SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Universidade do Estado do Rio de Janeiro




            Trabalho de Histologia
              Prof.ª: Alessandra




    Alunas: Gizelle Chagas e Ingrid Vianna
O Colágeno é uma das proteínas mais importantes do nosso
organismo, ele mantém a união entre os tecidos e constitui 25-30%
da proteína total e cerca de 6% do peso total corporal.

     A Vitamina C, também conhecida como Ácido Ascórbico (AA),
é importante para o ser humano (e também para os animais), pois é
vital para a produção de colágeno, que é importante para o
crescimento e reparo dos tecidos do corpo. Ela também ajuda a
proteger as vitaminas lipossolúveis (solúveis em lipídios) A e E e os
ácidos graxos da oxidação. A vitamina C previne e cura o escorbuto e
pode ser benéfica no tratamento da anemia ferropriva.

     As pessoas desconhecem sobre o colágeno e a importância que
ele tem. O colágeno é a substância mais encontrada no organismo,
pois é a fibra mais abundante no tecido conectivo ou conjuntivo.
Esses tecidos dão forma a nosso corpo e sustentam nossos órgãos.

   A Vitamina C tem um papel importante em sua formação. Então,
como essa vitamina está envolvida na síntese do colágeno?

     Quando o colágeno é produzido, há uma complexa série de
eventos, alguns dentro e outros fora da célula. A vitamina C é ativa
dentro da célula, onde hidroxila (adiciona hidrogênio e oxigênio) dois
aminoácidos: a prolina e a lisina. Isso ajuda a formar uma molécula
precursora chamada procolágeno, que mais tarde torna - se
colágeno, fora da célula. Sem vitamina C, a formação do colágeno é
interrompida, causando uma série de problemas em todo o corpo.

     As doenças do colágeno ou doenças difusas do tecido
conjuntivo (DDTC) são patologias que apresentam alterações
primárias e generalizadas do tecido conjuntivo, comprometendo todas
as estruturas derivadas do mesênquima. São consideradas DDTC a
Artrite Reumatóide (AR), Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES),
Esclerose Sistêmica (ES), Dermatopolimiosite (DPM), Polimiosite
(PM), Vasculites Necrosantes, Síndrome de Sjögren (SS), Doença
Mista do Tecido Conjuntivo (DMTC) entre outras.

     • Artrite Reumatóide (AR):
     A artrite reumatóide é uma doença constitucional, na qual há
alterações inflamatórias em todos os tecidos conjuntivos do corpo. A
principal característica é a poliartrite com predileção pelas pequenas
articulações,    tais    como     a     interfalangiana  proximal,   a
metacarpofalangiana e a metatarsofalangiana, com tendência para a
distribuição simétrica após a doença ter-se estabelecido. A artrite é
produzida por uma inflamação proliferativa crônica da membrana
    sinovial. Tanto as manifestações constitucionais como a atividade da
    inflamação da membrana sinovial estão sujeitas a variações na
    gravidade, com forte tendência para inexplicáveis remissões e
    exacerbações.

•   Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES):
         O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença autoimune do
    tecido conjuntivo que pode afetar qualquer parte do corpo. Assim
    como ocorre em outras doenças autoimunes, o sistema imune ataca
    as próprias células e tecidos do corpo, resultando em inflamação e
    dano tecidual.
         O lúpus eritematoso sistêmico bolhoso é um subtipo raro de
    lúpus eritematoso sistêmico (LES), associado com auto-imunidade
    contra o colágeno tipo VII. Caracteriza-se clinicamente por erupção
    vesicobolhosa generalizada, não cicatricial, confinada ou não a áreas
    fotoexpostas.
         Relata-se caso de lúpus eritematoso sistêmico bolhoso na
    infância como primeira manifestação clínica de LES. Destaca-se sua
    raridade e a idade precoce do acometimento, com menos de três
    casos semelhantes na literatura.

