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APORTES PARA NOVA VISADA DA
     METAPESQUISA EM
       COMUNICAÇÃO
   MARIA ÂNGELA MATTOS, RICARDO COSTA VILLAÇA
PROPOSTA DO ARTIGO

• Realiza uma reflexão sobre a importância da
  metapesquisa para a construção de capital teórico nas
  pesquisas sobre interação midiatizada e midiatização
  das sociedades contemporâneas;
• Apresenta perspectivas de análise adotadas pelos
  autores dedicados ao tema em questão, entre os anos
  2000 e 2009.
• Objetivo: contribuir para a construção do marco teórico
  da metapesquisa: A construção do capital teórico
  sobre os processos de interação midiatizada nos artigos
  científicos apresentados nos eventos nacionais da
  Compós e Intercom durante os anos 2000.
QUESTÃO CENTRAL



• “[...]de que forma os aportes teóricos estão sendo
  compreendidos, apropriados, ressignificados e
  articulados com os objetos analisados nesses
  artigos?”
ESTUDO DAS INTERAÇÕES ATÉ HOJE

• O estudo das interações midiatizadas e da
  midiatização ainda não se estabeleceu como área
  de pesquisa consolidada e legitimada.

• Os estudos de comunicação ainda mantêm o foco
  sobre os condicionantes socioculturais das
  interações, negligenciando a dimensão
  comunicacional ; ou optam pela abordagem
  tecnológica, em lugar de uma abordagem
  processual
AINDA A VISÃO FUNCIONAL-
             TECNICISTA
• De diferentes maneiras, ainda se privilegia o olhar
  para o tradicional desenho: emissor – receptor –
  estímulo-resposta.

• De maneira ainda tímida, o aspecto interacional
  começa a emergir na literatura recente, porém, de
  forma ainda parcial e redutora. Pecam pela ênfase
  no aspectos técnicos da interatividade das mídias,
  em detrimento da dimensão relacional.
PARADOXO

Ainda assim, tem crescido o número de artigos,
teses, dissertações e monografias de comunicação
que abordam o assunto sob o foco relacional, e que
buscam romper com a abordagem tecnicista. Tal
fato tem apresentado aspectos positivos
(diversidade) e negativos (fragmentação).
“Daí a importância de se investir no desenvolvimento
de metas pesquisas que possibilitem maior
sistematização e autorreflexão sobre os aportes
teóricos e metodológicos das pesquisas
desenvolvidas” (Marques , Villaça, 2011).
A IMPORTÂNCIA DA METAPESQUISA

• Permitir o início da consolidação do campo acadêmico
  da comunicação, identificando as tendências de
  utilização de determinadas perspectivas teóricas e
  epistemológicas, ou de certos autores e obras na
  elaboração dos artigos.

• Permitir a superação do desafio de identificar o
  comunicacional ao lidar com a diversidade de aportes
  teórico-epistemológicos provenientes de outras áreas
  de conhecimento.

• Possibilitar o desenvolvimento de autorreflexões
  sistemáticas e críticas das investigações.
O QUE A METAPESQUISA EM QUESTÃO
         JÁ IDENTIFICOU
• Conforme já apresentado, o tema das interações
  midiatizadas e midiatização da sociedade
  contemporânea não se reflete significativamente
  na produção científica do universo estudado.
• Exemplo mexicano: Estudo que investiga a
  dimensão comunicativa da interação abordada
  na literatura de referência daquele país mostra que
  o tema tem pouca presença no campo, e as obras
  de referência não pertencem à comunicação.
O QUE A METAPESQUISA IDENTIFICOU
    NA PRODUÇÃO BRASILEIRA
• Ausência quase total dos temas “interação comunicacional”, “interações
  midiáticas” ou “midiatização” nas denominações das 42 áreas de concentração
  e 97 linhas de pesquisa no conjunto de 39 programas de pós-graduação em
  comunicação existentes no Brasil em 2010.

