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Conj. São Cristóvão, Zumbi II,
CEP: 69.084.580 Manaus -AM
Fone/fax: (92) 644 5459 / 638 26 67
oela@oela.org.br
www.oela.org.br
Ficha catalográfica elaborada por Maria Carmolinda Marques
da Silveira Mourão CRB-11/049
G633m Gomes, Rubens
Manual de Lutheria: curso básico / Rubens Gomes,
Raul Lage, Arminda Mourão - Manaus: UNICEF, 2004.
48 p. Il.;
Manual.
1. Ensino profissional 2. Educação de adolecentes
I. Lage, Raul II. Mour’ao, Arminda III.T[itulo.
CDU (1997): 37.035.3
CDD (17.ed.): 371.425
O início do apoio do UNICEF à Oficina Escola de Lutheria da
Amazônia data do ano de 2000. Com recursos doados por
cidadãos e cidadãs brasileiros - arrecadados pelo Programa
Criança Esperança, que é organizado e veiculado anualmente
pela Rede Globo de Televisão - temos financiado diferentes
atividades da OELA. Com o melhor de nossa capacidade técnica,
temos tentado contribuir para o bom andamento de seus
trabalhos. O lançamento desta cartilha, que de algum modo
vem coroar seis anos de intensas atividades, nos abre espaço
para algumas reflexões.
Acreditamos que este Manual de Lutheria irá interessar a públicos
bem distintos. Interessará àqueles e àquelas que pensam e
trabalham pelo Desenvolvimento Sustentável da Amazônia e pela
preservação de suas florestas. Interessará aos músicos, aos
amantes da música, àqueles que se interessam pela cultura e
àqueles que gostam de trabalhar com as mãos e valorizam a
industria artesanal. Interessará a todos que se preocupam com
a formação profissional dos adolescentes brasileiros, sobretudo
daqueles que tendem a procurar atividades produtivas e
geradoras de renda antes mesmo de completar 18 anos. E
interessará também a todos àqueles que sonham com um Brasil
que respeita os direitos e a cidadania de todas suas crianças,
sejam elas meninos ou meninas, com deficiência ou não, pobres
ou ricos, negros, índios ou brancos, no norte ou do sul, da cidade
ou do campo.
A idéia central da OELA chama a atenção por sua originalidade:
trata-se de ensinar crianças e adolescentes de famílias de baixa
renda a produzir artesanalmente instrumentos musicais de alta
qualidade, aproveitando resíduos de madeira nobre retirada das
PREFÁCIO florestas da Amazônia Brasileira. Mas, a nosso ver, essa idéia não
se destaca exclusivamente por sua poesia e originalidade. Instiga,
sobretudo, por simbolizar e sintetizar uma proposta consistente
de desenvolvimento social, ambiental e econômico sustentável
para a Região Norte do país.
Para a equipe responsável pela OELA e também para o UNICEF,
o Desenvolvimento Sustentável está diretamente vinculado ao
Desenvolvimento Humano e Social de todos os que vivem na
região. Sabemos que o futuro e o presente das crianças e
adolescentes da Amazônia depende diretamente do presente e
do futuro de seu patrimônio natural. Entendemos que é
necessário garantir desde já os direitos dessas crianças e
adolescentes, além de prepará-los e formá-los devidamente para
que possam e saibam, amanhã, trabalhar, produzir, ser felizes e
gerar riquezas, sem comprometer ainda mais os ameaçados
eco-sistemas da região.
Vinculando-se a esta iniciativa, o UNICEF deseja potenciá-la,
estimulando, o debate, a formulação e a implementação de
políticas públicas de formação profissional para adolescentes de
baixa renda, que contemplem a necessidade de um
desenvolvimento econômico sustentado e adequado à gestão dos
recursos naturais da Amazônia. O que esperamos é que, desta
forma, possamos estar contribuindo para que o trabalho da OELA,
além de garantir um presente e um futuro melhores para os
meninos e meninas que já passaram pela Oficina Escola de
Lutheria, possa gerar benefícios para a todas as crianças
e adolescentes da Amazônia.
Jacques Schwarzstein
Escritório Zonal de Belém
UNICEF Brasil
O Projeto político-pedagógico que vem sendo construído pela OELA
é fruto de uma profunda reflexão sobre as finalidades da escola,
explicitando claramente o seu papel social. Como é um processo em
construção, é produto de reflexão e investigação.
O projeto político-pedagógico é um instrumento que busca ações
que fortaleçam um trabalho integrado e sistematizado que visa não
só profissionalizar os jovens envolvidos no processo, mas, sobretudo,
busca criar uma consciência cidadã.Para isso a OELA orienta-se pelos
seguintes pressupostos:
a) o desenvolvimento sustentável é possível; b) a adolescência é uma
construção social; c) as ações de formação devem contribuir para a
transformação sócio-cultural e política; d) busca de novas atitudes,
aspirações e modos de relação das pessoas com elas mesmas, com
os outros e com o planeta é fundamental para a construção da
cidadania; e) uma vida digna para todos exige a reinvenção do mundo
do trabalho e do papel que têm as iniciativas e os movimentos sociais
que interferem na organização do cotidiano e no atendimento das
necessidades das pessoas.
Nesta perspectiva, este manual é fruto de um trabalho coletivo
efetivado pelos integrantes da escola. Dela participaram o Luthier
responsável por este belo projeto, Rubens Gomes, além dos
monitores que dão vida à escola. Tem como principal objetivo
subsidiar trabalhos futuros, socializando uma experiência tão rica
como a desenvolvida pela Oficina Escola de Lutheria da Amazônia.
Ao profissionalizar, a OELA contribui para forjar cidadãos que
podem contribuir para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
INTRODUÇÃO
Prof.ª Dr.ª Arminda Mourão
Pedagoga
06 07
Evolução do Violão
No século XIX, o Luthier espanhol Antonio de Torres Jurado
(1817 - 1892), fez as transformações que servem como padrão
até hoje, para o violão.
Sendo as mais importantes:
Design de nova silhueta;
Aumento da superfície vibrante do Tampo;
Reforço da potência sonora;
Aplicação sistema dos harmônicos em distribuição e posição
de leques harmônicos.
Aumento da quantidade de trastes até 19, pois anteriormente
só usavam 12;
Aumentou o tamanho da corda pulsante de 648 mm para
650 mm (padrão);
Transformou o cavalete, agregando ao rastilho facilitando a
transmissão da vibração das cordas do Tampo;
Desenho das tarraxas mecânicas.
Antes de Antonio Torres, na segunda metade do século XVI, o
poeta e músico espanhol Vicente Martinez Espinel, agregou a
quinta corda e criou o sistema de afinação que utilizamos até
hoje.
Depois no ano 1760, século XVIII, foi agregado a sexta corda
pelo Frei Miguel Garcia, conhecido como o Padre Basílio, sendo
também o primeiro músico a compor para o violão, nos moldes
atuais.
O ambiente de trabalho e estudo
Um local de estudo e trabalho apropriado é uma das condições
necessárias para o bom resultado da atividade de Lutheria.
O aluno (a) precisa de uma pequena área organizada, o que faz
com que o trabalho evolua rápido e racionalmente.