•   Esclerose Sistêmica (ES):
         A esclerose sistêmica é uma doença do tecido conjuntivo que
    afeta a pele, e algumas vezes os órgãos internos. Apresenta uma
    variação muito grande em termos de prognóstico. Para alguns
    pacientes representa apenas um incômodo, enquanto para outros é
    uma doença grave e letal, sendo para a maioria uma doença que
    afeta o modo como elas vivem o seu dia a dia.
         A esclerodermia é classificada como uma doença auto-imune,
    devido ao fato de que o sistema imunológico nestas doenças é
    ativado para agredir os tecidos do próprio organismo. Existem dois
    tipos de esclerodermia: a forma sistêmica (esclerose sistêmica) que
    afeta os órgãos e sistemas internos do organismo, e a forma
    localizada, que afeta uma área localizada da pele.
         Como regra geral, as crianças apresentam tendência a
    apresentar a forma localizada, enquanto os adultos geralmente
    manifestam a forma sistêmica.
         Na esclerose sistêmica, o sistema imunológico costuma causar
    dano a duas áreas principais: os vasos sangüíneos de pequeno calibre
e as células produtoras de colágeno localizadas na pele e em todo o
    organismo.

•   Dermatopolimiosite (DPM):
         A dermatopolimiosite é uma doença auto-imune que leva a um
    processo inflamatório difuso dos músculos estriados podendo ou não
    estar associada a alterações do tegumento. Sua etiologia permanece
    desconhecida podendo estar associada a fatores imunológicos,
    infecciosos e vasculares.
         O quadro clínico tem início insidioso e lentamente progressivo. A
    primeira queixa específica geralmente se refere à perda da força
    muscular simétrica das cinturas escapular, pélvica ou ambas.

•   Polimiosite (PM):
         A polimiosite é uma doença sistêmica do tecido conjuntivo,
    caracterizada por inflamação e degeneração dos músculos.
         A causa deste distúrbio é desconhecida, porém acredita-se que
    possa ser causado por uma reação auto-imune, ou por uma infecção
    viral do músculo esquelético. Pode afetar pessoas de qualquer idade,
    mas ocorre com maior freqüência entre os 50 e 70 anos, ou em
    crianças entre 5 e 15 anos de idade. Geralmente, afeta duas vezes
    mais às mulheres que aos homens, e a incidência é de 5 em cada
    10.000 pessoas.
         A fraqueza muscular pode aparecer subitamente ou ocorrer
    lentamente durante semanas ou meses. Pode haver dificuldade para
    elevar os braços acima da cabeça, levantar-se quando em posição
    sentada, ou subir escadas. A voz também pode ser afetada por
    fraqueza da laringe. Pode ocorrer dor articular, inflamação do coração
    e doença pulmonar.

         •     Vasculite Necrosante:
         Condição inflamatória dos vasos sangüíneos caracterizada por
    necrose dos tecidos e cicatrização.
         A vasculite necrosante é incomum, ocorrendo em 6 dentre cada
    10.000 pessoas. Pode ocorrer em artrite reumatóide e é geralmente
    acompanhada por lúpus eritematoso sistêmico, periarterite nodosa e
    esclerose sistêmica progressiva. É muito rara em crianças.
         A causa é desconhecida, mas é provável que esteja relacionada a
    fatores auto-imunes. Os tecidos se tornam necróticos (morrem). Pode
    haver cicatrização e espessamento da parede dos vasos. O vaso pode
    fechar (ocluir), causando deficiência no fluxo sangüíneo nos tecidos
abastecidos por este vaso, com subseqüente infarto (morte) do
    tecido. A vasculite necrosante pode afetar qualquer vaso sangüíneo
    do corpo e, portanto, qualquer parte do corpo incluindo músculos,
    nervos, rins, fígado ou qualquer outra área.

•   Síndrome de Sjögren (SS):
          A síndrome de Sjögren é uma doença sistêmica inflamatória
    crônica, de provável etiologia auto-imune, com distribuição mundial.
    Seu quadro clínico é responsável por considerável impacto na
    qualidade de vida de seus portadores.
          As glândulas lacrimais e salivares são os principais órgãos
    afetados pela infiltração linfo-plasmocitária, originando disfunções
    que desencadeiam quadro clássico de xeroftalmia (olhos secos) e
    xerostomia (boca seca). Outras glândulas exócrinas também podem
    ser acometidas como o pâncreas, glândulas sudoríparas, glândulas
    mucosas dos tratos respiratório, gastrointestinal e urogenital.
          A SS pode existir como doença primária das glândulas exócrinas
    (SS primária) ou estar associada a outras doenças auto-imunes como
    artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico, esclerose sistêmica
    progressiva, esclerodermia, doença de Graves, dentre outras (SS
    secundária).

