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“Negociação em Projetos”

   Ivo M. Michalick Vasconcelos, MSc, PMP, PMI-SP
                     M2 Consultoria

          Foz do Iguaçu, 9 de agosto de 2012




4º Encontro de Gestão de Projetos
Palestrante


              Ivo M. Michalick Vasconcelos, MSc, PMP , PMI-SP

                          Ivo.michalick@gmail.com
                        www.linkedin.com/in/ivomichalick
                          Skype/Twitter: ivomichalick




 Profissional de gerenciamento de projetos com certificações PMP e PMI-SP do PMI.
Bacharel e mestre em Ciência da Computação pelo DCC/UFMG, com atuação por
mais de 20 anos em projetos de setores como energia, defesa, mineração, saúde,
logística e telecomunicações, no Brasil e no exterior. Professor e coordenador de
cursos de gerenciamento de projetos, sócio-diretor da M2 Consultoria, com foco nos
temas "projetos de capital", "gente em projetos" e "governança em projetos". Voluntário
do PMI-MG desde 2005, ocupa atualmente a Presidência desta seção do PMI em
Minas Gerais.




                                                                                          2
Programa


1. Conceitos de Negociação
2. Estrutura de Poder em Negociação
3. Métodos de Negociação




                                      3
"Se eu tivesse seis horas para
  cortar uma árvore, passaria
  quatro horas afiando o meu
           machado."
     (Abraham Lincoln)


                                 4
1. Conceitos de Negociação




                             5
Importância da Negociação
• Em todo o Mundo, e especialmente no Brasil, os estudos e pesquisas sobre
Negociação se intensificaram nos últimos 20 anos.


• Houve uma importante mudança de paradigma, de:


“Um bom negociador nasce com esta habilidade.”


para:


“ As habilidades de negociação podem ser desenvolvidas e aperfeiçoadas
por qualquer pessoa.”



                                                                             6
Importância da Negociação
• Negociamos a todo instante da nossa vida, mesmo sem perceber, confira
algumas situações que confirmam a necessidade crescente de se negociar:


 Nas empresas: as negociações abrangem todas as áreas. Novas estruturas
organizacionais resultantes de processos como reengenharia e downsizing
impulsionaram este processo.


 Na vida pessoal: casamento, filhos, amigos, condomínio...Todos querem
influenciar decisões que lhes afetam.


Negociamos para lidar com as diferenças em busca de um acordo!



                                                                          7
Negociação em projetos

1.    Compromissos entre escopo, prazo, custo e qualidade
2.    Decisões sobre “fazer ou comprar”
3.    Gerenciamento de mudanças
4.    Priorização de recursos (humanos e materiais)
5.    Necessidade de trabalho adicional (horas extraordinárias)
6.    Desvios e pleitos contratuais
7.    Cortes de orçamento
8.    Seleção de fornecedores
9.    Definições relativas a soluções técnicas
10.   Questões pessoais e familiares da equipe do projeto
11.   …

Qual dos itens acima você enxerga como o de negociação mais difícil?




                                                                       8
Importância da Negociação

 O que faz a diferença para um melhor resultado, tanto nas pequenas,
           quanto nas grandes negociações, é a ATITUDE.


Atitudes não são nada mais do que hábitos do pensamento, e os hábitos
                       podem ser adquiridos.


Existem duas alternativas de se agir num processo de negociação:
• De forma improvisada;
• Baseada em uma preparação que lhe permita negociar de maneira
metódica e planejada.




                                                                        9
Definições
• “Cada vez que pessoas trocam ideias com o intuito de modificar
  suas relações, cada vez que chegam a um acordo, estão
  negociando. A negociação depende da comunicação, e ocorre
  entre pessoas que representam a si ou a grupos organizados”
  (Nierenberg, 1991 em [CARV06]).

• “Negociação é o meio básico de se conseguir o que se quer de
  outrem. É uma comunicação bidirecional concebida para se
  chegar a um acordo, quando você e o outro lado têm alguns
  interesses em comum e outros opostos”. [FISH94]


• “Negociação é o processo de alcançar objetivos por meio de um
  acordo nas situações em que existem interesses comuns,
  complementares e opostos, isto é, conflitos, divergências e
  antagonismos de interesses, ideias e posições”.[WAND98]




                                                                   10
O Papel do Gerente de Projetos
• Coordenar e integrar atividades entre diversas unidades funcionais.

• Conhecer os aspectos da estrutura organizacional.

• Forte habilidade de comunicação interpessoal.

• Manter o equilíbrio entre as funções técnicas e gerenciais do projeto.

• Assumir os riscos inerentes ao gerenciamento do projeto.

• Trabalhar com as restrições impostas em busca dos objetivos definidos
  para o projeto

• >>> Negociar, negociar e negociar !!!



                                                                           11
Conhecimentos do Gerente de Projetos
                                 Conjunto de
                               Conhecimento em
                               Gerenciamento de
                                   Projetos
Inclui Negociação!


                                   Guia PMBOK

                                                  Conhecimento, normas e
       Habilidades interpessoais                  regulamentos da área de
                                                         aplicação




Esta figura (fonte: [PMBOK09]) é uma visão conceitual desses relacionamentos.
               As sobreposições mostradas não são proporcionais.


                                                                                12
Substância e Relacionamento

Em toda negociação existem dois pontos essenciais:

   1.   Substância: razão da negociação (aluguel, contrato, aumento de salário etc.)

   2.   Relacionamento entre as partes

        (através da comunicação são discutidas as questões substantivas)

“Todo negociador tem dois tipos de interesses: na substância e na relação. Todo
   negociador quer chegar a um acordo que satisfaça seus interesses substantivos. É
   por isso que se negocia. Além disso, o negociador também tem interesses em seu
   relacionamento com o outro lado” [FISH94].



                         SITUAÇÃO IDEAL EM PROJETOS: 1 + 2



                                                                                       13
Substância e Relacionamento
•   Muito cuidado deve ser tomado para não confundir substância e relacionamento
    durante a negociação.

•   Um problema de relacionamento não pode ser resolvido através de concessões, por
    isto é importante separar bem os problemas que ocorrerem entre estas duas
    categorias.

•   Para questões de substância é preciso estar bem preparado para identificar
    números, dados, datas, percentuais, termos, condições, alternativas etc.

•   Para questões de relacionamento é preciso pensar nos passos que se pode dar
    para melhorar o relacionamento.




                                                                                      14
Elementos Fundamentais de uma Negociação

                      PODER




       LEGITIMIDADE             ÉTICA




              TEMPO       INFORMAÇÃO



                                        15
Elementos Fundamentais
•   Legitimidade: você só deve negociar com quem estiver devidamente autorizado a
    responder pela outra parte, e buscar sempre a adoção de *critérios objetivos.

•   Tempo: negociações, especialmente em projetos complexos, tendem a ter longa
    duração, não tente apressar as coisas.

