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Arte e Inovação: síntese fundamental
para o profissional do século XXI
Profa. Dra. Solange Medina Ketzer
Recife, agosto de 2013
XXVI Encontro Nacional do Fórum Brasileiro
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mutabilidade
Profissional do Século XXI
novas competências
adaptabilidade
 pensar diferente em relação às formas
convencionalmente instituídas;
 libertar-se de regras, padrões, normas;
 desautomatizar-se em relação ao real;
 romper e ampliar o horizonte conhecido;
 fazer uso da fantasia;
 projetar sonhos;
Arte/pressupostos:
 combinar, recombinar, modificar, associar, criar
algo novo a partir do conhecido;
 lidar com o improvável;
 transformar o caos em cosmos;
 transitar em um mundo diferente do real;
 construir uma nova realidade (aceitar o desvio);
 familializar-se com as metáforas;
 perceber não apenas o que É, mas o que PODE,
DEVE ou PARECE SER (conceito aristotélico).
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Mario Quintana
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Atravancando o meu caminho,
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obriga os neurônios a
se mobilizarem em
outras direções
 conhecimento profundo da área de atuação;
 base cultural, científica e humanística ampla;
 familiarização com modernas tecnologias;
 conhecimento de língua(s) estrangeira(s);
 trabalho em equipe, colegiado;
 respeito a hierarquias;
 incorporação do erro como elemento sistêmico
(errar não é feio, é humano);
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 desvalorização progressiva de projetos autorais
(desinflar egos);
 busca de alteridade nas relações (trabalhar com a
diversidade sem eliminar o que é diferente);
 convivência com as INCERTEZAS;
 consciência sobre a máxima MUTABILIDADE
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VELOCIDADE no processamento das informações;
 consciência sobre a importância da educação
continuada (reduz riscos de desatualização e de
OBSOLESCÊNCIA);
 INOVAÇÃO.
VELOCIDADE
EXIGEM O EXERCÍCIO DA
IMAGINAÇÃO CRIATIVA
MUTABILIDADE
INCERTEZA
OBSOLESCÊNCIA
ARTE
INOVAÇÃO
Arte Inovação
pressupõem:
 pensar diferente em relação às formas
convencionalmente instituídas;
 libertar-se de regras, padrões, normas;
 desautomatizar-se em relação ao real;
 romper e ampliar o horizonte conhecido;
 perceber o mundo a partir de diferentes
perspectivas;
 fazer uso da fantasia;
 projetar sonhos;
 combinar, recombinar, modificar, associar, criar
algo novo a partir do conhecido;
 lidar com o improvável;
 transformar o caos em cosmos;
 transitar em um mundo diferente do real;
 construir uma nova realidade (aceitar o desvio);
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DEVE ou PARECE SER (conceito aristotélico).
Pronominais
Oswald de Andrade
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
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Mas o bom negro e o bom branco
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Deixa disso camarada
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um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Poesia Matemática
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paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
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em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
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retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
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E se casaram e tiveram uma secante e três
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E foram felizes
até aquele dia
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monotonia.
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frequentador de círculos concêntricos,
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uma grandeza absoluta
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tanto chamado amoroso.
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Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei. Minhas
meias falam de produto
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Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
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Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo,
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências,
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro,
Em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou – vê lá – anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espalhavam.
Em cada gesto, cada olhar,
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
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40&bih=770&um=1&ie=UTF-8&hl=pt-
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Foto disponível em:http://www.puccamp.br/institucional/historia_fotos.asp. Acesso em: 03maio2006.
Foto Disponível em: http://www.pucrs.br. Acesso em: 14mar2006.
ARISTÓTELES. Arte poética. São Paulo: Martin Claret, 2003.
BIRGIT, Zeidler. Claude Monet: Vida e Obra. Colonia: Könemann, c2001.
95 p.:il. (Miniguia de Arte)
COVEY, Stephen R.. Em busca da grandeza. HSM Management, São
Paulo, 2009.
DEL NERO, Henrique Schützer. O sítio da mente: pensamento emoção e
vontade no cérebro humano. São Paulo: Collegium Cognitivo, 1997.
ECCLES, John Carew. O conhecimento do cérebro. São Paulo: Atheneu,
1979.
GARDNER, Howard. Arte, mente y cerebro: una aproximación cognitiva
a la creatividad. Buenos Aires: Paidós, 1987.
Base Teórica
________________. A nova ciência da mente: uma história da
revolução cognitiva. São Paulo: EDUSP, 1995.
