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Seminário
                    25 Fevereiro
                           2012




Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Conceito
A palavra     autismo provém de termos
gregos: “autos” que significa    “o próprio”,
acrescido do sufixo “ismo” que remete para
uma ideia de orientação ou estado de alguém
que apresenta tendência para o alheamento da
realidade exterior, a par de uma atitude de
permanente concentração em si próprio”
(Pereira, 2005: 9).


                        Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
“Desde 1938, têm chegado
à nossa atenção um número de crianças
cuja condição difere tão marcada e unicamente de
qualquer coisa referida até hoje, que cada caso
merece – e eu espero que eventualmente receba –
uma      consideração    detalhada     das      suas
particularidades” … “Estas características formam
uma “síndrome” única e rara, apesar de,
provavelmente, ser mais frequente do que é visível
na escassez dos casos observados” (Kanner, L. , 1943:
217-250) – Revista Nervous Child, In Pereira e Serra (2005).

                                     Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado

    Um profundo afastamento autista

    Um desejo autista pela conservação da
    semelhança

    Uma boa capacidade de memorização mecânica

    Expressão inteligente e ausente

    Mutismo ou linguagem sem intenção
    comunicativa efectiva

    Hipersensibilidade aos estímulos

    Relação estranha e obsessiva com objectos
http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/autismo.php


                              Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
A partir de estudos posteriores, acrescentou :

    Ecolália, "fala de papagaio“

    Linguagem extremamente literal

    Uso estranho da negativa

    Inversão pronominal

    Outras perturbações da linguagem
     http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/
     autismo.php

                              Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Autismo infantil
     precoce


   Perturbação
     autística


  Perturbação do
Espetro do Autismo
                                           PEA


     Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
A partir dos anos 60, a investigação
científica, baseada sobretudo em estudos de
casos de gémeos e nas doenças genéticas a
que pode estar associado o autismo (x-
frágil, esclerose tuberosa, fenilcetonúria,
neurofibromatose, diversas anomalias
cromossómicas) mostrou a existência de um
factor genético multifatorial e de diversas
causas orgânicas relacionadas com a sua
origem.
         Estas causas são diversas e reflectem a diversidade
                                  das pessoas com autismo

                                 Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Parece haver genes candidatos, ou seja uma
predisposição para o autismo o que explica a
incidência de casos de autismo nos filhos de
um mesmo casal.

É possível existirem factores hereditários com
uma contribuição genética complexa e
multidimensional.



                         Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
O quadro etiológico não se
encontra determinado, mas
são apontadas causas
multifatoriais

                  Genéticas


              Imunulógicas


                        Ambientais

                             Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Desde os anos 70 o Autismo deixou de
ser enquadrado enquanto “psicose”
infantil (Rutter, 1972), passando a ser
descrito no âmbito das perturbações
contínuas e gerais descritas na
literatura como “perturbações globais
(pervasivas)     do    desenvolvimento”
(Pereira e Serra, 2005: 15)




                          Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
PERTURBAÇÃO GLOBAL (PERVASIVA)
DO DESENVOLVIMENTO

                 Pervasivo - "aquilo que se infiltra num
                 sistema, que penetra/invade e persiste
                 de forma indesejada; que acomete um
                           sistema ou grupo“

                          «ubíquo, universal»

                           (Dicionário Online)




                            Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Alguns factores pré natais (ex. rubéola materna,
hipertiroidismo) e peri natais (ex. prematuridade,
baixo peso ao nascer, infecções graves
neonatais, traumatismo de parto) podem ter
grande     influência   no    aparecimento     das
perturbações do espectro do autismo.

Há uma grande incidência de epilepsia na
população autista (26% - 47%) enquanto na
população em geral a incidência é de cerca de
0,5%.
                           Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/autismo.php


   “Não há ligação causal entre atitudes e
   acções dos pais e o aparecimento das
   perturbações do espectro autista”.
   “As pessoas com autismo podem
   nascer em qualquer país ou cultura e
   o autismo é independente da raça, da
   classe   social  ou    da   educação
   parental”.

                               Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
“De acordo com estudos feitos por
pesquisadores da Dinamarca em
conjunto com a Universidade de
Cambridge, as crianças geradas por
pais acima de 35 anos tem maiores
chances de serem autistas”.
As informações são do Daily Mail.

                   Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Outras revelações do estudo feito em
parceria  com    a   Universidade   de
Cambridge mostram que o risco de
autismo é maior quando a mãe é mais
velha (65%) em comparação a um pai
velho (44%) e também sugerem que
outros   motivos,   como     infecções,
medicação ou tratamento de fertilidade
também devem ser considerados.

                     Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
A instituição NHS Information Centre -
mostrou que enquanto um em cada
50 homens carregam informações
genéticas que podem causar o
problema, uma em cada 300 mulheres
apresentam a mesma condição.