•   Poder: (será abordado no próximo tópico)

•   Ética: ponto essencial, não vale a pena sacrificar nossos princípios por um aparente
    bom resultado.

•   Informação: informação relevante para a negociação é chave, em negociações que
    envolvam aspectos técnicos conte SEMPRE com a ajuda de SMEs (Subject Matter
    Experts – Especialistas de domínios técnicos). E fique sempre atento à “Janela de
    JoHari”!

*: padrões ou critérios de referência aceitos no mercado que ajudam a estabelecer a justiça ou a
    correção de determinada solução para certas situações.
                                                                                                   16
Informação
Janela de Johari ([WAND98])

•   Ferramenta criada por Joseph Luft e Harrington Ingham em 1955 que tem
    como objetivo auxiliar no entendimento da comunicação interpessoal e nos
    relacionamentos com um grupo.

•   Este conceito pode aplicar-se ao estudo da interação e das relações
    interpessoais em várias situações, entre indivíduos, grupos ou organizações.

•   A palavra Johari, tem origem na composição dos prenomes dos seus
    criadores: Jo(seph) e Hari(Harrington -1955).




                                                                                   17
JANELA DE JOHARI

: eu             Conhecida   Desconhecida
                   por mim      por mim
: o outro
                    Área         Área
 Conhecida                       Cega
                   Aberta
pelos outros                     
                   
                    Área          Área
                   Oculta     Desconhecida
Desconhecida                      
                   
pelos outros

                                             18
Janela de Johari

Janela de Johari

•   A área cega diminui com o aumento do intercâmbio de informações.

•   Para que a área conhecida seja ampliada é preciso que haja confiança entre
    as partes.

•   Um risco que as partes correm numa negociação é o de perdas mútuas
    devido a desconhecimento de informações por ambas as partes.

•   Exemplo 2A: estória das duas irmãs x duas laranjas.

•   Exemplo 2B: cliente e GP negociando em um projeto às vésperas da compra
    da organização do cliente por um concorrente estrangeiro.




                                                                                 19
2. Estrutura de Poder em
         Negociação



                           20
O Poder nas negociações

•   Podemos trabalhar com o conceito de poder como sendo a capacidade de
    fazermos algo ou induzir alguém a fazer algo segundo nossa vontade.

•   Segundo John Galbraith (citado em [BURB07]) existem três classes de poder:

     – Constrangedor: o poder decorre da possibilidade de punição.

     – Compensatório: o poder decorre da possibilidade de recompensa.

     – Condicionador: os indivíduos sujeitos a ele não estão conscientes da sua
       submissão e agem segundo crenças que lhes parecem habituais e certas.




                                                                                  21
O Poder nas negociações
• Sem alguma forma de poder você não consegue sequer iniciar uma
  negociação!

• Exemplo: operário pedindo aumento ao diretor da fábrica.

• O poder não é bom ou ruim, ele é como uma faca, pode ser usado
  como ferramenta ou como arma.

• Características do poder:

   – É instável;
   – Depende da percepção (sua e do outro);
   – As aparências interferem e influenciam na sua percepção.




                                                                   22
*Poder: Pessoal x Externo
Poder Pessoal                       Poder Externo

•   Competência                     •   Risco
•   Motivação                       •   Legitimidade
•   Persistência                    •   Informação
•   Vontade                         •   Tempo
•   Compromisso                     •   Competência
•   Aparência                       •   Concorrência



        Estas duas modalidades de poder são determinantes
                para o sucesso de uma negociação!

*: [MELL03]

                                                            23
Poder Pessoal: Habilidades Necessárias


• Habilidades técnicas: relacionam-se com o conhecimento de
  técnicas e processos para negociação ( ex.: etapas para condução
  da negociação);

• Habilidades interpessoais: relacionam-se com o conhecimento
  interpessoal dos negociadores (qual o estilo de cada um, quais suas
  forças, fraquezas, necessidades, motivações etc).

• Conhecimento do negócio: é extremamente específica de cada
  negociação; trata-se do conhecimento mínimo do assunto objeto da
  negociação, fundamental até para se saber se a negociação foi boa
  ou não.




                                                                        24
Poder Pessoal: Credibilidade do GP
A credibilidade é uma qualidade importante a ser perseguida por todo
   todo negociador, em especial pelo gerente de projeto. Para alcançá-
   la, procure:

               Dizer a verdade a todos, o tempo todo.

Não prometa algo que sabe não poder cumprir.
Faça aquilo que declara que vai fazer; se não puder ou não quiser fazer,
  não diga que fará!

Lembre-se: você pode levar um longo tempo para ter credibilidade
  junto às Partes Interessadas, mas basta um desvio, uma simples
  mentira, para colocar tudo a perder...



                                                                           25
A Credibilidade do Gerente de Projetos



Um dos principais objetivos do gerente de um projeto é
   colocar-se perante todas as partes interessadas como a
   fonte principal e mais confiável de informações
   atualizadas sobre o projeto, independentemente do
   fato destas informações serem “boas” ou “ruins”.

Esta confiança aumenta o Poder Pessoal numa mesa de
    negociações!



                                                            26
Poder Externo: Risco
• O negociador deve estar disposto a correr riscos para ganhar poder.
• Quanto maior a capacidade e determinação de correr riscos, mais
  poder o negociador tem, principalmente se ele puder correr o risco de
  não fechar o negócio.
• Duas perguntas são estratégicas no momento da análise de um risco
  em negociação:

   1.   O que acontecerá comigo (e com minha empresa) se o negócio não for fechado?
   2.   E com a empresa do outro negociador (e com ele) na mesma situação?

• Exemplo: ultimato para casamento.

>>> Por isto, é essencial entrar em qualquer negociação já com um
  BATNA estabelecido!



                                                                                      27
BATNA
• BATNA = best alternative to a negotiated agreement.

•   Em português costuma ser chamado de MADI ou MACNA.

•   MADI = Melhor Alternativa Diante de um Impasse.

•   MACNA = Melhor Alternativa em caso de Não-Acordo.

•   Trata-se da alternativa a ser adotada em caso de fracasso na negociação.

•   Qual era a BATNA do exemplo anterior?

•   A preocupação com o BATNA é o principal motivo para não
    concentrarmos demais os nossos projetos em um só cliente ou
    fornecedor!



                                                                               28
Poder Externo: Legitimidade
• Baseia-se na tendências das pessoas de se submeterem à
  autoridade.

• Use-o em seu favor, por exemplo informando as normas de sua
  empresa que você está obrigado a seguir.

• Lembre-se: as pessoas estão condicionadas a aceitar como verdade
  tudo o que lhes aparece na forma escrita.

• Ele é também útil a todas as partes envolvidas, pois estabelece
  algumas normas de conduta e critérios objetivos que facilitam a
  negociação.




