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Sumário AVISO: Este material não é apropriado para quem não gosta de água! SURF O que é o Surf? História do Surfe História do surfe no Brasil O Surf no sul do Brasil Onde praticar o Surf Quem pode praticar o Surf Atletas de Surf Campeões do WCT de surf Campeãs do WCT de surf Como são as competições de Surf Como se chega à pontuação de uma bateria O que os juízes levam em conta ao dar a nota O QUE SE DEVE SABER Conselhos gerais aos amantes da praia Antes de surfar conheça um pouco sobre os fenômenos da natureza Ventos Lua As marés Fundo do mar determina qualidade das ondas para o surf 
Entenda as partes das ondas 
Ondulações Como se formam as ondas A física das ondas
Arrebentações Ondas em águas rasas: conceitos básicos Leitura das Ondas 
Decifrando o swell 
Período do Swell 
Como analisar as previsões Medida das Ondas Perigos do surfe Noções de segurança 
Observe as condições 
Como funcionam as correntezas 
Os perigos nas correntes de retorno 
Como funcionam os ataques de tubarão Por que os tubarões atacam Anatomia de um ataque de tubarão Águas perigosas Como evitar ataques de tubarão Como enfrentar um caldo Cuidados que devemos ter com o sol Cuide da saúde antes de surfar Aquecer antes de surfar 
Como o treinamento físico irá melhorar seu surf 
4 Dicas De Como Melhorar seu Surf fora da Água 
Treinamento para surfistas 
Saiba os Benefícios dos Exercícios de Equilíbrio para seu Surf 
Melhore suas sessões de surf Entre em Forma 
Como Prender a Respiração por um Longo Tempo 
APRENDER A SURFAR Equipamentos de Surf
Aprendendo a surfar Como é uma prancha? Segura a prancha Vamos praticar Posição Correta + Ganhar Pontos Os erros do surfista principiante Dicas para você iniciar no surf Suas primeiras ondas Remadas Remar para fora 
Apanhar Ondas 
Furar Onda 
Regras do surf 
Outras Regras 
As regras de prioridade 
Mais regras e recapitulando Respeito no surf Surfista normal, haole circunstancial Etiqueta do Surf: dez regras básicas para o bom convívio no mar PRANCHAS 
Medidas 
Tabela Peso x Flutuação 
Conversões 
Tamanho das Pranchas 
Tipos de pranchas Rabetas Fundos Bordas Quilhas De encaixe
Colocando a quilha de encaixe 
Saiba qual tamanho de quilha correto usar na prancha 
Dicas para manuseio da prancha Conservando a prancha Cuidando da prancha – Limpeza Dicas de como usar e conservar seu leash Como colocar o leash na prancha? Conserto da prancha DICAS PARA O SURF 8 dicas para proteger seu carro enquanto você vai surfar Frio e Roupa de Borracha Aprenda a usar a Fita Rack 
Como Passar Parafina 
Colar o deck na prancha 
MANOBRAS Joelhinho Ficar de pé Drop Cavada (Botton Turn) Cut back Batida Floater Tubo Tail Slide Aéreo Existem ainda outras manobras no surf que serão descritas apenas para conhecimento do aluno DICIONÁRIO DO SURF
AVISO: Este material não é apropriado para quem não gosta de água! ―Se chegasse a este texto é porque procuras saber mais sobre a nobre arte de surfar. O teu interesse mostra vontade, por isso já começasse o caminho que te vai levar ao teu objetivo. Nas próximas linhas você vai ficar sabendo como poderemos ajudar a alcançá-lo‖. O esporte dos reis, criado na Polinésia e refinado no paraíso das ilhas Havaianas, é agora global, com surfistas a desafiarem as ondas da Austrália até a costa dos EUA, do Havaí até ao Peru, e da África do Sul até Portugal. Não há nada como estar sozinho em cima de uma prancha, furando uma onda, para nos libertar do stress diário deste mundo de preocupações. E não há outro esporte que exija tão pouco equipamento para praticar, e no entanto dá tanto, a nível de adrenalina, desafio e satisfação. Que sorte nós temos, na cultura surfistica, de poder viver a abundante vida da experiência oceânica, dando ênfase às diversas possibilidades que temos acedendo a esta fonte da juventude. O Surf é um esporte que apresenta vários desafios na sua aprendizagem. Fisicamente exigente, muitas vezes frustrante, e necessita de grandes doses de paciência. Mas, pergunta a algum surfista porque é que ele o pratica, e vais obter sempre a mesma resposta: porque é o melhor esporte do mundo. Surfar pode ser excitante ou relaxante, rápido ou lento, selvagem ou controlado, competitivo ou sereno… é realmente como você quiser, porque a forma como tu surfa só depende de ti. Cada onda é uma nova possibilidade.
SURF A palavra surf pode ser encontrada como sendo arrebentação das ondas, espuma ou som das ondas de arrebentação, ressaca. Mais do que isso, entretanto, o surf é um vício, uma terapia do corpo e da mente que faz com que muitos "amantes das ondas" deixem o trabalho por algumas horas pelo simples prazer de cair no mar. Repleto de gírias, modismos e neologismos, o surf há muitos anos deixou de ser uma simples forma de lazer para se tornar uma mania nacional. Tatuagens, parafina no cabelo, brincos e colarzinhos de hippie, o surf inventa estilos, difunde conceitos e lança moda. Foi a partir dele, por exemplo, que surgiram gírias tão conhecidas como crowd, point e azarar. Até mesmo esportes tão expressivos como o windsurf, o skate e o sandboard (surf nas dunas), surgiram a partir do surf. Surfar hoje em dia é muito mais do que mobilizar centenas de surfistas para correr um campeonato. É criar um estilo próprio de viver e de se vestir. Mas vamos ao que interessa, afinal, tem altas ondas rolando e vocês devem estar loucos para descobrir de onde veio essa tribo tão peculiar. O que é o Surf? O surf é o mais praticado de todos os esportes radicais. A total interação com o mar, o contato com as ondas, a arte de domar a natureza fascinam os surfistas e simpatizantes. Esse é o surf, um esporte praticado pelos Deuses e Reis, que conquistou milhares de adeptos por todo o mundo, criando uma legião de fiéis e apaixonados seguidores. 
Para iniciar no surf é necessário apenas uma prancha e muita coragem, para desafiar as ondas. O surf, hoje, deixou de ser apenas um esporte, e é uma filosofia de vida, exercendo grande influência na moda, na música, no cinema. O praticante
do esporte possui um estilo próprio e pode facilmente ser identificado em qualquer lugar. Os negócios do esporte atingem uma grande fatia do mercado e por todo o país já existem lojas especializadas que oferecem uma grande variedade de produtos, com todas as novidades do mundo do surf. Se você curte adrenalina, está no caminho certo. O surf chegou para mudar a sua vida. História do Surfe A história do surfe data de cerca de mil anos. Uma lenda conta que o rei do Taiti, por volta do ano 900 DC, navegou até o Havaí surfando. Ele conheceu várias ilhas, mas só foi encontrar boas ondas num local chamado Mokaiwa, na ilha de Kauai. Ele viveu lá por muitos anos e acabou tornando-se o rei da Ilha. A restrita bibliografia sobre o surf aponta o seu surgimento nas Ilhas Polinésias, através dos povos nativos, em virtude de sua própria cultura de subsistência, a pesca. Constantemente tinham que se atirar ao mar com seus barcos feitos artesanalmente para pescar, e quando voltavam, deslizavam sobre as ondas para chegar mais rápido à terra firme. De acordo com Gutemberg (1989) este ritual acabou se tornando um hábito entre as civilizações daquela região.
Mais tarde porém, nas ilhas do Hawaii, o surf começou a ser praticado pelos antigos reis hawaianos com pranchas feitas de madeira, extraídas de árvores locais. Os nativos possuíam um ritual religioso para a fabricação das suas pranchas. Uma vez escolhida a árvore, o ritual era iniciado. Colocava-se ao pé do tronco um peixe vermelho chamado kumu e a árvore era cortada. Nas raízes fazia-se um buraco onde, com uma oração, era enterrado o kumu. Em seguida era dado início ao trabalho de modelagem ou shape (forma da prancha); as ferramentas, lascas de pedras e pedaços de coral eram usados até chegar à forma desejada. Com coral granulado (pokakuouna) e um tipo de pedra bem dura (oahi) era iniciado o trabalho de acabamento para eliminar todas as marcas da fase anterior e tentar alisar a superfície o máximo possível. Com a superfície lisa, eram aplicadas as raízes de uma árvore chamada hili, para dar uma cor negra. Outras substâncias eram utilizadas para impermeabilizar a madeira como forma de encerá-la. 
No meio da população nativa hawaiana o surf era intimamente ligado às raízes culturais. Ao realizarem determinadas manifestações religiosas, os nativos deixavam oferendas próximas à base dos coqueiros para crescer um outro coqueiro.
Esse ritual fazia parte de uma manifestação cultural aborígene hawaiana, expressando agradecimento pelos alimentos fornecidos pelos coqueiros e pelas folhas do pé de coco na construção dos telhados das moradas e para propiciar o surf. Era um ritual festivo, onde os chefes agradeciam aos deuses as farturas do mar, das ondas e os prazeres de brincar nas suas águas. Alguns indícios apontam 1500 anos atrás como sendo o período em que os polinésios desciam as ondas com pranchas de surf feitas de tábuas de madeirite (compensado dos navios ingleses). Como no Hawai, o surf na Polinésia estava associado às raízes religiosas, culturais e de algum modo, sociais. As raízes culturais do surf, através do ritualismo, impunham aos nativos uma determinada hierarquia de prática. Aos reis e suas proles era permitido surfar na posição de pé. As pranchas maiores eram denominadas de alla. Tinham sete pés de tamanho e eram mais aperfeiçoadas, pois faziam parte de todo um ritual de confecção e só podiam ser utilizadas pela realeza. As pranchas menores ou alaia, pranchas mal acabadas, desprezadas pelos chefes, eram destinadas aos nativos ou súditos que estavam mais próximos da família real. O restante da tribo tinha restrições para a sua prática. Já naquela época os aborígenes pertencentes à família real realizavam competições, lutas mortais e outros combates por causa do surf. Praticar o surf era proveito dos mais nobres e destemidos. Ao chegar ao Havaí, em 1778, o capitão James Cook, viu os nativos se equilibrando sobre troncos de madeira, sobre as ondas. Para o povo que vivia nas Ilhas Polinésias, a atividade que viria a dar origem ao surfe era uma cerimônia religiosa, que foi considerada imoral pelos missionários europeus, que chegaram ao Havaí em 1821.
Depois disso, o surfe passou por um tempo no ostracismo. Até que um havaiano chamado Duke Kahanamoku ganhou uma medalha de ouro de natação nas olimpíadas de Estocolmo, em 1912. Ao ser questionado sobre a sua forma de treinamento, Duke afirmou que praticava o Heenalu Surf, esporte até então desconhecido. Acredita-se ele foi o responsável pela popularização do esporte em todo o mundo. Kahanamoku, que recebeu o apelido de Homem-Peixe, migrou para a Califórnia logo após a conquista da medalha, fazendo do Estado americano o maior centro de prática de surfe no mundo. Outro lugar que se encantou com as manobras do havaiano sobre as ondas foi a Austrália, que ele visitou em 1915. Ele foi vítima de um ataque fulminante do coração aos 75 anos de idade, em 1968. 
Em muitos países o surf começou a ser praticado regularmente, e por volta dos anos 20 começaram a aparecer os primeiros campeonatos na Califórnia. Bob Simons criou a primeira prancha de fibra em 1949. Em meados de 1950, as
pranchas passaram a ser comercializadas e na década de 60 o surf tornou-se competitivo e profissionalizante. A partir daí a evolução das fábricas de pranchas, roupas e outros equipamentos destinados ao surf foram constantes. Em 1975, o surf estava sendo reconhecido mundialmente como um esporte ligado diretamente à natureza, ganhando assim um número considerável de praticantes em vários locais onde as condições do mar eram propícias. Foi criada então uma entidade a fim de desenvolver o surf profissional - a IPS (International Profissional Surfers), realizando campeonatos pelos principais pontos de prática de surf. Atualmente quem organiza e realiza o circuito mundial de surf é a ASP (Association of Surfing Professionals). Este esporte que atrai milhares de adeptos todo ano, já conta com vários serviços especializados, como as condições do surf, transmitidas pelas rádios diariamente. O serviço, além de fornecer as direções do vento e da ondulação (swell), o tamanho das ondas e a temperatura da água, indica qual a praia mais adequada à prática naquele dia. Mesmo se o surfista tiver perdido os horários do boletim das ondas, ele tem disponível, a qualquer hora do dia, o serviço telefônico conhecido como "disque-surf", que fornece os mesmos dados já mencionados e a visibilidade para o mergulho na costa. Os shapers (fabricantes de prancha) de hoje também utilizam o computador para aperfeiçoar o seu trabalho e dar um melhor acabamento no shape das pranchas. Além disso, a nova mania é conferir os dados das condições de surf via Internet, onde, através de uma mapa, o surfista fica sabendo a direção e o tamanho das ondas em qualquer lugar do mundo.
História do surfe no Brasil O surfe apareceu pela primeira vez no Brasil em Santos, SP, na década de 30. Os paulistas Osmar Gonçalves, Silvio Malzoni, João Roberto Suplicy Haffers, o Juá e Thomas Rittscher Júnior são considerados os pioneiros do esporte no Brasil. 
Em 1938, baseados numa reportagem publicada na revista americana Popular Mechanics, de julho de 1937, sobre a construção de uma prancha por um visionário chamado Tom Blake, idealizaram, com a ajuda do engenheiro naval Julio Putz, uma prancha de madeira oca, medindo 3,6m e pesando 80 KG. Dizem que por mais de sete anos Osmar surfou com esse pranchão na praia do Gonzaga, em Santos. Mais tarde, na década de 40, durante a 2ª Guerra Mundial, o Rio de Janeiro serviu de base para os aliados. Quando os soldados americanos desembarcaram trouxeram em sua bagagem pés de pato, máscaras de mergulhos e pranchas de surfe. Acredita-se que, nessa época, nossas praias começaram a ser utilizadas como local de lazer e entretenimento, e não apenas freqüentadas por pessoas que buscavam em suas águas cuidados para a saúde.
No entanto, consta que o surfe brasileiro nasceu mesmo na praia do Arpoador. As ondas eram surfadas em pequenas pranchas de madeira, de joelhos ou de bruços, no estilo bodyboard. Na década seguinte, nos anos 50, o Rio já tinha alguns surfistas como Arduíno Colassanti, Paulo Preguiça e Luiz Bisão para citar alguns. Eles usavam pranchas de madeira e sem quilhas, conhecidas como ―portas de igreja‖ e já surfavam em pé nas pranchas. A partir dos anos 60 o surfe mundial foi evoluindo. Apareceram as primeiras pranchas de fibra de vidro, mais leves e rápidas. 
Em 1964 o surfista australiano Peter Troy, que passou anos viajando e surfando pelo mundo, chegou ao Brasil, e veio dar pelos lados do Rio de Janeiro. Em Copacabana encontrou- se por acaso com um surfista chamado Russel Coffin que tinha trazido dos EUA uma prancha de fibra de vidro, marca Bing, com 9 pés e 6 polegadas de altura. Pediu-a emprestado para surfar umas ondas nas esquerdas do Arpoador. Ao sair do mar, dezenas de pessoas que apreciavam suas manobras aplaudiram
entusiasmadas. Sem saber, Peter Troy tinha acabado de plantar uma semente do verdadeiro surfe em terras brasileiras. Segundo alguns, diante de sua performance, o surfe no Brasil pode ser dividido em antes e após a estada do grande surfista australiano pelas praias cariocas. Sua história de vida mescla-se perfeitamente à história do surfe em nosso país. O então governador do Rio de Janeiro na época, Negrão de Lima, doou uma área na praia do Arpoador para a prática do esporte, reconhecendo, assim, oficialmente o surfe com esporte. Até então, os surfistas eram perseguidos pela polícia e suas pranchas aprendidas, uma vez que surfar era proibido. Surgiram histórias de perseguições, remadas para alto-mar, fugidas heróicas da polícia militar e do exército. O surfe foi ganhando novos adeptos e desenvolveu-se rapidamente, uma vez que cresceu o interesse por esse esporte. Com a chegada de pranchas estrangeiras trazidas por turistas, o surfe brasileiro ganhou novo impulso e, finalmente em 15 de junho de 1965 foi criada a Confederação Carioca de Surfe. 
O Brasil teve seu Peter Troy na figura de Carlos Eduardo Soares, o Penho, considerado por muitos o primeiro surfista verdadeiramente brasileiro. Quem teve o privilégio de conhecê- lo sabe que sua relação com o surfe extrapolou os limites convencionais. Em 1968, foi o primeiro a pisar em terras havaianas, onde disputou importantes campeonatos, além de ter surfado ondas em vários países. Conheceu o pai do surfe tal como o conhecemos hoje, o havaiano Duke Kahanamoku.Ainda em 1968, o Brasil começou a fazer parte da cultura do surfe e acompanhou as transformações pelas quais o esporte passava. As minimodels tornaram-se freqüentes não só nas praias cariocas mais também em outros locais do litoral brasileiro. Nesse contexto, uma outra geração do surfe foi se formando: no Rio, Rico de Souza, Maraca, Marreco, Bocão, Betão, Betinho, Fedora entre outros. Em Santos, os irmãos
Argento, Cocó, os irmãos Paioli, Cisco, Décio, a família Mansur, Cristhian e John Walters, para citar apenas alguns. No Sul, as famílias Johanpeter e Sefton. Na década de 70, com a chegada da televisão, o surfe tornou-se um esporte muito conhecido e, a moda era shapear a própria prancha. O tubo era então considerado o ápice do surfe. Campeonatos surgiram não apenas na praia do Arpoador, RJ, mas também em Saquarema, RJ, Maresias e Ubatuba, SP. Em 1972, o campeonato brasileiro de Ubatuba atraiu surfistas de todo o país e, deu início a uma revolução que introduziria o profissionalismo no surfe brasileiro. Em 1976, na praia do Arpoador, aconteceu uma etapa do mundial de surfe, o Waimea 5000, vencida pelo carioca Pepe Lopes. Por causa dessa vitória ele foi convidado a participar das provas havaianas, realizadas no final daquele mesmo ano. Chegou na 6ª colocação do Pipemasters, na praia de Pipeline, competindo com grandes surfistas de renome internacional. A partir dos anos 80, o esporte começou a atrair investidores, movimentando uma economia considerável. Começava a ganhar destaque em todo o Brasil, com campeonatos pipocando nas praias de norte a sul do país. Marcas de surfwear movimentavam o mercado. Enfim, grandes empresas passaram a investir no esporte. O primeiro campeão brasileiro profissional de surfe foi Paulo Mattos, em 1987. Ele conquistou o título a partir do primeiro circuito nacional realizado pela recém-criada Associação Brasileira de Surf Profissional - ABRASP. Na década de 90, com o emprego de fibras mais leves e resistentes, o peso das pranchas tornou-se ainda menor, dando mais velocidade aos surfistas e possibilitando grandes manobras.
Nos primeiros anos da década de 90, o Brasil entrou definitivamente para a elite do surfe mundial com os atletas Flávio Padaratz e Fábio Gouveia que abriram caminho para a entrada de outros surfistas e, colocaram o Brasil entre as potências mundiais do esporte junto aos EUA e Austrália. A primeira escolinha de surfe no Brasil foi criada pelo surfista Rico de Souza em 1997, no RJ. O surfe do século XXI tem se mostrado criativo e ousado, com manobras incríveis, surfistas cada vez mais bem preparados e ótimos campeonatos. O esporte possui adeptos nos quatro cantos do país e pelo mundo afora. Segundo uma pesquisa encomendada pela Ed. Abril, o Brasil conta atualmente com aproximadamente 2 milhões de surfistas, além de vários admiradores, sendo considerado um dos esportes mais desenvolvidos no país. Mais de 600 empresas movimentam perto de 1,2 bilhões de reais/ano. Repleto de gírias próprias, modismos e neologismos, difunde conceitos, lança moda, além de ter dado origem a outros esportes como o windsurf, o skate e o sandboard – surfe nas dunas. É considerado um dos esportes mais radicais. Os aficionados pelo esporte tem o surfe como um ―vício‖, uma terapia para o corpo e para a mente. Podemos dizer que surfar é também criar um estilo próprio de viver, se vestir e se comunicar. O Surf no sul do Brasil Embora a falta de registros bibliográficos referentes ao surf tenha sido o maior entrave na elaboração deste material, dados existentes apontam que os gaúchos foram os primeiros surfistas do sul. 
Os pioneiros foram duas famílias de gaúchos que, depois de terem visto reportagens sobre o esporte em revistas
americanas, por volta de 1965, viajaram e conheceram o surf lá fora. Os gaúchos Johanpeter e Sefton foram provavelmente os primeiros surfistas do sul do país com características típicas: "pegar onda", praia todo final de semana e férias, viagens à procura de novos picos, vida nômade (Gutemberg, 1989). Os primeiros surfistas da Ilha Na década de 70, algo de novo estava surgindo nas praias de Florianópolis. Eram surfistas aficcionados com o fato de deslizarem nas ondas. São nomes como Celso Ramos Neto, Niltinho Ramos, Jaime Ramos, Toninho Ramos, Edson Pires, Ricardo Schroeder, os irmãos Correia (Paulo, Geraldo e Eugênio), Alberto Rodrigues (Betinho), Luciano e Eduardo Paulo Colaço que fazem parte da primeira geração de surfistas da Ilha de Santa Catarina. A primeira geração de surfistas foi puramente amadora, sem gana de ganhar dinheiro com o surf nem largar a faculdade ou a profissão em virtude do esporte. No início, eles não entendiam bem qual era a verdadeira forma de surfar, apenas curtiam aquele momento de deslizar sobre a espuma. Era algo diferente, que os fascinava. Porém, a dificuldade em adquirir novos equipamentos fomentou o intercâmbio entre os surfistas, que deslocavam-se de suas cidades de origem em busca de novidades. Rio de Janeiro era a meca do surf, e estava dez anos à nossa frente. Era de lá que vinham as primeiras pranchas. E era prá lá que nossos surfistas realizavam as expedições a fim de aprimorar seus conhecimentos sobre o esporte. 
Assim aos poucos, a tribo do surf aumentava cada vez mais. Ramon Filomeno, Toló e Buda (já falecidos), Sérgio Pinto, os irmãos Bichinhos (Älvaro e Marcelo Pereira Oliveira), Ricardo Pereira Oliveira (primo dos Bichinhos), Saul Oliveira, Luiz Alberto May (galego May), Alexandre Fontes, Flávio Boabaid, Roberto Perdigão, Roberto Polli, Ronaldo Lobato,
Ary Pereira Oliveira (Aryzinho), Bertoldo e Marcelo Salles, Tarcísio Sheffer, Edson Coxinha, Fedoca, Gabriel (Tatu), Zinho Correia, Renato Ávilla da Silva foram alguns dos nomes que começaram a se envolver, multiplicando o número de adeptos. Em 1974 chegava a Florianópolis o lendário surfista carioca Fernando Moniz, popularmente conhecido como Marreco. Foi ele quem impulsionou o surf moderno na Ilha de Santa Catarina. Antes de vir a Florianópolis, entretanto, Marreco passou algum tempo em Itajaí, onde descobriu os "secret points", ou seja, praias inexploradas com condições favoráveis à prática do surf. Marreco tinha um surf impressionante, de primeira categoria, com manobras fortes e atuais, nunca vistas pelo povo ilhéu. O surf deste carioca era uma verdadeira aula para os surfistas locais. Marreco afirma que, quando chegou a Ilha, não podia disputar os campeonatos de surf pois estava muito adiantado. Não tinha "graça" disputar os campeonatos pois ele era bem melhor que os outros surfistas. Foi ele quem trouxe algumas das personalidades marcantes do surf do Rio de Janeiro como os irmãos Miudinhos. O estilo de surfar era diferenciado, com pranchas de shape diferente. Alguns surfistas ilhéus chegaram até a encomendar pranchas com eles. 
Marreco também ajudou muito nas partes técnicas dos campeonatos que aconteciam. Dentre eles, o primeiro, realizado em 1976 na praia da Joaquina, pelos colunistas Cacau Menezes e Ricardinho Machado, intitulado - Rock, Surf & Brotos, que projetou os surfistas Tarcísio Sheffer, na categoria júnior, e Caxito Douat, na categoria principal. 
