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                                                                                                                 Mordida Profunda


    Mordida profunda                                                                                         1




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    1                             Dra. MIRNA LIZ DA CRUZ Ortodontia CRO-GO:6009
            Fone: (62) 3233-7871 Rua Santa Luzia, no.705, sala 01-Campinas Goiânia – Goiás CEP: 74.510-010
Tratamento de
                                                                                                                  Mordida Profunda


    Mordida profunda                                                                                          2



    INTRODUÇÃO
             Em pacientes braquifaciais (Fig. 1), existem freqüentemente sobremordidas profundas
    que são uma tendência inerente ao padrão morfológico de crescimento facial, com
                                                                                2,4,6
    tendências rotacionais de crescimento mandibular no sentido anti-horário          . A morfologia
C
                                                               1,2
    mandibular dos braquicefálicos , tão bem estudada por Björk , com a tendência de fechamento
    do ângulo goníaco, bem como um maior crescimento do ramo mandibular e a forma mandibular
E   “quadrada”, predispõe à formação de sobremordida profunda.

N
T
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O

D
E

O
R
T
O
D
O
N             É comum a ocorrência de uma curva de Spee acentuada na arcada inferior devida à
    extrusão e lingualização dos incisivos inferiores que buscam um contato com os incisivos
T   superiores, que na maioria dos casos encontram-se verticalizados, com tendência ao
    apinhamento, e com a presença de uma sobremordida exagerada, observada principalmente nos
    pacientes portadores de face curta1,7.
I             As quatro estratégias fundamentais (Fig. 3) para a correção da mordida profunda, sem
A   incluir opções cirúrgicas, são: extrusão dos dentes posteriores, distalização dos dentes posteriores,
                                                                                                      3
    inclinação dos dentes anteriores e intrusão dos incisivos superiores e/ou dos incisivos inferiores .
              O tratamento nos casos com altura facial inferior curta, excessiva curva de Spee, e
    moderada ou mínima exposição dos incisivos pode envolver a extrusão dos dentes
    posteriores3 com um controle vertical irruptivo dos dentes anteriores. Sugere-se que um
    milímetro de extrusão dos molares superiores ou inferiores efetivamente reduz a sobremordida
                                      3
    dos incisivos de 1,5 a 2,5mm .
              A maior desvantagem da correção da mordida profunda por extrusão é uma
    excessiva exposição dos incisivos, o aumento do espaço interlabial (de 3 a 4mm é considerado
    normal com os lábios (relaxados), e uma piora no sorriso gengival3,11. A estabilidade da
    extrusão posterior pode ser questionada em pacientes que já completaram o seu crescimento3.
              Para os pacientes que estão em crescimento, o aumento da altura facial ântero-
    inferior ocasionado pela extrusão dentária posterior, deve ser seguido por um crescimento

    2                              Dra. MIRNA LIZ DA CRUZ Ortodontia CRO-GO:6009
             Fone: (62) 3233-7871 Rua Santa Luzia, no.705, sala 01-Campinas Goiânia – Goiás CEP: 74.510-010
Tratamento de
                                                                                                             Mordida Profunda


Mordida profunda                                                                                         3


