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Edição Nº 406 – Boletim Semanal da Embrapa Cerrados – 24 de abril de 2013
Cerradoseletrônico
D
uas sessões solenes marcaram o início da semana
em que se comemoram os 40 anos da Embrapa. Na
segunda-feira (22), o evento foi realizado no Sena-
do Federal e, na terça, na Câmara dos Deputados
(23). Empregados da Embrapa Cerrados marcaram presença
nas duas sessões. Estavam presentes na cerimônia o presiden-
te Maurício Lopes, os diretores-executivos e diversos chefes
de unidades centrais e descentralizadas, entre eles, o chefe-
-geral da Embrapa Cerrados, José Roberto Peres.
Na terça-feira, após a sessão solene na Câmara, foi aberta
oficialmente a exposição “Ciência que transforma a Vida”. Nas
imagens da mostra, que ficará montada até esta sexta-feira
(26), estão representados os cinco conceitos do Selo Comemo-
rativo dos 40 anos da Embrapa, que simboliza a trajetória da
pesquisa agropecuária: inovação, parceria, modernidade, sus-
tentabilidade e capacidade de antecipação.
Programação – nesta quarta-feira (24), será realizada na
Embrapa Sede, às 18h, a cerimônia oficial em comemoração
ao aniversário da Empresa. O evento contará com assinaturas
de convênio e contratos de cooperação, apresentação de ativi-
dades, homenagens, além da exposição de produtos e tecno-
logias. Na ocasião, também será lançado o Prêmio Frederico
Veiga. As comemorações prosseguem até o sábado (27) quan-
do será realizado o baile de aniversário da Embrapa. Os inte-
ressados em adquirir ingressos podem entrar em contato com
a AEE/DF pelo telefone 3448 4250.
Sessões solenes marcam início das comemorações
40 anos da Embrapa
Edição Nº 406 – 24 de abril de 20132
DemocratizaragenéticaNeloreBRGNda
Embrapa aos pecuaristas brasileiros. Esse
foi o principal objetivo do 3º Leilão de Tou-
ros e Matrizes da raça Nelore marca BRGN,
realizado pela Embrapa Cerrados e pela
empresa Mult Leilões no último sábado
(20), nos campos experimentais do centro
de pesquisa, em Planaltina (DF). O even-
to atraiu mais de 300 pessoas e realizou
a venda de 151 animais P.O. e comerciais.
Na abertura, o chefe-geral da Embrapa
Cerrados, José Roberto Peres, destacou
que o evento representa muito mais que
um simples leilão. “Este é um grande even-
to de transferência de tecnologia, em que
o sistema de produção a pasto é o grande
fator diferencial para o Nelore BRGN, um
produto da Embrapa com os nossos parcei-
ros. Nossos tourinhos hoje leiloados nada
mais são que a inteligência da Empresa co-
locada à disposição do produtor. É todo um
esforço multidisciplinar em um animal res-
ponsivo, com eficiência e a qualidade que a
sociedade exige”, disse.
Coordenador dos trabalhos de pesquisa
com o Nelore BRGN, o pesquisador Cláu-
dio Magnabosco, da Embrapa Cerrados,
acrescentou que o leilão “é uma grande
oportunidade de democratizar a genéti-
ca de qualidade, oferecendo animais com
características que permitem suportar
as dificuldades de produção no Cerrado”.
Ele também salientou a participação dos
parceiros cotistas em genética do Nelore
BRGN na Embrapa – Carlos Viacava (Nelo-
re CV); César Brugnera, Marco Pedroza e o
cantor Leonardo (Nelore CBMW) e Robert
Berger (Nelore ECOZ). “Eles trouxeram o
que tinham de melhor no plantel, pois são
nossos parceiros em genética de qualida-
de”, afirmou.
O leiloeiro Fernando Costa conduziu o
leilão, enquanto Magnabosco apresentava
e comentava as principais características
zootécnicas dos lotes oferecidos. Os produ-
tores que prestigiaram o leilão aprovaram
a qualidade dos animais ofertados. Sele-
cionador de gado há mais de 30 anos, José
Maria dos Anjos, da Fazenda Amaral (Mon-
te Alegre, GO), declarou que a evolução ge-
nética do BRGN “salta aos olhos”. “A gente
percebe o avanço da genética e a incorpo-
ração das características desejáveis desde
que se passou a adotar critérios de seleção,
utilizando animais provados”, observou.
Outro produtor que se surpreendeu com
o avanço genético do Nelore BRGN foi Fer-
nando Guimarães, da Fazenda Camapuã
(Paranaiguara, GO). Ele arrematou um lote
de quatro fêmeas PO paridas e deu lances
em alguns lotes de touros. “Fiquei surpre-
so com a pressão de seleção tanto na parte
racial como na parte de carcaça e na produ-
ção”, disse.
Titular do Nelore CV, Ricardo Viaca-
va considerou o leilão da Unidade o me-
lhor evento de produção em 2013 até o
momento. “Os bons preços alcançados, a
grande disputa pelos lotes e a total liquidez
são indicativos do excelente trabalho da
Embrapa Cerrados com o Nelore BRGN”.
Já o gerente de Corte Zebu da CRV La-
goa, Ricardo Abreu, observou que a seleção
Nelore BRGN vem identificando e selecio-
nando os animais melhoradores por meio
das tradicionais provas de ganho de peso
e comprovando a cada ano o progresso ge-
nético através dos animais mais jovens de
cada safra. “Animais das safras 2009, 2010
e 2011 foram bem valorizados e disputa-
dos no leilão em que os criadores reconhe-
ceram o trabalho realizado”, destacou.
3º Leilão Nelore
BRGN comercializa
151 animais
Dia de Campo na TV
Gado Nelore com a marca
Embrapa - este é o tema da próxima
edição do Dia de Campo na TV,
que vai ao ar nesta sexta-feira
(26), a partir das 9h, no Canal
Rural (Net/Sky/Parabólica).
Produzido pela Embrapa Cerrados
e pela Embrapa Informação
Tecnológica, o programa vai falar
sobre a qualidade e a evolução da
genética dos bovinos Nelore BRGN,
as vantagens da incorporação
aos sistemas de produção dos
pecuaristas e as novas possibilidades
em pesquisa. Os convidados
da entrevista em estúdio são o
pesquisador Cláudio Magnabosco e o
produtor Robert Berger, da Fazenda
Ecoz, em Terezópolis de Goiás (GO).
O programa será reprisado na
NBR (TV do Governo Federal,
captada por cabo ou por parabólica)
no domingo (28) às 7h e às 17h; na
terça-feira, às 11h30; na quinta-
feira, às 15h; e no sábado (4), às 7h.
Edição Nº 406 – 24 de abril de 20133
Pesquisadores da Embrapa, associados e técnicos da Associação
para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Uni-
pasto) estiveram reunidos, de 16 a 18 de abril, no 10º Workshop
Embrapa-Unipasto. Eles discutiram o desenvolvimento de novas
cultivares de forrageiras e a multiplicação de sementes, além da
elaboração do Plano Anual de Trabalho (PAT) 2013/2014.
A Unipasto é uma associação composta por empresas produ-
toras de sementes de forrageiras, distribuídas pelos estados da
Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e
São Paulo. No convênio com a Embrapa, a Unipasto oferece supor-
te financeiro e logístico ao programa de melhoramento de forra-
geiras desenvolvido pelas unidades Acre,
Cerrados, Gado de Corte, Gado de Leite e
Pecuária Sudeste. A Embrapa Produtos e
Mercado também participa da parceria.