                                                                     29
Poder Externo: Informação
• Já vimos que a Informação é um elemento central em qualquer
  negociação.
• Portanto, fique atento à coleta de informações relevantes ANTES e
  DURANTE a negociação.
• Exemplos de perguntas a considerar antes da negociação:

   –   O que eles realmente querem?
   –   Qual a situação do mercado?
   –   Quem toma a decisão final?
   –   Quem irá representar o outro lado na negociação?
   –   A que tipos de pressão estão submetidos?




                                                                      30
Poder Externo: Informação
• E durante a negociação?

   – Fique atento à comunicação não-verbal.
   – Pratique a escuta ativa:

        Olhe atentamente
        Balance a cabeça
        Não interrompa
        Incentive o outro a continuar
        Confirme que está entendendo
        Faça perguntas pertinentes, dando preferência a perguntas
         abertas (que não podem ser respondidas com SIM ou NÃO)
        Resuma o que ouviu



                                                                     31
Informação e Comunicação
   *Comunicação Não-verbal

   • Diz respeito a mensagens codificadas sem uso de palavras.

   • Inclui gestos, tons vocais, expressões faciais e linguagem corporal.

   • Em geral, a interpretação de uma mensagem pelo receptor não se baseia
   somente nas palavras expressas na mensagem, mas também no
   comportamento não-verbal do emissor.

   • Em uma situação de comunicação interpessoal em um projeto, fatores não-
   verbais geralmente possuem maior influência no impacto total da mensagem
   do que fatores verbais. Esta dinâmica é expressa na fórmula abaixo,
   desenvolvida por Albert Meharabian:

         Impacto total da mensagem = Palavras (7%) + tons vocais (38%) +
                             expressões faciais (55%)
*Fonte: [VERMA95]

                                                                               32
Barreiras à Comunicação

• São barreiras à efetiva comunicação em projetos:
   • Falta de canais de comunicação claros;
   • Distâncias entre o comunicador e o receptor;
   • Dificuldades com a linguagem técnica;
   • Fatores ambientais de dispersão (ruídos);
   • Atitudes negativas (ruído psicológico: hostilidade, descrédito etc.).


• A presença de barreiras de comunicação pode aumentar o conflito
e dificultar as negociações.




                                                                             33
Framing

•   Forma como se emoldura ou se enfoca a comunicação com a outra parte.

•   A forma como expressamos nosso raciocínio pode impactar o ouvinte como um
    ganho ou uma perda.

•   O negociador eficaz tem consciência da importância do framing e não o utiliza
    acidentalmente.

•   Ele busca o tempo todo descobrir no outro quais os seus pontos de referência
    importantes e que farão diferença na hora de decidir.




                                                                                    34
Rapport

•   Negociação demanda confiança entre as partes e para que isso aconteça
    elas necessitam um processo de comunicação livre de ruídos psicológicos.

•   O negociador deve sempre buscar estabelecer o Rapport (sintonia e
    harmonia entre as partes).

•   Ele define o tipo e a qualidade de relacionamento entre os negociadores.

•   É freqüentemente transmitido de maneira não-verbal: contato visual,
    postura, tom de voz, sorriso.




                                                                               35
Poder Externo: Tempo
• Afeta a todos os envolvidos, porém de forma diferente, dependendo
  da situação de cada um.
• O uso adequado do tempo pode favorecer a qualquer um dos
  negociadores.
• Por isto:
   – Seja paciente, a maior parte das concessões costuma acontecer perto do final da
     negociação.
   – Procure não revelar seus limites de tempo.
   – A princípio, seja cético quanto a prazos.




                                                                                       36
Poder da Competência
• Diz respeito à competência das equipes envolvidas no processo de
  negociação.

• É poder pessoal quando se refere à pessoa do negociador, mas pode
  ser fonte externa quando se negocia em equipe.

• É muito importante em negociações de projetos, que em geral
  demandam apoio de especialistas muito técnicos.




                                                                      37
Poder da Concorrência
• Tudo que é objeto de disputa muda de valor na razão direta desta
  disputa.
• Isto é frequentemente usado por compradores (e em menor escala
  por vendedores que dispõem de um bem escasso) como forma de
  ganhar poder.
• Atenção, busque sempre checar se a concorrência citada é real ou
  fictícia.
• Exemplo 7: lançamentos do iPad.




                                  Lançamento do iPad nos Estados Unidos em abril de 2010.
                                  (fonte:
                                  http://izismile.com/2010/04/05/crazy_ipad_release_day_21_pics.html )




                                                                                                 38
“Ancoragem”
• Quando os negociadores discutem questões de valor incerto ou
  ambíguo, as posições iniciais na negociação funcionam como
  âncoras e afetam a percepção de cada lado quanto aos possíveis
  resultados.
• Nestas condições os acordos finais são mais diretamente
  influenciados por ofertas iniciais do que por concessões
  subsequentes.
• Este tipo de situação é que às vezes nos impulsiona a adquirir algo
  que não precisamos ou a decidir sem resistência.
• Exemplo A: compra de gravata (R$200,00) após terno (R$5.000).
• Exemplo B: compra de rede em Manaus (marido e mulher).




                                                                        39
“Ancoragem”
• Pode parecer incoerente, mas nós categorizamos o dinheiro:

   – Quantias menores comparadas com quantias muito maiores, ou que “caíram do
     céu” (via jogo, loteria, herança etc.) são desprezadas, pois perdem seu valor e
     importância.


• Por isto:

   – Quando estiver decidindo sobre um gasto ou investimento de valor significativo,
     considere cada componente separadamente sem perder de vista o total da
     despesa ou do investimento.


• O excesso de confiança nos induz a confiar em dados que não
  deveriam ser considerados para tomar uma decisão.



                                                                                       40
Concessões

• Mantenha o foco em suas prioridades, pequenas concessões podem
  significar a aproximação de seus objetivos.
• As trocas podem levar a uma evolução na negociação.
• Trocas menores fortalecem o processo de negociação.
• Toda concessão predispõe o outro lado a responder com uma nova
  concessão de volta.
• Evite fazer concessões sobre pontos que tenham muita importância
  para você, independentemente da importância que esta concessão
  tenha para o outro lado.
• Quem deve fazer a primeira concessão? Você, se puder oferecer
  algo de importância para o outro lado, mas de menor importância
  para você. A outra parte se sentirá inclinada a fazer concessão de
  peso similar.
• Conceder é, em essência, negociar!

                                                                       41
3. Métodos de Negociação




                           42
Métodos de Negociação

                        colaborativa            competitiva
                       “ganha-ganha”          “ganha-perde”
      objetivo         aumentar ganho total     aumentar ganho
       básico                                      próprio
troca de informações      máxima; troca         mínima;somente
                            honesta               necessário
   finalidade da              ajuda                  definir
   comunicação                mútua                exigências
  disposição para        máxima; analisar     mínima; é essencial o
     mudanças               soluções                acordo
    natureza do         informal e próximo,     formal e distante;
  relacionamento           com confiança           explorador
      foco de               problema                vencer e
      atenção                comum                 não perder



                                                                      43
Métodos de Negociação

A escolha do método deve levar em conta basicamente o
   relacionamento.
Se lhe interessa preservar o relacionamento, o método deve ser
   colaborativo.
Exemplos:
   – Negociação com fornecedores de um projeto: preferencialmente colaborativa
   – Negociação para aluguel de uma sala: preferencialmente competitiva (a menos
     que você esteja alugando de um amigo ou parente!)