Esse profissionalismo que estava engatinhando em Florianópolis, começou a surgir juntamente com a segunda
geração de surfistas, marcada por nomes como Bita Pereira, Roberto Lima, dentre outros. 
Com o número de adeptos cada vez maior, o carioca Hupsel passou a confeccionar e vender pranchas na Ilha, embora a qualidade desta prancha deixava a desejar em relação as Piusurfboards. Estas últimas, confeccionadas pelo carioca Paulinho Guinle, foram a grande sensação da época. A comunidade "surfística" de Florianópolis, costumava-se reunir na Piusurfboards, na Barra da Lagoa, onde Paulinho, além de aproveitar para vender suas pranchas, divulgava as últimas notícias do que havia de mais novo no surf. A Associação Catarinense de Surf (ACS) foi fundada em 1980 com a realização do Circuito Catarinense, totalizando quatro etapas. Em 1987 passou a ser reconhecida como FECASURF (Federação Catarinense de Surf). Outra entidade que influenciou na realização de campeonatos foi a Master Promoções, criada por Flávio Boabaid e Roberto Perdigão. Onde praticar o Surf O Brasil oferece boas condições para os surfistas. Devido a grande extensão de nosso litoral é possível escolher todos os tipos de ondas no país. O melhor pico é, sem dúvida, o arquipélago de Fernando de Noronha. Conhecido como o Havaí brasileiro, o pico atrai turistas de todo o mundo. A combinação de belas paisagens e ondas perfeitas faz de Noronha o sonho de qualquer surfista do Brasil. Para o presidente da Federação Paulista de Surf, Silvério Silva, a escolha do local depende do nível do atleta. "É claro que todos querem pegar as melhores e maiores ondas, mas muitas vezes elas podem trazer muitos perigos. Portanto comece pelas mais simples no começo".
O Havaí é o pico mais conhecido do mundo. Devido a toda a tradição do esporte no arquipélago, ele se consagrou como a capital mundial do surf. A praia mais famosa é a de Pipeline. Com ondas perfeitas e muito perigosas, é desafiada somente pelos melhores e mais experientes surfistas. Já a Indonésia, com sua imensa quantidade de praias desertas com ondas perfeitas é o novo point do surf. As Ilhas isoladas oferecem todos os tipos de ondas, de acordo com o gosto do atleta. Outros picos muito conhecidos são: México, África do Sul, Austrália, Costa Rica, Estados unidos. Opções são o que não faltam, portanto pegue sua prancha e vá surfar. Quem pode praticar o Surf O surf pode ser praticado por qualquer pessoa de qualquer idade, mas é preciso alguns cuidados para evitar qualquer acidente. Para o presidente da Federação Paulista de Surf, Silvério Silva, o mais importante é estar com um professor habilitado. "Existem muitas escolinhas por aí, muitas de qualidade duvidosa. Em caso de dúvida pergunte aos alunos, eles sabem Antes de sair se arriscando nas ondas tire suas dúvidas com algum surfista mais experiente ou procure alguma escola do esporte. Já existem muitas escolinhas do tipo espalhadas pela maioria das praias do País. Para as crianças é essencial que estejam acompanhadas, pois os perigos são maiores. Outro ponto importante é sempre respeitar os limites. Nunca tente fazer mais do que consegue. Se arriscar em vão poderá trazer sérios problemas.
Atletas de Surf Para muitos, Kelly Slater é o maior surfista de todos os tempos. Além de surfar como ninguém, com seu estilo único e suas manobras criativas que mudaram o rumo do surf, o norte- americano, que foi onze vezes campeão mundial (1992, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 2005, 2006, 2008, 2010, 2011), exerce uma grande influência na maioria dos surfistas. Outros grandes nomes do surf mundial são Tom Curren, tricampeão do WCT (1985, 1986 e 1990), Mark Richards, tetracampeão consecutivamente (1979, 1980, 1981 e 1982), além de Wayne Bartholomew, campeão em 1978 e atual presidente da Associação dos Surfistas Profissionais. Na história do WCT de surf, o Brasil conta com nomes como Fábio Gouveia, TecoPadaratz, Guilherme Herdy, Renan Rocha, entre outros, que foram os primeiros a brilharem no mundial, abrindo portas para nomes como Neco Padaratz, Peterson Rosa e Victor Ribas, que em 1999 terminou o WCT na 3ª posição, a melhor colocação de um brasileiro na história. Entre as mulheres, o destaque é a australiana Layne Beachley, com sete títulos mundiais (1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2006). As brasileiras Tita Tavares e Jacqueline Silva também já fizeram história ao permanecerem várias temporadas na elite do surf mundial. O Brasil também se destaca no WQS, o ranking de acesso ao WCT de surf. Já conquistaram o título: Teco Padaratz (1992 e 1999), Victor Ribas (1997), Fábio Gouveia (1998), Armando Daltro (2000), Neco Padaratz (2003 e 2004) e Adriano Souza (2005). 
Outras lendas do surf brasileiro são Picuruta Salazar, que tem mais de 150 títulos na carreira, sendo nove brasileiros de longboard, e Rico Souza, que entrou para o Guinness Book ano
passado por ter surfado durante 11 segundos na maior prancha do mundo (8,05 metros). Já no Super Surf, o Campeonato Brasileiro de Surf, quem mais conquistou títulos foi tricampeão Peterson Rosa (1994, 1999 e 2000). Em 1987, quem levou foi Paulo Matos. Jojó de Olivença ganhou em 1988 e 1992. Pedro Muller ganhou em 1989 e, Tinguinha Lima levou o título duas vezes: em 1990 e em 1993. Em 1991 e 1995, Ricardo Toledo ganhou. Joca Júnior conquistou o título em 1996 e, em 1997, quem levou a melhor foi Victor Ribas. Fábio Gouveia ganhou em 1998 e em 2005. Em 2001, Tânio Barreto ganhou e, em 2002 e 2003, quem venceu foi Leonardo Neves. Renato Galvão ganhou em 2004 e em 2006 quem conquistou o troféu foi Jihad Kohdr. Já no Super Surf feminino, Andréa Lopes foi quem conquistou mais títulos: em 1999, 2001, 2002 e 2006. Em 1997, Deborah Farah ganhou e, no ano seguinte, Brigitte Mayer levou a melhor. Tita Tavares venceu em 2000 e em 2003 e Silvana Lima conquistou o título em 2004 e 2005. Campeões do WCT de surf 2013- Mick Fanning (AUS) 2012- Joel Parkinson (AUS) 2011 - Kelly Slater (EUA) 2010 - Kelly Slater (EUA) 2009 - Mick Fanning (AUS) 2008 - Kelly Slater (EUA) 
2007 - Mick Fanning (AUS) 2006 - Kelly Slater (EUA) 2005 - Kelly Slater (EUA) 2004 - Andy Irons (HAV) 2003 - Andy Irons (HAV)
2002 - Andy Irons (HAV) 2001 - C.J. Hobgood (EUA) 2000 - Sunny Garcia (HAV) 1999 - Marc Occhilupo (AUS) 1998 - Kelly Slater (EUA) 1997 - Kelly Slater (EUA) 1996 - Kelly Slater (EUA) 1995 - Kelly Slater (EUA) 1994 - Kelly Slater (EUA) 1993 - Dereck Ho (HAV) 1992 - Kelly Slater (EUA) 1991 - Damien Hardman (AUS) 1990 - Tom Curren (EUA) 1989 - Martin Potter (ING) 1988 - Barton Lynch (AUS) 1987 - Damien Hardman (AUS) 1986 - Tom Curren (EUA) 1985 - Tom Curren (EUA) 1984 - Tom Carroll (AUS) 1983 - Tom Carroll (AUS) 1982 - Mark Richards (AUS) 1981 - Mark Richards (AUS) 1980 - Mark Richards (AUS) 1979 - Mark Richards (AUS) 1978 - Wayne Bartholomew (AUS) 1977 - Shaun Tomson (AFS) 1976 - Peter Townend (AUS) Campeãs do WCT de surf 2013 - Carissa Moore (HAV) 2012 - Stephanie Gilmore (AUS) 2011 - Carissa Moore (HAV)
2010 - Stephanie Gilmore (AUS) 2009 - Stephanie Gilmore (AUS) 
2008 - Stephanie Gilmore (AUS) 2007 - Stephanie Gilmore (AUS) 2006 - Layne Beachley (AUS) 2005 - Chelsea Georgeson (AUS) 2004 - Sofia Mulanovich (PER) 2003 - Layne Beachley (AUS) 2002 - Layne Beachley (AUS) 2001 - Layne Beachley (AUS) 2000 - Layne Beachley (AUS) 1999 - Layne Beachley (AUS) 1998 - Layne Beachley (AUS) 1997 - Lisa Andersen (EUA) 1996 - Lisa Andersen (EUA) 1995 - Lisa Andersen (EUA) 1994 - Lisa Andersen (EUA) 1993 - Pauline Menczer (AUS) 1992 - Wendy Botha (AUS) 1991 - Wendy Botha (AUS) 1990 - Pam Burridge (AUS) 1989 - Wendy Botha (AUS) 1988 - Freida Zamba (EUA) 1987 - Wendy Botha (AFS) 1986 - Freida Zamba (EUA) 1985 - Freida Zamba (EUA) 1984 - Freida Zamba (EUA) 1983 - Kim Mearig (EUA) 1982 - Debbie Beacham (EUA) 1981 - Margo Oberg (HAV) 1980 - Margo Oberg (HAV) 1979 - Lynne Boyer (HAV)
1978 - Lynne Boyer (HAV) 1977 - Margo Oberg (HAV) Como são as competições de Surf Algumas competições do surf são disputadas na forma de eliminatórias. Entram quatro atletas no mar e o melhor se classifica para a próxima bateria. Quem não foi o vencedor poderá disputar a repescagem. Dessa maneira os quatro melhores surfistas disputam a final e aquele que tirar as melhores notas é o campeão. No WCT três surfistas entram na água com camisetas de lycra de cor diferente: verde, preta e branca. Cada bateria tem duração de meia hora e o surfista pode pegar nesse período até 20 ondas. Cada onda que o surfista consegue pegar, ele deve executar a manobra que iniciou até o final para que a sua nota seja válida. As notas são dadas pelos juízes que ficam em cabines separadas, depois são computadas e tira-se a média de acordo com todas as notas. Vence a bateria o surfista que conquistar as duas melhores ondas, portanto o que vale é a qualidade das manobras e não a quantidade de ondas. Os outros dois surfistas não classificados vão para a repescagem. Nesse primeiro round os surfistas que conquistam a primeira colocação já vão direto para o terceiro round. Como se chega à pontuação de uma bateria 
Os cinco juízes dão uma nota até dez para cada onda surfada, sendo que a avaliação mais alta e a mais baixa são
descartadas. Calcula-se a média simples das três notas válidas para determinar a avaliação de cada onda. Apenas as duas melhores ondas são consideradas na pontuação do surfista na bateria. Chega-se ao valor final com a soma destas duas notas. Assim, o máximo que um surfista pode alcançar é 20 pontos (teria média 10 nas duas melhores ondas). O que os juízes levam em conta ao dar a nota Há uma série de critérios subjetivos que os juízes consideram, como dificuldade da manobra e a versatilidade do competidor para executar tipos diferentes de movimento. As condições do mar também influem. Em Teahupoo, por exemplo, as ondas favorecem a execução dos tubos (ver descrição das principais manobras abaixo), o que fez com que essa manobra fosse mais valorizada.
O QUE SE DEVE SABER O surf é conhecido como o esporte dos deuses. Isso porque na Polinésia, somente os reis podiam pegar as ondas em pé. Aos súditos restava praticar o surf deitado, uma espécie de bodyboard. Talvez tenha começado aí toda a rivalidade entre os dois esportes. Cuide bem de sua prancha. Ela é sua maior aliada e se não for tratada bem poderá se deteriorar mais rapidamente. O melhor mar é o da manhã. Se você quer pegar um mar lisinho e sem muito crowd, o mais indicado é que vá surfar bem cedo. É o melhor horário para a prática do surf. Não tenha vergonha de procurar uma escola de surf. Além de ter todas as noções básicas você evoluirá muito mais rápido. Ninguém nasce sabendo. O surf é um esporte que necessita da junção de uma série de fatores favoráveis para que possa ser praticado com qualidade. A posição geográfica da praia, a direção do vento e influências como maré, correntes e a direção do swell, precisam estar rigorosamente em sintonia para que as linhas de ondas sejam lançadas pelas enormes extensões de praias e bancadas de todo o mundo proporcionando assim uma melhor condição para o surf. Conselhos gerais aos amantes da praia Tome banho sempre em zonas vigiadas, nunca numa zona interdita ou assinalada como perigosa. À entrada da praia, existe uma bandeira que indica se esta tem vigilância e o respectivo horário. As zonas vigiadas situam-se de cada lado dos postos de socorro (cerca de 300 a 400 metros).
Informe-se junto dos Nadadores-Salvadores no ponto de vigia e de socorro da praia sobre eventuais perigos : - As correntes, - As condições meteorológicas, - As temperaturas (água e ar), - Os ventos terrestres, - As marés, - Os horários de vigilância da praia. A maior parte destas informações figuram num painel afixado junto do posto de socorro. Antes de tomar banho, confirme a cor da bandeira içada no alto de um mastro junto do posto de socorro. O que significa : - Bandeira verde: Permitido tomar banho com vigilância - Bandeira laranja ou amarela : Permitido tomar banho com cuidado mas com vigilância - Bandeira vermelha: Proibido tomar banho - Bandeira rebaixada: Nadadores-salvadores em intervenção, banho não vigiado - Ausência de bandeira: Sem vigilância. O posto de socorro está fechado (ver datas e horas). Aguarde pelo içamento da bandeira de novo antes de tomar banho. Antes de surfar conheça um pouco sobre os fenômenos da natureza 
Surf - Pelo fato de depender basicamente da força da natureza para ser praticado, o surf é um esporte que exige alguns cuidados especiais. O mar deve sempre ser respeitado e
o surfista precisa conhecer além de seus limites, o mínimo sobre as condições das marés e os fenômenos marítimos. Separamos aqui algumas informações úteis para quem quer se aventurar no mundo do surf sem correr maiores riscos. Zona de Arrebentação - O cuidado deve ser redobrado após ultrapassar a zona de arrebentação, onde rolam as ondas, que quebram ao se aproximarem da costa. Isso ocorre em função do atrito da onda com o fundo. A onda quebra na praia quando a sua altura atinge 80% da profundidade. Em praias rasas, de pouca inclinação, as ondas começam a quebrar a uma grande distância e geralmente são mais cheias. Já nas praias com inclinação moderada as ondas quebram mais perto e geralmente são mais tubulares. Correntes Marítimas - Ao longo da arrebentação as ondas dissipam uma energia que é transferida para a formação dessas correntes marítimas, que são movimentos de grande volume de água. Elas podem ser de dois tipos: Longitudinais ou Transversais. As longitudinais são as correntes paralelas, que ocorrem quando existe um ângulo entre as ondas e a costa. Já a transversal, é muito perigosa aos banhistas, pois é uma corrente de repuxo, de retorno da água em direção ao alto mar. Essa corrente é ideal para a prática do surf, pois formam as valas que permitem uma entrada mais fácil no mar. Ressurgência - É um fenômeno que consiste no afloramento de águas profundas e frias (350 metros) à superfície. Trata-se de uma corrente submersa que vem da patagônia, que acontece geralmente nas praias ao leste da ilha de Santa Catarina.
A ressurgência se dá quando o vento nordeste bate com muita força por algum tempo, empurra as águas superficiais e quentes para fora da costa, dando lugar e chance de ocorrer este fenômeno marinho, que é mais freqüente no verão, quando o vento nordeste predomina. Por isso é fundamental ter roupa de borracha sempre por perto. Ventos Para se ter melhor conhecimento sobre ventos e correntes devemos conhecer os pontos cardeais (Norte, Sul, Leste e Oeste). O Sol nasce no Leste e se põe no Oeste, a partir daí saberemos que nome daremos ao vento e quais suas influências no mar. No surf basicamente existem 3 tipos de ventos: o vento maral, o vento terral e o vento lateral. - O vento maral é aquele que vem do mar em direção a praia. Esse vento atrapalha a prática do surf, pois ele "bate" na parte de trás da onda empurrando-a e fazendo com que ela se feche antes da hora; - O vento terral sopra da praia em direção ao mar bate de frente nas ondas segurando-as fazendo com que fiquem "de pé" por mais tempo; - O vento lateral é quando sopra paralelo à praia e pode melhorar ou piorar a formação das ondas. Isso vai depender de sua intensidade e do posicionamento geográfico da praia. Um vento quente, geralmente aliza o mar e torna as ondas cavadas. Geralmente um vento frio, mexe com o mar e pode acontecer grandes ondulações ou frente fria.
Lua As variações da lua influem diretamente nas marés, luas fortes (lua cheia e nova) significam marés com muitas variações (muito alta e muito baixa). Luas fracas (minguante e crescente) significam poucas variações de marés. As mudanças das luas também podem influir no tamanho e formação das ondas. As marés A variação das marés é resultado da atração gravitacional que a Lua exerce sobre a Terra, do movimento de rotação da Terra e de Translação da Lua. Devido a esses movimentos existem momentos, durante o dia, em que a Lua fica mais próxima de certos pontos Terra. Quanto mais próxima a Lua estiver da Terra maior será sua atração gravitacional, fazendo com o volume de água do mar daquele ponto da Terra aumente; fenômeno conhecido como maré alta ou cheia. Conseqüentemente outros pontos do planeta ficam com menor concentração de água resultando na maré baixa ou cheia. As marés são criadas pela força gravitacional que a lua e o sol exercem sobre a terra. Devido a esta força, e à do movimento de rotação da terra, temos duas marés cheias em cada 24 horas. 
Com a maré alta as ondas costumam ficar mais cheias quebrando próxima à praia. Já quando a maré está baixa as ondas ficam mais cavadas e quebram mais longe da praia. Existem praias em que as ondas ficam melhores com a maré alta e praias que as ondas que ficam melhores com a maré baixa. Em praias com fundo de pedra ou coral, conhecer os horários das marés alta e da maré baixa é uma questão de
segurança. Nestas praias ondas costumam quebrar em lugares mais rasos e quando a maré está baixa há menor volume de água sobre pedras ou coral aumentando em muito o risco do surfista se chocar contra o fundo. De uma maneira geral, a melhor maré para surfar é meia maré a encher sendo que, por vezes o surf de melhor qualidade, limita-se a um par de horas na meia maré. É muito útil ao surfista ter uma tabela das marés das praias que habitualmente surfa, para assim planear qual a melhor hora para a surfada! Há um ditado antigo que diz, ―Lua nova, lua cheia, preia-mar ás duas e meia‖ Em períodos de Lua Nova ou Cheia, as marés são vivas e há uma preia-mar ao inicio da tarde. Nos quartos de lua, as marés são ―mortas‖ e há uma baixa mar ao principio da tarde! Fundo do mar determina qualidade das ondas para o surf Surf - Um dos itens mais fundamentais para a prática do surf é a composição dos fundos do mar. Eles influenciam na qualidade da formação das ondas e o conhecimento deles por parte dos surfistas garante um melhor desempenho nas manobras e pode evitar muitos acidentes. Existem os fundos de areia, de pedra e os recifes de coral, sendo que cada um é encontrado em regiões específicas do Brasil e do mundo. Fundo de Areia - É formado por bancos de areia que se modificam de acordo com as correntes e ventos. São cercados por valas, que ajudam ou não na boa formação das ondas, quando estas estão com pouca força. Essas valas são buracos ou correntes onde a água empurrada pelas ondulações para a praia, retorna ao oceano, ficando entre dois bancos de areia.
Elas são excelentes para os surfistas, pois os ajuda a chegarem com mais facilidade no fundo, porém são prejudiciais aos banhistas, causando inúmeros afogamentos devido a sua força. Podem ser encontrados na Barra da Tijuca (RJ), Hossegor (França) e Puerto Escondido (México), entre outros Fundo de Pedra - Surgem perto de encostas que se originam no mar. São fundos constantes que dependem exclusivamente de uma boa ondulação, vinda na direção certa. Em certos lugares, mesmo longe das encostas, existem acúmulos de pedras no meio das praias que também fazem ondas de boa formação. Podem ser encontrados em Rincon Point (Califórnia) e na praia da Silveira (SC Recifes de Coral - Este tipo de fundo pode ser classificado de duas formas: os que se formam longe das praias e o que se forma a partir da praia. Nos recifes de corais que se formam longe das praias, as ondulações encontram paredes de recifes, fazendo com que as ondas quebrem longe da praia e acabem nos canais (valas). Elas dependem de um conjunto de fatores para que se tornem realmente boas. Picos como Pipeline (Havaí) e Serrambi (PE) são exemplos desse tipo de formação. Já o fundo de coral que se forma a partir da praia ou de fundos muito rasos, formando pequenas ilhotas, que pela proximidade entre um arquipélago e outro, qualquer tipo de ondulação e vento proporciona ondas em picos que muitas vezes só podem ser alcançadas por barcos. A atenção deve ser redobrada com a variação das marés, pois, em caso dela baixar, pois quando expostos, os corais que são muito afiados ficam perigosos podendo causar graves ferimentos.
Entenda as partes das ondas 
Para você não ficar perdido nos nomes das partes de ondas, entenda tudo na ilustração. 
Crista ou Lip: É o topo da onda, ou a espessura dela. É onda são executadas manobras como o floater, por exemplo. Tubo: O tubo, ou barrel, é o lugar preferido da maioria dos surfistas, uma das manobras mais emocionantes. Mas nem toda onda é tubular. Parede: Parede seria a ladeira ou a decida da onda. É onde são executadas a maioria das manobras do surf. Quando a onda ―abre parede‖, significa que ela não quebrou inteira e é uma onda surfável. 
Base: Base ou botton é a parte mais baixa da onda. É muito comum o drop começar na crista e terminar na base da
onda, onde o surfista faz a cavada e posiciona-se para as próximas manobras. Ondulações Fator determinante para a ocorrência de boas ondas, pequenas ou grandes, já que é ela que junto à bancada do pico forma a diversão de qualquer surfista, deixando por diversas vezes momentos inesquecíveis em nossa mente. O conjunto de direções de swell que conseguem chegar até a sua praia é chamado de janela de swell. Cada praia ou pico de surf tem a sua própria janela de swell, por exemplo, a praia de Maresias, no litoral norte de São Paulo, é limitada a Leste pela Ilhabela. As ondulações são formadas por ventos muito fortes vindos de tempestades ou ciclones que acontecem em alto mar muito longe da costa. Esses ventos fortes que sopram sobre o mar formam ondulações, quando essas ondulações chegam perto da costa elas encontram águas mais rasas e acabam formando as ondas. Saber a direção da ondulação é essencial para se escolher a praia que você irá surfar, pois cada praia tem um posicionamento geográfico diferente. Algumas são viradas para o sul, outras para o leste e etc. Se você estiver em uma praia que for "virada" para o sul e a ondulação estiver vindo de Norte nenhuma onda entrará na praia. Como se formam as ondas 
As ondas que quebram numa praia são geradas pelo vento no oceano. Como é que o vento faz essa ―mágica‖ de produzir ondas na água? 
A superfície da água é, na verdade, a interface de separação entre dois fluidos de densidades bem diferentes: um
líquido – a água – e um gás – o ar. O problema a resolver é: dado um certo movimento (vento) no fluido superior (ar), o que vai acontecer no fluido de baixo (água)? Trata-se de um problema clássico de Mecânica dos Fluidos. 
De uma forma bastante simplificada, podemos imaginar que o vento atuando sobre a água vai ocasionar dois efeitos: (1) produzir ondas na superfície e (2) ―empurrar‖ a água induzindo correntes. Vamos nos concentrar no primeiro efeito. 
O vento é um escoamento bastante irregular do ar. Se fizermos medições precisas do vento próximo à superfície do mar verificaremos que a velocidade do ar a uma certa altura, digamos 10m, da superfície não é constante mas apresenta variações rápidas e aleatórias em torno de um valor médio mais estável. 
Escoamentos com essas características são chamados turbulentos em Mecânica dos Fluidos. O mesmo comportamento ocorre com a pressão do ar que apresenta pulsos variáveis sobre a superfície da água. 