                    Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
No entanto, representantes da
National Autistic Society, falaram
que "sabemos pouco das causas
biológicas que dão origem ao
autismo para afirmar que a idade
dos pais é um fator determinante
para desenvolver o problema".
                  Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Disfunções sociais


   Perturbações na
 comunicação e no
  jogo imaginativo

    Interesses e
actividades restritas
    e repetitivas




     Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Limitações
                 nas relações
                    sociais




 Variedade
     de
interesses e          Comunicação
comportamentos          verbal e
                       não verbal




                      Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
As manifestações têm que estar presentes
desde o nascimento        até aos três anos
(aproximadamente) persistindo e evoluindo de
formas diferentes, ao longo da vida (Pereira e
Serra, 2005).




               Dias      36meses                          …


                         Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Contudo, há relatos de casos em que
os    familiares    apontam     um
desenvolvimento     “normal”    nos
primeiros meses de vida.


                Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Para diagnosticar o autismo é necessário
diferenciá-lo de outras perturbações (globais)
do desenvolvimento:
 5 Diagnósticos possíveis:

   Perturbação autística
   Perturbação de Asperger
   Perturbação de Rett
   Perturbação desintegrativa da 2ª infância
   Perturbação global do desenvolvimento sem
    outra especificação
                        Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/autismo.php


             PREVALÊNCIA

   Há mais rapazes do que raparigas com
   autismo. A sua proporção é de 4 a 5 para 1.




                               Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Critérios de diagnóstico
      do DSM-IV-TR
para Perturbação Autística



              Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
DÉFICES DA INTERAÇÃO SOCIAL
         RECÍPROCA




               Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
1 a) Dificuldade em usar comportamentos não
 verbais para regular a interação social
Exemplos:
      Dificuldades em olhar os outros nos olhos
      Reduzido uso de gestos enquanto fala
      Expressões faciais reduzidas ou invulgares
      Dificuldade em saber quão próximo dos
        outros se deve manter
      Entoação ou qualidade da voz invulgares


                            Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
1 b) Incapacidade para desenvolver relações com
 os companheiros adequadas à idade
Exemplos:
       Poucos ou nenhuns amigos
       Relações apenas com pessoas muito mais
         velhas ou mais jovens do que a criança ou
         com membros da família
       Relacionamentos baseados primariamente
         em interesses especiais
       Dificuldade em interagir em grupos e em
         respeitar regras de jogos em equipa

                            Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
1 c) Reduzida tendência para partilhar prazeres,
 objetivos ou interesses com os outros
Exemplos:
       Aprecia as suas actividades favoritas,
        programas televisivos e brinquedos
        sozinho, sem tentar envolver outras
        pessoas
       Não tenta chamar a atenção dos outros para
        as atividades, interesses, objetivos
       Reduzido interesse ou reação a
        manifestações de agrado
                       Helena Sousa - Hermínia Martins -
                                      Fernando Machado
1 d) Ausência de reciprocidade social ou
 emocional
Exemplos:
      Não responde aos outros; “parece surdo”
      Não se mostra consciente dos outros;
       “ausenta-se” da sua existência
      Não se apercebe de quando os outros
       estão tristes ou perturbados; não
       oferece consolo

                         Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
DÉFICES DE COMUNICAÇÃO




            Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
2 a) Atraso ou ausência total do
 desenvolvimento da linguagem
Exemplos:
      Não usa palavras para comunicar aos 2
        anos de idade
      Não profere frases simples (ex: “mais
        leite”) aos 3 anos
      Depois do discurso se desenvolver, a
        gramática é imatura ou dá erros
        repetidos
                         Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
2 b) Dificuldade para manter uma conversação
Exemplos:
      Dificuldade em saber quando iniciar,
        continuar e/ou terminar uma conversação
      Reduzida variação; pode falar sem parar
        num monólogo
      Incapacidade para responder às observações
        dos outros; responde apenas a perguntas
        diretas
      Dificuldade em conversar sobre assuntos
        que não sejam de especial interesse

                       Helena Sousa - Hermínia Martins -
                                      Fernando Machado
2 c) Linguagem invulgar ou repetitiva
Exemplos:
       Repete aquilo que os outros lhe dizem
         (ecolália)
       Repete palavras a partir de vídeos, livros ou
         anúncios publicitários em alturas
         inapropriadas ou fora do contexto
       Usa palavras ou frases criadas por si ou que
         têm significado apenas para si
       Estilo de discurso claramente formal,
         eloquente ou pedante (parece “um
         pequeno professor”)

                             Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
2 d) Brincadeiras que não são adequadas ao nível
 de desenvolvimento
Exemplos:
      Reduzidos jogos imitativos com brinquedos
      Raramente finge que um objeto é outra
         coisa (ex: uma banana é um telefone)
      Prefere usar os brinquedos de forma
         concreta (ex: alinhar ou empilhar peças,
         lápis, canetas… dispor mobílias de
         bonecas …) em vez de brincar com elas
      Reduzido interesse por jogos sociais (ex:
         apanhada…)
                       Helena Sousa - Hermínia Martins -
                                      Fernando Machado
COMPORTAMENTOS,
INTERESSES OU ATIVIDADES
 RESTRITOS E REPETITIVOS