Seja qual for o espaço, algumas condições são imprescindíveis
tais como:
Ambiente seco
Todas as preparações para a confecção ou a restauração dos
instrumentos musicais devem seguir critérios rígidos no aspecto
de secagem:
As atividades de lutheria devem ser realizadas somente em
lugares secos. A madeira é uma matéria higroscópica, e as
ferramentas sofrem igualmente em umidade constante.
Área de trabalho
A disposição sistemática das ferramentas e depósitos de outros
materiais de trabalho em estantes abertas, economiza espaço e
contribui para a evolução racional do trabalho.
Arejamento
O local deve ser necessariamente arejado, em virtude do
desprendimento de pó da madeira e vapores dos vernizes,
que se desprendem em grande quantidade em decorrência das
atividades.
Cuidados iniciais
08 09
Identificação das ferramentas
Este processo consiste em fazer o aluno (a) a conhecer as
diversas ferramentas utilizadas na atividade de Lutheria.
Cuidados com as ferramentas
As ferramentas devem ser guardadas em local seco, pois elas
enferrujam com a umidade e perdem rapidamente o corte e sua
capacidade de resistência.
As ferramentas também não devem ser utilizadas para uma
finalidade a qual não foram destinadas.
Limpar as ferramentas após o uso e não esquecer de adicionar
uma gota de óleo onde for necessário (lubrificação).
As ferramentas que umedecerem devem ser secadas
imediatamente e os vestígios de ferrugem retirados com
querosene.
As ferramentas devem ser guardadas penduradas em estantes
abertas.
Uma arrumação feita com clareza facilita a evolução do trabalho.
Quando guardadas em gavetas, alguns cuidados devem ser
tomados para que as ferramentas não percam o corte
exemplo: o formão não pode ser colocado ao lado da grosa pois
o atrito faz com que sem corte.
Iluminação
O local tem que ser bem iluminado. No teto sobre o local de
trabalho deve ser instalada uma lâmpada florescente e um ponto
de luz giratório para iluminação direta em trabalhos minuciosos.
FERRAMENTAS
Afiação de ferramentas
Todas as ferramentas cortantes precisam ser afiadas regularmente.
O processo de afiar um formão ou uma raspadeira deve ser
efetuado em intervalos pequenos, e isto se faz durante o uso.
Formão
O formão é afiado usando-se uma pedra de amolar úmida ou a
óleo, mas, tenha cuidado para não passar óleo para a madeira,
pois isto dificultará o processo de colagem das peças.
Primeiro amola-se o lado espelhado, colocando-o em sentido
plano sobre a pedra e esfregando-se o formão sobre a mesma,
com movimentos circulares. Em seguida afia-se alternadamente
com movimento reto, em sentido contrário ao do ferro, o lado
chanfrado e o lado espelhado.
Raspilho
Com uma lima plana, afiar o corte de uma raspadeira retangular,
deixando a mesma com as arestas vivas.
Para isso deve-se fixar a lâmina em pé, usando de preferência
uma prensa (morsa), de modo que sobressaia uma terça parte
de sua superfície.
Em seguida, as bordas são afiadas com precisão sobre a pedra
de amolar que deve estar umedecida.
É importante que isto ocorra exatamente em ângulo de 45°.
Para isso coloca-se a lâmina ao longo de um pedaço de madeira
apoiado sobre a pedra de amolar.
Feito isto, retifica-se então as bordas com um amolador de facas,
triângulo ou dorso de uma goiva para se conseguir rebarba
delicada, que forma o corte de lâmina.
10 11
Além disso, pode-se colocar a raspadeira sobre o tampo de uma
mesa, com o lado do corte sobressaindo um pouco, passando
em seguida o amolador uma vez com forte pressão sobre a face
da lâmina.
Identificação da Madeira
A madeira e um material que apresenta características individuais.
É infinitamente variável em cor, textura, figura e grã.
No interior de um tronco se distingui diversas camadas
estruturadas.
O cerne representa a parte mais dura do tronco de uma árvore
e é a que se usa na construção de instrumentos. O alburno é a
camada externa do tronco, que tem a função de canalizar a água
e absorver o alimento da arvore.
As espécies de árvores que produzem madeira para a construção
de instrumentos são divididas em dois grupos:
a) Madeiras duras: (leguminosas) árvores que crescem mais
lentamente; e são utilizadas para a construção dos fundos e
laterais dos violões.
b) Madeiras moles: (coníferas) árvores que crescem mais
rapidamente, e são utilizadas para a construção dos tampos
dos violões.
MADEIRA
As madeiras tradicionalmente utilizadas para a confecção dos
instrumentos de cordas dedilhadas, como o violão, cavaquinho,
viola caipira e o bandolim, são; para o tampo, barras harmônicas
e os leques, o abeto europeu, mais conhecido como pinho
(Picea abies), para o fundo e as laterais, é o jacarandá da
Bahia (Dalbergia nigra), para o braço, contra faixa e culatra,
são o cedro (Cedrela odorata) e o mogno ( Swietenia
macrophylla), e para a escala a mais utilizada é o ébano.
A pesquisa que buscou identificar espécies Amazônicas para a
confecção de instrumentos musicais de corda dedilhada, através
de análise comparativa das características e propriedades físico,
mecânica e acústica.
A Amazônia com seu potencial na diversidade de suas espécies,
tem apresentado através de pesquisas realizadas pelo INPA e
LPF/IBAMA, resultados extremamente satisfatórios para a
inclusão da Lutheria na região, como uma atividade de alto valor
agregado e que promove em sua plenitude o uso racional dos
recursos florestais.
12 13
Aplicação Nome cientifico Nome vulgar Nome cientifico Nome vulgar
Tampo Picea abies Abeto europeu Simaruba amara Marupá
Tampo Cordia goeldiana Freijó
Tampo Pachira spp. Munguba grande
Tampo Schefflera morototoni Morototó
Fundo/lateral Dalbergia nigra Jacarandá da Bahia Dalbergia spruceana Jacarandá do pará
Platymiscium ulei Macacaúba
Brosimum rubescens Pau rainha
Astronium lecointei Muiracatiara
Aniba canellila Preciosa
Fundo/lateral Piptadenia suaveolens Faveira folha fina
Cassia scleroxylon Muirapixuna
Swartzia leptopetala Gombeira
Swartzia laxiflora Coração de negro
Braço Swietenia macrophylla Mogno Cedrela odorata Cedro
Bixa arborea Urucú da mata
Braço Protium spp. Breu branco
Escala Ébano Swartzia leptopetala Gombeira
Swartzia laxiflora Coração de negro
Aniba canellila Preciosa
Dalbergia spruceana Jacarandá do pará
Cassia scleroxylon Muirapixuna
Ocotea fragantissima Louro preto
ESPECIES TRADICIONAIS ESPECIES AMAZÔNICAS
Quadro i
Espécies madeireiras tradicionais e amazônicas e suas aplicações na lutheria.
Características e propriedades das espécies
Os critérios que devem ser adotados na seleção das espécies
Amazônicas devem seguir os parâmetros descritos abaixo:
Características anatômicas em geral (cor, grã, textura e figura)
Propriedades físicas (densidades da madeira e contração)
Propriedades mecânicas (módulos de ruptura e elasticidade na
flexão estática, compressões paralelas e perpendiculares à grã,
cisalhamento e dureza).
Determinação das características gerais
Os cuidados que devem ser observados na escolha das madeiras
para lutheria, devem obedecer alguns critérios, primeiro por
tratar-se de uma atividade altamente conservadora, tanto os
consumidores finais, os luthiers e principalmente os músicos.