Vamos pensar sobre o que acontece quando o vento começa a soprar sobre um mar completamente sem ondas. O processo de geração de ondas na superfície da água ocorre em 2 estágios. 
PRIMEIRO ESTÁGIO: Inicialmente, o movimento turbulento do ar começa a perturbar o equilíbrio da água pela ação dos pulsos de pressão sobre a superfície. Um pulso de pressão num determinado ponto força a água para baixo, porém se a superfície abaixa num ponto ela tem de subir em outro (pelo princípio da continuidade da massa) e a superfície começa a ―balançar‖. O resultado é o aparecimento de ―marolinhas‖ na superfície da água, ou seja, ondinhas de pequena altura e comprimento curto. (Lembrando: o comprimento de uma onda é a distância entre duas cristas
consecutivas e não tem nada a ver com a extensão que a crista da onda tem). Comprimentos curto implicam em períodos igualmente curtos uma vez que o comprimento e o período das ondas estão relacionados entre si. Assim, a medida que o vento continua a atuar sobre a água, tanto a altura quanto o período das ondas vão aumentando. 
Dois aspectos importantes devem ser ressaltados nesse ponto: 
(1) A energia das ondas é proporcional a sua altura (na verdade, ao quadrado da altura), assim, quanto maior a onda for, mais energia ela terá. Portanto, o crescimento da altura das ondas implica numa transferência de energia do ar para a água. 
(2) A velocidade de propagação das ondas no oceano profundo é proporcional ao seu período, portanto, o aumento do período enquanto o mar cresce implica num aumento de velocidade das ondas. 
Ilustração do Primeiro Estágio de Geração 
Nesse estágio inicial, as ondas existentes ainda são demasiadamente pequenas (e lentas) para afetar significativamente o vento. Para todos os efeitos, o vento
―acha‖ que está apenas passando sobre uma superfície ―rugosa‖. Entretanto, a partir de um certo momento, as ondas já começam a ficar grandes o suficiente para ―atrapalhar‖ o vento e aí tem início o segundo estágio da geração. 
SEGUNDO ESTÁGIO: Nesse estágio as ondas já estão grandes o suficientes para afetar o vento, ou seja, agora o vento já não ―acha‖ mais que está passando apenas por uma superfície rugosa, agora ele encontra altos (cristas) e baixos (cavados) que perturbam bastante sua passagem. Por exemplo, se surgir uma crista mais alta no caminho, o vento vai ter de contorná-la para poder passar. É possível até que o escoamento de ar sobre essa crista cause um ―descolamento‖ do jato de ar produzindo um vórtice (redemoinho) na face da onda o qual vai causar uma diferença de pressão entre a parte traseira e dianteira da onda: é como se o vento agora tivesse de ―empurrar‖ a onda para poder passar! Assim, nesse estágio de crescimento do mar, começa a haver um acoplamento entre o vento e as ondas resultando num grande aumento de eficiência do mecanismo de geração de ondas pelo vento e o mar começa a crescer bem mais rapidamente. Novamente, esse crescimento envolve os dois aspectos mencionados acima: crescimento tanto da altura quanto do período das ondas.
Ilustração do Segundo Estágio de Geração 
Os conceitos acima, que são apenas uma parte da história, dão uma idéia da complexidade do processo de geração de ondas pelo vento. Na verdade, essa complexidade se traduz no aspecto ―bagunçado‖ que as ondas tem em alto mar durante uma tempestade onde se vêem ondas super irregulares, vindas de diferentes direções... ondas nada parecidas com as ondas ―perfeitas‖ que sonhamos e que desenhamos tantas vezes no caderno da escola. 
Vamos pensar um pouco sobre quais devem ser os ingredientes necessários para que o vento produza um mar realmente grande. 
Certamente a velocidade do vento é um fator importante pelo simples fato de que a quantidade de energia disponível na atmosfera é proporcional a intensidade da corrente de ar. Assim, o primeiro ingrediente para que o mar fique grande é que haja ventos ―fortes‖ sobre o oceano... mas não é só isso. 
Devemos atentar para o fato de que o processo de transferência de energia do vento para o mar na forma de ondas vai demandar tempo e espaço. Em outras palavras, para que um certo vento seja capaz de gerar um mar realmente grande é necessário que o vento, além de ―forte‖, atue sobre uma área de oceano grande o ―suficiente‖ e por um tempo longo o ―suficiente‖ para que ele consiga transferir sua energia para o mar. A área de oceano sobre a qual o vento atua é denominada pista. Logo, um vento forte atuando numa pista pequena não vai conseguir gerar ondas muito grandes.
Figura ilustrativa dos principais aspectos envolvidos na geração de ondas pelo vento 
Qual seria a ordem de grandeza da velocidade, da pista e da duração do vento para que este consiga gerar ondas grandes? Para termos uma idéia dos valores, no inicio de Junho de 2006 houve uma ressaca super intensa na costa brasileira (alguém lembra dela?) resultado de uma grande ―tempestade‖ (na verdade, um ciclone extratropical) que passou sobre o Atlântico Sul. No ―coração‖ da tempestade, havia ventos de cerca de 100 km/h, a pista do vento foi superior a 1000 km e a tempestade ficou ―bombando‖ sobre o mar por quase 2 dias! Esse evento ilustra bem a ordem de grandeza dos valores em questão. Veja o resultado de um estudo que fizemos sobre esse evento na figura abaixo.
A figura da esquerda mostra o vento sobre o Atlântico Sul causado pelo Ciclone Extra-Tropical que gerou a ondulação do início de Junho de 2006. A região em vermelho tem ventos na faixa de 100 km/h. 
A figura da direita é o campo de Altura Significativa das ondas calculado pelo modelo de geração WW3 que funciona no LaHiMar. No centro da zona de geração a altura significativa chegou a 15 m! 
Portanto, já temos três fatores básicos que influenciam a geração das ondas pelo vento: a velocidade, a pista e a duração do vento sobre o mar. Porém, o exemplo acima serve também para chamar a atenção para mais um item importante dessa equação. Normalmente, episódios de ventos fortes (―tempestades‖) resultam da passagem de um centro de baixa
pressão atmosférica ou, no jargão meteorológico um ―ciclone‖, que pode ser interpretado como um grande redemoinho de ar. [OBS.: Os famosos furacões que assolam a região do Caribe, Cuba, Flórida, etc, são uma modalidade de ciclone chamado de tropical (por ter origem nos trópicos). Felizmente, não há ciclones tropicais no Atlântico Sul, mas os ciclones extratropicais - que tem origem em latitudes mais altas que os trópicos - são freqüentes por aqui.]. 
Assim, se analisarmos o que acontece na atmosfera quando um ciclone desses está passando, vemos que a tempestade, ela própria, desloca-se com uma certa velocidade. Na verdade, há duas velocidades em jogo aqui: uma é a velocidade dos ventos em cima da água e a outra é a velocidade de deslocamento da tempestade, a qual vai determinar como a pista de vento vai se mover sobre o oceano. Portanto, uma tempestade que se desloque rapidamente vai ter sua capacidade de geração de ondas prejudicada pois a pista vai estar se movendo muito rápido e as ondas que estavam sendo geradas vão sendo ―abandonadas‖ enquanto o vento vai gerar ondas em outro local. Assim, o quarto ingrediente é a velocidade de deslocamento da tempestade. A situação mais drástica ocorre quando a tempestade se move lentamente ou até fica estacionária no meio do oceano. Nesse caso, teríamos a combinação fatal: um vento forte com direção mais ou menos fixa soprando durante um tempo longo numa pista grande que mantém aproximadamente sua posição. 
Para finalizar, é importante ressaltar uma propriedade muito importante das ondas: uma vez geradas, as ondas criam vida própria e são capazes de ―viajar‖ – ou, mais precisamente, se propagar - pelo oceano transportando a energia que o vento lhes passou. Imaginemos então a seguinte situação: uma tempestade se formou num local longínquo do oceano, gerou
suas ondas e depois se esvaneceu (ou, simplesmente moveu-se para outro local). O que vai acontecer com as ondas formadas nessa tempestade ? Ora, elas vão fazer o que sempre fazem: vão se propagar pelo oceano transportando a energia que a tempestade transferiu para o mar! Sob esse ponto de vista, é costume classificar as ondas do mar em dois grupos, Vagas e Ondulações: 
(1) Vaga (em inglês ―sea‖, a mesma palavra usada para mar) é o termo usado para as ondas encontradas dentro da chamada Zona de Geração e que, portanto, estão sendo atuadas diretamente pelo vento e recebendo energia do mesmo. 
(2) Ondulação (em inglês ―swell‖) é o nome dado para as ondas que já saíram da Zona de Geração e que estão simplesmente se propagando pelo oceano. [Na Marinha, costuma-se usar a palavra marulho em lugar de ondulação] 
Essa idéia de classificar as ondas como vagas e ondulações permite introduzir um novo conceito nessa história: a idade das ondas! As vagas seriam ondas ―jovens‖, que nasceram há pouco tempo, enquanto as ondulações seriam ondas mais ―velhas‖ que não tem mais relação com o vento e que podem estar viajando já há muitos dias, se o oceano for grande o suficiente para tal! 
Na verdade, as ondas ―perfeitas‖ que povoam os sonhos dos surfistas, com aquelas cristas longas e séries bem formadas - como se tivessem sido feitas por uma máquina! - são ondulações ―velhas‖, geradas por alguma tempestade longínqua e que cruzaram alguns milhares de km de oceano para chegar a praia e arrebentar.
A física das ondas 
Parte do esporte surfe é a busca por ondas grandes e interessantes que sejam divertidas para surfar. Essas ondas podem ser enormes, como a Mavericks próxima à costa de São Francisco, que pode chegar a até 15 metros. Outra famosa onda para surfe, a Banzai Pipeline, quebra sobre um recife próximo à costa de Oahu, Havaí. É uma das muitas ondas de mergulho que cria um espaço semelhante a um tubo, ou a um túnel, onde os surfistas podem ficar dentro. Algumas dessas ondas são tão grandes que os nadadores não conseguem nadar nelas com segurança. Chegar a essas ondas envolve esquiar com reboque, ou percorrer a onda sendo rebocado por um jet ski. 
Não importa se a onda é grande ou se seu formato é interessante; o fato é que ela se forma devido a dois fatores básicos: 
- A interação entre vento e água 
- A interação entre água e terra 
A terceira influência é a maré. Muitos fatores diferentes contribuem para as marés da Terra, mas a atração da gravidade da Lua na Terra é a maior. Existem também outros fatores que podem contribuir para a formação de tsunamis e outros tipos raros de ondas, mas o vento, a água e a terra fazem a maior parte do trabalho quando se trata das ondas usadas para surfar. 
Para entender como são formadas, é útil conhecer alguns fatos básicos sobre as ondas do oceano. As ondas são essencialmente energia que se move através da matéria. Se você observar a seção transversal de uma onda idealizada do oceano, percebe que ela se assemelha a uma onda transversal. A parede da onda move-se para cima e para baixo, que é perpendicular da
esquerda para a direita, direção para a qual a própria onda se move. 
Mas as ondas do oceano são um pouco mais complicadas do que as ondas transversais comuns. Elas são ondas progressivas orbitais. As moléculas de água que formam a onda movem-se em círculos, ou órbitas, à medida que a onda avança. Você pode visualizar esse movimento lembrando-se das partículas próximas à parede das ondas. Se a onda está passando na sua frente da esquerda para a direita, as partículas movem-se em círculo no sentido horário. Elas movimentam a onda para cima, através de sua crista, e para baixo, na sua depressão. 
As ondas orbitais do oceano começam quando o vento
sopra no mar aberto. Um vento leve não produz tanto efeito - ele forma ondulações na água que se espalham da mesma forma que as ondulações em uma lagoa ou um tanque de peixes. Mas quanto mais forte for o vento, mais ele fará pressão contra a água. Ele transfere a energia à água à medida que ela forma picos e capas brancas na superfície da água. Essa região de capas brancas é confusa e a água pode mover-se rapidamente em direções aleatórias. Os picos agitados dão ao vento mais área de superfície na qual ele pode se prender, o que faz o vento forçar a água para dentro de capas ainda maiores. 
A altura e o formato das capas brancas originam-se de três fatores principais: 
- O tempo que o vento soprou sobre a água a força com que soprou 
- A área de superfície do oceano que o vento afetou, ou o alcance 
Um vento muito forte que sopra por um longo período sobre uma vasta extensão do oceano levará a grandes capas brancas espumosas. Elas, conseqüentemente, tornam-se ondas grandes, motivo pelo qual as condições de surfe geralmente ficam boas após uma tempestade no mar. Os dados de satélite usados para rastrear ventos superficiais do espaço ajudam os meteorologistas informarem o local onde o surfe será excelente, com base nos padrões de tempo no oceano. 
Arrebentações 
Já que esses picos mudam de acordo com o vento, eles gastam parte de sua energia com os movimentos. Isso faz com que os picos fiquem mais suaves em ondas compridas cilíndricas. As ondas compridas chocam-se umas contra as
outras, e algumas delas unem-se através da interferência construtiva. As ondas cilíndricas maiores começam a mover-se quase na mesma direção que o vento corrente que originalmente criou as cristas espumosas da onda. 
As ondas compridas transformam-se em arrebentações quando atingem águas mais rasas. 
Isso pode ocorrer no contorno da costa, em um ponto que se estende no oceano ou quando as ondas passam por um obstáculo, como um banco de areia ou um recife. Aqui vai o que acontece quando a onda atinge a água que está na metade da profundidade de seu comprimento: 
- As ondas compridas tornam-se mais lentas à medida
que a água abaixo delas fica mais rasa. Como resultado, as ondas ficam mais próximas, semelhante a uma fila de carros, que ficam mais próximos se o carro da frente diminui a velocidade; 
- O ponto principal da onda comprida fica cada vez mais vertical à medida que diminui a velocidade, enquanto o ponto de arrasto continua parecendo uma inclinação cilíndrica; 
- As ondas ficam maiores quando a superfície é sólida sob elas e a energia das ondas empurra a água para cima. 
Conseqüentemente, a onda forma crista, ou quebra - o retorno rápido da onda derruba a parte frontal mais lenta da onda. O contorno exato do fundo do mar possui uma diferença dramática de como as ondas quebram. Se a margem inclinar-se levemente para cima, a onda cairá suavemente quando formar a crista. Uma inclinação exagerada pode fazer com que as ondas quebrem repentina e dramaticamente. 
As ondas com crista podem percorrer milhares de quilômetros até chegarem à margem e tornarem-se apropriadas para o surfe. Elas têm uma quantidade enorme de força. Por essas e outras razões, podem ser perigosas até mesmo para surfistas experientes. A seguir, trataremos da segurança do surfe e dos perigos inerentes ao oceano. 
Ventos que se dirigem à praia e ventos que se dirigem à terra. Além de criar as ondas no mar aberto, o vento pode ter um efeito dramático sobre o surfe na praia. Um vento maral, ou um vento que sopra em direção à terra, pode fazer com que as ondas quebrem em uma espuma agitada que os surfistas não conseguem controlar. Um vento terral, por outro lado, sopra em direção às ondas. Quando o vento terral é suave, geralmente considera-se que o tempo estará bom para a prática do surfe.
Ondas em águas rasas: conceitos básicos 
Em águas mais rasas, a característica das ondas de ter uma parte da sua altura acima do nível médio (crista) e outra abaixo desse nível (cavado) fica alterada. Como certamente toda a galera do surf já percebeu, próximo a arrebentação, a onda fica quase que totalmente acima do nível médio e apenas uma pequena parte do cavado (algumas vezes) ainda é perceptível a olho nu. 
É como se o fundo do mar próximo a praia "empurrasse" a onda para cima forçando o cavado a se aproximar do nível médio e forçando a crista a subir. Em algumas praias - como no pico de Teahoopo no Taiti - algumas ondas quebram com um remanescente do cavado ainda considerável dando a impressão de que há uma depressão na frente da crista. 
Um complicador extra é que, nos últimos metros antes do ponto de arrebentação, as ondas sofrem transformações bem rápidas na sua forma (logo, na sua altura) e, portanto, uma medição precisa da altura duma certa onda próximo ao ponto de arrebentação dependeria de quando exatamente se deseja fazer a medida. Normalmente, quando a galera do surf se refere a "altura" duma onda está subentendido que é a altura no momento do início da arrebentação. A princípio, se nós conseguíssemos registrar a posição da superfície do mar próximo ao ponto de arrebentação das ondas (sem destruir o ondógrafo no processo...), a mesma definição de altura usada em alto mar poderia ser usada no raso e o problema estaria resolvido. Não sendo possível fazer tal medição, tem-se que recorrer a outros meios menos precisos - como, por exemplo, estimativas visuais - e, é aí que surgem as controvérsias... Por exemplo, a declividade da "face" da onda no início da arrebentação pode dificultar a estimativa da sua altura. No caso
duma onda "gorda", com arrebentação "deslizante", pode ficar difícil avaliar onde exatamente termina a "face" da onda para se estimar sua altura. Já no caso duma onda "tubular" a altura no início da arrebentação é mais facilmente avaliada, pois fica mais fácil enxergar o fim da "face" da onda. Surgem assim, no meio da galera do surf, métodos bastante curiosos como, medir a altura da onda por trás (?), confundir a altura (que deve ser medida na vertical) com o comprimento (inclinado) da "face" da onda ou, ainda, usar "escalas" engraçadas do tipo "metros bem servidos" ou "pés havaianos" - parece que 3 "pés havaianos" corresponderiam a uns 5 ou 6 "pés brasileiros"... - , etc... Todo esse folclore perde o sentido se aplicarmos ao instante do início da arrebentação a definição científica da altura duma onda que é : a diferença de nível entre sua crista e seu cavado. 
Outro aspecto importante - e que causa certa confusão na galera - refere-se à questão da unidade de comprimento usada para expressar a altura das ondas. Dois sistemas de unidades são utilizados no mundo: o sistema métrico e o sistema inglês (que usa jardas, pés e polegadas). Primeiramente, deve-se observar que a altura das ondas (ou das pessoas ou de qualquer coisa...) não pode ser alterada pelo sistema de unidades que se escolhe: 1 metro corresponde a 3,28 pés, portanto, uma onda de 1 metro terá 3,28 pés de altura esteja ela no Havaí, na Califórnia, na Austrália ou no Brasil. Por questões históricas, a galera do surf, no Brasil e em outros países, prefere usar o sistema inglês e medir ondas e (pranchas!) em pés (e polegadas!). A princípio não há nada errado com isso a não ser o fato de que estamos todos indo contra a tendência internacional que é de eliminar o sistema inglês em favor do sistema métrico. No meio científico, por exemplo, o sistema inglês já foi completamente banido! O motivo principal é que o sistema métrico é decimal (1 metro tem 10 decímetros, 100 centímetros e 1000 milímetros) enquanto o inglês não é (1 jarda tem 3 pés e 1 pé tem 12 polegadas). Um sistema
decimal é mais fácil de entender e trabalhar. O segundo motivo é que, exceto nos países de língua inglesa, todo o resto do mundo usa o sistema métrico e, por isso, 
este é o sistema internacional. Na verdade, os Estados Unidos tem se esforçado para implantar o sistema métrico, mas isso não é uma tarefa fácil pois a resistência do público é grande. No projeto PIC ("Programa de Informação Costeira - on line"), nós utilizamos o sistema métrico e, por isso, as alturas das ondas são sempre expressas em metros. 
Finalizando, devemos chamar a atenção para o fato que a nossa bóia medidora de ondas está localizada a 35 km da costa e em 80 m de profundidade, portanto, as condições de mar medidas por ela referem-se, praticamente, a condições de alto mar. Para chegarem à praia as ondas ainda tem que se propagar por sobre a chamada plataforma continental que é uma parte do fundo do mar relativamente rasa que margeia os continentes. Nessa passagem as ondas são afetadas pelo fundo sofrendo o efeito de vários fenômenos físicos que transformam as características que elas tinham originalmente em alto mar. Um dos principais fenômenos é a refração a qual é capaz de redirecionar a energia transportada pelas ondas criando zonas de focalização, onde as ondas são amplificadas, e desfocalização, onde elas são diminuídas. Assim, através do fenômeno da refração, o relevo submarino da plataforma continental vai efetivamente modelar as ondas oceânicas no trecho final da sua viagem até a praia. Portanto, a "tradução" das condições de onda medidas em alto mar para condições numa determinada praia só pode ser feita a partir do estudo dessas transformações. Este estudo já está sendo feito no Laboratório de Hidráulica Marítima da UFSC e, em breve, estaremos disponibilizando informações sobre condições de onda em águas mais rasas ao longo da costa de Santa Catarina. Explicações mais detalhadas sobre a refração (e outros
fenômenos) serão tema dum próximo texto, por enquanto, é importante apenas salientar que a intensidade do efeito da refração sobre as ondas depende diretamente do seu período (e não da sua altura!); em outras palavras, ondas de período longo serão muito mais afetadas pela refração do que ondas de período curto. Portanto, conforme mencionamos anteriormente o período das ondas é um dado de fundamental importância para se entender o que acontece com as ondas na sua viagem até a praia. 
Leitura das Ondas O surfista deve saber identificar se a onda é uma "esquerda" ou uma "direita". Esquerda: quando você estiver olhando de frente para onda e ela quebrar da esquerda para direita essa onda é uma esquerda Direita: ao contrário, ou seja, quando você estiver de frente pra ela e ela quebrar da direita para esquerda essa onda será uma "direita". 
Decifrando o swell 
Quando o assunto é a previsão, sempre pinta os ―gurus do surf‖, que sempre acham que sabem tudo de direção e swell, por diversas vi vários surfistas se sentido meio constrangido por não saber interpretar os famosos mapas de previsão. 
De onde o vento ou o swell vêm. Na comunidade marítima, direções são sempre definidas como a direção de onde o swell ou o vento estão vindo, não pela direção para onde estão indo. Graus usados são realmente graus, com o
norte a 0 ou 360º (a partir daí contando no sentido horário), leste a 90º, sul a 180º e oeste a 270º. Nordeste pode estar em qualquer lugar entre 0 e 90º, sudeste entre 90 e 180º, sudoeste entre 180 e 270º e noroeste entre 270 e 360º. Período do Swell A variável tri-dimensional mais negligenciada. A maioria dos surfistas olha para as ondas de uma perspectiva bi- dimensional: tamanho da onda e direção. Mas as ondas precisam ser analisadas de uma perspectiva tri-dimensional, que também inclui o período do swell. Essa variável é o fator X. É a variável que determina o fazer ou o quebrar e tem um papel enorme no tamanho do swell. Isso por que: 1. Definhamento de ondas e a viagem. Quanto mais longo o período do swell, maior a energia que o vento transferiu para o oceano. Swells de períodos longos são capazes de segurar mais energia conforme viajam grandes distâncias cruzando o oceano. Swells de período curto (menos de 14 segundos entre as cristas das ondas) declinam conforme viajam pelo oceano e, portanto, são mais suscetíveis à diminuir por ventos opostos ou mares. Swells de período longo (maior do que 14 segundos) viajam com mais energia por baixo da superfície do oceano e há menos baixa, para que eles possam passar facilmente por ventos opostos e mares sem se afetar muito. 
2. Conservando energia. Swells viajam como um grupo se ondas ou ―em séries‖. Conforme o swell caminha, a onda da frente da série diminui de velocidade e cai para a última do grupo enquanto as outras ondas seguem em frente para conseguir essa posição. Aí a próxima onda na frente vai para trás e outra toma sua posição – como um cinto transportador
que também segue em frente. É uma processo um pouco similar à técnica usada por corredores de bicicletas ou carros e possibilita que a séria conserve sua energia enquanto viaja grandes distâncias através do oceano. Trabalhando juntos para manter a energia. 3. Velocidade da onda. A velocidade do swell ou da série pode ser calculada multiplicando o período do swell [lembrando: tempo entre as cristas] por 1,5. Por exemplo, um swell ou série com um período de 20 segundos viaja a 30 nós nas águas profundas. Um swell com um período de 10 segundos viaja a 15 nós. As ondas individualmente na verdade se movem duas vezes mais rápido do que a série ou o swell, logo a velocidade de uma onda isolada pode ser calculada multiplicando o período do swell por três. Então uma onda sozinha, com um período de 20 segundos, viaja a 60 nós pelas profundezas. De novo, pense na série como o cinto transportador que se move sempre à frente. 