• Apenas uma área e duas linhas adotam o termo interação. “Em relação à
  Compós, por exemplo, em apenas um grupo aparece o termo “interacional”. Já
  na Intercom não existe nenhum núcleo ou grupo de pesquisa que recebe tal
  denominação”. (Mattos, Villaça, 2011)

• Na produção científica nacional, a interação midiatizada se apresenta com
  problemas tais como:

   • dispersão temática,
   • ênfase na pesquisa empírica
   • incipiente sistematização teórica


      “Dito em outros termos, há carência de metas pesquisas que situem e
         analisem os quadros interpretativos utilizados nos estudos da área,
     discutindo sua validade, relevância e pertinência para o avanço do saber
                      comunicacional”. (Mattos, Villaça, 2011)
CAPITAL TEÓRICO DA
INTERAÇÃO MIDIATIZADA
  E DA MIDIATIZAÇÃO:
     UM CAMPO EM CONSTRUÇÃO
CAPITAL TEÓRICO E CAPITAL
          COMUNICACIONAL
• Capital teórico
“Locus de construção, sistematização e acumulação de
  conhecimentos de determinada área de conhecimento e de
  articulação com outros saberes que abordam objetos e
  problemáticas afins. Trata-se também de instância
  responsável pela reflexão e revisão crítica de teorias,
  conceitos, categorias, métodos e objetos de investigação
  peculiares a um campo de conhecimento, originários ou não
  do seu interior”; (Mattos, Villaça, 2011)

• Capital comunicacional ( entendido como saber
  comunicacional)
Para os autores, o termo capital conota possibilidades de
  acumulação, convertibilidade e reciprocidade, conforme
  definido por Bourdieu e Matos.
POR QUE CAPITAL COMUNICACIONAL?

“Podemos depreender daí que a comunicação,
enquanto área de conhecimento está em
permanente processo de constituição e susceptível
às mudanças de paradigmas, modelos teóricos,
conceitos, métodos e às contribuições de outros
saberes, sem perder, no entanto, sua especificidade
epistemológica. Por tais razões, a expressão capital
comunicacional não apenas se justifica, mas possui
potencial heurístico para compreensão de objetos
de estudo mutáveis e dinâmicos, como o da
comunicação”. (Mattos e Villaça, 2011)
CONSTRUINDO CAPITAL
           COMUNICACIONAL



A construção do capital comunicacional está
relacionada à forma como ele se articula com
outros saberes e como se apropria de seus aportes,
para interpretar os processos da comunicação,
“desentranhando” daí aquilo que é propriamente
comunicacional.
SOBRE O CAPITAL TEÓRICO


O capital teórico das interações midiatizadas é
avaliado sob o mesmo enfoque do capital
comunicacional, devendo, igualmente, “isolar” os
elementos puramente comunicacionais nas
conversações cotidianas.
ISOLANDO OS ELEMENTOS
COMUNICACIONAIS NAS INTERAÇÕES
Processos de interação pensados a partir da Sociologia
compreensiva (ciência social em que os múltiplos fatores se
encontram relacionados e se explicam reciprocamente ), que
oferece aparato conceitual que permite apreender os
diferentes modelos de interação, coexistentes e não
excludentes, já que interagem entre si. :

•Interacionismo Simbólico (concentra-se nos processos de
interação social - que ocorrem entre indivíduos ou grupos -
mediados por relações simbólicas)
•Etnometodologia (considera que a realidade socialmente
construída está presente na vivência cotidiana de cada um e
que em todos os momentos podemos compreender as
construções sociais que permeiam nossa conversa, nossos
gestos, nossa comunicação etc)
•Sociofenomenologia,entre outras.
ISOLANDO OS ELEMENTOS
COMUNICACIONAIS NAS INTERAÇÕES
• Sociossemiótica : Landowski defende a construção
  de modelos interpretativos flexíveis, mas, ao mesmo
  tempo rigorosos, capazes de analisar espaços
  midiáticos emergentes que comportam distintos
  regimes de interação e de produção de sentido.
• 1) Junção: adaptação unilateral entre um sujeito e
  um parceiro
• 2) União: interação regida pela descoberta mútua
• 3) Programação: regras ou hábitos, rituais.
• 4) Assentimento: interação assentada no regime de
  aceitação.
CONCEPÇÃO SOCIOSSEMIÓTICA

• Essa perspectiva contribui para se difundir na literatura
  da área a concepção de que hoje, “estudos sobre o
  encontro midiático enquanto experiência vivida do
  sentido oriunda das dinâmicas temporais, espaciais e
  intersubjetivas, com as quais permite jogar a co-
  presença em ato, ao vivo, ainda que midiatizada, dos
  actantes da enunciação” .(Landowski, apud Mattos,
  Villaça, 2011)

