Este documento presta homenagem póstuma ao Prof. Dr. Elias Boaventura, que faleceu em janeiro de 2012. Também relata a eleição da nova diretoria da Sociedade de Mulheres Metodistas e o Dia Mundial de Oração celebrado em março. Por fim, anuncia eventos como o Encontro Online de abril e a homenagem aos pastores no Dia do Pastor.
1. Ano 20 Março – Abril / 2012 nº 167
HOMENAGEM PÓSTUMA A ELIAS BOAVENTURA
No dia 17 de março, a UNIMEP prestou comovente em defesa da justiça, dos
homenagem póstuma para reverenciar a memória do Prof. direitos humanos, da dig-
Dr. Elias Boaventura, que faleceu no dia 7 de janeiro, de- nidade de vida, sempre ao
pois de ter sofrido um AVC e longo período de internação lado dos excluídos, dando
hospitalar. A devocional, dirigida pela Pastoral Universitá- marcante testemunho do
ria, propiciou o momento para agradecimento a Deus pela Evangelho de Cristo. Nes-
vida desse consagrado servo de Deus. A seguir, foram ou- sa ocasião, a família do ho-
vidos vários depoimentos, que destacaram o seu trabalho menageado promoveu o
como cidadão, educador e servo de Deus. Elias foi reitor lançamento do livro “Desmemórias 2 – A lição que ficou”,
da UNIMEP de 1978 a 1986 e se destacou pela sua luta obra que ainda estava no prelo, por ocasião de sua morte.
ELEITA A NOVA DIRETORIA DA SMM ENCONTRO “ON LINE”
O primeiro “Encontro “On line”, do ano de 2012,
será no dia 14 de abril, sábado, iniciando-se às l0h, com o
estudo do tema e após almoço da travessinha, continuida-
de na parte da tarde. O tema do encontro será “Mulheres
atravessando fronteiras”.
TEM INÍCIO A CAMPANHA DOS TALENTOS
Na reunião do mês de dezembro, foi eleita a nova Na reunião mensal de março, será dado início a “Cam-
Diretoria da SMM para 2012-2013, que ficou assim panha dos Talentos”. A Comissão indicada está composta
constituída: Presidente: Inayá Ometto; Vice: Priscila das seguintes sócias: Joana D’Arc Bicudo da Silva, Claudi-
B. Segabinazzi; Secretária néia Silva, Vera Lígia Carvalho, Susana Maia e Clóris Alessi.
de Atas: Viviane B. da Silva;
Secretária Correspondente: PASTORES DA IGREJA
Wilma B. Câmara; Tesou-
reira: Silvia Rolim.
SERÃO HOMENAGEADOS
Nessa reunião, Vera B. No dia 22 de abril, “Dia do Pastor”, domingo, em
Alvim, que dirigiu a SMM culto de ação de graças, os pastores de nossa Igreja serão
por 15 anos, foi surpreendi- homenageados. O Ministério da Liturgia cuidará des-
da com a homenagem, mui- se momento. A presença da comunidade metodista da
to merecida, outorgando a Catedral é muito importante, não só para cumprimen-
ela o título de “Presidente tar os queridos Pastores, mas, especialmente, agradecer
Honorária da SMM”. a Deus pela vida e obra de cada um deles.
CRISTÃS COMEMORAM O DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO
Mulheres de mais de 170 países se reuniram no dia prédio, onde reside a sócia Vera Quintanilha Cantoni,
2 de março, para celebrar o “Dia Mundial de Oração”. uma das organizadoras do evento. Nesse ano, o tema foi:
Em Piracicaba, há 20 anos, um grupo significativo de “Que a justiça prevaleça”. O programa foi elaborado pelas
mulheres de várias crenças comemoram a data em culto mulheres cristãs da Malásia. Compareceram aproximada-
ecumênico, nos últimos anos realizado na Catedral Meto- mente quarenta pessoas, tendo como preletor o Rev.Tar-
dista. Este último, por motivos especiais, realizou-se num císio dos Santos, pastor da Catedral Metodista.
2. 2 GAIVOTA • Março/Abril • 2012
COMEMORADO O Corpo Editorial
DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO
O Dia Mundial de Oração foi comemorado no
dia 2 de março de 2012, com a presença de aproxima-
damente 40 pessoas. A celebração foi conduzida pela
Revª. Romilde Sant’Ana, com programa elaborado pe-
las mulheres da Malásia. Vários cânticos foram entoa- Clóris, Vera, Inayá, Darlene e Rinalva
dos e a Viviane Sant’Ana fez lindo solo. Um breve relato
sobre a Malásia foi lido pela Vera Cantoni.
A mensagem, cujo texto proposto era do livro de Expediente
Habacuque, foi transmitida pelo Revº. Tarcisio dos GAIVOTA é o órgão oficial da Sociedade de Mulheres da Catedral
Santos. Em resumo, disse o pastor: Metodista de Piracicaba.