Em projetos, como o sucesso depende de um bom relacionamento
  com as partes interessadas e estas costumam se repetir ao
  longo dos projetos, o método colaborativo deve ser priorizado
  em relação ao competitivo.



                                                                                   44
Métodos de Negociação


Negociação baseada em princípios (ou negociação dos méritos, Método
  Harvard - [FISH94] )

Negociação colaborativa, bidirecional, concebida para se chegar a um acordo
   que atenda aos interesses comuns e opostos das partes.


A negociação é vista como um problema a ser resolvido em
   conjunto pelas partes envolvidas.




                                                                              45
Negociação Baseada em Princípios


1.   Separe as pessoas dos problemas.
2.   Concentre-se nos interesses e não nas posições.
3.   Crie opções para ganho mútuo.
4.   Insista em critérios objetivos.




                                                       46
Negociação Baseada em Princípios

 1. Separe as pessoas dos problemas.

• Os participantes são solucionadores de problemas atuando em
  parceria.
• A meta é um resultado sensato, atingido de maneira eficiente e
  amigável.
• Seja afável com as pessoas e duro com o problema.
• Procure se colocar no lugar do outro.
• Não assuma! Em caso de dúvida, pergunte!




                                                                   47
Negociação Baseada em Princípios

 2. Concentre-se nos interesses e não nas posições.

POSIÇÕES                             INTERESSES

O que o outro diz querer              As preocupações
As exigências                         Os temores
As finalizações e as condições        Os desejos
O que diz que vai ou não fazer        As expectativas

Exemplo 9: acordos de Camp David (1978), que selaram a paz entre
  Egito e Israel e resultaram na concessão do Prêmio Nobel da Paz
  aos dirigentes dos dois países. Saiba mais:
  http://en.wikipedia.org/wiki/Camp_David_Accords

                                                                    48
Negociação Baseada em Princípios

3. Crie opções para ganho mútuo.

•   Lembram-se do exemplo das duas irmãs x duas laranjas?
•   Muitas vezes a torta pode ser ampliada antes de ser dividida!
•   Procure usar um processo de brainstorming na busca de opções.
•   Neste ponto o apoio de especialistas ajuda muito a gerar
    alternativas.




                                                                    49
Negociação Baseada em Princípios
    4. Insista em critérios objetivos


Exemplos de critérios objetivos:


•     Conflito entre franqueador e franqueado: Lei da franquia;
• Preço justo para compra de um carro: tabela publicada no caderno de
     veículos de um jornal local;

• Disputa entre vizinhos: convenção de condomínio;
• Divergências entre cliente e fornecedor do projeto:
     contrato, declaração e trabalho, linha de base aprovada etc.


                                                                        50
Negociação Baseada em Princípios

Comunicação:

NÃO!                       SIM!
Falar para o outro         Falar com o outro
Concentrar-se no passado   Concentrar-se no futuro
Certo x Errado             Enfrentar o problema
Buscar culpados            Esclarecer os interesses
Tirar vantagens            Criar opções




                                                      51
Negociação Baseada em Princípios
• Pontos importantes:

-   Preparo (lembre-se da frase de Lincoln no início desta palestra)
-   Posições ≠ Interesses
-   Pessoas ≠ Problemas
-   Criação de opções
     - Expressar ideias, sem julgar, sem comprometimento, sem tomar como
        proposta, brainstorm
-   Valores baseados em critérios objetivos
     - Evitam discussões estéreis, fortalecem argumentos, enfraquecem posições
-   O valor da pausa: observação e avaliação, retomada do equilíbrios, evitar tomada
    de decisões impulsivas.




                                                                                       52
Considerações Finais




                       53
1.   Identifique antecipadamente o que é realmente verdade (fatos e
     dados);

2.   Estabeleça qual método de negociação é o mais adequado para cada
     necessidade (colaborativo ou competitivo);

3.   Mantenha-se permanentemente informado, treinado e bem equipado
     para enfrentar as demandas do processo de negociação, pois a
     necessidade de negociação em projetos é bastante frequente.

4.   Reveja sempre os resultados e aprenda com os erros, seus e de seus
     colegas (Lições Aprendidas).




                                                                          54
Faça
 Pratique escuta ativa.

 Deixe espaço suficiente para manobra nas suas propostas.

 Se não conseguir mesmo viver com um compromisso proposto, não hesite em recusar.

 Define previamente as concessões que pode fazer.

 Busque descobrir qual é a posição da outra parte.

 Use framing quando encontrar resistência da outra parte.

 Seja sigiloso, só compartilhe o processo com quem puder e estiver autorizado a contribuir.

 Trabalhe com uma agenda para tornar a reunião mais eficiente.

 Tenha um BATNA.


                                                                                        55
Recomendações Finais
•   Comunique interesses em vez de negociar posições.

•   O importante não é ter razão mas atingir um certo objetivo.

•   Negocie sempre com um papel à frente e faça anotações.

•   Seja criativo. Não pense que o bolo sempre tem um tamanho fixo.

•   Envolva a outra parte na solução do problema para eliminar resistência
    e criar motivação.

•   Não assuma, pergunte!




                                                                             56
Obrigado!


   Ivo.michalick@gmail.com
http://ivomichalick.blogspot.com/
     Twitter: @ivomichalick


                                    57
Bibliografia

[BURB07] Burbridge, R. Marc; Costa, Sérgio de Freitas e outros. “Gestão
    de Negociação”. Editora Saraiva, 2ª. Edição, 2007.
[CARV06] Carvalhal, Eugenio do; André Neto, Antônio; Andrade, Gersem
    Martins de; Araújo, João Vieira de. “Negociação e administração de
    conflitos”. Editora FGV, 1ª. Edição, 2006.
[COSTA04] Costa, José Eduardo. “A Ciência de conseguir um sim”. In:
    revista Você SA, Editora Abril, Edição 76, p. 52-58
[EKMA03] Ekman, Paul. “Emotions Revealed”. Holt, Second Edition, 2003.
[FISH94] FISHER, Roger; URY, William; PATTON, Bruce. “Como chegar
     ao sim”. Imago, 1994.