• Landowski busca no ambiente midiático as evidências
  de compartilhamentos simbólicos constróem “modos de
  presença, formas de contato com o outro, que,
  conquanto sejam da ordem do simulacro, atuam com
  toda eficácia no plano do vivido” . (Landowski, apud
  Mattos, Villaça, 2011)
CONCEPÇÃO SOCIOSSEMIÓTICA

• Oliveira investiga as interações entre as instâncias de
  produção e as de apreensão. Para a autora, é na
  instância da produção da interação que se estabelece
  o modo da significação ser capturada pelo destinatário
  a partir de um agir que se produz por meio da volição e
  da estesia do enunciatário. Tal relação, segundo a
  autora, é apreendida “não apenas por meio de uma
  racionalidade, mas, sobretudo, por uma sensibilidade
  que deles emana e os faz ter sentidos”. (OLIVEIRA, apud
  Mattos, Villaça, 2011).
• Estratégias sensíveis em substituição às análises que se
  pautavam pela manipulação do destinatário por parte
  do emissor.”numa espécie de cultura das sensações e
  emoções” (Mattos, Villaça, 2011). Aqui, o receptor deixa
  de ser um elemento passivo.
INTERAÇÕES VERBAIS MIDIATIZADAS

• Embasado no campo da semiótica e da sociologia
  compreensiva, Rodrigues apresenta a interação
  discursiva e toda a sua complexidade, que não é
  restrita ao aspecto verbal, mas também ao paraverbal
  e ao extraverbal utilizado pelos falantes.

• Como aspectos paraverbais, temos: entonação, timbre
  de voz, intensidade, altura.
• Como aspectos extraverbais, temos: gestos e expressões
  corporais, nos olhares, na mímica, nos sorrisos.

O autor entende que os estudos de interação verbal
 buscam identificar normas que os falantes respeitam e
 os seus condicionamentos em situações de interação.
INTERAÇÕES VERBAIS MIDIATIZADAS:

• Rodrigues destaca a importância dos estudos das
  interações midiatizadas muito em razão da
  presença cotidiana dos programas de
  conversação pela internet, que “midiatizam, de
  maneira cada vez mais realista, grande parte dos
  componentes de interação verbal, criando, assim,
  efeito de copresença física dos interactantes”.
  (Rodrigues, apud Mattos, Villaça, 2011).
• O autor entende que a interação midiatizada
  constitui-se em forma particular de interação, que
  possui como característica diferencial o fato de
  acontecer em ambiente midiático.
INTERAÇÕES VERBAIS MIDIATIZADAS

• Braga adota perspectiva diversa de Rodrigues. Para o
  autor, as interações midiatizadas possuem
  configurações específicas, que ocorrem a partir das
  atuação da mídia na vida social e vice-versa. Ela é uma
  interação gerada a partir de produtos midiáticos, que
  se expressam nas práticas conversacionais.

• Tal processo gera diferentes níveis de interação:

  • a sociedade interage a partir da mídia (conversação social
    sobre a mídia),
  • a sociedade e seus dispositivos de interação são apropriados,
    reapresentados e ressignificados pelos media (conversação
    social na mídia) e
  • a sociedade incorpora a lógica da mídia nos seus processos
    de interação na vida cotidiana (conversação social
    midiatizada). “Midiatização”
MIDIATIZAÇÃO:NOVA ORDEM
        COMUNICACIONAL
• As mídias não são mais acessórios, mas ocupam um
  papel central na sociedade contemporânea e
  que, segundo os estudiosos do fenômeno, atinge
  todos os âmbitos da sociedade.
MIDIATIZAÇÃO:NOVA ORDEM
        COMUNICACIONAL
• Na nova ordem comunicacional imposta pela
  midiatização, a mediação, segundo Gomes, deixa
  de ser uma categoria de análise. Para o autor, a
  sociedade contemporânea “percebe e se
  percebe a partir do fenômeno da mídia, agora
  alargado para além dos dispositivos tecnológicos
  tradicionais”.
• Na concepção de Gomes, é possível falar da mídia
  como “locus de compreensão da sociedade”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES DOS AUTORES

• Os debates sobre os conceitos de interações
  midiatizadas e midiatização da sociedade
  contemporânea ainda são incipientes;
• Existência de perspectivas as mais variadas, que
  até mesmo se chocam;
• Muitos trabalhos abordam tangencialmente o
  tema;
• A metapesquisa em questão, longe de propor-se a
  esgotas as possibilidades de interpretação, tem
  como finalidade a elaboração de um mapa
  conceitual para o campo.