compensatório mandibular. Se o crescimento compensatório não ocorrer, a mandíbula sofrerá
                                3
rotação para baixo e para trás , provavelmente com o crescimento do ramo mandibular e da altura
facial posterior.
           Nestes casos, é prudente se evitar terapias com extrações, devido às mesmas
aumentarem a sobremordida e o forte padrão muscular e mastigatório diicultar ou impossibilitar
o fechamento dos espaços remanescentes das extrações que geralmente são utilizados para
o alinhamento dos dentes se há discrepância negativa de modelo, ou para a retração dos
dentes anteriores superiores na correção da sobressaliência aumentada. Podem ser realizadas
distalizações dos dentes posteriores, o que ocasiona a extrusão dos dentes posteriores, se assim
o forte padrão muscular o permitir, ou realizar a protrusão dos dentes anteriores, se for
condizente com o peril dos tecidos moles bem como o posicionamento adequado destes
dentes nas suas respectivas bases apicais, para a correção da sobremordida profunda.
           A reversão da curva de Spee inferior e acentuação da curva superior é o método de
escolha destas técnicas de arco contínuo para o controle vertical, de maneira a efetuar a “abertura
da mordida” com a subseqüente correção da sobremordida profunda e regularização da curva de
Spee inferior (Fig. 4). No entanto, efeitos colaterais diversos podem advir desta mecânica,
como a vestibularização do segmento ântero-inferior3, não tão bem aceitos em alguns pacientes,
devido a possíveis distúrbios do balanço peribucal neuromuscular3, bem como a invasão do
espaço funcional livre em outros pacientes, que por vezes dificultam ou invalidam o objetivo
proposto (a abertura da mordida) e causam a instabilidade dos resultados obtidos. A tudo
isso, pode-se também citar a mudança da inclinação axial dos dentes posteriores3, que pode
contribuir para a tão inesperada recidiva.
           Por outro lado, alguns autores preconizam a realização de dobras de terceira ordem
nas regiões posteriores e ântero-inferiores dos arcos reversos de maneira a eliminar estes
efeitos colaterais indesejáveis. Contudo, cabe ressaltar que quando se realiza a curva acentuada
no arco superior, corre-se o risco de aumentar-se o overjet em pacientes portadores de má oclusão
de Classe I com boa relação inter-arcos. Pode-se recomendar a curva reversa inferior e acentuada
superior como recurso biomecânico para os pacientes braquifaciais que estejam em
crescimento, objetivando a extrusão dos segmentos posteriores para compensar o crescimento
             4
anti-horário , com subseqüente abertura da mordida profunda anterior, tão freqüente nestes
pacientes. Entretanto, o mesmo padrão muscular se encarregaria de propiciar a recidiva e
subseqüente “intrusão relativa “ destes elementos dentários, com posterior recidiva da mordida
profunda anterior com o passar do tempo3. Lentas correções durante o crescimento podem
permitir que os músculos mastigatórios se adaptem às mudanças do tratamento3.
           Simons e Joondeph8, num estudo de dez anos pós-contenção da correção da
sobremordida profunda, relataram que a protrusão dos incisivos inferiores e a rotação horária do
plano oclusal (por extrusões dentárias posteriores) durante o tratamento são os fatores mais
signiicativos de recidivas. A estabilidade da extrusão dos dentes posteriores é controvertida, com
pesquisas      apontando para resultados a longo prazo favoráveis, enquanto outros, em
contrapartida, demonstrando um alto potencial de recidiva3 .
           Por outro lado, Burzin e Nanda9 mostraram que a intrusão dos incisivos parece ser
um procedimento estável. Portanto, uma outra opção para a correção da sobremordida
profunda inclui a intrusão dos incisivos superiores e/ou dos incisivos inferiores; e está
particularmente indicada em pacientes com uma grande dimensão vertical, um espaço interlabial
                                                                     3
aumentado e uma excessiva distância dos incisivos ao ponto Stômio .
                                                    10
           Mais recentemente, Al-Buraiki et al. , em 2005, investigaram a estabilidade a
longo prazo (12 anos) da mecânica de intrusão de incisivos em 25 pacientes com sobremordida
de pelo menos 4mm. As alterações pós-tratamento da correção da                 sobremordida foram
consideradas clinicamente insignificantes, com uma recidiva de apenas 0,7mm no aumento da
sobremordida.
           Para o procedimento de mecânica de intrusão dos incisivos pode-se utilizar arcos com
alívio ou desvio. Uma variação mais flexível da mesma idéia básica está desenvolvida no arco
utilidade de Ricketts. O arco utilidade é caracterizado por uma dobra em degrau cervical entre os
molares e os incisivos laterais; assim, o arco está menos suscetível a distorção pelas forças de
oclusão. Ele é confeccionado com o fio 0.016X0.016”Elgiloy®(cromo-cobalto-níquel). Na maioria
dos casos, o arco retangular é posicionado com leve torque vestibular de raiz para controlar a