O chefe-geral da Embrapa Cerrados,
José Roberto Peres, ressaltou, na aber-
tura do evento, a importância da intera-
ção entre a pesquisa com forrageiras e o
setor sementeiro para o avanço da agri-
cultura brasileira. Ele afirmou que o de-
safio é o desenvolvimento de cultivares
que atendam à demanda cada vez maior
por sistemas de produção integrados e
sustentáveis.
“O processo de melhoramento gené-
tico em forrageiras está tendo um gran-
de avanço, principalmente com a biolo-
gia molecular. No entanto, o sistema de
produção é tão importante quanto o me-
lhoramento genético. Não podemos ne-
gligenciar o manejo e a produção de se-
mentes. Semente tem que ser o grande
produto do nosso trabalho”, destacou
Peres.
Embora as cultivares recomenda-
das pela Embrapa sejam responsá-
veis por mais de 80% do negócio de
sementes forrageiras no Brasil, exis-
te a preocupação com a perda de par-
ticipação no mercado, como já acon-
teceu em relação às cultivares de soja,
algodão e milho. Segundo Ronaldo
Andrade, gerente da Embrapa Produ-
tos e Mercado, o programa de forrageiras é um dos pro-
gramas especiais da Embrapa, tendo como meta manter
o posicionamento da empresa no mercado de cultivares.
Para o presidente da Unipasto, Luís Fernando Calábria, é
com a capacidade de pesquisa da Embrapa que o setor pri-
vado pode enfrentar a competição do mercado. “Este con-
vênio tem se solidificado ao longo dos anos e temos pers-
pectivas de bons lançamentos. O preço de sementes é o que
define o mercado. E quanto mais informações e tecnologias
tivermos, maior segurança teremos ao lançarmos as culti-
vares”, afirmou.
Cultivares – Os dois primeiros dias do Workshop foram
dedicados às apresentações sobre os avanços na pesquisa
com os gêneros Panicum, Pennisetum, Arachis, Cajanus, Pas-
palum, Andropogon, Brachiara e Stylosanthes.
Duas novas cultivares do gênero Panicum maximum es-
tão em avaliação. A expectativa é de que uma das cultivares
seja lançada ainda este ano. No primeiro momento, a culti-
var terá indicação de uso para o bioma Amazônia e, posteriormen-
te, será estendida para o Centro-Oeste. Os ensaios de pastejo e
de corte dessas cultivares estão sendo feitos pelas unidades Acre,
Cerrados e Gado de Corte.
Estudos para determinar o valor de cultivo e uso de duas culti-
vares de capim-elefante para os biomas Mata Atlântica e Amazô-
nico estão em desenvolvimento. O lançamento das cultivares está
previsto para 2016. Em fase já mais adiantada, de multiplicação
de sementes pela Unipasto, está outra cultivar do gênero Penni-
setum, cujo lançamento poderá ocorrer ainda este ano. Também
existem perspectivas de lançamentos
de cultivares dos gêneros Arachis, Ca-
janus e Paspalum. Algumas dessas cul-
tivares estão em processo de regis-
tro e proteção junto ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimen-
to (Mapa).
Com relação ao gênero Andropogon,
foi defendido que os trabalhos ainda
precisam ganhar robustez. A intenção
é aumentar a pressão de seleção e, as-
sim, verificar se com essa estratégia é
possível elevar também a participação
dos indivíduos superiores na popula-
ção dos descendentes. Isso, segundo
os especialistas, poderia trazer certa
dose de uniformidade ao material. Já
com relação às pesquisas relacionadas
ao gênero Stylosanthes, nos materiais
promissores, uma das principais pos-
sibilidades de uso que está sendo vis-
lumbrada é aquela em sistemas agrí-
colas, como plantas condicionadoras
de solo, por exemplo.
Na Embrapa Cerrados, os partici-
pantes do Workshop visitaram os ex-
perimentos de Stylosanthes guianenses
consorciado com Brachiaria brizantha,
de avaliação de híbridos de Brachiara
decumbens, de seleção e recombina-
ção de plantas de Andropogon gayanus,
além de ensaios de corte e pastejo de
Panicum ­maximum.
Embrapa e Unipasto discutem
pesquisa com forrageiras
Pesquisas – Trabalhos de outros grupos de
pesquisa que têm alguma relação com os pro-
gramas de melhoramento de forrageiras tam-
bém foram apresentados no Workshop. Na
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
está sendo desenvolvida pesquisa de análise
de DNA aplicada ao melhoramento genético
de Brachiara ruziziensis. Com o uso de ferra-
mentas de biologia molecular, espera-se ob-
ter uma planta uniforme, com maturação ade-
quada, qualidade fitossanitária e que permita
a mecanização eficiente e a diminuição do cus-
to de produção de sementes.
Outro assunto tratado no Workshop foi o
manejo de nematoides do gênero Pratylen-
chus. A pesquisa busca identificar espécies
vegetais que acabam favorecendo as popula-
ções desse nematoide e quais culturas agem
na diminuição dessas populações. “O manejo
é de extrema importância para reduzir as po-
pulações do nematoide. No entanto, não vai
adiantar utilizar boas práticas se forem usa-
das plantas hospedeiras”, explicou o pesquisa-
dor Alexandre Goulart, da Embrapa Cerrados.
O 10º Workshop Embrapa-Unipasto foi or-
ganizado pela Embrapa Cerrados, sob a coor-
denação do pesquisador Allan Kardec Ramos.
Os pesquisadores da Unidade que participa-
ram do evento foram Marcelo Ayres, Alexan-
dre Goulart, Francisco Duarte, Gustavo Braga,
Giovana Maciel e Roberto Guimarães Júnior.
Edição Nº 406 – 24 de abril de 20134
Empregados participam
de Dia de Campo interno
Empregados participam
de Dia de Campo interno
F
oi realizado na última sexta-fei-
ra (19) mais um Dia de Campo
interno na Unidade. Cerca de 40
pessoas participaram do encon-
tro. “Estes momentos são importantes,
não só para repassar informações sobre
as pesquisas, mas especialmente para
fortalecer as equipes multidisciplina-
res”, destacou o chefe-geral, José Rober-
to Peres. O próximo Dia de Campo inter-
no está previsto para o dia 17 de maio
e vai tratar do tema melhoramento de
mandioca.
A primeira apresentação ficou a cargo
do pesquisador Djalma Martinhão, que
tratou do uso do gesso em culturas anu-
ais e cana-de-açúcar. Segundo ele, o fato
de a segunda safra, ou safrinha, na re-
gião do Cerrado ser tão bem sucedida, a
ponto de já estar respondendo, nos dias
de hoje, por 60% do total de grãos pro-
duzidos no país, tem muito a ver com a
questão do uso do gesso agrícola - tecno-
logia utilizada para corrigir a acidez do
solo abaixo dos 20 cm de profundidade.
“Para obter sucesso nessa possibilida-
de de fazer safrinha, é importante corri-
gir o perfil do solo. E o uso de gesso as-
sume papel preponderante nessa ideia”,
afirmou. Djalma destacou que o milho
segunda safra no Cerrado criou a opor-
tunidade de produzir soja precoce. “Nes-
te ano agrícola, o Brasil vai produzir
mais grãos na safrinha do que na safra.
