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O Acordo Ortográfico: estratégias de
implementação e implicações nas aulas de Português




                  Braga, 24 de setembro de 2011
                           Cristina Fontes


                                                     1
Primeiro estranha-se, depois entranha-se!
                               Fernando Pessoa




                                                 2
«Um cê a mais»

    Quando eu escrevo a palavra ação, por magia
ou pirraça, o computador retira automaticamente o
c na pretensão de me ensinar a nova grafia. De
forma que, aos poucos, sem precisar de ajuda, eu
próprio vou tirando as consoantes que, ao que
parece, estavam a mais na língua portuguesa.
Custa-me despedir-me daquelas letras que tanto
fizeram por mim. São muitos anos de convívio.
Lembro-me da forma discreta e silenciosa como
todos estes cês e pês me acompanharam em
tantos textos e livros desde a infância.

                                                    3
Na primária, por vezes gritavam ofendidos na
caneta vermelha da professora: não te esqueças
de mim! Com o tempo, fui-me habituando à sua
existência muda, como quem diz, sei que não
falas, mas ainda bem que estás aí. E agora as
palavras já nem parecem as mesmas. O que é ser
proativo? Custa-me admitir que, de um dia para o
outro, passei a trabalhar numa redação, que há
espetadores nos espetáculos e alguns também nos
frangos, que os atores atuam e que, ao segundo
ato, eu ato os meus sapatos.


                                                   4
Depois há os intrusos, sobretudo o erre, que
tornou    algumas    palavras    arrevesadas    e
arranhadas, como neorrealismo ou autorretrato.
Caíram hífenes e entraram erres que andavam
errantes. É uma união de facto, para não errar
tenho a obrigação de os acolher como se fossem
família. Em “há de” há um divórcio, não vale a
pena criar uma linha entre eles, porque já não se
entendem. Em veem e leem, por uma questão de
fraternidade,  os     és    passaram      a   ser
gémeos, nenhum usa chapéu.



                                                    5
E os meses perderam importância e
dignidade, não havia motivo para terem
privilégios, janeiro, fevereiro, março são tão
importantes como peixe, flor, avião. Não sei se
estou a ser suscetível, mas sem p algumas
palavras são uma autêntica deceção, mas por
outro lado é ótimo que já não tenham.




                                                  6
As palavras transformam-nos. Como um menino
que muda de escola, sei que vou ter
saudades, mas é tempo de crescer e encontrar
novos amigos. Sei que tudo vai correr
bem, espero que a ausência do cê não me faça
perder a direção, nem me fracione, nem quero
tropeçar     em      algum     objeto   abjeto.
Porque, verdade seja dita, hoje em dia, não se
pode ser atual nem atuante com um cê a
atrapalhar.


               Manuel Halpern, Jornal de Letras
                                                  7
Alguns
            dos argumentos que os
            portugueses costumam
            esgrimir contra a
            necessidade de um
            Acordo Ortográfico




Adaptado de Gomes, Francisco Álvaro (2009). O Acordo Ortográfico, Porto: Edições Flumen e Porto Editora




                                                                                                          8
1. O Brasil vai invadir-nos     5. Não cabe aos políticos, mas
   culturalmente. Isto é           aos especialistas, tomar
   ultrajante, porque a Língua     decisões no âmbito da língua.
   Portuguesa «nasceu» em
   Portugal.                    6. Os livros, quando esta reforma
2. A reforma é inútil porque a     entrar em vigor, irão cair em
   ortografia não é um problema    desuso.
   substancial.
                                  7. A ortografia portuguesa não
1. A Espanha, a França e a           tinha, na norma
   Inglaterra não celebraram         lusitana, grafias duplas e
   qualquer acordo ortográfico.      passa a tê-las.
                                  8. Se o H desaparecer em
2. A nível internacional, a norma    palavras como
   lusitana é vista como mais        homem, honra, humano, hospit
   importante que a norma            aleiro, essas palavras
   brasileira. Para quê ceder ao     descaracterizam-se.
   Brasil?

                                                                    9
9. O acordo de 1945, que era     12. As grandes divergências com
   simples e coerente, perderá       o Brasil são lexicais e
   essas qualidades.                 sintáticas, e não apenas
                  Teste-AO45.tif     ortográficas.
                                                       Dilma_MST.tif
10. A língua é um património
    intocável. Ninguém tem o       13. A introdução de letras
    direito de o mudar.                estrangeiras desfigura o
                                       alfabeto português.
11. Acabar com os acentos
    gráficos é contribuir para a   14. A queda de consoantes
    ruína da língua, visto que a        mudas é uma inaceitável
    ausência desses sinais              cedência ao Brasil e contribui
    impede a aprendizagem.              para a descaracterização da
                                        língua.
                                   ( + um)
                                   O acordo interessa apenas aos
                                       professores de português!
                                                                         10
Ortografia
De orto-, que significa “reto, direito, correto”



       grafia, com sentido de 'escrita'



              escrita correta
                                                   11
A ortografia
pode ser:


 fonética: representa tão fielmente quanto possível a forma
 como as palavras são pronunciadas e a pronúncia permite
 saber a forma gráfica (e.g.italiano,”uomo”);

 etimológica: conserva a forma com que em dada altura se
 grafou a palavra, mesmo que a pronúncia de hoje não lhe
 corresponda (e.g.francês;”orthographie”);

 fonológica: representação abstrata com base na realidade
 fonética da língua (e.g. português, “cereja”,”Ernesto”,”tio”);

    Nota: Em geral, as ortografias são híbridas, não se enquadrando
 exclusivamente num destes tipos, embora se possa dizer que pertencem
 tendencialmente a um deles.
                                                                        12
Mudanças ortográficas da língua portuguesa




 Duas capas de Os Lusíadas, uma de 1572 e outra de 1584, mostram o nome do poeta
 grafado de maneiras diferentes: Luis de Camoes e Lvis de Camões

                                                                          13
Breve
Cronologia
              1885
                -
              1931




  XIX                XX                                      XXI


1885– Até aqui a grafia do português oscila entre predominância de critérios
etimológicos e fonéticos. Gonçalves Viana publica as Bases da Ortografia
Portuguesa.

1911– Implementação da Reforma Ortográfica, com base na obra de Gonçalves
Viana.

1931– Aprovação do primeiro Acordo Ortográfico entre Portugal e Brasil, cuja
implementação não foi levada a cabo do mesmo modo nos dois países.


                                                                               14
1885     1943
              -              1971
                       -
            1931               -
                     1945
                             1973




 XIX                XX                                     XXI


1943– Redação do Formulário Ortográfico no Brasil. Nova cimeira entre os dois
países.

1945– Novo Acordo Ortográfico, resultante do encontro de 1943. Torna-se lei em
Portugal, mas o Brasil não o adota.

 1971-1973– Implementação de alterações, no Brasil e em Portugal, reduzindo
 grandemente as divergências ortográficas.



                                                                                 15
1885
                       1943
                -               1971
                         -               1975
              1931                -
                       1945                -
                                1973
                                         1986
                                                 1990




 XIX                 XX                                     XXI

1975- Elaboração de um projeto de acordo entre a Academia das Ciências de
Lisboa e a Academia Brasileira de Letras, fracassado devido ao clima político e
social.

1986– Os agora sete países de língua oficial portuguesa redigem o Acordo
Ortográfico de 1986, proposta que envolve mudanças profundas, inviabilizada
devido às reações que provocou.

1990– Concluindo um processo de negociação contínuo, é redigido o texto do
Acordo Ortográfico de 1990, centrado na redução das diferenças existentes.

                                                                                  16
1885    1943
               -       -      1971     1975
             1931    1945       -        -              1995
                              1973     1986
                                               1990
                                                          -      2004
                                                        2002             2009




 XIX                XX                                         XXI

1995-2002– O Acordo de 1990 é ratificado por vários países, mas não
implementado.

2004– Após a independência de Timor, os agora oito países da CPLP aprovam
o Segundo Protocolo Modificativo, determinando que a ratificação por parte de
três países é suficiente para a implementação do Acordo Ortográfico.