3                             Dra. MIRNA LIZ DA CRUZ Ortodontia CRO-GO:6009
        Fone: (62) 3233-7871 Rua Santa Luzia, no.705, sala 01-Campinas Goiânia – Goiás CEP: 74.510-010
Mordida profunda                                                                                          4


inclinação dos dentes à medida que estes são intruídos. O uso com sucesso de qualquer um
desses arcos com alívios requer que as forças sejam leves. Isto é conseguido de 2 formas:
selecionando-se um arco de diâmetro pequeno e usando uma grande extensão de fio entre o
primeiro molar e os incisivos. Fios mais pesados que o aço0.016” não devem ser usados e Ricketts
recomenda o relativamente suave fio 0.016X0.016” de cromo–cobalto para os arcos utilidade no
intuito de prevenir o desencadeamento de forças pesadas. Uma ativação excessiva das dobras
                                                                                13
verticais pode causar uma perda do controle dos molares nos 3 planos do espaço . Utilizando-se
o arco utilidade pode-se tratar a mordida profunda antes do problema ântero-posterior. Este
procedimento “destrava a oclusão” e permite que alterações ortopédicas na maxila e na mandíbula
possam ser obtidas. Assim, faz-se a correção do trespasse vertical antes do trespasse
horizontal12.


TRATAMENTO DE MORDIDA PROFUNDA EM PACIENTES
DOLICOFACIAIS(PADRÃO DE CRESCIMENTO VERTICAL).
Em alguns raros pacientes dolicofaciais,                    deficiência da altura facial ântero-posterior
faz-se     presente      uma    sobremordida                destes pacientes1.
profunda, apesar do padrão esquelético                               O tratamento de escolha para
vertical. Nestes pacientes, a reversão da                   estes pacientes deve priorizar a intrusão dos
curva de Spee inferior e acentuação da                      dentes anteriores , de acordo com os
curva superior, especialmente fora da fase de               padrões estéticos e funcionais de guia
crescimento, com vistas à correção da                       anterior, como a linha do sorriso em repouso
mordida profunda, poderá acarretar a                        em relação aos dentes superiores e o mínimo
extrusão dos dentes posteriores superiores,                 de desoclusão dos dentes posteriores
com a conseqüente rotação horária                           durante      as     excursões      protrusivas
             2,3,4
mandibular        , e abertura da mordida                   mandibulares compatíveis com a inclinação
anterior. Assim, pode haver também uma                      da eminência articular, e um controle
piora da sobressaliência (overjet) pela                     excelente     da    extrusão    dos     dentes
retrusão do mento devido a esta mesma                       posteriores, para se evitar a extrusão
rotação mandibular. Ou seja, as extrusões                   dentária destes dentes. Provavelmente em
dentárias posteriores são contra-indicadas                  pacientes de ângulo médio (mesofaciais) que
em pacientes com excessiva alura facial                     estejam em crescimento, poderia se utilizar o
        2
inferior .É improvável que os pacientes                     recurso biomecânico de reversão da curva
dolicofaciais, mesmo na fase de crescimento,                de Spee inferior e acentuação da curva
tenham a capacidade de compensar esta                       superior, visto que o crescimento vertical do
extrusão dentária, pelo crescimento vertical                ramo mandibular compensaria a extrusão
do      ramo       mandibular,  devido     às               dentária posterior.
características morfológicas intrínsecas de

                                                            4. HOUSTON, W. J. Mandibular growth
         REFERÊNCIA                                            rotations:    their mechanisms       and
        BIBLIOGRÁFICA                                          importance. eur J orthod, London, v.
1. BJÖRK, A. Prediction of mandibular                          10, no. 4, p. 369-373, Nov. 1988.
   growth rotation. Am J orthod, St. Louis, v.              5. LEVIN, R. I. Deep bite treatment in
   55, no. 6, p. 585-599, June 1969.                           relation to mandibular growth rotation.
2. BJÖRK, A. The use of metallic implants                      eur J orthod, London, v. 13, p.86-94,
   in the study of facial growth in children:                  1991.
   method and application. Am J Phys                        6. SOLOW,        B.; HOUSTON, W.          J.
   Anthropol, Philadelphia, v. 29, p. 43-250,                  Mandibular     rotations:  concept and
   1968.                                                       terminology. eur J orthod, London, v.
3. NANDA, R. Biomechanics and esthetic                         10, p. 177-179, 1988.
   strategies in clinical orthodontics. St.                 7. NANDA, S. R. Growth patterns in
   Louis: Elsevier Saunders, 2005.                             subjects with long and short faces. Am J



