O documento discute a irrepreensibilidade alcançada em Cristo mencionada por Paulo. Argumenta que Paulo quer destacar que a ação de Deus alcança o homem como um todo, não por partes. Também afirma que a irrepreensibilidade vem de Cristo, não das ações humanas, e que Deus é fiel em confirmar e manter esta condição.
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Irrepreensibilidade em Cristo: a garantia da santificação completa
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Irrepreensíveis em Cristo
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Ao f alar da irrepreensibilidade alcançada em Cristo, Paulo quer destacar que a ação de Deus
alcança o homem no todo (espírito, alma e corpo), e não por partes, como alguns consideram. Todos os
versículos citados mantém integra a idéia geral. Nada f alta aos cristãos (nenhum dom), a não ser
aguardarem a revelação de Cristo no grande dia. Mas, é Cristo quem conf irma a irrepreensibilidade dos que
crêem, e não as ações dos cristãos. Cristo há de conf irmar a irrepreensibilidade dos cristãos, pois Deus é
f iel ( 1Co 1:7 -8 ; 2Pe 1:3 ).
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e
corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo”
( 1Ts 5:23 )
Qual a idéia principal a ser destacada deste versículo? Os três elementos que, unidos, determinam a
existência do homem (corpo, alma e espírito), ou algo que os cristãos receberam por estarem em Cristo?
Para entendermos plenamente a exposição de Paulo aos cristãos é necessário analisar o contexto no qual
o versículo está inserido.
O apóstolo Paulo, antes de f azer a ‘oração’ acima, estipulou algumas determinações:
regozijai-vos sempre;
orai sem cessar;
em tudo daí graça;
não extingais o Espírito;
não desprezeis as prof ecias;
examinai tudo;
retende o bem;
abstende de toda espécie de mal; etc ( 1Ts 5:16 -22).
Após várias determinações, o apóstolo Paulo muda o contexto de recomendações para intercessão.
Desta breve oração pelos cristãos, extraímos os seguintes elementos do texto:
“E o mesmo Deus de paz…” – Ao fazer a breve intercessão confiado no Deus de Paz, Paulo
faz referência a argumentação utilizada em versículos anteriores. O ‘mesmo Deus de paz’ é
2. Aquele que não nos destinou para a ira, conforme ele escreveu no versículo 9 “Pois Deus não
nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo, que
morreu por nós…” ( 1Ts 5:9 ).
Após demonstrar que Cristo morreu pelos cristãos para que vivessem juntamente com Ele, é que Paulo
passa à exortação e determinações “Pelo que exortai-vos (…) edif icai-vos (…) Agora vos rogamos (…)
tratai…” ( 1Ts 5:11 -22).
Esta breve intercessão estabelece um vínculo entre dois contextos dif erentes: um contexto de
recomendações vinculado a outro, de oração a Deus.
“…vos santifique em tudo” – O mesmo Deus que destinou os cristãos à salvação por meio
da morte de Cristo, é quem santifica o homem em tudo. Não é o cumprimento cabal das
determinações que foram enumeradas anteriormente que levam o crente à santificação. O que
santifica o homem em tudo é o mesmo Deus de paz.
“e todo o vosso espírito, alma e corpo…” – Quando o apóstolo f az ref erência aos componentes
imateriais (espírito e alma) e materiais do homem (corpo), ele não pretendia separá-los ou demonstrar que
estes elementos devam ser considerados dissociados quando da santif icação. Antes, ele quer tornar claro
que a providência de Deus em santif icar engloba o homem como um todo. Em momento algum Paulo quer
demonstrar que os elementos que compõe o homem devem ser analisados em separado.-+
Como é possível chegar a conclusão acima? Simples! Basta f azer uma comparação de argumentos entre
as outras cartas de Paulo. Observe:
“De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus
Cristo, o qual vos confirmará também até ao fim, para serdes irrepreensíveis no dia de nosso
Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho
Jesus Cristo nosso Senhor” ( 1Co 1:7 -8).
“Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até
ao dia de Cristo; Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de
Deus” ( Fl 1:10 -11).
“E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna glória, depois de
haverdes padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará, fortificará e fortalecerá.
A ele seja a glória e o poderio para todo o sempre. Amém” ( 1Pe 5:10 -11).
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo,
sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel
é o que vos chama, o qual também fará” ( 1Ts 5:23 -24).
Estes quatro versículos f oram selecionados por tratarem de um mesmo assunto: o zelo de Deus por
aqueles que f oram alcançados por Cristo.
É certo que ao f alar da irrepreensibilidade alcançada em Cristo, Paulo quer destacar que a ação de Deus
alcança o homem no todo (espírito, alma e corpo), e não por partes, como alguns consideram. Todos os
versículos citados mantém integra a idéia geral.
Nada f alta aos cristãos (nenhum dom), a não ser aguardarem a revelação de Cristo no grande dia. Mas, é
Cristo quem conf irma a irrepreensibilidade dos que crêem, e não as ações dos cristãos. Cristo há de
3. conf irmar a irrepreensibilidade dos cristãos, pois Deus é f iel ( 1Co 1:7 -8 ; 2Pe 1:3 ).