KETZER, Solange Medina. A Graduação e os desafios da Formação do
Educador do Século XXI. Faculdade de Educação, Programa de Pós-
Graduação da PUCRS – Vol. 29, n. 1. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006.
LEVY, Pierre. As Tecnologias da Inteligência. Rio de Janeiro: Ed. 34,
1993.
MORIN, Edgar. O método I: a natureza da natureza. Mira-Sintra:
Publicações Europa - América Ltda., 1977.
__________. Ciência com consciência. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 1998.
MOSQUERA, Juan José Mouriño. Psicologia da arte. Porto Alegre:
Sulina, 1973.
POPPER, Karl R. Em busca de um mundo melhor. São Paulo: Martins
Fontes, 2006.
SALTINI, Cláudio J. P. Afetividade & Inteligência. Rio de Janeiro:
DP&A, 1997.
QUINTANA, Mario. Caderno H. 1. ed. Porto Alegre: Editora Globo,
1973.
VYGOTSKY, L. S. La imaginación y el arte en la infancia. Madrid: Akal
Bolsillo, 1982.
____________. A formação social da mente. São Paulo: Martins
Fontes, 1987.
____________. Pensamento e linguagem. São Paulo:
Martins Fontes, 1987.
ZUFFO, João Antônio. A infoera: o imenso desafio do
futuro. Taubaté: Saber, 1997.
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Arte Inovação profissional século XXI

  • 1. Arte e Inovação: síntese fundamental para o profissional do século XXI Profa. Dra. Solange Medina Ketzer Recife, agosto de 2013 XXVI Encontro Nacional do Fórum Brasileiro de Pró-Reitores de Graduação - ForGRAD
  • 2. A arte é a estrela da investigação científica. John Eccles
  • 3. Como a arte pode ajudar a vencer os desafios do profissional do século XXI?
  • 4. Profissional do Passado EXECUTAR TAREFAS segurança previsibilidade certeza(s) constância repetitividade
  • 5. prever real INOVAÇÃO mutabilidade Profissional do Século XXI novas competências adaptabilidade
  • 6.  pensar diferente em relação às formas convencionalmente instituídas;  libertar-se de regras, padrões, normas;  desautomatizar-se em relação ao real;  romper e ampliar o horizonte conhecido;  fazer uso da fantasia;  projetar sonhos; Arte/pressupostos:
  • 7.  combinar, recombinar, modificar, associar, criar algo novo a partir do conhecido;  lidar com o improvável;  transformar o caos em cosmos;  transitar em um mundo diferente do real;  construir uma nova realidade (aceitar o desvio);  familializar-se com as metáforas;  perceber não apenas o que É, mas o que PODE, DEVE ou PARECE SER (conceito aristotélico).
  • 8.
  • 9.
  • 10.
  • 11.
  • 12.
  • 13.
  • 14.
  • 15. Monet
  • 16.
  • 17. Poeminha do Contra Mario Quintana Todos estes que aí estão Atravancando o meu caminho, Eles passarão. Eu passarinho!
  • 18. ARTE obriga os neurônios a se mobilizarem em outras direções
  • 19.  conhecimento profundo da área de atuação;  base cultural, científica e humanística ampla;  familiarização com modernas tecnologias;  conhecimento de língua(s) estrangeira(s);  trabalho em equipe, colegiado;  respeito a hierarquias;  incorporação do erro como elemento sistêmico (errar não é feio, é humano); Exigências para o profissional do século XXI:
  • 20.  desvalorização progressiva de projetos autorais (desinflar egos);  busca de alteridade nas relações (trabalhar com a diversidade sem eliminar o que é diferente);  convivência com as INCERTEZAS;  consciência sobre a máxima MUTABILIDADE (aceleração das mudanças) provocada pela VELOCIDADE no processamento das informações;  consciência sobre a importância da educação continuada (reduz riscos de desatualização e de OBSOLESCÊNCIA);  INOVAÇÃO.
  • 21. VELOCIDADE EXIGEM O EXERCÍCIO DA IMAGINAÇÃO CRIATIVA MUTABILIDADE INCERTEZA OBSOLESCÊNCIA ARTE INOVAÇÃO
  • 23.  pensar diferente em relação às formas convencionalmente instituídas;  libertar-se de regras, padrões, normas;  desautomatizar-se em relação ao real;  romper e ampliar o horizonte conhecido;  perceber o mundo a partir de diferentes perspectivas;  fazer uso da fantasia;  projetar sonhos;
  • 24.  combinar, recombinar, modificar, associar, criar algo novo a partir do conhecido;  lidar com o improvável;  transformar o caos em cosmos;  transitar em um mundo diferente do real;  construir uma nova realidade (aceitar o desvio);  familializar-se com metáforas;  perceber não apenas o que É, mas o que PODE, DEVE ou PARECE SER (conceito aristotélico).