E o destaque é o Cerrado, especialmente
os Estados do Mato Grosso, Mato Gros-
so do Sul e Goiás”.
O pesquisador apresentou informa-
ções sobre a tecnologia e fez um históri-
co sobre o processo de desenvolvimento.
“Estudos relacionados ao uso do gesso
agrícola foram um dos primeiros a se-
rem montados na Embrapa Cerrados,
em 1974. A tecnologia foi lançada, por
sua vez, em 1995”. Ele também apre-
sentou informações sobre o consumo do
gesso no Brasil. “Em 1980, 12 mil tone-
ladas de gesso eram comercializadas por
ano. Atualmente, esse número chega a
quatro milhões de toneladas por ano.
Essa tecnologia realmente explodiu e,
no meu ponto de vista, ela é responsável
pela estabilidade de produção que temos
na região dos Cerrados”, enfatizou.
Djalma também apresentou informa-
ções referentes às técnicas utilizadas
para gerar os dados que subsidiaram as
recomendações referentes ao uso do ges-
so, como a interpretação da análise de
solo. “Analisando o solo dessas camadas,
seasaturaçãodealumínioémaiordoque
20 ou o teor de cálcio é menor do que 0,5,
vale a pena usar gesso. A chance de ga-
nhar dinheiro é muito grande”, afirmou.
Ele apresentou dados de experimen-
tos sob sequeiro e com irrigação. Ele ex-
plicou que, mesmo na condição de irriga-
ção, o produtor precisa usar o gesso para
utilizar melhor os nutrientes que pos-
suem mobilidade no solo. “Nessa área do
experimento, o gesso foi aplicado há oito
anos e continua dando respostas com
efeitos residuais. O motivo dessas res-
postas é a migração de cálcio e magné-
sio para a sub-superfície”, pontuou. Se-
gundo o pesquisador, o gesso aumenta
a eficiência dos fertilizantes que o pro-
dutor aplica na cultura. “Com as mes-
mas doses, ele consegue absorver mui-
to mais nutrientes. E esses nutrientes
viram grãos, que é o mais importante”.
Edição Nº 406 – 24 de abril de 20135
Em seguida, o pesquisador João de
Deus dos Santos apresentou os métodos
que a equipe utiliza na avaliação do siste-
ma radicular das plantas e os resultados
obtidos. Um desses métodos são as trin-
cheiras, ou seja, a retirada de um bloco
de solo, geralmente nas bordaduras dos
experimentos, para que as raízes possam
ser avaliadas. “Trata-se de uma amostra
de ótima qualidade, já que o perfil do
solo fica exposto, mas que é usada com
cautela, pois causa um distúrbio grande
no solo”, afirmou.
O outro método é do mini-rizotron,
que utiliza um tubo transparente inseri-
do no solo, normalmente num ângulo de
45 graus. A principal vantagem é permi-
tir avaliações das raízes ao longo do ciclo
de crescimento da cultura. Segundo João
de Deus, trata-se de uma tecnologia an-
tiga. Ao longo dos anos, no entanto, mu-
dou apenas a forma de obtenção das
imagens. “Hoje, utilizamos um escâner
de alta resolução para captar essas ima-
gens que estão no solo. O equipamento
entra no tubo e vai escaneando em vol-
ta das raízes. Ele tem capacidade para
identificar pedaços de solo de até um mi-
crômetro de tamanho. Ou seja, numa
resolução máxima, conseguimos identi-
ficar até fungos micorrízicos”, afirmou.
Na Embrapa Cerrados, existem atual-
mente 60 tubos como esse instalados em
experimentos diversos. Segundo o pes-
quisador, a tomada de imagens é muito
rápida. “Os gargalos estão na instalação
do tubo de acesso e na posterior análi-
se das imagens. Para se ter uma ideia, a
planilha que traz os dados dos 250 dias
de uma avaliação que fizemos em um dos
experimentos da cana-de-açúcar tem 34
mil linhas para serem analisadas. É um
trabalho manual e que demanda tempo”,
contou.
Para resolver a questão da instalação
do tubo de acesso, o pesquisador contou
que foi fundamental a ajuda do assisten-
te Manoel Morais, que criou um gabarito
que permite que os tubos sejam instala-
dos sempre num mesmo ângulo. “Quan-
do a gente não consegue comprar de-
terminado equipamento, ou precisa de
algum que não existe, o Manoel inventa
e coloca pra funcionar. É nosso professor
Pardal aqui”, disse. João de Deus expli-
cou que a instalação do tubo é trabalho-
sa, mas fica em boas condições. “O tubo
não pode ficar nem muito apertado, se-
não modifica a densidade do solo em vol-
ta da parede, nem muito frouxo. É uma
questão de acerto”.
Ele apresentou dados obtidos por
meio das avaliações. “Cada raiz é nosso
sistema experimental e a gente faz a cur-
va de análise de sobrevivência”. Segundo
ele, esse tipo de análise mostra que 80%
das raízes vivem 50 dias e 20% estão pre-
sentes durante todo o período de avalia-
ção. A média de dias que vive uma raiz é
de 160 a 170 dias. No entanto, quando
é aplicado gesso agrícola, a ciclagem de
raiz aumenta, ou seja, o gesso diminui
o tempo de vida das raízes e na medida
em que se aumenta a dose, aumenta-se
também a distribuição das raízes no per-
fil do solo.
Sistema radicular
Adubação
Os participantes do
Dia de Campo também
acompanharam a apresentação
do pesquisador Claudio
Sanzonowicz sobre a adubação
do dendezeiro. Após repassar
informações gerais sobre a
origem da cultura, produção e
demanda mundial do óleo de
dendê, histórico e vantagens
na produção de óleo, além
das conclusões a partir do
projeto de pesquisa em
andamento na Unidade, ele
apresentou dados referentes
às adubações de correção e de
manutenção realizadas na área
do experimento, além de uma
tabela que informa os teores de
nutrientes na folha em quatro
variedades de dendezeiro.
Os dados preliminares
obtidos, segundo o
pesquisador, foram levantados
utilizando critérios adotados
na Amazônia, já que ainda não
se tem uma recomendação de
adubação do dendezeiro para o
Cerrado. Eles demostraram, no
entanto, que alguns nutrientes
estão em deficiência e que
há a necessidade de ajustes,
mesmo com a produtividade
estando acima da média.
“Temos que colocar o que a
planta está precisando, não
podemos limitá-la por conta
de adubação”, enfatizou
José Roberto Peres.
Edição Nº 406 – 24 de abril de 20136
Pesquisador grava vídeo do
Programa Pasto Verde
Pesquisador grava vídeo do
Programa Pasto Verde
A Embrapa Cerrados e a organização
não governamental Sociedade Ecoló-
gica de Jataí (SEJA) firmaram, no dia 9
de abril, uma parceria técnica. As equi-
pes das duas instituições realizaram de
reunião com participação do chefe-geral
José Roberto Peres e do presidente da
SEJA, Binônimo Lima.
A SEJA participa desde 2010 das pes-
quisas de rochagem lideradas pelo pes-
quisador Éder Martins. As atividades
são a coordenação de experimentos
agronômicos no Sudoeste Goiano, a re-
alização de estudos e a transferência da
tecnologia de rochagem para os agricul-
tores da região. A proposta é ampliar a
parceria para desenvolver o tema em ou-
tras regiões do Cerrado.