4. Precursores. Ondas de períodos longos se movem mais rapidamente do que ondas de período curto, então elas chegaram primeiro. As precursoras são as primeiras ondas do swell que viajam mais rápido do seu corpo principal. Geralmente, essas antecedentes são pulsos de energia com períodos de 18 a 20 segundos ou mais. O pico de energia de uma série geralmente alcança 15 a 17 segundos. O período do swell constantemente cai durante seu ciclo de vida conforme ele vai chegando à costa. Quanto maior a distância percorrida, maior a separação na chegada entre as ondas precursoras e o cume do swell. Freqüentemente essas primeiras ondas a chegarem medirão apenas alguns centímetros mas poderão ser medidas pelas bóias e outros instrumentos oceanográficos sensíveis, algumas vezes você pode senti-las como um impacto
leve no quebra-mar ou outras pedras. Surfistas com o olho afiado podem senti-las como um movimento do oceano com uma ondulação e correnteza extra. Mesmo com apenas alguns centímetros, essas antecedentes constituem grande quantidade de energia. LOLA usa dados da bóia em tempo real para separar essas ondas minúsculas do resto do swell, para conseguir identificar os primeiros sinais de um novo swell – antes que possamos vê-lo na praia. 
5. Período do swell e profundidade do oceano. A profundeza na qual as ondas começam a sentir o fundo do oceano é metade do comprimento entre as cristas das ondas. Esse comprimento e o período do swell estão diretamente relacionados, logo podemos usar o período do swell para determinar a profundidade exata na qual as ondas começarão a sentir o fundo. A fórmula é simples: pegue o número de segundo entre os swells, eleve-o ao quadrado e aí multiplique por 2,56. O resultado é igual à profundidade em que as ondas começam a sentir o fundo do mar. Um swell de 20 segundos começará a senti-lo a 1,024' de água (20 X 20 = 400. E 400 X 2,56 = 1,024 pés). Em algumas áreas ao longo da Califórnia, isso acontece a quase 18 km da costa. Uma onda de 18 segundos sente o fundo a 829' de profundidade, uma de 16 segundos a 656', uma de 14 segundos a 502', uma de 12 segundo a 367', uma de 10 segundos a 256', uma de oito segundos a 164', uma de seis segundo a 92 pés e assim por diante. Como percebido acima, ondas de períodos longos são bem mais afetadas pelo fundo do mar do que as de período curto. Por essa razão, chamamos os swells de período longo de swell de chão (geralmente 12 segundos ou mais). Chamamos swells de período curto de swells de vento (11 segundos ou menos) porque eles são sempre gerados por ventos locais e geralmente não podem viajar mais do que algumas centenas de quilômetros antes de se
dissiparem. Swells de chão de longo período (especialmente 16 segundos ou mais) tem a habilidade de assentar muito mais num pico de surf, algumas vezes 180º, enquanto swells de vento de períodos curtos não tem tanta capacidade porque só sentem o fundo quando é tarde demais. 6. Banco de areia. Quando as ondas se aproximam de águas rasas perto da costa, seu eixo mais baixo começa a se arrastar pelo fundo do oceano e o atrito diminui sua velocidade. A energia da onda abaixo da superfície do mar é empurrada para cima, causando o aumento do tamanho das ondas. Quanto maior o período do swell, mais energia há embaixo d'água. Isso significa que ondas de períodos longos crescem muito mais do que as de período curto. Uma onda de 3 pés, com um período de 20 segundos, pode se tornar uma onda que quebrará com 15 pés (mais do que cinco vezes seu tamanho por baixo da água dependendo da batometria do chão do oceano). Conforme as ondas passam por águas rasas, elas se tornam íngremes e instáveis quanto mais energia é empurrada para cima, por fim alcançando um ponto em que as ondas quebram nas profundezas com 1,3 de sua altura. Uma onda de 6 pés quebra em 8 pés de água. Uma onda de 20 pés quebra em 26 pés de água. Uma onda que viaja por um fundo gradativamente raso se esfarelará facilmente, quebrando devagar. Enquanto uma onda que viaja por um fundo que de repente se inclina, como um recife, resultará em uma onda mais rápida e cavada. Conforme as ondas caminham para águas rasas, a velocidade e seu espaçamento diminuem (as ondas ficam mais devagar e mais próximas), mas o período do swell continua o mesmo. 
7. Refração. Ondas focam a maioria de sua energia em águas rasas. Quando uma onda arrasta sua parte inferior por um
fundo irregular, a porção da onda que se arrasta por águas rasas diminui de velocidade enquanto a porção que passa por águas mais profundas se mantém. A parte da onda que estava sobre águas profundas começa a se assentar ou curvar em direção às águas rasas – basicamente como as ondas curvam ou inclinam perto de pontos como Rincon ou Malibu. Esse processo é chamado refração. Gargantas de águas profundas podem aumentar significativamente o tamanho das ondas conforme a porção do swell se move mais rapidamente pela parte funda e se curva e se converge com a porção do swell sobre águas rasas. Isso multiplica a energia nessa parte da onda, causando seu crescimento conforme ela se aproxima da costa. O efeito de um ponto profundo perto da praia é freqüentemente o motivo pelo qual vemos ondas enormes ao longo de um trecho de uma praia, enquanto talvez apenas a alguns metros as ondas são consideradas menores. Isso acontece em picos como Black e El Porto ao sul da Califórnia, e Mavericks ao norte. Lembre-se, quanto mais longo o período do swell, mais as ondas serão afetadas pela batometria do fundo do mar, mais elas se assentaram ao pico e mais as ondas crescerão em águas profundas. 
Como analisar as previsões
Qualquer surfista que queira estar nas melhores ondas cada vez que entra um swell, precisa obrigatoriamente de saber "ler" as previsões de forma a saber quando e onde irão quebrar as melhores ondas. Hoje encontra-se pela Internet variadíssimos sites que disponibilizam essa informação com bastante precisão. O problema é que para quem vê um site de previsões pela primeira vez, como o Wind Guru por exemplo, não percebe muito bem o que significam aquela quantidade industrial de setas e números que estão por lá. Assim sendo, e usando como exemplo o WindGuru, há 5 informações importantes a ter em conta: Velocidade do vento: É a velocidade com que o vento sopra. Direção do vento: É a direção de onde sopra o vento. Ondulação: É o tamanho da ondulação ou swell. Direção da vaga: É direção de onde vem a ondulação. Período da vaga: É a distancia medida em segundos entre duas vagas. A velocidade do vento vem descrita em Kms ou Nós (opcional no site), quanto mais baixo for o numero, menos vento se prevê. Normalmente, quanto menos vento, melhor para o surf. 
A direção do vento vem assinalada com uma seta, que indica de onde vem o vento. Para perceber isto é só imaginar que estamos a ver um mapa de Portugal visto de cima sem esquecer a Rosa dos Ventos. O melhor vento é o que sopra de terra para o mar. Se estivermos na Costa de Caparica, a seta indicará ou seja o vento vem de Leste, o melhor vento para esta praia.
A ondulação está descrita em Metros ou Feet (opcional no site) e representa o tamanho das vagas antes de chegarem à praia e se transformarem em ondas. 
A direção da ondulação vem assinalada com uma seta. Se a ondulação for pequena, por exemplo 1m, é aconselhável procurar praias que fiquem mesmo de frente para a direção da ondulação. Se a seta indicar significa que vem de Oeste. A Costa de Caparica é um exemplo de uma praia virada para Oeste. Se a ondulação for grande, por exemplo 3 ou 4m, é necessário procurar praias que estejam viradas noutras direções ou mais protegidas da entrada direta da ondulação. O período da vaga é medido em segundos. É dos dados mais importantes na leitura das previsões. Quanto mais alto o numero que assinala o período, melhor as condições para o surf. Um período muito baixo, por exemplo 5 ou 6 segundos, significa que a ondulação não tem energia ou força suficiente para produzir ondas de qualidade. Um período de 11 a 15 segundos significa que cada onda vem bem separada da outra, logo com mais consistência, energia e boa formação. "Lidas" as previsões e escolhida a praia que receba o melhor vento e ondulação , é só procurar o spot com os melhores fundos, estar lá à hora certa da maré para faturar umas ondas! Medida das Ondas 1 pés = 30,48 centímetros > 0,30 metros 2 pés = 60,96 centímetros > 0,61 metros 3 pés = 91,44 centímetros > 0,91 metros 4 pés = 121,92 centímetros > 1,22 metros 5 pés = 152,40 centímetros > 1,52 metros
6 pés = 182,88 centímetros > 1,83 metros 7 pés = 213,36 centímetros > 2,13 metros 8 pés = 243,84 centímetros > 2,44 metros 9 pés = 274,32 centímetros > 2,74 metros 10 pés = 304,80 centímetros > 3,05 metros 11 pés = 335,28 centímetros > 3,35 metros 12 pés = 365,76 centímetros > 3,66 metros 13 pés = 396,24 centímetros > 3,96 metros 14 pés = 426,72 centímetros > 4,27 metros 15 pés = 457,20 centímetros > 4,57 metros Perigos do surfe 
Ondas fortes e altas que quebram completamente estão no coração do surfe. Contudo, as qualidades que tornam essas ondas fascinantes também podem torná-las perigosas. As ondas começam a quebrar quando atingem a água que está 1,3 vezes a sua altura. Em outras palavras, mesmo que a onda pareça estar longe da margem, a água sob ela não é muito profunda. Além disso, como muitas ondas quebram sobre os recifes de corais, a superfície sob a água pode ser pontiaguda e recortada. Os surfistas que caem ou se soltam da prancha podem atingir com força obstáculos submersos ou a superfície dura debaixo d'água. A própria água também pode ser perigosa. A água que atinge a margem deve voltar ao mar e, em condições adequadas, essa água em retirada pode formar uma ressaca do mar. Ressaca do mar é o movimento rápido da corrente em direção ao mar aberto. Os nadadores que são surpreendidos por uma ressaca podem ser arrastados para tão longe que não conseguem nadar de volta, ou que ficam exaustos lutando contra a corrente. A maioria dos especialistas recomenda que as pessoas nadem paralelamente à margem para escaparem do puxão de uma ressaca.
Conforme as áreas de surfe vão ficando mais lotadas, os surfistas também correm um grande risco de baterem uns nos outros. Essa é uma das razões que fazem surfistas responsáveis seguirem um código de etiqueta, que determina quem tem o direito de passagem em uma onda. Embora essas orientações possam variar de acordo com a praia, geralmente o surfista mais próximo da quebra das ondas tem o direito de passagem. Se um surfista já está em pé em uma onda, ele tem prioridade sobre os demais. Mesmo que todos os surfistas em uma área estejam seguindo as orientações, ainda existe a possibilidade de colisão. Isso é particularmente verdade se o surfista cair fora da prancha e perdê-la. Além disso, os surfistas podem ir de encontro com entulho e lixo que flutuam na água. Esse é um dos motivos que fizeram os surfistas criarem organizações, como o Surfers Against Sewage, pela luta de uma água mais limpa. 
Outro perigo comum do surfe são os animais selvagens naturais do oceano. Algumas pessoas associam os ataques de tubarão ao surfe, mas esses ataques são relativamente raros. Contudo, os tubarões realmente vivem próximos de muitas áreas populares de surfe, e fica fácil o tubarão confundir um surfista com um de seus alimentos. Os surfistas também podem encontrar água-viva, raia e outros animais marinhos que podem morder ou ferroar. Noções de segurança - Não surfar perto dos banhistas; - Não surfar logo após as refeições; - Utilizar sempre protetor solar; - Utilizar sempre o leash; - Respeitar os surfistas locais;
- Ter conhecimento prévio sobre a praia que você vai surfar, conhecer as correntes os possíveis canais e o fundo. Se possível conversar com locais; - Se você não for experiente nunca surfe perto de pedras, piers e plataformas; - De preferência não surfe sozinho, principalmente quando as ondas estiverem grandes. 
Observe as condições 
Por ser um esporte que não depende somente da vontade do surfista, existem vários fatores externos que precisam se conjugar para que se possa praticá-lo. Nem sempre o mar e/ou o vento apresentam condições favoráveis a pratica do surf na praia mais próxima de sua casa ou seu pico predileto. De acordo com o posicionamentos geográfico das praias, as influências dos ventos, marés, correntes e a direção do swell, variam muito, portanto, você deve conhecê-los bem para ir ao local certo e fazer um bom surf. O nome dos ventos e das correntes é dado de acordo com a origem dos mesmos. Ex.: Vento que nasce no leste chama-se vento leste.
Um dos maiores erros que a maioria dos surfistas de nível intermédio comete é não observarem as condições convenientemente antes de entrarem na água. Entram onde está o crowd porque é ai que as ondas supostamente estão. Mas só isso não chega para saber onde é que vão quebrar as melhores ondas. Passam horas na água com poucas ondas surfadas e atribuem a culpa disso a outros fatores quando a maioria das vezes é por não saberem onde as ondas estão. Do tempo que um surfista despende com o surf, seja a escolher ou a namorar pranchas, fatos, a ver previsões na net, filmes ou outra coisa qualquer, observar as condições durante 10 a 15 minutos antes de cada surfada é sem duvida o tempo mais precioso que um surfista pode despender. Enquanto põem wax na prancha, mudam as quilhas, vejam o mar. Mas então o que é que devem procurar quando observam as condições? Ficam aqui algumas dicas para faturarem mais ondas no pico: 1 - Verem onde está o melhor pico e marcarem um ponto de referencia em terra (bar da praia, chapéu de sol, carros etc) que permita, quando estiverem na água, alinharem-se com essa referencia. Assim, se depois de apanharem uma onda o mar flatar por uns minutos, ou andarem um pouco perdidos, vão saber para onde remar e esperar pelo próximo set. 2 - Definirem a melhor forma de acesso ao pico, seja para entrar seja para regressar ao pico após cada onda surfada. Isto vai fazer com que cheguem mais depressa lá fora e com isso mais ondas podem apanhar. É da máxima importância saberem onde estão os canais. São eles que vos impedem de levar uma carga de porrada!
3 - No pico escolhido, quais são as melhores ondas. Se a zona de outside ou de inside ou ambas, se esquerdas ou se direitas. Que ondas proporcionam o maior numero ou qualidade de manobras. Vejam o que é que os melhores surfistas apanham e em que zona do pico é que esperam pelas ondas. 4 - Não andem feitos baratas tontas de um lado para outro. Há surfistas que ao verem uma elevaçãozinha de nada a dar ao lado deles noutro pico, vão logo para lá. Mantenham-se no pico de acordo com o plano que traçaram de inicio. Só se deixar de dar ondas ou a qualidade do pico inicial piorar é que devem procurar outro. E para isso vão à areia ver onde está e como está esse pico alternativo, recomeçando o processo do inicio. 5 - Se as ondas estiverem com algum tamanho, mesmo que seja na vossa praia favorita que conhecem bem, percam esses 10 a 15 minutos a ver como estão as condições. As ondas dizem-nos tudo o que precisamos de saber. Só temos de perceber a mensagem. Para isso precisamos de tempo para a ler! Como funcionam as correntezas 
As correntezas são responsáveis por cerca de 150 mortes por ano nos Estados Unidos. Na Flórida, matam mais pessoas por ano do que tempestades, furacões e tornados juntos. Elas são a preocupação número um dos salva-vidas nas praias: cerca de 80% de todos os resgates nas praias são relacionados às correntezas. Apesar das estatísticas alarmantes, muitos nadadores não sabem absolutamente nada sobre as correntezas e não fazem idéia do que fazer para sobreviver quando pegos em uma delas. Neste artigo, veremos o que causa as correntezas, como você pode reconhecê-las e o que fazer se uma delas te arrastar para o mar aberto.
Uma correnteza é uma corrente de água forte e estreita que corre na perpendicular em relação à praia e em direção ao mar aberto. Essas correntes podem ter de 61 a 762 m de comprimento, mas geralmente não medem mais do que 9 m de largura. As correntezas se movem em uma boa velocidade, geralmente 8 km/h ou mais. 
Essas correntes geralmente são chamadas de maré alta, mas esse nome não é apropriado. As marés são a subida e a descida dos níveis de água no oceano. São primariamente causadas pela força gravitacional da lua, e mudam de maneira gradual e previsível todos os dias. As correntezas são causadas pelo formato do contorno da costa e podem ser repentinas e imprevisíveis. As correntezas também podem ser chamadas de "ressaca", outro termo incorreto. Ressaca é a descrição de uma corrente de água que puxa você para o fundo do mar. As correntezas se movem pela superfície da água, puxando você diretamente para o mar aberto, mas não para debaixo da superfície da água. Porém, uma correnteza pode te derrubar em água rasa, e se você ficar agitado e desorientado, pode acabar sendo puxado em direção ao chão. Mas se relaxar seu corpo, a corrente provavelmente vai te manter na superfície. As correntezas são assustadoras porque te pegam desprevenido: em um momento você está flutuando perto da rebentação, e no outro você está sendo sugado para o mar aberto em alta velocidade. Elas ocorrem em todos os tipos de clima e em uma grande variedade de praias. Ao contrário das ondas violentas, que quebram, provavelmente você não vai notar uma correnteza até que esteja no meio dela.
As correntezas são ocorrências irregulares, mas nascem nas ondas do mar comuns, corriqueiras. Em seu nível mais básico, é possível pensar nas ondas do mar como oscilações da água que se movimentam. Uma força externa (geralmente o vento) impulsiona o mar, dilatando a água, que então se move para frente na superfície do oceano. A energia da onda, que pode aumentar com a pressão adicional do vento, é passada de molécula para molécula na água. A água em si não se move, a energia sim. Por fim, algumas ondas encontram a terra. Em áreas com a costa rochosa, a onda "arrebenta" conforme se inclina. Em uma praia de areia com uma leve inclinação, a onda simplesmente sobe o aclive. O aclive da praia suga toda a energia da onda, e a água por fim desce de volta para o mar - em outras palavras, a água encontra seu próprio nível outra vez. Geralmente, esse fluxo vazante de água se move com força mínima. O leve declive da praia esparrama a força sobre uma grande distância, então ele não é forte em um ponto específico. E como é mais fraca do que a força oposta das ondas que chegam, o fluxo vazante geralmente não carregam uma pessoa para o mar aberto. A correnteza acontece quando o fluxo vazante se concentra em um determinado lugar, em um determinado momento. Há várias coisas que podem causar isso, mas a mais comum é uma ruptura em um banco de areia. Bancos de areia são elevações compridas e estreitas de areia acumulada na parte externa da costa. Eles são formados pelo movimento das ondas e das marés. 
Quando um grande banco de areia se forma, ele produz um tipo de bacia ao redor da costa. As ondas se movem para cima do banco de areia com força suficiente para empurrar a água para dentro da bacia, mas a vazante encontra dificuldade
para passar por cima do banco e voltar para o oceano. É parecido com uma banheira com o ralo fechado: assim como a água na banheira é puxada para baixo pela gravidade mas é bloqueada pela tampa do ralo, a onda vazante é puxada para fora pelo oceano (e pela gravidade), mas não sai do lugar por causa do banco de areia. Em alguns casos, a pressão para trás da água vazante é forte o bastante para passar por parte do banco de areia. Em outros casos, a água flui em sentido paralelo à praia até encontrar um ponto mais baixo no banco de areia. Nos dois casos, a água que se acumulou na bacia sai rapidamente em direção ao mar aberto quando encontra uma passagem, da mesma maneira que a água da banheira sai quando você tira a tampa do ralo. A correnteza resultante suga a água da bacia e cospe para fora do outro lado do banco de areia. Como as ondas continuam jogando mais água entre o banco de areia e a praia, a correnteza pode continuar por vários minutos, ou até mesmo horas. Algumas correntezas são breves, mas outras fazem parte de uma determinada área. Geralmente, a parte mais forte de uma correnteza é a linha direta entre a borda da água e a abertura no banco de areia, mas a corrente puxa água de qualquer lado da bacia. Assim, uma correnteza pode puxar você de lado, em sentido paralelo à praia, antes de puxá-lo para fora, para longe da praia. Quando a onda vazante passa pela abertura no banco de areia e encontra a água que está no mesmo nível que o seu, sua pressão imediatamente diminui. Em geral, o desenho que o fluxo de água faz é o de um cogumelo. 
Dependendo da gravidade, você pode até chegar a ver uma correnteza da praia. Correntezas fortes rompem ondas e levantam a areia do fundo do mar. Quando você estiver na praia, preste atenção em faixas estreitas e turvas no mar onde
não houver ondas rebentando. Se você for pego por uma correnteza, é fundamental não entrar em desespero. O primeiro instinto pode ser nadar contra a corrente, de volta à água rasa. Na maioria dos casos, mesmo que seja um exímio nadador, só vai ficar exausto. A corrente é muito forte para bater de frente. Ao invés disso, nade de lado, paralelo à praia (veja a ilustração abaixo). Assim você vai conseguir sair da corrente estreita, e voltar nadando para a praia com a ajuda das ondas. Se for muito difícil nadar de lado enquanto você estiver sendo puxado pela água, não faça nada e espere que a corrente o carregue para fora do banco de areia. A água será bem mais calma fora do banco de areia, e você conseguirá se livrar da correnteza antes de voltar para dentro dele. As pessoas se afogam quando se agitam na água ou gastam toda a energia nadando. Para sobreviver a uma correnteza, ou a qualquer problema na água, é preciso manter a calma e conservar a energia. Se você achar que não vai conseguir nadar de volta para a praia, passe da correnteza e mantenha a cabeça fora da água. Peça ajuda, faça sinal para as pessoas na praia, e se nada funcionar, espere até as ondas te levarem de volta. Se você estiver na praia e vir uma pessoa presa em uma correnteza, peça ajuda para um salva-vidas ou para a polícia. Não entre na água e saia nadando até a pessoa. É muito arriscado nadar no mar aberto sozinho, a menos que você tenha um bote, uma prancha de bodyboarding ou um equipamento salva-vidas. 
A maneira mais eficiente de combater correntezas é seguir algumas regras de segurança básicas para a natação: nunca entre sozinho no mar, e se não for um nadador forte, fique em águas rasas (apesar de que até mesmo as águas rasas podem ser perigosas). O ideal é que você nade somente nas áreas onde há um salva-vidas ou nadador experiente na praia
que possa tomar conta de você. Se planeja ir para a praia, é uma boa idéia aprender tudo o que puder sobre correntezas. Afinal, elas são a causa número um das mortes nas praias.
Os perigos nas correntes de retorno 
Todo surfista gosta de observar o mar. O conhecimento dos processos que acontecem no mar podem nos auxiliar nos momentos de surf, por isso quero mostrar um pouco sobre as correntes de retorno. As correntes de retorno, ou rip currents, são definidas como o refluxo do volume de água que retorna para o mar em virtude da força gravitacional e podem alcançar velocidade superior a 3m/s. Para se ter idéia, esta velocidade é muito superior ao recorde olímpico de Cesar Cielo, que nadou a aproximadamente 2,3m/s! As correntes deste tipo ocorrem em todos os tipos de praia, variando com a topografia do fundo, a altura e período das ondas, a proximidade da arrebentação com a linha de costa, a intensidade de correntes laterais e ainda, a existência de lajes de pedra ou coral próximos à linha de arrebentação. Algumas correntes de retorno dissipam muito próximo à praia, enquanto outras podem continuar por centenas de metros. 
Figura 1. Falso aspecto de calmaria pode identificar a corrente de retorno (Fonte: reprodução Facebook).
Algumas características que podem auxiliar na identificação das rip currents são: – Junção de duas ondas provindas de sentidos opostos; – Formação de ondas mais cavadas durante a maré baixa; – Ocupação de uma faixa maior de areia, devido ao maior volume de água, provocando uma sinuosidade ao longo da praia (boca da vala); – Escavações na areia, formando cúspides praiais em frente às valas. É importante notar que as ondas não quebram sobre o canal submerso formado por esse fenômeno, portanto as áreas tem falso aspecto de calmaria (figura 1), maior profundidade, coloração da água mais escura (figura 2) e geralmente são localizadas entre dois bancos de areia (onde as ondas quebram com maior freqüência e tamanho). 
