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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA CIDADE – UniverCidade
CURSO DE TURISMO E HOTELARIA
BACHARELADO EM TURISMO
Cristiano Ferreira da Silva
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
FAVELA COMO SEGMENTAÇÃO TURÍSTICA
ESTUDO DE CASO - COMPLEXO DO ALEMÃO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Turismo e
Hotelaria, do Centro Universitário da
Cidade, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de
Bacharel em Turismo.
Orientador: Enilda Tereza Newman Alves
Rio de Janeiro
2013/2º
2
CRISTIANO FERREIRA DA SILVA:
Avaliado por:
__________________________________
Enilda Tereza Newman Alves
Professor Orientador
__________________________________
Professor Leitor
Rio de Janeiro
2013/2º
3
Agradecimentos
Agradeço a todos os meus colegas de classe que me ajudaram nesta grande
jornada e aos professores que muitos contribuíram para o meu crescimento como
ser humano e profissional.
4
DEDICATÓRIA
Primeiramente a Deus, e toda minha família, a minha companheira Ingrid que até
agora me apoiou em toda a minhas decisões e especialmente ao meu pai, que
infelizmente não esta mais entre nós, mais aonde estiver ele estará me apoiando.
5
PraSempreFavela
Mc Júnior e Leonardo
“Tudo que a favela me ensinou,
Tudo que lá dentro eu aprendi,
Vou levar comigo aonde eu for,
Vou na humildade procurando ser
feliz
...
Pois o favelado de verdade
Vai ser favelado mesmo se sair dali.
Por isso...
Sou favela
Eu fui
E sempre serei favela. ...”
6
RESUMO
Segmentação Turística – Favela como um fenômeno turístico – Estudo de Caso:
Complexo do Alemão
É um tema que esta em alta no momento, pois o turismo em favela não pode ser
considerado Turismo de Base comunitária e muito menos Turismo de
Experiência. A proposta desse trabalho é mostrar que a favela pode ser
considerada um tipo de segmentação, pois para ser considerado um turismo de
base comunitária teria que envolver outros tipos de atores como os caiçaras,
quilombolas, já o turismo de experiência o visitante (turista) teria uma interação
mais profunda com a comunidade como por exemplo passar um dia com os
moradores e se sentir um deles no seu dia-a-dia. Já o turismo na favela o turista
nem sempre quer uma interação mais profunda com a comunidade mas ele quer
conhecer a história, andar pelos becos, comprar uma lembrança e ir embora.
Será usada uma metodologia de estudo de caso.
O público alvo são o Governo Federal, Estadual e Municipal, Universidade e
estudiosos.
Com esse trabalho a intenção é que surja um novo tipo de segmentação turística
ou uma subsegmentação.
PALAVRAS CHAVES
Favela, Turismo, Experiência, UPP, Segmentação, Base Comunitária,
Pacificação, Complexo do Alemão
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................................8
1. SEGMENTAÇÃO TURÍSTICA ........................................................................................9
1.1. PANORAMA DO TURISMO................................................................................10
1.2. O SURGIMENTO DA FAVELA NO BRASIL .....................................................12
1.3. HISTÓRIA DO TURISMO NAS FAVELAS........................................................13
1.4. HISTÓRIA DA FAVELA (COMPLEXO DO ALEMÃO).....................................14
1.5. TURISMO E PACIFICAÇÃO...............................................................................16
2. FAVELA COMO SEGMENTO TURÍSTICO.................................................................18
2.1. ESTUDO DE CASO – COMPLEXO DO ALEMÃO ..........................................19
2.2. O TELEFÉRICO....................................................................................................19
2.3. SEBRAE COMO PARCEIRO NO TURISMO....................................................20
2.4. ESTUDO DE POTENCIALIDADE TURISTICA.................................................21
2.5. O TURISMO RECEPTIVO...................................................................................22
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................................24
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................25
ANEXOS........................................................................................................................................26
8
INTRODUÇÃO
Ultimamente temos observado a grande procura por passeio em favelas do
Rio de Janeiro. O turista está em busca do conhecimento de outras culturas. Isso
tende a mudar seu desejo de consumo em um curto espaço de tempo. Sendo
assim, a necessidade de descobrir novos lugares ganha espaço no nosso
mercado, que a cada dia se torna mais competitivo.
Favelas essa que eram muito discriminadas pela sociedade porem atualmente
elas estão sendo procuradas pelas mesmas pessoas que as discriminam.
A favela é um espaço que chama atenção de turistas estrangeiros. Esse turista
possa sentir certa exoticidade no local, e queira entender como as pessoas
podem ser felizes em meio a tantas carências materiais.
O fato é que cada vez mais estrangeiros optam por conhecer essas áreas no Rio
de Janeiro.
Então esse trabalho propõe uma alternativa de turismo na Cidade do Rio de
Janeiro, uma nova segmentação turística a de Favela.
A segmentação favela consiste em que os turistas ou visitantes tenham um novo
olhar para essas localidades, conhecendo a sua cultura e a gastronomia isso é
um tipo de experiência, mais lembrando que não estamos falando desse tipo de
turismo, sabemos que o turismo em favela é um bem parecido com o de
experiência, porem com uma intensidade bem menor do que a já citada
segmentação.
Com isso faremos uma Análise (estudo de caso) do fenômeno que surgiu nos
últimos 2 anos o famoso Complexo do Alemão, que esta em evidencia por vários
motivos como, a invasão, o teleférico e a novela “Salve Jorge”.
9
1. SEGMENTAÇÃO TURÍSTICA
Segundo PANOSSO NETO falar de segmentação turística é falar de
estratégia de marketing, pois grande parte da teoria de segmentos do turismo
advém das teorias do marketing.
Portanto segmentar a demanda (de acordo com o tipo/perfil de turistas) é definir a
parcela das pessoas que compartilham as mesmas características, necessidades
e expectativas.
Segmentar a oferta (tipos de turismo/experiência – Aventura, Sol e Praia etc.) é
definir uma oferta turística que tenha uma identidade comum, com base no tipo de
experiência e que atenda às expectativas do segmento de demanda que se
deseja atrair. (MTUR1
– 2010)
Neste trabalho abordaremos dois tipos de segmentos do turismo, o turismo de
experiência e o de base comunitária (turismo comunitário).
Quando se fala de turismo de experiência, estamos nos referindo a um tipo de
turismo que marca o turista de forma positiva durante a sua viagem. Podemos
dizer que uma viagem de trabalho voluntário ou uma prática de esportes radicais,
entre outras atividades podem ser consideradas como turismo de experiência.
Como por exemplos: Um turista que visita uma favela mas não quer ir só para tirar
foto, mas sim para viver o cotidiano dela, como construir uma laje participar, de
uma roda de samba ou jogar capoeira durante a sua estada na favela.
Por experiência, de acordo com Godoi Trigo:
Para ser uma experiência, a viagem precisa
superar a banalidade, os aspectos triviais,
estereotipados e convencionais e estruturar-se
como uma experiência que nasça da riqueza
pessoal do viajante em busca de momentos e
lugares que enriqueçam sua história. (GODOI
TRIGO: 2010, 21)
1
Ministério do Turismo
10
O turismo de base comunitária ou turismo comunitário é bem parecido com o de
experiência, porém existem outros atores nesta história como os caiçaras e os
quilombolas. Para ser este tipo de turismo é necessário que todos que vivem
nestas comunidades a serem visitadas tenham a mesma origem.
De acordo com a publicação do Ministério do Turismo chamado Turismo de Base
Comunitária – diversidade de olhares e experiências brasileiras
Este tipo de organização e oferta do produto
turístico possui elementos comuns como à
busca da construção de um modelo alternativo
de desenvolvimento turístico baseado na
autogestão, no associativismo/cooperativismo,
na valorização da cultura local e,
principalmente, no protagonismo das
comunidades locais, visando à apropriação, por
parte destas, dos benefícios advindos do
desenvolvimento do setor. (TURISMO DE
BASE COMUNITÁRIA: 2009, 362)
Por comunitário, de acordo com Maldonado:
Um sujeito coletivo, com direito e obrigações,
constituído com base na adesão voluntária de
seus membros (indivíduos ou família), com ou
sem sustento institucional no direito
consuetudinário ou viver em uma
territorialidade comum. (MALDONADO, 2005)
1.1. PANORAMA DO TURISMO
A atividade turística começou em 1841, Thomas Cook realizou uma viagem
de trem com 570 passageiros entre as cidades de Leicester e Lougboroug na
Inglaterra. Tal viagem se revestiu em um sucesso tão grande, que a empresa de
Cook passou a oferecer excursões para a parte continental da Europa e para os
EUA. É considerada a primeira agência de viagem do mundo.