“Esta parceria complementa a missão
da Embrapa de desenvolver tecnologias
sustentáveis para o agronegócio brasilei-
ro, especialmente no processo de trans-
ferência e adoção destas tecnologias. A
rochagem é uma nova forma de manejo
da fertilidade do solo com a utilização de
rochas comuns, abundantes nas regiões
agrícolas do Cerrado”, afirma Martins.
Congresso – O pesquisador Éder Mar-
tins integra o comitê gestor e coordena o
comitê técnico-científico do II Congres-
so Brasileiro de Rochagem, que será re-
alizado de 12 a 17 de maio em Poços de
Caldas (MG) e terá como tema a “Nor-
matização do uso de pós de rocha na
agricultura”. Voltado a pesquisadores,
universitários, especialistas, produto-
res e formuladores de políticas públicas,
o congresso pretende situar o estado da
arte da pesquisa técnico-científica e da
aplicabilidade da técnica da rochagem,
além de tratar da normatização do regis-
tro e comercialização dos produtos, que
são o tema central dos debates. As dis-
cussões também vão servir como subsí-
dio para a formulação de políticas públi-
cas. Mais informações em:
www.congressorochagem.com.br.
Unidade firma parceria com ONG de Jataí
O pesquisador Lourival Vilela participou na terça (16) e
quarta-feira (17), em Ipameri (GO) da gravação do vídeo docu-
mentário de divulgação do Programa Pasto Verde de Recupera-
ção de Pastagens Degradadas e Manutenção da Produtividade
do Centro-Oeste, promovido pela Superintendência de Desen-
volvimento do Centro-Oeste (Sudeco) em parceria com a Em-
brapa e os governos estaduais da região.
O Pasto Verde integra as estratégias do Plano Agricultura de
Baixa Emissão de Carbono do Ministério da Agricultura, Pecu-
ária e Abastecimento e tem como objetivo a recuperação, em 10
anos, de pelo menos 8,7 milhões de hectares de pastagens de-
gradadas na região Centro-Oeste por meio de ações de trans-
ferência de tecnologia, promoção de acesso a fontes de finan-
ciamentos e da utilização do método de calagem, entre outros.
As gravações foram realizadas nas fazendas Santo Antô-
nio das Cobras, de Renato Carneiro, marcada pelos pastos de-
gradados e erosão, e Santa Brígida, de Marize Costa, adotan-
te de sistemas de integração desde 2006. Com depoimentos
dos produtores e conversas com o pesquisador, o vídeo pre-
tende mostrar alternativas para a recuperação de pastagens
degradadas, como adubação superficial e calagem, integração
Lavoura-Pecuária e sistemas agrossilvipastoris, apresentadas
por ­Lourival Vilela.
Além do pesquisador, também gravará depoimento o chefe-
-geral da Embrapa Cerrados, José Roberto Peres. Ele vai abor-
dar a realidade enfrentada pelo pecuarista do Brasil Central e
a importância da criação do Programa Pasto Verde. Participam
ainda o superintendente da Sudeco, Marcelo Dourado, que vai
falar sobre os objetivos do programa, e Tereza Cristina, secre-
tária de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria,
do Comércio e do Turismo do Mato Grosso do Sul, que deve
tratar da participação dos Estados no Pasto Verde.
Edição Nº 406 – 24 de abril de 20137
Aniversariantes
Chefia-Geral: José Roberto Peres; Ch. P&D: Claudio Takao Karia; Ch. de TT: Luiz Carlos Balbino;
Ch. Adm.: Dercino Fernandes; Supervisão do NCO: Cristiane Cruz; Redação: Breno Lobato,
Juliana Caldas e Liliane Castelões; Fotos: Allan Kardec Ramos, Breno Lobato, Juliana Caldas,
Liliane Castelões e Luís Macedo/Câmara dos Deputados; Diagramação: Fabiano Bastos
O Cerrados Eletrônico é uma publicação do Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO).
(61) 3388-9945
www.cpac.embrapa.br
expediente contato
Parabéns aos nossos colegas!
Na última quinta-feira (18), o presidente,
o vice-presidente e diretores do Instituto Na-
cional de Tecnologia Agropecuária (INTA),
da Argentina, acompanhados pelo diretor-
-executivo de Transferência de Tecnologia
da Embrapa, Waldir Stumpf, visitaram a Em-
brapa Cerrados. O objetivo da visita foi co-
nhecer um pouco das pesquisas em anda-
mento na Unidade.
O grupo foi recebido pelo chefe-geral, José
Roberto Peres, pelo chefe-adjunto de Trans-
ferência de Tecnologia, Luiz Carlos Balbino, e
pelo supervisor da Área de Articulação Inter-
nacional, Lineu Rodrigues. Na apresentação
institucional, Peres destacou, entre outros,
os trabalhos atuais em sistemas de produção
integrados e sustentáveis, como Integração
Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), as pesqui-
sas participativas em agricultura familiar e
as relacionadas à agroenergia.
O presidente do INTA, Carlos Casamique-
la, demonstrou interesse no processo brasi-
leiro de transferência de tecnologias. O di-
retor-executivo da Embrapa explicou que
o país tem se esforçado em recuperar o vá-
cuo existente após a extinção, na década de
1980, da Empresa Brasileira de Extensão
Rural (Embrater). Stumpf informou sobre
a criação, em breve, da Agência Nacional de
Assistência Técnica e Extensão Rural (Ana-
ter), que irá regular e coordenar as empresas
estaduais.
O diretor- executivo também explicou que
o papel da Embrapa no processo é o de ca-
pacitar profissionais das empresas de assis-
tência técnica, tanto das empresas públicas
quanto privadas, que serão os multiplica-
dores junto aos produtores. Ele citou como
exemplo a participação da Embrapa em pro-
gramas de governo, como o Plano ABC - Agri-
cultura de Baixa Emissão de Carbono, em
que são ministrados cursos e instaladas Uni-
dades de Referência Tecnológicas (URT’s).
À tarde, os visitantes verificaram, nos cam-
pos experimentais da Unidade, os trabalhos
desenvolvidos com dendê irrigado, tolerância
à seca em trigo, soja e cana-de-açúcar, e iLPF.
Os experimentos foram apresentados, res-
pectivamente, pelos pesquisadores Jorge An-
tonini, Walter Quadros e Robélio Marchão.
Visitas Internacionais
Missão franco-brasileira
Na última segunda-feira (22),
uma missão franco-brasileira, co-
ordenada pela pesquisadora Mar-
gareth Simões, da Embrapa Solos,
esteve na Unidade. Margareth
atuou, entre outubro de 2010 e
outubro de 2012, enquanto este-
ve no LabEx Europa, no Centro
de Sensoriamento Remoto (Mai-
son de la Télédétction, em Mon-
tpellier, na França).
A visita do grupo à Embrapa
Cerrados integra uma programa-
ção maior e que passará por ou-
tras unidades da Embrapa até
próximo o dia 29. Entre os obje-
tivos do encontro, realizado no
auditório Wenceslau Goedert,
estavam a apresentação da nova
versão do Sistema Sarrah – Sys-
tème d’analyse Régionale des
Risques Agroclimatique, desen-
volvido pelo CIRAD, exemplo de
parceria com o Brasil no subsí-
dio à política agrícola através do
zoneamento de risco climático
e, também, a discussão da conti-
nuidade das ações de pesquisa em
Sensoriamento Remoto que vêm
sendo desenvolvidas junto à Mai-
son de la Télédétection e o Pro-
grama LabEx através do Projeto
“Qualification des Produits Phé-
nologiques MODIS par Modéli-
sation Agroclimatique et données
de Terrain”, visando a integração
de dados de satélite aos modelos
de crescimento de planta.