2009–Com a ratificação deste documento por parte de Portugal e de outros
países, dá-se início à implementação da reforma. Em Portugal haverá um
período de transição de seis anos, iniciado a 13 de maio de 2009. Apenas
faltam Angola e Moçambique.
                                                                                17
Resolução da Assembleia da República n.º 26/91

 Aprova, para ratificação, o Acordo Ortográfico da
Língua Portuguesa

 A Assembleia da República resolve, nos termos
dos artigos 164.º, alínea j, e 169.º, n.º 5, da
Constituição, aprovar, para ratificação, o Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em
Lisboa a 16 de Dezembro de 1990, que segue em
anexo.
                                       Aprovada em 4 de Junho de 1991.

           O Presidente da Assembleia da República, Vítor Pereira Crespo.

                                                                            18
Portal da Língua Portuguesa




http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=acordo



                                                         19
O texto do acordo organiza-se em 21 bases:
Base I - Do alfabeto e dos nomes próprios estrangeiros e seus derivados
Base II - Do h inicial e final
Base III - Da homofonia de certos grafemas consonânticos             O AO
Base IV - Das sequências consonânticas                              de 1945
Base V - Das vogais átonas                                          tinha 51
Base VI - Das vogais nasais
Base VII - Dos ditongos
Base VIII - Da acentuação gráfica das palavras oxítonas (agudas)
Base IX - Da acentuação gráfica das palavras paroxítonas (graves)
Base X - Da acentuação das vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras
oxítonas e paroxítonas
Base XI - Da acentuação gráfica das palavras proparoxítonas (esdrúxulas)
Base XII - Do emprego do acento grave
Base XIII - Da supressão dos acentos em palavras derivadas
Base XIV - Do trema
Base XV - Do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares
Base XVI - Do hífen nas formações por prefixação, recomposição e sufixação
Base XVII - Do hífen na ênclise, na tmese e com o verbo haver
Base XVIII - Do apóstrofo
Base XVIX - Das minúsculas e maiúsculas
Base XX - Da divisão silábica
Base XXI - Das assinaturas e firmas

                                                                                 20
21
O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras, cada
uma delas com uma forma minúscula e outra maiúscula:
              a A (á)                  n N (ene)
              b B (bê)                 o O (ó)
              c C (cê)                 p P (pê)
              d D (dê)                 q Q (quê)
              e E (é)                  r R (erre)
              f F (efe)                s S (esse)
              g G (gê ou guê)          t T (tê)
              h H (agá)                u U (u)
              i I (i)                  v V (vê)
              j J (jota)               w W (dáblio ou dâblio)
              k K (capa ou cá)         x X (xis)
              l L (ele)                y Y (ípsilon ou i grego)
              m M (eme ou mê)          z Z (zê)
NOTA: Além destas letras, usam-se o ç (cê cedilhado) e os
seguintes dígrafos: rr (erre duplo), ss (esse duplo), ch (cê-agá), lh
(ele-agá), nh (ene-agá), gu (guê-u) e qu (quê-u).
                                                                        22
A introdução do
                                                              k, do w e do y
                                                              não aumenta
Por exemplo, kilograma ou kilo não passam a ortografias       o seu uso.
corretas, apesar de kg ser a sua abreviatura.

                     Quilograma - Quilo
As três letras usam-se nos seguintes casos:

1) Nomes originários de outras línguas e seus derivados, como
Kant, kantismo, Byron, byroniano, Darwin e darwinismo

2) Nomes de lugares originários de outras línguas e seus derivados, como
Kuweit e kuweitiano

3) Siglas, símbolos e abreviaturas, como KLM, yd (jarda), W (oeste, watt) e
WC

4) Termos de outras línguas de uso corrente, como kit e software

                                                                                23
OS CÊS E PÊS SEMPRE MUDOS, ISTO
É, NUNCA PRONUNCIADOS, SÃO
ELIMINADOS.
 Exemplos de eliminação:

 1) Sequência cc
 • acionista em vez de accionista
 • lecionar em vez de leccionar

 2) Sequência cç
 • ação em vez de acção (repare-se na grafia inflação, anterior ao
 acordo)
 • seleção em vez de selecção

 3) Sequência ct
 • ator em vez de actor
 • atual em vez de actual



                                                                     24
OS CÊS E PÊS SEMPRE MUDOS, ISTO
É, NUNCA PRONUNCIADOS, SÃO
ELIMINADOS.
 Exemplos de eliminação:

4) Sequência pc
• adocionismo em vez de adopcionismo

5) Sequência pç
• adoção em vez de adopção

6) Sequência pt
• adotar em vez de adoptar
• Egito em vez de Egipto;

Nota: a grafia Egito foi usada noutros tempos em
Portugal; continua-se a escrever egípcio porque nesta
palavra o p pronuncia-se.
                                                        25
CONSOANTES COM OSCILAÇÕES DE
PRONÚNCIA E ORTOGRAFIA
Existem consoantes que, de país para país, ou mesmo dentro do
mesmo país, ora se pronunciam ora são mudas.

O Acordo Ortográfico estabelece ortografias duplas para estes casos
de pronúncia oscilante. Vejamos alguns exemplos:
                 •cato e cacto
                 • facto e fato
                 • aspeto e aspecto
                 • receção e recepção
                 • excecional e excepcional
                 • jacto e jato
                 • subtil e sutil
                 • omnipotente e onipotente
                 • amígdala e amídala
                 • súbdito e súdito
                 • aritmética e arimética.

                                                                      26
Que é que muda na prática com esta regra?
 Para os brasileiros não muda nada, já que há muito usam grafias
duplas para casos de pronúncia oscilante no seu país, como aspeto e
aspecto ou excecional e excepcional.

Para os outros países a prática passa a ser a seguinte: se a consoante
nunca é pronunciada, é eliminada; no caso contrário, há grafias duplas.

Em Portugal o c de aspecto nunca é pronunciado; então a grafia
aspecto é eliminada e substituída por aspeto.

Em Portugal o c de dactilografia umas vezes pronuncia-se e outras
não; temos, por isso, as grafias datilografia e dactilografia.



NOTA: em Portugal já temos inúmeras grafias duplas: guiché e
guichê, bêbado e bêbedo, avalanche e avalancha, ouro e oiro, etc.


                                                                          27
Nomes de origem bíblica / cidades
Os seguintes nomes de origem bíblica podem escrever-se de duas
maneiras:

• Jó ou Job (b nunca pronunciado)
• Jacó ou Jacob (b nunca pronunciado)
• Davi ou David (d final umas vezes pronunciado e outras não).

As cidades espanholas de Madrid e Valladolid têm em português
nomes com um d final que umas vezes se pronuncia e outras não,
podendo omitir-se. Admitem-se, assim, as seguintes ortografias
duplas:

• Madri e Madrid
• Valladoli e Valladolid.




                                                                 28
ACENTOS ELIMINADOS

 Palavras como crêem, vêem e semelhantes deixam de ter acento;
 passam a creem, veem, etc.

 Atenção! Os verbos ter e vir (e seus derivados) continuam a ser
 acentuados na terceira pessoa do plural: Eles têm. Eles vêm.

  Não se coloca acento em palavras graves com o ditongo oi na
  penúltima sílaba; alcalóide, heróico, jóia, Tróia, Azóia, etc. passam a
  alcaloide, heroico, joia, Troia, Azoia, etc.

Atenção! Esta regra só é válida para palavras graves
(paroxítonas). O ditongo oi aberto de palavras agudas (oxítonas) e
monossílabas continua a ser acentuado: herói, dói, constrói. Palavras
como comboio e dezoito já não eram acentuadas. O ditongo também
permanece no caso do ditongo eu aberto: céu, troféu, véu.


                                                                            29
ACENTOS ELIMINADOS
Eliminam-se os acentos das palavras côa (nome flexão de verbo
coar), pára (do verbo parar), péla e pélas (nomes e flexões do verbo
pelar), pélo, pêlo, pêlos, pólo, pólos, pôlo, pôlos, pêra e pêro. Também
se eliminam os acentos dos nomes próprios Côa, Pêra e Pêro.

