principal equipamento de ajuda, a cadeira de rodas
deve ser o padrão para as larguras mínimas dos vãos, portas e circulações. Ref.
1,2,3 e 4
A remoção de carteiras e a re-organização da sala de aula deve ser efetuada de modo a possibilitar a locomoção de alunos com muletas.

6
Pisos
Os pisos muito polidos ou encerados representam risco. Tapetes e pisos
anti-derrapantes dão e transmitem mais segurança. Granito ou outro material áspero, usados na confecção de piso são excelentes soluções.

Escada e corrimãos
As escadas devem ter seus degraus sempre da mesma altura e largura
para maior segurança e conforto – Ref. 5
Elas ficam ainda mais seguras se tiverem corrimão em toda a sua extensão nos dois lados, inclusive nos patamares. Ref. 6

Rampas
As rampas e os degraus inclinados são cruciais para a acessibilidade
física, mas, atenção, o cálculo de inclinação dele é uma atividade técnica que
exige cuidado e realização sob supervisão de profissional credenciado. Ref. 7 e 8

Alguns locais específicos
O uso de corrimãos ou barras, além de outros cuidados nos banheiros,
na proximidade de bebedouros, de quadro-negro ou outros são quesitos de muita
importância para melhorar o conforto e o acesso. Ref. 9 e 10

Para chegar ao prédio
Não se pode esquecer da área de entrada e da necessidade de ações no
espaço externo ao prédio. Ref. 11

7
REFERÊNCIAS PARA UTILIZAR EM SEU
TRABALHO COM OS PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS
Áreas mínimas para manobra em cadeiras de rodas

1,50m

1,20m

Para mudar de direção, o usuário de cadeira de rodas necessita de áreas
de rotação ao longo de todo o percurso da rota acessível.

1,20m
Para girar 90º

1,20m
Para girar 180º

1,50m

Ref.
1

8

Para o giro completo de 360º
1,20 m

Ref.
2

m

0c

1,10

cm

6

7
5-

A altura do alcance das
mãos de uma pessoa
sentada na cadeira de
rodas varia conforme a
possibilidade de cada
uma, mas o padrão
referencial, ou seja, a
altura confortável em que
devem ser colocados
objetos, utensílios e
equipamentos está entre
80cm e 1,20m.

CADEIRA
DE RODAS

Áreas de aproximação
Uma pessoa em cadeira de rodas ou utilizando um
andador para se aproximar e alcançar maçanetas, necessita de um
espaço de, no mínimo, 60
mínimo
cm junto à lateral da porta.
de 60cm
As molas de
controle das portas
precisam ser ajustadas de
forma a torná-las mais leves.
Se existirem portas
do tipo vai-e-vem ou de
duas folhas, seja na portaria
ou nas circulações de uso
comum, os padrões a serem
seguidos são os seguintes:

Ref.
3

9
Ref.
4

min
40cm

40-90
cm

1,00 m

1,50 m

min
20cm

PORTA VAI E VEM

tipos de
maçanetas
facilitadoras

80cm

PORTA DUPLA

Escadas e Corrimãos
As dimensões que garantem o conforto nas escadas são: largura
mínima de 1,20m inclusive nos patamares; altura do espelho do degrau
( E ) entre 16cm e 18cm; largura do piso do degrau ( P ) entre 28cm e 32
cm; mudança de direção, no mínimo, a cada 3m de altura.
Os diâmetros de quadros para os corrimãos estão entre 3,5cm
e 4,5cm, devendo prolongar-se além do início e do término das rampas
e escadas por mais 30cm.

10

Ref.
5
Ref.
6
Ref.
7

Rampas

h

h

Na construção de uma rampa, quanto
maior for a altura do desnível a ser vencido,
maior terá que ser o seu comprimento.
É um engano comum pensar que o uso
da área da escada para fazer um plano inclinado
sobre ela seria a solução para o acesso. O espaço
utilizado por uma escada nunca será suficiente para ter uma rampa em seu lugar.
Ficaria muito íngreme, deslizante e não permitiria sua utilização de forma segura.
Rampas seguras e confortáveis para todos devem possuir as dimensões e
os elementos indicados nas figuras a seguir:

1,20m

VISTA LATERAL DA RAMPA

patamar

sobe

1,20m

patamar
sobe

piso tátil
30cm

c (comprimento)

piso tátil
min.1,20m

VISTA DE CIMA DA RAMPA

11
Ref.
8

Tabela para o dimensionamento de rampas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT
Inclinação admissível
de cada segmento
de rampa (l)
5,00%

Desníveis máximos
de cada segmento
de rampa (d)
1,50m

Número máximo
de segmentos
de rampa
-

Comprimento máximo
de cada segmento
de rampa (c)
30,00m

6,25%

1,00m

14

16,00m

1,20m

12

19,20m

8,33%

0,90m

10

10,80m

10,00%

0,274m

08

2,74m

0,50m

06

5,00m

0,75m

04

7,50m

0,183m

01

1,46m

12,50%

Cálculo do comprimento mínimo necessário para a rampa
c = d x 100
i

onde: c = comprimento de rampa (em metros)
d = altura a vencer (em metros)
i = inclinação da rampa (percentual %)

Exemplos: Cálculo do comprimento da rampa para vencer um desnível de 0,17m (dezessete centímetros):
c = d x 100 ;
i

c = 0,17x100
12,5

; c = 17
12,5

;

c = 1,36m

Cálculo do comprimento da rampa para vencer um desnível de 0,50m
(cinquenta centímetros):
c = d x 100 ;
i

c = 0,50x100
10

Inclinação máxima
admissível

12

; c = 50
10

;

c = 5,00m

comprimento mínimo
para a rampa
Ref.
9.1

Os Banheiros de uso comum

min
40cm

90cm

barra

proteção
da porta

VISTA INTERNA DA PORTA DO BANHEIRO

As portas dos
banheiros, assim como
todas as outras, necessitam
de um vão livre mínimo de
80cm de largura, com
maçanetas do tipo alavanca e
com abertura para fora.
A instalação de uma
barra horizontal na face
interna das portas dos
banheiros facilita o seu
fechamento pelas pessoas
em cadeiras de rodas.

DIMENSÕES PARA O BANHEIRO
ducha
saboneteira
cabide

espelho

barra de apoio
toalheiro

registro

sifão com
proteção

40cm

1,00m
banco

1,20m

15cm
papeleira

1,00m

válvula de
descarga

13
Ref.
9.2

Para utilizar o
vaso sanitário, a
pessoa em
Área de
cadeira de rodas
transferência
precisa da
lateral
reserva de uma
área de giro
D=1,50m
área de
transferência,
que deve ser
lateral e frontal
ao vaso, com 80
cm da largura
por 1,10m de
barras
comprimento.
Para
90cm
permitir a
transferência
lateral para o vaso sanitário e ter o lavatório instalado no mesmo ambiente,
que é o ideal, é necessário que o banheiro possua as dimensões mínimas de
1,50 m x 1,70m , devendo o vaso ser instalado na parede menor. Isso
possibilita o giro completo da cadeira sem bater nas peças.
90cm

min 2,00m

min 1,70m

min o 3,54cm 4,5cm

14

45cm

Devem ser
instaladas barras
horizontais para apoio e
transferência, fixadas
em um dos lados e atrás
do vaso sanitário. O
outro lado fica livre para
permitir a aproximação
e a transferência.

90cm

seção de barra
Ref.
10.1
10º

espelho

25cm

proteção
do sifão

90cm

80cm

70cm

50cm

Os pias
suspensas, sem
colunas ou gabinetes,
devem ser fixadas a
uma altura de 80 cm
do piso, com altura
livre (embaixo) de 70
cm, para permitir a
aproximação da
cadeira de rodas.
O sifão e a
tubulação ficarão
situados a 25cm da
face externa frontal da
pia, preferencialmente
com dispositivo de
proteção.

Ref.
10.2

45cm

PIA COM
BARRA DE
SUSTENTAÇÃO

barra
de apoio

15
ÁREA EXTERNA

Ref.
11

O passeio
Assim como as circulações internas, o passeio em frente ao prédio tem
que estar livre de obstáculos e com o piso nivelado.

O jardim
Os caminhos quando são demarcados, planos, nivelados e com juntas
bem estreitas, permitem sua utilização com conforto e sem riscos, ao
contrário dos pisos irregulares, de pedriscos ou paralelepípedos que
dificultam o deslocamento da cadeira de rodas.
As grelhas deverão estar instaladas no sentido transversal ao maior fluxo,
nivelados com o piso e com vãos de, no máximo, 1,5cm.

Desníveis
Admite-se um desnível
ou soleira, na forma de
degrau, com uma altura
máxima de até 1,5cm,
pois de modo geral,
uma pessoa em cadeira
de rodas consegue
ultrapassá-lo. Desníveis
maiores são melhor
resolvidos por rampa.

16

0,5cm
(soleira)
0,5cm
(ressalto)
CAPACHO EMBUTIDO
Sala de aula
Para adequar o ambiente interno da sala de aula, algumas modificações e
adaptações são possíveis:
- prender com fita adesiva o papel em que o aluno com dificuldade de
coordenação motora trabalhará;
- colocar caneletas de P cortadas ao meio, em volta da carteira para
.V.C
evitar que os lápis caiam;
- providenciar, nos casos pertinentes, descanso para os pés;
- aumentar o calibre do lápis, enrolando-o com fita crepe, cadarço ou
espuma para facilitar o seu manuseio;
- providenciar, sempre que possível, equipamentos e outros apoios técnicos relacionados à necessidade apresentada pelo aluno.

17

17
Mesmo que nem tudo possa ser feito,
e nem sempre num só momento, é
certo que muito pode ser melhorado,
contando mais ainda com a ajuda
da criatividade de vários, para que
se busque atingir gradativamente a
acessibilidade física de nossos
alunos, ao espaço onde em comum
partilhamos do processo de educar.

18
SUBSECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO DO SISTEMA DA EDUCAÇÃO
Gilberto José Rezende dos Santos
COORDENAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DE APOIO À ESCOLA E AO ESTUDANTE
Marco Aurélio Penzin
DIRETORIA DE APOIO AO ESTUDANTE
Lucia Vieira Sarapu
DIRETORIA DE SUPRIMENTO ESCOLAR
Silas Fagundes de Carvalho
DIRETORIA DE REDE FÍSICA
Mauro Rubens da Silva Soares
ASPECTOS TÉCNICOS
Arquiteta e Urbanista - Milene Braga Foresti
EDIÇÃO
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Liliane Nogueira
Projeto gráfico: capa, editoração e ilustração
Marcos Aurélio Maia
Marta Botelho
Editado pela Secretaria de Estado de Educação/MG
Março de 2004
Secretaria de Estado de Educação do Estado de Minas Gerais - SEE / MG
Avenida Amazonas, 5855, Gameleira - Fone (31) 3379-8200
CEP: 30510-000 - Belo Horizonte - MG

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Acessibilidade em escolas: guia para adaptação de prédios

