2. Depois de reconhecido e anunciado
por João Batista como o Messias,
Jesus já fizera alguns discípulos e
realizara a transformação da água
em vinho nas bodas de Caná.
Entretanto, ainda não pregava
abertamente.
3. Quando ouviu dizer que
o Batista fora preso,
Jesus saiu da Judéia e
foi para a Galiléia; ali
deixou a cidade de
Nazaré e passou a
morar em Cafarnaum.
4. Então, mais
abertamente
começou sua
tarefa,
produzindo
fenômenos e
pregando
com as
mesmas
palavras que
João
costumava
usar:
"O tempo é
chegado,
arrependei-
vos pois o
reino dos
céus está
próximo."
(Mt. 4vs.
12/22, Mc. 1
vs. 14/ 15 e
Lc. 4 vs.
14/15.)
E era
aclamado por
todos". (4 vs.
14/15.)
5. Jesus sempre falava do reino dos céus,
ensinando as verdades espirituais, aonde
quer que fosse.
Mas procurava especialmente visitar os
locais onde os israelitas habitualmente se
reuniam para o trato das coisas espirituais.
6. Em Jerusalém, era no
Templo.
Nas demais cidades, era
nas sinagogas, onde não
havia cultos e oferendas
mas, nos sábados, se
estudavam a lei e os
profetas e se faziam
7. Narra Mateus (4 vs. 23/25) que "Jesus percorria
toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas,
pregando o evangelho do reino, curando todas
as doenças e enfermidades entre o povo.
8. Sua fama
espalhou-se
por toda a
Síria: traziam-
lhe os doentes
e os enfermos,
os possessos,
os lunáticos,
os paralíticos.
E ele curava a
todos.
Grandes
multidões
acompanhara
m-no da
Galiléia, e da
Decápole, de
Jerusalém, da
Judéia e dos
países do
outro lado do
Jordão".
9. Lucas acrescenta um
importante detalhe
esclarecedor: "Jesus, então,
cheio de força do Espírito,
voltou para a Galiléia.
E a sua fama divulgou-se por
toda a região. Ele ensinava
nas sinagogas.
10. Quando Jesus se dirigiu para Nazaré (onde fora
criado), a fama de seus feitos já havia chegado lá.
Ele entrou na sinagoga, num dia de sábado,
"segundo o seu costume" (todo bom israelita fazia
assim), e levantou-se para ler a escritura (qualquer
homem israelita podia fazer isso, desde que
convidado pelo dirigente da sinagoga).
NA SINAGOGA DE NAZARÉ
(Mt. 13 vs. 54/58, Mc. 6 vs. 1/6, Lc. 4 vs. 16/30 e Jo. 4 vs. 43/45.)
11. Deram-lhe o livro do
profeta Isaías. Jesus
desenrolou o livro (rolo de
papiro ou pergaminho) e
escolheu a passagem onde
estava escrito:
"O Espírito do Senhor está
sobre mim, pois que me
ungiu; e enviou-me para
anunciar a boa nova aos
pobres, para sarar os
contritos de coração,
anunciar aos cativos a
redenção, aos cegos a
restauração da vista, para
pôr em liberdade os
algemados, para apregoar
o ano da graça do Senhor".
12. Era costume que, depois de ler, a pessoa
comentasse a passagem.
Mas Jesus leu, fechou o livro, deu-o ao
ministro e se sentou. Todos na sinagoga
ficaram de olhos fixos nele, em expectativa,
até que Jesus falou:
"Hoje se cumpriu esta Escritura que acabais
de ouvir".
13. Estava se
anunciando como
o Messias
prometido!
Deve ter dito
ainda outras
coisas mais,
porque os judeus,
perplexos, se
indagavam:
"Donde lhe vem
isso?
Que sabedoria é
essa que lhe foi
dada?
Não é ele o
carpinteiro, o filho
de Maria, o irmão
de Tiago, de José,
de Judas e de
Simão?
Não vivem aqui
entre nós também
suas irmãs?
14. Quanto aos
fenômenos que
ouviam dizer que
Jesus realizara,
comentavam
incrédulos:
"Como se
operam por suas
mãos tão
grandes
milagres?"
15. Desconfiavam tanto, que Jesus se admirou da
incredulidade deles e não pôde ali fazer nenhum
milagre, apenas aplicou passes curadores em uns
poucos enfermos.