           Helena Sousa - Hermínia Martins -
                          Fernando Machado
 3 a) interesses cujo objectivo é limitado, claramente
  intenso e/ou invulgar
Exemplos:
        Preocupação muito forte por determinados
          assuntos com exclusão de outros
        Dificuldade em abandonar determinados
          assuntos ou actividades
        Interferência com outras atividades (ex: atrasa-
          se para refeições ou higiene pessoal devido à
          preocupação com as atividades)
        Interesse por assuntos invulgares (sistemas
          antifogo, classificação de filmes, astrofísica,
          códigos de emissores radiofónicos…)
        Excelente memória para pormenores e
          interesses especiais
                                Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
 3 b) Insistência intransigente em estereótipos em
  seguir rotinas habituais
Exemplos:
        Quer realizar certas atividades de forma exata
          (ex: fechar as portas dos automóveis
          segundo uma ordem determinada)
        Facilmente perturbado por alterações mínimas
          da rotina (ex: percorrer um caminho diferente
          da escola para casa)
        Necessidade de ser avisado antecipadamente de
          quaisquer alterações
        Fica altamente ansioso e preocupado se as
          rotinas ou rituais não forem respeitados

                               Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
3 c) Maneirismos motores repetitivos
Exemplos:
      Abana as mãos quando está excitado ou
       preocupado
      Estala os dedos em frente aos olhos
      Posturas bizarras com as mãos ou outros
       movimentos com elas
      Roda e balança o corpo durante longos
       períodos
      Caminha e/ou corre nas pontas dos pés
                         Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
3 d) Preocupação com partes de objetos
Exemplos:
       Usa os objetos de formas não pretendidas
         (ex: faz mover os olhos das bonecas, abre
         e fecha repetidamente as portas de um
         automóvel de brincar…)
       Interesse pelas qualidades sensoriais dos
         objetos (ex: cheirar objetos ou olhar para
         eles de muito perto…)
       Gosta de objetos que se movem (ex: rodas
         que giram…) e de ver água a correr…
       Ligação a objetos invulgares (ex: cordéis,
         electrodomésticos…)

                             Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Psiquiatra e médica inglesa,
nascida a 7 de outubro de 1928, como
resultado de ter uma filha autista, procedeu a
investigações sobre os transtornos do
comportamento, particularmente sobre os
relacionados com o espetro do autismo.

Em 1962 iniciou, com outros pais, a NAS
(National Autistic Society)

                           Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Identificou a tríade de Wing
(dimensões alteradas no contínuo autista):
transtorno da reciprocidade social, transtorno
da comunicação verbal e não verbal e ausência
de capacidade simbólica e conduta
imaginativa.

Posteriormente acrescentou os padrões
repetitivos de actividade e interesses.


                          Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
É autora de muitos livros e documentação
académica, incluindo Asperger's Syndrome: a
Clinical Account, um texto de referência de
1981, que popularizou as investigações de
Hans Asperger e introduziu o termo Síndrome
de Asperger.

É   autora   do   Autism   Spectrum                   Screening
Questionnaire (ASSQ), um questionário para o
diagnóstico de transtornos do espetro autista
em crianças dos 7 aos 16 anos.

                           Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Define o autismo
como “psicopatia autística”.

Descreve que as crianças observadas
“têm em comum uma perturbação básica que se
manifesta de uma maneira muito característica em
todos     os     fenómenos       expressivos   e
comportamentais.
Esta perturbação resulta em consideráveis
dificuldades, típicas de integração social. Em
muitos casos, esta dificuldade é compensada por
uma originalidade particular do pensamento e da
experiência, que pode resultar em desempenhos
posteriores excecionais na vida futura”.
                          (Asperger, 1944, citado por Frith, 1989: 9).
                                          Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
“Desde 1938, têm chegado à nossa atenção um
número de crianças cuja condição difere tão
marcada e unicamente de qualquer coisa
referida até hoje, que cada caso merece – e eu
espero que eventualmente receba – uma
consideração       detalhada      das     suas
particularidades” … “Estas características
formam uma “síndrome” única e rara, apesar
de, provavelmente, ser mais frequente do que é
visível na escassez dos casos observados”

 (Kanner, L. , 1943: 217-250) – Revista Nervous Child. In
                                  Pereira e Serra (2005).
                               Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
“As pessoas com S. A. manifestam problemas
na interacção social, na comunicação e falta
de flexibilidade de pensamento, podendo
assim ter uma imaginação pobre, interesses
muito intensos ou limitados e muito apego às
rotinas”.
E fraco sentido de humor.

“Para se poder fazer um diagnóstico, é
necessário encontrar diferentes tipos e graus
de incapacidade em cada uma destas três
áreas”.


                                Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
“Ao contrário das pessoas com autismo, as que
padecem da S. A. têm menos problemas com o
desenvolvimento da linguagem e são menos propensas
a ter dificuldades adicionais de aprendizagem”.