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A metapesquisa e a construção do capital teórico sobre interações midiáticas

  • 1. APORTES PARA NOVA VISADA DA METAPESQUISA EM COMUNICAÇÃO MARIA ÂNGELA MATTOS, RICARDO COSTA VILLAÇA
  • 2. PROPOSTA DO ARTIGO • Realiza uma reflexão sobre a importância da metapesquisa para a construção de capital teórico nas pesquisas sobre interação midiatizada e midiatização das sociedades contemporâneas; • Apresenta perspectivas de análise adotadas pelos autores dedicados ao tema em questão, entre os anos 2000 e 2009. • Objetivo: contribuir para a construção do marco teórico da metapesquisa: A construção do capital teórico sobre os processos de interação midiatizada nos artigos científicos apresentados nos eventos nacionais da Compós e Intercom durante os anos 2000.
  • 3. QUESTÃO CENTRAL • “[...]de que forma os aportes teóricos estão sendo compreendidos, apropriados, ressignificados e articulados com os objetos analisados nesses artigos?”
  • 4. ESTUDO DAS INTERAÇÕES ATÉ HOJE • O estudo das interações midiatizadas e da midiatização ainda não se estabeleceu como área de pesquisa consolidada e legitimada. • Os estudos de comunicação ainda mantêm o foco sobre os condicionantes socioculturais das interações, negligenciando a dimensão comunicacional ; ou optam pela abordagem tecnológica, em lugar de uma abordagem processual
  • 5. AINDA A VISÃO FUNCIONAL- TECNICISTA • De diferentes maneiras, ainda se privilegia o olhar para o tradicional desenho: emissor – receptor – estímulo-resposta. • De maneira ainda tímida, o aspecto interacional começa a emergir na literatura recente, porém, de forma ainda parcial e redutora. Pecam pela ênfase no aspectos técnicos da interatividade das mídias, em detrimento da dimensão relacional.
  • 6. PARADOXO Ainda assim, tem crescido o número de artigos, teses, dissertações e monografias de comunicação que abordam o assunto sob o foco relacional, e que buscam romper com a abordagem tecnicista. Tal fato tem apresentado aspectos positivos (diversidade) e negativos (fragmentação). “Daí a importância de se investir no desenvolvimento de metas pesquisas que possibilitem maior sistematização e autorreflexão sobre os aportes teóricos e metodológicos das pesquisas desenvolvidas” (Marques , Villaça, 2011).
  • 7. A IMPORTÂNCIA DA METAPESQUISA • Permitir o início da consolidação do campo acadêmico da comunicação, identificando as tendências de utilização de determinadas perspectivas teóricas e epistemológicas, ou de certos autores e obras na elaboração dos artigos. • Permitir a superação do desafio de identificar o comunicacional ao lidar com a diversidade de aportes teórico-epistemológicos provenientes de outras áreas de conhecimento. • Possibilitar o desenvolvimento de autorreflexões sistemáticas e críticas das investigações.
  • 8. O QUE A METAPESQUISA EM QUESTÃO JÁ IDENTIFICOU • Conforme já apresentado, o tema das interações midiatizadas e midiatização da sociedade contemporânea não se reflete significativamente na produção científica do universo estudado. • Exemplo mexicano: Estudo que investiga a dimensão comunicativa da interação abordada na literatura de referência daquele país mostra que o tema tem pouca presença no campo, e as obras de referência não pertencem à comunicação.
  • 9. O QUE A METAPESQUISA IDENTIFICOU NA PRODUÇÃO BRASILEIRA • Ausência quase total dos temas “interação comunicacional”, “interações midiáticas” ou “midiatização” nas denominações das 42 áreas de concentração e 97 linhas de pesquisa no conjunto de 39 programas de pós-graduação em comunicação existentes no Brasil em 2010. • Apenas uma área e duas linhas adotam o termo interação. “Em relação à Compós, por exemplo, em apenas um grupo aparece o termo “interacional”. Já na Intercom não existe nenhum núcleo ou grupo de pesquisa que recebe tal denominação”. (Mattos, Villaça, 2011) • Na produção científica nacional, a interação midiatizada se apresenta com problemas tais como: • dispersão temática, • ênfase na pesquisa empírica • incipiente sistematização teórica “Dito em outros termos, há carência de metas pesquisas que situem e analisem os quadros interpretativos utilizados nos estudos da área, discutindo sua validade, relevância e pertinência para o avanço do saber comunicacional”. (Mattos, Villaça, 2011)