Côa é o nome dum rio, o qual passa a designar-se por Coa. Faz
também parte de nomes de localidades, como Vila Nova de Foz
Côa, que passa a Vila Nova de Foz Coa.

Pêra faz parte do nome de localidades, como Castanheira de
Pêra, que passa a Castanheira de Pera.
Pêro é nome masculino antigo e elemento do nome de
localidades, como Pêro Pinheiro, que passa a Pero Pinheiro.

 Atenção! O acento continua a ser obrigatório em pôr (infinitivo verbal) para
 distinguir de por (preposição) e em pôde (3.ª pessoa do pretérito perfeito do
 presente do indicativo do verbo poder).

                                                                                 30
ACENTOS FACULTATIVOS
1) Acento de palavras como andámos, cantámos (1.ª pessoa do plural
   do pretérito perfeito dos verbos da 1.ª conjugação).

Em Portugal e nos países com a mesma ortografia, antes do acordo
Ortográfico o acento de palavras como cantámos servia para as
distinguir das correspondentes formas do presente:
ontem cantámos em Braga, agora cantamos em Lisboa.

Oscila a pronúncia da terminação -ámos. No que toca a Portugal há
largas zonas em que é pronunciada -âmos ao passo que noutras se
pronuncia -ámos.
Por isso, passa a facultativo o acento de tais palavras, isto é, pode ser
usado ou não:
ontem cantámos ou ontem cantamos.
ontem andámos depressa mas neste momento andamos devagar.

 NOTA: Antes do Acordo Ortográfico este acento não era não usado no
 Brasil, mas era obrigatório em Portugal e nos outros países lusófonos.

                                                                            31
ACENTOS FACULTATIVOS
2) Acento de dêmos.
Passa a facultativo o acento de dêmos, flexão do presente
do conjuntivo do verbo dar:
quer que lhe dêmos atenção ou quer que lhe demos
atenção.

3) Acento de fôrma.
Torna-se facultativo o acento do nome fôrma, usado no
Brasil antes do Acordo Ortográfico, mas não nos outros
países lusófonos.

 Nota: Se acharmos que o acento torna uma frase mais clara, podemos
 usá-lo, como neste exemplo:
 Qual a forma da fôrma que faz esses bolos?


                                                                      32
PALAVRAS AGUDAS COM OSCILAÇÕES DE
ORTOGRAFIA
Há um pequeno número de palavras agudas (oxítonas) terminadas em
e ou o, em geral provenientes do francês, com oscilações de pronúncia
e ortografia. São exemplos:

bebé e bebê           O que muda na prática
bidé e bidê           relativamente a estas palavras?
guiché e guichê
croché e crochê       Nada, pelo menos no que se refere a
matiné e matinê       Portugal, pois continuar-se-ão a empregar as
caraté e caratê       mesmas grafias – dum modo geral as que
comité e comitê       usam o acento agudo. Note-se que se
ioió e ioiô.          encontram em dicionários editados em
                       Portugal as grafias duplas guiché e guichê,
                       correspondentes a pronúncias diferentes que
                       se podem ouvir no país.


                                                                        33
PALAVRAS GRAVES COM OSCILAÇÕES DE
 ORTOGRAFIA
Têm oscilações de pronúncia e ortografia pouco mais de uma dúzia de
palavras graves (paroxítonas) que têm na penúltima sílaba um e ou um
o, seguido dum m ou dum n que já pertence à sílaba seguinte.
São exemplos:
ténis e tênis                     Vólei e vôlei, póquer e pôquer
fémur e fêmur                    também são palavras graves com
Vénus e Vênus                     oscilação de pronúncia. Não são
bónus e bônus                   referidas no texto do acordo, que só
ónus e ônus.                      menciona palavras com a última
                                    sílaba a começar por m ou n.


NOTA: Na prática e pelo menos no que diz respeito a Portugal não
haverá alteração. Os portugueses continuarão a usar o acento agudo nestas
palavras por ser o que corresponde à sua pronúncia.

                                                                            34
PALAVRAS ESDRÚXULAS COM OSCILAÇÕES DE
ORTOGRAFIA
Têm oscilações de pronúncia e ortografia palavras esdrúxulas
(proparoxítonas) com um e ou um o na antepenúltima sílaba seguido
dum m ou dum n que já pertence à sílaba seguinte.
São exemplos:
efémero e efêmero
grémio e grêmio
arsénico e arsênico
génio e gênio
cómico e cômico
crómio e crômio
sinfónico e sinfônico
António e Antônio.

NOTA: Os portugueses continuarão a usar o acento agudo nestas
palavras por ser o que corresponde à sua pronúncia. Portanto, na prática
e pelo menos no que diz respeito a Portugal, não haverá alteração na
ortografia destas palavras.

                                                                           35
INICIAL MINÚSCULA

1)Dias da semana, meses e estações do ano

Como já
     acontece com os nomes dos dias da
semana, também os dos meses e das estações do ano se
escrevem com inicial minúscula.

Exemplos:
O dia santo da religião católica é o domingo.
Portugal comemora o seu dia nacional a 10 de junho.
As aves chegam na primavera.



                                                       36
INICIAL MINÚSCULA
2) Pontos cardeais
Os nomes dos pontos cardeais escrevem-se com
minúscula, exceto as suas abreviaturas, como SW
(sudoeste) ou se designam regiões.

Exemplos:

Lisboa fica a sul do Porto.
 A localidade de Braga tem a latitude de 39º 30' N e a
longitude de 8º 6' W.
Ele gosta todas a regiões de Portugal, mas tem uma
atração especial pelo Norte.

                                                          37
INICIAL MINÚSCULA

3) Palavras fulano, beltrano e sicrano

Escrevem-se com inicial minúscula estas palavras,
usadas para designar uma pessoa de quem não se sabe
o nome ou não se quer mencionar e que são sinónimas
de sujeito, indivíduo, pessoa.




                                                      38
MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS COM USO FACULTATIVO
1) Formas de tratamento e expressões de
   respeito, hierarquia, etc.
dr. Paiva ou Dr. Paiva
doutor Mário Teixeira ou Doutor Mário Teixeira
sr. eng. Pereira ou Sr. Eng. Pereira
prof. dr. Manuel Santos ou Prof. Dr. Manuel Santos
santa Bárbara ou Santa Bárbara
sua eminência o cardeal Carlos Pinto ou Sua Eminência o Cardeal Carlos
Pinto

2) Títulos de livros e obras
O primeiro elemento escreve-se com maiúscula; os seguintes
podem escrever-se com minúscula, com exceção dos nomes       Os títulos das
próprios                                                     obras devem ser
                                                             em itálico. Se
Uma Família Inglesa ou Uma família inglesa                  forem manuscritos
Portugueses na História da América ou Portugueses na        devem ser
história da América                                          sublinhados.


                                                                                 39
MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS COM USO FACULTATIVO

3) Palavras que classificam sítios públicos
(rua, miradouro, etc.), templos e edifícios

rua ou Rua do Souto
igreja ou Igreja do Carmo
palácio ou Palácio da Pena


4) Domínios do saber, cursos e disciplinas

matemática ou Matemática
literatura portuguesa ou Literatura Portuguesa
engenharia informática ou Engenharia Informática




                                                    40
O prefixo possui um significado, contudo, isolado, não
tem função nenhuma, somente em associação com uma
palavra.
Ab- afastamento, separação
Abstenção / abdicação

Já os “falsos prefixos”, possuem, por assim dizer, um
sentido completo. Podem até associar-se com uma
palavra, mas não perdem o seu significado.

a) Eu comprei um micro-ondas. (aparelho que emite pequenas ondas
eletromagnéticas)

b) Na praia só tinha micro ondas, nem deu para surfar como gostaria.
(pequenas ondas)

                                                                       41
42
Supressão do hífen

Não se usa hífen nas formas monossilábicas do presente
do indicativo do verbo “haver” acompanhado da
preposição “de”.

hei-de / hei de
hás-de / hás de        Atenção! Nunca se usou hífen
há-de / há de          com as formas polissilábicas do
heis-de / heis de      verbo “haver”:
hão-de / hão de        Havemos de
                        Haveremos de
                        Haverás de
                        Haveremos de
                        Havereis de
                        Haverão de



                                                          43
Supressão do hífen

Não se usa hífen nos compostos em que se perdeu a noção
de composição.
.
Em certas palavras perdeu-se, de certo modo, a noção de
serem compostas. Por isso, não têm hífen. São exemplos
madressilva e pontapé.