4                              Dra. MIRNA LIZ DA CRUZ Ortodontia CRO-GO:6009
         Fone: (62) 3233-7871 Rua Santa Luzia, no.705, sala 01-Campinas Goiânia – Goiás CEP: 74.510-010
Mordida profunda                                                                                            5


      orthod dentofacial orthop, St. Louis, v.
      98, no. 3, p. 247-258, 1990.
8.    SIMONS, M. E.; JOONDEPH, D. R.
      Change        in overbite: a ten year
      postretention study. Am J orthod, t. Louis
      v. 64, no. 4, p. 349-367, Oct. 1973.
9.    BURZIN, J.; NANDA, R. The stability of
      deep overbite correction In: NANDA, R.
      (Ed.). retention and stability. Philadelphia:
      WB Saunders, 1993.
10.   AL-BURAIKI, H. et al. The effectiveness
      and      long-term    stability    ofoverbite
      correction      with    incisor     intrusion
      mechanics. Am J orthoddentofacial
      orthop, St. Louis, v. 127, no. 1, p. 47-55,
      Jan. 2005.
11.   NANDA, R. The differential diagnosis and
      treatment of excessive overbite. dent clin
      north Am, Philadelphia, v. 25, no. 1, p.
      69-84, Jan. 1981.
12.   FIGUEIREDO, M. A.; FIGUEIREDO, C.
      T. P.; NOBUYA Y Y SU, M.; GONDO, G.
      Y.; Y Y SIQUEIRA, D. F. A versatilidade
      clínica do arco utilidade. R Dental Press
      Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 13, n.
      4, p. 127-156, jul./ago. 2008.
13.   Proffit, W.R., Fields Jr, H.W.; Ortodontia
      Contemporânea,         Ed.       Guanabara-
      Koogan, Riode Janeiro, cap. 09, 1995.




5                                Dra. MIRNA LIZ DA CRUZ Ortodontia CRO-GO:6009
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Tratamento de Mordida Profunda com Intrusão de Incisivos

