O documento discute a incorporação consciente em médiuns da Umbanda. Afirma que a maioria dos médiuns são consciente ou semiconsciente durante a incorporação e que a incorporação completa inconsciente é rara. Também diz que os dirigentes e membros antigos dos terreiros devem esclarecer os iniciantes sobre o processo de incorporação para evitar sentimentos de insegurança.
1. Setembro 24, 2007
VEJO TUDO! ESTOU MISTIFICANDO?
Posted by alexdeoxossi under "LUIZ CARLOS PEREIRA", UMBANDA
O grande medo de todo médium que inicia sua caminhada na Umbanda é o da
incorporação consciente. Nove entre dez médiuns sentem-se inseguros em suas
primeiras incorporações. É muito comum ouvirmos frases do tipo “Eu vejo tudo, não
posso estar em transe”. A culpa dessa dúvida que assola nossos terreiros é dos próprios
dirigentes que não esclarecem aos iniciantes como é esse processo e dos irmãos mais
antigos que insistem em dizer que são totalmente inconscientes, talvez para valorizar a
sua (deles) mediunidade ou com medo de serem tachados de mistificadores. Acalmem-
se todos! Há muitos anos as entidades deixaram de usar a inconsciência como fator
preponderante para o bom trabalho exercido pelo médium. Muito pelo contrário, hoje
sabemos que noventa e cinco por cento dos médiuns são conscientes ou
semiconscientes. A inconsciência completa é muito rara e pouquíssimas vezes revelada,
justamente para não causar essa insegurança tão presente em nossa religião. Pensemos
no exemplo da água misturada ao açúcar. Quando adicionamos um ao outro teremos um
terceiro liquido inteiramente modificado, mas com ambos os elementos nele. Assim se
processa a incorporação, a mente do médium aliada à energia gerada pela entidade que
se aproxima , unem-se em perfeita harmonia e conseguem, utilizando os conhecimentos
de ambos, um trabalho mais compacto e correto. Não se acanhem em dizer que são
conscientes, pois a insistência dessa postura pode levá-los a falhas que aí sim, darão
margens à suspeitas de mistificação. Nos primeiros anos da Umbanda havia a
necessidade da inconsciência, os médiuns tinham vergonha de entregar-se ao trabalho
sem reservas. Como deixar que um espírito se arrastasse pelo chão falando como
criança? Ou ainda sentasse em um banco com um pito na boca? Eram atitudes que
assustariam o aparelho e o levariam a afastar aquela entidade. Com a evolução constante
da lei, todos conhecem perfeitamente as capas fluídicas que nossas entidades usam e
não existe mais a necessidade delas esconderem de seus médiuns a forma com que se
apresentam. O cuidado a se tomar nos terreiros cabe aos dirigentes com informação e
doutrina abundante para que o velho fantasma da insegurança se afaste de vez de nossas
casas.
Luiz Carlos Pereira