“Nesse texto, o profeta Habacuque questiona Redatora:
Deus sobre a realidade que seu povo vivia e pergunta: Vera Baggio Alvim
Corpo Editorial:
até quando? Até quando a injustiça campeará? Haba- Clóris Alessi
cuque espera pacientemente no Senhor. Ele se lem- Darlene Barbosa Schützer
brará da fidelidade suprema do Senhor em destruir Inayá Ometto
Rinalva Cassiano Silva
todo o pecado e maldade. Produção e Impressão:
Equilíbrio Prints - (19) 2532-3535
Diagramação:
Genival Cardoso
Fotos:
Márcia Regina A. C. Nicolau, Rosália Ometto e Viviane Barbosa
Distribuição:
Wilma B. Câmara e Daniela M. A. de Melo
Jornalista Responsável:
Gustavo Jacques Dias Alvim - MTb 19.492/SP
Diretoria da SMM
“Habacuque dialoga com Deus com muita liber-
dade. Nós, entretanto, somos tímidos para falar com
Inayá, Silvia, Wilma, Viviane, Vera e Priscila.
Deus. Hoje, também, somos chamados a profetizar,
bem como questionar nossos governantes e autori- Presidente:
dades quanto à corrupção e abuso de poder. Somos Inayá Toledo Veiga Ometto
chamados a buscar a justiça e o direito do outro, e a Vice:
Priscila Barroso Segabinazzi
lutar pela moral. Ser profeta hoje é ir ao encontro do Secretária de ata:
necessitado. Viviane Barbosa da Silva
“Que Deus nos conduza, em nosso tempo, a Sec. Correpondentes:
profetizar tendo como a justiça”. Wilma Baggio Câmara da Silva
Um fraterno momento de confraternização en- Tesoureira:
Sílvia Novaes Rolim
cerrou esse evento tão significativo.
Agente da Voz Missionária:
Inayá Toledo Veiga Ometto Cinira Cirillo Cesar
3. GAIVOTA • Março/Abril • 2012 3
PASCOA CRISTÃ, UMA INSPIRAÇÃO!
O conceito comum orientação de Jesus: “Que
difundido sobre páscoa vos ameis uns aos outros;
relaciona-se à imagem do como eu vos amei a vós” (Jo
coelhinho e dos ovos, es- 13:34).
pecialmente para as crian- O desejo em par-
ças. A verdadeira história, ticipar da ceia inspira a
no entanto, deixou de ser pensar no sofrimento que
contada, e infelizmente, Jesus experimentou para
ano após ano, a primeira que se cumprisse o projeto
incidência da chegada da salvífico de Deus: “eu vim
páscoa é o início de acir- para que tenham vida, e a
rada campanha para a co- tenham com abundância”
mercialização de ovos de (Jo 10:10).
chocolates, e mais e mais Ao nos conformar-
inovações, transforman- mos com uma vida medí-
do, o que deveria ser o maior evento cristão, num simples e ocre, uma vida de dor, tristeza, escravidão, negamos o
momentâneo prazer gastronômico. Diante disto proponho sofrimento pelo qual Jesus passou em favor da humani-
uma breve reflexão sobre a páscoa cristã e sua inspiração. dade, e isso é a não aceitação de que “pelas suas pisaduras
A comemoração do livramento da escravidão do fomos sarados” (Is 53:5c).
Egito, realizado de forma extraordinária por Deus, era Aceitar a paixão de Cristo é aceitar a vida, é ex-
uma festa anualmente celebrada, a chamada festa da perimentar o cuidado do Pai: “Trazei depressa a melhor
Páscoa. Festa esta que Jesus desejou muito celebrar com roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas
seus amigos e amigas como escreve o evangelista Lucas: nos pés” (Lc 15:22).
“E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta páscoa,
antes que padeça; porque vos digo que não a comerei mais ...reconhecer a cruz
até que ela se cumpra no reino de Deus” (Lc 22:15-16). A última ceia é marcada pela afirmação do sofri-
Ao dizer “desejei muito comer convosco esta páscoa, mento e da morte: “antes que padeça”. Jesus tinha co-
antes que padeça”, o Senhor manifesta a sua disposição nhecimento do que estava por vir e na mesa Ele mani-
em cumprir a missão que a Ele foi confiada, dispondo- festou a alegria do convívio, mas também a angústia do
-se ir até a morte. Ao expressar o desejo de participar que deveria experimentar. Este encontro remete à cruz!
daquele momento, Jesus convida-nos a uma reflexão so- Em torno da mesa o Senhor se faz corpo e sangue.
bre sua vida, sua paixão, morte e ressurreição. Reflexão Trazer à memória a imagem da cruz é lembrar o
que nos inspira a... momento em que o Senhor Jesus esteve só, era o cum-
... ter vida e aceitar a paixão de Cristo primento do ministério que somente Ele poderia expe-
rimentar “Eli, Eli, Iamá sabactâni; isto é, Deus meu, Deus
A experiência de partilhar o alimento, trazendo à meu, por que me desamparaste?” (Mt 27:46).
memória Jesus como o pão da vida, deve ser vivenciada
constantemente por todos/as os/as cristãos/ãs, e isso so- ...dar louvores. Jesus ressuscitou!