Figura 2. Nesta foto aérea de uma praia australiana, a corrente que leva para o alto-mar fica evidente devido à coloração mais escura da água. Reparem que a corrente perde intensidade alguns metros após a zona de arrebentação (Fonte: ripcurrentsymposium.com)
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Go Surfing - Aprendendo a Surfar

  • 2. Sumário AVISO: Este material não é apropriado para quem não gosta de água! SURF O que é o Surf? História do Surfe História do surfe no Brasil O Surf no sul do Brasil Onde praticar o Surf Quem pode praticar o Surf Atletas de Surf Campeões do WCT de surf Campeãs do WCT de surf Como são as competições de Surf Como se chega à pontuação de uma bateria O que os juízes levam em conta ao dar a nota O QUE SE DEVE SABER Conselhos gerais aos amantes da praia Antes de surfar conheça um pouco sobre os fenômenos da natureza Ventos Lua As marés Fundo do mar determina qualidade das ondas para o surf Entenda as partes das ondas Ondulações Como se formam as ondas A física das ondas
  • 3. Arrebentações Ondas em águas rasas: conceitos básicos Leitura das Ondas Decifrando o swell Período do Swell Como analisar as previsões Medida das Ondas Perigos do surfe Noções de segurança Observe as condições Como funcionam as correntezas Os perigos nas correntes de retorno Como funcionam os ataques de tubarão Por que os tubarões atacam Anatomia de um ataque de tubarão Águas perigosas Como evitar ataques de tubarão Como enfrentar um caldo Cuidados que devemos ter com o sol Cuide da saúde antes de surfar Aquecer antes de surfar Como o treinamento físico irá melhorar seu surf 4 Dicas De Como Melhorar seu Surf fora da Água Treinamento para surfistas Saiba os Benefícios dos Exercícios de Equilíbrio para seu Surf Melhore suas sessões de surf Entre em Forma Como Prender a Respiração por um Longo Tempo APRENDER A SURFAR Equipamentos de Surf
  • 4. Aprendendo a surfar Como é uma prancha? Segura a prancha Vamos praticar Posição Correta + Ganhar Pontos Os erros do surfista principiante Dicas para você iniciar no surf Suas primeiras ondas Remadas Remar para fora Apanhar Ondas Furar Onda Regras do surf Outras Regras As regras de prioridade Mais regras e recapitulando Respeito no surf Surfista normal, haole circunstancial Etiqueta do Surf: dez regras básicas para o bom convívio no mar PRANCHAS Medidas Tabela Peso x Flutuação Conversões Tamanho das Pranchas Tipos de pranchas Rabetas Fundos Bordas Quilhas De encaixe
  • 5. Colocando a quilha de encaixe Saiba qual tamanho de quilha correto usar na prancha Dicas para manuseio da prancha Conservando a prancha Cuidando da prancha – Limpeza Dicas de como usar e conservar seu leash Como colocar o leash na prancha? Conserto da prancha DICAS PARA O SURF 8 dicas para proteger seu carro enquanto você vai surfar Frio e Roupa de Borracha Aprenda a usar a Fita Rack Como Passar Parafina Colar o deck na prancha MANOBRAS Joelhinho Ficar de pé Drop Cavada (Botton Turn) Cut back Batida Floater Tubo Tail Slide Aéreo Existem ainda outras manobras no surf que serão descritas apenas para conhecimento do aluno DICIONÁRIO DO SURF
  • 6. AVISO: Este material não é apropriado para quem não gosta de água! ―Se chegasse a este texto é porque procuras saber mais sobre a nobre arte de surfar. O teu interesse mostra vontade, por isso já começasse o caminho que te vai levar ao teu objetivo. Nas próximas linhas você vai ficar sabendo como poderemos ajudar a alcançá-lo‖. O esporte dos reis, criado na Polinésia e refinado no paraíso das ilhas Havaianas, é agora global, com surfistas a desafiarem as ondas da Austrália até a costa dos EUA, do Havaí até ao Peru, e da África do Sul até Portugal. Não há nada como estar sozinho em cima de uma prancha, furando uma onda, para nos libertar do stress diário deste mundo de preocupações. E não há outro esporte que exija tão pouco equipamento para praticar, e no entanto dá tanto, a nível de adrenalina, desafio e satisfação. Que sorte nós temos, na cultura surfistica, de poder viver a abundante vida da experiência oceânica, dando ênfase às diversas possibilidades que temos acedendo a esta fonte da juventude. O Surf é um esporte que apresenta vários desafios na sua aprendizagem. Fisicamente exigente, muitas vezes frustrante, e necessita de grandes doses de paciência. Mas, pergunta a algum surfista porque é que ele o pratica, e vais obter sempre a mesma resposta: porque é o melhor esporte do mundo. Surfar pode ser excitante ou relaxante, rápido ou lento, selvagem ou controlado, competitivo ou sereno… é realmente como você quiser, porque a forma como tu surfa só depende de ti. Cada onda é uma nova possibilidade.
  • 7. SURF A palavra surf pode ser encontrada como sendo arrebentação das ondas, espuma ou som das ondas de arrebentação, ressaca. Mais do que isso, entretanto, o surf é um vício, uma terapia do corpo e da mente que faz com que muitos "amantes das ondas" deixem o trabalho por algumas horas pelo simples prazer de cair no mar. Repleto de gírias, modismos e neologismos, o surf há muitos anos deixou de ser uma simples forma de lazer para se tornar uma mania nacional. Tatuagens, parafina no cabelo, brincos e colarzinhos de hippie, o surf inventa estilos, difunde conceitos e lança moda. Foi a partir dele, por exemplo, que surgiram gírias tão conhecidas como crowd, point e azarar. Até mesmo esportes tão expressivos como o windsurf, o skate e o sandboard (surf nas dunas), surgiram a partir do surf. Surfar hoje em dia é muito mais do que mobilizar centenas de surfistas para correr um campeonato. É criar um estilo próprio de viver e de se vestir. Mas vamos ao que interessa, afinal, tem altas ondas rolando e vocês devem estar loucos para descobrir de onde veio essa tribo tão peculiar. O que é o Surf? O surf é o mais praticado de todos os esportes radicais. A total interação com o mar, o contato com as ondas, a arte de domar a natureza fascinam os surfistas e simpatizantes. Esse é o surf, um esporte praticado pelos Deuses e Reis, que conquistou milhares de adeptos por todo o mundo, criando uma legião de fiéis e apaixonados seguidores. Para iniciar no surf é necessário apenas uma prancha e muita coragem, para desafiar as ondas. O surf, hoje, deixou de ser apenas um esporte, e é uma filosofia de vida, exercendo grande influência na moda, na música, no cinema. O praticante
  • 8. do esporte possui um estilo próprio e pode facilmente ser identificado em qualquer lugar. Os negócios do esporte atingem uma grande fatia do mercado e por todo o país já existem lojas especializadas que oferecem uma grande variedade de produtos, com todas as novidades do mundo do surf. Se você curte adrenalina, está no caminho certo. O surf chegou para mudar a sua vida. História do Surfe A história do surfe data de cerca de mil anos. Uma lenda conta que o rei do Taiti, por volta do ano 900 DC, navegou até o Havaí surfando. Ele conheceu várias ilhas, mas só foi encontrar boas ondas num local chamado Mokaiwa, na ilha de Kauai. Ele viveu lá por muitos anos e acabou tornando-se o rei da Ilha. A restrita bibliografia sobre o surf aponta o seu surgimento nas Ilhas Polinésias, através dos povos nativos, em virtude de sua própria cultura de subsistência, a pesca. Constantemente tinham que se atirar ao mar com seus barcos feitos artesanalmente para pescar, e quando voltavam, deslizavam sobre as ondas para chegar mais rápido à terra firme. De acordo com Gutemberg (1989) este ritual acabou se tornando um hábito entre as civilizações daquela região.
  • 9. Mais tarde porém, nas ilhas do Hawaii, o surf começou a ser praticado pelos antigos reis hawaianos com pranchas feitas de madeira, extraídas de árvores locais. Os nativos possuíam um ritual religioso para a fabricação das suas pranchas. Uma vez escolhida a árvore, o ritual era iniciado. Colocava-se ao pé do tronco um peixe vermelho chamado kumu e a árvore era cortada. Nas raízes fazia-se um buraco onde, com uma oração, era enterrado o kumu. Em seguida era dado início ao trabalho de modelagem ou shape (forma da prancha); as ferramentas, lascas de pedras e pedaços de coral eram usados até chegar à forma desejada. Com coral granulado (pokakuouna) e um tipo de pedra bem dura (oahi) era iniciado o trabalho de acabamento para eliminar todas as marcas da fase anterior e tentar alisar a superfície o máximo possível. Com a superfície lisa, eram aplicadas as raízes de uma árvore chamada hili, para dar uma cor negra. Outras substâncias eram utilizadas para impermeabilizar a madeira como forma de encerá-la. No meio da população nativa hawaiana o surf era intimamente ligado às raízes culturais. Ao realizarem determinadas manifestações religiosas, os nativos deixavam oferendas próximas à base dos coqueiros para crescer um outro coqueiro.
  • 10. Esse ritual fazia parte de uma manifestação cultural aborígene hawaiana, expressando agradecimento pelos alimentos fornecidos pelos coqueiros e pelas folhas do pé de coco na construção dos telhados das moradas e para propiciar o surf. Era um ritual festivo, onde os chefes agradeciam aos deuses as farturas do mar, das ondas e os prazeres de brincar nas suas águas. Alguns indícios apontam 1500 anos atrás como sendo o período em que os polinésios desciam as ondas com pranchas de surf feitas de tábuas de madeirite (compensado dos navios ingleses). Como no Hawai, o surf na Polinésia estava associado às raízes religiosas, culturais e de algum modo, sociais. As raízes culturais do surf, através do ritualismo, impunham aos nativos uma determinada hierarquia de prática. Aos reis e suas proles era permitido surfar na posição de pé. As pranchas maiores eram denominadas de alla. Tinham sete pés de tamanho e eram mais aperfeiçoadas, pois faziam parte de todo um ritual de confecção e só podiam ser utilizadas pela realeza. As pranchas menores ou alaia, pranchas mal acabadas, desprezadas pelos chefes, eram destinadas aos nativos ou súditos que estavam mais próximos da família real. O restante da tribo tinha restrições para a sua prática. Já naquela época os aborígenes pertencentes à família real realizavam competições, lutas mortais e outros combates por causa do surf. Praticar o surf era proveito dos mais nobres e destemidos. Ao chegar ao Havaí, em 1778, o capitão James Cook, viu os nativos se equilibrando sobre troncos de madeira, sobre as ondas. Para o povo que vivia nas Ilhas Polinésias, a atividade que viria a dar origem ao surfe era uma cerimônia religiosa, que foi considerada imoral pelos missionários europeus, que chegaram ao Havaí em 1821.
  • 11. Depois disso, o surfe passou por um tempo no ostracismo. Até que um havaiano chamado Duke Kahanamoku ganhou uma medalha de ouro de natação nas olimpíadas de Estocolmo, em 1912. Ao ser questionado sobre a sua forma de treinamento, Duke afirmou que praticava o Heenalu Surf, esporte até então desconhecido. Acredita-se ele foi o responsável pela popularização do esporte em todo o mundo. Kahanamoku, que recebeu o apelido de Homem-Peixe, migrou para a Califórnia logo após a conquista da medalha, fazendo do Estado americano o maior centro de prática de surfe no mundo. Outro lugar que se encantou com as manobras do havaiano sobre as ondas foi a Austrália, que ele visitou em 1915. Ele foi vítima de um ataque fulminante do coração aos 75 anos de idade, em 1968. Em muitos países o surf começou a ser praticado regularmente, e por volta dos anos 20 começaram a aparecer os primeiros campeonatos na Califórnia. Bob Simons criou a primeira prancha de fibra em 1949. Em meados de 1950, as
  • 12. pranchas passaram a ser comercializadas e na década de 60 o surf tornou-se competitivo e profissionalizante. A partir daí a evolução das fábricas de pranchas, roupas e outros equipamentos destinados ao surf foram constantes. Em 1975, o surf estava sendo reconhecido mundialmente como um esporte ligado diretamente à natureza, ganhando assim um número considerável de praticantes em vários locais onde as condições do mar eram propícias. Foi criada então uma entidade a fim de desenvolver o surf profissional - a IPS (International Profissional Surfers), realizando campeonatos pelos principais pontos de prática de surf. Atualmente quem organiza e realiza o circuito mundial de surf é a ASP (Association of Surfing Professionals). Este esporte que atrai milhares de adeptos todo ano, já conta com vários serviços especializados, como as condições do surf, transmitidas pelas rádios diariamente. O serviço, além de fornecer as direções do vento e da ondulação (swell), o tamanho das ondas e a temperatura da água, indica qual a praia mais adequada à prática naquele dia. Mesmo se o surfista tiver perdido os horários do boletim das ondas, ele tem disponível, a qualquer hora do dia, o serviço telefônico conhecido como "disque-surf", que fornece os mesmos dados já mencionados e a visibilidade para o mergulho na costa. Os shapers (fabricantes de prancha) de hoje também utilizam o computador para aperfeiçoar o seu trabalho e dar um melhor acabamento no shape das pranchas. Além disso, a nova mania é conferir os dados das condições de surf via Internet, onde, através de uma mapa, o surfista fica sabendo a direção e o tamanho das ondas em qualquer lugar do mundo.
  • 13. História do surfe no Brasil O surfe apareceu pela primeira vez no Brasil em Santos, SP, na década de 30. Os paulistas Osmar Gonçalves, Silvio Malzoni, João Roberto Suplicy Haffers, o Juá e Thomas Rittscher Júnior são considerados os pioneiros do esporte no Brasil. Em 1938, baseados numa reportagem publicada na revista americana Popular Mechanics, de julho de 1937, sobre a construção de uma prancha por um visionário chamado Tom Blake, idealizaram, com a ajuda do engenheiro naval Julio Putz, uma prancha de madeira oca, medindo 3,6m e pesando 80 KG. Dizem que por mais de sete anos Osmar surfou com esse pranchão na praia do Gonzaga, em Santos. Mais tarde, na década de 40, durante a 2ª Guerra Mundial, o Rio de Janeiro serviu de base para os aliados. Quando os soldados americanos desembarcaram trouxeram em sua bagagem pés de pato, máscaras de mergulhos e pranchas de surfe. Acredita-se que, nessa época, nossas praias começaram a ser utilizadas como local de lazer e entretenimento, e não apenas freqüentadas por pessoas que buscavam em suas águas cuidados para a saúde.
  • 14. No entanto, consta que o surfe brasileiro nasceu mesmo na praia do Arpoador. As ondas eram surfadas em pequenas pranchas de madeira, de joelhos ou de bruços, no estilo bodyboard. Na década seguinte, nos anos 50, o Rio já tinha alguns surfistas como Arduíno Colassanti, Paulo Preguiça e Luiz Bisão para citar alguns. Eles usavam pranchas de madeira e sem quilhas, conhecidas como ―portas de igreja‖ e já surfavam em pé nas pranchas. A partir dos anos 60 o surfe mundial foi evoluindo. Apareceram as primeiras pranchas de fibra de vidro, mais leves e rápidas. Em 1964 o surfista australiano Peter Troy, que passou anos viajando e surfando pelo mundo, chegou ao Brasil, e veio dar pelos lados do Rio de Janeiro. Em Copacabana encontrou- se por acaso com um surfista chamado Russel Coffin que tinha trazido dos EUA uma prancha de fibra de vidro, marca Bing, com 9 pés e 6 polegadas de altura. Pediu-a emprestado para surfar umas ondas nas esquerdas do Arpoador. Ao sair do mar, dezenas de pessoas que apreciavam suas manobras aplaudiram
  • 15. entusiasmadas. Sem saber, Peter Troy tinha acabado de plantar uma semente do verdadeiro surfe em terras brasileiras. Segundo alguns, diante de sua performance, o surfe no Brasil pode ser dividido em antes e após a estada do grande surfista australiano pelas praias cariocas. Sua história de vida mescla-se perfeitamente à história do surfe em nosso país. O então governador do Rio de Janeiro na época, Negrão de Lima, doou uma área na praia do Arpoador para a prática do esporte, reconhecendo, assim, oficialmente o surfe com esporte. Até então, os surfistas eram perseguidos pela polícia e suas pranchas aprendidas, uma vez que surfar era proibido. Surgiram histórias de perseguições, remadas para alto-mar, fugidas heróicas da polícia militar e do exército. O surfe foi ganhando novos adeptos e desenvolveu-se rapidamente, uma vez que cresceu o interesse por esse esporte. Com a chegada de pranchas estrangeiras trazidas por turistas, o surfe brasileiro ganhou novo impulso e, finalmente em 15 de junho de 1965 foi criada a Confederação Carioca de Surfe. O Brasil teve seu Peter Troy na figura de Carlos Eduardo Soares, o Penho, considerado por muitos o primeiro surfista verdadeiramente brasileiro. Quem teve o privilégio de conhecê- lo sabe que sua relação com o surfe extrapolou os limites convencionais. Em 1968, foi o primeiro a pisar em terras havaianas, onde disputou importantes campeonatos, além de ter surfado ondas em vários países. Conheceu o pai do surfe tal como o conhecemos hoje, o havaiano Duke Kahanamoku.Ainda em 1968, o Brasil começou a fazer parte da cultura do surfe e acompanhou as transformações pelas quais o esporte passava. As minimodels tornaram-se freqüentes não só nas praias cariocas mais também em outros locais do litoral brasileiro. Nesse contexto, uma outra geração do surfe foi se formando: no Rio, Rico de Souza, Maraca, Marreco, Bocão, Betão, Betinho, Fedora entre outros. Em Santos, os irmãos
  • 16. Argento, Cocó, os irmãos Paioli, Cisco, Décio, a família Mansur, Cristhian e John Walters, para citar apenas alguns. No Sul, as famílias Johanpeter e Sefton. Na década de 70, com a chegada da televisão, o surfe tornou-se um esporte muito conhecido e, a moda era shapear a própria prancha. O tubo era então considerado o ápice do surfe. Campeonatos surgiram não apenas na praia do Arpoador, RJ, mas também em Saquarema, RJ, Maresias e Ubatuba, SP. Em 1972, o campeonato brasileiro de Ubatuba atraiu surfistas de todo o país e, deu início a uma revolução que introduziria o profissionalismo no surfe brasileiro. Em 1976, na praia do Arpoador, aconteceu uma etapa do mundial de surfe, o Waimea 5000, vencida pelo carioca Pepe Lopes. Por causa dessa vitória ele foi convidado a participar das provas havaianas, realizadas no final daquele mesmo ano. Chegou na 6ª colocação do Pipemasters, na praia de Pipeline, competindo com grandes surfistas de renome internacional. A partir dos anos 80, o esporte começou a atrair investidores, movimentando uma economia considerável. Começava a ganhar destaque em todo o Brasil, com campeonatos pipocando nas praias de norte a sul do país. Marcas de surfwear movimentavam o mercado. Enfim, grandes empresas passaram a investir no esporte. O primeiro campeão brasileiro profissional de surfe foi Paulo Mattos, em 1987. Ele conquistou o título a partir do primeiro circuito nacional realizado pela recém-criada Associação Brasileira de Surf Profissional - ABRASP. Na década de 90, com o emprego de fibras mais leves e resistentes, o peso das pranchas tornou-se ainda menor, dando mais velocidade aos surfistas e possibilitando grandes manobras.
  • 17. Nos primeiros anos da década de 90, o Brasil entrou definitivamente para a elite do surfe mundial com os atletas Flávio Padaratz e Fábio Gouveia que abriram caminho para a entrada de outros surfistas e, colocaram o Brasil entre as potências mundiais do esporte junto aos EUA e Austrália. A primeira escolinha de surfe no Brasil foi criada pelo surfista Rico de Souza em 1997, no RJ. O surfe do século XXI tem se mostrado criativo e ousado, com manobras incríveis, surfistas cada vez mais bem preparados e ótimos campeonatos. O esporte possui adeptos nos quatro cantos do país e pelo mundo afora. Segundo uma pesquisa encomendada pela Ed. Abril, o Brasil conta atualmente com aproximadamente 2 milhões de surfistas, além de vários admiradores, sendo considerado um dos esportes mais desenvolvidos no país. Mais de 600 empresas movimentam perto de 1,2 bilhões de reais/ano. Repleto de gírias próprias, modismos e neologismos, difunde conceitos, lança moda, além de ter dado origem a outros esportes como o windsurf, o skate e o sandboard – surfe nas dunas. É considerado um dos esportes mais radicais. Os aficionados pelo esporte tem o surfe como um ―vício‖, uma terapia para o corpo e para a mente. Podemos dizer que surfar é também criar um estilo próprio de viver, se vestir e se comunicar. O Surf no sul do Brasil Embora a falta de registros bibliográficos referentes ao surf tenha sido o maior entrave na elaboração deste material, dados existentes apontam que os gaúchos foram os primeiros surfistas do sul. Os pioneiros foram duas famílias de gaúchos que, depois de terem visto reportagens sobre o esporte em revistas
  • 18. americanas, por volta de 1965, viajaram e conheceram o surf lá fora. Os gaúchos Johanpeter e Sefton foram provavelmente os primeiros surfistas do sul do país com características típicas: "pegar onda", praia todo final de semana e férias, viagens à procura de novos picos, vida nômade (Gutemberg, 1989). Os primeiros surfistas da Ilha Na década de 70, algo de novo estava surgindo nas praias de Florianópolis. Eram surfistas aficcionados com o fato de deslizarem nas ondas. São nomes como Celso Ramos Neto, Niltinho Ramos, Jaime Ramos, Toninho Ramos, Edson Pires, Ricardo Schroeder, os irmãos Correia (Paulo, Geraldo e Eugênio), Alberto Rodrigues (Betinho), Luciano e Eduardo Paulo Colaço que fazem parte da primeira geração de surfistas da Ilha de Santa Catarina. A primeira geração de surfistas foi puramente amadora, sem gana de ganhar dinheiro com o surf nem largar a faculdade ou a profissão em virtude do esporte. No início, eles não entendiam bem qual era a verdadeira forma de surfar, apenas curtiam aquele momento de deslizar sobre a espuma. Era algo diferente, que os fascinava. Porém, a dificuldade em adquirir novos equipamentos fomentou o intercâmbio entre os surfistas, que deslocavam-se de suas cidades de origem em busca de novidades. Rio de Janeiro era a meca do surf, e estava dez anos à nossa frente. Era de lá que vinham as primeiras pranchas. E era prá lá que nossos surfistas realizavam as expedições a fim de aprimorar seus conhecimentos sobre o esporte. Assim aos poucos, a tribo do surf aumentava cada vez mais. Ramon Filomeno, Toló e Buda (já falecidos), Sérgio Pinto, os irmãos Bichinhos (Älvaro e Marcelo Pereira Oliveira), Ricardo Pereira Oliveira (primo dos Bichinhos), Saul Oliveira, Luiz Alberto May (galego May), Alexandre Fontes, Flávio Boabaid, Roberto Perdigão, Roberto Polli, Ronaldo Lobato,
  • 19. Ary Pereira Oliveira (Aryzinho), Bertoldo e Marcelo Salles, Tarcísio Sheffer, Edson Coxinha, Fedoca, Gabriel (Tatu), Zinho Correia, Renato Ávilla da Silva foram alguns dos nomes que começaram a se envolver, multiplicando o número de adeptos. Em 1974 chegava a Florianópolis o lendário surfista carioca Fernando Moniz, popularmente conhecido como Marreco. Foi ele quem impulsionou o surf moderno na Ilha de Santa Catarina. Antes de vir a Florianópolis, entretanto, Marreco passou algum tempo em Itajaí, onde descobriu os "secret points", ou seja, praias inexploradas com condições favoráveis à prática do surf. Marreco tinha um surf impressionante, de primeira categoria, com manobras fortes e atuais, nunca vistas pelo povo ilhéu. O surf deste carioca era uma verdadeira aula para os surfistas locais. Marreco afirma que, quando chegou a Ilha, não podia disputar os campeonatos de surf pois estava muito adiantado. Não tinha "graça" disputar os campeonatos pois ele era bem melhor que os outros surfistas. Foi ele quem trouxe algumas das personalidades marcantes do surf do Rio de Janeiro como os irmãos Miudinhos. O estilo de surfar era diferenciado, com pranchas de shape diferente. Alguns surfistas ilhéus chegaram até a encomendar pranchas com eles. Marreco também ajudou muito nas partes técnicas dos campeonatos que aconteciam. Dentre eles, o primeiro, realizado em 1976 na praia da Joaquina, pelos colunistas Cacau Menezes e Ricardinho Machado, intitulado - Rock, Surf & Brotos, que projetou os surfistas Tarcísio Sheffer, na categoria júnior, e Caxito Douat, na categoria principal. Esse profissionalismo que estava engatinhando em Florianópolis, começou a surgir juntamente com a segunda
  • 20. geração de surfistas, marcada por nomes como Bita Pereira, Roberto Lima, dentre outros. Com o número de adeptos cada vez maior, o carioca Hupsel passou a confeccionar e vender pranchas na Ilha, embora a qualidade desta prancha deixava a desejar em relação as Piusurfboards. Estas últimas, confeccionadas pelo carioca Paulinho Guinle, foram a grande sensação da época. A comunidade "surfística" de Florianópolis, costumava-se reunir na Piusurfboards, na Barra da Lagoa, onde Paulinho, além de aproveitar para vender suas pranchas, divulgava as últimas notícias do que havia de mais novo no surf. A Associação Catarinense de Surf (ACS) foi fundada em 1980 com a realização do Circuito Catarinense, totalizando quatro etapas. Em 1987 passou a ser reconhecida como FECASURF (Federação Catarinense de Surf). Outra entidade que influenciou na realização de campeonatos foi a Master Promoções, criada por Flávio Boabaid e Roberto Perdigão. Onde praticar o Surf O Brasil oferece boas condições para os surfistas. Devido a grande extensão de nosso litoral é possível escolher todos os tipos de ondas no país. O melhor pico é, sem dúvida, o arquipélago de Fernando de Noronha. Conhecido como o Havaí brasileiro, o pico atrai turistas de todo o mundo. A combinação de belas paisagens e ondas perfeitas faz de Noronha o sonho de qualquer surfista do Brasil. Para o presidente da Federação Paulista de Surf, Silvério Silva, a escolha do local depende do nível do atleta. "É claro que todos querem pegar as melhores e maiores ondas, mas muitas vezes elas podem trazer muitos perigos. Portanto comece pelas mais simples no começo".