  • 10. CAPITAL TEÓRICO DA INTERAÇÃO MIDIATIZADA E DA MIDIATIZAÇÃO: UM CAMPO EM CONSTRUÇÃO
  • 11. CAPITAL TEÓRICO E CAPITAL COMUNICACIONAL • Capital teórico “Locus de construção, sistematização e acumulação de conhecimentos de determinada área de conhecimento e de articulação com outros saberes que abordam objetos e problemáticas afins. Trata-se também de instância responsável pela reflexão e revisão crítica de teorias, conceitos, categorias, métodos e objetos de investigação peculiares a um campo de conhecimento, originários ou não do seu interior”; (Mattos, Villaça, 2011) • Capital comunicacional ( entendido como saber comunicacional) Para os autores, o termo capital conota possibilidades de acumulação, convertibilidade e reciprocidade, conforme definido por Bourdieu e Matos.
  • 12. POR QUE CAPITAL COMUNICACIONAL? “Podemos depreender daí que a comunicação, enquanto área de conhecimento está em permanente processo de constituição e susceptível às mudanças de paradigmas, modelos teóricos, conceitos, métodos e às contribuições de outros saberes, sem perder, no entanto, sua especificidade epistemológica. Por tais razões, a expressão capital comunicacional não apenas se justifica, mas possui potencial heurístico para compreensão de objetos de estudo mutáveis e dinâmicos, como o da comunicação”. (Mattos e Villaça, 2011)
  • 13. CONSTRUINDO CAPITAL COMUNICACIONAL A construção do capital comunicacional está relacionada à forma como ele se articula com outros saberes e como se apropria de seus aportes, para interpretar os processos da comunicação, “desentranhando” daí aquilo que é propriamente comunicacional.
  • 14. SOBRE O CAPITAL TEÓRICO O capital teórico das interações midiatizadas é avaliado sob o mesmo enfoque do capital comunicacional, devendo, igualmente, “isolar” os elementos puramente comunicacionais nas conversações cotidianas.
  • 15. ISOLANDO OS ELEMENTOS COMUNICACIONAIS NAS INTERAÇÕES Processos de interação pensados a partir da Sociologia compreensiva (ciência social em que os múltiplos fatores se encontram relacionados e se explicam reciprocamente ), que oferece aparato conceitual que permite apreender os diferentes modelos de interação, coexistentes e não excludentes, já que interagem entre si. : •Interacionismo Simbólico (concentra-se nos processos de interação social - que ocorrem entre indivíduos ou grupos - mediados por relações simbólicas) •Etnometodologia (considera que a realidade socialmente construída está presente na vivência cotidiana de cada um e que em todos os momentos podemos compreender as construções sociais que permeiam nossa conversa, nossos gestos, nossa comunicação etc) •Sociofenomenologia,entre outras.
  • 16. ISOLANDO OS ELEMENTOS COMUNICACIONAIS NAS INTERAÇÕES • Sociossemiótica : Landowski defende a construção de modelos interpretativos flexíveis, mas, ao mesmo tempo rigorosos, capazes de analisar espaços midiáticos emergentes que comportam distintos regimes de interação e de produção de sentido. • 1) Junção: adaptação unilateral entre um sujeito e um parceiro • 2) União: interação regida pela descoberta mútua • 3) Programação: regras ou hábitos, rituais. • 4) Assentimento: interação assentada no regime de aceitação.
  • 17. CONCEPÇÃO SOCIOSSEMIÓTICA • Essa perspectiva contribui para se difundir na literatura da área a concepção de que hoje, “estudos sobre o encontro midiático enquanto experiência vivida do sentido oriunda das dinâmicas temporais, espaciais e intersubjetivas, com as quais permite jogar a co- presença em ato, ao vivo, ainda que midiatizada, dos actantes da enunciação” .(Landowski, apud Mattos, Villaça, 2011) • Landowski busca no ambiente midiático as evidências de compartilhamentos simbólicos constróem “modos de presença, formas de contato com o outro, que, conquanto sejam da ordem do simulacro, atuam com toda eficácia no plano do vivido” . (Landowski, apud Mattos, Villaça, 2011)