                                                                          58
Bibliografia

[MART04] Martinelli, Dante P.; Ventura, Carla; Machado, Juliano R..
    “Negociação Internacional”. Editora Atlas, 1ª. Edição, 2004.
[MELL03] Mello, José Carlos Martins F. de. “Negociação Baseada em
    Estratégia”. Editora Atlas, 2003.
[PESS08] Pessoa, Carlos. “Negociação Aplicada”. Editora Atlas, 1ª.
    Edição, 2008.
[PMBOK09] Project Management Institute. “Um Guia Do Conjunto De
    Conhecimentos em Gerenciamento De Projetos (Guia PMBOK):
    A Guide to the Project Management Body of Knowledge - Official
    Portuguese Translation”. PMI, 4th Edition, 2009.




                                                                      59
Bibliografia

[SEB01] Sebenius, James K. “Six Habits of Merely Effective
    Negotiators”. Harvard Business Review (Reprint). Harvard
    Publishing, 2001.
[VERMA95], Verma, Vijay K.. “The Human Aspects of Project
    Management – Organizing Projects for Success”. PMI, 1995.
 [WAND98] Wanderley, José Augusto. “Negociação Total”. Editora Gente,
    13ª. Edição, 1994.
[WEIL09] Weil, Pierre; Tompakow, Roland. “O Corpo Fala”. Editora Vozes,
    66ª. Edição, 2009.




                                                                          60

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Negociação ivo michalick - ago12