  • 21. O Havaí é o pico mais conhecido do mundo. Devido a toda a tradição do esporte no arquipélago, ele se consagrou como a capital mundial do surf. A praia mais famosa é a de Pipeline. Com ondas perfeitas e muito perigosas, é desafiada somente pelos melhores e mais experientes surfistas. Já a Indonésia, com sua imensa quantidade de praias desertas com ondas perfeitas é o novo point do surf. As Ilhas isoladas oferecem todos os tipos de ondas, de acordo com o gosto do atleta. Outros picos muito conhecidos são: México, África do Sul, Austrália, Costa Rica, Estados unidos. Opções são o que não faltam, portanto pegue sua prancha e vá surfar. Quem pode praticar o Surf O surf pode ser praticado por qualquer pessoa de qualquer idade, mas é preciso alguns cuidados para evitar qualquer acidente. Para o presidente da Federação Paulista de Surf, Silvério Silva, o mais importante é estar com um professor habilitado. "Existem muitas escolinhas por aí, muitas de qualidade duvidosa. Em caso de dúvida pergunte aos alunos, eles sabem Antes de sair se arriscando nas ondas tire suas dúvidas com algum surfista mais experiente ou procure alguma escola do esporte. Já existem muitas escolinhas do tipo espalhadas pela maioria das praias do País. Para as crianças é essencial que estejam acompanhadas, pois os perigos são maiores. Outro ponto importante é sempre respeitar os limites. Nunca tente fazer mais do que consegue. Se arriscar em vão poderá trazer sérios problemas.
  • 22. Atletas de Surf Para muitos, Kelly Slater é o maior surfista de todos os tempos. Além de surfar como ninguém, com seu estilo único e suas manobras criativas que mudaram o rumo do surf, o norte- americano, que foi onze vezes campeão mundial (1992, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 2005, 2006, 2008, 2010, 2011), exerce uma grande influência na maioria dos surfistas. Outros grandes nomes do surf mundial são Tom Curren, tricampeão do WCT (1985, 1986 e 1990), Mark Richards, tetracampeão consecutivamente (1979, 1980, 1981 e 1982), além de Wayne Bartholomew, campeão em 1978 e atual presidente da Associação dos Surfistas Profissionais. Na história do WCT de surf, o Brasil conta com nomes como Fábio Gouveia, TecoPadaratz, Guilherme Herdy, Renan Rocha, entre outros, que foram os primeiros a brilharem no mundial, abrindo portas para nomes como Neco Padaratz, Peterson Rosa e Victor Ribas, que em 1999 terminou o WCT na 3ª posição, a melhor colocação de um brasileiro na história. Entre as mulheres, o destaque é a australiana Layne Beachley, com sete títulos mundiais (1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2006). As brasileiras Tita Tavares e Jacqueline Silva também já fizeram história ao permanecerem várias temporadas na elite do surf mundial. O Brasil também se destaca no WQS, o ranking de acesso ao WCT de surf. Já conquistaram o título: Teco Padaratz (1992 e 1999), Victor Ribas (1997), Fábio Gouveia (1998), Armando Daltro (2000), Neco Padaratz (2003 e 2004) e Adriano Souza (2005). Outras lendas do surf brasileiro são Picuruta Salazar, que tem mais de 150 títulos na carreira, sendo nove brasileiros de longboard, e Rico Souza, que entrou para o Guinness Book ano
  • 23. passado por ter surfado durante 11 segundos na maior prancha do mundo (8,05 metros). Já no Super Surf, o Campeonato Brasileiro de Surf, quem mais conquistou títulos foi tricampeão Peterson Rosa (1994, 1999 e 2000). Em 1987, quem levou foi Paulo Matos. Jojó de Olivença ganhou em 1988 e 1992. Pedro Muller ganhou em 1989 e, Tinguinha Lima levou o título duas vezes: em 1990 e em 1993. Em 1991 e 1995, Ricardo Toledo ganhou. Joca Júnior conquistou o título em 1996 e, em 1997, quem levou a melhor foi Victor Ribas. Fábio Gouveia ganhou em 1998 e em 2005. Em 2001, Tânio Barreto ganhou e, em 2002 e 2003, quem venceu foi Leonardo Neves. Renato Galvão ganhou em 2004 e em 2006 quem conquistou o troféu foi Jihad Kohdr. Já no Super Surf feminino, Andréa Lopes foi quem conquistou mais títulos: em 1999, 2001, 2002 e 2006. Em 1997, Deborah Farah ganhou e, no ano seguinte, Brigitte Mayer levou a melhor. Tita Tavares venceu em 2000 e em 2003 e Silvana Lima conquistou o título em 2004 e 2005. Campeões do WCT de surf 2013- Mick Fanning (AUS) 2012- Joel Parkinson (AUS) 2011 - Kelly Slater (EUA) 2010 - Kelly Slater (EUA) 2009 - Mick Fanning (AUS) 2008 - Kelly Slater (EUA) 2007 - Mick Fanning (AUS) 2006 - Kelly Slater (EUA) 2005 - Kelly Slater (EUA) 2004 - Andy Irons (HAV) 2003 - Andy Irons (HAV)
  • 24. 2002 - Andy Irons (HAV) 2001 - C.J. Hobgood (EUA) 2000 - Sunny Garcia (HAV) 1999 - Marc Occhilupo (AUS) 1998 - Kelly Slater (EUA) 1997 - Kelly Slater (EUA) 1996 - Kelly Slater (EUA) 1995 - Kelly Slater (EUA) 1994 - Kelly Slater (EUA) 1993 - Dereck Ho (HAV) 1992 - Kelly Slater (EUA) 1991 - Damien Hardman (AUS) 1990 - Tom Curren (EUA) 1989 - Martin Potter (ING) 1988 - Barton Lynch (AUS) 1987 - Damien Hardman (AUS) 1986 - Tom Curren (EUA) 1985 - Tom Curren (EUA) 1984 - Tom Carroll (AUS) 1983 - Tom Carroll (AUS) 1982 - Mark Richards (AUS) 1981 - Mark Richards (AUS) 1980 - Mark Richards (AUS) 1979 - Mark Richards (AUS) 1978 - Wayne Bartholomew (AUS) 1977 - Shaun Tomson (AFS) 1976 - Peter Townend (AUS) Campeãs do WCT de surf 2013 - Carissa Moore (HAV) 2012 - Stephanie Gilmore (AUS) 2011 - Carissa Moore (HAV)
  • 25. 2010 - Stephanie Gilmore (AUS) 2009 - Stephanie Gilmore (AUS) 2008 - Stephanie Gilmore (AUS) 2007 - Stephanie Gilmore (AUS) 2006 - Layne Beachley (AUS) 2005 - Chelsea Georgeson (AUS) 2004 - Sofia Mulanovich (PER) 2003 - Layne Beachley (AUS) 2002 - Layne Beachley (AUS) 2001 - Layne Beachley (AUS) 2000 - Layne Beachley (AUS) 1999 - Layne Beachley (AUS) 1998 - Layne Beachley (AUS) 1997 - Lisa Andersen (EUA) 1996 - Lisa Andersen (EUA) 1995 - Lisa Andersen (EUA) 1994 - Lisa Andersen (EUA) 1993 - Pauline Menczer (AUS) 1992 - Wendy Botha (AUS) 1991 - Wendy Botha (AUS) 1990 - Pam Burridge (AUS) 1989 - Wendy Botha (AUS) 1988 - Freida Zamba (EUA) 1987 - Wendy Botha (AFS) 1986 - Freida Zamba (EUA) 1985 - Freida Zamba (EUA) 1984 - Freida Zamba (EUA) 1983 - Kim Mearig (EUA) 1982 - Debbie Beacham (EUA) 1981 - Margo Oberg (HAV) 1980 - Margo Oberg (HAV) 1979 - Lynne Boyer (HAV)
  • 26. 1978 - Lynne Boyer (HAV) 1977 - Margo Oberg (HAV) Como são as competições de Surf Algumas competições do surf são disputadas na forma de eliminatórias. Entram quatro atletas no mar e o melhor se classifica para a próxima bateria. Quem não foi o vencedor poderá disputar a repescagem. Dessa maneira os quatro melhores surfistas disputam a final e aquele que tirar as melhores notas é o campeão. No WCT três surfistas entram na água com camisetas de lycra de cor diferente: verde, preta e branca. Cada bateria tem duração de meia hora e o surfista pode pegar nesse período até 20 ondas. Cada onda que o surfista consegue pegar, ele deve executar a manobra que iniciou até o final para que a sua nota seja válida. As notas são dadas pelos juízes que ficam em cabines separadas, depois são computadas e tira-se a média de acordo com todas as notas. Vence a bateria o surfista que conquistar as duas melhores ondas, portanto o que vale é a qualidade das manobras e não a quantidade de ondas. Os outros dois surfistas não classificados vão para a repescagem. Nesse primeiro round os surfistas que conquistam a primeira colocação já vão direto para o terceiro round. Como se chega à pontuação de uma bateria Os cinco juízes dão uma nota até dez para cada onda surfada, sendo que a avaliação mais alta e a mais baixa são
  • 27. descartadas. Calcula-se a média simples das três notas válidas para determinar a avaliação de cada onda. Apenas as duas melhores ondas são consideradas na pontuação do surfista na bateria. Chega-se ao valor final com a soma destas duas notas. Assim, o máximo que um surfista pode alcançar é 20 pontos (teria média 10 nas duas melhores ondas). O que os juízes levam em conta ao dar a nota Há uma série de critérios subjetivos que os juízes consideram, como dificuldade da manobra e a versatilidade do competidor para executar tipos diferentes de movimento. As condições do mar também influem. Em Teahupoo, por exemplo, as ondas favorecem a execução dos tubos (ver descrição das principais manobras abaixo), o que fez com que essa manobra fosse mais valorizada.
  • 28. O QUE SE DEVE SABER O surf é conhecido como o esporte dos deuses. Isso porque na Polinésia, somente os reis podiam pegar as ondas em pé. Aos súditos restava praticar o surf deitado, uma espécie de bodyboard. Talvez tenha começado aí toda a rivalidade entre os dois esportes. Cuide bem de sua prancha. Ela é sua maior aliada e se não for tratada bem poderá se deteriorar mais rapidamente. O melhor mar é o da manhã. Se você quer pegar um mar lisinho e sem muito crowd, o mais indicado é que vá surfar bem cedo. É o melhor horário para a prática do surf. Não tenha vergonha de procurar uma escola de surf. Além de ter todas as noções básicas você evoluirá muito mais rápido. Ninguém nasce sabendo. O surf é um esporte que necessita da junção de uma série de fatores favoráveis para que possa ser praticado com qualidade. A posição geográfica da praia, a direção do vento e influências como maré, correntes e a direção do swell, precisam estar rigorosamente em sintonia para que as linhas de ondas sejam lançadas pelas enormes extensões de praias e bancadas de todo o mundo proporcionando assim uma melhor condição para o surf. Conselhos gerais aos amantes da praia Tome banho sempre em zonas vigiadas, nunca numa zona interdita ou assinalada como perigosa. À entrada da praia, existe uma bandeira que indica se esta tem vigilância e o respectivo horário. As zonas vigiadas situam-se de cada lado dos postos de socorro (cerca de 300 a 400 metros).
  • 29. Informe-se junto dos Nadadores-Salvadores no ponto de vigia e de socorro da praia sobre eventuais perigos : - As correntes, - As condições meteorológicas, - As temperaturas (água e ar), - Os ventos terrestres, - As marés, - Os horários de vigilância da praia. A maior parte destas informações figuram num painel afixado junto do posto de socorro. Antes de tomar banho, confirme a cor da bandeira içada no alto de um mastro junto do posto de socorro. O que significa : - Bandeira verde: Permitido tomar banho com vigilância - Bandeira laranja ou amarela : Permitido tomar banho com cuidado mas com vigilância - Bandeira vermelha: Proibido tomar banho - Bandeira rebaixada: Nadadores-salvadores em intervenção, banho não vigiado - Ausência de bandeira: Sem vigilância. O posto de socorro está fechado (ver datas e horas). Aguarde pelo içamento da bandeira de novo antes de tomar banho. Antes de surfar conheça um pouco sobre os fenômenos da natureza Surf - Pelo fato de depender basicamente da força da natureza para ser praticado, o surf é um esporte que exige alguns cuidados especiais. O mar deve sempre ser respeitado e
  • 30. o surfista precisa conhecer além de seus limites, o mínimo sobre as condições das marés e os fenômenos marítimos. Separamos aqui algumas informações úteis para quem quer se aventurar no mundo do surf sem correr maiores riscos. Zona de Arrebentação - O cuidado deve ser redobrado após ultrapassar a zona de arrebentação, onde rolam as ondas, que quebram ao se aproximarem da costa. Isso ocorre em função do atrito da onda com o fundo. A onda quebra na praia quando a sua altura atinge 80% da profundidade. Em praias rasas, de pouca inclinação, as ondas começam a quebrar a uma grande distância e geralmente são mais cheias. Já nas praias com inclinação moderada as ondas quebram mais perto e geralmente são mais tubulares. Correntes Marítimas - Ao longo da arrebentação as ondas dissipam uma energia que é transferida para a formação dessas correntes marítimas, que são movimentos de grande volume de água. Elas podem ser de dois tipos: Longitudinais ou Transversais. As longitudinais são as correntes paralelas, que ocorrem quando existe um ângulo entre as ondas e a costa. Já a transversal, é muito perigosa aos banhistas, pois é uma corrente de repuxo, de retorno da água em direção ao alto mar. Essa corrente é ideal para a prática do surf, pois formam as valas que permitem uma entrada mais fácil no mar. Ressurgência - É um fenômeno que consiste no afloramento de águas profundas e frias (350 metros) à superfície. Trata-se de uma corrente submersa que vem da patagônia, que acontece geralmente nas praias ao leste da ilha de Santa Catarina.
  • 31. A ressurgência se dá quando o vento nordeste bate com muita força por algum tempo, empurra as águas superficiais e quentes para fora da costa, dando lugar e chance de ocorrer este fenômeno marinho, que é mais freqüente no verão, quando o vento nordeste predomina. Por isso é fundamental ter roupa de borracha sempre por perto. Ventos Para se ter melhor conhecimento sobre ventos e correntes devemos conhecer os pontos cardeais (Norte, Sul, Leste e Oeste). O Sol nasce no Leste e se põe no Oeste, a partir daí saberemos que nome daremos ao vento e quais suas influências no mar. No surf basicamente existem 3 tipos de ventos: o vento maral, o vento terral e o vento lateral. - O vento maral é aquele que vem do mar em direção a praia. Esse vento atrapalha a prática do surf, pois ele "bate" na parte de trás da onda empurrando-a e fazendo com que ela se feche antes da hora; - O vento terral sopra da praia em direção ao mar bate de frente nas ondas segurando-as fazendo com que fiquem "de pé" por mais tempo; - O vento lateral é quando sopra paralelo à praia e pode melhorar ou piorar a formação das ondas. Isso vai depender de sua intensidade e do posicionamento geográfico da praia. Um vento quente, geralmente aliza o mar e torna as ondas cavadas. Geralmente um vento frio, mexe com o mar e pode acontecer grandes ondulações ou frente fria.
  • 32. Lua As variações da lua influem diretamente nas marés, luas fortes (lua cheia e nova) significam marés com muitas variações (muito alta e muito baixa). Luas fracas (minguante e crescente) significam poucas variações de marés. As mudanças das luas também podem influir no tamanho e formação das ondas. As marés A variação das marés é resultado da atração gravitacional que a Lua exerce sobre a Terra, do movimento de rotação da Terra e de Translação da Lua. Devido a esses movimentos existem momentos, durante o dia, em que a Lua fica mais próxima de certos pontos Terra. Quanto mais próxima a Lua estiver da Terra maior será sua atração gravitacional, fazendo com o volume de água do mar daquele ponto da Terra aumente; fenômeno conhecido como maré alta ou cheia. Conseqüentemente outros pontos do planeta ficam com menor concentração de água resultando na maré baixa ou cheia. As marés são criadas pela força gravitacional que a lua e o sol exercem sobre a terra. Devido a esta força, e à do movimento de rotação da terra, temos duas marés cheias em cada 24 horas. Com a maré alta as ondas costumam ficar mais cheias quebrando próxima à praia. Já quando a maré está baixa as ondas ficam mais cavadas e quebram mais longe da praia. Existem praias em que as ondas ficam melhores com a maré alta e praias que as ondas que ficam melhores com a maré baixa. Em praias com fundo de pedra ou coral, conhecer os horários das marés alta e da maré baixa é uma questão de
  • 33. segurança. Nestas praias ondas costumam quebrar em lugares mais rasos e quando a maré está baixa há menor volume de água sobre pedras ou coral aumentando em muito o risco do surfista se chocar contra o fundo. De uma maneira geral, a melhor maré para surfar é meia maré a encher sendo que, por vezes o surf de melhor qualidade, limita-se a um par de horas na meia maré. É muito útil ao surfista ter uma tabela das marés das praias que habitualmente surfa, para assim planear qual a melhor hora para a surfada! Há um ditado antigo que diz, ―Lua nova, lua cheia, preia-mar ás duas e meia‖ Em períodos de Lua Nova ou Cheia, as marés são vivas e há uma preia-mar ao inicio da tarde. Nos quartos de lua, as marés são ―mortas‖ e há uma baixa mar ao principio da tarde! Fundo do mar determina qualidade das ondas para o surf Surf - Um dos itens mais fundamentais para a prática do surf é a composição dos fundos do mar. Eles influenciam na qualidade da formação das ondas e o conhecimento deles por parte dos surfistas garante um melhor desempenho nas manobras e pode evitar muitos acidentes. Existem os fundos de areia, de pedra e os recifes de coral, sendo que cada um é encontrado em regiões específicas do Brasil e do mundo. Fundo de Areia - É formado por bancos de areia que se modificam de acordo com as correntes e ventos. São cercados por valas, que ajudam ou não na boa formação das ondas, quando estas estão com pouca força. Essas valas são buracos ou correntes onde a água empurrada pelas ondulações para a praia, retorna ao oceano, ficando entre dois bancos de areia.
  • 34. Elas são excelentes para os surfistas, pois os ajuda a chegarem com mais facilidade no fundo, porém são prejudiciais aos banhistas, causando inúmeros afogamentos devido a sua força. Podem ser encontrados na Barra da Tijuca (RJ), Hossegor (França) e Puerto Escondido (México), entre outros Fundo de Pedra - Surgem perto de encostas que se originam no mar. São fundos constantes que dependem exclusivamente de uma boa ondulação, vinda na direção certa. Em certos lugares, mesmo longe das encostas, existem acúmulos de pedras no meio das praias que também fazem ondas de boa formação. Podem ser encontrados em Rincon Point (Califórnia) e na praia da Silveira (SC Recifes de Coral - Este tipo de fundo pode ser classificado de duas formas: os que se formam longe das praias e o que se forma a partir da praia. Nos recifes de corais que se formam longe das praias, as ondulações encontram paredes de recifes, fazendo com que as ondas quebrem longe da praia e acabem nos canais (valas). Elas dependem de um conjunto de fatores para que se tornem realmente boas. Picos como Pipeline (Havaí) e Serrambi (PE) são exemplos desse tipo de formação. Já o fundo de coral que se forma a partir da praia ou de fundos muito rasos, formando pequenas ilhotas, que pela proximidade entre um arquipélago e outro, qualquer tipo de ondulação e vento proporciona ondas em picos que muitas vezes só podem ser alcançadas por barcos. A atenção deve ser redobrada com a variação das marés, pois, em caso dela baixar, pois quando expostos, os corais que são muito afiados ficam perigosos podendo causar graves ferimentos.
  • 35. Entenda as partes das ondas Para você não ficar perdido nos nomes das partes de ondas, entenda tudo na ilustração. Crista ou Lip: É o topo da onda, ou a espessura dela. É onda são executadas manobras como o floater, por exemplo. Tubo: O tubo, ou barrel, é o lugar preferido da maioria dos surfistas, uma das manobras mais emocionantes. Mas nem toda onda é tubular. Parede: Parede seria a ladeira ou a decida da onda. É onde são executadas a maioria das manobras do surf. Quando a onda ―abre parede‖, significa que ela não quebrou inteira e é uma onda surfável. Base: Base ou botton é a parte mais baixa da onda. É muito comum o drop começar na crista e terminar na base da
  • 36. onda, onde o surfista faz a cavada e posiciona-se para as próximas manobras. Ondulações Fator determinante para a ocorrência de boas ondas, pequenas ou grandes, já que é ela que junto à bancada do pico forma a diversão de qualquer surfista, deixando por diversas vezes momentos inesquecíveis em nossa mente. O conjunto de direções de swell que conseguem chegar até a sua praia é chamado de janela de swell. Cada praia ou pico de surf tem a sua própria janela de swell, por exemplo, a praia de Maresias, no litoral norte de São Paulo, é limitada a Leste pela Ilhabela. As ondulações são formadas por ventos muito fortes vindos de tempestades ou ciclones que acontecem em alto mar muito longe da costa. Esses ventos fortes que sopram sobre o mar formam ondulações, quando essas ondulações chegam perto da costa elas encontram águas mais rasas e acabam formando as ondas. Saber a direção da ondulação é essencial para se escolher a praia que você irá surfar, pois cada praia tem um posicionamento geográfico diferente. Algumas são viradas para o sul, outras para o leste e etc. Se você estiver em uma praia que for "virada" para o sul e a ondulação estiver vindo de Norte nenhuma onda entrará na praia. Como se formam as ondas As ondas que quebram numa praia são geradas pelo vento no oceano. Como é que o vento faz essa ―mágica‖ de produzir ondas na água? A superfície da água é, na verdade, a interface de separação entre dois fluidos de densidades bem diferentes: um
  • 37. líquido – a água – e um gás – o ar. O problema a resolver é: dado um certo movimento (vento) no fluido superior (ar), o que vai acontecer no fluido de baixo (água)? Trata-se de um problema clássico de Mecânica dos Fluidos. De uma forma bastante simplificada, podemos imaginar que o vento atuando sobre a água vai ocasionar dois efeitos: (1) produzir ondas na superfície e (2) ―empurrar‖ a água induzindo correntes. Vamos nos concentrar no primeiro efeito. O vento é um escoamento bastante irregular do ar. Se fizermos medições precisas do vento próximo à superfície do mar verificaremos que a velocidade do ar a uma certa altura, digamos 10m, da superfície não é constante mas apresenta variações rápidas e aleatórias em torno de um valor médio mais estável. Escoamentos com essas características são chamados turbulentos em Mecânica dos Fluidos. O mesmo comportamento ocorre com a pressão do ar que apresenta pulsos variáveis sobre a superfície da água. Vamos pensar sobre o que acontece quando o vento começa a soprar sobre um mar completamente sem ondas. O processo de geração de ondas na superfície da água ocorre em 2 estágios. PRIMEIRO ESTÁGIO: Inicialmente, o movimento turbulento do ar começa a perturbar o equilíbrio da água pela ação dos pulsos de pressão sobre a superfície. Um pulso de pressão num determinado ponto força a água para baixo, porém se a superfície abaixa num ponto ela tem de subir em outro (pelo princípio da continuidade da massa) e a superfície começa a ―balançar‖. O resultado é o aparecimento de ―marolinhas‖ na superfície da água, ou seja, ondinhas de pequena altura e comprimento curto. (Lembrando: o comprimento de uma onda é a distância entre duas cristas
  • 38. consecutivas e não tem nada a ver com a extensão que a crista da onda tem). Comprimentos curto implicam em períodos igualmente curtos uma vez que o comprimento e o período das ondas estão relacionados entre si. Assim, a medida que o vento continua a atuar sobre a água, tanto a altura quanto o período das ondas vão aumentando. Dois aspectos importantes devem ser ressaltados nesse ponto: (1) A energia das ondas é proporcional a sua altura (na verdade, ao quadrado da altura), assim, quanto maior a onda for, mais energia ela terá. Portanto, o crescimento da altura das ondas implica numa transferência de energia do ar para a água. (2) A velocidade de propagação das ondas no oceano profundo é proporcional ao seu período, portanto, o aumento do período enquanto o mar cresce implica num aumento de velocidade das ondas. Ilustração do Primeiro Estágio de Geração Nesse estágio inicial, as ondas existentes ainda são demasiadamente pequenas (e lentas) para afetar significativamente o vento. Para todos os efeitos, o vento
  • 39. ―acha‖ que está apenas passando sobre uma superfície ―rugosa‖. Entretanto, a partir de um certo momento, as ondas já começam a ficar grandes o suficiente para ―atrapalhar‖ o vento e aí tem início o segundo estágio da geração. SEGUNDO ESTÁGIO: Nesse estágio as ondas já estão grandes o suficientes para afetar o vento, ou seja, agora o vento já não ―acha‖ mais que está passando apenas por uma superfície rugosa, agora ele encontra altos (cristas) e baixos (cavados) que perturbam bastante sua passagem. Por exemplo, se surgir uma crista mais alta no caminho, o vento vai ter de contorná-la para poder passar. É possível até que o escoamento de ar sobre essa crista cause um ―descolamento‖ do jato de ar produzindo um vórtice (redemoinho) na face da onda o qual vai causar uma diferença de pressão entre a parte traseira e dianteira da onda: é como se o vento agora tivesse de ―empurrar‖ a onda para poder passar! Assim, nesse estágio de crescimento do mar, começa a haver um acoplamento entre o vento e as ondas resultando num grande aumento de eficiência do mecanismo de geração de ondas pelo vento e o mar começa a crescer bem mais rapidamente. Novamente, esse crescimento envolve os dois aspectos mencionados acima: crescimento tanto da altura quanto do período das ondas.
