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GEOBOX: Uma proposta de cibernarrativas no
   atravessamentos dos fluxos urbanos




                  HIPERTEXTO 2009
               Gabriela Jardim Rocha
              Maria Luiza R. R. C. Tavares
GEOBOX
-Desafio: trabalhar o conceito de cibernarrativa no ambiente urbano

-Fios condutores:
     - A ideia de cibernarrativa como processo, ocorrido em rede, mediante participação
colaborativa (Falci e Jardim, 2007)
     -Mídias locativas como “dispositivos informacionais digitais cujo conteúdo da informação
está diretamente ligado a uma localidade. Trata-se de processos de emissão e recepção de
informação a partir de um determinado local” (LEMOS, 2007, p.1)
     -Noção de co-autoria / autoria compartilhada (Alckmar Santos, 2003)

-Viabilização: telefones celulares e aparelhos GPS

-Propósito: trabalhar os fluxos urbanos, costumeiramente invisiveis
a nós, e o espaço de dados existente nas grandes cidades, através
da construção de algum tipo de memória desses fluxos
GEOBOX
ABRA-ME! (Alusão ao DECIFRA-ME de Alice no País das Maravilhas)
“Olá! Esse presente foi deixado pra você! Agora, você deve dar a oportunidade para outras pessoas o
receberem. Tire uma foto sua ou do lugar onde você está e envie para XXXX (SMS), com seu nome
seguido do endereço em que você encontrou o presente e o número escrito na tampa da caixa. Por
exemplo: ana_ruaSergipe345_2. Assim, quem receber o presente poderá te conhecer ou saber por onde
esta caixinha andou. Escolha um lugar para deixar a caixinha para que outras pessoas possam participar
desse projeto de intervenção urbana, chamado GEOBOX. Para visualizar o trajeto desse presente e as
pessoas que o encontraram antes de você, acesse: www.projetogeobox.com.br”




-Texto como ponto mais estável do projeto. Elemento
pré-configurado pelos idealizadores
GEOBOX
Narrativas: - do GPS (mais autônomas, embora passíveis de interferência)
           - das imagens – geotags nos mapas
           - da articulação entre as duas anteriores, acrescida da possibilidade de se atribuir tags aos
            conteúdos

Ricoeur (1994) – Para explicar a lógica de Tríplice Presente (Santo Agostinho), que une tempo e ação no
processo de elaboração de uma narrativa
Mimese I: tempo pré-figurado, tempo real
          Narrativa do GPS
Mimese II: configuração da ação a partir da narrativa. Onde se dá o contato.
           Leitura do texto da caixa
Mimese III: estágio interpretativo e em que o interator gera algum tipo de interferência
            Envio de conteúdo
            Atribuição de tags

FOCO PROCESSUAL – O projeto só acontece mediante o desejo de participação daqueles que entrarem
em contato com as caixas.
REFERÊNCIAS


FALCI, Carlos Henrique & JARDIM, Gabriela. Configuração das cibernarrativas a partir do conceito de
imersão. Vol.1 nº2 , Dezembro 2007. Disponível: . Acessado em: 03/10/2009.

LEMOS, André. Mídia Locativa e Territórios Informacionais. In: (Orgs.) ARANTES, Priscila e SANTAELLA,
Lúcia.“Estéticas Tecnológicas”, Ed. PUC/SP, 2007.


SANTOS, Alckmar Luiz dos. Leituras de nós: ciberespaço e literatura. São Paulo: Itaú Cultural, 2003.

RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa. Tomo 1. Campinas: Papirus, 1994.

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  • 6. REFERÊNCIAS FALCI, Carlos Henrique & JARDIM, Gabriela. Configuração das cibernarrativas a partir do conceito de imersão. Vol.1 nº2 , Dezembro 2007. Disponível: . Acessado em: 03/10/2009. LEMOS, André. Mídia Locativa e Territórios Informacionais. In: (Orgs.) ARANTES, Priscila e SANTAELLA, Lúcia.“Estéticas Tecnológicas”, Ed. PUC/SP, 2007. SANTOS, Alckmar Luiz dos. Leituras de nós: ciberespaço e literatura. São Paulo: Itaú Cultural, 2003. RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa. Tomo 1. Campinas: Papirus, 1994.