Alexsandra Duarte de Oliveira 22 MCRN
Marisa Prado Gomes 25 MCRN
Juarez Lopes da Silva 25 SGL
Vicente Camargos Moreira 25 SCV
Claudio Takao Karia 25 CGE
José Marcos da Silva 25 SIPT
Gelson Aurélio Minella 28 SIPT
Evie dos Santos de Sousa 28 SPAT
José Cardoso da Silva 29 SCE

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  • 1. Edição Nº 406 – Boletim Semanal da Embrapa Cerrados – 24 de abril de 2013 Cerradoseletrônico D uas sessões solenes marcaram o início da semana em que se comemoram os 40 anos da Embrapa. Na segunda-feira (22), o evento foi realizado no Sena- do Federal e, na terça, na Câmara dos Deputados (23). Empregados da Embrapa Cerrados marcaram presença nas duas sessões. Estavam presentes na cerimônia o presiden- te Maurício Lopes, os diretores-executivos e diversos chefes de unidades centrais e descentralizadas, entre eles, o chefe- -geral da Embrapa Cerrados, José Roberto Peres. Na terça-feira, após a sessão solene na Câmara, foi aberta oficialmente a exposição “Ciência que transforma a Vida”. Nas imagens da mostra, que ficará montada até esta sexta-feira (26), estão representados os cinco conceitos do Selo Comemo- rativo dos 40 anos da Embrapa, que simboliza a trajetória da pesquisa agropecuária: inovação, parceria, modernidade, sus- tentabilidade e capacidade de antecipação. Programação – nesta quarta-feira (24), será realizada na Embrapa Sede, às 18h, a cerimônia oficial em comemoração ao aniversário da Empresa. O evento contará com assinaturas de convênio e contratos de cooperação, apresentação de ativi- dades, homenagens, além da exposição de produtos e tecno- logias. Na ocasião, também será lançado o Prêmio Frederico Veiga. As comemorações prosseguem até o sábado (27) quan- do será realizado o baile de aniversário da Embrapa. Os inte- ressados em adquirir ingressos podem entrar em contato com a AEE/DF pelo telefone 3448 4250. Sessões solenes marcam início das comemorações 40 anos da Embrapa
  • 2. Edição Nº 406 – 24 de abril de 20132 DemocratizaragenéticaNeloreBRGNda Embrapa aos pecuaristas brasileiros. Esse foi o principal objetivo do 3º Leilão de Tou- ros e Matrizes da raça Nelore marca BRGN, realizado pela Embrapa Cerrados e pela empresa Mult Leilões no último sábado (20), nos campos experimentais do centro de pesquisa, em Planaltina (DF). O even- to atraiu mais de 300 pessoas e realizou a venda de 151 animais P.O. e comerciais. Na abertura, o chefe-geral da Embrapa Cerrados, José Roberto Peres, destacou que o evento representa muito mais que um simples leilão. “Este é um grande even- to de transferência de tecnologia, em que o sistema de produção a pasto é o grande fator diferencial para o Nelore BRGN, um produto da Embrapa com os nossos parcei- ros. Nossos tourinhos hoje leiloados nada mais são que a inteligência da Empresa co- locada à disposição do produtor. É todo um esforço multidisciplinar em um animal res- ponsivo, com eficiência e a qualidade que a sociedade exige”, disse. Coordenador dos trabalhos de pesquisa com o Nelore BRGN, o pesquisador Cláu- dio Magnabosco, da Embrapa Cerrados, acrescentou que o leilão “é uma grande oportunidade de democratizar a genéti- ca de qualidade, oferecendo animais com características que permitem suportar as dificuldades de produção no Cerrado”. Ele também salientou a participação dos parceiros cotistas em genética do Nelore BRGN na Embrapa – Carlos Viacava (Nelo- re CV); César Brugnera, Marco Pedroza e o cantor Leonardo (Nelore CBMW) e Robert Berger (Nelore ECOZ). “Eles trouxeram o que tinham de melhor no plantel, pois são nossos parceiros em genética de qualida- de”, afirmou. O leiloeiro Fernando Costa conduziu o leilão, enquanto Magnabosco apresentava e comentava as principais características zootécnicas dos lotes oferecidos. Os produ- tores que prestigiaram o leilão aprovaram a qualidade dos animais ofertados. Sele- cionador de gado há mais de 30 anos, José Maria dos Anjos, da Fazenda Amaral (Mon- te Alegre, GO), declarou que a evolução ge- nética do BRGN “salta aos olhos”. “A gente percebe o avanço da genética e a incorpo- ração das características desejáveis desde que se passou a adotar critérios de seleção, utilizando animais provados”, observou. Outro produtor que se surpreendeu com o avanço genético do Nelore BRGN foi Fer- nando Guimarães, da Fazenda Camapuã (Paranaiguara, GO). Ele arrematou um lote de quatro fêmeas PO paridas e deu lances em alguns lotes de touros. “Fiquei surpre- so com a pressão de seleção tanto na parte racial como na parte de carcaça e na produ- ção”, disse. Titular do Nelore CV, Ricardo Viaca- va considerou o leilão da Unidade o me- lhor evento de produção em 2013 até o momento. “Os bons preços alcançados, a grande disputa pelos lotes e a total liquidez são indicativos do excelente trabalho da Embrapa Cerrados com o Nelore BRGN”. Já o gerente de Corte Zebu da CRV La- goa, Ricardo Abreu, observou que a seleção Nelore BRGN vem identificando e selecio- nando os animais melhoradores por meio das tradicionais provas de ganho de peso e comprovando a cada ano o progresso ge- nético através dos animais mais jovens de cada safra. “Animais das safras 2009, 2010 e 2011 foram bem valorizados e disputa- dos no leilão em que os criadores reconhe- ceram o trabalho realizado”, destacou. 3º Leilão Nelore BRGN comercializa 151 animais Dia de Campo na TV Gado Nelore com a marca Embrapa - este é o tema da próxima edição do Dia de Campo na TV, que vai ao ar nesta sexta-feira (26), a partir das 9h, no Canal Rural (Net/Sky/Parabólica). Produzido pela Embrapa Cerrados e pela Embrapa Informação Tecnológica, o programa vai falar sobre a qualidade e a evolução da genética dos bovinos Nelore BRGN, as vantagens da incorporação aos sistemas de produção dos pecuaristas e as novas possibilidades em pesquisa. Os convidados da entrevista em estúdio são o pesquisador Cláudio Magnabosco e o produtor Robert Berger, da Fazenda Ecoz, em Terezópolis de Goiás (GO). O programa será reprisado na NBR (TV do Governo Federal, captada por cabo ou por parabólica) no domingo (28) às 7h e às 17h; na terça-feira, às 11h30; na quinta- feira, às 15h; e no sábado (4), às 7h.