Jesus explicou para eles o porquê do insucesso:
"Sem dúvida me citareis este provérbio: Médico, cura
a ti mesmo; todas as maravilhas que fizeste em
Cafarnaum, segundo ouvimos dizer, faze-o também
aqui na tua pátria".
16. "De fato vos afirmo,
nenhum profeta é
bem aceito na sua
pátria.
Em verdade vos
digo, muitas viúvas
havia em Israel, no
tempo de Elias,
quando se fechou o
céu por três anos e
seis meses e houve
grande fome por
toda a terra; mas a
nenhuma delas foi
mandado Elias,
senão a uma viúva
em Sarepta, de
Igualmente havia
muitos leprosos em
Israel no tempo do
profeta Eliseu, mas
nenhum deles foi
limpo senão o sírio
Naamã".
17. Quer dizer que
faltavam a eles
condições para
receberem os
benefícios por
não
acreditarem.
"A estas
palavras,
encheram-se
todos de cólera
na sinagoga.
Levantaram-se
e lançaram-no
fora da cidade;
e conduziram-
no até ao alto
do monte sobre
o qual estava
construída a sua
cidade, e
queriam
precipitá-lo dali
abaixo.
18. Ele, porém, passou
entre eles e retirou-
se".
Contudo, Jesus não
desanimou e
"percorria as aldeias
vizinhas, a ensinar".
19. Jesus morava em Cafarnaum e, portanto, há muitas de
suas passagens evangélicas pregando nas sinagogas
dessa cidade, nos dias de sábado.
Uma dessas sinagogas foi construída com a ajuda de um
centurião romano, ao qual Jesus atenderia curando um
servo seu (Lc. 7 v. 1/10).
Jesus curou, também, a filha de Jairo, chefe de uma das
sinagogas de Cafarnaum.
NA SINAGOGA DE CAFARNAUM
21. Jesus o
faz calar
(perturbav
a a
pregação
e fazia
revelação
prematura
) e que se
afaste do
obsidiado.
Todos se
admiram:
da sua
pregação
(com
autoridad
e e não
como os
escribas
que
sempre
citavam
a lei);
e de que
mande e
os
espíritos
"imundos
"
obedeça
m.
22. Cura de um homem
de mão seca(Lc.
6vs. 6/11 eMc. 3 vs.
1/6)
Escribas e fariseus
espionam.
Se Jesus curar (é
sábado), o acusarão.
Sabendo disso e,
indignado, Jesus chama o
aleijado para o meio de
todos e argumenta:
23. E um
homem não
vale muito
mais que
uma
ovelha?
Se uma
ovelha cair
no poço
num sábado
não irão
socorrê-la?
25. Cura de uma
mulher encurvada
(Lc. 13 vs. 10/17)
Havia ali uma mulher
que, há 18 anos, era
possessa de um
espírito que a
detinha doente:
andava encurvada e
não podia
absolutamente
erguer-se.
Jesus a cura,
impondo-lhe as
mãos.
26. A mulher se endireita e louva a Deus.
O chefe da sinagoga se indigna, diz que a semana tem
outros 6 dias para curar.
Jesus replica que no sábado desamarram animais e os
levam para beber; se não deveria ser libertada a mulher
daquela prisão também, apesar de sábado.
Os adversários de Jesus se confundiram, ao passo que
o povo se alegrava.
27. "Eu sou o Pão da
Vida" (Jo. 6, vs.
22/65)
No dia seguinte ao da
multiplicação dos
pães, ao ver que
Jesus e os seus
discípulos já não
estavam ali, a
multidão atravessou
o lago para procurar
o Mestre e o
encontrou em
Cafarnaum, na
sinagoga (V. 59).
28. Começou, então, uma
longa conversa de Jesus
com os circunstantes,
cheia de grandes
revelações.
Começou com Jesus
dizendo:
29. — "Vós me buscais não
porque vistes sinais, mas
porque comestes dos
pães e vos fartastes.
Trabalhai, não pela
comida que perece, mas
pela que dura até a vida
eterna, que o Filho do
Homem vos dará".
30. Então, pediram orientação
a Jesus ("Que faremos para
realizar as obras de
Deus?") que disse ser
preciso crerem nele como o
enviado divino.