•   Doença Mista do Tecido Conjuntivo (DMTC):
         A doença mista do tecido conjuntivo é um conjunto de sintomas
    semelhantes aos de várias doenças do tecido conjuntivo: lúpus
    eritematoso sistêmico, esclerodermia, polimiosite e dermatomiosite.
         Cerca de 80 % dos afetados por esta doença são mulheres.
    Podem ser afetadas pessoas entre os 5 e os 80 anos de idade.
    Desconhece-se a sua causa, mas é provável que se trate de uma
    reação auto-imune.
         Pode efetuar-se uma análise de sangue para detectar um
    anticorpo antiproteína ribonucléica, presente na maioria dos casos de
    doença mista do tecido conjuntivo. Valores altos deste anticorpo, na
    ausência dos outros anticorpos observados no lúpus, são específicos
    desta doença.
Bibliografia
• http://www.manualmerck.net

• http://www.abonet.com.br

• http://adam.sertaoggi.com.br/

• http://www.barini.med.br/

• http://autoimunes.blogspot.com/2008/05/esclerose-
  sistmica.html

• http://www.scielo.br

• http://www.bibliomed.com.br/book/showdoc.cfm?
  bookid=158&bookcatid=38&bookchptrid=7695

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Imunidade Inata Adaptativa
Imunidade Inata AdaptativaImunidade Inata Adaptativa
Imunidade Inata AdaptativaLABIMUNO UFBA
 
Enem 2014, Compreensão textual
Enem 2014, Compreensão textualEnem 2014, Compreensão textual
Enem 2014, Compreensão textualma.no.el.ne.ves
 
Biosíntesis y degradación de colágeno
Biosíntesis y degradación de colágenoBiosíntesis y degradación de colágeno
Biosíntesis y degradación de colágenoLeidyBlanco
 
Guia Gracieli: Guia: Ensinando a Teoria da Endossimbiose Sequencial a luz da ...
Guia Gracieli: Guia: Ensinando a Teoria da Endossimbiose Sequencial a luz da ...Guia Gracieli: Guia: Ensinando a Teoria da Endossimbiose Sequencial a luz da ...
Guia Gracieli: Guia: Ensinando a Teoria da Endossimbiose Sequencial a luz da ...Gracieli Henicka
 
Esclerose sistêmica
Esclerose sistêmica Esclerose sistêmica
Esclerose sistêmica Nay Ribeiro
 
Transtorno PICA
Transtorno PICATranstorno PICA
Transtorno PICAgizadgp
 
A cura do hipotireoidismo e a cura do hipertireoidismo 1ed - Eric Campos Bast...
A cura do hipotireoidismo e a cura do hipertireoidismo 1ed - Eric Campos Bast...A cura do hipotireoidismo e a cura do hipertireoidismo 1ed - Eric Campos Bast...
A cura do hipotireoidismo e a cura do hipertireoidismo 1ed - Eric Campos Bast...ericnalanhouse2
 
Relatório vitamina C. UEM por D.Petter
Relatório vitamina C. UEM por D.PetterRelatório vitamina C. UEM por D.Petter
Relatório vitamina C. UEM por D.PetterDeogracias Petter
 
Lista de exercicios forcas intermoleculares e propriedades dos compostos
Lista de exercicios forcas intermoleculares e propriedades dos compostosLista de exercicios forcas intermoleculares e propriedades dos compostos
Lista de exercicios forcas intermoleculares e propriedades dos compostosDAVINCCI LOURENÇO DE ALMEIDA
 

Destaque (20)

Escorbuto, G.F.
Escorbuto, G.F.Escorbuto, G.F.
Escorbuto, G.F.
 
Colágeno
ColágenoColágeno
Colágeno
 
Colageno
ColagenoColageno
Colageno
 
Colágeno
Colágeno Colágeno
Colágeno
 
Colágeno
ColágenoColágeno
Colágeno
 
Imunidade Inata Adaptativa
Imunidade Inata AdaptativaImunidade Inata Adaptativa
Imunidade Inata Adaptativa
 
Escorbuto
EscorbutoEscorbuto
Escorbuto
 
Enem 2014, Compreensão textual
Enem 2014, Compreensão textualEnem 2014, Compreensão textual
Enem 2014, Compreensão textual
 
El colageno.
El colageno.El colageno.
El colageno.
 
