Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Ética deontológica vs teleológica
1. Recordar: agente dotado de uma intenção e a sua
acção tem consequências
O critério subjacente à “arrumação” das teorias
éticas decorre directamente desses conceitos:
intenção e consequência
2. Fundamentação da moral
Ética deontológica
(deontos)
Immanuel Kant [1724-1804]
Ética teleológica/utilitarista
(telos)
Stuart Mill-[1806-1873]
3. "O Iluminismo é a saída do ser humano do estado de
menoridade em que ele próprio se colocou. Menoridade (não-
emancipação) é a incapacidade - por falta de coragem - de
fazer uso da sua razão sem recorrer a instruções de outros.
Sapere aude! (ousa pensar, saber!)"
A Liberdade lança raios do cetpro da razão sobre a
Ignorância e o Fanatismo. A figura do centro representa a verdade –
rodeada por luz intensa (o símbolo central do
iluminismo). A razão e a filosofia, estão a retirar o
manto que tapa a verdade.
4. Ética deontológica…
teleológica….
Agir moralmente é A moralidade das
cumprir o dever sejam acções é avaliada em
quais forem as função das suas
consequências consequências
As acções são boas ou As acções são boas
más ou más em função dos
independentemente resultados e não das
das consequências ou intenções
resultados
5. …
Dizer uma mentira
Deontológicas Teleológicas
sempre errado seria errado ou
sejam quais forem certo em função
as consequências, da suas
benefícios consequências,
resultantes. dos seus
resultados.
6. Onde reside o valor moral da ação?
Duas disposições da
natureza humana
Animalidade - sensível, emocional [pode ceder a
inclinações]
Humanidade - racionalidade, espiritualidade
[não faz senão o que a razão manda fazer:
cumprir o dever!
7. Onde reside o valor moral da acção?
No cumprimento do dever.
O que é o dever?
É a necessidade de agir
obedecendo às leis/ordens da razão
e não aos impulsos ou inclinações.
8. Onde reside o valor moral da acção?
Quais são as ordens que a razão manda cumprir nas
acções?
3 tipos de acção
A- Contrárias ao dever: roubar (ilegais-imorais)
B- Conformes ao dever: dizer a verdade para ter benefícios
(legais-cumprem as normas; não são morais)- meio para fins
exteriores
C- Por dever: dizer a verdade porque assim deve ser
( morais)- fim em si mesma
9. Onde reside o valor moral da acção?
Na obediência ao dever: à lei moral
“Duas coisas me enchem de admiração e veneração
sempre renovadas e crescentes: o céu estrelado sobre
mim e a lei moral dentro de mim”.
Kant
10. O que é a lei moral? Que aspecto/forma tem?
Imperativo categórico
1ª formulação
Age de tal forma que a
máxima da tua ação
possa ser lei universal
11. O que é a lei moral, que forma tem?
Imperativo categórico
2ª formulação
Age de tal maneira que
trates a humanidade na tua
pessoa e na de todos os
outros sempre como um fim
e nunca como um meio
12. Imperativo hipotético e imperativo
categórico
A lei moral segundo Kant
É… Não é…
um imperativo categórico um imperativo hipotético
Ordena que se cumpra o dever como
Ordena que se cumpra o dever
meio para o que pode resultar do seu
sempre por dever ( a ação é fim em
cumprimento. ( a ação é um meio para se
si mesma)
alcançar um fim exterior)
13. Conclusão
A fundamentação da moral reside na
obediência incondicional à lei moral
racional, independentemente das
consequências porque:
só nessa condição somos livres, autónomos
só nessa condição se cumpre o dever pelo
dever e não se cede a inclinações.
só nessa condição as acções serão morais .
14. O utilitarismo de Stuart Mill: princípios
essenciais
O que é uma acção moral?
Como é avaliado o valor moral da acção?
-carácter vantajoso ou não das suas consequências.
-efeitos, resultados ( carácter externo da acção.)
[princípio utilitarista]
15. O utilitarismo de Stuart Mill: princípios
essenciais
Princípio utilitarista
Princípio da Utilidade ou
da Maior Felicidade
“ É boa uma acção que
procura a maior
felicidade ou bem
estar do maior número”
16. O que é a felicidade?
A felicidade consiste no prazer e na ausência de dor.
Mas…há prazeres superiores e inferiores.
O que quer isto dizer?
Simplesmente que há prazeres que têm mais valor do
que outros devido à sua natureza.
17. Natureza dos prazeres
Superiores - prazeres do pensamento, sentimento
e imaginação; resultam da experiência de apreciar a
beleza, a verdade, o amor, a liberdade, o
conhecimento, a criação artística…
Inferiores- os prazeres ligados às necessidades
físicas, como beber, comer e sexo. [QUALIDADE VS QUANTIDADE]
18. Qualidade do prazer e não Quantidade
“ É preferível ser um Sócrates insatisfeito que um idiota
satisfeito; é preferível ser um ser humano insatisfeito
que um porco satisfeito . E se o idiota e o porco
têm outra opinião é porque só conhecem o próprio
lado da questão; a outra parte conhece os dois
lados.” – Stuart Mill, O Utilitarismo
.
19. O que é uma ação moralmente
boa?
Instrumento para alcançar a felicidade
Uma acção é boa se tende a promover a felicidade e
má na medida em que tende a promover o reverso da
felicidade. Por felicidade entende-se o prazer e a
ausência de dor; por infelicidade , a dor e a privação
de prazer. S. Mill.
[Vantagens- Resultados- Consequência favorável ao maior número]
20. Conclusão - a ética utilitarista de Stuart
Mill apresenta dois aspectos essenciais
A- Aspecto consequencialista ou teleológico: a
.
valoração moral da acção depende das consequências ou
resultados - se os resultados são bons, a acção é boa, e agimos
bem; se não são, não agimos bem.
B- Aspecto hedonista (hedonismo altruísta - visa o bem-estar
colectivo) : finalidade mais elevada é procurar o prazer da
maioria; não rejeita os prazeres sensíveis ou inferiores (comida,
sexo, bebida...)mas prefere prazeres mais estáveis e duradouros
(criatividade, autonomia, contemplação estética....)
21. Comparação final : Kant e Stuart Mill
• Moral deontológica- centrada • Moral consequencialista-
no dever centrada nas consequências,
fins ou resultados
• Princípio da vontade
• Princípio da utilidade ou da
autónoma (racional) -é na
maior felicidade- se de uma
intenção do agente em
acção resultar algo de bom
obedecer ao imperativo
para o maior número de
categórico (dever), que se
pessoas então isso é critério
encontra o critério de
suficiente para a justificar e a
moralidade; é moralmente boa
considerar boa.
a acção realizada por dever;
• A acção moral só pode ser • A acção é um meio para
boa em si mesma-caso alcançar um fim exterior: a
contrário, cumpre-se o dever felicidade do maior número.
por interesse, por inclinação.