  • 40. Ilustração do Segundo Estágio de Geração Os conceitos acima, que são apenas uma parte da história, dão uma idéia da complexidade do processo de geração de ondas pelo vento. Na verdade, essa complexidade se traduz no aspecto ―bagunçado‖ que as ondas tem em alto mar durante uma tempestade onde se vêem ondas super irregulares, vindas de diferentes direções... ondas nada parecidas com as ondas ―perfeitas‖ que sonhamos e que desenhamos tantas vezes no caderno da escola. Vamos pensar um pouco sobre quais devem ser os ingredientes necessários para que o vento produza um mar realmente grande. Certamente a velocidade do vento é um fator importante pelo simples fato de que a quantidade de energia disponível na atmosfera é proporcional a intensidade da corrente de ar. Assim, o primeiro ingrediente para que o mar fique grande é que haja ventos ―fortes‖ sobre o oceano... mas não é só isso. Devemos atentar para o fato de que o processo de transferência de energia do vento para o mar na forma de ondas vai demandar tempo e espaço. Em outras palavras, para que um certo vento seja capaz de gerar um mar realmente grande é necessário que o vento, além de ―forte‖, atue sobre uma área de oceano grande o ―suficiente‖ e por um tempo longo o ―suficiente‖ para que ele consiga transferir sua energia para o mar. A área de oceano sobre a qual o vento atua é denominada pista. Logo, um vento forte atuando numa pista pequena não vai conseguir gerar ondas muito grandes.
  • 41. Figura ilustrativa dos principais aspectos envolvidos na geração de ondas pelo vento Qual seria a ordem de grandeza da velocidade, da pista e da duração do vento para que este consiga gerar ondas grandes? Para termos uma idéia dos valores, no inicio de Junho de 2006 houve uma ressaca super intensa na costa brasileira (alguém lembra dela?) resultado de uma grande ―tempestade‖ (na verdade, um ciclone extratropical) que passou sobre o Atlântico Sul. No ―coração‖ da tempestade, havia ventos de cerca de 100 km/h, a pista do vento foi superior a 1000 km e a tempestade ficou ―bombando‖ sobre o mar por quase 2 dias! Esse evento ilustra bem a ordem de grandeza dos valores em questão. Veja o resultado de um estudo que fizemos sobre esse evento na figura abaixo.
  • 42. A figura da esquerda mostra o vento sobre o Atlântico Sul causado pelo Ciclone Extra-Tropical que gerou a ondulação do início de Junho de 2006. A região em vermelho tem ventos na faixa de 100 km/h. A figura da direita é o campo de Altura Significativa das ondas calculado pelo modelo de geração WW3 que funciona no LaHiMar. No centro da zona de geração a altura significativa chegou a 15 m! Portanto, já temos três fatores básicos que influenciam a geração das ondas pelo vento: a velocidade, a pista e a duração do vento sobre o mar. Porém, o exemplo acima serve também para chamar a atenção para mais um item importante dessa equação. Normalmente, episódios de ventos fortes (―tempestades‖) resultam da passagem de um centro de baixa
  • 43. pressão atmosférica ou, no jargão meteorológico um ―ciclone‖, que pode ser interpretado como um grande redemoinho de ar. [OBS.: Os famosos furacões que assolam a região do Caribe, Cuba, Flórida, etc, são uma modalidade de ciclone chamado de tropical (por ter origem nos trópicos). Felizmente, não há ciclones tropicais no Atlântico Sul, mas os ciclones extratropicais - que tem origem em latitudes mais altas que os trópicos - são freqüentes por aqui.]. Assim, se analisarmos o que acontece na atmosfera quando um ciclone desses está passando, vemos que a tempestade, ela própria, desloca-se com uma certa velocidade. Na verdade, há duas velocidades em jogo aqui: uma é a velocidade dos ventos em cima da água e a outra é a velocidade de deslocamento da tempestade, a qual vai determinar como a pista de vento vai se mover sobre o oceano. Portanto, uma tempestade que se desloque rapidamente vai ter sua capacidade de geração de ondas prejudicada pois a pista vai estar se movendo muito rápido e as ondas que estavam sendo geradas vão sendo ―abandonadas‖ enquanto o vento vai gerar ondas em outro local. Assim, o quarto ingrediente é a velocidade de deslocamento da tempestade. A situação mais drástica ocorre quando a tempestade se move lentamente ou até fica estacionária no meio do oceano. Nesse caso, teríamos a combinação fatal: um vento forte com direção mais ou menos fixa soprando durante um tempo longo numa pista grande que mantém aproximadamente sua posição. Para finalizar, é importante ressaltar uma propriedade muito importante das ondas: uma vez geradas, as ondas criam vida própria e são capazes de ―viajar‖ – ou, mais precisamente, se propagar - pelo oceano transportando a energia que o vento lhes passou. Imaginemos então a seguinte situação: uma tempestade se formou num local longínquo do oceano, gerou
  • 44. suas ondas e depois se esvaneceu (ou, simplesmente moveu-se para outro local). O que vai acontecer com as ondas formadas nessa tempestade ? Ora, elas vão fazer o que sempre fazem: vão se propagar pelo oceano transportando a energia que a tempestade transferiu para o mar! Sob esse ponto de vista, é costume classificar as ondas do mar em dois grupos, Vagas e Ondulações: (1) Vaga (em inglês ―sea‖, a mesma palavra usada para mar) é o termo usado para as ondas encontradas dentro da chamada Zona de Geração e que, portanto, estão sendo atuadas diretamente pelo vento e recebendo energia do mesmo. (2) Ondulação (em inglês ―swell‖) é o nome dado para as ondas que já saíram da Zona de Geração e que estão simplesmente se propagando pelo oceano. [Na Marinha, costuma-se usar a palavra marulho em lugar de ondulação] Essa idéia de classificar as ondas como vagas e ondulações permite introduzir um novo conceito nessa história: a idade das ondas! As vagas seriam ondas ―jovens‖, que nasceram há pouco tempo, enquanto as ondulações seriam ondas mais ―velhas‖ que não tem mais relação com o vento e que podem estar viajando já há muitos dias, se o oceano for grande o suficiente para tal! Na verdade, as ondas ―perfeitas‖ que povoam os sonhos dos surfistas, com aquelas cristas longas e séries bem formadas - como se tivessem sido feitas por uma máquina! - são ondulações ―velhas‖, geradas por alguma tempestade longínqua e que cruzaram alguns milhares de km de oceano para chegar a praia e arrebentar.
  • 45. A física das ondas Parte do esporte surfe é a busca por ondas grandes e interessantes que sejam divertidas para surfar. Essas ondas podem ser enormes, como a Mavericks próxima à costa de São Francisco, que pode chegar a até 15 metros. Outra famosa onda para surfe, a Banzai Pipeline, quebra sobre um recife próximo à costa de Oahu, Havaí. É uma das muitas ondas de mergulho que cria um espaço semelhante a um tubo, ou a um túnel, onde os surfistas podem ficar dentro. Algumas dessas ondas são tão grandes que os nadadores não conseguem nadar nelas com segurança. Chegar a essas ondas envolve esquiar com reboque, ou percorrer a onda sendo rebocado por um jet ski. Não importa se a onda é grande ou se seu formato é interessante; o fato é que ela se forma devido a dois fatores básicos: - A interação entre vento e água - A interação entre água e terra A terceira influência é a maré. Muitos fatores diferentes contribuem para as marés da Terra, mas a atração da gravidade da Lua na Terra é a maior. Existem também outros fatores que podem contribuir para a formação de tsunamis e outros tipos raros de ondas, mas o vento, a água e a terra fazem a maior parte do trabalho quando se trata das ondas usadas para surfar. Para entender como são formadas, é útil conhecer alguns fatos básicos sobre as ondas do oceano. As ondas são essencialmente energia que se move através da matéria. Se você observar a seção transversal de uma onda idealizada do oceano, percebe que ela se assemelha a uma onda transversal. A parede da onda move-se para cima e para baixo, que é perpendicular da
  • 46. esquerda para a direita, direção para a qual a própria onda se move. Mas as ondas do oceano são um pouco mais complicadas do que as ondas transversais comuns. Elas são ondas progressivas orbitais. As moléculas de água que formam a onda movem-se em círculos, ou órbitas, à medida que a onda avança. Você pode visualizar esse movimento lembrando-se das partículas próximas à parede das ondas. Se a onda está passando na sua frente da esquerda para a direita, as partículas movem-se em círculo no sentido horário. Elas movimentam a onda para cima, através de sua crista, e para baixo, na sua depressão. As ondas orbitais do oceano começam quando o vento
  • 47. sopra no mar aberto. Um vento leve não produz tanto efeito - ele forma ondulações na água que se espalham da mesma forma que as ondulações em uma lagoa ou um tanque de peixes. Mas quanto mais forte for o vento, mais ele fará pressão contra a água. Ele transfere a energia à água à medida que ela forma picos e capas brancas na superfície da água. Essa região de capas brancas é confusa e a água pode mover-se rapidamente em direções aleatórias. Os picos agitados dão ao vento mais área de superfície na qual ele pode se prender, o que faz o vento forçar a água para dentro de capas ainda maiores. A altura e o formato das capas brancas originam-se de três fatores principais: - O tempo que o vento soprou sobre a água a força com que soprou - A área de superfície do oceano que o vento afetou, ou o alcance Um vento muito forte que sopra por um longo período sobre uma vasta extensão do oceano levará a grandes capas brancas espumosas. Elas, conseqüentemente, tornam-se ondas grandes, motivo pelo qual as condições de surfe geralmente ficam boas após uma tempestade no mar. Os dados de satélite usados para rastrear ventos superficiais do espaço ajudam os meteorologistas informarem o local onde o surfe será excelente, com base nos padrões de tempo no oceano. Arrebentações Já que esses picos mudam de acordo com o vento, eles gastam parte de sua energia com os movimentos. Isso faz com que os picos fiquem mais suaves em ondas compridas cilíndricas. As ondas compridas chocam-se umas contra as
  • 48. outras, e algumas delas unem-se através da interferência construtiva. As ondas cilíndricas maiores começam a mover-se quase na mesma direção que o vento corrente que originalmente criou as cristas espumosas da onda. As ondas compridas transformam-se em arrebentações quando atingem águas mais rasas. Isso pode ocorrer no contorno da costa, em um ponto que se estende no oceano ou quando as ondas passam por um obstáculo, como um banco de areia ou um recife. Aqui vai o que acontece quando a onda atinge a água que está na metade da profundidade de seu comprimento: - As ondas compridas tornam-se mais lentas à medida
  • 49. que a água abaixo delas fica mais rasa. Como resultado, as ondas ficam mais próximas, semelhante a uma fila de carros, que ficam mais próximos se o carro da frente diminui a velocidade; - O ponto principal da onda comprida fica cada vez mais vertical à medida que diminui a velocidade, enquanto o ponto de arrasto continua parecendo uma inclinação cilíndrica; - As ondas ficam maiores quando a superfície é sólida sob elas e a energia das ondas empurra a água para cima. Conseqüentemente, a onda forma crista, ou quebra - o retorno rápido da onda derruba a parte frontal mais lenta da onda. O contorno exato do fundo do mar possui uma diferença dramática de como as ondas quebram. Se a margem inclinar-se levemente para cima, a onda cairá suavemente quando formar a crista. Uma inclinação exagerada pode fazer com que as ondas quebrem repentina e dramaticamente. As ondas com crista podem percorrer milhares de quilômetros até chegarem à margem e tornarem-se apropriadas para o surfe. Elas têm uma quantidade enorme de força. Por essas e outras razões, podem ser perigosas até mesmo para surfistas experientes. A seguir, trataremos da segurança do surfe e dos perigos inerentes ao oceano. Ventos que se dirigem à praia e ventos que se dirigem à terra. Além de criar as ondas no mar aberto, o vento pode ter um efeito dramático sobre o surfe na praia. Um vento maral, ou um vento que sopra em direção à terra, pode fazer com que as ondas quebrem em uma espuma agitada que os surfistas não conseguem controlar. Um vento terral, por outro lado, sopra em direção às ondas. Quando o vento terral é suave, geralmente considera-se que o tempo estará bom para a prática do surfe.
  • 50. Ondas em águas rasas: conceitos básicos Em águas mais rasas, a característica das ondas de ter uma parte da sua altura acima do nível médio (crista) e outra abaixo desse nível (cavado) fica alterada. Como certamente toda a galera do surf já percebeu, próximo a arrebentação, a onda fica quase que totalmente acima do nível médio e apenas uma pequena parte do cavado (algumas vezes) ainda é perceptível a olho nu. É como se o fundo do mar próximo a praia "empurrasse" a onda para cima forçando o cavado a se aproximar do nível médio e forçando a crista a subir. Em algumas praias - como no pico de Teahoopo no Taiti - algumas ondas quebram com um remanescente do cavado ainda considerável dando a impressão de que há uma depressão na frente da crista. Um complicador extra é que, nos últimos metros antes do ponto de arrebentação, as ondas sofrem transformações bem rápidas na sua forma (logo, na sua altura) e, portanto, uma medição precisa da altura duma certa onda próximo ao ponto de arrebentação dependeria de quando exatamente se deseja fazer a medida. Normalmente, quando a galera do surf se refere a "altura" duma onda está subentendido que é a altura no momento do início da arrebentação. A princípio, se nós conseguíssemos registrar a posição da superfície do mar próximo ao ponto de arrebentação das ondas (sem destruir o ondógrafo no processo...), a mesma definição de altura usada em alto mar poderia ser usada no raso e o problema estaria resolvido. Não sendo possível fazer tal medição, tem-se que recorrer a outros meios menos precisos - como, por exemplo, estimativas visuais - e, é aí que surgem as controvérsias... Por exemplo, a declividade da "face" da onda no início da arrebentação pode dificultar a estimativa da sua altura. No caso
  • 51. duma onda "gorda", com arrebentação "deslizante", pode ficar difícil avaliar onde exatamente termina a "face" da onda para se estimar sua altura. Já no caso duma onda "tubular" a altura no início da arrebentação é mais facilmente avaliada, pois fica mais fácil enxergar o fim da "face" da onda. Surgem assim, no meio da galera do surf, métodos bastante curiosos como, medir a altura da onda por trás (?), confundir a altura (que deve ser medida na vertical) com o comprimento (inclinado) da "face" da onda ou, ainda, usar "escalas" engraçadas do tipo "metros bem servidos" ou "pés havaianos" - parece que 3 "pés havaianos" corresponderiam a uns 5 ou 6 "pés brasileiros"... - , etc... Todo esse folclore perde o sentido se aplicarmos ao instante do início da arrebentação a definição científica da altura duma onda que é : a diferença de nível entre sua crista e seu cavado. Outro aspecto importante - e que causa certa confusão na galera - refere-se à questão da unidade de comprimento usada para expressar a altura das ondas. Dois sistemas de unidades são utilizados no mundo: o sistema métrico e o sistema inglês (que usa jardas, pés e polegadas). Primeiramente, deve-se observar que a altura das ondas (ou das pessoas ou de qualquer coisa...) não pode ser alterada pelo sistema de unidades que se escolhe: 1 metro corresponde a 3,28 pés, portanto, uma onda de 1 metro terá 3,28 pés de altura esteja ela no Havaí, na Califórnia, na Austrália ou no Brasil. Por questões históricas, a galera do surf, no Brasil e em outros países, prefere usar o sistema inglês e medir ondas e (pranchas!) em pés (e polegadas!). A princípio não há nada errado com isso a não ser o fato de que estamos todos indo contra a tendência internacional que é de eliminar o sistema inglês em favor do sistema métrico. No meio científico, por exemplo, o sistema inglês já foi completamente banido! O motivo principal é que o sistema métrico é decimal (1 metro tem 10 decímetros, 100 centímetros e 1000 milímetros) enquanto o inglês não é (1 jarda tem 3 pés e 1 pé tem 12 polegadas). Um sistema
  • 52. decimal é mais fácil de entender e trabalhar. O segundo motivo é que, exceto nos países de língua inglesa, todo o resto do mundo usa o sistema métrico e, por isso, este é o sistema internacional. Na verdade, os Estados Unidos tem se esforçado para implantar o sistema métrico, mas isso não é uma tarefa fácil pois a resistência do público é grande. No projeto PIC ("Programa de Informação Costeira - on line"), nós utilizamos o sistema métrico e, por isso, as alturas das ondas são sempre expressas em metros. Finalizando, devemos chamar a atenção para o fato que a nossa bóia medidora de ondas está localizada a 35 km da costa e em 80 m de profundidade, portanto, as condições de mar medidas por ela referem-se, praticamente, a condições de alto mar. Para chegarem à praia as ondas ainda tem que se propagar por sobre a chamada plataforma continental que é uma parte do fundo do mar relativamente rasa que margeia os continentes. Nessa passagem as ondas são afetadas pelo fundo sofrendo o efeito de vários fenômenos físicos que transformam as características que elas tinham originalmente em alto mar. Um dos principais fenômenos é a refração a qual é capaz de redirecionar a energia transportada pelas ondas criando zonas de focalização, onde as ondas são amplificadas, e desfocalização, onde elas são diminuídas. Assim, através do fenômeno da refração, o relevo submarino da plataforma continental vai efetivamente modelar as ondas oceânicas no trecho final da sua viagem até a praia. Portanto, a "tradução" das condições de onda medidas em alto mar para condições numa determinada praia só pode ser feita a partir do estudo dessas transformações. Este estudo já está sendo feito no Laboratório de Hidráulica Marítima da UFSC e, em breve, estaremos disponibilizando informações sobre condições de onda em águas mais rasas ao longo da costa de Santa Catarina. Explicações mais detalhadas sobre a refração (e outros
  • 53. fenômenos) serão tema dum próximo texto, por enquanto, é importante apenas salientar que a intensidade do efeito da refração sobre as ondas depende diretamente do seu período (e não da sua altura!); em outras palavras, ondas de período longo serão muito mais afetadas pela refração do que ondas de período curto. Portanto, conforme mencionamos anteriormente o período das ondas é um dado de fundamental importância para se entender o que acontece com as ondas na sua viagem até a praia. Leitura das Ondas O surfista deve saber identificar se a onda é uma "esquerda" ou uma "direita". Esquerda: quando você estiver olhando de frente para onda e ela quebrar da esquerda para direita essa onda é uma esquerda Direita: ao contrário, ou seja, quando você estiver de frente pra ela e ela quebrar da direita para esquerda essa onda será uma "direita". Decifrando o swell Quando o assunto é a previsão, sempre pinta os ―gurus do surf‖, que sempre acham que sabem tudo de direção e swell, por diversas vi vários surfistas se sentido meio constrangido por não saber interpretar os famosos mapas de previsão. De onde o vento ou o swell vêm. Na comunidade marítima, direções são sempre definidas como a direção de onde o swell ou o vento estão vindo, não pela direção para onde estão indo. Graus usados são realmente graus, com o
  • 54. norte a 0 ou 360º (a partir daí contando no sentido horário), leste a 90º, sul a 180º e oeste a 270º. Nordeste pode estar em qualquer lugar entre 0 e 90º, sudeste entre 90 e 180º, sudoeste entre 180 e 270º e noroeste entre 270 e 360º. Período do Swell A variável tri-dimensional mais negligenciada. A maioria dos surfistas olha para as ondas de uma perspectiva bi- dimensional: tamanho da onda e direção. Mas as ondas precisam ser analisadas de uma perspectiva tri-dimensional, que também inclui o período do swell. Essa variável é o fator X. É a variável que determina o fazer ou o quebrar e tem um papel enorme no tamanho do swell. Isso por que: 1. Definhamento de ondas e a viagem. Quanto mais longo o período do swell, maior a energia que o vento transferiu para o oceano. Swells de períodos longos são capazes de segurar mais energia conforme viajam grandes distâncias cruzando o oceano. Swells de período curto (menos de 14 segundos entre as cristas das ondas) declinam conforme viajam pelo oceano e, portanto, são mais suscetíveis à diminuir por ventos opostos ou mares. Swells de período longo (maior do que 14 segundos) viajam com mais energia por baixo da superfície do oceano e há menos baixa, para que eles possam passar facilmente por ventos opostos e mares sem se afetar muito. 2. Conservando energia. Swells viajam como um grupo se ondas ou ―em séries‖. Conforme o swell caminha, a onda da frente da série diminui de velocidade e cai para a última do grupo enquanto as outras ondas seguem em frente para conseguir essa posição. Aí a próxima onda na frente vai para trás e outra toma sua posição – como um cinto transportador
  • 55. que também segue em frente. É uma processo um pouco similar à técnica usada por corredores de bicicletas ou carros e possibilita que a séria conserve sua energia enquanto viaja grandes distâncias através do oceano. Trabalhando juntos para manter a energia. 3. Velocidade da onda. A velocidade do swell ou da série pode ser calculada multiplicando o período do swell [lembrando: tempo entre as cristas] por 1,5. Por exemplo, um swell ou série com um período de 20 segundos viaja a 30 nós nas águas profundas. Um swell com um período de 10 segundos viaja a 15 nós. As ondas individualmente na verdade se movem duas vezes mais rápido do que a série ou o swell, logo a velocidade de uma onda isolada pode ser calculada multiplicando o período do swell por três. Então uma onda sozinha, com um período de 20 segundos, viaja a 60 nós pelas profundezas. De novo, pense na série como o cinto transportador que se move sempre à frente. 4. Precursores. Ondas de períodos longos se movem mais rapidamente do que ondas de período curto, então elas chegaram primeiro. As precursoras são as primeiras ondas do swell que viajam mais rápido do seu corpo principal. Geralmente, essas antecedentes são pulsos de energia com períodos de 18 a 20 segundos ou mais. O pico de energia de uma série geralmente alcança 15 a 17 segundos. O período do swell constantemente cai durante seu ciclo de vida conforme ele vai chegando à costa. Quanto maior a distância percorrida, maior a separação na chegada entre as ondas precursoras e o cume do swell. Freqüentemente essas primeiras ondas a chegarem medirão apenas alguns centímetros mas poderão ser medidas pelas bóias e outros instrumentos oceanográficos sensíveis, algumas vezes você pode senti-las como um impacto
  • 56. leve no quebra-mar ou outras pedras. Surfistas com o olho afiado podem senti-las como um movimento do oceano com uma ondulação e correnteza extra. Mesmo com apenas alguns centímetros, essas antecedentes constituem grande quantidade de energia. LOLA usa dados da bóia em tempo real para separar essas ondas minúsculas do resto do swell, para conseguir identificar os primeiros sinais de um novo swell – antes que possamos vê-lo na praia. 5. Período do swell e profundidade do oceano. A profundeza na qual as ondas começam a sentir o fundo do oceano é metade do comprimento entre as cristas das ondas. Esse comprimento e o período do swell estão diretamente relacionados, logo podemos usar o período do swell para determinar a profundidade exata na qual as ondas começarão a sentir o fundo. A fórmula é simples: pegue o número de segundo entre os swells, eleve-o ao quadrado e aí multiplique por 2,56. O resultado é igual à profundidade em que as ondas começam a sentir o fundo do mar. Um swell de 20 segundos começará a senti-lo a 1,024' de água (20 X 20 = 400. E 400 X 2,56 = 1,024 pés). Em algumas áreas ao longo da Califórnia, isso acontece a quase 18 km da costa. Uma onda de 18 segundos sente o fundo a 829' de profundidade, uma de 16 segundos a 656', uma de 14 segundos a 502', uma de 12 segundo a 367', uma de 10 segundos a 256', uma de oito segundos a 164', uma de seis segundo a 92 pés e assim por diante. Como percebido acima, ondas de períodos longos são bem mais afetadas pelo fundo do mar do que as de período curto. Por essa razão, chamamos os swells de período longo de swell de chão (geralmente 12 segundos ou mais). Chamamos swells de período curto de swells de vento (11 segundos ou menos) porque eles são sempre gerados por ventos locais e geralmente não podem viajar mais do que algumas centenas de quilômetros antes de se
  • 57. dissiparem. Swells de chão de longo período (especialmente 16 segundos ou mais) tem a habilidade de assentar muito mais num pico de surf, algumas vezes 180º, enquanto swells de vento de períodos curtos não tem tanta capacidade porque só sentem o fundo quando é tarde demais. 6. Banco de areia. Quando as ondas se aproximam de águas rasas perto da costa, seu eixo mais baixo começa a se arrastar pelo fundo do oceano e o atrito diminui sua velocidade. A energia da onda abaixo da superfície do mar é empurrada para cima, causando o aumento do tamanho das ondas. Quanto maior o período do swell, mais energia há embaixo d'água. Isso significa que ondas de períodos longos crescem muito mais do que as de período curto. Uma onda de 3 pés, com um período de 20 segundos, pode se tornar uma onda que quebrará com 15 pés (mais do que cinco vezes seu tamanho por baixo da água dependendo da batometria do chão do oceano). Conforme as ondas passam por águas rasas, elas se tornam íngremes e instáveis quanto mais energia é empurrada para cima, por fim alcançando um ponto em que as ondas quebram nas profundezas com 1,3 de sua altura. Uma onda de 6 pés quebra em 8 pés de água. Uma onda de 20 pés quebra em 26 pés de água. Uma onda que viaja por um fundo gradativamente raso se esfarelará facilmente, quebrando devagar. Enquanto uma onda que viaja por um fundo que de repente se inclina, como um recife, resultará em uma onda mais rápida e cavada. Conforme as ondas caminham para águas rasas, a velocidade e seu espaçamento diminuem (as ondas ficam mais devagar e mais próximas), mas o período do swell continua o mesmo. 7. Refração. Ondas focam a maioria de sua energia em águas rasas. Quando uma onda arrasta sua parte inferior por um
  • 58. fundo irregular, a porção da onda que se arrasta por águas rasas diminui de velocidade enquanto a porção que passa por águas mais profundas se mantém. A parte da onda que estava sobre águas profundas começa a se assentar ou curvar em direção às águas rasas – basicamente como as ondas curvam ou inclinam perto de pontos como Rincon ou Malibu. Esse processo é chamado refração. Gargantas de águas profundas podem aumentar significativamente o tamanho das ondas conforme a porção do swell se move mais rapidamente pela parte funda e se curva e se converge com a porção do swell sobre águas rasas. Isso multiplica a energia nessa parte da onda, causando seu crescimento conforme ela se aproxima da costa. O efeito de um ponto profundo perto da praia é freqüentemente o motivo pelo qual vemos ondas enormes ao longo de um trecho de uma praia, enquanto talvez apenas a alguns metros as ondas são consideradas menores. Isso acontece em picos como Black e El Porto ao sul da Califórnia, e Mavericks ao norte. Lembre-se, quanto mais longo o período do swell, mais as ondas serão afetadas pela batometria do fundo do mar, mais elas se assentaram ao pico e mais as ondas crescerão em águas profundas. Como analisar as previsões
  • 59. Qualquer surfista que queira estar nas melhores ondas cada vez que entra um swell, precisa obrigatoriamente de saber "ler" as previsões de forma a saber quando e onde irão quebrar as melhores ondas. Hoje encontra-se pela Internet variadíssimos sites que disponibilizam essa informação com bastante precisão. O problema é que para quem vê um site de previsões pela primeira vez, como o Wind Guru por exemplo, não percebe muito bem o que significam aquela quantidade industrial de setas e números que estão por lá. Assim sendo, e usando como exemplo o WindGuru, há 5 informações importantes a ter em conta: Velocidade do vento: É a velocidade com que o vento sopra. Direção do vento: É a direção de onde sopra o vento. Ondulação: É o tamanho da ondulação ou swell. Direção da vaga: É direção de onde vem a ondulação. Período da vaga: É a distancia medida em segundos entre duas vagas. A velocidade do vento vem descrita em Kms ou Nós (opcional no site), quanto mais baixo for o numero, menos vento se prevê. Normalmente, quanto menos vento, melhor para o surf. A direção do vento vem assinalada com uma seta, que indica de onde vem o vento. Para perceber isto é só imaginar que estamos a ver um mapa de Portugal visto de cima sem esquecer a Rosa dos Ventos. O melhor vento é o que sopra de terra para o mar. Se estivermos na Costa de Caparica, a seta indicará ou seja o vento vem de Leste, o melhor vento para esta praia.