O que produzimos (f rutos de justiça), vem por meio de Cristo, e o que resta ao cristão é somente aprovar
as coisas excelentes ( Fl 1:10 -11).
É Deus quem aperf eiçoa, conf irma, f ortif ica e f ortalece o cristão, visto que, é Ele quem chama a eterna
glória.
Em todos estes textos os apóstolos não f az ref erência aos elementos constitutivos do homem, mas ao
homem como um todo.
O elemento principal do versículo vem a seguir:
“…sejam plenamente conservados irrepreensíveis…” – a preocupação do apóstolo Paulo
era com a conservação de algo que os irmãos já haviam recebido: a irrepreensibilidade.
Este versículo não se constitui num mandamento, como os anteriores: ‘sejam irrepreensíveis’, antes é uma
intercessão ao Deus de paz.
O apóstolo intercede a Deus para que tudo que houvessem adquirido (alcançado) não f osse perdido pelos
cristãos, e aponta a f idelidade de Deus como garantia para a manutenção das bênçãos já adquiridas “Fiel é
o que vos chama, o qual também o f ará”. Deus havia convocado os cristãos de Tessalônica e os manteria
irrepreensíveis até a vinda de Cristo.
Este versículo apresenta um dos aspectos concernente ao resultado do novo nascimento, e por isso
mesmo é enf ático quanto ao “todo”.
O ‘todo’ ref ere-se ao homem como indivíduo. Aqui, especif icamente, ref ere-se aos cristãos
tessalonicenses, e nenhum destes elementos: corpo, alma e espírito são considerados em separado
quando se ref ere ao homem.
O texto demonstra que o homem é constituído de três elementos, e não dividido em três partes. Também
demonstra que na vinda de Cristo o homem tem que ser encontrado integro, irrepreensível.
Observe que o ser irrepreensível não é produto de uma luta incessante do homem. A irrepreensibilidade do
cristão é resultado da obra de Deus “… o qual também o fará” ( 1Ts 5:24 ). Deus é o ‘garantidor’ da
condição recebida, e também aponta para o que Ele f ez anteriormente, a irrepreensibilidade.
É Deus quem f az o homem nascer de novo em Cristo irrepreensível e é poderoso para manter esta
condição até o f im. Deus é Deus de paz, ou seja, o homem pode descansar nele, visto que, tudo o que
f izer estando em Cristo (servo da justiça), pertence por direito ao seu Senhor.
O tema acima é conf irmado com estes versículos:
“… o qual vos confirmará também até ao fim, para serdes irrepreensíveis no dia de nosso
Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados…” ( 1Co 1:8 );
“E esta é a minha oração: que o vosso amor aumente…, para que sejais sinceros, e inculpáveis
até o dia de Cristo…” ( Fl 1:10 ).
4. Nestas ref erências, o apóstolo Paulo apresenta o mesmo tema aos irmãos de Corinto e de Filipenses. Em
momento algum ele f az ref erencia a uma divisão entre corpo, alma e espírito. A ref erência que Paulo f ez as
partes constitutivas do homem f oi no intuito de que as partes representassem o todo.
Observe que ao escrever a outras igrejas Paulo não se ref eriu aos irmãos pelas partes constitutivas, mas
pelo todo.
Por não entenderem plenamente o que expõe os versículos a cima, muitos acabam levantando várias
questões como as descritas abaixo que não está em sintonia plena e clara com os princípios bíblicos.
Não há que se considerar de suma importância saber ou entender as distinções ou classif icações com
relação aos componentes imateriais do homem. Por que? Não é o entendimento que se tem a respeito da
alma e do espírito do homem que nos tornará espirituais; não é a f alta deste conhecimento que nós torna
carnais.
Todo entendimento ou compreensão da vida espiritual é dado por Deus por meio de Cristo. O que af eta a
vida espiritual é a f alta de f é e não a compreensão que temos a respeito do que é alma e espírito. Basta
nascermos de Deus por meio do evangelho de Cristo que nos tornamos espirituais, visto que o que é
nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é espírito.
Não se pode considerar que para entender ou ter vida espiritual é necessário f azer distinção entre alma e
espírito; que há aspectos pertinentes a alma e aspectos pertinentes ao espírito do homem que, se não
entendermos estarão f adados a pender a ‘espiritualidade’ ora para a alma, ou ora para a carne. Que para
sermos espirituais devemos estar voltados para o nosso espírito; que para se alcançar a ‘espiritualidade’
ou ser espiritual é necessário separar os elementos que Deus uniu para compor o homem e seguirmos
intuitivamente as determinações do ‘espírito’ que está no homem interior, com o propósito de não
andarmos no desejo da carne.
Não há e não é possível buscar quais são as f unções que desempenham a alma e o espírito; não se busca
o que é espiritual, pois a bíblia não nos dá este parâmetro. A bíblia nos diz o que é ser carnal e o que é ser
espiritual, e isto tem a ver com a natureza do homem, e não com a sua própria busca por espiritualidade.
Não é a busca do homem pelo espiritual que o torna espiritual, mas sim o nascer de Deus. Se crermos que
Jesus Cristo nos purif ica de todo pecado, recebemos poder para sermos f eitos f ilhos de Deus, e então
nos tornamos espirituais.