Para cada componentes dos instrumentos musicais é necessário
que haja combinações específicas destas características. Para o
tampo devem-se usar espécies de cor clara, fundos e laterais,
espécies de cor marrom escuro e para a escala ou espelho
deve-se usar espécies de cor preta.
Cor:
A escolha da cor terá que levar em conta algumas exigências já
consagradas pela tradição, por exemplo, o tampo dos
instrumentos deve ser confeccionado com madeira de cor clara,
as laterais e o fundo de madeira de cor marrom escuro e a escala
com madeira de cor preta.
14 15
Figura:
A madeira para instrumentos musicais de cordas dedilhadas deve
ser perfeitamente quartelada, o que significa dizer que a figura
aparece sobre a superfície radial. A madeira quarteada
geralmente apresenta uma quantidade considerável do tecido
dos raios, que é em grande parte responsável pelo valor
decorativo e acústico da madeira.
Textura:
As diferenças no aparecimento dos anéis de crescimento, que
resultam das variações em tamanho e uniformidade das
dimensões das células, constituem a textura da madeira.
A maioria de espécies Amazônicas apresenta muitos poros
grossos, com poros grossos de diâmetros acima de 300 micron
e parênquima abundante visível a olho nu, o que dificulta o
processo de fino acabamento.
Grã:
A grã se relaciona às direções gerais das fibras e outros elementos
da madeira, podendo ser definida como: direita, espiralada,
reversa, ondulada e torcida. Para lutheria devem-se utilizar as
madeiras que apresentam grão direita, o que possibilitara um
enorme ganho na trabalhabilidade e nas propriedades acústica
das espécies.
Construindo o instrumento
Determinação das propriedades físicas
A densidade física é uma propriedade de grande importância por
causa da sua relação direta com outras propriedades como, por
exemplo, a resistência mecânica.
Na confecção dos componentes dos instrumentos musicais se
devem observar as diferentes densidades básicas das espécies.
Por exemplo, o peso específico de uma madeira para o tampo
deve ser menor do que aquela usada para o fundo/ lateral.
A madeira utilizada na fabricação
de violões na OELA.
Para cada parte do violão é utilizada uma espécie de madeira.
Tampo = Marupá
Fundo e Lateral = Pau-rainha e Tauari
Escala e Cavalete = Preciosa
Braço = Breu-branco
Em todas as etapas de fabricação, a madeira recebe uns
tratamentos especiais, ficando em ambiente fechado
desumidificado para que o produto final saia com qualidade.
16 17
Faça o corte da madeira em radial (veios longitudinal), para maior
resistência e melhor condução da vibração, veja figuras 1, 2, 3.
1
2
3
Corte
radial
Desdobro da
madeira
I - Desdobramento
6
O Tampo é a parte mais importante do violão, por ele, transmite
as vibrações das cordas, através do cavalete. Ao vibrar, provoca
o movimento do ar contido na caixa de ressonância.
O Tampo é construído por duas peças continuas de madeira,
medindo, 550mm de comprimento, por 200 mm de largura e por
0,4 mm de espessura, veja figuras 4 e 5.
Uma vez unidas as duas peças, desenhe por meio de um molde
a silhueta do violão. Efetue o corte com uma serra tico-tico ou
manua, veja figura 6.
II - Confecção de Tampo
Veios e raios
identicos ao máximo possível
4 5
18 19
8
7
Após o corte da silhueta, calibre o tampo para 3.5 mm.
O passo seguinte, é a incrustar da marchetaria (roseta ou
mosaico).
Para definir o centro da boca do Violão Clássico, divida a linha
central do Tampo em 3 partes, usando o primeiro terço superior,
veja figura 7. Cortador circular, veja figura 8.
Largura da
escala
Limite da
marchetaria
Presilha controladora
de grau
Pino do
compasso
Lâmina
cortante
Raio
Para efetuar o corte no tampo para incrustar a roseta, utilize
um cortador circular, veja figura 8 A.
Cortador circular
Pino do
compasso
Lâmina
de aço
Ponta da
lâmina
8A
20 21
Para o primeiro corte (interno), regule o cortador circular com
51 mm. O segundo corte (externo), regule o cortador circular
com 63 mm de abertura, veja figura 9.
Após os dois cortes iniciais, efetuem vários outros cortes entre
eles, para facilitar a retirada da madeira. Para esta operação,
utilize um pequeno formão, veja figura 10.
51mm
63mm
Formão
Largura da
escala
Centro
9
10
As funções principais da Roseta, são: (i) estrutural; reforçar
os terminais dos veios ao redor da boca do instrumento, evitando
que o tampo venha a rachar, (ii) decorativo, e também, se usa
como meio de personificar o luthier pelo seu desenho e estética.
No caso da OELA o projeto foi baseado, a cúpula do Teatro
Amazonas, veja figura 11.
Montagem
repetida
11
22 23
Após a retirada do excesso de madeira entre os dois cortes
iniciais, encrave as fatias dos blocos do desenho central da
roseta. Aguarde 24 horas para uma colagem perfeita.
Para incrustação das bordas, inferior e superior da roseta
(5 mm cada), veja figura 12.
Largura da
escala
Boca do violão
Inicio da borda
Inicio da marchetaria
Fim da marchetaria
Fim da marchetaria
12
Incrustada a roseta, calibre o tampo com lixa grão 120 até 240,
até a espessura de 3 mm. Após o acabamento, efetue o traçado
dos leques e barras harmônicas, veja figuras 13 e 14.
Barra com 14mm de
altutra sem angulo
Reforço da boca
Barra com 12mm de
com angulo de raio
aproximado de 4m
Divisão por 8 com
desconto nas bordas
de 10mm
Leques com este
formato
13
14
No radial
4mm
8mm
Leque
formato
lateral
24 25
Efetue o corte da circunferência da boca do violão, com 86 mm;
Veja figura 15.
O detalhe de confecção de reforço da boca, e dos leques
harmônicos. Veja as figuras 16, 17, 18.
15
18
17
16
3mm
20mm
100mm
Reforço
Leque
harmônico
30mm
8mm
Rebaixamento a partir
da linha central
No radial
4mm
8mm
Cole os leques e barras harmônicas e reforço da boca, após
24 horas de cura da cola, efetue acabamento com as lixa
de grão 280, 320, veja figuras 19, 20, 21,22.
22
19 20
21 Cunha
26 27
O Braço do violão requer uma madeira de grande estabilidade
dimensional, de media densidade. O braço é composto pela voluta
(cabeça) e o salto, veja figura 23.
III - Braço
Para sua confecção, utilize uma peça de madeira com o corte
radial, nas seguintes medidas: 600mm x 80 mm x 20 mm.
veja figura 24.
14º Ângulo
20mm
80mm
329mm
200mm
600mm
23
24
Veja as figuras, 25,26,27,28.
14º Ângulo
25
26
27
28
29
28 29
Salto bruto
329mm
Pressão
Faça o alinhamento do salto com o braço e cole prensando com
grampos de marceneiro (sargentos), por um período de 24 horas,
para a cura da cola, veja figura 31.
Em uma peça de madeira medindo 140 mm x 80 mm x 50 m,
molde e corte a forma do salto, veja figura 30.