Biosíntesis y degradación de colágeno
Biosíntesis y degradación de colágenoBiosíntesis y degradación de colágeno
Biosíntesis y degradación de colágeno
 
Guia Gracieli: Guia: Ensinando a Teoria da Endossimbiose Sequencial a luz da ...
Guia Gracieli: Guia: Ensinando a Teoria da Endossimbiose Sequencial a luz da ...Guia Gracieli: Guia: Ensinando a Teoria da Endossimbiose Sequencial a luz da ...
Guia Gracieli: Guia: Ensinando a Teoria da Endossimbiose Sequencial a luz da ...
 
Esclerose sistêmica
Esclerose sistêmica Esclerose sistêmica
Esclerose sistêmica
 
Esclerodermia 3
Esclerodermia 3Esclerodermia 3
Esclerodermia 3
 
Transtorno PICA
Transtorno PICATranstorno PICA
Transtorno PICA
 
A cura do hipotireoidismo e a cura do hipertireoidismo 1ed - Eric Campos Bast...
A cura do hipotireoidismo e a cura do hipertireoidismo 1ed - Eric Campos Bast...A cura do hipotireoidismo e a cura do hipertireoidismo 1ed - Eric Campos Bast...
A cura do hipotireoidismo e a cura do hipertireoidismo 1ed - Eric Campos Bast...
 
Síndrome de Kartagener
Síndrome de KartagenerSíndrome de Kartagener
Síndrome de Kartagener
 
Aula 7
Aula 7Aula 7
Aula 7
 
Enade
EnadeEnade
Enade
 
Relatório vitamina C. UEM por D.Petter
Relatório vitamina C. UEM por D.PetterRelatório vitamina C. UEM por D.Petter
Relatório vitamina C. UEM por D.Petter
 
Lista de exercicios forcas intermoleculares e propriedades dos compostos
Lista de exercicios forcas intermoleculares e propriedades dos compostosLista de exercicios forcas intermoleculares e propriedades dos compostos
Lista de exercicios forcas intermoleculares e propriedades dos compostos
 

Semelhante a Relação da Vitamina C com o Colágeno

Semelhante a Relação da Vitamina C com o Colágeno (20)

sd de sjogren
sd de sjogrensd de sjogren
sd de sjogren
 
20052013 ana carolina
20052013 ana carolina20052013 ana carolina
20052013 ana carolina
 
Doenças Auto Imunes
Doenças Auto ImunesDoenças Auto Imunes
Doenças Auto Imunes
 
Lúpus
LúpusLúpus
Lúpus
 
Lupus
LupusLupus
Lupus
 
Lupus
LupusLupus
Lupus
 
Lupus 100126052754-phpapp01
Lupus 100126052754-phpapp01Lupus 100126052754-phpapp01
Lupus 100126052754-phpapp01
 
lupus
lupuslupus
lupus
 
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICOLÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
 
Sle 2013
Sle 2013Sle 2013
Sle 2013
 
Leucemia
LeucemiaLeucemia
Leucemia
 
Leucemia slide
Leucemia   slideLeucemia   slide
Leucemia slide
 
Citicercose
CiticercoseCiticercose
Citicercose
 
Les
LesLes
Les
 
Sistema imunológico 2o b
Sistema imunológico 2o bSistema imunológico 2o b
Sistema imunológico 2o b
 
Patologia geral - doencas reumatologicas - capitulo 7
Patologia geral - doencas reumatologicas - capitulo 7Patologia geral - doencas reumatologicas - capitulo 7
Patologia geral - doencas reumatologicas - capitulo 7
 
Lupus
LupusLupus
Lupus
 
Leucemia pronto ppt
Leucemia pronto pptLeucemia pronto ppt
Leucemia pronto ppt
 
Cartilha sbr lupus
Cartilha sbr lupusCartilha sbr lupus
Cartilha sbr lupus
 
Afecções imunológicas e reumáticas ainda cru
Afecções imunológicas e reumáticas ainda cruAfecções imunológicas e reumáticas ainda cru
Afecções imunológicas e reumáticas ainda cru
 

