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Inflação - Setembro
Nota




                      Por Bruno Prado
                           Economista
INFLAÇÃO – SETEMBRO



           Dia 07 de outubro, o Banco Central do Brasil divulgou em nota nacional a evolução do
índice de inflação corrente no período. O IPCA – índice de preços ao consumidor amplo é o mais
utilizado índice para medição da evolução de preços no Brasil. O IPCA teve alta de 0,53% no mês
de setembro continuando a subir, sendo que no último mês a inflação ficou em 0,37% sofrendo
uma variação de 0,16 ponto percentual. Quando comparamos o índice considerando os últimos
12 meses, o índice de inflação ficou em 7,31% ante 7,23% de agosto, lembrando que essa alta foi
a mais alta desde maio de 2005.



                                                Inflação
                                                      Inflação


                                                                            0,53

                                      0,37




                                 Agosto                              Setembro


           Os alimentos pesaram positivamente para o índice, aumentando em 0,64%. Dentre os
alimentos que mais puxaram a inflação está o feijão carioca (6,14%), açúcar refinado (3,82%), e
cristal (3,42%), frango (2,94%), leite (2,47%). Apesar do forte crescimento, em relação a Agosto a
alimentação sofreu retração na inflação, resultado da redução nos preços de carnes (1,84% em
agosto para 0,99% em setembro), frutas (3,07% para 1,45%), alho (-8,96% para -16,84%), cebola
(-7,40% para -7,69%) e tomate (-0,58% para -6,79%).1

           A inflação subiu influenciada pelas passagens aéreas (23,40%), dessa forma, enquanto no
mês de agosto o índice transporte sofreu redução de 0,11%, o mês de setembro registrou
aumento de 0,78%. Destaca-se também o aumento no preço dos combustíveis, álcool (3,00%) e
gasolina (0,50%) e o aumento do preço dos automóveis novos (-0,37% em agosto para 0,18%) e




1
    Fonte: IBGE – “Indicadores IBGE. Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor - set/2011”
usados (-0,60% para 0,51%). Portanto, apenas alimentação e bebidas (0,64%) e transportes
(0,78%) tiveram um impacto na inflação de 57%.2

Projeções para a Economia

           A evolução nos preços e a pressão que os alimentos exercem no índice nacional são
evidentes ao compararmos o mês de agosto e setembro. Podemos concluir que a demanda no
país se manteve aquecida e o consumo primário continuou equilibrado, fazendo com que os
alimentos aumentassem mais seu preço no período. Para os próximos meses espera-se um
aumento do consumo das famílias e conseqüentemente uma maior pressão no aumento dos
preços.

           O governo, como já mencionado em outros trabalhos divulgados pela Poupador
Consultoria3, está apostando pesado que o desanimo dos agentes econômicos e os reflexos de
uma possível recessão mundial trariam os índices de inflação no Brasil para o centro da meta de
4,5%. Nossa consultoria acredita que haverá mais pressão do consumo sobre os preços (inflação
de demanda) até o final do ano. Caso não haja nenhuma piora no quadro econômico mundial, o
que diminuiria o ritmo de subida de preços a inflação nacional poderá ficar em 6,38% e 6,77% no
ano de 2011, podendo estourar o teto de 6,5%.




2
    Fonte: IBGE – “Indicadores IBGE. Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor - set/2011”
3
    “Relatório Econômico Semestral – Setembro de 2011”

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  • 1. Inflação - Setembro Nota Por Bruno Prado Economista
  • 2. INFLAÇÃO – SETEMBRO Dia 07 de outubro, o Banco Central do Brasil divulgou em nota nacional a evolução do índice de inflação corrente no período. O IPCA – índice de preços ao consumidor amplo é o mais utilizado índice para medição da evolução de preços no Brasil. O IPCA teve alta de 0,53% no mês de setembro continuando a subir, sendo que no último mês a inflação ficou em 0,37% sofrendo uma variação de 0,16 ponto percentual. Quando comparamos o índice considerando os últimos 12 meses, o índice de inflação ficou em 7,31% ante 7,23% de agosto, lembrando que essa alta foi a mais alta desde maio de 2005. Inflação Inflação 0,53 0,37 Agosto Setembro Os alimentos pesaram positivamente para o índice, aumentando em 0,64%. Dentre os alimentos que mais puxaram a inflação está o feijão carioca (6,14%), açúcar refinado (3,82%), e cristal (3,42%), frango (2,94%), leite (2,47%). Apesar do forte crescimento, em relação a Agosto a alimentação sofreu retração na inflação, resultado da redução nos preços de carnes (1,84% em agosto para 0,99% em setembro), frutas (3,07% para 1,45%), alho (-8,96% para -16,84%), cebola (-7,40% para -7,69%) e tomate (-0,58% para -6,79%).1 A inflação subiu influenciada pelas passagens aéreas (23,40%), dessa forma, enquanto no mês de agosto o índice transporte sofreu redução de 0,11%, o mês de setembro registrou aumento de 0,78%. Destaca-se também o aumento no preço dos combustíveis, álcool (3,00%) e gasolina (0,50%) e o aumento do preço dos automóveis novos (-0,37% em agosto para 0,18%) e 1 Fonte: IBGE – “Indicadores IBGE. Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor - set/2011”
  • 3. usados (-0,60% para 0,51%). Portanto, apenas alimentação e bebidas (0,64%) e transportes (0,78%) tiveram um impacto na inflação de 57%.2 Projeções para a Economia A evolução nos preços e a pressão que os alimentos exercem no índice nacional são evidentes ao compararmos o mês de agosto e setembro. Podemos concluir que a demanda no país se manteve aquecida e o consumo primário continuou equilibrado, fazendo com que os alimentos aumentassem mais seu preço no período. Para os próximos meses espera-se um aumento do consumo das famílias e conseqüentemente uma maior pressão no aumento dos preços. O governo, como já mencionado em outros trabalhos divulgados pela Poupador Consultoria3, está apostando pesado que o desanimo dos agentes econômicos e os reflexos de uma possível recessão mundial trariam os índices de inflação no Brasil para o centro da meta de 4,5%. Nossa consultoria acredita que haverá mais pressão do consumo sobre os preços (inflação de demanda) até o final do ano. Caso não haja nenhuma piora no quadro econômico mundial, o que diminuiria o ritmo de subida de preços a inflação nacional poderá ficar em 6,38% e 6,77% no ano de 2011, podendo estourar o teto de 6,5%. 2 Fonte: IBGE – “Indicadores IBGE. Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor - set/2011” 3 “Relatório Econômico Semestral – Setembro de 2011”