30
31
Colado ao braço, efetue um corte para encaixe das laterais.
As laterais são presas a esse corte com a ajuda de duas cunhas,
veja figura 32,33,34,35,36.
5mm 5mm
2mm2mm
20mm
4mm
10mm
2mm
10mm
2mm
5mm
32 33
34
35 36
30 31
Esculpir o salto utilize um formão bem afiado, veja as figuras 37,
38,39,40,41,42.
Limite do Ângulo
20mm
30mm
Matriz do salto
37 38
39 Raio de
43mm
40
41
42
32 33
IV - Voluta (cabeça)
Cole uma lamina, com as seguintes medidas; 200mm de
comprimento, por 80 mm de largura e por 2 mm espessura, da
mesma espécie da madeira utilizada no fundo e nas laterais,
sobre a frente da voluta. Após a secagem da cola, desenhe o
formato desejado.
O desenho da voluta é o médio de identificação visual do luthier.
Para construção da voluta, veja as figuras 43.
Pestana
Voluta
43
Siga a ordem das figuras 44,45,46,47,48,49,50,51.
35mm
35mm
36mm
46
45
15mm
25mm
7mm
53mm
47
14mm
76mm
48 49
34 35
Pestana
50
51
A função do fundo do violão e refletir o som produzido pelo
tampo, e é construído com uma espécie de madeira mais densa.
Para a construção do fundo, serão necessárias duas peças de
madeira, com corte radial, na seguinte medidas; 550 mm de
comprimento, por 200 mm de largura por 0,4 mm de espessura,
veja figura 5. (madeira para o tampo).
O processo do preparo para a colagem das peças que compõem
o fundo, e o mesmo do tampo, e deve ser colado com um filete
ao centro, composto de uma lamina de madeira branca, de menor
densidade, para garantir uma boa colagem.
Aplique um reforço central na junta (área colada), observando
os veios da madeira do reforço no sentido perpendicular aos veios
da madeira do fundo, e deve ter; 15 mm largura e 2 mm de
espessura, cole até 5 mm antes do salto e 5mm antes da culatra.
Para garantir a rigidez necessária aplique 3 travessas ou barras
transversais, veja figuras 52.53.
52
53
Lâminado
claro
15mm de largura
2mm de espessura
Travessa
Travessa
V - Fundo do violão
36 37
Após o processo de colagem, por meio de um gabarito, efetue o
desenho da silhueta do fundo do violão, e corte com uma serra
tico- tico.
Calibre a peça do fundo, deixando a 2 mm, utilizando um
calibrador com lixas grão 80, 100, 120, 150, ou raspilho.
É a parte que define a silhueta e une o tampo com o fundo e o
braço do instrumento, fechando a caixa de ressonância.
A madeira da lateral é a mesma utilizada para a confecção do
fundo, e observe, sempre com o corte radial, veja figura 5.
Uma vez fatiado em serra de fita ou circular, faz-se uma seleção
por pares de corte e com veios iguais. Calibre com lixa de grão
80, 100, 120, 150 e no acabamento final com grão de 180, 220
e 240. Ficando com uma espessura de 1,8 a 2,0 mm, dependendo
da densidade da madeira utilizada, veja figura 54.
VI - Laterais
54
91mm96mm
760mm
Parte da culatra Parte salto
Para dobrar as laterais, umedeça levemente as peças e aqueça
em um forninho com resistência elétrica, até 98 graus. Por meio
de um gabarito, modele ate o ponto desejado, veja figura 55 e 56.
Forno
ferro com resistência
na parte interna
55 56
Peça de madeira de baixa densidade, que reforça a união do
tampo, fundo e laterais, veja figura 57.
VII - Culatra
57
91mm
60mm
98mm
38 39
É confeccionada por uma espécie de madeira densa e escura, e
é colada sobre a frente do braço até a boca do instrumento. Sua
função é receber os 19 trastes, necessários para um violão,
distribuídos mediante cálculos matemático, para garantir a
afinação do instrumento, veja figura 58.
VIII - Escala
Pestana
12º traste
58
Deve ser respeitadas sua forma e dimensão, veja figura 59,60,61.
59
325mm
8mm
Pestana
de 4mm
12º traste
7mm de
espessura
12º traste
Linha
paralela
53mm
12º traste
Angulo
da boca 42,5mm raio
62mm
60
61
40 41
Para determinar a distância de um traste a outro, utilize esta
formula matemática 12 2 = 1.059463 ao que nomearemos
Fator K de proporcionalidade.
Exemplo: calculo da escala de um Violão Clássico 650mm.
Comprimento de corda pulsante = 650 mm
Fator K = 1.059463 = 613,51835
650 - 613,51835 = 36,48 1º traste
613,51835/1.059463 = 579,08426
613,51835 - 579,08426 = 34,43 2º traste
579,08426/1.059463 = 546,5828
579,08426 - 546,5828 = 32,50 3º traste
546,5828/1.059463 = 515,9055
546,5828 - 515,9055 = 30,67 4º traste
E assim sucessivamente, até o 19 traste.
Peça de madeira, confeccionada da mesma espécie e densidade
da escala e com corte radial.
É a peça do instrumento que sustenta as cordas, suportando
grande tensão, aproximadamente 40 kg.
Além de sustentar as cordas, tem a função de transmitir através
do rastilho, feito de osso de canela de boi, a vibração das cordas
para o tampo e conseqüentemente para a caixa de ressonância.
As seqüências de sua construção, veja as figuras 62,63,64,65,66,
67,68.
IX - Cavalete
30mm180mm
10mm
80mm
50mm
62
63
42 43
Abas
Rastilho
5mm
12mm
64
65
Posição dos furos 11mm
Espessura da
marchetaria Centro
27,5mm
Bloco Cordal
66
68
67 Vista lateral
Base
Rastilho
Exemplo de marchetaria sobre o bloco cordal
55mm
A base inferior do cavalete tem que estar plana, sem defeito, para uma colagem perfeita.
44 45
Para montar uma marchetaria e preciso laminas de madeira com
cores distintas de acordo com suas idéias. As laminas são de 0,5
ou 0,7 mm de espessura, veja figuras 69 e 70.
X - marchetaria
69
Marfim Preciosa
É preciso ter cuidado, as laminas são frágeis. Faça um projeto
de desenho desejado, veja figura 71,72.
Papel milimetrado
Núcleo da roseta
(marchetaria)
Borda
da roseta
71
72
70
Prepare as Peças
Com as laminas, prepare os filetes, veja figura 73.
Através do projeto, podemos saber a quantidade exata de laminas,
veja figura 74. Junte as laminas formando as fileiras 1, 2, 3 e
assim até a ultima fileira, veja figuras 74 e 75.
Tiras da lamina
de madeira
74
73
75
46 47
Para colá-las não é preciso impor muita pressão, para evitar que
desfaça o desenho desejado. Os tacos de pressão, podem ser
fixados com pregos, veja figura 76.
Após o processo de colagem, espere 24 horas, para a cura da
cola. Logo após, quando as peças estiverem secas, calibrar com
0,7 mm, para que cada tira se torne um quadrado. Depois, é só
juntar os filetes com base no projeto.
Tampa
Prego
Tacos
para pressão
Base para suporte
Largura do projeto 11,25mm
76
Bloco Final
A Roseta é colada com um raio de curva.