  • 1. “Negociação em Projetos” Ivo M. Michalick Vasconcelos, MSc, PMP, PMI-SP M2 Consultoria Foz do Iguaçu, 9 de agosto de 2012 4º Encontro de Gestão de Projetos
  • 2. Palestrante Ivo M. Michalick Vasconcelos, MSc, PMP , PMI-SP Ivo.michalick@gmail.com www.linkedin.com/in/ivomichalick Skype/Twitter: ivomichalick Profissional de gerenciamento de projetos com certificações PMP e PMI-SP do PMI. Bacharel e mestre em Ciência da Computação pelo DCC/UFMG, com atuação por mais de 20 anos em projetos de setores como energia, defesa, mineração, saúde, logística e telecomunicações, no Brasil e no exterior. Professor e coordenador de cursos de gerenciamento de projetos, sócio-diretor da M2 Consultoria, com foco nos temas "projetos de capital", "gente em projetos" e "governança em projetos". Voluntário do PMI-MG desde 2005, ocupa atualmente a Presidência desta seção do PMI em Minas Gerais. 2
  • 3. Programa 1. Conceitos de Negociação 2. Estrutura de Poder em Negociação 3. Métodos de Negociação 3
  • 4. "Se eu tivesse seis horas para cortar uma árvore, passaria quatro horas afiando o meu machado." (Abraham Lincoln) 4
  • 5. 1. Conceitos de Negociação 5
  • 6. Importância da Negociação • Em todo o Mundo, e especialmente no Brasil, os estudos e pesquisas sobre Negociação se intensificaram nos últimos 20 anos. • Houve uma importante mudança de paradigma, de: “Um bom negociador nasce com esta habilidade.” para: “ As habilidades de negociação podem ser desenvolvidas e aperfeiçoadas por qualquer pessoa.” 6
  • 7. Importância da Negociação • Negociamos a todo instante da nossa vida, mesmo sem perceber, confira algumas situações que confirmam a necessidade crescente de se negociar:  Nas empresas: as negociações abrangem todas as áreas. Novas estruturas organizacionais resultantes de processos como reengenharia e downsizing impulsionaram este processo.  Na vida pessoal: casamento, filhos, amigos, condomínio...Todos querem influenciar decisões que lhes afetam. Negociamos para lidar com as diferenças em busca de um acordo! 7
  • 8. Negociação em projetos 1. Compromissos entre escopo, prazo, custo e qualidade 2. Decisões sobre “fazer ou comprar” 3. Gerenciamento de mudanças 4. Priorização de recursos (humanos e materiais) 5. Necessidade de trabalho adicional (horas extraordinárias) 6. Desvios e pleitos contratuais 7. Cortes de orçamento 8. Seleção de fornecedores 9. Definições relativas a soluções técnicas 10. Questões pessoais e familiares da equipe do projeto 11. … Qual dos itens acima você enxerga como o de negociação mais difícil? 8
  • 9. Importância da Negociação O que faz a diferença para um melhor resultado, tanto nas pequenas, quanto nas grandes negociações, é a ATITUDE. Atitudes não são nada mais do que hábitos do pensamento, e os hábitos podem ser adquiridos. Existem duas alternativas de se agir num processo de negociação: • De forma improvisada; • Baseada em uma preparação que lhe permita negociar de maneira metódica e planejada. 9
  • 10. Definições • “Cada vez que pessoas trocam ideias com o intuito de modificar suas relações, cada vez que chegam a um acordo, estão negociando. A negociação depende da comunicação, e ocorre entre pessoas que representam a si ou a grupos organizados” (Nierenberg, 1991 em [CARV06]). • “Negociação é o meio básico de se conseguir o que se quer de outrem. É uma comunicação bidirecional concebida para se chegar a um acordo, quando você e o outro lado têm alguns interesses em comum e outros opostos”. [FISH94] • “Negociação é o processo de alcançar objetivos por meio de um acordo nas situações em que existem interesses comuns, complementares e opostos, isto é, conflitos, divergências e antagonismos de interesses, ideias e posições”.[WAND98] 10
  • 11. O Papel do Gerente de Projetos • Coordenar e integrar atividades entre diversas unidades funcionais. • Conhecer os aspectos da estrutura organizacional. • Forte habilidade de comunicação interpessoal. • Manter o equilíbrio entre as funções técnicas e gerenciais do projeto. • Assumir os riscos inerentes ao gerenciamento do projeto. • Trabalhar com as restrições impostas em busca dos objetivos definidos para o projeto • >>> Negociar, negociar e negociar !!! 11
  • 12. Conhecimentos do Gerente de Projetos Conjunto de Conhecimento em Gerenciamento de Projetos Inclui Negociação! Guia PMBOK Conhecimento, normas e Habilidades interpessoais regulamentos da área de aplicação Esta figura (fonte: [PMBOK09]) é uma visão conceitual desses relacionamentos. As sobreposições mostradas não são proporcionais. 12
  • 13. Substância e Relacionamento Em toda negociação existem dois pontos essenciais: 1. Substância: razão da negociação (aluguel, contrato, aumento de salário etc.) 2. Relacionamento entre as partes (através da comunicação são discutidas as questões substantivas) “Todo negociador tem dois tipos de interesses: na substância e na relação. Todo negociador quer chegar a um acordo que satisfaça seus interesses substantivos. É por isso que se negocia. Além disso, o negociador também tem interesses em seu relacionamento com o outro lado” [FISH94]. SITUAÇÃO IDEAL EM PROJETOS: 1 + 2 13
  • 14. Substância e Relacionamento • Muito cuidado deve ser tomado para não confundir substância e relacionamento durante a negociação. • Um problema de relacionamento não pode ser resolvido através de concessões, por isto é importante separar bem os problemas que ocorrerem entre estas duas categorias. • Para questões de substância é preciso estar bem preparado para identificar números, dados, datas, percentuais, termos, condições, alternativas etc. • Para questões de relacionamento é preciso pensar nos passos que se pode dar para melhorar o relacionamento. 14
  • 15. Elementos Fundamentais de uma Negociação PODER LEGITIMIDADE ÉTICA TEMPO INFORMAÇÃO 15
  • 16. Elementos Fundamentais • Legitimidade: você só deve negociar com quem estiver devidamente autorizado a responder pela outra parte, e buscar sempre a adoção de *critérios objetivos. • Tempo: negociações, especialmente em projetos complexos, tendem a ter longa duração, não tente apressar as coisas. • Poder: (será abordado no próximo tópico) • Ética: ponto essencial, não vale a pena sacrificar nossos princípios por um aparente bom resultado. • Informação: informação relevante para a negociação é chave, em negociações que envolvam aspectos técnicos conte SEMPRE com a ajuda de SMEs (Subject Matter Experts – Especialistas de domínios técnicos). E fique sempre atento à “Janela de JoHari”! *: padrões ou critérios de referência aceitos no mercado que ajudam a estabelecer a justiça ou a correção de determinada solução para certas situações. 16
  • 17. Informação Janela de Johari ([WAND98]) • Ferramenta criada por Joseph Luft e Harrington Ingham em 1955 que tem como objetivo auxiliar no entendimento da comunicação interpessoal e nos relacionamentos com um grupo. • Este conceito pode aplicar-se ao estudo da interação e das relações interpessoais em várias situações, entre indivíduos, grupos ou organizações. • A palavra Johari, tem origem na composição dos prenomes dos seus criadores: Jo(seph) e Hari(Harrington -1955). 17
  • 18. JANELA DE JOHARI : eu Conhecida Desconhecida por mim por mim : o outro Área Área Conhecida Cega Aberta pelos outros   Área Área Oculta Desconhecida Desconhecida   pelos outros 18
  • 19. Janela de Johari Janela de Johari • A área cega diminui com o aumento do intercâmbio de informações. • Para que a área conhecida seja ampliada é preciso que haja confiança entre as partes. • Um risco que as partes correm numa negociação é o de perdas mútuas devido a desconhecimento de informações por ambas as partes. • Exemplo 2A: estória das duas irmãs x duas laranjas. • Exemplo 2B: cliente e GP negociando em um projeto às vésperas da compra da organização do cliente por um concorrente estrangeiro. 19
  • 20. 2. Estrutura de Poder em Negociação 20
  • 21. O Poder nas negociações • Podemos trabalhar com o conceito de poder como sendo a capacidade de fazermos algo ou induzir alguém a fazer algo segundo nossa vontade. • Segundo John Galbraith (citado em [BURB07]) existem três classes de poder: – Constrangedor: o poder decorre da possibilidade de punição. – Compensatório: o poder decorre da possibilidade de recompensa. – Condicionador: os indivíduos sujeitos a ele não estão conscientes da sua submissão e agem segundo crenças que lhes parecem habituais e certas. 21