  • 3. Edição Nº 406 – 24 de abril de 20133 Pesquisadores da Embrapa, associados e técnicos da Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Uni- pasto) estiveram reunidos, de 16 a 18 de abril, no 10º Workshop Embrapa-Unipasto. Eles discutiram o desenvolvimento de novas cultivares de forrageiras e a multiplicação de sementes, além da elaboração do Plano Anual de Trabalho (PAT) 2013/2014. A Unipasto é uma associação composta por empresas produ- toras de sementes de forrageiras, distribuídas pelos estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. No convênio com a Embrapa, a Unipasto oferece supor- te financeiro e logístico ao programa de melhoramento de forra- geiras desenvolvido pelas unidades Acre, Cerrados, Gado de Corte, Gado de Leite e Pecuária Sudeste. A Embrapa Produtos e Mercado também participa da parceria. O chefe-geral da Embrapa Cerrados, José Roberto Peres, ressaltou, na aber- tura do evento, a importância da intera- ção entre a pesquisa com forrageiras e o setor sementeiro para o avanço da agri- cultura brasileira. Ele afirmou que o de- safio é o desenvolvimento de cultivares que atendam à demanda cada vez maior por sistemas de produção integrados e sustentáveis. “O processo de melhoramento gené- tico em forrageiras está tendo um gran- de avanço, principalmente com a biolo- gia molecular. No entanto, o sistema de produção é tão importante quanto o me- lhoramento genético. Não podemos ne- gligenciar o manejo e a produção de se- mentes. Semente tem que ser o grande produto do nosso trabalho”, destacou Peres. Embora as cultivares recomenda- das pela Embrapa sejam responsá- veis por mais de 80% do negócio de sementes forrageiras no Brasil, exis- te a preocupação com a perda de par- ticipação no mercado, como já acon- teceu em relação às cultivares de soja, algodão e milho. Segundo Ronaldo Andrade, gerente da Embrapa Produ- tos e Mercado, o programa de forrageiras é um dos pro- gramas especiais da Embrapa, tendo como meta manter o posicionamento da empresa no mercado de cultivares. Para o presidente da Unipasto, Luís Fernando Calábria, é com a capacidade de pesquisa da Embrapa que o setor pri- vado pode enfrentar a competição do mercado. “Este con- vênio tem se solidificado ao longo dos anos e temos pers- pectivas de bons lançamentos. O preço de sementes é o que define o mercado. E quanto mais informações e tecnologias tivermos, maior segurança teremos ao lançarmos as culti- vares”, afirmou. Cultivares – Os dois primeiros dias do Workshop foram dedicados às apresentações sobre os avanços na pesquisa com os gêneros Panicum, Pennisetum, Arachis, Cajanus, Pas- palum, Andropogon, Brachiara e Stylosanthes. Duas novas cultivares do gênero Panicum maximum es- tão em avaliação. A expectativa é de que uma das cultivares seja lançada ainda este ano. No primeiro momento, a culti- var terá indicação de uso para o bioma Amazônia e, posteriormen- te, será estendida para o Centro-Oeste. Os ensaios de pastejo e de corte dessas cultivares estão sendo feitos pelas unidades Acre, Cerrados e Gado de Corte. Estudos para determinar o valor de cultivo e uso de duas culti- vares de capim-elefante para os biomas Mata Atlântica e Amazô- nico estão em desenvolvimento. O lançamento das cultivares está previsto para 2016. Em fase já mais adiantada, de multiplicação de sementes pela Unipasto, está outra cultivar do gênero Penni- setum, cujo lançamento poderá ocorrer ainda este ano. Também existem perspectivas de lançamentos de cultivares dos gêneros Arachis, Ca- janus e Paspalum. Algumas dessas cul- tivares estão em processo de regis- tro e proteção junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen- to (Mapa). Com relação ao gênero Andropogon, foi defendido que os trabalhos ainda precisam ganhar robustez. A intenção é aumentar a pressão de seleção e, as- sim, verificar se com essa estratégia é possível elevar também a participação dos indivíduos superiores na popula- ção dos descendentes. Isso, segundo os especialistas, poderia trazer certa dose de uniformidade ao material. Já com relação às pesquisas relacionadas ao gênero Stylosanthes, nos materiais promissores, uma das principais pos- sibilidades de uso que está sendo vis- lumbrada é aquela em sistemas agrí- colas, como plantas condicionadoras de solo, por exemplo. Na Embrapa Cerrados, os partici- pantes do Workshop visitaram os ex- perimentos de Stylosanthes guianenses consorciado com Brachiaria brizantha, de avaliação de híbridos de Brachiara decumbens, de seleção e recombina- ção de plantas de Andropogon gayanus, além de ensaios de corte e pastejo de Panicum ­maximum. Embrapa e Unipasto discutem pesquisa com forrageiras Pesquisas – Trabalhos de outros grupos de pesquisa que têm alguma relação com os pro- gramas de melhoramento de forrageiras tam- bém foram apresentados no Workshop. Na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia está sendo desenvolvida pesquisa de análise de DNA aplicada ao melhoramento genético de Brachiara ruziziensis. Com o uso de ferra- mentas de biologia molecular, espera-se ob- ter uma planta uniforme, com maturação ade- quada, qualidade fitossanitária e que permita a mecanização eficiente e a diminuição do cus- to de produção de sementes. Outro assunto tratado no Workshop foi o manejo de nematoides do gênero Pratylen- chus. A pesquisa busca identificar espécies vegetais que acabam favorecendo as popula- ções desse nematoide e quais culturas agem na diminuição dessas populações. “O manejo é de extrema importância para reduzir as po- pulações do nematoide. No entanto, não vai adiantar utilizar boas práticas se forem usa- das plantas hospedeiras”, explicou o pesquisa- dor Alexandre Goulart, da Embrapa Cerrados. O 10º Workshop Embrapa-Unipasto foi or- ganizado pela Embrapa Cerrados, sob a coor- denação do pesquisador Allan Kardec Ramos. Os pesquisadores da Unidade que participa- ram do evento foram Marcelo Ayres, Alexan- dre Goulart, Francisco Duarte, Gustavo Braga, Giovana Maciel e Roberto Guimarães Júnior.