Para chegar a esse raio inicial some:
Raio da boca = 43 mm
Raio da borda da boca = 2mm de espessura;
Espessura da borda da marchetaria = 5 mm = 51 mm
de raio
Esse é o ângulo em que deve ser colado o bloco de marchetaria,
prepare uma base com esse ângulo, onde será colado o bloco,
veja figuras 77, 78,79.
Pressão
Base
pregada
Peças
soltas
Pressão com
corda em volta
77
78
48 49
79
Após 24 horas de espera para cura da cola, fatie na transversal
o bloco com 2 mm de espessura. Faça uma forma que encaixe
o bloco enquanto você corta, veja figura 80.
80
50 51

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  • 2. Ficha catalográfica elaborada por Maria Carmolinda Marques da Silveira Mourão CRB-11/049 G633m Gomes, Rubens Manual de Lutheria: curso básico / Rubens Gomes, Raul Lage, Arminda Mourão - Manaus: UNICEF, 2004. 48 p. Il.; Manual. 1. Ensino profissional 2. Educação de adolecentes I. Lage, Raul II. Mour’ao, Arminda III.T[itulo. CDU (1997): 37.035.3 CDD (17.ed.): 371.425
  • 3. O início do apoio do UNICEF à Oficina Escola de Lutheria da Amazônia data do ano de 2000. Com recursos doados por cidadãos e cidadãs brasileiros - arrecadados pelo Programa Criança Esperança, que é organizado e veiculado anualmente pela Rede Globo de Televisão - temos financiado diferentes atividades da OELA. Com o melhor de nossa capacidade técnica, temos tentado contribuir para o bom andamento de seus trabalhos. O lançamento desta cartilha, que de algum modo vem coroar seis anos de intensas atividades, nos abre espaço para algumas reflexões. Acreditamos que este Manual de Lutheria irá interessar a públicos bem distintos. Interessará àqueles e àquelas que pensam e trabalham pelo Desenvolvimento Sustentável da Amazônia e pela preservação de suas florestas. Interessará aos músicos, aos amantes da música, àqueles que se interessam pela cultura e àqueles que gostam de trabalhar com as mãos e valorizam a industria artesanal. Interessará a todos que se preocupam com a formação profissional dos adolescentes brasileiros, sobretudo daqueles que tendem a procurar atividades produtivas e geradoras de renda antes mesmo de completar 18 anos. E interessará também a todos àqueles que sonham com um Brasil que respeita os direitos e a cidadania de todas suas crianças, sejam elas meninos ou meninas, com deficiência ou não, pobres ou ricos, negros, índios ou brancos, no norte ou do sul, da cidade ou do campo. A idéia central da OELA chama a atenção por sua originalidade: trata-se de ensinar crianças e adolescentes de famílias de baixa renda a produzir artesanalmente instrumentos musicais de alta qualidade, aproveitando resíduos de madeira nobre retirada das PREFÁCIO florestas da Amazônia Brasileira. Mas, a nosso ver, essa idéia não se destaca exclusivamente por sua poesia e originalidade. Instiga, sobretudo, por simbolizar e sintetizar uma proposta consistente de desenvolvimento social, ambiental e econômico sustentável para a Região Norte do país. Para a equipe responsável pela OELA e também para o UNICEF, o Desenvolvimento Sustentável está diretamente vinculado ao Desenvolvimento Humano e Social de todos os que vivem na região. Sabemos que o futuro e o presente das crianças e adolescentes da Amazônia depende diretamente do presente e do futuro de seu patrimônio natural. Entendemos que é necessário garantir desde já os direitos dessas crianças e adolescentes, além de prepará-los e formá-los devidamente para que possam e saibam, amanhã, trabalhar, produzir, ser felizes e gerar riquezas, sem comprometer ainda mais os ameaçados eco-sistemas da região. Vinculando-se a esta iniciativa, o UNICEF deseja potenciá-la, estimulando, o debate, a formulação e a implementação de políticas públicas de formação profissional para adolescentes de baixa renda, que contemplem a necessidade de um desenvolvimento econômico sustentado e adequado à gestão dos recursos naturais da Amazônia. O que esperamos é que, desta forma, possamos estar contribuindo para que o trabalho da OELA, além de garantir um presente e um futuro melhores para os meninos e meninas que já passaram pela Oficina Escola de Lutheria, possa gerar benefícios para a todas as crianças e adolescentes da Amazônia. Jacques Schwarzstein Escritório Zonal de Belém UNICEF Brasil
  • 4. O Projeto político-pedagógico que vem sendo construído pela OELA é fruto de uma profunda reflexão sobre as finalidades da escola, explicitando claramente o seu papel social. Como é um processo em construção, é produto de reflexão e investigação. O projeto político-pedagógico é um instrumento que busca ações que fortaleçam um trabalho integrado e sistematizado que visa não só profissionalizar os jovens envolvidos no processo, mas, sobretudo, busca criar uma consciência cidadã.Para isso a OELA orienta-se pelos seguintes pressupostos: a) o desenvolvimento sustentável é possível; b) a adolescência é uma construção social; c) as ações de formação devem contribuir para a transformação sócio-cultural e política; d) busca de novas atitudes, aspirações e modos de relação das pessoas com elas mesmas, com os outros e com o planeta é fundamental para a construção da cidadania; e) uma vida digna para todos exige a reinvenção do mundo do trabalho e do papel que têm as iniciativas e os movimentos sociais que interferem na organização do cotidiano e no atendimento das necessidades das pessoas. Nesta perspectiva, este manual é fruto de um trabalho coletivo efetivado pelos integrantes da escola. Dela participaram o Luthier responsável por este belo projeto, Rubens Gomes, além dos monitores que dão vida à escola. Tem como principal objetivo subsidiar trabalhos futuros, socializando uma experiência tão rica como a desenvolvida pela Oficina Escola de Lutheria da Amazônia. Ao profissionalizar, a OELA contribui para forjar cidadãos que podem contribuir para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. INTRODUÇÃO Prof.ª Dr.ª Arminda Mourão Pedagoga 06 07