O acordo autoriza a eliminação do hífen noutras palavras
deste tipo, como são os casos de:
 mandachuva
 paraquedas
 paraquedista



                                                           44
Supressão do hífen

Não se usa hífen nas formações com adição de prefixos ou falsos
prefixos terminados em vogal e com o segundo elemento começado
por r ou s, devendo estas consoantes duplicar-se. São exemplos:

        Antirreligioso                    Minissaia
        Antissemita                       Biorritmo
        Contrarregra                      Biossatélite
        Contrassenha                      Eletrossiderurgia
        Cosseno                           Microssistema
        Extrarregular                     Microrradiografia
        Infrassom

                   Acordo Ortográfico: conhecer para compreender   45
Supressão do hífen
Suprime-se o hífen nas palavras com adição de prefixos ou falsos
prefixos se terminados em vogal e o segundo elemento começar
por vogal diferente:




   Antiaéreo                  Autoaprendizage
   Coeducação                 m
   Extraescolar               Agroindustrial
   Aeroespacial               Hidroelétrico
   Autoestrada                Plurianual.



                                                                   46
Supressão do hífen
Se o primeiro elemento é   co-, em geral não se usa hífen mesmo se
o segundo começa por   o, como nas palavras seguintes:
Coautor               Atenção! No Vocabulário Ortográfico da
Coprodutor            Língua Portuguesa, publicado pela Porto
Coobrigação           Editora, nas palavras formadas pelo prefixo
Cooperante.           co- em que o segundo elemento se inicia
                       com a letra h, admite-se a dupla grafia, com
Coadminitação
                       hífen ou aglutinada. Como acontece em co-
Coocorrência          herdeiro ou coerdeiro, à semelhança do que
                       acontece com as palavras formadas pelos
                       prefixos des- e in- os quais se aglutinam
                       com o segundo elemento sem h
                       (coabitar, coabitação, desumano, inumano
                       , etc.)

                                                                      47
Supressão do hífen
Nas locuções não se emprega em geral o hífen.
Locução é um conjunto de palavras que exprime uma ideia, como, por
exemplo, animal de companhia e se bem que.

A aplicação dessa regra leva à substituição de fim-de-semana por fim de semana.

São exceções a esta regra grafias consagradas pelo uso como:
                                                                       Continua a ser uma
água-de-colónia                                                     palavra composta por
                                                                     composição morfossintática.
arco-da-velha             Mas cor de laranja!                       (palavra + palavra + palavra)

cor-de-rosa                                                             Antes composta por
                                                                             justaposição
mais-que-perfeito
pé-de-meia
ao deus-dará
                          Atenção! No Vocabulário Ortográfico da Língua
à queima-roupa.          Portuguesa, publicado pela Porto Editora, optou-se
faz-de-conta             pela supressão do hífen em todas as locuções de uso
                          geral.

                                                                                                48
Acordo Ortográfico: conhecer para compreender   49
Emprego do hífen

Usa-se hífen nas formações com adição de prefixos ou
falsos prefixos (hiper, inter e super) quando
combinados com elementos iniciados por uma
consoante igual:
hiper-requintado
inter-resistente
super-revista.
                    Atenção! Se o elemento seguinte começa por
                    uma consoante diferente ou por uma vogal, nunca se
                    usa hífen:
                     hipermercado
                    superinteressante


                                                                         50
Emprego do hífen
Usa-se hífen nas palavras formadas com adição de
prefixos ou falsos prefixos terminados com a mesma
vogal com que se inicia o segundo.

anti-ibérico
contra-almirante
infra-axilar
supra-auricular
arqui-inimigo
auto-observação
micro-ondas
semi-interno.

                                                     51
Emprego do hífen

Usa-se hífen nas palavras formadas com adição de
prefixos ou falsos prefixos terminados em vogal e com o
elemento seguinte começado por h.

anti-hemorrágico
Anti-herói




                                                          52
Emprego do hífen

Usa-se hífen nas palavras formadas com adição dos
prefixos ab-, ad-, sob-, sub- quando o primeiro
elemento termina em consoante igual à que inicia o
segundo elemento, ou quando este começa por b ou r,
para preservar a pronúncia do r inicial do segundo
elemento e para salvaguardar a devida lógica de
translineação.

 ab-rogar
ad-renal
sub-região


                                                      53
Emprego do hífen

Usa-se hífen nas palavras compostas por composição
morfossintática (justaposição), que não contêm formas de
ligação e cujos constituintes, por extenso ou
reduzidos, mantêm a autonomia fonética e conservam o
seu próprio acento.

 ano-luz
azul-escuro
guarda-chuva
segunda-feira
porta-lápis



                                                           54
Emprego do hífen

O hífen é usado em nomes de espécies botânicas
ou zoológicas.

Cana-de-açúcar
Bicho-da-seda
Andorinha-do-mar
Bem-me-quer
Couve-flor
Feijão-frade




                                                 55
56
Translineação (Base XX – da divisão silábica)
Na translineação de uma palavra composta ou de uma combinação de
palavras em que há um hífen ou mais, se a partição coincide com o
final de um dos elementos ou membros, deve, por clareza
gráfica, repetir-se o hífen no início da linha imediata:
ex- -alferes,
 serená- -los-emos ou serená-los- -emos,
vice- -almirante.


  Base XLVIII (Acordo de 1945)
  6.° Quando se tem de partir uma palavra composta ou uma combinação
  de palavras em que há um hífen, ou mais, e a partição coincide com o
  final de um dos elementos ou membros, pode, por clareza
  gráfica, repetir-se o hífen no início da linha imediata: ex-||-alferes, mão-
  ||-de-obra ou mão-de-||-obra, serená-||-los-emos ou serená-los-||-
  emos, sub-||-rogar, vice-||-almirante.


                                                                                 57
Assinaturas e Firmas (Base XXI)
“Para ressalva de direitos, cada qual poderá manter a escrita que, por
costume ou registo legal, adote na assinatura do seu nome. Com o
mesmo fim, pode manter-se a grafia original de quaisquer firmas
comerciais, nomes de sociedades, marcas e títulos que estejam
inscritos em registo público.”




•Revista Activa      •Detergente Optimum        Seguradora Açoreana


      Victor                Baptista                  Mello
                                                                         58
Agora para para refletir! Não fiques a olhar para o teto.
 As alterações não são um bicho de sete cabeças.
  Não leem algumas consoantes? Logo não as
escrevam...

   Com o Acordo, as joias não ficam mais baratas, mas
ficam mais leves sem o acento. Os antirrugas não deixam
de existir e até têm mais uma letra. Precisamos de ser um
pouco autodidatas. Está na hora de uma autoeducação e
não vale a pena fazer um trinta e um. Qualquer professor,
encarregado de educação ou aluno deve tentar ser
perfeccionista ou perfecionista. Prezamos a correção!

               Votos de um ótimo trabalho!
                                                 Porto Editora (Adaptado)

                                                                            59
Agora para para refletir! Não fiques a olhar para o teto.

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  Não leem algumas consoantes? Logo não as escrevam...

   Com o Acordo, as joias não ficam mais baratas, mas ficam mais
leves sem o acento. Os antirrugas não deixam de existir e até têm
mais uma letra. Precisamos de ser um pouco autodidatas. Está na
hora de uma autoeducação e não vale a pena fazer um trinta e
um. Qualquer professor, encarregado de educação ou aluno deve
tentar ser perfeccionista ou perfecionista. Prezamos a correção!