  • 25. Pronominais Oswald de Andrade Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro.
  • 26. Às folhas tantas do livro matemático um Quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma Incógnita. Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a do ápice à base uma figura ímpar; olhos rombóides, boca trapezóide, corpo retangular, seios esferóides. Poesia Matemática Millôr Fernandes
  • 27. Fez de sua uma vida paralela à dela até que se encontraram no infinito. "Quem és tu?", indagou ele em ânsia radical. "Sou a soma do quadrado dos catetos. Mas pode me chamar de Hipotenusa." E de falarem descobriram que eram (o que em aritmética corresponde a almas irmãs) primos entre si.
  • 28. E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz numa sexta potenciação traçando ao sabor do momento e da paixão retas, curvas, círculos e linhas sinoidais nos jardins da quarta dimensão. Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana e os exegetas do Universo Finito.
  • 29. E se casaram e tiveram uma secante e três cones muito engraçadinhos. E foram felizes até aquele dia em que tudo vira afinal monotonia. Foi então que surgiu O Máximo Divisor Comum frequentador de círculos concêntricos, viciosos. Ofereceu-lhe, a ela, uma grandeza absoluta e reduziu-a a um denominador comum.
  • 30. Ele, Quociente, percebeu que com ela não formava mais um todo, uma unidade. Era o triângulo, tanto chamado amoroso. Desse problema ela era uma fração, a mais ordinária. Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade e tudo que era espúrio passou a ser moralidade como aliás em qualquer sociedade.
  • 31. Em minha calça está grudado um nome Que não é meu de batismo ou de cartório Um nome...estranho. Meu blusão traz lembrete de bebida Que jamais pus na boca, nessa vida, Em minha camiseta, a marca de cigarro Que não fumo, até hoje não fumei. Minhas meias falam de produto Que nunca experimentei Mas são comunicados a meus pés. Eu, etiqueta, Carlos Drummond de Andrade
  • 32. Meu tênis é proclama colorido De alguma coisa não provada Por este provador de longa idade. Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, Minha gravata e cinto e escova e pente, Meu copo, minha xícara, Minha toalha de banho e sabonete, Meu isso, meu aquilo, Desde a cabeça ao bico dos sapatos, São mensagens, Letras falantes, Gritos visuais, Ordens de uso, abuso, reincidências,
  • 33. Costume, hábito, premência, Indispensabilidade, E fazem de mim homem-anúncio itinerante, Escravo da matéria anunciada. Estou, estou na moda. É duro andar na moda, ainda que a moda Seja negar minha identidade, Trocá-la por mil, açambarcando Todas as marcas registradas, Todos os logotipos do mercado. Com que inocência demito-me de ser Eu que antes era e me sabia Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
  • 34. Ser pensante sentinte e solitário Com outros seres diversos e conscientes De sua humana, invencível condição. Agora sou anúncio Ora vulgar ora bizarro, Em língua nacional ou em qualquer língua (qualquer, principalmente.) E nisto me comprazo, tiro glória De minha anulação. Não sou – vê lá – anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago Para anunciar, para vender Em bares festas praias pérgulas piscinas,
  • 35. E bem à vista exibo esta etiqueta Global no corpo que desiste De ser veste e sandália de uma essência Tão viva, independente, Que moda ou suborno algum a compromete. Onde terei jogado fora Meu gosto e capacidade de escolher, Minhas idiossincrasias tão pessoais, Tão minhas que no rosto se espalhavam. Em cada gesto, cada olhar, Cada vinco da roupa Sou gravado de forma universal,
  • 36. Saio da estamparia, não de casa, Da vitrine me tiram, recolocam, Objeto pulsante mas objeto Que se oferece como signo de outros Objetos estáticos, tarifados. Por me ostentar assim, tão orgulhoso De ser não eu, mas artigo industrial, Peço que meu nome retifiquem. Já não me convém o título de homem. Meu nome novo é Coisa. Eu sou a Coisa, coisamente.
  • 39. Foto Disponível em: http://www.pucrs.br. Acesso em: 14mar2006.
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