Capítulo 20 international applications of agenda setting theory
Internet: máquina de guerra e ferramenta de resistência
1.
2.
3. Internet: máquina de guerra e
ferramenta de resistência
• Arpanet (1969) – militares investem na ferramenta para
comandar e coordenar
uma eminente guerra
termonuclear, aproximando e unindo os aliados
• Universidades – utilizam para produzir grandes projetos
em rede, gerando uma rede colaborativa
• Ciberativistas – ações coletivas para criar uma rede
planetária de informação alternativa
4. Copyright x Copyleft
• Cultura capitalista
propriedade
do
acúmulo,
do
controle,
da
– 1993: Information Superhighways
– “Capturar as virtualidades será controlar os fluxos da própria
vida”
– Jihad e McMundo
• Cultura do compartilhamento,
conhecimento livre
– Cibercomunismo
– Economia da doação, da dádiva
– Não concorrencial
da
parceria,
do
5. Midialivrista de massa e
ciberativista
• Hackers da narrativa: lutam contra o monopólio
do poder da comunicação nas mãos de poucos
– Articulam mídias comunitárias e populares
• Hackers de códigos: ciberativistas.
– Contracultura da cultura hacker
– Trabalham por paixão
– Rejeitam hierarquia e controle
6. Capital Social e Engajamento
nas redes
• Fernback e Thompson (1995): comunidades geradas
pela CMC seriam comunidades de interesse. Promovem
fragmentação cultural e política.
• Putnam (1996): tecnologias da informação promovem o
isolamento individual e o desengajamento político,
corroendo a vida ativa das sociedades democráticas.
• Malini e Autoun (2013): o ciberespaço é capaz de
construir a participação atual em ações comuns na vida
de seus participantes e na vida cívica da sociedade civil
mundial
7. Mobilizações arquitetadas em
rede
• Movimento Zapatista (México, 1994)
• Batalha de Seattle (EUA, 1999)
- Centro de Mídia Independente
• Occupy Wall Street (EUA, 2011)
• Jornadas de junho (Brasil, 2013)
–Mídia NINJA
9. Tipos de rede
• Rede topológica “todos os canais” ou
matriz completa
10. Rede de guerra em rede
Conceitos criados por Arquilla e Ronfeldt para
explicar o modo de luta e conflito na sociedade
contemporânea, a partir da revolução
tecnológica:
– Netwar - guerra em rede
– Cyberwar – guerra do controle
– Infowar – guerra da informação
(Arquilla e Ronfeldt, 1993)
11. Rede de guerra em rede
• Níveis
– Tecnológico: padrão dos fluxos de informação e
comunicação e pelas tecnologias de suporte deles
– Social: quão bem e de que modos os membros são
pessoalmente conhecidos e conectados uns com os
outros
– Organizacional: mistura grupos de superfície difusos com
grupos subterrâneos coesos. Se utiliza de pontes e
parcerias. Prioriza flexibilidade e agilidade nas ações
– Narrativo: exprimem o nível de identidade e pertencimento
e também a causa e os objetivos
– Doutrinário: partilha de princípios e práticas para
compartilhar “uma só mente”, faz possível um movimento
sem líder ou com vários líderes
(Arquilla e Ronfeldt, 1996)
12. Jornalismo participativo na rede
e blogs
• No início: modelo do “tudo é meu”
• Nova mídia: formas independentes através do
modelo aberto ou híbrido
• Blogs: todos viraram produtores, reprodutores
ou reinterpretadores de notícias (às vezes os
comentários são mais importantes que o próprio
post)
13. Biopoder
• Teorizado por Foucault como forma de
governar, não somente o corpo da população,
mas todo o seu meio ambiente, a sua
comunicação, os seus conhecimentos e seus
afetos, através da geração incessante de riscos.
Cria redes de captura do comum.
– Ferramenta: Mídias irradiadas de massa
14. Biopolítica
• Reivindicam uma economia da cooperação que
mantenha os bens comuns dentro de um direito
e de um espaço público. É orgânica, prioriza o
trabalho vivo (imaterial). A questão deixa de ser
a eliminação do que nos ameaça para se tornar
a construção ou invenção do que nos interessa.
– Ferramenta: Mídias distribuídas de multidão
15.
16. JUNHO DE 2013
DUAS SEMANAS DE REBELIÃO URBANA QUE MUDARÃO A
HISTÓRIA POLÍTICA BRASILEIRA?