mente pode ser experimentado se for adotado o Senhor Ao dizer que “...até que ela se cumpra no reino de
Jesus como modelo. Deus” (Lc 22:16), o Senhor motiva a participação como
Jesus veio ao nosso encontro como homem para Ele, ardentemente, da Páscoa. Experimentar os elemen-
iniciar o maravilhoso projeto salvífico de Deus. Em tos da Ceia na certeza da ressurreição é viver a alegria
vida, o Senhor Jesus cumpriu cuidadosamente a sua do Reino, tendo na lembrança a bendita paixão, morte
missão. Como discípulos/as de Jesus devemos continu- e ressurreição de Cristo Jesus. Esta é a Páscoa Cristã que
ar a partilhar do pão da vida: “... aquele que crê em mim inspira ainda hoje toda humanidade. O Reino de Deus
também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que chegou! Agora não há mais dor, não há mais tristeza,
estas, porque eu vou para meu Pai” (Jo 14:12). não há mais sofrimento, Jesus ressuscitou, a morte foi
A afirmação de fé do/a cristão/ã lhe permite dizer vencida, aleluia!
que não há vida fora do Evangelho de Cristo e a vida Rev. Tarcísio dos Santos
que vive deve cumprir o propósito de Deus segundo a Pastor da Catedral Metodista de Piracicaba
4. 4 GAIVOTA • Março/Abril • 2012
“Minha prioridade é servir a Deus e a comunidade”
Entrevista de Clóris Alessi
O Rev. Tarcísio dos Santos pando de diversos eventos, encontros, tanto com os pas-
é o novo pastor titular da Ca- tores quanto com muitos membros desta comunidade.
tedral Metodista de Piracicaba. No entanto, também é verdade que muitos membros
Natural de Belo Horizonte, 44 eu ainda não conhecia, mas confesso que encontrei pes-
anos, casado com Maria Apare- soas maravilhosas, receptivas, como é característico do
cida e pai de Gustavo e Anna povo metodista.
Flávia. Graduado em filosofia e
teologia, pós graduado em Éti- Que planos tem para dirigir uma Igreja conhe-
ca e Filosofia Política e Mestre cida como tradicional?
em Ciências da Religião, linha de pesquisa Religião e Antes de qualquer coisa, deixo claro que, como todo
Dependência Química. Ele foi procurado pela repor- metodista, sou tradicional. A nossa Igreja tem história,
tagem da Gaivota e, muito gentilmente, aceitou falar tem valores construídos ao longo dos anos. Temos uma
de si mesmo, de suas expectativas e seus planos. Muito base sólida mantida por documentos que norteiam as
preciso e seguro em suas respostas e opiniões, o pastor nossas ações, conservamos as tradições wesleyanas, e prin-
respondeu todas as perguntas: cipalmente, considerando que a Bíblia Sagrada é nossa
base de fé e prática.
Desde quando é metodista? A Igreja Metodista é tradicional e isto faz dela
Fui recebido na Igreja Metodista no ano de 1986 na uma Igreja plural, onde é possível pensar e deixar pen-
cidade de Santa Luzia – MG, de lá para tenho servido a sar. Existem características específicas na vida das co-
Deus e à Igreja em diferentes áreas. munidades, que as tornam especiais, no entanto, o es-
sencial, que é servir a Deus, vivendo e priorizando o
Onde estudou teologia?
Santo Evangelho de Jesus não muda e nem pode mudar
Na UMESP – Universidade Metodista de São Paulo.
de igreja para igreja.
Durante o último Concílio, quando foi indica- Como presbítero metodista minha prioridade é servir
do para a Catedral de Piracicaba, quais eram as suas a Deus e à comunidade, fazendo a vontade de Deus e per-
expectativas? mitindo que a Sua glória seja manifestada em minha vida
Nomeação é uma prerrogativa episcopal e o bis- e através da minha vida, e, são estes os meus planos.
po presidente da Região Eclesiástica tem a função
de nomear, e, como Superintendente Distrital tive a O Sr. é da linha Pentecostal?
oportunidade de participar no processo de nomeação A Igreja de Jesus Cristo na terra é pentecostal, isto
assessorando-o. porque o próprio Senhor após sua ressurreição disse aos
Numa conversa informal com Revmo Bispo Ado- Seus discípulos: “Mas recebereis a virtude do Espírito San-
nias fui desafiado a servir a Deus e à Igreja na cidade to, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto
de Piracicaba, e, conhecedor do momento em que vive o em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos
metodismo nesta região geográfica coloquei-me pronta- confins da terra” (Atos 1:8). Tendo aguardado a promessa
mente a disposição. Desde o início, do momento em que do Senhor unidos “... foram cheios do Espírito Santo, e
me comprometi a vir para Piracicaba, minha expecta- começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito
tiva maior é cumprir meus anseios em servir a Deus, à Santo lhes concedia que falassem” (Atos 2:4).
igreja, pastorear o rebanho do Senhor com muita dedi- Somos todos pentecostais quando nos dispomos a dei-
cação e amor. xar o Senhor agir em nós e através de nós para abençoar e
salvar vidas.