  • 4. Edição Nº 406 – 24 de abril de 20134 Empregados participam de Dia de Campo interno Empregados participam de Dia de Campo interno F oi realizado na última sexta-fei- ra (19) mais um Dia de Campo interno na Unidade. Cerca de 40 pessoas participaram do encon- tro. “Estes momentos são importantes, não só para repassar informações sobre as pesquisas, mas especialmente para fortalecer as equipes multidisciplina- res”, destacou o chefe-geral, José Rober- to Peres. O próximo Dia de Campo inter- no está previsto para o dia 17 de maio e vai tratar do tema melhoramento de mandioca. A primeira apresentação ficou a cargo do pesquisador Djalma Martinhão, que tratou do uso do gesso em culturas anu- ais e cana-de-açúcar. Segundo ele, o fato de a segunda safra, ou safrinha, na re- gião do Cerrado ser tão bem sucedida, a ponto de já estar respondendo, nos dias de hoje, por 60% do total de grãos pro- duzidos no país, tem muito a ver com a questão do uso do gesso agrícola - tecno- logia utilizada para corrigir a acidez do solo abaixo dos 20 cm de profundidade. “Para obter sucesso nessa possibilida- de de fazer safrinha, é importante corri- gir o perfil do solo. E o uso de gesso as- sume papel preponderante nessa ideia”, afirmou. Djalma destacou que o milho segunda safra no Cerrado criou a opor- tunidade de produzir soja precoce. “Nes- te ano agrícola, o Brasil vai produzir mais grãos na safrinha do que na safra. E o destaque é o Cerrado, especialmente os Estados do Mato Grosso, Mato Gros- so do Sul e Goiás”. O pesquisador apresentou informa- ções sobre a tecnologia e fez um históri- co sobre o processo de desenvolvimento. “Estudos relacionados ao uso do gesso agrícola foram um dos primeiros a se- rem montados na Embrapa Cerrados, em 1974. A tecnologia foi lançada, por sua vez, em 1995”. Ele também apre- sentou informações sobre o consumo do gesso no Brasil. “Em 1980, 12 mil tone- ladas de gesso eram comercializadas por ano. Atualmente, esse número chega a quatro milhões de toneladas por ano. Essa tecnologia realmente explodiu e, no meu ponto de vista, ela é responsável pela estabilidade de produção que temos na região dos Cerrados”, enfatizou. Djalma também apresentou informa- ções referentes às técnicas utilizadas para gerar os dados que subsidiaram as recomendações referentes ao uso do ges- so, como a interpretação da análise de solo. “Analisando o solo dessas camadas, seasaturaçãodealumínioémaiordoque 20 ou o teor de cálcio é menor do que 0,5, vale a pena usar gesso. A chance de ga- nhar dinheiro é muito grande”, afirmou. Ele apresentou dados de experimen- tos sob sequeiro e com irrigação. Ele ex- plicou que, mesmo na condição de irriga- ção, o produtor precisa usar o gesso para utilizar melhor os nutrientes que pos- suem mobilidade no solo. “Nessa área do experimento, o gesso foi aplicado há oito anos e continua dando respostas com efeitos residuais. O motivo dessas res- postas é a migração de cálcio e magné- sio para a sub-superfície”, pontuou. Se- gundo o pesquisador, o gesso aumenta a eficiência dos fertilizantes que o pro- dutor aplica na cultura. “Com as mes- mas doses, ele consegue absorver mui- to mais nutrientes. E esses nutrientes viram grãos, que é o mais importante”.
  • 5. Edição Nº 406 – 24 de abril de 20135 Em seguida, o pesquisador João de Deus dos Santos apresentou os métodos que a equipe utiliza na avaliação do siste- ma radicular das plantas e os resultados obtidos. Um desses métodos são as trin- cheiras, ou seja, a retirada de um bloco de solo, geralmente nas bordaduras dos experimentos, para que as raízes possam ser avaliadas. “Trata-se de uma amostra de ótima qualidade, já que o perfil do solo fica exposto, mas que é usada com cautela, pois causa um distúrbio grande no solo”, afirmou. O outro método é do mini-rizotron, que utiliza um tubo transparente inseri- do no solo, normalmente num ângulo de 45 graus. A principal vantagem é permi- tir avaliações das raízes ao longo do ciclo de crescimento da cultura. Segundo João de Deus, trata-se de uma tecnologia an- tiga. Ao longo dos anos, no entanto, mu- dou apenas a forma de obtenção das imagens. “Hoje, utilizamos um escâner de alta resolução para captar essas ima- gens que estão no solo. O equipamento entra no tubo e vai escaneando em vol- ta das raízes. Ele tem capacidade para identificar pedaços de solo de até um mi- crômetro de tamanho. Ou seja, numa resolução máxima, conseguimos identi- ficar até fungos micorrízicos”, afirmou. Na Embrapa Cerrados, existem atual- mente 60 tubos como esse instalados em experimentos diversos. Segundo o pes- quisador, a tomada de imagens é muito rápida. “Os gargalos estão na instalação do tubo de acesso e na posterior análi- se das imagens. Para se ter uma ideia, a planilha que traz os dados dos 250 dias de uma avaliação que fizemos em um dos experimentos da cana-de-açúcar tem 34 mil linhas para serem analisadas. É um trabalho manual e que demanda tempo”, contou. Para resolver a questão da instalação do tubo de acesso, o pesquisador contou que foi fundamental a ajuda do assisten- te Manoel Morais, que criou um gabarito que permite que os tubos sejam instala- dos sempre num mesmo ângulo. “Quan- do a gente não consegue comprar de- terminado equipamento, ou precisa de algum que não existe, o Manoel inventa e coloca pra funcionar. É nosso professor Pardal aqui”, disse. João de Deus expli- cou que a instalação do tubo é trabalho- sa, mas fica em boas condições. “O tubo não pode ficar nem muito apertado, se- não modifica a densidade do solo em vol- ta da parede, nem muito frouxo. É uma questão de acerto”. Ele apresentou dados obtidos por meio das avaliações. “Cada raiz é nosso sistema experimental e a gente faz a cur- va de análise de sobrevivência”. Segundo ele, esse tipo de análise mostra que 80% das raízes vivem 50 dias e 20% estão pre- sentes durante todo o período de avalia- ção. A média de dias que vive uma raiz é de 160 a 170 dias. No entanto, quando é aplicado gesso agrícola, a ciclagem de raiz aumenta, ou seja, o gesso diminui o tempo de vida das raízes e na medida em que se aumenta a dose, aumenta-se também a distribuição das raízes no per- fil do solo. Sistema radicular Adubação Os participantes do Dia de Campo também acompanharam a apresentação do pesquisador Claudio Sanzonowicz sobre a adubação do dendezeiro. Após repassar informações gerais sobre a origem da cultura, produção e demanda mundial do óleo de dendê, histórico e vantagens na produção de óleo, além das conclusões a partir do projeto de pesquisa em andamento na Unidade, ele apresentou dados referentes às adubações de correção e de manutenção realizadas na área do experimento, além de uma tabela que informa os teores de nutrientes na folha em quatro variedades de dendezeiro. Os dados preliminares obtidos, segundo o pesquisador, foram levantados utilizando critérios adotados na Amazônia, já que ainda não se tem uma recomendação de adubação do dendezeiro para o Cerrado. Eles demostraram, no entanto, que alguns nutrientes estão em deficiência e que há a necessidade de ajustes, mesmo com a produtividade estando acima da média. “Temos que colocar o que a planta está precisando, não podemos limitá-la por conta de adubação”, enfatizou José Roberto Peres.