Relação da Vitamina C com o Colágeno

  • 1. Universidade do Estado do Rio de Janeiro Trabalho de Histologia Prof.ª: Alessandra Alunas: Gizelle Chagas e Ingrid Vianna
  • 2. O Colágeno é uma das proteínas mais importantes do nosso organismo, ele mantém a união entre os tecidos e constitui 25-30% da proteína total e cerca de 6% do peso total corporal. A Vitamina C, também conhecida como Ácido Ascórbico (AA), é importante para o ser humano (e também para os animais), pois é vital para a produção de colágeno, que é importante para o crescimento e reparo dos tecidos do corpo. Ela também ajuda a proteger as vitaminas lipossolúveis (solúveis em lipídios) A e E e os ácidos graxos da oxidação. A vitamina C previne e cura o escorbuto e pode ser benéfica no tratamento da anemia ferropriva. As pessoas desconhecem sobre o colágeno e a importância que ele tem. O colágeno é a substância mais encontrada no organismo, pois é a fibra mais abundante no tecido conectivo ou conjuntivo. Esses tecidos dão forma a nosso corpo e sustentam nossos órgãos. A Vitamina C tem um papel importante em sua formação. Então, como essa vitamina está envolvida na síntese do colágeno? Quando o colágeno é produzido, há uma complexa série de eventos, alguns dentro e outros fora da célula. A vitamina C é ativa dentro da célula, onde hidroxila (adiciona hidrogênio e oxigênio) dois aminoácidos: a prolina e a lisina. Isso ajuda a formar uma molécula precursora chamada procolágeno, que mais tarde torna - se colágeno, fora da célula. Sem vitamina C, a formação do colágeno é interrompida, causando uma série de problemas em todo o corpo. As doenças do colágeno ou doenças difusas do tecido conjuntivo (DDTC) são patologias que apresentam alterações primárias e generalizadas do tecido conjuntivo, comprometendo todas as estruturas derivadas do mesênquima. São consideradas DDTC a Artrite Reumatóide (AR), Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), Esclerose Sistêmica (ES), Dermatopolimiosite (DPM), Polimiosite (PM), Vasculites Necrosantes, Síndrome de Sjögren (SS), Doença Mista do Tecido Conjuntivo (DMTC) entre outras. • Artrite Reumatóide (AR): A artrite reumatóide é uma doença constitucional, na qual há alterações inflamatórias em todos os tecidos conjuntivos do corpo. A principal característica é a poliartrite com predileção pelas pequenas articulações, tais como a interfalangiana proximal, a metacarpofalangiana e a metatarsofalangiana, com tendência para a distribuição simétrica após a doença ter-se estabelecido. A artrite é
  • 3. produzida por uma inflamação proliferativa crônica da membrana sinovial. Tanto as manifestações constitucionais como a atividade da inflamação da membrana sinovial estão sujeitas a variações na gravidade, com forte tendência para inexplicáveis remissões e exacerbações. • Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES): O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença autoimune do tecido conjuntivo que pode afetar qualquer parte do corpo. Assim como ocorre em outras doenças autoimunes, o sistema imune ataca as próprias células e tecidos do corpo, resultando em inflamação e dano tecidual. O lúpus eritematoso sistêmico bolhoso é um subtipo raro de lúpus eritematoso sistêmico (LES), associado com auto-imunidade contra o colágeno tipo VII. Caracteriza-se clinicamente por erupção vesicobolhosa generalizada, não cicatricial, confinada ou não a áreas fotoexpostas. Relata-se caso de lúpus eritematoso sistêmico bolhoso na infância como primeira manifestação clínica de LES. Destaca-se sua raridade e a idade precoce do acometimento, com menos de três casos semelhantes na literatura. • Esclerose Sistêmica (ES): A esclerose sistêmica é uma doença do tecido conjuntivo que afeta a pele, e algumas vezes os órgãos internos. Apresenta uma variação muito grande em termos de prognóstico. Para alguns pacientes representa apenas um incômodo, enquanto para outros é uma doença grave e letal, sendo para a maioria uma doença que afeta o modo como elas vivem o seu dia a dia. A esclerodermia é classificada como uma doença auto-imune, devido ao fato de que o sistema imunológico nestas doenças é ativado para agredir os tecidos do próprio organismo. Existem dois tipos de esclerodermia: a forma sistêmica (esclerose sistêmica) que afeta os órgãos e sistemas internos do organismo, e a forma localizada, que afeta uma área localizada da pele. Como regra geral, as crianças apresentam tendência a apresentar a forma localizada, enquanto os adultos geralmente manifestam a forma sistêmica. Na esclerose sistêmica, o sistema imunológico costuma causar dano a duas áreas principais: os vasos sangüíneos de pequeno calibre