  • 5. Evolução do Violão No século XIX, o Luthier espanhol Antonio de Torres Jurado (1817 - 1892), fez as transformações que servem como padrão até hoje, para o violão. Sendo as mais importantes: Design de nova silhueta; Aumento da superfície vibrante do Tampo; Reforço da potência sonora; Aplicação sistema dos harmônicos em distribuição e posição de leques harmônicos. Aumento da quantidade de trastes até 19, pois anteriormente só usavam 12; Aumentou o tamanho da corda pulsante de 648 mm para 650 mm (padrão); Transformou o cavalete, agregando ao rastilho facilitando a transmissão da vibração das cordas do Tampo; Desenho das tarraxas mecânicas. Antes de Antonio Torres, na segunda metade do século XVI, o poeta e músico espanhol Vicente Martinez Espinel, agregou a quinta corda e criou o sistema de afinação que utilizamos até hoje. Depois no ano 1760, século XVIII, foi agregado a sexta corda pelo Frei Miguel Garcia, conhecido como o Padre Basílio, sendo também o primeiro músico a compor para o violão, nos moldes atuais. O ambiente de trabalho e estudo Um local de estudo e trabalho apropriado é uma das condições necessárias para o bom resultado da atividade de Lutheria. O aluno (a) precisa de uma pequena área organizada, o que faz com que o trabalho evolua rápido e racionalmente. Seja qual for o espaço, algumas condições são imprescindíveis tais como: Ambiente seco Todas as preparações para a confecção ou a restauração dos instrumentos musicais devem seguir critérios rígidos no aspecto de secagem: As atividades de lutheria devem ser realizadas somente em lugares secos. A madeira é uma matéria higroscópica, e as ferramentas sofrem igualmente em umidade constante. Área de trabalho A disposição sistemática das ferramentas e depósitos de outros materiais de trabalho em estantes abertas, economiza espaço e contribui para a evolução racional do trabalho. Arejamento O local deve ser necessariamente arejado, em virtude do desprendimento de pó da madeira e vapores dos vernizes, que se desprendem em grande quantidade em decorrência das atividades. Cuidados iniciais 08 09
  • 6. Identificação das ferramentas Este processo consiste em fazer o aluno (a) a conhecer as diversas ferramentas utilizadas na atividade de Lutheria. Cuidados com as ferramentas As ferramentas devem ser guardadas em local seco, pois elas enferrujam com a umidade e perdem rapidamente o corte e sua capacidade de resistência. As ferramentas também não devem ser utilizadas para uma finalidade a qual não foram destinadas. Limpar as ferramentas após o uso e não esquecer de adicionar uma gota de óleo onde for necessário (lubrificação). As ferramentas que umedecerem devem ser secadas imediatamente e os vestígios de ferrugem retirados com querosene. As ferramentas devem ser guardadas penduradas em estantes abertas. Uma arrumação feita com clareza facilita a evolução do trabalho. Quando guardadas em gavetas, alguns cuidados devem ser tomados para que as ferramentas não percam o corte exemplo: o formão não pode ser colocado ao lado da grosa pois o atrito faz com que sem corte. Iluminação O local tem que ser bem iluminado. No teto sobre o local de trabalho deve ser instalada uma lâmpada florescente e um ponto de luz giratório para iluminação direta em trabalhos minuciosos. FERRAMENTAS Afiação de ferramentas Todas as ferramentas cortantes precisam ser afiadas regularmente. O processo de afiar um formão ou uma raspadeira deve ser efetuado em intervalos pequenos, e isto se faz durante o uso. Formão O formão é afiado usando-se uma pedra de amolar úmida ou a óleo, mas, tenha cuidado para não passar óleo para a madeira, pois isto dificultará o processo de colagem das peças. Primeiro amola-se o lado espelhado, colocando-o em sentido plano sobre a pedra e esfregando-se o formão sobre a mesma, com movimentos circulares. Em seguida afia-se alternadamente com movimento reto, em sentido contrário ao do ferro, o lado chanfrado e o lado espelhado. Raspilho Com uma lima plana, afiar o corte de uma raspadeira retangular, deixando a mesma com as arestas vivas. Para isso deve-se fixar a lâmina em pé, usando de preferência uma prensa (morsa), de modo que sobressaia uma terça parte de sua superfície. Em seguida, as bordas são afiadas com precisão sobre a pedra de amolar que deve estar umedecida. É importante que isto ocorra exatamente em ângulo de 45°. Para isso coloca-se a lâmina ao longo de um pedaço de madeira apoiado sobre a pedra de amolar. Feito isto, retifica-se então as bordas com um amolador de facas, triângulo ou dorso de uma goiva para se conseguir rebarba delicada, que forma o corte de lâmina. 10 11
  • 7. Além disso, pode-se colocar a raspadeira sobre o tampo de uma mesa, com o lado do corte sobressaindo um pouco, passando em seguida o amolador uma vez com forte pressão sobre a face da lâmina. Identificação da Madeira A madeira e um material que apresenta características individuais. É infinitamente variável em cor, textura, figura e grã. No interior de um tronco se distingui diversas camadas estruturadas. O cerne representa a parte mais dura do tronco de uma árvore e é a que se usa na construção de instrumentos. O alburno é a camada externa do tronco, que tem a função de canalizar a água e absorver o alimento da arvore. As espécies de árvores que produzem madeira para a construção de instrumentos são divididas em dois grupos: a) Madeiras duras: (leguminosas) árvores que crescem mais lentamente; e são utilizadas para a construção dos fundos e laterais dos violões. b) Madeiras moles: (coníferas) árvores que crescem mais rapidamente, e são utilizadas para a construção dos tampos dos violões. MADEIRA As madeiras tradicionalmente utilizadas para a confecção dos instrumentos de cordas dedilhadas, como o violão, cavaquinho, viola caipira e o bandolim, são; para o tampo, barras harmônicas e os leques, o abeto europeu, mais conhecido como pinho (Picea abies), para o fundo e as laterais, é o jacarandá da Bahia (Dalbergia nigra), para o braço, contra faixa e culatra, são o cedro (Cedrela odorata) e o mogno ( Swietenia macrophylla), e para a escala a mais utilizada é o ébano. A pesquisa que buscou identificar espécies Amazônicas para a confecção de instrumentos musicais de corda dedilhada, através de análise comparativa das características e propriedades físico, mecânica e acústica. A Amazônia com seu potencial na diversidade de suas espécies, tem apresentado através de pesquisas realizadas pelo INPA e LPF/IBAMA, resultados extremamente satisfatórios para a inclusão da Lutheria na região, como uma atividade de alto valor agregado e que promove em sua plenitude o uso racional dos recursos florestais. 12 13
  • 8. Aplicação Nome cientifico Nome vulgar Nome cientifico Nome vulgar Tampo Picea abies Abeto europeu Simaruba amara Marupá Tampo Cordia goeldiana Freijó Tampo Pachira spp. Munguba grande Tampo Schefflera morototoni Morototó Fundo/lateral Dalbergia nigra Jacarandá da Bahia Dalbergia spruceana Jacarandá do pará Platymiscium ulei Macacaúba Brosimum rubescens Pau rainha Astronium lecointei Muiracatiara Aniba canellila Preciosa Fundo/lateral Piptadenia suaveolens Faveira folha fina Cassia scleroxylon Muirapixuna Swartzia leptopetala Gombeira Swartzia laxiflora Coração de negro Braço Swietenia macrophylla Mogno Cedrela odorata Cedro Bixa arborea Urucú da mata Braço Protium spp. Breu branco Escala Ébano Swartzia leptopetala Gombeira Swartzia laxiflora Coração de negro Aniba canellila Preciosa Dalbergia spruceana Jacarandá do pará Cassia scleroxylon Muirapixuna Ocotea fragantissima Louro preto ESPECIES TRADICIONAIS ESPECIES AMAZÔNICAS Quadro i Espécies madeireiras tradicionais e amazônicas e suas aplicações na lutheria. Características e propriedades das espécies Os critérios que devem ser adotados na seleção das espécies Amazônicas devem seguir os parâmetros descritos abaixo: Características anatômicas em geral (cor, grã, textura e figura) Propriedades físicas (densidades da madeira e contração) Propriedades mecânicas (módulos de ruptura e elasticidade na flexão estática, compressões paralelas e perpendiculares à grã, cisalhamento e dureza). Determinação das características gerais Os cuidados que devem ser observados na escolha das madeiras para lutheria, devem obedecer alguns critérios, primeiro por tratar-se de uma atividade altamente conservadora, tanto os consumidores finais, os luthiers e principalmente os músicos. Para cada componentes dos instrumentos musicais é necessário que haja combinações específicas destas características. Para o tampo devem-se usar espécies de cor clara, fundos e laterais, espécies de cor marrom escuro e para a escala ou espelho deve-se usar espécies de cor preta. Cor: A escolha da cor terá que levar em conta algumas exigências já consagradas pela tradição, por exemplo, o tampo dos instrumentos deve ser confeccionado com madeira de cor clara, as laterais e o fundo de madeira de cor marrom escuro e a escala com madeira de cor preta. 14 15