  • 18. CONCEPÇÃO SOCIOSSEMIÓTICA • Oliveira investiga as interações entre as instâncias de produção e as de apreensão. Para a autora, é na instância da produção da interação que se estabelece o modo da significação ser capturada pelo destinatário a partir de um agir que se produz por meio da volição e da estesia do enunciatário. Tal relação, segundo a autora, é apreendida “não apenas por meio de uma racionalidade, mas, sobretudo, por uma sensibilidade que deles emana e os faz ter sentidos”. (OLIVEIRA, apud Mattos, Villaça, 2011). • Estratégias sensíveis em substituição às análises que se pautavam pela manipulação do destinatário por parte do emissor.”numa espécie de cultura das sensações e emoções” (Mattos, Villaça, 2011). Aqui, o receptor deixa de ser um elemento passivo.
  • 19. INTERAÇÕES VERBAIS MIDIATIZADAS • Embasado no campo da semiótica e da sociologia compreensiva, Rodrigues apresenta a interação discursiva e toda a sua complexidade, que não é restrita ao aspecto verbal, mas também ao paraverbal e ao extraverbal utilizado pelos falantes. • Como aspectos paraverbais, temos: entonação, timbre de voz, intensidade, altura. • Como aspectos extraverbais, temos: gestos e expressões corporais, nos olhares, na mímica, nos sorrisos. O autor entende que os estudos de interação verbal buscam identificar normas que os falantes respeitam e os seus condicionamentos em situações de interação.
  • 20. INTERAÇÕES VERBAIS MIDIATIZADAS: • Rodrigues destaca a importância dos estudos das interações midiatizadas muito em razão da presença cotidiana dos programas de conversação pela internet, que “midiatizam, de maneira cada vez mais realista, grande parte dos componentes de interação verbal, criando, assim, efeito de copresença física dos interactantes”. (Rodrigues, apud Mattos, Villaça, 2011). • O autor entende que a interação midiatizada constitui-se em forma particular de interação, que possui como característica diferencial o fato de acontecer em ambiente midiático.
  • 21. INTERAÇÕES VERBAIS MIDIATIZADAS • Braga adota perspectiva diversa de Rodrigues. Para o autor, as interações midiatizadas possuem configurações específicas, que ocorrem a partir das atuação da mídia na vida social e vice-versa. Ela é uma interação gerada a partir de produtos midiáticos, que se expressam nas práticas conversacionais. • Tal processo gera diferentes níveis de interação: • a sociedade interage a partir da mídia (conversação social sobre a mídia), • a sociedade e seus dispositivos de interação são apropriados, reapresentados e ressignificados pelos media (conversação social na mídia) e • a sociedade incorpora a lógica da mídia nos seus processos de interação na vida cotidiana (conversação social midiatizada). “Midiatização”
  • 22. MIDIATIZAÇÃO:NOVA ORDEM COMUNICACIONAL • As mídias não são mais acessórios, mas ocupam um papel central na sociedade contemporânea e que, segundo os estudiosos do fenômeno, atinge todos os âmbitos da sociedade.
  • 23. MIDIATIZAÇÃO:NOVA ORDEM COMUNICACIONAL • Na nova ordem comunicacional imposta pela midiatização, a mediação, segundo Gomes, deixa de ser uma categoria de análise. Para o autor, a sociedade contemporânea “percebe e se percebe a partir do fenômeno da mídia, agora alargado para além dos dispositivos tecnológicos tradicionais”. • Na concepção de Gomes, é possível falar da mídia como “locus de compreensão da sociedade”.
  • 25. CONSIDERAÇÕES DOS AUTORES • Os debates sobre os conceitos de interações midiatizadas e midiatização da sociedade contemporânea ainda são incipientes; • Existência de perspectivas as mais variadas, que até mesmo se chocam; • Muitos trabalhos abordam tangencialmente o tema; • A metapesquisa em questão, longe de propor-se a esgotas as possibilidades de interpretação, tem como finalidade a elaboração de um mapa conceitual para o campo.