“A base psicológica do Autismo
e da Síndrome de Asperger,
não é muito clara”.
adequado




                                 Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Varia de indivíduo para
indivíduo

A comunicação recetiva
parece    ser   (muito)
superior à expressiva

A memória geralmente
é (muito) boa mas a
articulação entre os
conhecimentos      é
(muito) fraca

                          Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
As crianças com Síndrome de Asperger têm
uma inteligência normal, mas escassa interação
social e expressão emocional.

É-lhes difícil interpretar as expressões faciais e
estabelecer relações com os seus companheiros
(apropriadas para a idade).



                            Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Não seguem os padrões de desenvolvimento da
fala e a entoação ao falar é monocórdica.
Manifestam obsessão por temas pouco usuais e
têm condutas repetitivas.

Têm dificuldade em corresponder                                          às
exigências sociais, escolares e de trabalho.



                            Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
A S. A. afeta aproximadamente 2 em cada 10 000
pessoas.
É menos prevalente que o autismo, pois este afeta
mais ou menos 10 em cada 10 000 pessoas.

Devido à sua inteligência, relativamente normal,
e à sua linguagem, aparentemente adequada para
a idade, costumam identificar-se mais tarde do que
os afectados por autismo.

http://www.aboutourkids.org/files/articles/spanish
_parent_letter_jan_05.pdf
                            Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
DSM-5 (Publicação prevista
   para Maio de 2013)
    © 2012 American Psychiatric Association



  Prevê-se que apresente mais
restrições de diagnóstico das PEA
       Público.pt - 20 Jan 2012



                           Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
“O autismo (…) passou de uma doença quase
desconhecida a um “surto” de diagnósticos.
Motivo que está a levar a Associação Americana
de Psiquiatria a reformular a definição de
autismo e de outras patologias do mesmo
espectro.
A mudança deverá traduzir-se numa redução
do número de diagnósticos – o que segundo os
especialistas pode ser um passo positivo (…)”

                         Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Podem estar afetadas respostas adaptativas:

   Somatomotoras (motricidade grossa/fina)
   Controlo motor
   Organização do comportamento
   Autoregulação
   Motivação intrínseca
   Desenvolvimento cognitivo
   Interação social
   Desenvolvimento emocional (flexibilidade,
    estabilidade)

                           Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Verificam-se, em grau ligeiro a grave,
dificuldades na integração das sensações
provindas do próprio corpo e do ambiente
envolvente.

Essas dificuldades afectam, em menor ou
maior grau, a sua capacidade de efetivar,
espontaneamente, respostas adaptativas
aos diversos contextos e momentos.




                      Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
As dispraxias são comuns nas pessoas
com autismo
Dificultam:

   A ideação (ideia do que fazer com materiais,
    actividades e lugares novos)
   A imitação
   A iniciação
   A integração e uso do tempo - sequenciação
   O planeamento motor das ações
   A execução das tarefas

                             Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Estratégias úteis:

   Analisar jogos
   Imitar gestos e posturas
   Realizar jogos de sequenciação
   Copiar desenhos
   Desenhar a figura humana
   Realizar jogos de construção
   Trabalhar a representação de objectos e
    atribuir-lhes as respectivas funções
   Trabalhar a criatividade a partir de
    objectos concretos

                         Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Os aspectos mais afectados pelas dispraxias
revelam que:

A inibição motora se encontra aparentemente
intacta (Ozonoff e Strayer, 1997).

Podem existir problemas com a sequenciação ou
antecipação de como se mover (Hughes, 1998;
Rinehart et al., 2001).

Os problemas de imitação podem revelar-se na
imitação de esquemas corporais, mais do que na
imitação da utilização de objectos.


                           Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
Os problemas nas praxias orais podem
prevalecer (Adams, 1998; Page e Boucher,
1998; Rogers et al., 2003).

O desenvolvimento de competências de
imitação       é    essencial  para  a
intersubjectividade, a comunicação e a
interação social.




                      Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
As dispraxias dificultam:

   Brincar/jogar com os pares.
   Seguir instruções/direções.
   Ficar à espera (da ação/acontecimento
    seguinte).
   Manter-se sentado.
   Preparar-se para dormir.
   Controlar os esfíncteres (durante o sono).




                            Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
As dispraxias também dificultam:

   Realizar o planeamento motor em função
    de pistas auditivas (comando verbal) que
    implicam uma sequência de ações.
   Antecipar eventos futuros e situá-los no
    tempo.
   Imitar.
   Compreender a natureza de um jogo de
    modo a fazer ajustes apropriados às
    mudanças (ex. gincana).

                          Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
   http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/autismo.php
   Capucha, L. (Dir.). (2008b). Unidades de ensino estruturado
    para alunos com perturbações do espectro do autismo.
    Lisboa: Ministério da Educação – DGIDC.
   Delaney, T. (2010). 101 Games and activities for children with
    autism, Asperger´s, and sensory processing disorder. New
    York: McGraw-Hill.
   Lobo, M. C., Correia, M. C. & São Miguel, T. (2007).
    Perturbações do Espectro do Autismo e Modelo de Ensino
    Estruturado. Lisboa: Ministério da Educação.
   Ozonoff, S., Rogers, S. J. & Hendren, R. L. (2003).
    Perturbações do espectro do autismo – Perspectivas da
    investigação actual. Lisboa. Climepsi Editores.