  • 1. 1
  • 2. GOVERNO DE MINAS GERAIS SECRETARIA DE EDUCAÇÃO GOVERNADOR Aécio Neves da Cunha VICE-GOVERNADOR Clésio Andrade SECRETÁRIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO Vanessa Guimarães Pinto SECRETÁRIO-ADJUNTO DE EDUCAÇÃO João Antônio Filocre Saraiva CHEFE DE GABINETE Felipe Estabile Moraes SUBSECRETÁRIA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO Maria Eliana Novais SUBSECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO DO SISTEMA DA EDUCAÇÃO Gilberto José Rezende dos Santos 2
  • 3. CUIDANDO DA ACESSIBILIDADE EM PRÉDIOS ESCOLARES BELO HORIZONTE/MG 2004 3
  • 4. 4
  • 5. ADAPTANDO O LUGAR EM QUE VIVEMOS Como todo cidadão, o aluno portador de deficiência tem direito à educação pública, de preferência e quando possível, em escola de ensino regular. Esta publicação visa a orientar e motivar a comunidade escolar, particularmente a direção da escola, em promover adaptações no edifício e nos espaços escolares, de modo que passem a ter a acessibilidade ampliada, favorecendo os alunos com dificuldades de locomoção. A maioria de nossos edifícios foi construída quando a preocupação com acessibilidade era pequena ou inexistente. Hoje, os projetos para novas construções já passaram a incorporar o conceito de acessibilidade. A adaptação dos prédios a esse objetivo nem sempre é possível pelas dificuldades técnicas ou pelo alto investimento de recursos financeiros necessários. O cuidado, todavia, com esta questão, pode e deve levar a providências simples que se não resolvem radicalmente podem amenizar ou diminuir as barreiras existentes. O importante é ter muito presente a questão da acessibilidade no momento de executar reformas e ampliações nos prédios escolares. Aqui estão enfatizadas as questões centrais a serem discutidas com arquitetos e engenheiros, quando da preparação das obras para intervenção maior ou menor no prédio da escola, facilitando-lhes a tarefa, para que sejam atendidas as condições exigidas em normas técnicas oficiais, nas quais estão definidos os parâmetros básicos para tratamento dessa questão. Maiores detalhamentos e subsídios técnicos são encontrados na NBR 9050 da ABNT ou em outro referencial profissional de mesma natureza. 5
  • 6. Com o que deve se preocupar o administrador escolar, ao buscar a melhoria da acessibilidade física: O símbolo internacional de acesso O Símbolo Internacional de Acesso ou SIA é usado para indicar a acessibilidade em espaços públicos, edificações e serviços, bem como nas vagas especiais de estacionamento e sanitários acessíveis. O SIA é regulamentado internacionalmente. Suas cores são: figura branca sobre fundo azul ou em preto e branco. IMPORTANTE: Nenhuma adição ou modificação pode ser feita ao desenho do símbolo e a figura deverá sempre estar voltada para o lado direito, seguindo as proporções representadas nas figuras a seguir. Área de movimento para cadeira de rodas Por se constituir o principal equipamento de ajuda, a cadeira de rodas deve ser o padrão para as larguras mínimas dos vãos, portas e circulações. Ref. 1,2,3 e 4 A remoção de carteiras e a re-organização da sala de aula deve ser efetuada de modo a possibilitar a locomoção de alunos com muletas. 6
  • 7. Pisos Os pisos muito polidos ou encerados representam risco. Tapetes e pisos anti-derrapantes dão e transmitem mais segurança. Granito ou outro material áspero, usados na confecção de piso são excelentes soluções. Escada e corrimãos As escadas devem ter seus degraus sempre da mesma altura e largura para maior segurança e conforto – Ref. 5 Elas ficam ainda mais seguras se tiverem corrimão em toda a sua extensão nos dois lados, inclusive nos patamares. Ref. 6 Rampas As rampas e os degraus inclinados são cruciais para a acessibilidade física, mas, atenção, o cálculo de inclinação dele é uma atividade técnica que exige cuidado e realização sob supervisão de profissional credenciado. Ref. 7 e 8 Alguns locais específicos O uso de corrimãos ou barras, além de outros cuidados nos banheiros, na proximidade de bebedouros, de quadro-negro ou outros são quesitos de muita importância para melhorar o conforto e o acesso. Ref. 9 e 10 Para chegar ao prédio Não se pode esquecer da área de entrada e da necessidade de ações no espaço externo ao prédio. Ref. 11 7