  • 1. Tratamento de Mordida Profunda Mordida profunda 1 C E N T R O Tratamento de D Mordida Profunda E O ou do Trespasse R T Vertical Exagerado O D O N T I A 1 Dra. MIRNA LIZ DA CRUZ Ortodontia CRO-GO:6009 Fone: (62) 3233-7871 Rua Santa Luzia, no.705, sala 01-Campinas Goiânia – Goiás CEP: 74.510-010
  • 2. Tratamento de Mordida Profunda Mordida profunda 2 INTRODUÇÃO Em pacientes braquifaciais (Fig. 1), existem freqüentemente sobremordidas profundas que são uma tendência inerente ao padrão morfológico de crescimento facial, com 2,4,6 tendências rotacionais de crescimento mandibular no sentido anti-horário . A morfologia C 1,2 mandibular dos braquicefálicos , tão bem estudada por Björk , com a tendência de fechamento do ângulo goníaco, bem como um maior crescimento do ramo mandibular e a forma mandibular E “quadrada”, predispõe à formação de sobremordida profunda. N T R O D E O R T O D O N É comum a ocorrência de uma curva de Spee acentuada na arcada inferior devida à extrusão e lingualização dos incisivos inferiores que buscam um contato com os incisivos T superiores, que na maioria dos casos encontram-se verticalizados, com tendência ao apinhamento, e com a presença de uma sobremordida exagerada, observada principalmente nos pacientes portadores de face curta1,7. I As quatro estratégias fundamentais (Fig. 3) para a correção da mordida profunda, sem A incluir opções cirúrgicas, são: extrusão dos dentes posteriores, distalização dos dentes posteriores, 3 inclinação dos dentes anteriores e intrusão dos incisivos superiores e/ou dos incisivos inferiores . O tratamento nos casos com altura facial inferior curta, excessiva curva de Spee, e moderada ou mínima exposição dos incisivos pode envolver a extrusão dos dentes posteriores3 com um controle vertical irruptivo dos dentes anteriores. Sugere-se que um milímetro de extrusão dos molares superiores ou inferiores efetivamente reduz a sobremordida 3 dos incisivos de 1,5 a 2,5mm . A maior desvantagem da correção da mordida profunda por extrusão é uma excessiva exposição dos incisivos, o aumento do espaço interlabial (de 3 a 4mm é considerado normal com os lábios (relaxados), e uma piora no sorriso gengival3,11. A estabilidade da extrusão posterior pode ser questionada em pacientes que já completaram o seu crescimento3. Para os pacientes que estão em crescimento, o aumento da altura facial ântero- inferior ocasionado pela extrusão dentária posterior, deve ser seguido por um crescimento 2 Dra. MIRNA LIZ DA CRUZ Ortodontia CRO-GO:6009 Fone: (62) 3233-7871 Rua Santa Luzia, no.705, sala 01-Campinas Goiânia – Goiás CEP: 74.510-010
  • 3. Tratamento de Mordida Profunda Mordida profunda 3 compensatório mandibular. Se o crescimento compensatório não ocorrer, a mandíbula sofrerá 3 rotação para baixo e para trás , provavelmente com o crescimento do ramo mandibular e da altura facial posterior. Nestes casos, é prudente se evitar terapias com extrações, devido às mesmas aumentarem a sobremordida e o forte padrão muscular e mastigatório diicultar ou impossibilitar o fechamento dos espaços remanescentes das extrações que geralmente são utilizados para o alinhamento dos dentes se há discrepância negativa de modelo, ou para a retração dos dentes anteriores superiores na correção da sobressaliência aumentada. Podem ser realizadas distalizações dos dentes posteriores, o que ocasiona a extrusão dos dentes posteriores, se assim o forte padrão muscular o permitir, ou realizar a protrusão dos dentes anteriores, se for condizente com o peril dos tecidos moles bem como o posicionamento adequado destes dentes nas suas respectivas bases apicais, para a correção da sobremordida profunda. A reversão da curva de Spee inferior e acentuação da curva superior é o método de escolha destas técnicas de arco contínuo para o controle vertical, de maneira a efetuar a “abertura da mordida” com a subseqüente correção da sobremordida profunda e regularização da curva de Spee inferior (Fig. 4). No entanto, efeitos colaterais diversos podem advir desta mecânica, como a vestibularização do segmento ântero-inferior3, não tão bem aceitos em alguns pacientes, devido a possíveis distúrbios do balanço peribucal neuromuscular3, bem como a invasão do