11
De acordo com OMT2
, podemos definir tal atividade como “aquela desenvolvida
por pessoas durante suas viagens e estadias em lugares distintos de seu entorno
habitual por um período de tempo consecutivo inferior a um ano para fins de ócio,
negócios ou outros”. A OMT ainda se refere a que “todo deslocamento para fora
do local de residência por período superior a 24 horas e inferior a 60 dias,
motivados por questões não econômicas, pode ser entendida como turismo”. A
referida organização chamada de excursionista “aquele que viaja e permanece
menos de 24 horas em local que não seja de sua residência fixa ou habitual, com
mesmas finalidades do turista”.
Diversos prestadores de serviços podem atender pessoas que viajam em grupo
ou sozinhas. A tendência moderna é de os deslocamentos se darem por conta
própria, sendo que as viagens podem acontecer dentro do próprio país (turismo
nacional ou doméstico) e para outros países (turismo exportativo); o turismo
receptivo diz respeito a turistas estrangeiros que chegam nas inúmeras cidades
receptoras.
Os serviços terrestres podem ser divididos em translado de chegada ou partida
(transfer in ou transfer out), city tour (visita aos principais atrativos de uma
determinada localidade) night tour (passeio noturno, que pode incluir um
restaurante e um espetáculo), além de boat tour (passeio de barco).
Os serviços hoteleiros começam com a entrada do hóspede no hotel, chamada
check in e sua respectiva saída, chamada de check out. O check in é o momento
mais importante para que o hóspede possa fixar a imagem positiva do
estabelecimento que vai alojá-lo.
A oferta turística é um conjunto de elementos que conformam o produto turístico,
que são divididos em: atrativos turísticos, serviços turísticos, serviços públicos e
infraestrutura básica.
Os atrativos turísticos podem ser naturais ou culturais, enquanto os serviços
turísticos incluem os meios de hospedagem, alimentação, o agenciamento, os
transportes turísticos entre outros.
2
OMT – Organização Mundial do Turismo
12
A demanda turística é o número total de pessoas que viajam ou desejam viajar
para poder usufruir das facilidades turísticas e dos serviços em locais diferentes
daquela em que trabalham e residem habitualmente. Os fatores determinantes da
demanda são econômicos e se baseiam no nível de renda disponível, no nível de
preço entre outros.
1.2. O SURGIMENTO DA FAVELA3
NO BRASIL
A primeira favela do Brasil foi o morro da Providência, surgida em 1897 no
centro do Rio de Janeiro. A ocupação no morro da Providência começou quando
cerca de 10 mil soldados que haviam participado da Guerra de Canudos na qual
travaram uma batalha sangrenta contra Antônio Conselheiro , no sertão da Bahia,
desembarcaram na antiga capital do país. Na bagagem, uma reivindicação: eles
queriam que o governo desse casas para os veteranos do conflito. Sem grana
para criar os tais alojamentos, o governo teria permitido a construção de vários
barracos de madeira no morro da Providência, que ficava atrás de um quartel do
Exercito.
“Favela". Tudo indica que os primeiros moradores da Providência chamavam o
lugar de "morro da Favela" - era uma referência a um morro de mesmo nome que
existia em Canudos, recoberto por um arbusto rasteiro também chamado "favela".
Com o passar dos anos, a palavra virou sinônimo de uma triste realidade
habitacional.
Em 1903 o governo carioca baixou um decreto que proíbe o conserto e
construções de cortiço, mas toleram a construção de barracos em morros que não
possuíam casas, na qual facilitava o crescimento das favelas na cidade.
O governo reconhece oficialmente em 1947 a existência das favelas na cidade,
isso aconteceu através de um recenseamento. Com a ditadura militar os barracos
foram derrubados e os moradores retirados de terrenos valorizados na Zona Sul,
isso aconteceu entre 1964 e 1974, com isso 80 favelas foram destruídas deixando
3
Árvore típica da caatinga, sendo encontrada em regiões pedregosas, na faixa entre o Piauí e a
Bahia
13
aproximadamente 140 mil desabrigados que criaram novas favelas nas periferias
da cidade. Na década de 80, com o fim da ditadura, o governo estadual incentivou
à política de legalização das favelas calculava-se que mais de 1 milhão de
pessoas viviam nas favelas da cidade totalizando 545 favelas.000000000000000
Em 2005 surge o programa do governo municipal chamado Favela-bairro, na qual
visava à urbanização em mais de 100 favelas, atualmente o governo federal criou
o PAC4
e PAC2 que visa a melhorias em algumas favelas que estão e mais
evidencia no momento.
1.3. HISTÓRIA DO TURISMO NAS FAVELAS5
Há locais na capital que gozam de má fama,
mas basta visitá-los para se convencer de que
de mau eles só tem isso: a fama. Fui aos
morros de dia e à noite, e só cruzei com gente
educada, que ao passar me saudava
amavelmente. (Freire Medeiros - Revista de
História.com.br - 2007)
Este é um trecho das memórias de viagem de José Casais, embaixador
espanhol em missão diplomática ao Brasil no início da década de 1940. Mas a
história do turismo nas favelas começou a partir da Eco-926
que os “favela tours”
se tornaram uma prática massiva (o que não deixa de ser irônico se lembrarmos
que durante a Conferência, as autoridades governamentais procuraram isolar
essas localidades tidas como nosso “anti-cartão-postal”).
Porém esse tipo de “Favela tours” que são feitos nessa localidade (Rocinha), não
passa de um safári no qual os morados sãos os animais a ser caçado (isso é eles
estão à procura da pobreza para tirar fotos), o fluxo de turista na Comunidade da
Rocinha gira em torno de 2.000 ao mês.
4
Programa de aceleramento do crescimento, do Governo Federal
5
Conjunto de habitações populares geralmente toscas construídas em morros. (Dicionário
AURÉLIO)
6
Eco-92 - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento.
14
Importante lembrar que a única referência que o turista estrangeiro tem de uma
favela é através do filme Cidade de Deus, mas recentemente a novela Salve
Jorge alavancou o turismo para o mercado domestico.
Atualmente existem várias empresas montadas por empreendedores dessas
comunidades na qual estão desenvolvendo um turismo sustentável a fim de
aumentar a renda das famílias nas comunidades que estão envolvidas
diretamente ou indiretamente com a atividade turística.
1.4. HISTÓRIA DA FAVELA (COMPLEXO DO ALEMÃO)
Os primeiros habitantes da região foram os índios Tamoios e a colonização
iniciou-se entre os séculos XVI e XVII com a chegada dos jesuítas e militares.
Após o extermínio dos Tamoios e a expulsão dos jesuítas em 1760, suas terras
foram desmembradas em várias fazendas, dando origem aos atuais bairros de
Ramos, Bonsucesso entre outros.
A região era conhecida como Inhaúma 7
, pródiga em rios o que facilitava a
produção agrícola, sendo esta região uma das mais importantes do Rio de
Janeiro, além de ter o mar nas proximidades facilitando o escoamento da
produção agrícola e do ouro vindo das Minas Gerais.
A ocupação da Serra da Misericórdia ocorreu no início do século XIX com o Major
José Francisco Ferreira Rego. Com sua morte, os herdeiros venderam as terras
para Joaquim Leandro da Motta, que por sua vez dividiu a propriedade em áreas
menores.
Na década de 20, o imigrante polonês Leonard Kaczmarkiewicz adquiriu terras na
Serra da Misericórdia, uma região rural da Zona da Leopoldina. O proprietário que
refazia sua vida no Brasil após a Primeira Guerra, pelo tipo físico europeu e o
forte sotaque, logo foi assimilado pela população local como o “alemão”, e sua
fazenda ficou conhecida como Morro do Alemão.
As terras do imigrante ocupavam nos anos 40 uma área de cerca de três
quilômetros quadrados, circundadas pelos bairros de Bonsucesso, Olaria, Ramos,
7
Nome de um pássaro muito comum na região, hoje extinto - Inhúma
15
Inhaúma e Penha. Com a abertura da Avenida Brasil em 1946, esses bairros
receberam várias indústrias, das quais o Cortume Carioca 8
, que na década
seguinte ocupou o posto de maior das Américas empregando cerca de 3.000
trabalhadores.
Com o crescimento econômico e industrial da área, a partir dos anos 50 a fazenda
foi desmembrada com a venda dos lotes, sendo os compradores os operários das
indústrias vizinhas. Contudo, áreas adjacentes foram ocupadas de maneira
informal, surgindo comunidades dentro do próprio bairro.
Até os anos 80, a região era a mais importante zona industrial da cidade com
comércio e indústria diversificados, mas a ocupação desordenada dos morros
adjacentes, que teve seu boom no período de 1983 a 1987, acabou por dar lugar
às favelas integrantes e contíguas do Complexo do Alemão.
Suas comunidades tornaram-se palco de disputas violentas pelo controle de
áreas por traficante de drogas, trazendo violência e criminalidade alarmantes.
Estes fatores influenciaram no fechamento de indústrias vizinhas, eliminando mais
de 20.000 postos de trabalho na região, levando a maioria de seus moradores
para uma inevitável decadência econômica, ocupacional e ambiental.
O Complexo do Alemão foi erguido sobre as encostas e vales da Serra da
Misericórdia, quase toda destruída pela ocupação das moradias, restando poucas
áreas verdes na região, apesar dos esforços de preservação empreendidos por
organizações ambientais atuantes. Mas há áreas de mata e pontos de nascentes
de rios que são usados como fonte de água.
O bairro foi oficializado em 9 de dezembro de 1993 (data que homenageia o
primeiro dia das divisões dos terrenos feito na mesma data, no ano de 1951).
Em 2010 o Complexo do Alemão foi palco da maior operação policial que
aconteceu no Brasil, foram usados equipamentos de guerra para ocupar a área e
desestabilizar o crime organizado.
Atualmente está sendo ocupado por turistas, esse assunto veremos no próximo
capítulo.
8
Antiga fábrica de couro situada no bairro da Penha - RJ
16
1.5. TURISMO E PACIFICAÇÃO
A primeira UPP9
foi criada em 10 de dezembro de 2008 na Comunidade de
Dona Marta, situada no bairro de Botafogo na Zona Sul do Rio de Janeiro,.
O objetivo da policia pacificadora é a retomada dos territórios ocupados pelo
crime organizado, além de permitir a entrada dos serviços públicos nesses
territórios.
Segundo a SSP-RJ
10
, Unidade de Policia
Pacificadora é um novo modelo de segurança
pública e policiamento que promove a
aproximação entre a população e a policia,
aliada ao fortalecimento de políticas sociais nas
comunidades. Ao recuperar territórios
ocupados há décadas por traficantes e,
recentemente, por milicianos, as UPPs
procuram levar a paz às comunidades da Zona
Sul, Norte e Oeste da Cidade do Rio de
Janeiro. (LIMA:2012, P14)
O processo de elaboração, organização e o trabalho da inteligência do programa
de pacificação são feitos pela Secretaria de Segurança. Em geral, as principais
forças policiais do Rio de Janeiro são subordinadas à Secretaria, mas são
principalmente dois departamentos da Polícia Militar que realizam o projeto da
pacificação: o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e as Unidades
de Polícia Pacificadora (UPPs).
A pacificação consiste em quatro fases consecutivas:
1. Retomada
2. Estabilização
3. Ocupação definitiva
4. Pós Ocupação
9
Unidade de Policia Pacificadora
10
Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro
17
Atualmente o Rio de Janeiro possui 34 UPPs distribuída nas 4 regiões da cidade,
a Zona Sul possui 8 unidades sendo que a do Santa Marta foi a primeira instalada
em 2008, Centro são 3 unidades, Zona Oeste possui 2 e a Zona Norte possui o
maior número de unidades ao todo são 21 unidades, a promessa do governo é
que até 2014 esse número suba para 40 unidades, Ver Anexo I.
A pacificação serve como um dos principais instrumentos para o turismo,
proporcionando segurança e conforto não só para o turista mas também para toda
a comunidade.
Podemos dizer que o turismo sempre aconteceu sem a presença das UPPs como
foi o caso da Rocinha e do Santa Marta, mas com o surgimento desse projeto foi
possível a outras comunidades desenvolver o turismo, como Complexo do
Alemão, Tabajara, Prazeres, Turano e outros, contudo outras favelas poderão ser
beneficiadas com o programa é o caso do Complexo da Maré que em breve
receberá uma unidade de policia pacificadora.
18
2. FAVELA COMO SEGMENTO TURÍSTICO
Em análises feitas através de jornais e revistas, observamos que a procura
por roteiros alternativos na Cidade do Rio de Janeiro cresceu numa escala
estrondosa, esse roteiros saem do chamado eixo turístico da Zona Sul no qual o
turismo no Rio de Janeiro só acontece das regiões próximas ao Maracanã para
Zona Sul e parte da Zona Oeste (São Conrado e Barra da Tijuca), com algumas
exceções quando acontece a famosa feijoada na quadra da Escola de Samba
Portela.
Esses roteiros alternativos são o Ecoturismo e o Turismo em Favelas, vamos nos
focar no turismo em favela.
O que é o turismo em favela? Turismo em favela e um seguimento no qual o
turista visita uma favela para conhecer o seu cotidiano e fazer uma troca de
experiência, deixamos bem claro que o turismo na favela pode ser um turismo de
experiência porém deve haver uma interação maior com os moradores, fazendo
uma troca de conhecimento, o mais importante do turismo nas favelas é a
geração de emprego e renda sendo eles direto ou indiretamente com isso surgem
várias empresas focadas no turismo receptivo como agências de viagens,
albergues, pousadas e até hotéis dentro das comunidades, restaurantes ateliês
de artes entre outros serviços
Nos últimos anos apareceram vários tipos de guias turísticos e reportagem
voltada para o turismo nas favelas, muitas dessas reportagens falavam da favela
da Rocinha, pois foi aonde tudo começou, mas de 2012 para cá surgiram vários
guias como o Guia das Favelas editado pela ANF11
com distribuição gratuita e o
outro e o Guia das Comunidades editado pelo jornal O DIA e com distribuição
junto com o jornal sempre na última sexta-feira do mês, caso a aquisição deste
guia for após essa data e cobrado um valor de R$ 4,90.
11
ANF – Agência de Noticias das Favelas
19
2.1. ESTUDO DE CASO – COMPLEXO DO ALEMÃO
O turismo no Complexo do Alemão começou junto com o processo de
pacificação, durante o período de pós-ocupação surgiram vária pessoa se
intitulando o primeiro turista a visitar o Complexo do Alemão.
Mais o ponto de partida foi no dia 05 de fevereiro de 2011 foi realizado um
passeio organizado por guias de turismo moradores da comunidade em parceria
com a ONG Oca dos Curumins, no qual o passeio foi feito em um jipe que
percorreu duas estações do teleférico que estavam em construção, às estações
do Adeus e do Alemão foram visitadas por visitantes de Copacabana e de Niterói,
esse passeio incluía o Jipe, guias cadastrados no Ministério do Turismo e uma
feijoada, o valor do passeio foi R$ 15,00 por pessoas, mas sendo um valor
simbólico, contudo o tour foi um sucesso no qual teve uma ampla cobertura da
imprensa. Ver Anexo II
2.2. O TELEFÉRICO
No dia 07 de julho do mesmo ano, foi inaugurado o primeiro sistema de
transporte de massa por cabo do Brasil o teleférico do Alemão, o sistema possui
152 gôndolas com capacidade para 8 passageiros por gôndola, o sistema
percorre 3,5 km com duração em média de 15 minutos da estação inicial até a
estação final, possui também 6 estação (Bonsucesso, Adeus, Baiana, Alemão,
Itararé e Palmeiras) sendo a estação de Bonsucesso a estação inicial e a das
Palmeiras a final, Os moradores do Alemão, devidamente cadastrado no sistema
RioCard, têm direito a duas passagens gratuitas diárias (uma de ida e outra de
volta) as demais custam R$ 1. A tarifa unitária custa R$ 1, para não moradores
que utilizam os cartões VT12
, Expresso, Bilhete Único e Bilhete Único Carioca e
R$ 5 reais quando paga na bilheteria, esse sistema facilitou o turismo no
Complexo do Alemão, porem segundo a empresa que administra o sistema, o
fluxo no teleférico e maior de turistas do que moradores, e com dois fatos
12
VT – Vale transporte
20
interessantes ou primeiro é que no dia 15 de dezembro de 2012 o número de
usuário ultrapassou a marca de 19 mil passageiros em um único dia, superando o
Pão de Açúcar, o segundo em 2013, foi à marca de 7 milhões de usuário em
apenas 2 anos e meio, esse número era esperando para aproximadamente sete
anos após a operação, mais esse número são tão grandes por conta da novela
“Salve Jorge” que teve a favela como um dos principais locações de filmagem.
2.3. SEBRAE13
COMO PARCEIRO NO TURISMO
Com a pacificação foi aparecendo vários serviços nos quais antes nunca
puderam entras na comunidade como é o caso do SEBRAE que logo em seguida
começou um trabalho de mapeamento do local para saber qual era a
potencialidade turística do Complexo do Alemão
Em 2012 o SEBRAE criou o Estudo de Potencialidade Turística do Complexo do
Alemão, esse estudo apontou várias opções de empreendimentos e roteiros que
poderiam ser utilizado, porem foi apresentado aos moradores que estavam
ligados diretamente no turismo, esses não foram aprovados, pois não seriam
viáveis, por não passarem pelos principais pontos de comércio e de relevância do
turismo, como por exemplo a Praça do Conhecimento aonde possui um centro de
inclusão digital e o Cinecarioca Nova Brasília um cinema 3D com preço popular.
Com isso o SEBRAE analisou a rejeição e solicitou a esses moradores a criação
de um roteiro mais adequando a realidade da favela então foi quando surgiu à
ideia de utiliza o nome da novela que iria estrear em outubro do mesmo ano,
sendo assim foi criado o roteiro “Salve Jorge” inspirado em alguns locais de
gravação da mesma, e lançado na Feira das Américas de 2012 organizado pela
ABAV14
. Ver Anexo III e IV
13
SEBRAE – Serviço de Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa
14
ABAV – Associação Brasileira das Agências de Viagens
21
2.4. ESTUDO DE POTENCIALIDADE TURISTICA
Um estudo de uma determinada Área Geográfica é baseado em numa
metodologia apropriada e operativa de Avaliação das Potencialidades Turísticas
do território.
A metodologia usada neste estudo foi originalmente desenvolvida pela Comissão
de Agricultura da Comunidade Europeia, aplicada com sucesso inegável dentro
do escopo dos trabalhos realizados pelo Observatório de Desenvolvimento Rural
daquela comissão.
As bases metodológicas aqui respaldadas têm como objetivos principais:
 Permitir avaliar o potencial turístico do território turístico estudado, tendo
em conta a oferta, a procura, a concorrência e as tendências do mercado;
 Facilitar e dirigir a escolha dos métodos apropriados, ao longo do processo
de avaliação;
 Definir os fundamentos de uma estratégia de desenvolvimento turístico que
seja resultante da cooperação e do diálogo entre a população e os diversos
agentes locais envolvidos.
Como apoio metodológico, foi desenvolvida uma pesquisa secundária de diversos
estudos já realizados naquele território, além de pesquisas específicas sobre o
Município do Rio de Janeiro. As etapas cumpridas para atingir os objetivos
propostos foram:
 Reunião da equipe de consultores com as entidades envolvidas no
processo:
 SEBRAE, Associações de Moradores e Organizações Não
Governamentais (ONGs).
 Reunião de sensibilização com os formadores de opinião, como forma
introdutória do tema “turismo” com suas implicações, expectativas e
consequências.
 Visitas técnicas aos atrativos turísticos para avaliar a potencialidade
turística dos mesmos.
22
 Pesquisas de Campo sobre a percepção da comunidade acerca das
atividades turísticas.
 Pesquisas de Campo focadas na oferta local de bens e serviços turísticos.
 Entrevistas individuais com as lideranças e formadores de opinião sobre o
assunto “Turismo no Complexo do Alemão”.
 Visitas técnicas, para análise das suas características frente à
concorrência.
 Sistematização das informações.
 Análise dos resultados.
 Fechamento do documento final.
2.5. O TURISMO RECEPTIVO
No ano de 2011, surgiu à primeira Agência de Turismo Receptivo do
Complexo do Alemão, chamada Gigatrek Adventure é uma agência no qual visa à
integração do turista a comunidade, fazendo que o turista ajude no
desenvolvimento da mesma, comprando produtos feitos por moradores como
quadros, bonecas de panos, garrafas de cervejas decoradas e caixinhas pintadas.
Ela possui vários roteiros como:
 Tour “Salve Jorge”
 Tour Carioca por um dia
 Tour Alemão Total com Igreja da Penha
A experiência mas marcante no receptivo foi à visita de um grupo de turistas
alemães e austríacos que procuraram a agência para fazer o passeio, porem eles
queriam que uma Van fosse busca-los no hotel em Copacabana para leva-los até
o Alemão, sendo que ficou inviável a locação da Van, quando entravamos em
contato com um proprietário ou de uma cooperativa e falava que era para fazer
turismo no Complexo do Alemão o valor era superfaturado, exemplo: Uma diária
que seria de R$ 350,00 ficava entorno de R$ 700,00 um aumento de 100% do
valor, mas proposto um roteiro alternativo, um roteiro piloto que foi batizado de
23
Carioca por um dia, esse roteiro consiste em que o turista sinta como é o dia-a-dia
de um carioca, andado de transporte público (metrô, trem, teleférico, ônibus e
vans). Esse grupo aceitou a proposta e foi realizado com sucesso, além de sentir
na pelo o cotidiano do carioca e do morador da favela, eles tiveram a surpresa de
encontrar um local diferente do ambiente de favela esse local é o Bistrô Estação
R&R um bistrô especializado em cervejas importadas, durante o passeio uma
reporte da Globo News registrou todo o passeio que foi exibido no programa
Mundo S.A que falava do crescimento dos empreendimentos em comunidades
pacificadas, foi ótima essa reportagem.
Além desses roteiros ela levou um grupo de moradores apreciadores de cerveja
para conhecer a Fábrica Museu da Bohemia e participar da Bauerfest que
aconteceu no mês de junho.
Nos últimos anos o Complexo do Alemão entrou em evidencia, aparecendo
sempre nos jornais e revistas, mas não nas páginas policiais, sim nas de turismo,
cultura e economia, como citamos anteriormente os guias o de favela e o de
comunidades além desses dois foi citado em um guia gastronômico de favela com
vários empreendimentos ligados no setor, no Tripadvisor um dos mais
conceituados sites de turismo do mundo e o mais importante guia turístico do
Brasil o Guia Quatro Rodas edição histórica 2014 da Editora Abril, esse guia é
uma edição histórica pois o Complexo do Alemão é o primeiro conjunto de favelas
da Zona Norte a entrar no guia. Ver Anexo V
24
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando todas as informações podemos dizer que o turismo em
favela realmente é uma segmentação, possui todas as características de um
seguimento.
Para ser um segmento é necessário que a localidade ou destino seja bom para o
turista quanto para o morador, e temos a certeza que isso realmente acontece
nas favelas que recebem turistas na Cidade do Rio de Janeiro.
O segmento favela pode ser uma ramificação do turismo de experiência, porem
sem perder o foco que é a interação com os moradores, deixando para traz a
ideia que favela só mora bandido e não é isso que a realidade mostra, deixando
também de explorar o famoso Jeep Tour com o seus famosos safares
fotográficos.
Em quanto ao turismo receptivo no Alemão, é um processo de médio e longo
prazo, para que tudo possa funcionar perfeitamente, a comunidade e o turista em
uma integração mais profunda, não só no Alemão mas em todas as favelas que
pretendem desenvolver o turismo receptivo.
Porem para desenvolver um turismo receptivo mais eficiente tem que pensar em
sustentabilidade, preservação do patrimônio histórico da favela (memórias)
documentar todos os depoimentos dos moradores mais antigos para que no
futuro sirva com referências ou melhor seria mais interessante à criação de um
museu ou um centro de referência de cada favela.
E seria muito interessante uma criação de uma rede de comunicação entre as
favelas que possuem turismo receptivo, uma interação maior uma com a outra
deixa de lado as briguinhas, por exemplo. A minha é a melhor favela pois foi
visitado por Michael Jackson ou a minha foi cenário de uma novela da Rede
Globo. Mas a união entre elas fortaleceria mais o seguimento Favela.
25
REFERÊNCIAS
Boitteux, Bayard do Coutto. “Introdução ao Estudo do Turismo”, por Bayard do
Coutto Boiteux e Maurício Werner, 3-8. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009
Lima, Carlos Alberto de. “Força de Pacificação - Os 583 dias da pacificação dos
Complexos da Penha e do Alemão”, 14. Rio de Janeiro: Agência A2
Comunicação, 2012
Panosso Netto, Alexandre. “Turismo de Experiência”, por Alexandre Panosso
Netto e Cecília Gaeta (Organizadores),119-237. São Paulo: Editora Senac São
Paulo, 2010
Panosso Netto, Alexandre. “Segmentação do Mercado Turístico: Estudos,
produtos e perspectivas”, por Alexandre Panosso Netto e Marilia Gomes dos Reis
Ansarah (Organizadores), 19. Barueri, SP: Manole, 2009
Ministério do Turismo. “Segmentação do turismo e o mercado”, 11. Brasília:
Ministério do Turismo, 2010
Ministério do Turismo - http://www.turismo.gov.br
SEBRAE – http://www.sebrae.com.br/setor/turismo
Dia 01/11/2013 – 17:00
UPP – Unidade de Policia Pacificadora - www.upprj.com/index.php/faq
Dia 26/11/2013 as 21:00
Revista de História -
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/perspectiva/favelacomo-
atracao
Revista Mundo Estranho - http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-foi-
aprimeira-
favela-do-brasil
26
ANEXOS
ANEXO I
Zona Sul Zona Norte
Santa Marta, Babilônia e Chapéu
Mangueira, Pavão - Pavãozinho e
Cantagalo, Tabajaras e Cabritos,
Escondidinho e Prazeres, Rocinha,
Vidigal, Cerro-Corá.
Borel, Formiga, Andaraí, Salgueiro,
Turano, São João, Matriz e Quieto,
Macacos, Mangueira, Nova Brasília,
Fazendinha, Adeus e Baiana, Alemão,
Chatuba, Fé e Sereno, Parque
Proletário, Vila Cruzeiro, Jacarezinho,
Maguinhos, Barreira do Vasco e Tuiuti,
Caju, Arará e Mandela
Centro Zona Oeste
Providência, Coroa, Fallet e Fogueteiro,
São Carlos
Cidade de Deus, Batan
Tabela das Unidades de Policia Pacificadora
27
Anexo II
Reportagem do Jornal O Globo falando sobre o passeio de Jipe
28
Anexo III
Nota da Assessoria de Imprensa do Governo do Estado do Rio de Janeiro,
falando sobre os passeios no Complexo do Alemão.
29
Anexo IV
Reportagem do Jornal Mercado & Eventos, falando sobre o passeio “Salve Jorge”
no Complexo do Alemão.
30
ANEXO V
Nota do Guia Quatro Rodas Brasil 2014, falando sobre os passeios no Complexo
do Alemão.

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Favela como segmentação turística no Complexo do Alemão

  • 1. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA CIDADE – UniverCidade CURSO DE TURISMO E HOTELARIA BACHARELADO EM TURISMO Cristiano Ferreira da Silva TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO FAVELA COMO SEGMENTAÇÃO TURÍSTICA ESTUDO DE CASO - COMPLEXO DO ALEMÃO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Turismo e Hotelaria, do Centro Universitário da Cidade, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Bacharel em Turismo. Orientador: Enilda Tereza Newman Alves Rio de Janeiro 2013/2º
  • 2. 2 CRISTIANO FERREIRA DA SILVA: Avaliado por: __________________________________ Enilda Tereza Newman Alves Professor Orientador __________________________________ Professor Leitor Rio de Janeiro 2013/2º
  • 3. 3 Agradecimentos Agradeço a todos os meus colegas de classe que me ajudaram nesta grande jornada e aos professores que muitos contribuíram para o meu crescimento como ser humano e profissional.
  • 4. 4 DEDICATÓRIA Primeiramente a Deus, e toda minha família, a minha companheira Ingrid que até agora me apoiou em toda a minhas decisões e especialmente ao meu pai, que infelizmente não esta mais entre nós, mais aonde estiver ele estará me apoiando.
  • 5. 5 PraSempreFavela Mc Júnior e Leonardo “Tudo que a favela me ensinou, Tudo que lá dentro eu aprendi, Vou levar comigo aonde eu for, Vou na humildade procurando ser feliz ... Pois o favelado de verdade Vai ser favelado mesmo se sair dali. Por isso... Sou favela Eu fui E sempre serei favela. ...”
  • 6. 6 RESUMO Segmentação Turística – Favela como um fenômeno turístico – Estudo de Caso: Complexo do Alemão É um tema que esta em alta no momento, pois o turismo em favela não pode ser considerado Turismo de Base comunitária e muito menos Turismo de Experiência. A proposta desse trabalho é mostrar que a favela pode ser considerada um tipo de segmentação, pois para ser considerado um turismo de base comunitária teria que envolver outros tipos de atores como os caiçaras, quilombolas, já o turismo de experiência o visitante (turista) teria uma interação mais profunda com a comunidade como por exemplo passar um dia com os moradores e se sentir um deles no seu dia-a-dia. Já o turismo na favela o turista nem sempre quer uma interação mais profunda com a comunidade mas ele quer conhecer a história, andar pelos becos, comprar uma lembrança e ir embora. Será usada uma metodologia de estudo de caso. O público alvo são o Governo Federal, Estadual e Municipal, Universidade e estudiosos. Com esse trabalho a intenção é que surja um novo tipo de segmentação turística ou uma subsegmentação. PALAVRAS CHAVES Favela, Turismo, Experiência, UPP, Segmentação, Base Comunitária, Pacificação, Complexo do Alemão
  • 7. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................................................8 1. SEGMENTAÇÃO TURÍSTICA ........................................................................................9 1.1. PANORAMA DO TURISMO................................................................................10 1.2. O SURGIMENTO DA FAVELA NO BRASIL .....................................................12 1.3. HISTÓRIA DO TURISMO NAS FAVELAS........................................................13 1.4. HISTÓRIA DA FAVELA (COMPLEXO DO ALEMÃO).....................................14 1.5. TURISMO E PACIFICAÇÃO...............................................................................16 2. FAVELA COMO SEGMENTO TURÍSTICO.................................................................18 2.1. ESTUDO DE CASO – COMPLEXO DO ALEMÃO ..........................................19 2.2. O TELEFÉRICO....................................................................................................19 2.3. SEBRAE COMO PARCEIRO NO TURISMO....................................................20 2.4. ESTUDO DE POTENCIALIDADE TURISTICA.................................................21 2.5. O TURISMO RECEPTIVO...................................................................................22 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................................24 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................25 ANEXOS........................................................................................................................................26
  • 8. 8 INTRODUÇÃO Ultimamente temos observado a grande procura por passeio em favelas do Rio de Janeiro. O turista está em busca do conhecimento de outras culturas. Isso tende a mudar seu desejo de consumo em um curto espaço de tempo. Sendo assim, a necessidade de descobrir novos lugares ganha espaço no nosso mercado, que a cada dia se torna mais competitivo. Favelas essa que eram muito discriminadas pela sociedade porem atualmente elas estão sendo procuradas pelas mesmas pessoas que as discriminam. A favela é um espaço que chama atenção de turistas estrangeiros. Esse turista possa sentir certa exoticidade no local, e queira entender como as pessoas podem ser felizes em meio a tantas carências materiais. O fato é que cada vez mais estrangeiros optam por conhecer essas áreas no Rio de Janeiro. Então esse trabalho propõe uma alternativa de turismo na Cidade do Rio de Janeiro, uma nova segmentação turística a de Favela. A segmentação favela consiste em que os turistas ou visitantes tenham um novo olhar para essas localidades, conhecendo a sua cultura e a gastronomia isso é um tipo de experiência, mais lembrando que não estamos falando desse tipo de turismo, sabemos que o turismo em favela é um bem parecido com o de experiência, porem com uma intensidade bem menor do que a já citada segmentação. Com isso faremos uma Análise (estudo de caso) do fenômeno que surgiu nos últimos 2 anos o famoso Complexo do Alemão, que esta em evidencia por vários motivos como, a invasão, o teleférico e a novela “Salve Jorge”.
  • 9. 9 1. SEGMENTAÇÃO TURÍSTICA Segundo PANOSSO NETO falar de segmentação turística é falar de estratégia de marketing, pois grande parte da teoria de segmentos do turismo advém das teorias do marketing. Portanto segmentar a demanda (de acordo com o tipo/perfil de turistas) é definir a parcela das pessoas que compartilham as mesmas características, necessidades e expectativas. Segmentar a oferta (tipos de turismo/experiência – Aventura, Sol e Praia etc.) é definir uma oferta turística que tenha uma identidade comum, com base no tipo de experiência e que atenda às expectativas do segmento de demanda que se deseja atrair. (MTUR1 – 2010) Neste trabalho abordaremos dois tipos de segmentos do turismo, o turismo de experiência e o de base comunitária (turismo comunitário). Quando se fala de turismo de experiência, estamos nos referindo a um tipo de turismo que marca o turista de forma positiva durante a sua viagem. Podemos dizer que uma viagem de trabalho voluntário ou uma prática de esportes radicais, entre outras atividades podem ser consideradas como turismo de experiência. Como por exemplos: Um turista que visita uma favela mas não quer ir só para tirar foto, mas sim para viver o cotidiano dela, como construir uma laje participar, de uma roda de samba ou jogar capoeira durante a sua estada na favela. Por experiência, de acordo com Godoi Trigo: Para ser uma experiência, a viagem precisa superar a banalidade, os aspectos triviais, estereotipados e convencionais e estruturar-se como uma experiência que nasça da riqueza pessoal do viajante em busca de momentos e lugares que enriqueçam sua história. (GODOI TRIGO: 2010, 21) 1 Ministério do Turismo
  • 10. 10 O turismo de base comunitária ou turismo comunitário é bem parecido com o de experiência, porém existem outros atores nesta história como os caiçaras e os quilombolas. Para ser este tipo de turismo é necessário que todos que vivem nestas comunidades a serem visitadas tenham a mesma origem. De acordo com a publicação do Ministério do Turismo chamado Turismo de Base Comunitária – diversidade de olhares e experiências brasileiras Este tipo de organização e oferta do produto turístico possui elementos comuns como à busca da construção de um modelo alternativo de desenvolvimento turístico baseado na autogestão, no associativismo/cooperativismo, na valorização da cultura local e, principalmente, no protagonismo das comunidades locais, visando à apropriação, por parte destas, dos benefícios advindos do desenvolvimento do setor. (TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA: 2009, 362) Por comunitário, de acordo com Maldonado: Um sujeito coletivo, com direito e obrigações, constituído com base na adesão voluntária de seus membros (indivíduos ou família), com ou sem sustento institucional no direito consuetudinário ou viver em uma territorialidade comum. (MALDONADO, 2005) 1.1. PANORAMA DO TURISMO A atividade turística começou em 1841, Thomas Cook realizou uma viagem de trem com 570 passageiros entre as cidades de Leicester e Lougboroug na Inglaterra. Tal viagem se revestiu em um sucesso tão grande, que a empresa de Cook passou a oferecer excursões para a parte continental da Europa e para os EUA. É considerada a primeira agência de viagem do mundo.
  • 11. 11 De acordo com OMT2 , podemos definir tal atividade como “aquela desenvolvida por pessoas durante suas viagens e estadias em lugares distintos de seu entorno habitual por um período de tempo consecutivo inferior a um ano para fins de ócio, negócios ou outros”. A OMT ainda se refere a que “todo deslocamento para fora do local de residência por período superior a 24 horas e inferior a 60 dias, motivados por questões não econômicas, pode ser entendida como turismo”. A referida organização chamada de excursionista “aquele que viaja e permanece menos de 24 horas em local que não seja de sua residência fixa ou habitual, com mesmas finalidades do turista”. Diversos prestadores de serviços podem atender pessoas que viajam em grupo ou sozinhas. A tendência moderna é de os deslocamentos se darem por conta própria, sendo que as viagens podem acontecer dentro do próprio país (turismo nacional ou doméstico) e para outros países (turismo exportativo); o turismo receptivo diz respeito a turistas estrangeiros que chegam nas inúmeras cidades receptoras. Os serviços terrestres podem ser divididos em translado de chegada ou partida (transfer in ou transfer out), city tour (visita aos principais atrativos de uma determinada localidade) night tour (passeio noturno, que pode incluir um restaurante e um espetáculo), além de boat tour (passeio de barco). Os serviços hoteleiros começam com a entrada do hóspede no hotel, chamada check in e sua respectiva saída, chamada de check out. O check in é o momento mais importante para que o hóspede possa fixar a imagem positiva do estabelecimento que vai alojá-lo. A oferta turística é um conjunto de elementos que conformam o produto turístico, que são divididos em: atrativos turísticos, serviços turísticos, serviços públicos e infraestrutura básica. Os atrativos turísticos podem ser naturais ou culturais, enquanto os serviços turísticos incluem os meios de hospedagem, alimentação, o agenciamento, os transportes turísticos entre outros. 2 OMT – Organização Mundial do Turismo
  • 12. 12 A demanda turística é o número total de pessoas que viajam ou desejam viajar para poder usufruir das facilidades turísticas e dos serviços em locais diferentes daquela em que trabalham e residem habitualmente. Os fatores determinantes da demanda são econômicos e se baseiam no nível de renda disponível, no nível de preço entre outros. 1.2. O SURGIMENTO DA FAVELA3 NO BRASIL A primeira favela do Brasil foi o morro da Providência, surgida em 1897 no centro do Rio de Janeiro. A ocupação no morro da Providência começou quando cerca de 10 mil soldados que haviam participado da Guerra de Canudos na qual travaram uma batalha sangrenta contra Antônio Conselheiro , no sertão da Bahia, desembarcaram na antiga capital do país. Na bagagem, uma reivindicação: eles queriam que o governo desse casas para os veteranos do conflito. Sem grana para criar os tais alojamentos, o governo teria permitido a construção de vários barracos de madeira no morro da Providência, que ficava atrás de um quartel do Exercito. “Favela". Tudo indica que os primeiros moradores da Providência chamavam o lugar de "morro da Favela" - era uma referência a um morro de mesmo nome que existia em Canudos, recoberto por um arbusto rasteiro também chamado "favela". Com o passar dos anos, a palavra virou sinônimo de uma triste realidade habitacional. Em 1903 o governo carioca baixou um decreto que proíbe o conserto e construções de cortiço, mas toleram a construção de barracos em morros que não possuíam casas, na qual facilitava o crescimento das favelas na cidade. O governo reconhece oficialmente em 1947 a existência das favelas na cidade, isso aconteceu através de um recenseamento. Com a ditadura militar os barracos foram derrubados e os moradores retirados de terrenos valorizados na Zona Sul, isso aconteceu entre 1964 e 1974, com isso 80 favelas foram destruídas deixando 3 Árvore típica da caatinga, sendo encontrada em regiões pedregosas, na faixa entre o Piauí e a Bahia
  • 13. 13 aproximadamente 140 mil desabrigados que criaram novas favelas nas periferias da cidade. Na década de 80, com o fim da ditadura, o governo estadual incentivou à política de legalização das favelas calculava-se que mais de 1 milhão de pessoas viviam nas favelas da cidade totalizando 545 favelas.000000000000000 Em 2005 surge o programa do governo municipal chamado Favela-bairro, na qual visava à urbanização em mais de 100 favelas, atualmente o governo federal criou o PAC4 e PAC2 que visa a melhorias em algumas favelas que estão e mais evidencia no momento. 1.3. HISTÓRIA DO TURISMO NAS FAVELAS5 Há locais na capital que gozam de má fama, mas basta visitá-los para se convencer de que de mau eles só tem isso: a fama. Fui aos morros de dia e à noite, e só cruzei com gente educada, que ao passar me saudava amavelmente. (Freire Medeiros - Revista de História.com.br - 2007) Este é um trecho das memórias de viagem de José Casais, embaixador espanhol em missão diplomática ao Brasil no início da década de 1940. Mas a história do turismo nas favelas começou a partir da Eco-926 que os “favela tours” se tornaram uma prática massiva (o que não deixa de ser irônico se lembrarmos que durante a Conferência, as autoridades governamentais procuraram isolar essas localidades tidas como nosso “anti-cartão-postal”). Porém esse tipo de “Favela tours” que são feitos nessa localidade (Rocinha), não passa de um safári no qual os morados sãos os animais a ser caçado (isso é eles estão à procura da pobreza para tirar fotos), o fluxo de turista na Comunidade da Rocinha gira em torno de 2.000 ao mês. 4 Programa de aceleramento do crescimento, do Governo Federal 5 Conjunto de habitações populares geralmente toscas construídas em morros. (Dicionário AURÉLIO) 6 Eco-92 - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento.
  • 14. 14 Importante lembrar que a única referência que o turista estrangeiro tem de uma favela é através do filme Cidade de Deus, mas recentemente a novela Salve Jorge alavancou o turismo para o mercado domestico. Atualmente existem várias empresas montadas por empreendedores dessas comunidades na qual estão desenvolvendo um turismo sustentável a fim de aumentar a renda das famílias nas comunidades que estão envolvidas diretamente ou indiretamente com a atividade turística. 1.4. HISTÓRIA DA FAVELA (COMPLEXO DO ALEMÃO) Os primeiros habitantes da região foram os índios Tamoios e a colonização iniciou-se entre os séculos XVI e XVII com a chegada dos jesuítas e militares. Após o extermínio dos Tamoios e a expulsão dos jesuítas em 1760, suas terras foram desmembradas em várias fazendas, dando origem aos atuais bairros de Ramos, Bonsucesso entre outros. A região era conhecida como Inhaúma 7 , pródiga em rios o que facilitava a produção agrícola, sendo esta região uma das mais importantes do Rio de Janeiro, além de ter o mar nas proximidades facilitando o escoamento da produção agrícola e do ouro vindo das Minas Gerais. A ocupação da Serra da Misericórdia ocorreu no início do século XIX com o Major José Francisco Ferreira Rego. Com sua morte, os herdeiros venderam as terras para Joaquim Leandro da Motta, que por sua vez dividiu a propriedade em áreas menores. Na década de 20, o imigrante polonês Leonard Kaczmarkiewicz adquiriu terras na Serra da Misericórdia, uma região rural da Zona da Leopoldina. O proprietário que refazia sua vida no Brasil após a Primeira Guerra, pelo tipo físico europeu e o forte sotaque, logo foi assimilado pela população local como o “alemão”, e sua fazenda ficou conhecida como Morro do Alemão. As terras do imigrante ocupavam nos anos 40 uma área de cerca de três quilômetros quadrados, circundadas pelos bairros de Bonsucesso, Olaria, Ramos, 7 Nome de um pássaro muito comum na região, hoje extinto - Inhúma
  • 15. 15 Inhaúma e Penha. Com a abertura da Avenida Brasil em 1946, esses bairros receberam várias indústrias, das quais o Cortume Carioca 8 , que na década seguinte ocupou o posto de maior das Américas empregando cerca de 3.000 trabalhadores. Com o crescimento econômico e industrial da área, a partir dos anos 50 a fazenda foi desmembrada com a venda dos lotes, sendo os compradores os operários das indústrias vizinhas. Contudo, áreas adjacentes foram ocupadas de maneira informal, surgindo comunidades dentro do próprio bairro. Até os anos 80, a região era a mais importante zona industrial da cidade com comércio e indústria diversificados, mas a ocupação desordenada dos morros adjacentes, que teve seu boom no período de 1983 a 1987, acabou por dar lugar às favelas integrantes e contíguas do Complexo do Alemão. Suas comunidades tornaram-se palco de disputas violentas pelo controle de áreas por traficante de drogas, trazendo violência e criminalidade alarmantes. Estes fatores influenciaram no fechamento de indústrias vizinhas, eliminando mais de 20.000 postos de trabalho na região, levando a maioria de seus moradores para uma inevitável decadência econômica, ocupacional e ambiental. O Complexo do Alemão foi erguido sobre as encostas e vales da Serra da Misericórdia, quase toda destruída pela ocupação das moradias, restando poucas áreas verdes na região, apesar dos esforços de preservação empreendidos por organizações ambientais atuantes. Mas há áreas de mata e pontos de nascentes de rios que são usados como fonte de água. O bairro foi oficializado em 9 de dezembro de 1993 (data que homenageia o primeiro dia das divisões dos terrenos feito na mesma data, no ano de 1951). Em 2010 o Complexo do Alemão foi palco da maior operação policial que aconteceu no Brasil, foram usados equipamentos de guerra para ocupar a área e desestabilizar o crime organizado. Atualmente está sendo ocupado por turistas, esse assunto veremos no próximo capítulo. 8 Antiga fábrica de couro situada no bairro da Penha - RJ
  • 16. 16 1.5. TURISMO E PACIFICAÇÃO A primeira UPP9 foi criada em 10 de dezembro de 2008 na Comunidade de Dona Marta, situada no bairro de Botafogo na Zona Sul do Rio de Janeiro,. O objetivo da policia pacificadora é a retomada dos territórios ocupados pelo crime organizado, além de permitir a entrada dos serviços públicos nesses territórios. Segundo a SSP-RJ 10 , Unidade de Policia Pacificadora é um novo modelo de segurança pública e policiamento que promove a aproximação entre a população e a policia, aliada ao fortalecimento de políticas sociais nas comunidades. Ao recuperar territórios ocupados há décadas por traficantes e, recentemente, por milicianos, as UPPs procuram levar a paz às comunidades da Zona Sul, Norte e Oeste da Cidade do Rio de Janeiro. (LIMA:2012, P14) O processo de elaboração, organização e o trabalho da inteligência do programa de pacificação são feitos pela Secretaria de Segurança. Em geral, as principais forças policiais do Rio de Janeiro são subordinadas à Secretaria, mas são principalmente dois departamentos da Polícia Militar que realizam o projeto da pacificação: o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). A pacificação consiste em quatro fases consecutivas: 1. Retomada 2. Estabilização 3. Ocupação definitiva 4. Pós Ocupação 9 Unidade de Policia Pacificadora 10 Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro
  • 17. 17 Atualmente o Rio de Janeiro possui 34 UPPs distribuída nas 4 regiões da cidade, a Zona Sul possui 8 unidades sendo que a do Santa Marta foi a primeira instalada em 2008, Centro são 3 unidades, Zona Oeste possui 2 e a Zona Norte possui o maior número de unidades ao todo são 21 unidades, a promessa do governo é que até 2014 esse número suba para 40 unidades, Ver Anexo I. A pacificação serve como um dos principais instrumentos para o turismo, proporcionando segurança e conforto não só para o turista mas também para toda a comunidade. Podemos dizer que o turismo sempre aconteceu sem a presença das UPPs como foi o caso da Rocinha e do Santa Marta, mas com o surgimento desse projeto foi possível a outras comunidades desenvolver o turismo, como Complexo do Alemão, Tabajara, Prazeres, Turano e outros, contudo outras favelas poderão ser beneficiadas com o programa é o caso do Complexo da Maré que em breve receberá uma unidade de policia pacificadora.
  • 18. 18 2. FAVELA COMO SEGMENTO TURÍSTICO Em análises feitas através de jornais e revistas, observamos que a procura por roteiros alternativos na Cidade do Rio de Janeiro cresceu numa escala estrondosa, esse roteiros saem do chamado eixo turístico da Zona Sul no qual o turismo no Rio de Janeiro só acontece das regiões próximas ao Maracanã para Zona Sul e parte da Zona Oeste (São Conrado e Barra da Tijuca), com algumas exceções quando acontece a famosa feijoada na quadra da Escola de Samba Portela. Esses roteiros alternativos são o Ecoturismo e o Turismo em Favelas, vamos nos focar no turismo em favela. O que é o turismo em favela? Turismo em favela e um seguimento no qual o turista visita uma favela para conhecer o seu cotidiano e fazer uma troca de experiência, deixamos bem claro que o turismo na favela pode ser um turismo de experiência porém deve haver uma interação maior com os moradores, fazendo uma troca de conhecimento, o mais importante do turismo nas favelas é a geração de emprego e renda sendo eles direto ou indiretamente com isso surgem várias empresas focadas no turismo receptivo como agências de viagens, albergues, pousadas e até hotéis dentro das comunidades, restaurantes ateliês de artes entre outros serviços Nos últimos anos apareceram vários tipos de guias turísticos e reportagem voltada para o turismo nas favelas, muitas dessas reportagens falavam da favela da Rocinha, pois foi aonde tudo começou, mas de 2012 para cá surgiram vários guias como o Guia das Favelas editado pela ANF11 com distribuição gratuita e o outro e o Guia das Comunidades editado pelo jornal O DIA e com distribuição junto com o jornal sempre na última sexta-feira do mês, caso a aquisição deste guia for após essa data e cobrado um valor de R$ 4,90. 11 ANF – Agência de Noticias das Favelas
  • 19. 19 2.1. ESTUDO DE CASO – COMPLEXO DO ALEMÃO O turismo no Complexo do Alemão começou junto com o processo de pacificação, durante o período de pós-ocupação surgiram vária pessoa se intitulando o primeiro turista a visitar o Complexo do Alemão. Mais o ponto de partida foi no dia 05 de fevereiro de 2011 foi realizado um passeio organizado por guias de turismo moradores da comunidade em parceria com a ONG Oca dos Curumins, no qual o passeio foi feito em um jipe que percorreu duas estações do teleférico que estavam em construção, às estações do Adeus e do Alemão foram visitadas por visitantes de Copacabana e de Niterói, esse passeio incluía o Jipe, guias cadastrados no Ministério do Turismo e uma feijoada, o valor do passeio foi R$ 15,00 por pessoas, mas sendo um valor simbólico, contudo o tour foi um sucesso no qual teve uma ampla cobertura da imprensa. Ver Anexo II 2.2. O TELEFÉRICO No dia 07 de julho do mesmo ano, foi inaugurado o primeiro sistema de transporte de massa por cabo do Brasil o teleférico do Alemão, o sistema possui 152 gôndolas com capacidade para 8 passageiros por gôndola, o sistema percorre 3,5 km com duração em média de 15 minutos da estação inicial até a estação final, possui também 6 estação (Bonsucesso, Adeus, Baiana, Alemão, Itararé e Palmeiras) sendo a estação de Bonsucesso a estação inicial e a das Palmeiras a final, Os moradores do Alemão, devidamente cadastrado no sistema RioCard, têm direito a duas passagens gratuitas diárias (uma de ida e outra de volta) as demais custam R$ 1. A tarifa unitária custa R$ 1, para não moradores que utilizam os cartões VT12 , Expresso, Bilhete Único e Bilhete Único Carioca e R$ 5 reais quando paga na bilheteria, esse sistema facilitou o turismo no Complexo do Alemão, porem segundo a empresa que administra o sistema, o fluxo no teleférico e maior de turistas do que moradores, e com dois fatos 12 VT – Vale transporte
  • 20. 20 interessantes ou primeiro é que no dia 15 de dezembro de 2012 o número de usuário ultrapassou a marca de 19 mil passageiros em um único dia, superando o Pão de Açúcar, o segundo em 2013, foi à marca de 7 milhões de usuário em apenas 2 anos e meio, esse número era esperando para aproximadamente sete anos após a operação, mais esse número são tão grandes por conta da novela “Salve Jorge” que teve a favela como um dos principais locações de filmagem. 2.3. SEBRAE13 COMO PARCEIRO NO TURISMO Com a pacificação foi aparecendo vários serviços nos quais antes nunca puderam entras na comunidade como é o caso do SEBRAE que logo em seguida começou um trabalho de mapeamento do local para saber qual era a potencialidade turística do Complexo do Alemão Em 2012 o SEBRAE criou o Estudo de Potencialidade Turística do Complexo do Alemão, esse estudo apontou várias opções de empreendimentos e roteiros que poderiam ser utilizado, porem foi apresentado aos moradores que estavam ligados diretamente no turismo, esses não foram aprovados, pois não seriam viáveis, por não passarem pelos principais pontos de comércio e de relevância do turismo, como por exemplo a Praça do Conhecimento aonde possui um centro de inclusão digital e o Cinecarioca Nova Brasília um cinema 3D com preço popular. Com isso o SEBRAE analisou a rejeição e solicitou a esses moradores a criação de um roteiro mais adequando a realidade da favela então foi quando surgiu à ideia de utiliza o nome da novela que iria estrear em outubro do mesmo ano, sendo assim foi criado o roteiro “Salve Jorge” inspirado em alguns locais de gravação da mesma, e lançado na Feira das Américas de 2012 organizado pela ABAV14 . Ver Anexo III e IV 13 SEBRAE – Serviço de Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa 14 ABAV – Associação Brasileira das Agências de Viagens
  • 21. 21 2.4. ESTUDO DE POTENCIALIDADE TURISTICA Um estudo de uma determinada Área Geográfica é baseado em numa metodologia apropriada e operativa de Avaliação das Potencialidades Turísticas do território. A metodologia usada neste estudo foi originalmente desenvolvida pela Comissão de Agricultura da Comunidade Europeia, aplicada com sucesso inegável dentro do escopo dos trabalhos realizados pelo Observatório de Desenvolvimento Rural daquela comissão. As bases metodológicas aqui respaldadas têm como objetivos principais:  Permitir avaliar o potencial turístico do território turístico estudado, tendo em conta a oferta, a procura, a concorrência e as tendências do mercado;  Facilitar e dirigir a escolha dos métodos apropriados, ao longo do processo de avaliação;  Definir os fundamentos de uma estratégia de desenvolvimento turístico que seja resultante da cooperação e do diálogo entre a população e os diversos agentes locais envolvidos. Como apoio metodológico, foi desenvolvida uma pesquisa secundária de diversos estudos já realizados naquele território, além de pesquisas específicas sobre o Município do Rio de Janeiro. As etapas cumpridas para atingir os objetivos propostos foram:  Reunião da equipe de consultores com as entidades envolvidas no processo:  SEBRAE, Associações de Moradores e Organizações Não Governamentais (ONGs).  Reunião de sensibilização com os formadores de opinião, como forma introdutória do tema “turismo” com suas implicações, expectativas e consequências.  Visitas técnicas aos atrativos turísticos para avaliar a potencialidade turística dos mesmos.
  • 22. 22  Pesquisas de Campo sobre a percepção da comunidade acerca das atividades turísticas.  Pesquisas de Campo focadas na oferta local de bens e serviços turísticos.  Entrevistas individuais com as lideranças e formadores de opinião sobre o assunto “Turismo no Complexo do Alemão”.  Visitas técnicas, para análise das suas características frente à concorrência.  Sistematização das informações.  Análise dos resultados.  Fechamento do documento final. 2.5. O TURISMO RECEPTIVO No ano de 2011, surgiu à primeira Agência de Turismo Receptivo do Complexo do Alemão, chamada Gigatrek Adventure é uma agência no qual visa à integração do turista a comunidade, fazendo que o turista ajude no desenvolvimento da mesma, comprando produtos feitos por moradores como quadros, bonecas de panos, garrafas de cervejas decoradas e caixinhas pintadas. Ela possui vários roteiros como:  Tour “Salve Jorge”  Tour Carioca por um dia  Tour Alemão Total com Igreja da Penha A experiência mas marcante no receptivo foi à visita de um grupo de turistas alemães e austríacos que procuraram a agência para fazer o passeio, porem eles queriam que uma Van fosse busca-los no hotel em Copacabana para leva-los até o Alemão, sendo que ficou inviável a locação da Van, quando entravamos em contato com um proprietário ou de uma cooperativa e falava que era para fazer turismo no Complexo do Alemão o valor era superfaturado, exemplo: Uma diária que seria de R$ 350,00 ficava entorno de R$ 700,00 um aumento de 100% do valor, mas proposto um roteiro alternativo, um roteiro piloto que foi batizado de
  • 23. 23 Carioca por um dia, esse roteiro consiste em que o turista sinta como é o dia-a-dia de um carioca, andado de transporte público (metrô, trem, teleférico, ônibus e vans). Esse grupo aceitou a proposta e foi realizado com sucesso, além de sentir na pelo o cotidiano do carioca e do morador da favela, eles tiveram a surpresa de encontrar um local diferente do ambiente de favela esse local é o Bistrô Estação R&R um bistrô especializado em cervejas importadas, durante o passeio uma reporte da Globo News registrou todo o passeio que foi exibido no programa Mundo S.A que falava do crescimento dos empreendimentos em comunidades pacificadas, foi ótima essa reportagem. Além desses roteiros ela levou um grupo de moradores apreciadores de cerveja para conhecer a Fábrica Museu da Bohemia e participar da Bauerfest que aconteceu no mês de junho. Nos últimos anos o Complexo do Alemão entrou em evidencia, aparecendo sempre nos jornais e revistas, mas não nas páginas policiais, sim nas de turismo, cultura e economia, como citamos anteriormente os guias o de favela e o de comunidades além desses dois foi citado em um guia gastronômico de favela com vários empreendimentos ligados no setor, no Tripadvisor um dos mais conceituados sites de turismo do mundo e o mais importante guia turístico do Brasil o Guia Quatro Rodas edição histórica 2014 da Editora Abril, esse guia é uma edição histórica pois o Complexo do Alemão é o primeiro conjunto de favelas da Zona Norte a entrar no guia. Ver Anexo V
  • 24. 24 CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando todas as informações podemos dizer que o turismo em favela realmente é uma segmentação, possui todas as características de um seguimento. Para ser um segmento é necessário que a localidade ou destino seja bom para o turista quanto para o morador, e temos a certeza que isso realmente acontece nas favelas que recebem turistas na Cidade do Rio de Janeiro. O segmento favela pode ser uma ramificação do turismo de experiência, porem sem perder o foco que é a interação com os moradores, deixando para traz a ideia que favela só mora bandido e não é isso que a realidade mostra, deixando também de explorar o famoso Jeep Tour com o seus famosos safares fotográficos. Em quanto ao turismo receptivo no Alemão, é um processo de médio e longo prazo, para que tudo possa funcionar perfeitamente, a comunidade e o turista em uma integração mais profunda, não só no Alemão mas em todas as favelas que pretendem desenvolver o turismo receptivo. Porem para desenvolver um turismo receptivo mais eficiente tem que pensar em sustentabilidade, preservação do patrimônio histórico da favela (memórias) documentar todos os depoimentos dos moradores mais antigos para que no futuro sirva com referências ou melhor seria mais interessante à criação de um museu ou um centro de referência de cada favela. E seria muito interessante uma criação de uma rede de comunicação entre as favelas que possuem turismo receptivo, uma interação maior uma com a outra deixa de lado as briguinhas, por exemplo. A minha é a melhor favela pois foi visitado por Michael Jackson ou a minha foi cenário de uma novela da Rede Globo. Mas a união entre elas fortaleceria mais o seguimento Favela.
  • 25. 25 REFERÊNCIAS Boitteux, Bayard do Coutto. “Introdução ao Estudo do Turismo”, por Bayard do Coutto Boiteux e Maurício Werner, 3-8. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009 Lima, Carlos Alberto de. “Força de Pacificação - Os 583 dias da pacificação dos Complexos da Penha e do Alemão”, 14. Rio de Janeiro: Agência A2 Comunicação, 2012 Panosso Netto, Alexandre. “Turismo de Experiência”, por Alexandre Panosso Netto e Cecília Gaeta (Organizadores),119-237. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2010 Panosso Netto, Alexandre. “Segmentação do Mercado Turístico: Estudos, produtos e perspectivas”, por Alexandre Panosso Netto e Marilia Gomes dos Reis Ansarah (Organizadores), 19. Barueri, SP: Manole, 2009 Ministério do Turismo. “Segmentação do turismo e o mercado”, 11. Brasília: Ministério do Turismo, 2010 Ministério do Turismo - http://www.turismo.gov.br SEBRAE – http://www.sebrae.com.br/setor/turismo Dia 01/11/2013 – 17:00 UPP – Unidade de Policia Pacificadora - www.upprj.com/index.php/faq Dia 26/11/2013 as 21:00 Revista de História - http://www.revistadehistoria.com.br/secao/perspectiva/favelacomo- atracao Revista Mundo Estranho - http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-foi- aprimeira- favela-do-brasil
  • 26. 26 ANEXOS ANEXO I Zona Sul Zona Norte Santa Marta, Babilônia e Chapéu Mangueira, Pavão - Pavãozinho e Cantagalo, Tabajaras e Cabritos, Escondidinho e Prazeres, Rocinha, Vidigal, Cerro-Corá. Borel, Formiga, Andaraí, Salgueiro, Turano, São João, Matriz e Quieto, Macacos, Mangueira, Nova Brasília, Fazendinha, Adeus e Baiana, Alemão, Chatuba, Fé e Sereno, Parque Proletário, Vila Cruzeiro, Jacarezinho, Maguinhos, Barreira do Vasco e Tuiuti, Caju, Arará e Mandela Centro Zona Oeste Providência, Coroa, Fallet e Fogueteiro, São Carlos Cidade de Deus, Batan Tabela das Unidades de Policia Pacificadora
  • 27. 27 Anexo II Reportagem do Jornal O Globo falando sobre o passeio de Jipe
  • 28. 28 Anexo III Nota da Assessoria de Imprensa do Governo do Estado do Rio de Janeiro, falando sobre os passeios no Complexo do Alemão.
  • 29. 29 Anexo IV Reportagem do Jornal Mercado & Eventos, falando sobre o passeio “Salve Jorge” no Complexo do Alemão.
  • 30. 30 ANEXO V Nota do Guia Quatro Rodas Brasil 2014, falando sobre os passeios no Complexo do Alemão.