  • 8. REFERÊNCIAS PARA UTILIZAR EM SEU TRABALHO COM OS PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS Áreas mínimas para manobra em cadeiras de rodas 1,50m 1,20m Para mudar de direção, o usuário de cadeira de rodas necessita de áreas de rotação ao longo de todo o percurso da rota acessível. 1,20m Para girar 90º 1,20m Para girar 180º 1,50m Ref. 1 8 Para o giro completo de 360º
  • 9. 1,20 m Ref. 2 m 0c 1,10 cm 6 7 5- A altura do alcance das mãos de uma pessoa sentada na cadeira de rodas varia conforme a possibilidade de cada uma, mas o padrão referencial, ou seja, a altura confortável em que devem ser colocados objetos, utensílios e equipamentos está entre 80cm e 1,20m. CADEIRA DE RODAS Áreas de aproximação Uma pessoa em cadeira de rodas ou utilizando um andador para se aproximar e alcançar maçanetas, necessita de um espaço de, no mínimo, 60 mínimo cm junto à lateral da porta. de 60cm As molas de controle das portas precisam ser ajustadas de forma a torná-las mais leves. Se existirem portas do tipo vai-e-vem ou de duas folhas, seja na portaria ou nas circulações de uso comum, os padrões a serem seguidos são os seguintes: Ref. 3 9
  • 10. Ref. 4 min 40cm 40-90 cm 1,00 m 1,50 m min 20cm PORTA VAI E VEM tipos de maçanetas facilitadoras 80cm PORTA DUPLA Escadas e Corrimãos As dimensões que garantem o conforto nas escadas são: largura mínima de 1,20m inclusive nos patamares; altura do espelho do degrau ( E ) entre 16cm e 18cm; largura do piso do degrau ( P ) entre 28cm e 32 cm; mudança de direção, no mínimo, a cada 3m de altura. Os diâmetros de quadros para os corrimãos estão entre 3,5cm e 4,5cm, devendo prolongar-se além do início e do término das rampas e escadas por mais 30cm. 10 Ref. 5 Ref. 6
  • 11. Ref. 7 Rampas h h Na construção de uma rampa, quanto maior for a altura do desnível a ser vencido, maior terá que ser o seu comprimento. É um engano comum pensar que o uso da área da escada para fazer um plano inclinado sobre ela seria a solução para o acesso. O espaço utilizado por uma escada nunca será suficiente para ter uma rampa em seu lugar. Ficaria muito íngreme, deslizante e não permitiria sua utilização de forma segura. Rampas seguras e confortáveis para todos devem possuir as dimensões e os elementos indicados nas figuras a seguir: 1,20m VISTA LATERAL DA RAMPA patamar sobe 1,20m patamar sobe piso tátil 30cm c (comprimento) piso tátil min.1,20m VISTA DE CIMA DA RAMPA 11
  • 12. Ref. 8 Tabela para o dimensionamento de rampas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT Inclinação admissível de cada segmento de rampa (l) 5,00% Desníveis máximos de cada segmento de rampa (d) 1,50m Número máximo de segmentos de rampa - Comprimento máximo de cada segmento de rampa (c) 30,00m 6,25% 1,00m 14 16,00m 1,20m 12 19,20m 8,33% 0,90m 10 10,80m 10,00% 0,274m 08 2,74m 0,50m 06 5,00m 0,75m 04 7,50m 0,183m 01 1,46m 12,50% Cálculo do comprimento mínimo necessário para a rampa c = d x 100 i onde: c = comprimento de rampa (em metros) d = altura a vencer (em metros) i = inclinação da rampa (percentual %) Exemplos: Cálculo do comprimento da rampa para vencer um desnível de 0,17m (dezessete centímetros): c = d x 100 ; i c = 0,17x100 12,5 ; c = 17 12,5 ; c = 1,36m Cálculo do comprimento da rampa para vencer um desnível de 0,50m (cinquenta centímetros): c = d x 100 ; i c = 0,50x100 10 Inclinação máxima admissível 12 ; c = 50 10 ; c = 5,00m comprimento mínimo para a rampa
  • 13. Ref. 9.1 Os Banheiros de uso comum min 40cm 90cm barra proteção da porta VISTA INTERNA DA PORTA DO BANHEIRO As portas dos banheiros, assim como todas as outras, necessitam de um vão livre mínimo de 80cm de largura, com maçanetas do tipo alavanca e com abertura para fora. A instalação de uma barra horizontal na face interna das portas dos banheiros facilita o seu fechamento pelas pessoas em cadeiras de rodas. DIMENSÕES PARA O BANHEIRO ducha saboneteira cabide espelho barra de apoio toalheiro registro sifão com proteção 40cm 1,00m banco 1,20m 15cm papeleira 1,00m válvula de descarga 13