                   Votos de um ótimo trabalho!

                                                   Porto Editora (Adaptado)




                                                                              60
Conversores

Lince – Portal da Língua Portuguesa
http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=lince
Permite converter ficheiros de múltiplos formatos e em simultâneo para a nova
ortografia. Aparentemente não existe limitação no tamanho dos ficheiros e pode
ser usado em ambiente Windows, Linux e Mac OS.

Porto Editora
http://www.portoeditora.pt/acordo-ortografico/conversor-texto/
Além de permitir converter texto numa caixa, permite fazer conversão de
ficheiros .DOC e .DOCX até 3MB e com um máximo aproximado de 50.000
palavras.

FLIP
http://www.flip.pt/FLiPOnline/ConversorparaoAcordoOrtográfico/tabid/56
6/Default.aspx
Permite converter texto em português europeu e português brasileiro até a um
limite de 3000 caracteres online.


                                                                                 61
Outras sugestões
 •Atualização do Verificador Ortográfico e Verificador Gramatical para
 Português de Portugal o que permite ao Microsoft Office estar em
 conformidade com o novo acordo ortográfico para Português de Portugal.

 http://www.microsoft.com/portugal/acordoortografico/default.mspx




                                                                          62
63
Samba do Acordo Ortográfico




        Obrigada!