OU
EM DUAS SEMANAS O BRASIL QUE DIZIAM QUE HAVIA DADO
CERTO, QUE DERRUBOU A INFLAÇÃO, INCLUIU OS EXCLUÍDOS, ESTA
ACABANDO COM A POBREZA EXTREMA E É UM EXEMPLO
INTERNACIONAL – FOI SUBSTITUÍDO POR OUTRO PAIS, EM QUE O
TRANSPORTE POPULAR, A EDUCAÇÃO E A SAÚDE PÚBLICAS SÃO UM
DESASTRE E CUJA CLASSE POLÍTICA É UMA VERGONHA, SEM FALAR NA
CORRUPÇÃO.
QUAL DAS DUAS VERSÕES ESTARÁ CERTA?
17. Conforme relata Ermínia Maricato, no livro "Cidades Rebeldes" (2013, p.20) “a vida nas cidades brasileiras pirou
muito a partir dos últimos anos da década passada. Considerando que a herança histórica já não era leve.
A piora de mobilidade seja geral - isto é, atinge a todos- é das camadas de renda mais baixa que ele vai colocar o
maior preço em imobilidade. O tempo médio das viagens em São Paulo era de 2 horas e 42 minutos em 2007.
Para um terço da população, esse tempo é de mais de 3 horas, ou seja, uma parte da vida se passa nos transportes,
seja ele um carro de luxo ou num ônibus ou trem superlotado - o que é mais comum.
Ou seja, na cidade de São Paulo no período de pico, andar a pé e mais rápido, já que a velocidade média dos
automóveis é de 7,5 km por hora
Jorge Luiz Souto Maior, no livro "Cidades Rebeldes" (2013, p. 83), afirma:
As mobilizações pelo país, com toda a sua complexidade, não deixam dúvida quanto a um ponto comum: a
população quer mais serviços públicos e de qualidade. Querem a atuação de um Estado sócio, pautada pelo
imperativo de uma ordem jurídica que seja apta a resolver a nossa grave questão social, notadamente a
desigualdade social.
Ainda no livro em tela, teremos a contribuição
do autor Leonardo Sakamoto (p. 95), que garante:
“Há um déficit de democracia
participativa que precisa ser resolvido. Só votar e esperar quatro anos não
adianta mais. Uma reforma política que se concentre em ferramentas de
participação popular pode ser a saída”.
18. O IMPACTO NO DISCURSO DOS LIDERES PARTIDÁRIOS
DEPOIS DAS MANIFESTAÇÕES DE JUNHO DE 2013
Na cultura brasileira dito está que o som das ruas é o maior inimigo da classe política. Isto
posto, é intuito deste projeto a investigação e pesquisa pontuais para levantar e conhecer o
resultado das manifestações iniciadas em junho/2013, que ganharam as ruas do País - nos
Partidos Políticos do Brasil, especialmente, no PT - Partido dos Trabalhadores e no PSDB Partido da Social Democracia Brasileira, com o objetivo de analisar o reflexo das
manifestações nos discursos dos presidentes partidários.
Pela primeira vez, nas últimas três décadas, o som das ruas foi “gritante”, barulhento e nervoso. O eco das
ruas, produzido pelas manifestações de junho de 2013, chegou aos gabinetes dos políticos da situação e da
oposição deste País. A classe política, e boa parte da sociedade, não sabiam o que estava acontecendo. Como
compreender um movimento que surgiu pequeno - com o objetivo de conseguir a redução da tarifa de ônibus e que em poucos dias transformou-se em um turbilhão com as mais diferentes reivindicações. A mobilização da
juventude brasileira, nesse curto espaço, deixou vários setores da nossa sociedade perplexos. A pauta não era
mais apenas a redução de 20 centavos nas tarifas, mas transporte digno, saúde de qualidade, habitação,
educação, lazer, manifestos contra a corrupção e a favor da liberdade e tantos outros temas que surgiram nos
cartazes que desfilaram pelas ruas desta Nação.
Os políticos, neste caso os presidentes de partidos, correram em busca da construção de um discurso aceitável
e consistente, mas surgiu uma situação diferenciada: como participar, se os políticos estavam sendo rejeitados
pelos manifestantes?
Movimento sem líder, o uso da internet como ferramenta de mobilização, Black Blocs,
ganho ou perda do capital social, e os grandes veículos de comunicação sem respaldo.
19. PV –
PARTIDO VERDE - 23 DE JULHO DE 2013.
O programa começou Carla Piranda, secretária nacional do partido, que falou dos últimos acontecimentos,
porém, muito rapidamente. “Ouço e vejo, com ouvidos e olhos bem abertos o que as ruas estão
dizendo.” - “É bom exercitar a democracia, mas com cuidado, para que o ódio não substitua o amor”
Depois desta frase, o partido apresenta nacionalmente os membros do partido. Só aos 8 minutos e 24
segundos que aparece o presidente nacional, José Luiz Penna, para afirma que o país ficou perplexo,
principalmente os dirigentes e administradores públicos.
“NINGUÉM ENTENDEU ESSE CALDO TÃO DIVERSO”
“ RECADO DADO, RECADO ENTENDIDO”.
Ele finaliza afirmando que o Brasil demorou muito para conquistar a democracia e é necessário
organização.
http://www.youtube.com/watch?v=Gd0N31QmfH0
20. PMDB PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO - 10/08/2013
DEMOCRACIA – É a palavra da vez no programa do partido.
Democracia é uma canção popular, assim começa os atores, sim atores, pois só no final do programa que temos a participação
dos 4 maiores representantes do partido.
São: Michel Temer, vice-presidente,
Renan Calheiros, presidente do Senado;
Henrique Alves, presidente da Câmara e
Valdir Raupp, presidente interino do PMDB.
São os atores que contam a trajetória do PMDB, deste da Marcha dos 100 contra a ditadura, em 1968, até os dias atuais,
sempre frisando que: “todo vez que o Brasileiro sai às ruas, o Brasil sai ganhando ”.
Depois de ressaltar que ninguém pode ignorar a voz das ruas, eles, quase como um passe de mágica assume a paternidade e
enumera todos os programas criados pelo PT e os projetos aprovados no Congresso Nacional..
Nos minutos finais, Michel temer uso o discurso dirigido ao Papa Francisco, para garantir que a paz entre governantes e
governados pode evidenciar a presença de Deus.
•
http://www.youtube.com/watch?v=Hu1dnuPlYXM
21. PSDB –
PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA– 10/09/2013
“UMA CONVERSA COM OS BRASILEIROS”, “ QUEM FAZ O BRASIL É VOCÊ”
Foi nesta linha que o senador Aécio Neves, presidente do Partido conduzir quase todo o programa.
Obras paradas, falta de apoio para os produtores de grãos, falta de infra-estrutura e combate a inflação
– o governo tem que focar, em primeiro lugar, cuidar da economia, tem que garantir tolerância ZERO com
a inflação –
consumiram 90% de todo o programa. O tema manifestações surgiu aos 45 minutos do segundo tempo
com a pergunta, ou melhor, com a fala de uma jovem que diz que participou das manifestações. Coube ao
senador perguntar “o que te levou para a rua”, dando ele a resposta que todas as manifestações
não foram para um partido ou um governante, sim para todos NÓS que fazemos política.
http://www.youtube.com/watch?v=Z8UJaUd4RO4
22. PSB
PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO – 01/10/2013 “Quem entendeu o que aconteceu nas ruas no Brasil, em junho, não tem nenhuma dificuldade
de entender o que está acontecendo aqui hoje”.
Foi com essa frase, só essa, que o partido falou das manifestações ocorridas em junho. Pois, o
programa foi dedicado a união do PSB com a REDE, encabeçado pela ex senadora Marina
Silva.
Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente Nacional do Partido, quem
conduziu o programa.
http://www.youtube.com/watch?v=1zS1tIO9Wvo
23. Segundo o presidente estadual e secretário Nacional do
PSC, as manifestações de junho foram muito importantes
para se pensar na política do futuro.
“Ou nós afinamos um discurso com a população e
discutimos direto com a população ou podem aparecer
vários partidos que as pessoas vão continuar
insatisfeitas.”
24. PT -PARTIDO DOS TRABALHADORES - programado para amanhã - 07/11/ 2013
???????????????
25. CONCLUSÃO
CONCLUÍMOS QUE:
OS PARTIDOS, AINDA, NÃO TEM UM DISCURSO UNIFORME PARA
ENFRENTAR AS MANIFESTAÇÕES QUE ESTÃO ACONTECENDO.
OS BLACK BLOCS ESTÃO TIRANDO A POPULAÇÃO “OS
MANIFESTANTES” DA RUA.
OBRIGADO.