  • 9. Figura: A madeira para instrumentos musicais de cordas dedilhadas deve ser perfeitamente quartelada, o que significa dizer que a figura aparece sobre a superfície radial. A madeira quarteada geralmente apresenta uma quantidade considerável do tecido dos raios, que é em grande parte responsável pelo valor decorativo e acústico da madeira. Textura: As diferenças no aparecimento dos anéis de crescimento, que resultam das variações em tamanho e uniformidade das dimensões das células, constituem a textura da madeira. A maioria de espécies Amazônicas apresenta muitos poros grossos, com poros grossos de diâmetros acima de 300 micron e parênquima abundante visível a olho nu, o que dificulta o processo de fino acabamento. Grã: A grã se relaciona às direções gerais das fibras e outros elementos da madeira, podendo ser definida como: direita, espiralada, reversa, ondulada e torcida. Para lutheria devem-se utilizar as madeiras que apresentam grão direita, o que possibilitara um enorme ganho na trabalhabilidade e nas propriedades acústica das espécies. Construindo o instrumento Determinação das propriedades físicas A densidade física é uma propriedade de grande importância por causa da sua relação direta com outras propriedades como, por exemplo, a resistência mecânica. Na confecção dos componentes dos instrumentos musicais se devem observar as diferentes densidades básicas das espécies. Por exemplo, o peso específico de uma madeira para o tampo deve ser menor do que aquela usada para o fundo/ lateral. A madeira utilizada na fabricação de violões na OELA. Para cada parte do violão é utilizada uma espécie de madeira. Tampo = Marupá Fundo e Lateral = Pau-rainha e Tauari Escala e Cavalete = Preciosa Braço = Breu-branco Em todas as etapas de fabricação, a madeira recebe uns tratamentos especiais, ficando em ambiente fechado desumidificado para que o produto final saia com qualidade. 16 17
  • 10. Faça o corte da madeira em radial (veios longitudinal), para maior resistência e melhor condução da vibração, veja figuras 1, 2, 3. 1 2 3 Corte radial Desdobro da madeira I - Desdobramento 6 O Tampo é a parte mais importante do violão, por ele, transmite as vibrações das cordas, através do cavalete. Ao vibrar, provoca o movimento do ar contido na caixa de ressonância. O Tampo é construído por duas peças continuas de madeira, medindo, 550mm de comprimento, por 200 mm de largura e por 0,4 mm de espessura, veja figuras 4 e 5. Uma vez unidas as duas peças, desenhe por meio de um molde a silhueta do violão. Efetue o corte com uma serra tico-tico ou manua, veja figura 6. II - Confecção de Tampo Veios e raios identicos ao máximo possível 4 5 18 19
  • 11. 8 7 Após o corte da silhueta, calibre o tampo para 3.5 mm. O passo seguinte, é a incrustar da marchetaria (roseta ou mosaico). Para definir o centro da boca do Violão Clássico, divida a linha central do Tampo em 3 partes, usando o primeiro terço superior, veja figura 7. Cortador circular, veja figura 8. Largura da escala Limite da marchetaria Presilha controladora de grau Pino do compasso Lâmina cortante Raio Para efetuar o corte no tampo para incrustar a roseta, utilize um cortador circular, veja figura 8 A. Cortador circular Pino do compasso Lâmina de aço Ponta da lâmina 8A 20 21
  • 12. Para o primeiro corte (interno), regule o cortador circular com 51 mm. O segundo corte (externo), regule o cortador circular com 63 mm de abertura, veja figura 9. Após os dois cortes iniciais, efetuem vários outros cortes entre eles, para facilitar a retirada da madeira. Para esta operação, utilize um pequeno formão, veja figura 10. 51mm 63mm Formão Largura da escala Centro 9 10 As funções principais da Roseta, são: (i) estrutural; reforçar os terminais dos veios ao redor da boca do instrumento, evitando que o tampo venha a rachar, (ii) decorativo, e também, se usa como meio de personificar o luthier pelo seu desenho e estética. No caso da OELA o projeto foi baseado, a cúpula do Teatro Amazonas, veja figura 11. Montagem repetida 11 22 23
  • 13. Após a retirada do excesso de madeira entre os dois cortes iniciais, encrave as fatias dos blocos do desenho central da roseta. Aguarde 24 horas para uma colagem perfeita. Para incrustação das bordas, inferior e superior da roseta (5 mm cada), veja figura 12. Largura da escala Boca do violão Inicio da borda Inicio da marchetaria Fim da marchetaria Fim da marchetaria 12 Incrustada a roseta, calibre o tampo com lixa grão 120 até 240, até a espessura de 3 mm. Após o acabamento, efetue o traçado dos leques e barras harmônicas, veja figuras 13 e 14. Barra com 14mm de altutra sem angulo Reforço da boca Barra com 12mm de com angulo de raio aproximado de 4m Divisão por 8 com desconto nas bordas de 10mm Leques com este formato 13 14 No radial 4mm 8mm Leque formato lateral 24 25
  • 14. Efetue o corte da circunferência da boca do violão, com 86 mm; Veja figura 15. O detalhe de confecção de reforço da boca, e dos leques harmônicos. Veja as figuras 16, 17, 18. 15 18 17 16 3mm 20mm 100mm Reforço Leque harmônico 30mm 8mm Rebaixamento a partir da linha central No radial 4mm 8mm Cole os leques e barras harmônicas e reforço da boca, após 24 horas de cura da cola, efetue acabamento com as lixa de grão 280, 320, veja figuras 19, 20, 21,22. 22 19 20 21 Cunha 26 27
  • 15. O Braço do violão requer uma madeira de grande estabilidade dimensional, de media densidade. O braço é composto pela voluta (cabeça) e o salto, veja figura 23. III - Braço Para sua confecção, utilize uma peça de madeira com o corte radial, nas seguintes medidas: 600mm x 80 mm x 20 mm. veja figura 24. 14º Ângulo 20mm 80mm 329mm 200mm 600mm 23 24 Veja as figuras, 25,26,27,28. 14º Ângulo 25 26 27 28 29 28 29