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  • 1. O Acordo Ortográfico: estratégias de implementação e implicações nas aulas de Português Braga, 24 de setembro de 2011 Cristina Fontes 1
  • 2. Primeiro estranha-se, depois entranha-se! Fernando Pessoa 2
  • 3. «Um cê a mais» Quando eu escrevo a palavra ação, por magia ou pirraça, o computador retira automaticamente o c na pretensão de me ensinar a nova grafia. De forma que, aos poucos, sem precisar de ajuda, eu próprio vou tirando as consoantes que, ao que parece, estavam a mais na língua portuguesa. Custa-me despedir-me daquelas letras que tanto fizeram por mim. São muitos anos de convívio. Lembro-me da forma discreta e silenciosa como todos estes cês e pês me acompanharam em tantos textos e livros desde a infância. 3
  • 4. Na primária, por vezes gritavam ofendidos na caneta vermelha da professora: não te esqueças de mim! Com o tempo, fui-me habituando à sua existência muda, como quem diz, sei que não falas, mas ainda bem que estás aí. E agora as palavras já nem parecem as mesmas. O que é ser proativo? Custa-me admitir que, de um dia para o outro, passei a trabalhar numa redação, que há espetadores nos espetáculos e alguns também nos frangos, que os atores atuam e que, ao segundo ato, eu ato os meus sapatos. 4
  • 5. Depois há os intrusos, sobretudo o erre, que tornou algumas palavras arrevesadas e arranhadas, como neorrealismo ou autorretrato. Caíram hífenes e entraram erres que andavam errantes. É uma união de facto, para não errar tenho a obrigação de os acolher como se fossem família. Em “há de” há um divórcio, não vale a pena criar uma linha entre eles, porque já não se entendem. Em veem e leem, por uma questão de fraternidade, os és passaram a ser gémeos, nenhum usa chapéu. 5
  • 6. E os meses perderam importância e dignidade, não havia motivo para terem privilégios, janeiro, fevereiro, março são tão importantes como peixe, flor, avião. Não sei se estou a ser suscetível, mas sem p algumas palavras são uma autêntica deceção, mas por outro lado é ótimo que já não tenham. 6
  • 7. As palavras transformam-nos. Como um menino que muda de escola, sei que vou ter saudades, mas é tempo de crescer e encontrar novos amigos. Sei que tudo vai correr bem, espero que a ausência do cê não me faça perder a direção, nem me fracione, nem quero tropeçar em algum objeto abjeto. Porque, verdade seja dita, hoje em dia, não se pode ser atual nem atuante com um cê a atrapalhar. Manuel Halpern, Jornal de Letras 7
  • 8. Alguns dos argumentos que os portugueses costumam esgrimir contra a necessidade de um Acordo Ortográfico Adaptado de Gomes, Francisco Álvaro (2009). O Acordo Ortográfico, Porto: Edições Flumen e Porto Editora 8
  • 9. 1. O Brasil vai invadir-nos 5. Não cabe aos políticos, mas culturalmente. Isto é aos especialistas, tomar ultrajante, porque a Língua decisões no âmbito da língua. Portuguesa «nasceu» em Portugal. 6. Os livros, quando esta reforma 2. A reforma é inútil porque a entrar em vigor, irão cair em ortografia não é um problema desuso. substancial. 7. A ortografia portuguesa não 1. A Espanha, a França e a tinha, na norma Inglaterra não celebraram lusitana, grafias duplas e qualquer acordo ortográfico. passa a tê-las. 8. Se o H desaparecer em 2. A nível internacional, a norma palavras como lusitana é vista como mais homem, honra, humano, hospit importante que a norma aleiro, essas palavras brasileira. Para quê ceder ao descaracterizam-se. Brasil? 9
  • 10. 9. O acordo de 1945, que era 12. As grandes divergências com simples e coerente, perderá o Brasil são lexicais e essas qualidades. sintáticas, e não apenas Teste-AO45.tif ortográficas. Dilma_MST.tif 10. A língua é um património intocável. Ninguém tem o 13. A introdução de letras direito de o mudar. estrangeiras desfigura o alfabeto português. 11. Acabar com os acentos gráficos é contribuir para a 14. A queda de consoantes ruína da língua, visto que a mudas é uma inaceitável ausência desses sinais cedência ao Brasil e contribui impede a aprendizagem. para a descaracterização da língua. ( + um) O acordo interessa apenas aos professores de português! 10
  • 11. Ortografia De orto-, que significa “reto, direito, correto” grafia, com sentido de 'escrita' escrita correta 11
  • 12. A ortografia pode ser: fonética: representa tão fielmente quanto possível a forma como as palavras são pronunciadas e a pronúncia permite saber a forma gráfica (e.g.italiano,”uomo”); etimológica: conserva a forma com que em dada altura se grafou a palavra, mesmo que a pronúncia de hoje não lhe corresponda (e.g.francês;”orthographie”); fonológica: representação abstrata com base na realidade fonética da língua (e.g. português, “cereja”,”Ernesto”,”tio”); Nota: Em geral, as ortografias são híbridas, não se enquadrando exclusivamente num destes tipos, embora se possa dizer que pertencem tendencialmente a um deles. 12
  • 13. Mudanças ortográficas da língua portuguesa Duas capas de Os Lusíadas, uma de 1572 e outra de 1584, mostram o nome do poeta grafado de maneiras diferentes: Luis de Camoes e Lvis de Camões 13
  • 14. Breve Cronologia 1885 - 1931 XIX XX XXI 1885– Até aqui a grafia do português oscila entre predominância de critérios etimológicos e fonéticos. Gonçalves Viana publica as Bases da Ortografia Portuguesa. 1911– Implementação da Reforma Ortográfica, com base na obra de Gonçalves Viana. 1931– Aprovação do primeiro Acordo Ortográfico entre Portugal e Brasil, cuja implementação não foi levada a cabo do mesmo modo nos dois países. 14
  • 15. 1885 1943 - 1971 - 1931 - 1945 1973 XIX XX XXI 1943– Redação do Formulário Ortográfico no Brasil. Nova cimeira entre os dois países. 1945– Novo Acordo Ortográfico, resultante do encontro de 1943. Torna-se lei em Portugal, mas o Brasil não o adota. 1971-1973– Implementação de alterações, no Brasil e em Portugal, reduzindo grandemente as divergências ortográficas. 15
  • 16. 1885 1943 - 1971 - 1975 1931 - 1945 - 1973 1986 1990 XIX XX XXI 1975- Elaboração de um projeto de acordo entre a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras, fracassado devido ao clima político e social. 1986– Os agora sete países de língua oficial portuguesa redigem o Acordo Ortográfico de 1986, proposta que envolve mudanças profundas, inviabilizada devido às reações que provocou. 1990– Concluindo um processo de negociação contínuo, é redigido o texto do Acordo Ortográfico de 1990, centrado na redução das diferenças existentes. 16
  • 17. 1885 1943 - - 1971 1975 1931 1945 - - 1995 1973 1986 1990 - 2004 2002 2009 XIX XX XXI 1995-2002– O Acordo de 1990 é ratificado por vários países, mas não implementado. 2004– Após a independência de Timor, os agora oito países da CPLP aprovam o Segundo Protocolo Modificativo, determinando que a ratificação por parte de três países é suficiente para a implementação do Acordo Ortográfico. 2009–Com a ratificação deste documento por parte de Portugal e de outros países, dá-se início à implementação da reforma. Em Portugal haverá um período de transição de seis anos, iniciado a 13 de maio de 2009. Apenas faltam Angola e Moçambique. 17
  • 18. Resolução da Assembleia da República n.º 26/91 Aprova, para ratificação, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa A Assembleia da República resolve, nos termos dos artigos 164.º, alínea j, e 169.º, n.º 5, da Constituição, aprovar, para ratificação, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa a 16 de Dezembro de 1990, que segue em anexo. Aprovada em 4 de Junho de 1991. O Presidente da Assembleia da República, Vítor Pereira Crespo. 18
  • 19. Portal da Língua Portuguesa http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=acordo 19
  • 20. O texto do acordo organiza-se em 21 bases: Base I - Do alfabeto e dos nomes próprios estrangeiros e seus derivados Base II - Do h inicial e final Base III - Da homofonia de certos grafemas consonânticos O AO Base IV - Das sequências consonânticas de 1945 Base V - Das vogais átonas tinha 51 Base VI - Das vogais nasais Base VII - Dos ditongos Base VIII - Da acentuação gráfica das palavras oxítonas (agudas) Base IX - Da acentuação gráfica das palavras paroxítonas (graves) Base X - Da acentuação das vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas Base XI - Da acentuação gráfica das palavras proparoxítonas (esdrúxulas) Base XII - Do emprego do acento grave Base XIII - Da supressão dos acentos em palavras derivadas Base XIV - Do trema Base XV - Do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares Base XVI - Do hífen nas formações por prefixação, recomposição e sufixação Base XVII - Do hífen na ênclise, na tmese e com o verbo haver Base XVIII - Do apóstrofo Base XVIX - Das minúsculas e maiúsculas Base XX - Da divisão silábica Base XXI - Das assinaturas e firmas 20
  • 21. 21
  • 22. O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras, cada uma delas com uma forma minúscula e outra maiúscula: a A (á) n N (ene) b B (bê) o O (ó) c C (cê) p P (pê) d D (dê) q Q (quê) e E (é) r R (erre) f F (efe) s S (esse) g G (gê ou guê) t T (tê) h H (agá) u U (u) i I (i) v V (vê) j J (jota) w W (dáblio ou dâblio) k K (capa ou cá) x X (xis) l L (ele) y Y (ípsilon ou i grego) m M (eme ou mê) z Z (zê) NOTA: Além destas letras, usam-se o ç (cê cedilhado) e os seguintes dígrafos: rr (erre duplo), ss (esse duplo), ch (cê-agá), lh (ele-agá), nh (ene-agá), gu (guê-u) e qu (quê-u). 22