espaço funcional livre em outros pacientes, que por vezes dificultam ou invalidam o objetivo proposto (a abertura da mordida) e causam a instabilidade dos resultados obtidos. A tudo isso, pode-se também citar a mudança da inclinação axial dos dentes posteriores3, que pode contribuir para a tão inesperada recidiva. Por outro lado, alguns autores preconizam a realização de dobras de terceira ordem nas regiões posteriores e ântero-inferiores dos arcos reversos de maneira a eliminar estes efeitos colaterais indesejáveis. Contudo, cabe ressaltar que quando se realiza a curva acentuada no arco superior, corre-se o risco de aumentar-se o overjet em pacientes portadores de má oclusão de Classe I com boa relação inter-arcos. Pode-se recomendar a curva reversa inferior e acentuada superior como recurso biomecânico para os pacientes braquifaciais que estejam em crescimento, objetivando a extrusão dos segmentos posteriores para compensar o crescimento 4 anti-horário , com subseqüente abertura da mordida profunda anterior, tão freqüente nestes pacientes. Entretanto, o mesmo padrão muscular se encarregaria de propiciar a recidiva e subseqüente “intrusão relativa “ destes elementos dentários, com posterior recidiva da mordida profunda anterior com o passar do tempo3. Lentas correções durante o crescimento podem permitir que os músculos mastigatórios se adaptem às mudanças do tratamento3. Simons e Joondeph8, num estudo de dez anos pós-contenção da correção da sobremordida profunda, relataram que a protrusão dos incisivos inferiores e a rotação horária do plano oclusal (por extrusões dentárias posteriores) durante o tratamento são os fatores mais signiicativos de recidivas. A estabilidade da extrusão dos dentes posteriores é controvertida, com pesquisas apontando para resultados a longo prazo favoráveis, enquanto outros, em contrapartida, demonstrando um alto potencial de recidiva3 . Por outro lado, Burzin e Nanda9 mostraram que a intrusão dos incisivos parece ser um procedimento estável. Portanto, uma outra opção para a correção da sobremordida profunda inclui a intrusão dos incisivos superiores e/ou dos incisivos inferiores; e está particularmente indicada em pacientes com uma grande dimensão vertical, um espaço interlabial 3 aumentado e uma excessiva distância dos incisivos ao ponto Stômio . 10 Mais recentemente, Al-Buraiki et al. , em 2005, investigaram a estabilidade a longo prazo (12 anos) da mecânica de intrusão de incisivos em 25 pacientes com sobremordida de pelo menos 4mm. As alterações pós-tratamento da correção da sobremordida foram consideradas clinicamente insignificantes, com uma recidiva de apenas 0,7mm no aumento da sobremordida. Para o procedimento de mecânica de intrusão dos incisivos pode-se utilizar arcos com alívio ou desvio. Uma variação mais flexível da mesma idéia básica está desenvolvida no arco utilidade de Ricketts. O arco utilidade é caracterizado por uma dobra em degrau cervical entre os molares e os incisivos laterais; assim, o arco está menos suscetível a distorção pelas forças de oclusão. Ele é confeccionado com o fio 0.016X0.016”Elgiloy®(cromo-cobalto-níquel). Na maioria dos casos, o arco retangular é posicionado com leve torque vestibular de raiz para controlar a 3 Dra. MIRNA LIZ DA CRUZ Ortodontia CRO-GO:6009 Fone: (62) 3233-7871 Rua Santa Luzia, no.705, sala 01-Campinas Goiânia – Goiás CEP: 74.510-010
  • 4. Mordida profunda 4 inclinação dos dentes à medida que estes são intruídos. O uso com sucesso de qualquer um desses arcos com alívios requer que as forças sejam leves. Isto é conseguido de 2 formas: selecionando-se um arco de diâmetro pequeno e usando uma grande extensão de fio entre o primeiro molar e os incisivos. Fios mais pesados que o aço0.016” não devem ser usados e Ricketts recomenda o relativamente suave fio 0.016X0.016” de cromo–cobalto para os arcos utilidade no intuito de prevenir o desencadeamento de forças pesadas. Uma ativação excessiva das dobras 13 verticais pode causar uma perda do controle dos molares nos 3 planos do espaço . Utilizando-se o arco utilidade pode-se tratar a mordida profunda antes do problema ântero-posterior. Este procedimento “destrava a oclusão” e permite que alterações ortopédicas na maxila