  • 22. O Poder nas negociações • Sem alguma forma de poder você não consegue sequer iniciar uma negociação! • Exemplo: operário pedindo aumento ao diretor da fábrica. • O poder não é bom ou ruim, ele é como uma faca, pode ser usado como ferramenta ou como arma. • Características do poder: – É instável; – Depende da percepção (sua e do outro); – As aparências interferem e influenciam na sua percepção. 22
  • 23. *Poder: Pessoal x Externo Poder Pessoal Poder Externo • Competência • Risco • Motivação • Legitimidade • Persistência • Informação • Vontade • Tempo • Compromisso • Competência • Aparência • Concorrência Estas duas modalidades de poder são determinantes para o sucesso de uma negociação! *: [MELL03] 23
  • 24. Poder Pessoal: Habilidades Necessárias • Habilidades técnicas: relacionam-se com o conhecimento de técnicas e processos para negociação ( ex.: etapas para condução da negociação); • Habilidades interpessoais: relacionam-se com o conhecimento interpessoal dos negociadores (qual o estilo de cada um, quais suas forças, fraquezas, necessidades, motivações etc). • Conhecimento do negócio: é extremamente específica de cada negociação; trata-se do conhecimento mínimo do assunto objeto da negociação, fundamental até para se saber se a negociação foi boa ou não. 24
  • 25. Poder Pessoal: Credibilidade do GP A credibilidade é uma qualidade importante a ser perseguida por todo todo negociador, em especial pelo gerente de projeto. Para alcançá- la, procure: Dizer a verdade a todos, o tempo todo. Não prometa algo que sabe não poder cumprir. Faça aquilo que declara que vai fazer; se não puder ou não quiser fazer, não diga que fará! Lembre-se: você pode levar um longo tempo para ter credibilidade junto às Partes Interessadas, mas basta um desvio, uma simples mentira, para colocar tudo a perder... 25
  • 26. A Credibilidade do Gerente de Projetos Um dos principais objetivos do gerente de um projeto é colocar-se perante todas as partes interessadas como a fonte principal e mais confiável de informações atualizadas sobre o projeto, independentemente do fato destas informações serem “boas” ou “ruins”. Esta confiança aumenta o Poder Pessoal numa mesa de negociações! 26
  • 27. Poder Externo: Risco • O negociador deve estar disposto a correr riscos para ganhar poder. • Quanto maior a capacidade e determinação de correr riscos, mais poder o negociador tem, principalmente se ele puder correr o risco de não fechar o negócio. • Duas perguntas são estratégicas no momento da análise de um risco em negociação: 1. O que acontecerá comigo (e com minha empresa) se o negócio não for fechado? 2. E com a empresa do outro negociador (e com ele) na mesma situação? • Exemplo: ultimato para casamento. >>> Por isto, é essencial entrar em qualquer negociação já com um BATNA estabelecido! 27
  • 28. BATNA • BATNA = best alternative to a negotiated agreement. • Em português costuma ser chamado de MADI ou MACNA. • MADI = Melhor Alternativa Diante de um Impasse. • MACNA = Melhor Alternativa em caso de Não-Acordo. • Trata-se da alternativa a ser adotada em caso de fracasso na negociação. • Qual era a BATNA do exemplo anterior? • A preocupação com o BATNA é o principal motivo para não concentrarmos demais os nossos projetos em um só cliente ou fornecedor! 28
  • 29. Poder Externo: Legitimidade • Baseia-se na tendências das pessoas de se submeterem à autoridade. • Use-o em seu favor, por exemplo informando as normas de sua empresa que você está obrigado a seguir. • Lembre-se: as pessoas estão condicionadas a aceitar como verdade tudo o que lhes aparece na forma escrita. • Ele é também útil a todas as partes envolvidas, pois estabelece algumas normas de conduta e critérios objetivos que facilitam a negociação. 29
  • 30. Poder Externo: Informação • Já vimos que a Informação é um elemento central em qualquer negociação. • Portanto, fique atento à coleta de informações relevantes ANTES e DURANTE a negociação. • Exemplos de perguntas a considerar antes da negociação: – O que eles realmente querem? – Qual a situação do mercado? – Quem toma a decisão final? – Quem irá representar o outro lado na negociação? – A que tipos de pressão estão submetidos? 30
  • 31. Poder Externo: Informação • E durante a negociação? – Fique atento à comunicação não-verbal. – Pratique a escuta ativa:  Olhe atentamente  Balance a cabeça  Não interrompa  Incentive o outro a continuar  Confirme que está entendendo  Faça perguntas pertinentes, dando preferência a perguntas abertas (que não podem ser respondidas com SIM ou NÃO)  Resuma o que ouviu 31
  • 32. Informação e Comunicação *Comunicação Não-verbal • Diz respeito a mensagens codificadas sem uso de palavras. • Inclui gestos, tons vocais, expressões faciais e linguagem corporal. • Em geral, a interpretação de uma mensagem pelo receptor não se baseia somente nas palavras expressas na mensagem, mas também no comportamento não-verbal do emissor. • Em uma situação de comunicação interpessoal em um projeto, fatores não- verbais geralmente possuem maior influência no impacto total da mensagem do que fatores verbais. Esta dinâmica é expressa na fórmula abaixo, desenvolvida por Albert Meharabian: Impacto total da mensagem = Palavras (7%) + tons vocais (38%) + expressões faciais (55%) *Fonte: [VERMA95] 32
  • 33. Barreiras à Comunicação • São barreiras à efetiva comunicação em projetos: • Falta de canais de comunicação claros; • Distâncias entre o comunicador e o receptor; • Dificuldades com a linguagem técnica; • Fatores ambientais de dispersão (ruídos); • Atitudes negativas (ruído psicológico: hostilidade, descrédito etc.). • A presença de barreiras de comunicação pode aumentar o conflito e dificultar as negociações. 33
  • 34. Framing • Forma como se emoldura ou se enfoca a comunicação com a outra parte. • A forma como expressamos nosso raciocínio pode impactar o ouvinte como um ganho ou uma perda. • O negociador eficaz tem consciência da importância do framing e não o utiliza acidentalmente. • Ele busca o tempo todo descobrir no outro quais os seus pontos de referência importantes e que farão diferença na hora de decidir. 34
  • 35. Rapport • Negociação demanda confiança entre as partes e para que isso aconteça elas necessitam um processo de comunicação livre de ruídos psicológicos. • O negociador deve sempre buscar estabelecer o Rapport (sintonia e harmonia entre as partes). • Ele define o tipo e a qualidade de relacionamento entre os negociadores. • É freqüentemente transmitido de maneira não-verbal: contato visual, postura, tom de voz, sorriso. 35
  • 36. Poder Externo: Tempo • Afeta a todos os envolvidos, porém de forma diferente, dependendo da situação de cada um. • O uso adequado do tempo pode favorecer a qualquer um dos negociadores. • Por isto: – Seja paciente, a maior parte das concessões costuma acontecer perto do final da negociação. – Procure não revelar seus limites de tempo. – A princípio, seja cético quanto a prazos. 36
  • 37. Poder da Competência • Diz respeito à competência das equipes envolvidas no processo de negociação. • É poder pessoal quando se refere à pessoa do negociador, mas pode ser fonte externa quando se negocia em equipe. • É muito importante em negociações de projetos, que em geral demandam apoio de especialistas muito técnicos. 37
  • 38. Poder da Concorrência • Tudo que é objeto de disputa muda de valor na razão direta desta disputa. • Isto é frequentemente usado por compradores (e em menor escala por vendedores que dispõem de um bem escasso) como forma de ganhar poder. • Atenção, busque sempre checar se a concorrência citada é real ou fictícia. • Exemplo 7: lançamentos do iPad. Lançamento do iPad nos Estados Unidos em abril de 2010. (fonte: http://izismile.com/2010/04/05/crazy_ipad_release_day_21_pics.html ) 38
  • 39. “Ancoragem” • Quando os negociadores discutem questões de valor incerto ou ambíguo, as posições iniciais na negociação funcionam como âncoras e afetam a percepção de cada lado quanto aos possíveis resultados. • Nestas condições os acordos finais são mais diretamente influenciados por ofertas iniciais do que por concessões subsequentes. • Este tipo de situação é que às vezes nos impulsiona a adquirir algo que não precisamos ou a decidir sem resistência. • Exemplo A: compra de gravata (R$200,00) após terno (R$5.000). • Exemplo B: compra de rede em Manaus (marido e mulher). 39