29. A globalização do desencanto
• Finanças globais (Wall Street): “Privatização dos lucros,
socialização dos prejuízos”
• Aparente liberdade: “Tudo na sociedade de consumo é
uma questão de escolha, exceto a compulsão da
escolha” (Bauman) / “escolhas são predeterminadas”
(Safatle)
• Como desenvolver a narrativa de identidade em uma
sociedade fragmentária e episódica? (Sennett)
• Crise política: Partido de Wall Street (David Harvey), o
bipartidarismo global (Tariq Ali) e a Troika
• “A ´democracia’ é exercida contra o bem-estar”
(Boaventura)
30. Um novo espírito ronda...
Características
Inspirações
•Estética juvenil
•Mídias sociais
•Ação direta
•Uma rede de redes
•Autonomismo x estruturas
institucionais
•Espontaneísmo x
organicidade
•Espaços públicos /
territorialização ampliada,
difusa e descentralizada
•Primavera dos povos
(1848)
•Maio de 1968
•Movimentos
antiglobalização
•Zapatismo
31. Algumas palavras de ordem
• “Nós somos os 99%” [EUA]
• Democracia real já [Espanha]
• Educação pública de qualidade [Chile]
• “A única opção é resistir” [Grécia]
• “Não são apenas 0,20 centavos” [SP]
• Resistambul [Turquia]
32. Crise de representação
•
Crash de Wall Street expôs a
tensão entre mercado e
democracia [Tariq Ali]
•
A social-democracia e o
socialismo europeus
acabaram. [Fiori]
•
“Não existe esse negócio de
sociedade” [Tchatcher, apud
Bauman]
•
Democracia representativa
liberal foi dominada e vencida
pelo capitalismo. [Boaventura]
•
Esvaziamento da política e
tecnocracia [Chico de Oliveira]
•
A democracia parlamentar se
mostra incapaz de por limites
no mercado financeiro
(Safatle)
33. Crise de representação
Saídas
•Reivindicação de soberania popular [plebiscito na
Islândia] (Safatle)
•Composição da esquerda institucional com a
radical [Wallerstein]
•A ilusão democrática é nosso maior inimigo hoje,
alternativa anticapitalista (Badiou, Zizek)
34. Comunicação (identidades)
• Uso criativo redes sociais
(clipes, memes etc.)
• Ressignificação do
espaço público (marcos
como praças, avenidas) e
dos símbolos
• Rejeição de carros de
som
• Repulsa à mídia
tradicional
• Ausência de líderes
• Vestimenta própria para a
resistir a armas não letais
• Símbolos: faixas em
preto e branco, V de
Vingança, Black Bloc
35. Que caminho se faz ao
caminhar?
• Experiências da
primavera árabe não
resultaram em governos
mais democráticos
• Grécia e Espanha ->
partidos implementam
programa de Ajuste fiscal
• Estados Unidos
(ascensão do Tea Party)
• Conquistas pontuais
(Praça Taksim, 20
centavos)
• Deslocamento do debate,
das políticas neoliberais
para temas como
desigualdade e injustiça
• Fim da tese de que as
democracias ocidentais
seriam o cume da história
36.
37. Appadurai procura responder:
• Por que uma década dominada pelo apoio
global a mercados abertos, livre fluxo do capital
financeiro e ideias liberais de ordem
constitucional, boas práticas de governo e a
expansão dos direitos humanos, veio a produzir
uma pletora de exemplos de limpeza étnica, de
um lado, e, de outro, formas extremas de
violência política contra populações civis
(definição adequada do terrorismo como tática)?
(p.14)
38. • Ideia de um único ethnos nacional;
• Necessidade de definir quem faz parte do
ethnos;
• Distinção entre “nós” e “eles”,
• Sentimento de incerteza social;
39. • Sentimento de angústia da incompletude;
• Conceitos de maioria e minoria;
• Os dois sentimentos juntos desencadeiam
intolerância à minoria;
• Tais sentimentos na era da globalização
geram violência;
40. • Influência da globalização na violência
interestatal.
Segundo questionamento: Por que a
minoria é temida?
• Marcas do fracasso do projeto de estado
soberano, da pureza nacional;
• Geram preocupações de direitos e
cidadania
41. • Necessárias, porém malquistas;
• Medo aos fracos, maioria precisa da
minoria para exercer seu poder;
• Medo da inversão de papeis, que a
minoria seja um dia maioria;
• Quanto menor, mais raiva é despertada.
Aparenta fraqueza para ser derrotada e
obter estado nacional puro
42. • Identidade predatória;
O número na teoria social liberal
• Um é indíviduo, zero massifica;
• O medo encontra-se nos grandes
números;
[grandes números representados por
minoria?]
43. • Minorias de procedimento e minorias
substantivas.
Questionamentos em relação aos
protestos, nossas minorias e maiorias.