Qual foi a sua reação quando soube para onde
iria? Como pretende conciliar essas tendências?
Como respondi anteriormente, a minha reação foi de Como disse anteriormente somos todos pentecostais e
gratidão e submissão a Deus. Estou certo de que Ele é quem o importante e que juntos caminhemos sob a graça do Se-
chama, prepara e envia. nhor olhando apenas para o autor e consumador da nossa
fé, e, cheios do Espírito Santo podermos abençoar, libertar,
Que idéia fazia desta nova Igreja? confortar, ensinar, curar, e principalmente AMAR uns aos
Eu já conhecia a Catedral Metodista de Piracica- outros como Jesus nos ensinou. Esta é a melhor forma de
ba, uma vez que estou no distrito desde 2006, partici- vivermos em harmonia!
5. GAIVOTA • Março/Abril • 2012 5
CATEDRAL TEM NOVO PASTOR
Belíssima e expressiva programação mar-
cou a posse do Rev. Tarcísio dos Santos, na Ca-
tedral Metodista de Piracicaba, no dia 5 de feve-
reiro. Foi um culto magnífico, com a presença e
posse também dos pastores coadjutores Luis de
Sousa Cardoso, Júnior Tavernard, Luiz Ferraz
dos Santos e José Carlos Barbosa. Também no
púlpito estavam nossos irmãos Gustavo Alvim,
baseou-se nos textos de Lucas 24: 44-51 e Atos 1: 8-15.
Com base neles, o pregador nos falou que Jesus, após
sua ressurreição, apareceu aos discípulos e lhes lembrou
tudo o que havia de acontecer e lhes diz que dessas coi-
sas eles eram testemunhas. E haveriam de receber o Es-
pírito Santo para serem suas testemunhas em Jerusalém,
em toda a Judeia e Samaria, até os confins da terra. E no
final da mensagem destacou alguns tópicos escritos por
João Wesley, ao falar do caráter do metodista no texto
a quem coube fazer a acolhida, e Ri-
nalva Cassiano da Silva, que condu-
ziu o momento de confissão. Coube
ao Rev. Tavernard apresentar o novo
pastor e seus familiares. Além dos hi-
nos, tivemos, ao final, após a Santa
Ceia, belo solo apresentado pela irmã
Jucimara, da Igreja Assembleia de
Deus, acompanhada por Mateus, seu
esposo, ao piano.
A mensagem do pastor Tarcísio teve o seguinte “Explicação Clara da Perfeição Cristã”. Salientou a pes-
tema: “Desafios para o nosso Tempo”. Ele iniciou lem- soa do cristão metodista, que vive moldado por Deus e
preocupado em fazer a vontade do Pai Criador. E esse
é o desafio para todos nós: viver o amor de Cristo tão
intensamente que aquele que estiver ao nosso lado sinta
ser Jesus o seu Senhor, Salvador de toda a humanidade.
Ester Siqueira Bezerra
brando o dia em que o Senhor o encontrou e da sua
opção de caminhar no amor de Deus, por intermé-
dio da fé em Jesus Cristo, seu Salvador. Recordou-se
também da música: “Primeiro Amor”, de Carlinhos
Félix, que marcou sua vida, e fez da música um con-
vite para todos voltarem ao primeiro amor, ao Senhor
de nossas vidas. Sua mensagem profunda e marcante
6. 6 GAIVOTA • Março/Abril • 2012
Num dia ensolarado de verão, quando os termôme- de estar muito à vontade e feliz de poder realizar sua
tros registraram temperaturas elevadas, chegando a 34º. solitária tarefa.
graus, a Diretoria da SMM e suas Assessoras se reuniram Bem humorada como sempre, Inayá anunciou um
na Chácara de Inayá Ometto, sob a presidência desta, “break” para o almoço, que transcorreu, num ambien-
para planejar as atividades da Sociedade para 2012. te de descontração, quando as mulheres saborearam as
Criativa, competente, sem ser perfeccionista, à se- delícias que trouxeram para compartilhar umas com as
melhança de Vera Baggio Alvim – ex-Presidente e ago- outras. Mas antes disso acontecer, Vera, “secretária do-
ra Presidente Honorária da SMM –, Inayá, munida de méstica” de Inayá, recebeu ordem de sua “chefe” para
uma sugestão para o roteiro das atividades e projetos fritar quantos ovos fossem solicitados, agradando quem
para 2012, para a qual foi valiosa a avaliação de 2011, aprecia tal prato. Quase no final do almoço, a Presiden-
fez uma reunião rápida e produtiva, nomeando Comis- te mostrou seus dotes, oferecendo, na sobremesa, doces
sões, aprovando as propostas, que foram enriquecidas de goiaba e mamão, e para acompanhar tais guloseimas
com as interessantes sugestões das sócias presentes, pra- vieram o queijo, coalhada e bolo, este oferecido pelas
ticamente esgotando a pauta prevista para a primeira sócia Naly Lopes Guimarães, acrescentando, assim, algo
etapa daquele dia. mais ao saboroso cardápio. Para completar o almoço, foi
Ao lado de Inayá, estava a Secretária de Atas, fun- servido, pela dona da casa, delicioso suco de maracujá.