  • 16. Salto bruto 329mm Pressão Faça o alinhamento do salto com o braço e cole prensando com grampos de marceneiro (sargentos), por um período de 24 horas, para a cura da cola, veja figura 31. Em uma peça de madeira medindo 140 mm x 80 mm x 50 m, molde e corte a forma do salto, veja figura 30. 30 31 Colado ao braço, efetue um corte para encaixe das laterais. As laterais são presas a esse corte com a ajuda de duas cunhas, veja figura 32,33,34,35,36. 5mm 5mm 2mm2mm 20mm 4mm 10mm 2mm 10mm 2mm 5mm 32 33 34 35 36 30 31
  • 17. Esculpir o salto utilize um formão bem afiado, veja as figuras 37, 38,39,40,41,42. Limite do Ângulo 20mm 30mm Matriz do salto 37 38 39 Raio de 43mm 40 41 42 32 33
  • 18. IV - Voluta (cabeça) Cole uma lamina, com as seguintes medidas; 200mm de comprimento, por 80 mm de largura e por 2 mm espessura, da mesma espécie da madeira utilizada no fundo e nas laterais, sobre a frente da voluta. Após a secagem da cola, desenhe o formato desejado. O desenho da voluta é o médio de identificação visual do luthier. Para construção da voluta, veja as figuras 43. Pestana Voluta 43 Siga a ordem das figuras 44,45,46,47,48,49,50,51. 35mm 35mm 36mm 46 45 15mm 25mm 7mm 53mm 47 14mm 76mm 48 49 34 35
  • 19. Pestana 50 51 A função do fundo do violão e refletir o som produzido pelo tampo, e é construído com uma espécie de madeira mais densa. Para a construção do fundo, serão necessárias duas peças de madeira, com corte radial, na seguinte medidas; 550 mm de comprimento, por 200 mm de largura por 0,4 mm de espessura, veja figura 5. (madeira para o tampo). O processo do preparo para a colagem das peças que compõem o fundo, e o mesmo do tampo, e deve ser colado com um filete ao centro, composto de uma lamina de madeira branca, de menor densidade, para garantir uma boa colagem. Aplique um reforço central na junta (área colada), observando os veios da madeira do reforço no sentido perpendicular aos veios da madeira do fundo, e deve ter; 15 mm largura e 2 mm de espessura, cole até 5 mm antes do salto e 5mm antes da culatra. Para garantir a rigidez necessária aplique 3 travessas ou barras transversais, veja figuras 52.53. 52 53 Lâminado claro 15mm de largura 2mm de espessura Travessa Travessa V - Fundo do violão 36 37
  • 20. Após o processo de colagem, por meio de um gabarito, efetue o desenho da silhueta do fundo do violão, e corte com uma serra tico- tico. Calibre a peça do fundo, deixando a 2 mm, utilizando um calibrador com lixas grão 80, 100, 120, 150, ou raspilho. É a parte que define a silhueta e une o tampo com o fundo e o braço do instrumento, fechando a caixa de ressonância. A madeira da lateral é a mesma utilizada para a confecção do fundo, e observe, sempre com o corte radial, veja figura 5. Uma vez fatiado em serra de fita ou circular, faz-se uma seleção por pares de corte e com veios iguais. Calibre com lixa de grão 80, 100, 120, 150 e no acabamento final com grão de 180, 220 e 240. Ficando com uma espessura de 1,8 a 2,0 mm, dependendo da densidade da madeira utilizada, veja figura 54. VI - Laterais 54 91mm96mm 760mm Parte da culatra Parte salto Para dobrar as laterais, umedeça levemente as peças e aqueça em um forninho com resistência elétrica, até 98 graus. Por meio de um gabarito, modele ate o ponto desejado, veja figura 55 e 56. Forno ferro com resistência na parte interna 55 56 Peça de madeira de baixa densidade, que reforça a união do tampo, fundo e laterais, veja figura 57. VII - Culatra 57 91mm 60mm 98mm 38 39
  • 21. É confeccionada por uma espécie de madeira densa e escura, e é colada sobre a frente do braço até a boca do instrumento. Sua função é receber os 19 trastes, necessários para um violão, distribuídos mediante cálculos matemático, para garantir a afinação do instrumento, veja figura 58. VIII - Escala Pestana 12º traste 58 Deve ser respeitadas sua forma e dimensão, veja figura 59,60,61. 59 325mm 8mm Pestana de 4mm 12º traste 7mm de espessura 12º traste Linha paralela 53mm 12º traste Angulo da boca 42,5mm raio 62mm 60 61 40 41
  • 22. Para determinar a distância de um traste a outro, utilize esta formula matemática 12 2 = 1.059463 ao que nomearemos Fator K de proporcionalidade. Exemplo: calculo da escala de um Violão Clássico 650mm. Comprimento de corda pulsante = 650 mm Fator K = 1.059463 = 613,51835 650 - 613,51835 = 36,48 1º traste 613,51835/1.059463 = 579,08426 613,51835 - 579,08426 = 34,43 2º traste 579,08426/1.059463 = 546,5828 579,08426 - 546,5828 = 32,50 3º traste 546,5828/1.059463 = 515,9055 546,5828 - 515,9055 = 30,67 4º traste E assim sucessivamente, até o 19 traste. Peça de madeira, confeccionada da mesma espécie e densidade da escala e com corte radial. É a peça do instrumento que sustenta as cordas, suportando grande tensão, aproximadamente 40 kg. Além de sustentar as cordas, tem a função de transmitir através do rastilho, feito de osso de canela de boi, a vibração das cordas para o tampo e conseqüentemente para a caixa de ressonância. As seqüências de sua construção, veja as figuras 62,63,64,65,66, 67,68. IX - Cavalete 30mm180mm 10mm 80mm 50mm 62 63 42 43
  • 23. Abas Rastilho 5mm 12mm 64 65 Posição dos furos 11mm Espessura da marchetaria Centro 27,5mm Bloco Cordal 66 68 67 Vista lateral Base Rastilho Exemplo de marchetaria sobre o bloco cordal 55mm A base inferior do cavalete tem que estar plana, sem defeito, para uma colagem perfeita. 44 45
  • 24. Para montar uma marchetaria e preciso laminas de madeira com cores distintas de acordo com suas idéias. As laminas são de 0,5 ou 0,7 mm de espessura, veja figuras 69 e 70. X - marchetaria 69 Marfim Preciosa É preciso ter cuidado, as laminas são frágeis. Faça um projeto de desenho desejado, veja figura 71,72. Papel milimetrado Núcleo da roseta (marchetaria) Borda da roseta 71 72 70 Prepare as Peças Com as laminas, prepare os filetes, veja figura 73. Através do projeto, podemos saber a quantidade exata de laminas, veja figura 74. Junte as laminas formando as fileiras 1, 2, 3 e assim até a ultima fileira, veja figuras 74 e 75. Tiras da lamina de madeira 74 73 75 46 47
  • 25. Para colá-las não é preciso impor muita pressão, para evitar que desfaça o desenho desejado. Os tacos de pressão, podem ser fixados com pregos, veja figura 76. Após o processo de colagem, espere 24 horas, para a cura da cola. Logo após, quando as peças estiverem secas, calibrar com 0,7 mm, para que cada tira se torne um quadrado. Depois, é só juntar os filetes com base no projeto. Tampa Prego Tacos para pressão Base para suporte Largura do projeto 11,25mm 76 Bloco Final A Roseta é colada com um raio de curva. Para chegar a esse raio inicial some: Raio da boca = 43 mm Raio da borda da boca = 2mm de espessura; Espessura da borda da marchetaria = 5 mm = 51 mm de raio Esse é o ângulo em que deve ser colado o bloco de marchetaria, prepare uma base com esse ângulo, onde será colado o bloco, veja figuras 77, 78,79. Pressão Base pregada Peças soltas Pressão com corda em volta 77 78 48 49
  • 26. 79 Após 24 horas de espera para cura da cola, fatie na transversal o bloco com 2 mm de espessura. Faça uma forma que encaixe o bloco enquanto você corta, veja figura 80. 80 50 51