                                       Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
   Pedrosa, S. (2006). As quatro componentes principais do
    ensino estruturado. O autismo na escola para todos -
    Estratégias para a inclusão na escola. Folha Informativa
    Periódica, Outubro de 2004. Federação Portuguesa de
    Autismo.
   Pereira, M. C. & Serra, H. (2005). Autismo – A família e a
    escola face ao autismo. Autismo – Uma perturbação pervasiva
    do desenvolvimento. Vila Nova de Gaia: Gailivro.
   http://1.bp.blogspot.com/_IAKlGJLq6s0/TMeKpidANfI/AAAA
    AAAAAD8/dYotjaVvZLc/s1600/interroga%C3%A7%C3%A3o.jp
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Seminário sobre Autismo

  • 1. Seminário 25 Fevereiro 2012 Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 2. Conceito A palavra autismo provém de termos gregos: “autos” que significa “o próprio”, acrescido do sufixo “ismo” que remete para uma ideia de orientação ou estado de alguém que apresenta tendência para o alheamento da realidade exterior, a par de uma atitude de permanente concentração em si próprio” (Pereira, 2005: 9). Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 3. “Desde 1938, têm chegado à nossa atenção um número de crianças cuja condição difere tão marcada e unicamente de qualquer coisa referida até hoje, que cada caso merece – e eu espero que eventualmente receba – uma consideração detalhada das suas particularidades” … “Estas características formam uma “síndrome” única e rara, apesar de, provavelmente, ser mais frequente do que é visível na escassez dos casos observados” (Kanner, L. , 1943: 217-250) – Revista Nervous Child, In Pereira e Serra (2005). Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 4. Um profundo afastamento autista  Um desejo autista pela conservação da semelhança  Uma boa capacidade de memorização mecânica  Expressão inteligente e ausente  Mutismo ou linguagem sem intenção comunicativa efectiva  Hipersensibilidade aos estímulos  Relação estranha e obsessiva com objectos http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/autismo.php Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 5. A partir de estudos posteriores, acrescentou :  Ecolália, "fala de papagaio“  Linguagem extremamente literal  Uso estranho da negativa  Inversão pronominal  Outras perturbações da linguagem http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/ autismo.php Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 6. Autismo infantil precoce Perturbação autística Perturbação do Espetro do Autismo PEA Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 7. A partir dos anos 60, a investigação científica, baseada sobretudo em estudos de casos de gémeos e nas doenças genéticas a que pode estar associado o autismo (x- frágil, esclerose tuberosa, fenilcetonúria, neurofibromatose, diversas anomalias cromossómicas) mostrou a existência de um factor genético multifatorial e de diversas causas orgânicas relacionadas com a sua origem. Estas causas são diversas e reflectem a diversidade das pessoas com autismo Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 8. Parece haver genes candidatos, ou seja uma predisposição para o autismo o que explica a incidência de casos de autismo nos filhos de um mesmo casal. É possível existirem factores hereditários com uma contribuição genética complexa e multidimensional. Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 9. O quadro etiológico não se encontra determinado, mas são apontadas causas multifatoriais Genéticas Imunulógicas Ambientais Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 10. Desde os anos 70 o Autismo deixou de ser enquadrado enquanto “psicose” infantil (Rutter, 1972), passando a ser descrito no âmbito das perturbações contínuas e gerais descritas na literatura como “perturbações globais (pervasivas) do desenvolvimento” (Pereira e Serra, 2005: 15) Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 11. PERTURBAÇÃO GLOBAL (PERVASIVA) DO DESENVOLVIMENTO Pervasivo - "aquilo que se infiltra num sistema, que penetra/invade e persiste de forma indesejada; que acomete um sistema ou grupo“ «ubíquo, universal» (Dicionário Online) Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 12. Alguns factores pré natais (ex. rubéola materna, hipertiroidismo) e peri natais (ex. prematuridade, baixo peso ao nascer, infecções graves neonatais, traumatismo de parto) podem ter grande influência no aparecimento das perturbações do espectro do autismo. Há uma grande incidência de epilepsia na população autista (26% - 47%) enquanto na população em geral a incidência é de cerca de 0,5%. Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 13. http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/autismo.php “Não há ligação causal entre atitudes e acções dos pais e o aparecimento das perturbações do espectro autista”. “As pessoas com autismo podem nascer em qualquer país ou cultura e o autismo é independente da raça, da classe social ou da educação parental”. Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 14. “De acordo com estudos feitos por pesquisadores da Dinamarca em conjunto com a Universidade de Cambridge, as crianças geradas por pais acima de 35 anos tem maiores chances de serem autistas”. As informações são do Daily Mail. Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 15. Outras revelações do estudo feito em parceria com a Universidade de Cambridge mostram que o risco de autismo é maior quando a mãe é mais velha (65%) em comparação a um pai velho (44%) e também sugerem que outros motivos, como infecções, medicação ou tratamento de fertilidade também devem ser considerados. Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 16. A instituição NHS Information Centre - mostrou que enquanto um em cada 50 homens carregam informações genéticas que podem causar o problema, uma em cada 300 mulheres apresentam a mesma condição. Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 17. No entanto, representantes da National Autistic Society, falaram que "sabemos pouco das causas biológicas que dão origem ao autismo para afirmar que a idade dos pais é um fator determinante para desenvolver o problema". Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 18. Disfunções sociais Perturbações na comunicação e no jogo imaginativo Interesses e actividades restritas e repetitivas Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 19. Limitações nas relações sociais Variedade de interesses e Comunicação comportamentos verbal e não verbal Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 20. As manifestações têm que estar presentes desde o nascimento até aos três anos (aproximadamente) persistindo e evoluindo de formas diferentes, ao longo da vida (Pereira e Serra, 2005). Dias 36meses … Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 21. Contudo, há relatos de casos em que os familiares apontam um desenvolvimento “normal” nos primeiros meses de vida. Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 22. Para diagnosticar o autismo é necessário diferenciá-lo de outras perturbações (globais) do desenvolvimento: 5 Diagnósticos possíveis:  Perturbação autística  Perturbação de Asperger  Perturbação de Rett  Perturbação desintegrativa da 2ª infância  Perturbação global do desenvolvimento sem outra especificação Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 23. http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/autismo.php PREVALÊNCIA Há mais rapazes do que raparigas com autismo. A sua proporção é de 4 a 5 para 1. Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 24. Critérios de diagnóstico do DSM-IV-TR para Perturbação Autística Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 25. DÉFICES DA INTERAÇÃO SOCIAL RECÍPROCA Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 26. 1 a) Dificuldade em usar comportamentos não verbais para regular a interação social Exemplos: Dificuldades em olhar os outros nos olhos Reduzido uso de gestos enquanto fala Expressões faciais reduzidas ou invulgares Dificuldade em saber quão próximo dos outros se deve manter Entoação ou qualidade da voz invulgares Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 27. 1 b) Incapacidade para desenvolver relações com os companheiros adequadas à idade Exemplos: Poucos ou nenhuns amigos Relações apenas com pessoas muito mais velhas ou mais jovens do que a criança ou com membros da família Relacionamentos baseados primariamente em interesses especiais Dificuldade em interagir em grupos e em respeitar regras de jogos em equipa Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 28. 1 c) Reduzida tendência para partilhar prazeres, objetivos ou interesses com os outros Exemplos: Aprecia as suas actividades favoritas, programas televisivos e brinquedos sozinho, sem tentar envolver outras pessoas Não tenta chamar a atenção dos outros para as atividades, interesses, objetivos Reduzido interesse ou reação a manifestações de agrado Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 29. 1 d) Ausência de reciprocidade social ou emocional Exemplos: Não responde aos outros; “parece surdo” Não se mostra consciente dos outros; “ausenta-se” da sua existência Não se apercebe de quando os outros estão tristes ou perturbados; não oferece consolo Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 30. DÉFICES DE COMUNICAÇÃO Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 31. 2 a) Atraso ou ausência total do desenvolvimento da linguagem Exemplos: Não usa palavras para comunicar aos 2 anos de idade Não profere frases simples (ex: “mais leite”) aos 3 anos Depois do discurso se desenvolver, a gramática é imatura ou dá erros repetidos Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 32. 2 b) Dificuldade para manter uma conversação Exemplos: Dificuldade em saber quando iniciar, continuar e/ou terminar uma conversação Reduzida variação; pode falar sem parar num monólogo Incapacidade para responder às observações dos outros; responde apenas a perguntas diretas Dificuldade em conversar sobre assuntos que não sejam de especial interesse Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 33. 2 c) Linguagem invulgar ou repetitiva Exemplos: Repete aquilo que os outros lhe dizem (ecolália) Repete palavras a partir de vídeos, livros ou anúncios publicitários em alturas inapropriadas ou fora do contexto Usa palavras ou frases criadas por si ou que têm significado apenas para si Estilo de discurso claramente formal, eloquente ou pedante (parece “um pequeno professor”) Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 34. 2 d) Brincadeiras que não são adequadas ao nível de desenvolvimento Exemplos: Reduzidos jogos imitativos com brinquedos Raramente finge que um objeto é outra coisa (ex: uma banana é um telefone) Prefere usar os brinquedos de forma concreta (ex: alinhar ou empilhar peças, lápis, canetas… dispor mobílias de bonecas …) em vez de brincar com elas Reduzido interesse por jogos sociais (ex: apanhada…) Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 35. COMPORTAMENTOS, INTERESSES OU ATIVIDADES RESTRITOS E REPETITIVOS Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 36.  