ção que nunca aparece, pois lhe cabe tão somente regis- Estiveram presentes durante o dia todo, o Rev.
trar as decisões tomadas na reunião. Entretanto, Vivia- Tarcísio dos Santos, novo pastor da Catedral, e sua es-
ne Barbosa da Silva, novata na função, dava a impressão posa Cidinha. Com sua palavra inspiradora, simples e
7. GAIVOTA • Março/Abril • 2012 7
acolhedora, falou às mulheres, baseando sua reflexão no Das atividades programadas, ressaltam duas delas,
texto de Lucas l: 26-30, com ênfase no versículo que que merecem destaque por serem novidades: no mês de
diz: “Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim maio, será introduzida a “Visita Surpresa” que a Socieda-
segundo a tua palavra”. des do Distrito realizarão, fazendo e também recebendo
Na segunda etapa da reunião, depois do almoço, o visitas. A ideia foi da Secretária Distrital Keila Nicolau
planejamento foi completado, per- Arruda Valente. A outra programação
correndo-se os meses de junho, julho será um piquenique, com lanche na
e agosto, com as últimas programa- cesta e toalha na grama, na Chácara de
ções, uma vez que haviam sido traba- Inayá. Esse passeio será no mês de ju-
lhados os meses de fevereiro a maio. lho. A devocional, nessa ocasião, estará
Foi dada, então, oportunidade a cargo de Cidinha, esposa do Pastor.
à Joana D’Arc Bicudo da Silva, res- Atentem agora para o detalhe: o convite
ponsável pela Comissão de Visita- é extensivo às crianças e juvenis.
ção, que relatou as atividades de seu Encerrou-se a reunião com um
grupo. Em seu preâmbulo, muito gostoso passeio pela Chácara e, em se-
comovente, comentou sobre as pes- guida, aos poucos, o pessoal foi deixan-
soas que foram visitadas e, no final, do aquele ambiente agradável em dire-
fez um apelo para que outras sócias se engajassem para ção aos seus lares, com a certeza do dever cumprido.
poder ampliar o as atividades da Comissão. Clóris Alessi
8. 8 GAIVOTA • Março/Abril • 2012
.MEMÓRIA.
DEUS É SURPREENDENTE Gustavo Jacques Dias Alvim
Em janeiro de 1985, eclodiu no Instituto Educa-
cional Piracicabano (IEP)/ Universidade Metodista de
Piracicaba (UNIMEP), uma séria crise, motivada por
uma decisão arbitrária, intempestiva e descabida do seu
Conselho Diretor que, sob a alegação de desmandos ad-
ministrativos da Direção Geral da Instituição, demitiu
o reitor e o vice-reitor, na calada da noite, em pleno
mês de férias. Na realidade, a deliberação tinha motiva-
ção ideológica e causou um grande estrago na imagem
institucional. A notícia desse ato correu célere e pronta
reação da comunidade unimepiana e piracicabana não
se fez por esperar. Em poucas horas. o campus Centro,
onde estavam sediadas a direção geral e a reitoria, foi
ocupado por docentes, funcionários, estudantes e pes-
soas da própria cidade. À medida que o tempo passava,
cresciam os sentimentos de indignação com o ocorrido
e de solidariedade aos demitidos, por parte de parla-
mentos, entidades de direitos humanos, igrejas, autori- por oito anos, fazendo, nesse tempo um grande tra-
dades governamentais e educacionais, numa proporção balho e deixando uma saudade imensa ao se despedir.
inimaginável, ganhando a crise grandes espaços na mí- Ele se aposentara em 1979 e regressara o seu país na-
dia, inclusive nacional. tal. Levei um susto quando ouvi dele o seguinte: “Eu
Evidentemente, a Igreja Metodista Nacional, Re- estou querendo voltar ao Brasil, para passar aí o ano
gional e Local também foram atingidas negativamente, próximo, mas gostaria de ter uma igreja pequena para
criando conflito e desarmonia entre seus membros, que pastorear, uma casa para morar, em qualquer cidade que
tomavam um ou outro lado da questão. Houve mo- esteja precisando, nada mais. Você o que pensa disso?
mentos de excessos, que deixaram mágoas em muitas Será que o Bispo Messias aceita-me?” Muito alegre res-
pessoas. Como não podia deixar de ser, a Igreja Central pondi: “Deixa comigo. Comprometo-me a falar com o
de Piracicaba foi a mais atingida , pois seus membros, Bispo”. No dia seguinte, liguei para o Bispo e contei-
muitos deles ligados às Instituições, tomaram partidos -lhe o episódio, mas me atrevi a trocar a igreja pequena
opostos, gerando questões complicadas na igreja local. pelar Igreja Central. Ele foi rápido na resposta: “Será
Infelizmente, ao pastor da época faltou habilidade para que ele aceita? Estou com dificuldades para fazer a no-
minimizar as consequências, criando dificuldades ainda meação para Piracicaba. O sim dele, para mim, é uma
maiores ao deixar transparecer sua simpatia ao grupo resposta às minhas orações. Consulte-o. Se for positiva
que defendia a medida do Conselho Diretor. a resposta, peça-lhe para me telefonar”. Quando contei
Resolvida a crise, depois de 45 dias, por meio de ao Rev. Cyrus o que eu tinha feito, ele deu aquela garga-
medida judicial, que repôs os demitidos em seus car- lhada inconfundível e gostosa, antes de me dizer: “Não
gos, sabia-se que sobrara ao Bispo da Região um grande precisava tanto, mas me sentirei feliz pastoreando mais
problema: substituir, ao final daquele ano, o pastor, que um ano a minha querida Igreja em Piracicaba.“
não tinha a mínima condição para permanecer no cargo E ele veio com a esposa. Aqui ficou um ano, como
de pastor titular da hoje Catedral. desejava. Com sua habilidade, seu relacionamento fácil,
Foi quando Deus surpreendeu a todos. Estava che- seu abraço afetuoso, suas palavras de amor e carinho, foi
gando o fim de 1985, quando recebo uma ligação dos costurando aqui e ali, e, em pouco tempo a comunida-
Estados Unidos. Era do casal Marshlea e Cyrus Dawsey, de estava toda recomposta e unida outra vez. Ele conse-
com os quais Vera, minha esposa e eu, falávamos de guiu sarar as feridas abertas pela crise. Deus é mesmo
vez em quando. Ele havia sido pastor da Igreja Central surpreendente!
9. GAIVOTA • Março/Abril • 2012 9
A ESPERANÇA ANUNCIA:
“PAZ SEJA CONVOSCO”
“...Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco!”
(Jo 20.26b)
Num clima de angústia, medo, abandono, perda e 3. O Deus que não desiste. Tomé não estava presen-
derrota os discípulos se escondem. Estão reunidos, com te no momento em que o grupo encontrou Jesus. Mas a
as portas trancadas, mas aquele que vence distâncias, es- comunidade o acolhe e dá a notícia: vimos o Senhor! Não
paço, tempo, lutas e dores, o Cristo vivo e ressurreto houve recriminação e nem cobrança. Apenas uma consta-
vence a porta trancada e se coloca no meio deles, ofere- tação: vimos o Senhor. Tomé coloca sua incredulidade,
cendo o que seus corações necessitavam: a paz. afinal o sofrimento também gera incredulidade. Mas, Je-
1. O Deus que nunca nos abandona. sus não desiste de Tomé e volta para Tomé, para trazer paz
Após a Páscoa, a vida vai retomando sua normali- ao seu coração cheio de dúvidas, incertezas e solidão.
dade, entram em cena novamente os problemas, os sofri- Hoje, é preciso crer antes de ver, pois é a fé que abre
mentos, os lutos e as angústias. Todos aqueles seguidores nossos olhos à presença de Jesus e sua graça. Dostoiévski
carregam esta dor no olhar, na afirmava que e “existe no ser hu-
postura, e na própria ausência, mano um vazio do tamanho de
como é o caso de Tomé. Cristo Deus.” Portanto, ver Jesus é o
toma a iniciativa de colocar-se no anseio mais profundo do cora-
meio, de apresentar-se, de revelar- ção humano, mesmo sem o saber.
-se, de aproximar-se, de oferecer- Esta é a nossa missão como corpo
-se, de encontrar seus discípulos de Cristo: ajudar as pessoas a se
e a comunidade em sua realidade aproximarem de Jesus e a terem
existencial. A realidade dos discí- com Ele um encontro pessoal.
pulos ainda é de sexta-feira da Não podemos conformar-
paixão, apesar das palavras de -nos com o mundo em que vi-
Maria Madalena. Esta é, muitas vemos, onde domina a morte, o
vezes, a nossa realidade: nossos medo, o individualismo, a guer-
medos, inseguranças, resistências e falta de fé levam-nos ra, a fome, a miséria. Devemos lutar para abrir as portas,
a trancar-nos atrás de nossas portas e reforçamos cada como Jesus, colocando-nos em meio a estas situações,
vez mais as trancas. Ao colocar-se no meio, Jesus revela levando paz e alegria. Pregar e viver como se os sinais de
que não desistiu e nem abandonou seus discípulos, mas morte tivessem seus dias contados, declarando que Jesus
também revela que Deus vem ao nosso encontro para está vivo e a vida vence a morte. Um judeu italiano que
destrancar as portas dos nossos corações. sobreviveu ao extermínio nazista em Auschwitz relatou
2. A presença de Jesus traz alegria - O reconheci- um caso de enforcamento naquele campo de concentra-
mento da presença do Cristo vivo e ressurreto provoca ale- ção. Cada preso de guerra era forçado a assistir à morte
gria. Não uma alegria alienante e passageira, como aquela dos companheiros. Naquele dia, a vítima respondia por
alegria que as drogas e baladas possuem, mas uma alegria um “crime” diferente: havia explodido um forno de cre-
plena da esperança que a presença de Cristo transforma mação em Birkenau. Segundos antes de ser enforcado
situações. Essa alegria não pode ser vivida em portas fecha- por esse “crime”, aquele judeu se virou e gritou: “com-
das, ela transborda, contagia e multiplica-se. A partir da panheiros, eu sou o último!”. Esta frase anunciava uma
paz ofertada e da dádiva do Espírito Santo ocorre o envio esperança: a libertação que viria, embora ele não a pu-
para perdoar pecados. Perdão de pecados indica pacificação desse experimentar. O mundo carece de esperança e paz.
da vida, um novo tempo, a “nova chance”. Quem se sen- A esperança não deixa de anunciar: “Paz seja convosco”.
te reconciliado por Cristo também reconcilia no mundo.
Amélia Tavares C. Neves
Quem acolheu a paz de Cristo faz dela fonte de vida e ale- Redatora Voz Missionária,
gria, independentemente das circunstâncias da vida. pastora na 3ª RE
10. 10 GAIVOTA • Março/Abril • 2012
A ORAÇÃO
QUE PARECE NÃO TER SIDO OUVIDA
Um poema virou história e conta o seguinte: uma Que importante lição! A oração da menina não
professora de Escola Dominical convidou seus alunos foi atendida tal como ela esperava, mas foi ouvida e
e suas alunas para irem a um piquenique no fim de se- respondida de acordo com os propósitos de Deus,
mana e adiantou: “Se não chover vamos todos passar o que sempre nos oferece o melhor.
dia no campo. Vai ser muito bom, vamos levar bastante Em Marcos 14.36, Jesus Cristo pede ao Pai
lanche e brincar muito”. A turma de alunos era forma- que afaste dele aquele cálice. A oração de Jesus teve
da por animados pré- como resposta um
-adolescentes. Assim, longo e doloroso si-
todos ficaram muito lêncio. Será que sua
animados aguardando prece não foi ouvi-
a chegada do sábado, da? Com certeza foi,
para irem ao campo e mas Deus tinha um
desfrutarem do deseja- propósito: vida eter-
do piquenique. na a todos os seus
Um dos alunos, filhos. Assim, Jesus
uma menina de apro- Cristo, inocente, foi
ximadamente 12 anos, imolado por nós, os
orou cada noite que pecadores.
antecedeu o fim de O apóstolo
semana, pedindo ao Paulo sofria com um
Pai do Céu para que espinho na carne e
não chovesse no dia do rogou muitas vezes
passeio programado. ao Pai para que re-
Finalmente, o sá- tirasse o espinho e
bado chegou e, para a resposta foi “a mi-
sua decepção, cho- nha graça te basta”.
via torrencialmente. Não foi a resposta
Da vidraça da janela esperada por Paulo,
de sua casa, a garota mas foi a resposta
olhava, a cada instan- que Deus lhe deu.
te, as teimosas gotas Assim como acon-
de chuva caírem, para teceu com Paulo,
certificar-se se aquela pode acontecer com
incômoda “visita” iria cada um de nós. En-
logo embora. tretanto lembremo-
O mal tempo -noss, Deus sempre
continuava, e ela, ven- nos concederá o me-
do que a ousadia da lhor.
chuva era mais forte Será que com-
que seu desejo, desis- preendemos quando
tiu de olhar o aguaceiro e passou o dia muito triste e Deus nos responde com um não? Será que não é hora
acabrunhada. A família tentava ajudá-la dizendo que de deixar que Ele conduza a nossa caminhada? Pense
outros dias viriam e outro piquenique seria agenda- nisso e verá que, por trás de um não, haverá sempre
do. Chegando a noite, a garota foi dormir. Entretanto um sim. Deus te abençoe!
antes de adormecer, apanhou seu diário e escreveu a
seguinte frase: HOJE O SENHOR DISSE NÃO. Rinalva Cassiano da Silva
11. GAIVOTA • Março/Abril • 2012 11
UMAS e OUTRAS
O Genival Cardoso tem sido um grande colabo-
rador da SMM. Primeiro, ajudando na elaboração das SÓCIA DA SMM: não se esqueça de procurar
edições da Gaivota, do livro de Receitas, publicado no a tesoureira Silvia Rolim para acertar a mensalidade
final do ano e agora com o novo Cancioneiro. Traba- de R$ 7.00 mensais. Esta é uma das obrigações de
lho primoroso, digno do profissional que ele é. Muito todas as sócias e esperamos que o façam com alegria
obrigada Genival! no coração.
LEITOR/A DE GAIVOTA: A distribuição
deste jornal é gratuita, no entanto, tem um custo
que não é pequeno. Se você deseja colaborar, o pre-
ço por exemplar é de R$ 4,00. Agradecemos ante-
cipadamente.
É com grande pesar que registramos o falecimento
de duas grandes amigas: Carlota Machado, no final do
ano passado, e Eunicia Silvestre no início deste ano.
CARLOTA foi
muito laboriosa
nos trabalhos da
O novo Cancioneiro, que foi todo revisado e
ampliado, já saiu e está maravilhoso. Foi um trabalho sociedade, em es-
de muito fôlego em que Maria Leny Alessi, Clóris pecial na cozinha,
Alessi e Vera Alvim se debruçaram com afinco e de- fazendo deliciosas
dicação. Parabéns pelo excelente resultado! roscas para a Cam-
panha dos Talen-
As sócias Mirce Lavoura e Rinalva C. Silva rece- tos. Estava sempre
beram o título de “Sócia Benfeitora da AMAS”, no do-
pronta para ajudar
mingo dia 4 de março. Foi uma homenagem justa e
bastante merecida. Parabéns a ambas! no que fosse preciso.
O domingo da posse do Rev. Tarcísio e dos pas- EUNICIA, só-
tores coadjutores foi bastante festivo. A igreja estava cia antiga, até
repleta, com muitos visitantes. Um grande grupo da quando pode,
Igreja de Capivari veio prestigiar a posse e aproveitou cantou no coral
para amenizar a saudade. A seguir, houve um ani-
da igreja. Fazia
mado almoço da travessinha, oportunidade em que
pudemos conhecer mais de perto o novo pastor e sua lindos trabalhos
simpática família. em crochê e ex-
punha alegre-
O livro “Receitas de Talentos” saiu com agrade- mente no bazar
cimentos a várias pessoas e, por um lapso, o nome da de Natal. Era
Rinalva foi omitido. Foi dela a ideia da 1ª edição e tam- bonito vê-la na Escola Dominical, cercada pelos
bém foi a grande incentivadora para que fosse reeditado
netos que ela fazia questão de trazer à Igreja.
o novo caderno. Fica, pois, registrada a nossa falha e o
agradecimento pelo apoio recebido durante a elaboração Foram duas grandes perdas lembradas com muita
do mesmo. Temos tido retorno de pessoas que testaram saudade. Desejamos que Deus conforte e console os fa-
e aprovaram ali as receitas publicadas. miliares neste momento de grande pesar.
12. 12 GAIVOTA • Março/Abril • 2012
Passagem
Desde a infância apren-
demos que a Páscoa é uma pra-
zerosa festa cristã. Os ovos de
chocolate que ano a ano são aper-
feiçoados em sabores, recheios e
enfeites, colorem e adocicam esse
momento especial de nossa reli-
giosidade. Particularmente, trago
lembranças deliciosas das Páscoas
do inverno paranaense, celebra-
das em nossa pequena igreja num
café comunitário, onde os dotes
culinários de irmãs e irmãos nos
aqueciam a alma com seus cho-
colates, bolos e roscas. Momen-
tos de partilhar a vida festejada na
ressurreição de Cristo.
Contudo, a Páscoa, ao longo
do tempo, ganhou outros signi-
ficados. Num mundo atribulado
como o nosso, esses dias são celebrados também pelo A etimologia da palavra mostra que pasca ou
feriado e a oportunidade de descanso que propiciam. pascha (pasça), do grego, ou pecach (xop) do he-
Tempo de viajar, rever amigos, parentes, ou somente braico, se refere a “passagem”, numa alusão àquela
buscar momentos de tranquilidade e recreação. Desta que o povo fez da escravidão para a liberdade, e que
maneira, o turismo ganha espaço importante. O co- no Novo Testamento é fortalecida e ampliada por
mércio, as promoções, tomam sentido na cultura e no Cristo na superação da morte pela vida. No entan-
calendário. Assim à Páscoa se incorporam significados to, se buscássemos um sentido mais contextualiza-
diversos, relacionados aos interesses e as conveniências do, talvez fosse possível vislumbrar algo prático e
de cada pessoa e família. assumir, com sinceridade e clareza, outras transições
requeridas pelo cristianismo, como a passagem da
Mas Páscoa vai além destas alegorias e nos remete
tristeza para a alegria, do pecado para santificação,
a uma tradicional festa judaica que comemora a liberta-
da omissão para a ação, da mentira para a verdade,
ção do povo judeu da escravidão e se estende do décimo
da hipocrisia para a sinceridade, da arrogância para
quarto ao vigésimo dia do mês Nisã (Abril), quando os
o arrependimento, da indiferença para o compro-
israelitas tem o costume de matar e comer o “cordeiro
metimento.
pascal” – um cordeiro assado – em memória do dia no
Assim, quem sabe, na lembrança dos significados
qual seus pais, preparando-se para sair do Egito, foram
deste evento, possamos evocar uma Páscoa que reavi-
ordenados por Deus a matar e comer um cordeiro e as-
ve, de fato, a vida, transformando intensamente nossas
pergir as ombreiras de suas portas com seu sangue, para
ações, reações, intenções, interesses e relacionamentos,
que o anjo destruidor, vendo este sangue, não deixasse
deixando esta data calar mais fundo em nós e, por nosso
que os filhos primogênitos fossem mortos, conforme re-
testemunho e mudança, inspirar a renovação de outros
lata o Êxodo. Cristo foi crucificado na sexta-feira desta
e outras também.
festa e é comparado ao cordeiro pascal imolado, que
Feliz Páscoa, Feliz Passagem!
morreu por nós, livrou-nos da morte e da escravidão
do pecado por seu sangue e, segundo o relato bíblico, Rev. Nilson da Silva Júnior
ressurreto no domingo pascal. Pastoral Universitária da UNIMEP