  • 4. e as células produtoras de colágeno localizadas na pele e em todo o organismo. • Dermatopolimiosite (DPM): A dermatopolimiosite é uma doença auto-imune que leva a um processo inflamatório difuso dos músculos estriados podendo ou não estar associada a alterações do tegumento. Sua etiologia permanece desconhecida podendo estar associada a fatores imunológicos, infecciosos e vasculares. O quadro clínico tem início insidioso e lentamente progressivo. A primeira queixa específica geralmente se refere à perda da força muscular simétrica das cinturas escapular, pélvica ou ambas. • Polimiosite (PM): A polimiosite é uma doença sistêmica do tecido conjuntivo, caracterizada por inflamação e degeneração dos músculos. A causa deste distúrbio é desconhecida, porém acredita-se que possa ser causado por uma reação auto-imune, ou por uma infecção viral do músculo esquelético. Pode afetar pessoas de qualquer idade, mas ocorre com maior freqüência entre os 50 e 70 anos, ou em crianças entre 5 e 15 anos de idade. Geralmente, afeta duas vezes mais às mulheres que aos homens, e a incidência é de 5 em cada 10.000 pessoas. A fraqueza muscular pode aparecer subitamente ou ocorrer lentamente durante semanas ou meses. Pode haver dificuldade para elevar os braços acima da cabeça, levantar-se quando em posição sentada, ou subir escadas. A voz também pode ser afetada por fraqueza da laringe. Pode ocorrer dor articular, inflamação do coração e doença pulmonar. • Vasculite Necrosante: Condição inflamatória dos vasos sangüíneos caracterizada por necrose dos tecidos e cicatrização. A vasculite necrosante é incomum, ocorrendo em 6 dentre cada 10.000 pessoas. Pode ocorrer em artrite reumatóide e é geralmente acompanhada por lúpus eritematoso sistêmico, periarterite nodosa e esclerose sistêmica progressiva. É muito rara em crianças. A causa é desconhecida, mas é provável que esteja relacionada a fatores auto-imunes. Os tecidos se tornam necróticos (morrem). Pode haver cicatrização e espessamento da parede dos vasos. O vaso pode fechar (ocluir), causando deficiência no fluxo sangüíneo nos tecidos
  • 5. abastecidos por este vaso, com subseqüente infarto (morte) do tecido. A vasculite necrosante pode afetar qualquer vaso sangüíneo do corpo e, portanto, qualquer parte do corpo incluindo músculos, nervos, rins, fígado ou qualquer outra área. • Síndrome de Sjögren (SS): A síndrome de Sjögren é uma doença sistêmica inflamatória crônica, de provável etiologia auto-imune, com distribuição mundial. Seu quadro clínico é responsável por considerável impacto na qualidade de vida de seus portadores. As glândulas lacrimais e salivares são os principais órgãos afetados pela infiltração linfo-plasmocitária, originando disfunções que desencadeiam quadro clássico de xeroftalmia (olhos secos) e xerostomia (boca seca). Outras glândulas exócrinas também podem ser acometidas como o pâncreas, glândulas sudoríparas, glândulas mucosas dos tratos respiratório, gastrointestinal e urogenital. A SS pode existir como doença primária das glândulas exócrinas (SS primária) ou estar associada a outras doenças auto-imunes como artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico, esclerose sistêmica progressiva, esclerodermia, doença de Graves, dentre outras (SS secundária). • Doença Mista do Tecido Conjuntivo (DMTC): A doença mista do tecido conjuntivo é um conjunto de sintomas semelhantes aos de várias doenças do tecido conjuntivo: lúpus eritematoso sistêmico, esclerodermia, polimiosite e dermatomiosite. Cerca de 80 % dos afetados por esta doença são mulheres. Podem ser afetadas pessoas entre os 5 e os 80 anos de idade. Desconhece-se a sua causa, mas é provável que se trate de uma reação auto-imune. Pode efetuar-se uma análise de sangue para detectar um anticorpo antiproteína ribonucléica, presente na maioria dos casos de doença mista do tecido conjuntivo. Valores altos deste anticorpo, na ausência dos outros anticorpos observados no lúpus, são específicos desta doença.
  • 6. Bibliografia • http://www.manualmerck.net • http://www.abonet.com.br • http://adam.sertaoggi.com.br/ • http://www.barini.med.br/ • http://autoimunes.blogspot.com/2008/05/esclerose- sistmica.html • http://www.scielo.br • http://www.bibliomed.com.br/book/showdoc.cfm? bookid=158&bookcatid=38&bookchptrid=7695