  • 40. “Ancoragem” • Pode parecer incoerente, mas nós categorizamos o dinheiro: – Quantias menores comparadas com quantias muito maiores, ou que “caíram do céu” (via jogo, loteria, herança etc.) são desprezadas, pois perdem seu valor e importância. • Por isto: – Quando estiver decidindo sobre um gasto ou investimento de valor significativo, considere cada componente separadamente sem perder de vista o total da despesa ou do investimento. • O excesso de confiança nos induz a confiar em dados que não deveriam ser considerados para tomar uma decisão. 40
  • 41. Concessões • Mantenha o foco em suas prioridades, pequenas concessões podem significar a aproximação de seus objetivos. • As trocas podem levar a uma evolução na negociação. • Trocas menores fortalecem o processo de negociação. • Toda concessão predispõe o outro lado a responder com uma nova concessão de volta. • Evite fazer concessões sobre pontos que tenham muita importância para você, independentemente da importância que esta concessão tenha para o outro lado. • Quem deve fazer a primeira concessão? Você, se puder oferecer algo de importância para o outro lado, mas de menor importância para você. A outra parte se sentirá inclinada a fazer concessão de peso similar. • Conceder é, em essência, negociar! 41
  • 42. 3. Métodos de Negociação 42
  • 43. Métodos de Negociação colaborativa competitiva “ganha-ganha” “ganha-perde” objetivo aumentar ganho total aumentar ganho básico próprio troca de informações máxima; troca mínima;somente honesta necessário finalidade da ajuda definir comunicação mútua exigências disposição para máxima; analisar mínima; é essencial o mudanças soluções acordo natureza do informal e próximo, formal e distante; relacionamento com confiança explorador foco de problema vencer e atenção comum não perder 43
  • 44. Métodos de Negociação A escolha do método deve levar em conta basicamente o relacionamento. Se lhe interessa preservar o relacionamento, o método deve ser colaborativo. Exemplos: – Negociação com fornecedores de um projeto: preferencialmente colaborativa – Negociação para aluguel de uma sala: preferencialmente competitiva (a menos que você esteja alugando de um amigo ou parente!) Em projetos, como o sucesso depende de um bom relacionamento com as partes interessadas e estas costumam se repetir ao longo dos projetos, o método colaborativo deve ser priorizado em relação ao competitivo. 44
  • 45. Métodos de Negociação Negociação baseada em princípios (ou negociação dos méritos, Método Harvard - [FISH94] ) Negociação colaborativa, bidirecional, concebida para se chegar a um acordo que atenda aos interesses comuns e opostos das partes. A negociação é vista como um problema a ser resolvido em conjunto pelas partes envolvidas. 45
  • 46. Negociação Baseada em Princípios 1. Separe as pessoas dos problemas. 2. Concentre-se nos interesses e não nas posições. 3. Crie opções para ganho mútuo. 4. Insista em critérios objetivos. 46
  • 47. Negociação Baseada em Princípios 1. Separe as pessoas dos problemas. • Os participantes são solucionadores de problemas atuando em parceria. • A meta é um resultado sensato, atingido de maneira eficiente e amigável. • Seja afável com as pessoas e duro com o problema. • Procure se colocar no lugar do outro. • Não assuma! Em caso de dúvida, pergunte! 47
  • 48. Negociação Baseada em Princípios 2. Concentre-se nos interesses e não nas posições. POSIÇÕES INTERESSES O que o outro diz querer As preocupações As exigências Os temores As finalizações e as condições Os desejos O que diz que vai ou não fazer As expectativas Exemplo 9: acordos de Camp David (1978), que selaram a paz entre Egito e Israel e resultaram na concessão do Prêmio Nobel da Paz aos dirigentes dos dois países. Saiba mais: http://en.wikipedia.org/wiki/Camp_David_Accords 48
  • 49. Negociação Baseada em Princípios 3. Crie opções para ganho mútuo. • Lembram-se do exemplo das duas irmãs x duas laranjas? • Muitas vezes a torta pode ser ampliada antes de ser dividida! • Procure usar um processo de brainstorming na busca de opções. • Neste ponto o apoio de especialistas ajuda muito a gerar alternativas. 49
  • 50. Negociação Baseada em Princípios 4. Insista em critérios objetivos Exemplos de critérios objetivos: • Conflito entre franqueador e franqueado: Lei da franquia; • Preço justo para compra de um carro: tabela publicada no caderno de veículos de um jornal local; • Disputa entre vizinhos: convenção de condomínio; • Divergências entre cliente e fornecedor do projeto: contrato, declaração e trabalho, linha de base aprovada etc. 50
  • 51. Negociação Baseada em Princípios Comunicação: NÃO! SIM! Falar para o outro Falar com o outro Concentrar-se no passado Concentrar-se no futuro Certo x Errado Enfrentar o problema Buscar culpados Esclarecer os interesses Tirar vantagens Criar opções 51
  • 52. Negociação Baseada em Princípios • Pontos importantes: - Preparo (lembre-se da frase de Lincoln no início desta palestra) - Posições ≠ Interesses - Pessoas ≠ Problemas - Criação de opções - Expressar ideias, sem julgar, sem comprometimento, sem tomar como proposta, brainstorm - Valores baseados em critérios objetivos - Evitam discussões estéreis, fortalecem argumentos, enfraquecem posições - O valor da pausa: observação e avaliação, retomada do equilíbrios, evitar tomada de decisões impulsivas. 52
  • 54. 1. Identifique antecipadamente o que é realmente verdade (fatos e dados); 2. Estabeleça qual método de negociação é o mais adequado para cada necessidade (colaborativo ou competitivo); 3. Mantenha-se permanentemente informado, treinado e bem equipado para enfrentar as demandas do processo de negociação, pois a necessidade de negociação em projetos é bastante frequente. 4. Reveja sempre os resultados e aprenda com os erros, seus e de seus colegas (Lições Aprendidas). 54
  • 55. Faça  Pratique escuta ativa.  Deixe espaço suficiente para manobra nas suas propostas.  Se não conseguir mesmo viver com um compromisso proposto, não hesite em recusar.  Define previamente as concessões que pode fazer.  Busque descobrir qual é a posição da outra parte.  Use framing quando encontrar resistência da outra parte.  Seja sigiloso, só compartilhe o processo com quem puder e estiver autorizado a contribuir.  Trabalhe com uma agenda para tornar a reunião mais eficiente.  Tenha um BATNA. 55
  • 56. Recomendações Finais • Comunique interesses em vez de negociar posições. • O importante não é ter razão mas atingir um certo objetivo. • Negocie sempre com um papel à frente e faça anotações. • Seja criativo. Não pense que o bolo sempre tem um tamanho fixo. • Envolva a outra parte na solução do problema para eliminar resistência e criar motivação. • Não assuma, pergunte! 56
  • 57. Obrigado! Ivo.michalick@gmail.com http://ivomichalick.blogspot.com/ Twitter: @ivomichalick 57
  • 58. Bibliografia [BURB07] Burbridge, R. Marc; Costa, Sérgio de Freitas e outros. “Gestão de Negociação”. Editora Saraiva, 2ª. Edição, 2007. [CARV06] Carvalhal, Eugenio do; André Neto, Antônio; Andrade, Gersem Martins de; Araújo, João Vieira de. “Negociação e administração de conflitos”. Editora FGV, 1ª. Edição, 2006. [COSTA04] Costa, José Eduardo. “A Ciência de conseguir um sim”. In: revista Você SA, Editora Abril, Edição 76, p. 52-58 [EKMA03] Ekman, Paul. “Emotions Revealed”. Holt, Second Edition, 2003. [FISH94] FISHER, Roger; URY, William; PATTON, Bruce. “Como chegar ao sim”. Imago, 1994. 58
  • 59. Bibliografia [MART04] Martinelli, Dante P.; Ventura, Carla; Machado, Juliano R.. “Negociação Internacional”. Editora Atlas, 1ª. Edição, 2004. [MELL03] Mello, José Carlos Martins F. de. “Negociação Baseada em Estratégia”. Editora Atlas, 2003. [PESS08] Pessoa, Carlos. “Negociação Aplicada”. Editora Atlas, 1ª. Edição, 2008. [PMBOK09] Project Management Institute. “Um Guia Do Conjunto De Conhecimentos em Gerenciamento De Projetos (Guia PMBOK): A Guide to the Project Management Body of Knowledge - Official Portuguese Translation”. PMI, 4th Edition, 2009. 59
  • 60. Bibliografia [SEB01] Sebenius, James K. “Six Habits of Merely Effective Negotiators”. Harvard Business Review (Reprint). Harvard Publishing, 2001. [VERMA95], Verma, Vijay K.. “The Human Aspects of Project Management – Organizing Projects for Success”. PMI, 1995. [WAND98] Wanderley, José Augusto. “Negociação Total”. Editora Gente, 13ª. Edição, 1994. [WEIL09] Weil, Pierre; Tompakow, Roland. “O Corpo Fala”. Editora Vozes, 66ª. Edição, 2009. 60