e na mandíbula possam ser obtidas. Assim, faz-se a correção do trespasse vertical antes do trespasse horizontal12. TRATAMENTO DE MORDIDA PROFUNDA EM PACIENTES DOLICOFACIAIS(PADRÃO DE CRESCIMENTO VERTICAL). Em alguns raros pacientes dolicofaciais, deficiência da altura facial ântero-posterior faz-se presente uma sobremordida destes pacientes1. profunda, apesar do padrão esquelético O tratamento de escolha para vertical. Nestes pacientes, a reversão da estes pacientes deve priorizar a intrusão dos curva de Spee inferior e acentuação da dentes anteriores , de acordo com os curva superior, especialmente fora da fase de padrões estéticos e funcionais de guia crescimento, com vistas à correção da anterior, como a linha do sorriso em repouso mordida profunda, poderá acarretar a em relação aos dentes superiores e o mínimo extrusão dos dentes posteriores superiores, de desoclusão dos dentes posteriores com a conseqüente rotação horária durante as excursões protrusivas 2,3,4 mandibular , e abertura da mordida mandibulares compatíveis com a inclinação anterior. Assim, pode haver também uma da eminência articular, e um controle piora da sobressaliência (overjet) pela excelente da extrusão dos dentes retrusão do mento devido a esta mesma posteriores, para se evitar a extrusão rotação mandibular. Ou seja, as extrusões dentária destes dentes. Provavelmente em dentárias posteriores são contra-indicadas pacientes de ângulo médio (mesofaciais) que em pacientes com excessiva alura facial estejam em crescimento, poderia se utilizar o 2 inferior .É improvável que os pacientes recurso biomecânico de reversão da curva dolicofaciais, mesmo na fase de crescimento, de Spee inferior e acentuação da curva tenham a capacidade de compensar esta superior, visto que o crescimento vertical do extrusão dentária, pelo crescimento vertical ramo mandibular compensaria a extrusão do ramo mandibular, devido às dentária posterior. características morfológicas intrínsecas de 4. HOUSTON, W. J. Mandibular growth REFERÊNCIA rotations: their mechanisms and BIBLIOGRÁFICA importance. eur J orthod, London, v. 1. BJÖRK, A. Prediction of mandibular 10, no. 4, p. 369-373, Nov. 1988. growth rotation. Am J orthod, St. Louis, v. 5. LEVIN, R. I. Deep bite treatment in 55, no. 6, p. 585-599, June 1969. relation to mandibular growth rotation. 2. BJÖRK, A. The use of metallic implants eur J orthod, London, v. 13, p.86-94, in the study of facial growth in children: 1991. method and application. Am J Phys 6. SOLOW, B.; HOUSTON, W. J. Anthropol, Philadelphia, v. 29, p. 43-250, Mandibular rotations: concept and 1968. terminology. eur J orthod, London, v. 3. NANDA, R. Biomechanics and esthetic 10, p. 177-179, 1988. strategies in clinical orthodontics. St. 7. NANDA, S. R. Growth patterns in Louis: Elsevier Saunders, 2005. subjects with long and short faces. Am J 4 Dra. MIRNA LIZ DA CRUZ Ortodontia CRO-GO:6009 Fone: (62) 3233-7871 Rua Santa Luzia, no.705, sala 01-Campinas Goiânia – Goiás CEP: 74.510-010
  • 5. Mordida profunda 5 orthod dentofacial orthop, St. Louis, v. 98, no. 3, p. 247-258, 1990. 8. SIMONS, M. E.; JOONDEPH, D. R. Change in overbite: a ten year postretention study. Am J orthod, t. Louis v. 64, no. 4, p. 349-367, Oct. 1973. 9. BURZIN, J.; NANDA, R. The stability of deep overbite correction In: NANDA, R. (Ed.). retention and stability. Philadelphia: WB Saunders, 1993. 10. AL-BURAIKI, H. et al. The effectiveness and long-term stability ofoverbite correction with incisor intrusion mechanics. Am J orthoddentofacial orthop, St. Louis, v. 127, no. 1, p. 47-55, Jan. 2005. 11. NANDA, R. The differential diagnosis and treatment of excessive overbite. dent clin north Am, Philadelphia, v. 25, no. 1, p. 69-84, Jan. 1981. 12. FIGUEIREDO, M. A.; FIGUEIREDO, C. T. P.; NOBUYA Y Y SU, M.; GONDO, G. Y.; Y Y SIQUEIRA, D. F. A versatilidade clínica do arco utilidade. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 13, n. 4, p. 127-156, jul./ago. 2008. 13. Proffit, W.R., Fields Jr, H.W.; Ortodontia Contemporânea, Ed. Guanabara- Koogan, Riode Janeiro, cap. 09, 1995. 5 Dra. MIRNA LIZ DA CRUZ Ortodontia CRO-GO:6009 Fone: (62) 3233-7871 Rua Santa Luzia, no.705, sala 01-Campinas Goiânia – Goiás CEP: 74.510-010