  • 14. Ref. 9.2 Para utilizar o vaso sanitário, a pessoa em Área de cadeira de rodas transferência precisa da lateral reserva de uma área de giro D=1,50m área de transferência, que deve ser lateral e frontal ao vaso, com 80 cm da largura por 1,10m de barras comprimento. Para 90cm permitir a transferência lateral para o vaso sanitário e ter o lavatório instalado no mesmo ambiente, que é o ideal, é necessário que o banheiro possua as dimensões mínimas de 1,50 m x 1,70m , devendo o vaso ser instalado na parede menor. Isso possibilita o giro completo da cadeira sem bater nas peças. 90cm min 2,00m min 1,70m min o 3,54cm 4,5cm 14 45cm Devem ser instaladas barras horizontais para apoio e transferência, fixadas em um dos lados e atrás do vaso sanitário. O outro lado fica livre para permitir a aproximação e a transferência. 90cm seção de barra
  • 15. Ref. 10.1 10º espelho 25cm proteção do sifão 90cm 80cm 70cm 50cm Os pias suspensas, sem colunas ou gabinetes, devem ser fixadas a uma altura de 80 cm do piso, com altura livre (embaixo) de 70 cm, para permitir a aproximação da cadeira de rodas. O sifão e a tubulação ficarão situados a 25cm da face externa frontal da pia, preferencialmente com dispositivo de proteção. Ref. 10.2 45cm PIA COM BARRA DE SUSTENTAÇÃO barra de apoio 15
  • 16. ÁREA EXTERNA Ref. 11 O passeio Assim como as circulações internas, o passeio em frente ao prédio tem que estar livre de obstáculos e com o piso nivelado. O jardim Os caminhos quando são demarcados, planos, nivelados e com juntas bem estreitas, permitem sua utilização com conforto e sem riscos, ao contrário dos pisos irregulares, de pedriscos ou paralelepípedos que dificultam o deslocamento da cadeira de rodas. As grelhas deverão estar instaladas no sentido transversal ao maior fluxo, nivelados com o piso e com vãos de, no máximo, 1,5cm. Desníveis Admite-se um desnível ou soleira, na forma de degrau, com uma altura máxima de até 1,5cm, pois de modo geral, uma pessoa em cadeira de rodas consegue ultrapassá-lo. Desníveis maiores são melhor resolvidos por rampa. 16 0,5cm (soleira) 0,5cm (ressalto) CAPACHO EMBUTIDO
  • 17. Sala de aula Para adequar o ambiente interno da sala de aula, algumas modificações e adaptações são possíveis: - prender com fita adesiva o papel em que o aluno com dificuldade de coordenação motora trabalhará; - colocar caneletas de P cortadas ao meio, em volta da carteira para .V.C evitar que os lápis caiam; - providenciar, nos casos pertinentes, descanso para os pés; - aumentar o calibre do lápis, enrolando-o com fita crepe, cadarço ou espuma para facilitar o seu manuseio; - providenciar, sempre que possível, equipamentos e outros apoios técnicos relacionados à necessidade apresentada pelo aluno. 17 17
  • 18. Mesmo que nem tudo possa ser feito, e nem sempre num só momento, é certo que muito pode ser melhorado, contando mais ainda com a ajuda da criatividade de vários, para que se busque atingir gradativamente a acessibilidade física de nossos alunos, ao espaço onde em comum partilhamos do processo de educar. 18
  • 19. SUBSECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO DO SISTEMA DA EDUCAÇÃO Gilberto José Rezende dos Santos COORDENAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DE APOIO À ESCOLA E AO ESTUDANTE Marco Aurélio Penzin DIRETORIA DE APOIO AO ESTUDANTE Lucia Vieira Sarapu DIRETORIA DE SUPRIMENTO ESCOLAR Silas Fagundes de Carvalho DIRETORIA DE REDE FÍSICA Mauro Rubens da Silva Soares ASPECTOS TÉCNICOS Arquiteta e Urbanista - Milene Braga Foresti EDIÇÃO ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Liliane Nogueira Projeto gráfico: capa, editoração e ilustração Marcos Aurélio Maia Marta Botelho Editado pela Secretaria de Estado de Educação/MG Março de 2004 Secretaria de Estado de Educação do Estado de Minas Gerais - SEE / MG Avenida Amazonas, 5855, Gameleira - Fone (31) 3379-8200 CEP: 30510-000 - Belo Horizonte - MG 19
  • 20. 20