Infraestrutura e desenvolvimento do Brasil no século XX
1. LEITURA 5
SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. Brasil – território e sociedade no inicio do século XXI,
2001, pág. 55 a 92 (capítulo III).
-O terceiro capítulo trata, substantivamente, da constituição do meio geográfico brasileiro
através da história, articulando-se espaço e tempo.
Decorrente de grandes mudanças em função de acréscimos técnicos que renovam a sua
materialidade destaca-se nessa parte do texto as infra-estruturas de irrigação e as barragens,
os portos e aeroportos, as ferrovias e hidrovias, as instalações ligadas à energia elétrica,
refinarias e dutos, as bases materiais das telecomunicações, além de semoventes e insumos ao
solo.
Ao que se diz respeito ao acréscimo de construções, irrigação e barragens, estes foram
possíveis devido à produção agrícola e a importância de estocá-la á espera de comercialização.
Em 1940, essas construções concentravam nas regiões do Sul e Sudeste, representavam quase
90% das construções em todo território brasileiro. Desde então, a área irrigada multiplicou-se
sete vezes até 1996, mais uma vez destacada a região Sudeste, mais precisamente em São
Paulo e Minas Gerais.
A construção de barragens tem possibilitado o aumento de terras irrigadas, como no caso do
Nordeste, destacando-se a Bahia e o Ceara, sendo 65,4% das terras irrigadas do Nordeste.
Paralelamente aos progressos da biotecnologia, à função da Embrapa e a todo um leque de
manifestações da mecanização, da informação e da quimização, as técnicas de regadio tiveram
papel fundamental na transformação de áreas quase desertas em zonas de agricultura de
exportação marcadas, sobretudo pela presença da soja. Como o caso da região Centro-Oeste e
dos cerrados baianos, com 1,8 e 6,71 do total nacional das terras irrigadas até 1996,
respectivamente.
Quanto à construção de barragens, os programas do governo servem como base
organizacional desde o século XX. Trata-se da açudagem publica e em cooperação com agentes
privados.
Com relação á construção de aeroportos e portos, pode-se se dizer que o fator é nada mais do
que globalização. Os aeroportos são classificados de acordo com a infra-estrutura operacional
e a infra-estrutura administrativa, ou seja, com a freqüência do seu contingente e dinâmica.
O momento á partir dos anos 50, a expansão rodoviária e ao desenvolvimento do transporte
aéreo, em contraste expansão ferroviária que configurou o rearranjo da territorial na primeira
metade do século XX.
O processo de construção era administrado tanto por órgãos estaduais como municipais. Vale
destacar a concentração no Sul e Sudeste, que esta vinculada ao desenvolvimento da uma
agricultura moderna, que exige deslocamentos rápidos, controles aéreos da safra, aplicação de
pesticidas e ao crescimento industrial em geral e da agroindústria em particular. Os heliportos
despontam nessas regiões justamente pela concentração dos centos econômicos e
empresariais
2. Como conseqüência dos imperativos de escoamento de produtos e da difusão no território dos
produtos importados, a exportação de grãos, minério e produtos industrializados, assim como
a importação de trigo e petróleo a granel, conduziu a construção de novos portos e terminais
especializados.
Os sistemas portuários se desenvolviam de acordo com as necessidades, empresas
multinacionais constroem seus próprios pátios para resultarem num abatimento na tarifa
portuária.
Até então, a construção de ferrovias era totalmente viável para a economia ao que se diz a
exportação e importação de produtos industrializados e matéria prima. Na maior parte do país
houve a integração interligação de linhas.
Em 1992, houve um retrocesso do crescimento da malha ferroviária pela desativação de vários
ramais, vinculada, em grande parte, ás políticas de fomento do sistema ferroviário e aos
interesses do negocio do petróleo
Nas áreas metropolitanas, a construção de trens urbanos eletrificados representa novas
relação e velocidades, uma vez que, o deslocamento de uma mão-de-obra é indispensável ao
processo de industrialização.