  • 6. Edição Nº 406 – 24 de abril de 20136 Pesquisador grava vídeo do Programa Pasto Verde Pesquisador grava vídeo do Programa Pasto Verde A Embrapa Cerrados e a organização não governamental Sociedade Ecoló- gica de Jataí (SEJA) firmaram, no dia 9 de abril, uma parceria técnica. As equi- pes das duas instituições realizaram de reunião com participação do chefe-geral José Roberto Peres e do presidente da SEJA, Binônimo Lima. A SEJA participa desde 2010 das pes- quisas de rochagem lideradas pelo pes- quisador Éder Martins. As atividades são a coordenação de experimentos agronômicos no Sudoeste Goiano, a re- alização de estudos e a transferência da tecnologia de rochagem para os agricul- tores da região. A proposta é ampliar a parceria para desenvolver o tema em ou- tras regiões do Cerrado. “Esta parceria complementa a missão da Embrapa de desenvolver tecnologias sustentáveis para o agronegócio brasilei- ro, especialmente no processo de trans- ferência e adoção destas tecnologias. A rochagem é uma nova forma de manejo da fertilidade do solo com a utilização de rochas comuns, abundantes nas regiões agrícolas do Cerrado”, afirma Martins. Congresso – O pesquisador Éder Mar- tins integra o comitê gestor e coordena o comitê técnico-científico do II Congres- so Brasileiro de Rochagem, que será re- alizado de 12 a 17 de maio em Poços de Caldas (MG) e terá como tema a “Nor- matização do uso de pós de rocha na agricultura”. Voltado a pesquisadores, universitários, especialistas, produto- res e formuladores de políticas públicas, o congresso pretende situar o estado da arte da pesquisa técnico-científica e da aplicabilidade da técnica da rochagem, além de tratar da normatização do regis- tro e comercialização dos produtos, que são o tema central dos debates. As dis- cussões também vão servir como subsí- dio para a formulação de políticas públi- cas. Mais informações em: www.congressorochagem.com.br. Unidade firma parceria com ONG de Jataí O pesquisador Lourival Vilela participou na terça (16) e quarta-feira (17), em Ipameri (GO) da gravação do vídeo docu- mentário de divulgação do Programa Pasto Verde de Recupera- ção de Pastagens Degradadas e Manutenção da Produtividade do Centro-Oeste, promovido pela Superintendência de Desen- volvimento do Centro-Oeste (Sudeco) em parceria com a Em- brapa e os governos estaduais da região. O Pasto Verde integra as estratégias do Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono do Ministério da Agricultura, Pecu- ária e Abastecimento e tem como objetivo a recuperação, em 10 anos, de pelo menos 8,7 milhões de hectares de pastagens de- gradadas na região Centro-Oeste por meio de ações de trans- ferência de tecnologia, promoção de acesso a fontes de finan- ciamentos e da utilização do método de calagem, entre outros. As gravações foram realizadas nas fazendas Santo Antô- nio das Cobras, de Renato Carneiro, marcada pelos pastos de- gradados e erosão, e Santa Brígida, de Marize Costa, adotan- te de sistemas de integração desde 2006. Com depoimentos dos produtores e conversas com o pesquisador, o vídeo pre- tende mostrar alternativas para a recuperação de pastagens degradadas, como adubação superficial e calagem, integração Lavoura-Pecuária e sistemas agrossilvipastoris, apresentadas por ­Lourival Vilela. Além do pesquisador, também gravará depoimento o chefe- -geral da Embrapa Cerrados, José Roberto Peres. Ele vai abor- dar a realidade enfrentada pelo pecuarista do Brasil Central e a importância da criação do Programa Pasto Verde. Participam ainda o superintendente da Sudeco, Marcelo Dourado, que vai falar sobre os objetivos do programa, e Tereza Cristina, secre- tária de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo do Mato Grosso do Sul, que deve tratar da participação dos Estados no Pasto Verde.
  • 7. Edição Nº 406 – 24 de abril de 20137 Aniversariantes Chefia-Geral: José Roberto Peres; Ch. P&D: Claudio Takao Karia; Ch. de TT: Luiz Carlos Balbino; Ch. Adm.: Dercino Fernandes; Supervisão do NCO: Cristiane Cruz; Redação: Breno Lobato, Juliana Caldas e Liliane Castelões; Fotos: Allan Kardec Ramos, Breno Lobato, Juliana Caldas, Liliane Castelões e Luís Macedo/Câmara dos Deputados; Diagramação: Fabiano Bastos O Cerrados Eletrônico é uma publicação do Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO). (61) 3388-9945 www.cpac.embrapa.br expediente contato Parabéns aos nossos colegas! Na última quinta-feira (18), o presidente, o vice-presidente e diretores do Instituto Na- cional de Tecnologia Agropecuária (INTA), da Argentina, acompanhados pelo diretor- -executivo de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Waldir Stumpf, visitaram a Em- brapa Cerrados. O objetivo da visita foi co- nhecer um pouco das pesquisas em anda- mento na Unidade. O grupo foi recebido pelo chefe-geral, José Roberto Peres, pelo chefe-adjunto de Trans- ferência de Tecnologia, Luiz Carlos Balbino, e pelo supervisor da Área de Articulação Inter- nacional, Lineu Rodrigues. Na apresentação institucional, Peres destacou, entre outros, os trabalhos atuais em sistemas de produção integrados e sustentáveis, como Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), as pesqui- sas participativas em agricultura familiar e as relacionadas à agroenergia. O presidente do INTA, Carlos Casamique- la, demonstrou interesse no processo brasi- leiro de transferência de tecnologias. O di- retor-executivo da Embrapa explicou que o país tem se esforçado em recuperar o vá- cuo existente após a extinção, na década de 1980, da Empresa Brasileira de Extensão Rural (Embrater). Stumpf informou sobre a criação, em breve, da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ana- ter), que irá regular e coordenar as empresas estaduais. O diretor- executivo também explicou que o papel da Embrapa no processo é o de ca- pacitar profissionais das empresas de assis- tência técnica, tanto das empresas públicas quanto privadas, que serão os multiplica- dores junto aos produtores. Ele citou como exemplo a participação da Embrapa em pro- gramas de governo, como o Plano ABC - Agri- cultura de Baixa Emissão de Carbono, em que são ministrados cursos e instaladas Uni- dades de Referência Tecnológicas (URT’s). À tarde, os visitantes verificaram, nos cam- pos experimentais da Unidade, os trabalhos desenvolvidos com dendê irrigado, tolerância à seca em trigo, soja e cana-de-açúcar, e iLPF. Os experimentos foram apresentados, res- pectivamente, pelos pesquisadores Jorge An- tonini, Walter Quadros e Robélio Marchão. Visitas Internacionais Missão franco-brasileira Na última segunda-feira (22), uma missão franco-brasileira, co- ordenada pela pesquisadora Mar- gareth Simões, da Embrapa Solos, esteve na Unidade. Margareth atuou, entre outubro de 2010 e outubro de 2012, enquanto este- ve no LabEx Europa, no Centro de Sensoriamento Remoto (Mai- son de la Télédétction, em Mon- tpellier, na França). A visita do grupo à Embrapa Cerrados integra uma programa- ção maior e que passará por ou- tras unidades da Embrapa até próximo o dia 29. Entre os obje- tivos do encontro, realizado no auditório Wenceslau Goedert, estavam a apresentação da nova versão do Sistema Sarrah – Sys- tème d’analyse Régionale des Risques Agroclimatique, desen- volvido pelo CIRAD, exemplo de parceria com o Brasil no subsí- dio à política agrícola através do zoneamento de risco climático e, também, a discussão da conti- nuidade das ações de pesquisa em Sensoriamento Remoto que vêm sendo desenvolvidas junto à Mai- son de la Télédétection e o Pro- grama LabEx através do Projeto “Qualification des Produits Phé- nologiques MODIS par Modéli- sation Agroclimatique et données de Terrain”, visando a integração de dados de satélite aos modelos de crescimento de planta. Alexsandra Duarte de Oliveira 22 MCRN Marisa Prado Gomes 25 MCRN Juarez Lopes da Silva 25 SGL Vicente Camargos Moreira 25 SCV Claudio Takao Karia 25 CGE José Marcos da Silva 25 SIPT Gelson Aurélio Minella 28 SIPT Evie dos Santos de Sousa 28 SPAT José Cardoso da Silva 29 SCE