  • 23. A introdução do k, do w e do y não aumenta Por exemplo, kilograma ou kilo não passam a ortografias o seu uso. corretas, apesar de kg ser a sua abreviatura. Quilograma - Quilo As três letras usam-se nos seguintes casos: 1) Nomes originários de outras línguas e seus derivados, como Kant, kantismo, Byron, byroniano, Darwin e darwinismo 2) Nomes de lugares originários de outras línguas e seus derivados, como Kuweit e kuweitiano 3) Siglas, símbolos e abreviaturas, como KLM, yd (jarda), W (oeste, watt) e WC 4) Termos de outras línguas de uso corrente, como kit e software 23
  • 24. OS CÊS E PÊS SEMPRE MUDOS, ISTO É, NUNCA PRONUNCIADOS, SÃO ELIMINADOS. Exemplos de eliminação: 1) Sequência cc • acionista em vez de accionista • lecionar em vez de leccionar 2) Sequência cç • ação em vez de acção (repare-se na grafia inflação, anterior ao acordo) • seleção em vez de selecção 3) Sequência ct • ator em vez de actor • atual em vez de actual 24
  • 25. OS CÊS E PÊS SEMPRE MUDOS, ISTO É, NUNCA PRONUNCIADOS, SÃO ELIMINADOS. Exemplos de eliminação: 4) Sequência pc • adocionismo em vez de adopcionismo 5) Sequência pç • adoção em vez de adopção 6) Sequência pt • adotar em vez de adoptar • Egito em vez de Egipto; Nota: a grafia Egito foi usada noutros tempos em Portugal; continua-se a escrever egípcio porque nesta palavra o p pronuncia-se. 25
  • 26. CONSOANTES COM OSCILAÇÕES DE PRONÚNCIA E ORTOGRAFIA Existem consoantes que, de país para país, ou mesmo dentro do mesmo país, ora se pronunciam ora são mudas. O Acordo Ortográfico estabelece ortografias duplas para estes casos de pronúncia oscilante. Vejamos alguns exemplos: •cato e cacto • facto e fato • aspeto e aspecto • receção e recepção • excecional e excepcional • jacto e jato • subtil e sutil • omnipotente e onipotente • amígdala e amídala • súbdito e súdito • aritmética e arimética. 26
  • 27. Que é que muda na prática com esta regra? Para os brasileiros não muda nada, já que há muito usam grafias duplas para casos de pronúncia oscilante no seu país, como aspeto e aspecto ou excecional e excepcional. Para os outros países a prática passa a ser a seguinte: se a consoante nunca é pronunciada, é eliminada; no caso contrário, há grafias duplas. Em Portugal o c de aspecto nunca é pronunciado; então a grafia aspecto é eliminada e substituída por aspeto. Em Portugal o c de dactilografia umas vezes pronuncia-se e outras não; temos, por isso, as grafias datilografia e dactilografia. NOTA: em Portugal já temos inúmeras grafias duplas: guiché e guichê, bêbado e bêbedo, avalanche e avalancha, ouro e oiro, etc. 27
  • 28. Nomes de origem bíblica / cidades Os seguintes nomes de origem bíblica podem escrever-se de duas maneiras: • Jó ou Job (b nunca pronunciado) • Jacó ou Jacob (b nunca pronunciado) • Davi ou David (d final umas vezes pronunciado e outras não). As cidades espanholas de Madrid e Valladolid têm em português nomes com um d final que umas vezes se pronuncia e outras não, podendo omitir-se. Admitem-se, assim, as seguintes ortografias duplas: • Madri e Madrid • Valladoli e Valladolid. 28
  • 29. ACENTOS ELIMINADOS Palavras como crêem, vêem e semelhantes deixam de ter acento; passam a creem, veem, etc. Atenção! Os verbos ter e vir (e seus derivados) continuam a ser acentuados na terceira pessoa do plural: Eles têm. Eles vêm. Não se coloca acento em palavras graves com o ditongo oi na penúltima sílaba; alcalóide, heróico, jóia, Tróia, Azóia, etc. passam a alcaloide, heroico, joia, Troia, Azoia, etc. Atenção! Esta regra só é válida para palavras graves (paroxítonas). O ditongo oi aberto de palavras agudas (oxítonas) e monossílabas continua a ser acentuado: herói, dói, constrói. Palavras como comboio e dezoito já não eram acentuadas. O ditongo também permanece no caso do ditongo eu aberto: céu, troféu, véu. 29
  • 30. ACENTOS ELIMINADOS Eliminam-se os acentos das palavras côa (nome flexão de verbo coar), pára (do verbo parar), péla e pélas (nomes e flexões do verbo pelar), pélo, pêlo, pêlos, pólo, pólos, pôlo, pôlos, pêra e pêro. Também se eliminam os acentos dos nomes próprios Côa, Pêra e Pêro. Côa é o nome dum rio, o qual passa a designar-se por Coa. Faz também parte de nomes de localidades, como Vila Nova de Foz Côa, que passa a Vila Nova de Foz Coa. Pêra faz parte do nome de localidades, como Castanheira de Pêra, que passa a Castanheira de Pera. Pêro é nome masculino antigo e elemento do nome de localidades, como Pêro Pinheiro, que passa a Pero Pinheiro. Atenção! O acento continua a ser obrigatório em pôr (infinitivo verbal) para distinguir de por (preposição) e em pôde (3.ª pessoa do pretérito perfeito do presente do indicativo do verbo poder). 30
  • 31. ACENTOS FACULTATIVOS 1) Acento de palavras como andámos, cantámos (1.ª pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos da 1.ª conjugação). Em Portugal e nos países com a mesma ortografia, antes do acordo Ortográfico o acento de palavras como cantámos servia para as distinguir das correspondentes formas do presente: ontem cantámos em Braga, agora cantamos em Lisboa. Oscila a pronúncia da terminação -ámos. No que toca a Portugal há largas zonas em que é pronunciada -âmos ao passo que noutras se pronuncia -ámos. Por isso, passa a facultativo o acento de tais palavras, isto é, pode ser usado ou não: ontem cantámos ou ontem cantamos. ontem andámos depressa mas neste momento andamos devagar. NOTA: Antes do Acordo Ortográfico este acento não era não usado no Brasil, mas era obrigatório em Portugal e nos outros países lusófonos. 31
  • 32. ACENTOS FACULTATIVOS 2) Acento de dêmos. Passa a facultativo o acento de dêmos, flexão do presente do conjuntivo do verbo dar: quer que lhe dêmos atenção ou quer que lhe demos atenção. 3) Acento de fôrma. Torna-se facultativo o acento do nome fôrma, usado no Brasil antes do Acordo Ortográfico, mas não nos outros países lusófonos. Nota: Se acharmos que o acento torna uma frase mais clara, podemos usá-lo, como neste exemplo: Qual a forma da fôrma que faz esses bolos? 32
  • 33. PALAVRAS AGUDAS COM OSCILAÇÕES DE ORTOGRAFIA Há um pequeno número de palavras agudas (oxítonas) terminadas em e ou o, em geral provenientes do francês, com oscilações de pronúncia e ortografia. São exemplos: bebé e bebê O que muda na prática bidé e bidê relativamente a estas palavras? guiché e guichê croché e crochê Nada, pelo menos no que se refere a matiné e matinê Portugal, pois continuar-se-ão a empregar as caraté e caratê mesmas grafias – dum modo geral as que comité e comitê usam o acento agudo. Note-se que se ioió e ioiô. encontram em dicionários editados em Portugal as grafias duplas guiché e guichê, correspondentes a pronúncias diferentes que se podem ouvir no país. 33
  • 34. PALAVRAS GRAVES COM OSCILAÇÕES DE ORTOGRAFIA Têm oscilações de pronúncia e ortografia pouco mais de uma dúzia de palavras graves (paroxítonas) que têm na penúltima sílaba um e ou um o, seguido dum m ou dum n que já pertence à sílaba seguinte. São exemplos: ténis e tênis Vólei e vôlei, póquer e pôquer fémur e fêmur também são palavras graves com Vénus e Vênus oscilação de pronúncia. Não são bónus e bônus referidas no texto do acordo, que só ónus e ônus. menciona palavras com a última sílaba a começar por m ou n. NOTA: Na prática e pelo menos no que diz respeito a Portugal não haverá alteração. Os portugueses continuarão a usar o acento agudo nestas palavras por ser o que corresponde à sua pronúncia. 34
  • 35. PALAVRAS ESDRÚXULAS COM OSCILAÇÕES DE ORTOGRAFIA Têm oscilações de pronúncia e ortografia palavras esdrúxulas (proparoxítonas) com um e ou um o na antepenúltima sílaba seguido dum m ou dum n que já pertence à sílaba seguinte. São exemplos: efémero e efêmero grémio e grêmio arsénico e arsênico génio e gênio cómico e cômico crómio e crômio sinfónico e sinfônico António e Antônio. NOTA: Os portugueses continuarão a usar o acento agudo nestas palavras por ser o que corresponde à sua pronúncia. Portanto, na prática e pelo menos no que diz respeito a Portugal, não haverá alteração na ortografia destas palavras. 35
  • 36. INICIAL MINÚSCULA 1)Dias da semana, meses e estações do ano Como já acontece com os nomes dos dias da semana, também os dos meses e das estações do ano se escrevem com inicial minúscula. Exemplos: O dia santo da religião católica é o domingo. Portugal comemora o seu dia nacional a 10 de junho. As aves chegam na primavera. 36
  • 37. INICIAL MINÚSCULA 2) Pontos cardeais Os nomes dos pontos cardeais escrevem-se com minúscula, exceto as suas abreviaturas, como SW (sudoeste) ou se designam regiões. Exemplos: Lisboa fica a sul do Porto.  A localidade de Braga tem a latitude de 39º 30' N e a longitude de 8º 6' W. Ele gosta todas a regiões de Portugal, mas tem uma atração especial pelo Norte. 37
  • 38. INICIAL MINÚSCULA 3) Palavras fulano, beltrano e sicrano Escrevem-se com inicial minúscula estas palavras, usadas para designar uma pessoa de quem não se sabe o nome ou não se quer mencionar e que são sinónimas de sujeito, indivíduo, pessoa. 38
  • 39. MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS COM USO FACULTATIVO 1) Formas de tratamento e expressões de respeito, hierarquia, etc. dr. Paiva ou Dr. Paiva doutor Mário Teixeira ou Doutor Mário Teixeira sr. eng. Pereira ou Sr. Eng. Pereira prof. dr. Manuel Santos ou Prof. Dr. Manuel Santos santa Bárbara ou Santa Bárbara sua eminência o cardeal Carlos Pinto ou Sua Eminência o Cardeal Carlos Pinto 2) Títulos de livros e obras O primeiro elemento escreve-se com maiúscula; os seguintes podem escrever-se com minúscula, com exceção dos nomes Os títulos das próprios obras devem ser em itálico. Se Uma Família Inglesa ou Uma família inglesa forem manuscritos Portugueses na História da América ou Portugueses na devem ser história da América sublinhados. 39