3 a) interesses cujo objectivo é limitado, claramente intenso e/ou invulgar Exemplos: Preocupação muito forte por determinados assuntos com exclusão de outros Dificuldade em abandonar determinados assuntos ou actividades Interferência com outras atividades (ex: atrasa- se para refeições ou higiene pessoal devido à preocupação com as atividades) Interesse por assuntos invulgares (sistemas antifogo, classificação de filmes, astrofísica, códigos de emissores radiofónicos…) Excelente memória para pormenores e interesses especiais Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 37.  3 b) Insistência intransigente em estereótipos em seguir rotinas habituais Exemplos: Quer realizar certas atividades de forma exata (ex: fechar as portas dos automóveis segundo uma ordem determinada) Facilmente perturbado por alterações mínimas da rotina (ex: percorrer um caminho diferente da escola para casa) Necessidade de ser avisado antecipadamente de quaisquer alterações Fica altamente ansioso e preocupado se as rotinas ou rituais não forem respeitados Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 38. 3 c) Maneirismos motores repetitivos Exemplos: Abana as mãos quando está excitado ou preocupado Estala os dedos em frente aos olhos Posturas bizarras com as mãos ou outros movimentos com elas Roda e balança o corpo durante longos períodos Caminha e/ou corre nas pontas dos pés Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 39. 3 d) Preocupação com partes de objetos Exemplos: Usa os objetos de formas não pretendidas (ex: faz mover os olhos das bonecas, abre e fecha repetidamente as portas de um automóvel de brincar…) Interesse pelas qualidades sensoriais dos objetos (ex: cheirar objetos ou olhar para eles de muito perto…) Gosta de objetos que se movem (ex: rodas que giram…) e de ver água a correr… Ligação a objetos invulgares (ex: cordéis, electrodomésticos…) Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 40. Psiquiatra e médica inglesa, nascida a 7 de outubro de 1928, como resultado de ter uma filha autista, procedeu a investigações sobre os transtornos do comportamento, particularmente sobre os relacionados com o espetro do autismo. Em 1962 iniciou, com outros pais, a NAS (National Autistic Society) Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 41. Identificou a tríade de Wing (dimensões alteradas no contínuo autista): transtorno da reciprocidade social, transtorno da comunicação verbal e não verbal e ausência de capacidade simbólica e conduta imaginativa. Posteriormente acrescentou os padrões repetitivos de actividade e interesses. Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 42. É autora de muitos livros e documentação académica, incluindo Asperger's Syndrome: a Clinical Account, um texto de referência de 1981, que popularizou as investigações de Hans Asperger e introduziu o termo Síndrome de Asperger. É autora do Autism Spectrum Screening Questionnaire (ASSQ), um questionário para o diagnóstico de transtornos do espetro autista em crianças dos 7 aos 16 anos. Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 43. Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 44. Define o autismo como “psicopatia autística”. Descreve que as crianças observadas “têm em comum uma perturbação básica que se manifesta de uma maneira muito característica em todos os fenómenos expressivos e comportamentais. Esta perturbação resulta em consideráveis dificuldades, típicas de integração social. Em muitos casos, esta dificuldade é compensada por uma originalidade particular do pensamento e da experiência, que pode resultar em desempenhos posteriores excecionais na vida futura”. (Asperger, 1944, citado por Frith, 1989: 9). Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 45. “Desde 1938, têm chegado à nossa atenção um número de crianças cuja condição difere tão marcada e unicamente de qualquer coisa referida até hoje, que cada caso merece – e eu espero que eventualmente receba – uma consideração detalhada das suas particularidades” … “Estas características formam uma “síndrome” única e rara, apesar de, provavelmente, ser mais frequente do que é visível na escassez dos casos observados” (Kanner, L. , 1943: 217-250) – Revista Nervous Child. In Pereira e Serra (2005). Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 46. “As pessoas com S. A. manifestam problemas na interacção social, na comunicação e falta de flexibilidade de pensamento, podendo assim ter uma imaginação pobre, interesses muito intensos ou limitados e muito apego às rotinas”. E fraco sentido de humor. “Para se poder fazer um diagnóstico, é necessário encontrar diferentes tipos e graus de incapacidade em cada uma destas três áreas”. Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 47. “Ao contrário das pessoas com autismo, as que padecem da S. A. têm menos problemas com o desenvolvimento da linguagem e são menos propensas a ter dificuldades adicionais de aprendizagem”. “A base psicológica do Autismo e da Síndrome de Asperger, não é muito clara”. adequado Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 48. Varia de indivíduo para indivíduo A comunicação recetiva parece ser (muito) superior à expressiva A memória geralmente é (muito) boa mas a articulação entre os conhecimentos é (muito) fraca Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 49. As crianças com Síndrome de Asperger têm uma inteligência normal, mas escassa interação social e expressão emocional. É-lhes difícil interpretar as expressões faciais e estabelecer relações com os seus companheiros (apropriadas para a idade). Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 50. Não seguem os padrões de desenvolvimento da fala e a entoação ao falar é monocórdica. Manifestam obsessão por temas pouco usuais e têm condutas repetitivas. Têm dificuldade em corresponder às exigências sociais, escolares e de trabalho. Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 51. A S. A. afeta aproximadamente 2 em cada 10 000 pessoas. É menos prevalente que o autismo, pois este afeta mais ou menos 10 em cada 10 000 pessoas. Devido à sua inteligência, relativamente normal, e à sua linguagem, aparentemente adequada para a idade, costumam identificar-se mais tarde do que os afectados por autismo. http://www.aboutourkids.org/files/articles/spanish _parent_letter_jan_05.pdf Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 52. DSM-5 (Publicação prevista para Maio de 2013) © 2012 American Psychiatric Association Prevê-se que apresente mais restrições de diagnóstico das PEA Público.pt - 20 Jan 2012 Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 53. “O autismo (…) passou de uma doença quase desconhecida a um “surto” de diagnósticos. Motivo que está a levar a Associação Americana de Psiquiatria a reformular a definição de autismo e de outras patologias do mesmo espectro. A mudança deverá traduzir-se numa redução do número de diagnósticos – o que segundo os especialistas pode ser um passo positivo (…)” Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 54. Podem estar afetadas respostas adaptativas:  Somatomotoras (motricidade grossa/fina)  Controlo motor  Organização do comportamento  Autoregulação  Motivação intrínseca  Desenvolvimento cognitivo  Interação social  Desenvolvimento emocional (flexibilidade, estabilidade) Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 55. Verificam-se, em grau ligeiro a grave, dificuldades na integração das sensações provindas do próprio corpo e do ambiente envolvente. Essas dificuldades afectam, em menor ou maior grau, a sua capacidade de efetivar, espontaneamente, respostas adaptativas aos diversos contextos e momentos. Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 56. As dispraxias são comuns nas pessoas com autismo Dificultam:  A ideação (ideia do que fazer com materiais, actividades e lugares novos)  A imitação  A iniciação  A integração e uso do tempo - sequenciação  O planeamento motor das ações  A execução das tarefas Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 57. Estratégias úteis:  Analisar jogos  Imitar gestos e posturas  Realizar jogos de sequenciação  Copiar desenhos  Desenhar a figura humana  Realizar jogos de construção  Trabalhar a representação de objectos e atribuir-lhes as respectivas funções  Trabalhar a criatividade a partir de objectos concretos Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 58. Os aspectos mais afectados pelas dispraxias revelam que: A inibição motora se encontra aparentemente intacta (Ozonoff e Strayer, 1997). Podem existir problemas com a sequenciação ou antecipação de como se mover (Hughes, 1998; Rinehart et al., 2001). Os problemas de imitação podem revelar-se na imitação de esquemas corporais, mais do que na imitação da utilização de objectos. Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 59. Os problemas nas praxias orais podem prevalecer (Adams, 1998; Page e Boucher, 1998; Rogers et al., 2003). O desenvolvimento de competências de imitação é essencial para a intersubjectividade, a comunicação e a interação social. Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 60. As dispraxias dificultam:  Brincar/jogar com os pares.  Seguir instruções/direções.  Ficar à espera (da ação/acontecimento seguinte).  Manter-se sentado.  Preparar-se para dormir.  Controlar os esfíncteres (durante o sono). Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 61. As dispraxias também dificultam:  Realizar o planeamento motor em função de pistas auditivas (comando verbal) que implicam uma sequência de ações.  Antecipar eventos futuros e situá-los no tempo.  Imitar.  Compreender a natureza de um jogo de modo a fazer ajustes apropriados às mudanças (ex. gincana). Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 62. http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/autismo.php  Capucha, L. (Dir.). (2008b). Unidades de ensino estruturado para alunos com perturbações do espectro do autismo. Lisboa: Ministério da Educação – DGIDC.  Delaney, T. (2010). 101 Games and activities for children with autism, Asperger´s, and sensory processing disorder. New York: McGraw-Hill.  Lobo, M. C., Correia, M. C. & São Miguel, T. (2007). Perturbações do Espectro do Autismo e Modelo de Ensino Estruturado. Lisboa: Ministério da Educação.  Ozonoff, S., Rogers, S. J. & Hendren, R. L. (2003). Perturbações do espectro do autismo – Perspectivas da investigação actual. Lisboa. Climepsi Editores. Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado
  • 63. Pedrosa, S. (2006). As quatro componentes principais do ensino estruturado. O autismo na escola para todos - Estratégias para a inclusão na escola. Folha Informativa Periódica, Outubro de 2004. Federação Portuguesa de Autismo.  Pereira, M. C. & Serra, H. (2005). Autismo – A família e a escola face ao autismo. Autismo – Uma perturbação pervasiva do desenvolvimento. Vila Nova de Gaia: Gailivro.  http://1.bp.blogspot.com/_IAKlGJLq6s0/TMeKpidANfI/AAAA AAAAAD8/dYotjaVvZLc/s1600/interroga%C3%A7%C3%A3o.jp g  http://1.bp.blogspot.com/_sI9FbLLGYJM/TGcxsNZXC- I/AAAAAAAAADE/2ufldLz0A34/s1600/interrogacao.jpg Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado