O documento descreve as características clínicas e epidemiológicas da dengue, incluindo os sintomas, agente causador, vetores, ciclo de transmissão, classificação dos casos e abordagem diagnóstica e terapêutica. A dengue é uma doença infecciosa transmitida por mosquitos que causa surtos epidêmicos e é um importante problema de saúde pública nos trópicos.
2. • Doença febril aguda
Infecção Inaparente
Dengue Clássica
Febre hemorrágica da dengue (FHC)
Síndrome do choque da dengue
• Importante problema de saúde pública
3. • Agente etiológico:
Arbovírus RNA
• Reservatório:
Ser humano. Na África, também em macacos
• Vetores:
Aedes Aegypti. Ásia, também o Aedes
albopictus
6. • Permanente para mesmo sorotipo (homóloga)
• Imunidade cruzada, temporária (heteróloga)
• Resposta primária
• Resposta secundária
7. • Vírus – universal.
• Em relação à FHD:
Teoria de Rosen
o Cepa infectante
Teoria de Halstead
o Infecções sequenciais à diferentes sorotipos
Teoria integral de multicausalidade
o Aliam fatores de riscos às teorias supracitadas.
8. • Mialgia, prostração,
exantema, prurido,
hepatomegalia dolorosa.
• Manifestações clínicas X
idade
• FHD – 3º ou 4º dia,
agravamento.
• Petéquias, equimoses,
epistaxe, gengivorragia,
hemorragia.
• Aumento de
permeabilidade capilar,
choque.
• Prova do Laço, fragilidade
capilar.
9. • Classificado em 4 categorias:
Grau I
o Febre + sintomas inespecíficos + prova do laço
Grau II
o Hemorragias espontâneas
Grau III
o Colapso circulatório com pulso fraco e rápido
Grau IV
o Choque profundo, PA e PR imperceptíveis
10.
11. • DC:
Dengue, Rubéola, Sarampo, infecções virais,
bacterianas e exantemáticas;
• FHD:
Choque endotóxico por infecção bacteriana ou
meningococcemia, leptospirose, febre
amarela, malária, hepatite infecciosa,
influenza e outras febres hemorrágicas via
mosquitos ou carrapatos
12.
13. • Sorologia: é o método de escolha para a confirmação laboratorial na
rotina. Existem várias técnicas, sendo o Elisa de captura de IgM (MAC-
Elisa) o método de escolha, pois detecta infecções atuais ou recentes.
• Isolamento viral: é o método mais específico para a determinação do
vírus responsável pela infecção.
• Detecção de antígenos virais e/ou ácido nucleico viral: gradativamente
essas técnicas estão sendo incorporadas na rotina dos laboratórios e
muitas vezes selam o diagnóstico em situações em que não é possível
fazê-lo pelas técnicas habituais.
• Relação em cadeia da polimerase com transcrição reversa (RT-PCR):
permite a detecção de quantidades reduzidas de ácido nucléico viral
presente nos espécimes, pela amplificação do c-DNA obtido a partir do
RNA viral utilizando sondas (primers) tipo-específicos de vírus da dengue e
seus sorotipos.
14. • Imunofluorescência: a técnica de anticorpos fluorescentes baseia-
se na união imunológica de um anticorpo marcado com um
fluorocromo ao seu antígeno homólogo.
• Imunohistoquímica: permite a detecção de antígenos virais em
cortes de tecidos fixados em formalina e emblocados em parafina.
• Hibridização in situ: é possível detectar os genomas virais
específicos usando sondas radiativas (radioisótopos) ou não
radiativas (enzimas), inclusive em materiais conservados por muitos
anos.
• Diagnóstico histopatológico: realizado a partir de coleta de
material post-mortem.
17. • Grupo A: hematócrito, hemoglobina, plaquetas e leucograma:
gestantes; idosos (> 65 anos); hipertensão arterial, diabete melito,
DPOC, doenças hematológicas crônicas, doença renal crônica,
doença severa do sistema cardiovascular, doença ácido-péptica e
doenças auto-imunes.
• Grupo B: hematócrito, hemoglobina, plaquetas e leucograma-
todos os pacientes deste grupo.
• Grupos C e D:
Hematócrito, hemoglobina, plaquetas, leucograma e outros
conforme necessidade (gasometria, eletrólitos, transaminases,
albumina, raios X de tórax, ultrassonografia de abdome);
Uréia, creatinina, glicose, eletrólitos, provas de função hepática,
líquor, urina etc – orientados pela história e evolução clínica.
20. Padrão sazonal de incidência (verão);
Comum em núcleos urbanos.
População susceptível
+
Vetor
+
Vírus
Altamente
vulnerável a
DENGUE
20
21. América
-Registro há mais de 200 anos;
-a partir de 1980, notificação de epidemias em vários
países. FHD – sorotipo2.
Brasil
-Referência de epidemias desde séc. XIX.
-1916(SP) e 1923(RJ) – s/ diagnóstico laboratorial;
-1981-1982(RR) – diagnóstico clínico laboratorial(sorotipo 1 e 4).
21
22. Epidemias – introdução de novos sorotipos ou alteração de sorotipo
predominante.
DENV1(1986), DENV2(1990), DENV3(2000) no RJ
Dispersão do Aedes Aegypti no território nacional.
22
24. Caso suspeito de dengue clássica
Febre aguda (7dias) + 2 sintomas (cefaleia, dor retroorbital,
mialgia, artralgia, prostração, exantema)+ últimos 15 dias em
local de transmissão de dengue.
Caso confirmado de dengue clássica
LABORATORIAL. Em epidemia ( clínico epidemiológico)
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25. Caso suspeito de FHD
Caso suspeito de dengue clássica+ manifestações
hemorrágicas (prova do laço, hematêmese, melena e outros).
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26. Caso suspeito de FHD
Febre ou história de febre (7 dias);
Trombocitopenia ( ≤ 100.000 mm3 );
Manifestações hemorrágicas (prova do laço, petéquias, equimoses ou
púrpura);
Extravasamento de plasma: Ht maior que 20% do valor basal ou superior 45%
(crianças), 48% (mulheres) e 54% (homens); queda de Ht 20 % (após
tratamento); derrame pericárdio, ascite e hipoproteinismo;
Confirmação laboratorial (sorologia ou isolamento).
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27. Caso de dengue com complicação
Quando não tem todos os critérios para fechar o diagnóstico
como FHD.
Alteração clínica laboratorial: neurológica;
cardiorrespiratório; insuficiência hepática; hemorragia
digestiva (volumosa); derrame pleural, pericárdio e ascite
plaquetopenia (inf. 20.000 mm3), leucometria igual ou inf. a 1
ml/mm3;
Caso suspeito de dengue que evolui para óbito.
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28. Caso descartado
-diagnóstico laboratorial negativo(2 resultados);
-investigações clinico laboratorial apontar para outras
patologias.
Notificação
-caso suspeito ou confirmado
-Acompanhar curva epidêmica
28
29. Organização da rede de assistência
At. Básica – p/ pacientes sem sinais de alarme e
sangramento; obs. 24 h dos pacientes com manifestações
hemorrágicas.
Qualidade da assistência
-Adequar rede para atendimento;
-Dispor de exames laboratoriais específicos e com agilidade
na entrega dos resultados
29
30. Proteção individual(busca de criadouros no domicílio
e peridomicílio);
Confirmação diagnóstica;
Proteção da população (bloqueio; educação em
saúde).
30
31. A depender da situação entomológica e
de circulação prévia do vírus da dengue
em cada área, fazem-se necessárias
condutas de vigilância e controle
diferenciadas, que exigem roteiros e
condutas de investigação específicos.
32. • O objetivo é impedir a introdução do Aedes;
1. Detecção precoce dos focos;
2. Debelação em tempo hábil;
3. Vigilância de casos suspeitos;
4. Notificação os casos;
5. Confirmação por exame laboratorial;
6. Investigar o caso para detectar o local de
infecção;
7. Preencher a ficha de investigação de dengue,
enviá-la ao nível hierárquico superior e
encerrar o caso.
33.
34. • O objetivo é monitorar os índices de infestação
predial, conhecer a distribuição geográfica do vetor
e seus índices de infestação;
• Identificar as áreas de maior risco;
• Detectar os casos e o local provável de infecção;
• Implementar a vigilância das febres agudas
exantemáticas e a vigilância sorológica;
• Suspeita de dengue:
• Notificação e investigação imediata de todos
os casos suspeitos.
35.
36. O objetivo é:
• Detectar precocemente a circulação viral, nos
períodos não-epidêmicos;
• Diminuir o número de casos e o tempo de duração
da epidemia nos períodos epidêmicos.
Períodos não-epidêmicos
1. Notificar;
2. Investigar os casos suspeitos;
3. Coletar material para sorologia de todos os
pacientes suspeitos;
4. Concluir os casos.
37.
38. Notificação de casos:
• A maioria dos diagnósticos será feita pelo critério
clínicoepidemiológico;
• Realização da sorologia em apenas uma amostra
dos pacientes com dengue clássico;
• Coleta de um a cada dez pacientes com suspeita
de dengue.
• A coleta é obrigatória para 100% dos casos
suspeitos de FHD e dengue grave.
39. Realização de monitoramento viral, e investigar
imediatamente os óbitos notificados;
Adotar as seguintes medidas:
•Organizar a atenção médica pela rede básica de
saúde;
•Capacitar os profissionais de saúde;
•Disponibilizar o protocolo de atendimento
padronizado para toda a rede;
•Divulgar as unidades de referência para casos
graves;
40. • Intensificar o combate ao Aedes;
• Incrementar as atividades de educação em saúde
e mobilização social;
• Reorganizar o fluxo de informação;
• Analisar a distribuição espacial dos casos para
orientar as medidas de controle;
• Acompanhar os indicadores epidemiológicos.
41.
42. Período não-epidêmico:
.Preencher todos os campos dos itens da ficha de
investigação epidemiológica do Sinan (Sistema de
Informação de Agravos de Notificação), relativos aos
dados gerais, notificação individual e dados de
residência, exames laboratoriais e conclusão do caso
Período epidêmico:
.Pode adotar apenas a notificação
43. .Sempre preencher a ficha de investigação,com especial
atenção para os campos referentes aos exames
laboratoriais e conclusão do caso
.Consultar o prontuário dos casos e o médico assistente
para completar as informações sobre exames
laboratoriais inespecíficos realizados (principalmente
plaquetas e hematócrito)
.Verificar e anotar se foi realizada a prova do laço e qual
foi o resultado
44. .De casos suspeitos de FHD nas unidades de
saúde, não devendo se aguardar apenas a
notificação passiva
.Em grandes centros urbanos também alertar
serviços de emergências para a possibilidade de
FHD e solicitar a notificação imediata dos casos
suspeitos ao serviço de vigilância
45. .Reduzir os criadouros do mosquito
.Uso de larvicidas
- Determinação e/ou acompanhamento dos
níveis de infestação vetorial
- Intensificação do combate ao vetor
46. . Organizar discussões conjuntas com as equipes de controle de
vetores e de vigilância
. Alertar os níveis hierárquicos superiores quando houver risco de
epidemias
. Acompanhar a incidência de casos por área urbana
. Implantar vigilância ativa de casos e do vírus em função da ocorrência
de inúmeras infecções oligossintomáticas e dos problemas de
subnotificação e sub-registro de casos
. Investigar qual o local provável de infecção, verificando a
possibilidade de ser caso autóctone (natural da região)
47. . Considera-se os dados referentes à distribuição,
densidade do vetor e ocorrência de casos para o
uso dos recursos de controle disponíveis
. Nos relatórios, empregar linguagem clara e
acessível, visando a sua divulgação para a
população, imprensa e dirigentes dos órgãos de
saúde
. Notificação + resultados laboratoriais +
investigação epidemiológica = diagnóstico final
48. .Manejo ambiental, combatendo os criadouros
do Aedes
.Melhoria de saneamento básico
.Participação comunitária
.Controle químico principalmente nas
epidemias
49. .Informação sobre modo de transmissão,
quadro clínico e tratamento
.Conhecimentos sobre o vetor (seus hábitos,
criadouros domiciliares e naturais)
.Promoção de ações preventivas e de controle
.Busca de ações de parceria com os gestores
dos três níveis