1) A inflação no Brasil subiu para 0,53% em setembro, influenciada pelo aumento nos preços dos alimentos e transportes.
2) Os alimentos que mais contribuíram para a alta foram feijão, açúcar e frango.
3) O governo espera que a inflação caia para a meta de 4,5% com a desaceleração mundial, mas a consultoria prevê inflação entre 6,38% e 6,77% em 2011.
2. INFLAÇÃO – SETEMBRO
Dia 07 de outubro, o Banco Central do Brasil divulgou em nota nacional a evolução do
índice de inflação corrente no período. O IPCA – índice de preços ao consumidor amplo é o mais
utilizado índice para medição da evolução de preços no Brasil. O IPCA teve alta de 0,53% no mês
de setembro continuando a subir, sendo que no último mês a inflação ficou em 0,37% sofrendo
uma variação de 0,16 ponto percentual. Quando comparamos o índice considerando os últimos
12 meses, o índice de inflação ficou em 7,31% ante 7,23% de agosto, lembrando que essa alta foi
a mais alta desde maio de 2005.
Inflação
Inflação
0,53
0,37
Agosto Setembro
Os alimentos pesaram positivamente para o índice, aumentando em 0,64%. Dentre os
alimentos que mais puxaram a inflação está o feijão carioca (6,14%), açúcar refinado (3,82%), e
cristal (3,42%), frango (2,94%), leite (2,47%). Apesar do forte crescimento, em relação a Agosto a
alimentação sofreu retração na inflação, resultado da redução nos preços de carnes (1,84% em
agosto para 0,99% em setembro), frutas (3,07% para 1,45%), alho (-8,96% para -16,84%), cebola
(-7,40% para -7,69%) e tomate (-0,58% para -6,79%).1
A inflação subiu influenciada pelas passagens aéreas (23,40%), dessa forma, enquanto no
mês de agosto o índice transporte sofreu redução de 0,11%, o mês de setembro registrou
aumento de 0,78%. Destaca-se também o aumento no preço dos combustíveis, álcool (3,00%) e
gasolina (0,50%) e o aumento do preço dos automóveis novos (-0,37% em agosto para 0,18%) e
1
Fonte: IBGE – “Indicadores IBGE. Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor - set/2011”
3. usados (-0,60% para 0,51%). Portanto, apenas alimentação e bebidas (0,64%) e transportes
(0,78%) tiveram um impacto na inflação de 57%.2
Projeções para a Economia
A evolução nos preços e a pressão que os alimentos exercem no índice nacional são
evidentes ao compararmos o mês de agosto e setembro. Podemos concluir que a demanda no
país se manteve aquecida e o consumo primário continuou equilibrado, fazendo com que os
alimentos aumentassem mais seu preço no período. Para os próximos meses espera-se um
aumento do consumo das famílias e conseqüentemente uma maior pressão no aumento dos
preços.
O governo, como já mencionado em outros trabalhos divulgados pela Poupador
Consultoria3, está apostando pesado que o desanimo dos agentes econômicos e os reflexos de
uma possível recessão mundial trariam os índices de inflação no Brasil para o centro da meta de
4,5%. Nossa consultoria acredita que haverá mais pressão do consumo sobre os preços (inflação
de demanda) até o final do ano. Caso não haja nenhuma piora no quadro econômico mundial, o
que diminuiria o ritmo de subida de preços a inflação nacional poderá ficar em 6,38% e 6,77% no
ano de 2011, podendo estourar o teto de 6,5%.
2
Fonte: IBGE – “Indicadores IBGE. Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor - set/2011”
3
“Relatório Econômico Semestral – Setembro de 2011”