Os que haviam presenciado
a multiplicação dos pães,
talvez não duvidassem
disso, pois até tinham
querido proclamar Jesus
rei, antes.
31. Mas muitas
pessoas, na
sinagoga, só tinham
ouvido falar do
fenômeno, não o
tinham presenciado.
Devem ter sido
estas que
perguntaram:
32. E parece que desejavam a
reprodução do fenômeno ali,
porque aludiram ao episódio do
maná, ocorrido ao tempo de
Moisés:
"Nossos pais comeram o maná
no deserto, como está escrito:
Deu-lhes a comer pão do céu".
33. De fato, Moisés só pedia
a Deus, que
providenciara o
fenômeno.
Aliás, tudo vem de
Deus, até mesmo o
maná, recurso alimentar
que os hebreus não
conheciam mas que
bem pode ter sido um
fenômeno natural
(gotejamento de certa
espécie de
tamargueiras,
espontâneo ou
provocado por
minúsculo inseto, a
cochonilha, somente
encontrado na região do
Sinai).
34. (...) "o
verdadeiro
pão do céu é
meu Pai
quem vos dá.
Porque o pão
de Deus é o
que desce do
céu e dá vida
ao mundo".
"Senhor, dá-
nos sempre
desse pão",
pediram.
35. "Eu sou o pão da vida;
o que vem a mim,
jamais terá fome; e o
que crê em mim,
jamais terá sede.
(...) Porque eu desci do
céu não para fazer a
minha própria vontade;
e, sim, a vontade
daquele que me
enviou".
36. "Não é este
Jesus, o filho
de José?
Acaso não
lhe
conhecemo
s o pai e a
mãe?
Como, pois,
agora diz:
Desci do
céu?" Assim
murmurava
m os
judeus.
37. "Vossos pais comeram
o maná no deserto e
morreram.
(...) Eu sou o pão vivo
que desceu do céu; se
alguém dele comer,
viverá eternamente; e o
pão que eu darei pela
vida do mundo, é a
minha carne".
38. "Como pode este
dar-nos a comer a
sua própria
carne?"
"Se não comerdes
a carne do Filho
do Homem e não
beberdes o seu
sangue, não tereis
vida em vós
mesmos.
39. (...) Quem come a minha
carne e bebe o meu
sangue, permanece em
mim e eu nele.
(...) Assim como o Pai,
que vive, me enviou, e
igualmente eu vivo pelo
Pai; também quem de
mim se alimenta, por
mim viverá".
40. Tais afirmativas de
Jesus foram
incompreendidas até
mesmo por muitos dos
seus discípulos; que
murmuravam entre si:
"Duro é este discurso, quem
o pode ouvir?"
41. "Isto vos
escandaliza?
Que será, pois, se
virdes o Filho do
homem subir para o
lugar onde primeiro
estava? (a ascensão
que se daria
futuramente).
O espírito é o que
vivifica; a carne para
nada aproveita; as
palavras que vos tenho
dito, são espírito e são
vida".
42. Equivalia a dizer:
Não falo: comerem minha carne
material para terem vida; a
matéria não dá vida, o que dá
vida é o espírito; e a mensagem
que vos trago é que tem vida
espiritual.
43. Tirando o véu da letra, a verdade espiritual surge clara,
luminosa: Jesus "desceu do céu" (veio de planos
superiores), "para dar a sua carne e o seu sangue"
(oferecer sua existência na Terra), "como pão"
(ensinamento e exemplo que alimenta a alma), que deve
ser "comido" (assimilado) e "dar vida" (ativar-nos
espiritualmente).
45. "Senhor, para quem iremos? tu tens as palavras
da vida eterna; e nós temos crido e conhecido
que tu és o Santo de Deus".
Da presença e pregação de Jesus nas
sinagogas, testemunha o próprio Mestre,
respondendo ao Sumo Sacerdote Anás (Jo. 18
vs. 20/21).
"Eu tenho falado francamente ao mundo;
ensinei continuamente, tanto nas sinagogas
como no templo, onde todos os judeus se
reúnem, e nada disse em oculto".
46. Estudos Espíritas do Evangelho
Coleção: Estudos e cursos -
Therezinha Oliveira – Capítulo 16.
Grupo Espírita Allan Kardec
www.luzdoespiritismo.com