  • 40. MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS COM USO FACULTATIVO 3) Palavras que classificam sítios públicos (rua, miradouro, etc.), templos e edifícios rua ou Rua do Souto igreja ou Igreja do Carmo palácio ou Palácio da Pena 4) Domínios do saber, cursos e disciplinas matemática ou Matemática literatura portuguesa ou Literatura Portuguesa engenharia informática ou Engenharia Informática 40
  • 41. O prefixo possui um significado, contudo, isolado, não tem função nenhuma, somente em associação com uma palavra. Ab- afastamento, separação Abstenção / abdicação Já os “falsos prefixos”, possuem, por assim dizer, um sentido completo. Podem até associar-se com uma palavra, mas não perdem o seu significado. a) Eu comprei um micro-ondas. (aparelho que emite pequenas ondas eletromagnéticas) b) Na praia só tinha micro ondas, nem deu para surfar como gostaria. (pequenas ondas) 41
  • 42. 42
  • 43. Supressão do hífen Não se usa hífen nas formas monossilábicas do presente do indicativo do verbo “haver” acompanhado da preposição “de”. hei-de / hei de hás-de / hás de Atenção! Nunca se usou hífen há-de / há de com as formas polissilábicas do heis-de / heis de verbo “haver”: hão-de / hão de Havemos de Haveremos de Haverás de Haveremos de Havereis de Haverão de 43
  • 44. Supressão do hífen Não se usa hífen nos compostos em que se perdeu a noção de composição. . Em certas palavras perdeu-se, de certo modo, a noção de serem compostas. Por isso, não têm hífen. São exemplos madressilva e pontapé. O acordo autoriza a eliminação do hífen noutras palavras deste tipo, como são os casos de:  mandachuva  paraquedas  paraquedista 44
  • 45. Supressão do hífen Não se usa hífen nas formações com adição de prefixos ou falsos prefixos terminados em vogal e com o segundo elemento começado por r ou s, devendo estas consoantes duplicar-se. São exemplos: Antirreligioso Minissaia Antissemita Biorritmo Contrarregra Biossatélite Contrassenha Eletrossiderurgia Cosseno Microssistema Extrarregular Microrradiografia Infrassom Acordo Ortográfico: conhecer para compreender 45
  • 46. Supressão do hífen Suprime-se o hífen nas palavras com adição de prefixos ou falsos prefixos se terminados em vogal e o segundo elemento começar por vogal diferente: Antiaéreo Autoaprendizage Coeducação m Extraescolar Agroindustrial Aeroespacial Hidroelétrico Autoestrada Plurianual. 46
  • 47. Supressão do hífen Se o primeiro elemento é co-, em geral não se usa hífen mesmo se o segundo começa por o, como nas palavras seguintes: Coautor Atenção! No Vocabulário Ortográfico da Coprodutor Língua Portuguesa, publicado pela Porto Coobrigação Editora, nas palavras formadas pelo prefixo Cooperante. co- em que o segundo elemento se inicia com a letra h, admite-se a dupla grafia, com Coadminitação hífen ou aglutinada. Como acontece em co- Coocorrência herdeiro ou coerdeiro, à semelhança do que acontece com as palavras formadas pelos prefixos des- e in- os quais se aglutinam com o segundo elemento sem h (coabitar, coabitação, desumano, inumano , etc.) 47
  • 48. Supressão do hífen Nas locuções não se emprega em geral o hífen. Locução é um conjunto de palavras que exprime uma ideia, como, por exemplo, animal de companhia e se bem que. A aplicação dessa regra leva à substituição de fim-de-semana por fim de semana. São exceções a esta regra grafias consagradas pelo uso como: Continua a ser uma água-de-colónia palavra composta por composição morfossintática. arco-da-velha Mas cor de laranja! (palavra + palavra + palavra) cor-de-rosa Antes composta por justaposição mais-que-perfeito pé-de-meia ao deus-dará Atenção! No Vocabulário Ortográfico da Língua à queima-roupa. Portuguesa, publicado pela Porto Editora, optou-se faz-de-conta pela supressão do hífen em todas as locuções de uso geral. 48
  • 49. Acordo Ortográfico: conhecer para compreender 49
  • 50. Emprego do hífen Usa-se hífen nas formações com adição de prefixos ou falsos prefixos (hiper, inter e super) quando combinados com elementos iniciados por uma consoante igual: hiper-requintado inter-resistente super-revista. Atenção! Se o elemento seguinte começa por uma consoante diferente ou por uma vogal, nunca se usa hífen:  hipermercado superinteressante 50
  • 51. Emprego do hífen Usa-se hífen nas palavras formadas com adição de prefixos ou falsos prefixos terminados com a mesma vogal com que se inicia o segundo. anti-ibérico contra-almirante infra-axilar supra-auricular arqui-inimigo auto-observação micro-ondas semi-interno. 51
  • 52. Emprego do hífen Usa-se hífen nas palavras formadas com adição de prefixos ou falsos prefixos terminados em vogal e com o elemento seguinte começado por h. anti-hemorrágico Anti-herói 52
  • 53. Emprego do hífen Usa-se hífen nas palavras formadas com adição dos prefixos ab-, ad-, sob-, sub- quando o primeiro elemento termina em consoante igual à que inicia o segundo elemento, ou quando este começa por b ou r, para preservar a pronúncia do r inicial do segundo elemento e para salvaguardar a devida lógica de translineação.  ab-rogar ad-renal sub-região 53
  • 54. Emprego do hífen Usa-se hífen nas palavras compostas por composição morfossintática (justaposição), que não contêm formas de ligação e cujos constituintes, por extenso ou reduzidos, mantêm a autonomia fonética e conservam o seu próprio acento.  ano-luz azul-escuro guarda-chuva segunda-feira porta-lápis 54
  • 55. Emprego do hífen O hífen é usado em nomes de espécies botânicas ou zoológicas. Cana-de-açúcar Bicho-da-seda Andorinha-do-mar Bem-me-quer Couve-flor Feijão-frade 55
  • 56. 56
  • 57. Translineação (Base XX – da divisão silábica) Na translineação de uma palavra composta ou de uma combinação de palavras em que há um hífen ou mais, se a partição coincide com o final de um dos elementos ou membros, deve, por clareza gráfica, repetir-se o hífen no início da linha imediata: ex- -alferes,  serená- -los-emos ou serená-los- -emos, vice- -almirante. Base XLVIII (Acordo de 1945) 6.° Quando se tem de partir uma palavra composta ou uma combinação de palavras em que há um hífen, ou mais, e a partição coincide com o final de um dos elementos ou membros, pode, por clareza gráfica, repetir-se o hífen no início da linha imediata: ex-||-alferes, mão- ||-de-obra ou mão-de-||-obra, serená-||-los-emos ou serená-los-||- emos, sub-||-rogar, vice-||-almirante. 57
  • 58. Assinaturas e Firmas (Base XXI) “Para ressalva de direitos, cada qual poderá manter a escrita que, por costume ou registo legal, adote na assinatura do seu nome. Com o mesmo fim, pode manter-se a grafia original de quaisquer firmas comerciais, nomes de sociedades, marcas e títulos que estejam inscritos em registo público.” •Revista Activa •Detergente Optimum Seguradora Açoreana Victor Baptista Mello 58
  • 59. Agora para para refletir! Não fiques a olhar para o teto. As alterações não são um bicho de sete cabeças. Não leem algumas consoantes? Logo não as escrevam... Com o Acordo, as joias não ficam mais baratas, mas ficam mais leves sem o acento. Os antirrugas não deixam de existir e até têm mais uma letra. Precisamos de ser um pouco autodidatas. Está na hora de uma autoeducação e não vale a pena fazer um trinta e um. Qualquer professor, encarregado de educação ou aluno deve tentar ser perfeccionista ou perfecionista. Prezamos a correção! Votos de um ótimo trabalho! Porto Editora (Adaptado) 59
  • 60. Agora para para refletir! Não fiques a olhar para o teto. As alterações não são um bicho de sete cabeças. Não leem algumas consoantes? Logo não as escrevam... Com o Acordo, as joias não ficam mais baratas, mas ficam mais leves sem o acento. Os antirrugas não deixam de existir e até têm mais uma letra. Precisamos de ser um pouco autodidatas. Está na hora de uma autoeducação e não vale a pena fazer um trinta e um. Qualquer professor, encarregado de educação ou aluno deve tentar ser perfeccionista ou perfecionista. Prezamos a correção! Votos de um ótimo trabalho! Porto Editora (Adaptado) 60
  • 61. Conversores Lince – Portal da Língua Portuguesa http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=lince Permite converter ficheiros de múltiplos formatos e em simultâneo para a nova ortografia. Aparentemente não existe limitação no tamanho dos ficheiros e pode ser usado em ambiente Windows, Linux e Mac OS. Porto Editora http://www.portoeditora.pt/acordo-ortografico/conversor-texto/ Além de permitir converter texto numa caixa, permite fazer conversão de ficheiros .DOC e .DOCX até 3MB e com um máximo aproximado de 50.000 palavras. FLIP http://www.flip.pt/FLiPOnline/ConversorparaoAcordoOrtográfico/tabid/56 6/Default.aspx Permite converter texto em português europeu e português brasileiro até a um limite de 3000 caracteres online. 61
  • 62. Outras sugestões •Atualização do Verificador Ortográfico e Verificador Gramatical para Português de Portugal o que permite ao Microsoft Office estar em conformidade com o novo acordo ortográfico para Português de Portugal. http://www.microsoft.com/portugal/acordoortografico/default.mspx 62
  • 63. 63
  • 64. Samba do Acordo Ortográfico Obrigada! 64