  • 60. A ondulação está descrita em Metros ou Feet (opcional no site) e representa o tamanho das vagas antes de chegarem à praia e se transformarem em ondas. A direção da ondulação vem assinalada com uma seta. Se a ondulação for pequena, por exemplo 1m, é aconselhável procurar praias que fiquem mesmo de frente para a direção da ondulação. Se a seta indicar significa que vem de Oeste. A Costa de Caparica é um exemplo de uma praia virada para Oeste. Se a ondulação for grande, por exemplo 3 ou 4m, é necessário procurar praias que estejam viradas noutras direções ou mais protegidas da entrada direta da ondulação. O período da vaga é medido em segundos. É dos dados mais importantes na leitura das previsões. Quanto mais alto o numero que assinala o período, melhor as condições para o surf. Um período muito baixo, por exemplo 5 ou 6 segundos, significa que a ondulação não tem energia ou força suficiente para produzir ondas de qualidade. Um período de 11 a 15 segundos significa que cada onda vem bem separada da outra, logo com mais consistência, energia e boa formação. "Lidas" as previsões e escolhida a praia que receba o melhor vento e ondulação , é só procurar o spot com os melhores fundos, estar lá à hora certa da maré para faturar umas ondas! Medida das Ondas 1 pés = 30,48 centímetros > 0,30 metros 2 pés = 60,96 centímetros > 0,61 metros 3 pés = 91,44 centímetros > 0,91 metros 4 pés = 121,92 centímetros > 1,22 metros 5 pés = 152,40 centímetros > 1,52 metros
  • 61. 6 pés = 182,88 centímetros > 1,83 metros 7 pés = 213,36 centímetros > 2,13 metros 8 pés = 243,84 centímetros > 2,44 metros 9 pés = 274,32 centímetros > 2,74 metros 10 pés = 304,80 centímetros > 3,05 metros 11 pés = 335,28 centímetros > 3,35 metros 12 pés = 365,76 centímetros > 3,66 metros 13 pés = 396,24 centímetros > 3,96 metros 14 pés = 426,72 centímetros > 4,27 metros 15 pés = 457,20 centímetros > 4,57 metros Perigos do surfe Ondas fortes e altas que quebram completamente estão no coração do surfe. Contudo, as qualidades que tornam essas ondas fascinantes também podem torná-las perigosas. As ondas começam a quebrar quando atingem a água que está 1,3 vezes a sua altura. Em outras palavras, mesmo que a onda pareça estar longe da margem, a água sob ela não é muito profunda. Além disso, como muitas ondas quebram sobre os recifes de corais, a superfície sob a água pode ser pontiaguda e recortada. Os surfistas que caem ou se soltam da prancha podem atingir com força obstáculos submersos ou a superfície dura debaixo d'água. A própria água também pode ser perigosa. A água que atinge a margem deve voltar ao mar e, em condições adequadas, essa água em retirada pode formar uma ressaca do mar. Ressaca do mar é o movimento rápido da corrente em direção ao mar aberto. Os nadadores que são surpreendidos por uma ressaca podem ser arrastados para tão longe que não conseguem nadar de volta, ou que ficam exaustos lutando contra a corrente. A maioria dos especialistas recomenda que as pessoas nadem paralelamente à margem para escaparem do puxão de uma ressaca.
  • 62. Conforme as áreas de surfe vão ficando mais lotadas, os surfistas também correm um grande risco de baterem uns nos outros. Essa é uma das razões que fazem surfistas responsáveis seguirem um código de etiqueta, que determina quem tem o direito de passagem em uma onda. Embora essas orientações possam variar de acordo com a praia, geralmente o surfista mais próximo da quebra das ondas tem o direito de passagem. Se um surfista já está em pé em uma onda, ele tem prioridade sobre os demais. Mesmo que todos os surfistas em uma área estejam seguindo as orientações, ainda existe a possibilidade de colisão. Isso é particularmente verdade se o surfista cair fora da prancha e perdê-la. Além disso, os surfistas podem ir de encontro com entulho e lixo que flutuam na água. Esse é um dos motivos que fizeram os surfistas criarem organizações, como o Surfers Against Sewage, pela luta de uma água mais limpa. Outro perigo comum do surfe são os animais selvagens naturais do oceano. Algumas pessoas associam os ataques de tubarão ao surfe, mas esses ataques são relativamente raros. Contudo, os tubarões realmente vivem próximos de muitas áreas populares de surfe, e fica fácil o tubarão confundir um surfista com um de seus alimentos. Os surfistas também podem encontrar água-viva, raia e outros animais marinhos que podem morder ou ferroar. Noções de segurança - Não surfar perto dos banhistas; - Não surfar logo após as refeições; - Utilizar sempre protetor solar; - Utilizar sempre o leash; - Respeitar os surfistas locais;
  • 63. - Ter conhecimento prévio sobre a praia que você vai surfar, conhecer as correntes os possíveis canais e o fundo. Se possível conversar com locais; - Se você não for experiente nunca surfe perto de pedras, piers e plataformas; - De preferência não surfe sozinho, principalmente quando as ondas estiverem grandes. Observe as condições Por ser um esporte que não depende somente da vontade do surfista, existem vários fatores externos que precisam se conjugar para que se possa praticá-lo. Nem sempre o mar e/ou o vento apresentam condições favoráveis a pratica do surf na praia mais próxima de sua casa ou seu pico predileto. De acordo com o posicionamentos geográfico das praias, as influências dos ventos, marés, correntes e a direção do swell, variam muito, portanto, você deve conhecê-los bem para ir ao local certo e fazer um bom surf. O nome dos ventos e das correntes é dado de acordo com a origem dos mesmos. Ex.: Vento que nasce no leste chama-se vento leste.
  • 64. Um dos maiores erros que a maioria dos surfistas de nível intermédio comete é não observarem as condições convenientemente antes de entrarem na água. Entram onde está o crowd porque é ai que as ondas supostamente estão. Mas só isso não chega para saber onde é que vão quebrar as melhores ondas. Passam horas na água com poucas ondas surfadas e atribuem a culpa disso a outros fatores quando a maioria das vezes é por não saberem onde as ondas estão. Do tempo que um surfista despende com o surf, seja a escolher ou a namorar pranchas, fatos, a ver previsões na net, filmes ou outra coisa qualquer, observar as condições durante 10 a 15 minutos antes de cada surfada é sem duvida o tempo mais precioso que um surfista pode despender. Enquanto põem wax na prancha, mudam as quilhas, vejam o mar. Mas então o que é que devem procurar quando observam as condições? Ficam aqui algumas dicas para faturarem mais ondas no pico: 1 - Verem onde está o melhor pico e marcarem um ponto de referencia em terra (bar da praia, chapéu de sol, carros etc) que permita, quando estiverem na água, alinharem-se com essa referencia. Assim, se depois de apanharem uma onda o mar flatar por uns minutos, ou andarem um pouco perdidos, vão saber para onde remar e esperar pelo próximo set. 2 - Definirem a melhor forma de acesso ao pico, seja para entrar seja para regressar ao pico após cada onda surfada. Isto vai fazer com que cheguem mais depressa lá fora e com isso mais ondas podem apanhar. É da máxima importância saberem onde estão os canais. São eles que vos impedem de levar uma carga de porrada!
  • 65. 3 - No pico escolhido, quais são as melhores ondas. Se a zona de outside ou de inside ou ambas, se esquerdas ou se direitas. Que ondas proporcionam o maior numero ou qualidade de manobras. Vejam o que é que os melhores surfistas apanham e em que zona do pico é que esperam pelas ondas. 4 - Não andem feitos baratas tontas de um lado para outro. Há surfistas que ao verem uma elevaçãozinha de nada a dar ao lado deles noutro pico, vão logo para lá. Mantenham-se no pico de acordo com o plano que traçaram de inicio. Só se deixar de dar ondas ou a qualidade do pico inicial piorar é que devem procurar outro. E para isso vão à areia ver onde está e como está esse pico alternativo, recomeçando o processo do inicio. 5 - Se as ondas estiverem com algum tamanho, mesmo que seja na vossa praia favorita que conhecem bem, percam esses 10 a 15 minutos a ver como estão as condições. As ondas dizem-nos tudo o que precisamos de saber. Só temos de perceber a mensagem. Para isso precisamos de tempo para a ler! Como funcionam as correntezas As correntezas são responsáveis por cerca de 150 mortes por ano nos Estados Unidos. Na Flórida, matam mais pessoas por ano do que tempestades, furacões e tornados juntos. Elas são a preocupação número um dos salva-vidas nas praias: cerca de 80% de todos os resgates nas praias são relacionados às correntezas. Apesar das estatísticas alarmantes, muitos nadadores não sabem absolutamente nada sobre as correntezas e não fazem idéia do que fazer para sobreviver quando pegos em uma delas. Neste artigo, veremos o que causa as correntezas, como você pode reconhecê-las e o que fazer se uma delas te arrastar para o mar aberto.
  • 66. Uma correnteza é uma corrente de água forte e estreita que corre na perpendicular em relação à praia e em direção ao mar aberto. Essas correntes podem ter de 61 a 762 m de comprimento, mas geralmente não medem mais do que 9 m de largura. As correntezas se movem em uma boa velocidade, geralmente 8 km/h ou mais. Essas correntes geralmente são chamadas de maré alta, mas esse nome não é apropriado. As marés são a subida e a descida dos níveis de água no oceano. São primariamente causadas pela força gravitacional da lua, e mudam de maneira gradual e previsível todos os dias. As correntezas são causadas pelo formato do contorno da costa e podem ser repentinas e imprevisíveis. As correntezas também podem ser chamadas de "ressaca", outro termo incorreto. Ressaca é a descrição de uma corrente de água que puxa você para o fundo do mar. As correntezas se movem pela superfície da água, puxando você diretamente para o mar aberto, mas não para debaixo da superfície da água. Porém, uma correnteza pode te derrubar em água rasa, e se você ficar agitado e desorientado, pode acabar sendo puxado em direção ao chão. Mas se relaxar seu corpo, a corrente provavelmente vai te manter na superfície. As correntezas são assustadoras porque te pegam desprevenido: em um momento você está flutuando perto da rebentação, e no outro você está sendo sugado para o mar aberto em alta velocidade. Elas ocorrem em todos os tipos de clima e em uma grande variedade de praias. Ao contrário das ondas violentas, que quebram, provavelmente você não vai notar uma correnteza até que esteja no meio dela.
  • 67. As correntezas são ocorrências irregulares, mas nascem nas ondas do mar comuns, corriqueiras. Em seu nível mais básico, é possível pensar nas ondas do mar como oscilações da água que se movimentam. Uma força externa (geralmente o vento) impulsiona o mar, dilatando a água, que então se move para frente na superfície do oceano. A energia da onda, que pode aumentar com a pressão adicional do vento, é passada de molécula para molécula na água. A água em si não se move, a energia sim. Por fim, algumas ondas encontram a terra. Em áreas com a costa rochosa, a onda "arrebenta" conforme se inclina. Em uma praia de areia com uma leve inclinação, a onda simplesmente sobe o aclive. O aclive da praia suga toda a energia da onda, e a água por fim desce de volta para o mar - em outras palavras, a água encontra seu próprio nível outra vez. Geralmente, esse fluxo vazante de água se move com força mínima. O leve declive da praia esparrama a força sobre uma grande distância, então ele não é forte em um ponto específico. E como é mais fraca do que a força oposta das ondas que chegam, o fluxo vazante geralmente não carregam uma pessoa para o mar aberto. A correnteza acontece quando o fluxo vazante se concentra em um determinado lugar, em um determinado momento. Há várias coisas que podem causar isso, mas a mais comum é uma ruptura em um banco de areia. Bancos de areia são elevações compridas e estreitas de areia acumulada na parte externa da costa. Eles são formados pelo movimento das ondas e das marés. Quando um grande banco de areia se forma, ele produz um tipo de bacia ao redor da costa. As ondas se movem para cima do banco de areia com força suficiente para empurrar a água para dentro da bacia, mas a vazante encontra dificuldade
  • 68. para passar por cima do banco e voltar para o oceano. É parecido com uma banheira com o ralo fechado: assim como a água na banheira é puxada para baixo pela gravidade mas é bloqueada pela tampa do ralo, a onda vazante é puxada para fora pelo oceano (e pela gravidade), mas não sai do lugar por causa do banco de areia. Em alguns casos, a pressão para trás da água vazante é forte o bastante para passar por parte do banco de areia. Em outros casos, a água flui em sentido paralelo à praia até encontrar um ponto mais baixo no banco de areia. Nos dois casos, a água que se acumulou na bacia sai rapidamente em direção ao mar aberto quando encontra uma passagem, da mesma maneira que a água da banheira sai quando você tira a tampa do ralo. A correnteza resultante suga a água da bacia e cospe para fora do outro lado do banco de areia. Como as ondas continuam jogando mais água entre o banco de areia e a praia, a correnteza pode continuar por vários minutos, ou até mesmo horas. Algumas correntezas são breves, mas outras fazem parte de uma determinada área. Geralmente, a parte mais forte de uma correnteza é a linha direta entre a borda da água e a abertura no banco de areia, mas a corrente puxa água de qualquer lado da bacia. Assim, uma correnteza pode puxar você de lado, em sentido paralelo à praia, antes de puxá-lo para fora, para longe da praia. Quando a onda vazante passa pela abertura no banco de areia e encontra a água que está no mesmo nível que o seu, sua pressão imediatamente diminui. Em geral, o desenho que o fluxo de água faz é o de um cogumelo. Dependendo da gravidade, você pode até chegar a ver uma correnteza da praia. Correntezas fortes rompem ondas e levantam a areia do fundo do mar. Quando você estiver na praia, preste atenção em faixas estreitas e turvas no mar onde
  • 69. não houver ondas rebentando. Se você for pego por uma correnteza, é fundamental não entrar em desespero. O primeiro instinto pode ser nadar contra a corrente, de volta à água rasa. Na maioria dos casos, mesmo que seja um exímio nadador, só vai ficar exausto. A corrente é muito forte para bater de frente. Ao invés disso, nade de lado, paralelo à praia (veja a ilustração abaixo). Assim você vai conseguir sair da corrente estreita, e voltar nadando para a praia com a ajuda das ondas. Se for muito difícil nadar de lado enquanto você estiver sendo puxado pela água, não faça nada e espere que a corrente o carregue para fora do banco de areia. A água será bem mais calma fora do banco de areia, e você conseguirá se livrar da correnteza antes de voltar para dentro dele. As pessoas se afogam quando se agitam na água ou gastam toda a energia nadando. Para sobreviver a uma correnteza, ou a qualquer problema na água, é preciso manter a calma e conservar a energia. Se você achar que não vai conseguir nadar de volta para a praia, passe da correnteza e mantenha a cabeça fora da água. Peça ajuda, faça sinal para as pessoas na praia, e se nada funcionar, espere até as ondas te levarem de volta. Se você estiver na praia e vir uma pessoa presa em uma correnteza, peça ajuda para um salva-vidas ou para a polícia. Não entre na água e saia nadando até a pessoa. É muito arriscado nadar no mar aberto sozinho, a menos que você tenha um bote, uma prancha de bodyboarding ou um equipamento salva-vidas. A maneira mais eficiente de combater correntezas é seguir algumas regras de segurança básicas para a natação: nunca entre sozinho no mar, e se não for um nadador forte, fique em águas rasas (apesar de que até mesmo as águas rasas podem ser perigosas). O ideal é que você nade somente nas áreas onde há um salva-vidas ou nadador experiente na praia
  • 70. que possa tomar conta de você. Se planeja ir para a praia, é uma boa idéia aprender tudo o que puder sobre correntezas. Afinal, elas são a causa número um das mortes nas praias.
  • 71. Os perigos nas correntes de retorno Todo surfista gosta de observar o mar. O conhecimento dos processos que acontecem no mar podem nos auxiliar nos momentos de surf, por isso quero mostrar um pouco sobre as correntes de retorno. As correntes de retorno, ou rip currents, são definidas como o refluxo do volume de água que retorna para o mar em virtude da força gravitacional e podem alcançar velocidade superior a 3m/s. Para se ter idéia, esta velocidade é muito superior ao recorde olímpico de Cesar Cielo, que nadou a aproximadamente 2,3m/s! As correntes deste tipo ocorrem em todos os tipos de praia, variando com a topografia do fundo, a altura e período das ondas, a proximidade da arrebentação com a linha de costa, a intensidade de correntes laterais e ainda, a existência de lajes de pedra ou coral próximos à linha de arrebentação. Algumas correntes de retorno dissipam muito próximo à praia, enquanto outras podem continuar por centenas de metros. Figura 1. Falso aspecto de calmaria pode identificar a corrente de retorno (Fonte: reprodução Facebook).
  • 72. Algumas características que podem auxiliar na identificação das rip currents são: – Junção de duas ondas provindas de sentidos opostos; – Formação de ondas mais cavadas durante a maré baixa; – Ocupação de uma faixa maior de areia, devido ao maior volume de água, provocando uma sinuosidade ao longo da praia (boca da vala); – Escavações na areia, formando cúspides praiais em frente às valas. É importante notar que as ondas não quebram sobre o canal submerso formado por esse fenômeno, portanto as áreas tem falso aspecto de calmaria (figura 1), maior profundidade, coloração da água mais escura (figura 2) e geralmente são localizadas entre dois bancos de areia (onde as ondas quebram com maior freqüência e tamanho). Figura 2. Nesta foto aérea de uma praia australiana, a corrente que leva para o alto-mar fica evidente devido à coloração mais escura da água. Reparem que a corrente perde intensidade alguns metros após a zona de arrebentação (Fonte: ripcurrentsymposium.com)