3. ANAMNESE
Como devo me portar?
A família chega ao seu consultório
espontaneamente ou por alguma
indicação. Obviamente vai te analisar dos
pés a cabeça antes de entregar um ente
querido aos seus cuidados. Portanto, sua
postura é fundamental para “conquistar” a
confiança deles.
4. ANAMNESE
Educação e cordialidade sem exageros.
Falar baixo e pouco demonstrando calma
e segurança. Você deve ouvir muito mais
do que falar.
5. ANAMNESE
Dependendo do especialista podem ter
apenas poltronas na sala ou mesa e
cadeiras. Ao receber o informante você o
cumprimentará estendendo-lhe a mão
(sem beijinhos e abraços) e solicitará que
se sente.
Confirmará seu nome e se apresentará
perguntando em que pode ajudar-lhe.
6. ANAMNESE
Nas primeiras aplicações de anamnese o profissional
poderá ficar atrapalhado para anotar as informações que
acabam chegando fora da ordem do protocolo. Não se
preocupe. Tome o cuidado de anotá-las num outro lugar
e depois poderá copiá-las para o “espaço certo” se isso
o fizer sentir-se melhor.
Caso o informante dispare a falar, observe-o. Talvez
esteja tão angustiado que o melhor é deixá-lo desabafar
primeiro e posteriormente você retoma alguns dados.
Porém, caso perceba que o informante é “muito falante”
diga que precisa ouví-lo por partes e que para isto vai
fazer-lhe algumas perguntas importantes para a
intervenção.
7. ANAMNESE
Sente-se com postura ereta e demonstre que
está interessado no que o informante está te
contatndo olhando-o diretamente nos olhos
evitando qualquer tipo de comentários.
Use jaléco. Ele demonstra higiene e deve ser
obrigatoriamente retirado ao sair do consultório.
8. ANAMNESE
Os profissionais que têm cabelos longos devem mantê-
los sempre presos. Além do aspecto higiênico,
extremamente necessário para algumas especialidades
que precisam fazer inspeção oral no paciente, passa-se
a impressão de clareza e honestidade (você não está se
escondendo por detrás do cabelo).
O vestuário, obviamente deve ser compatível com a
função do profissional e em nenhum momento aparenter
vulgaridade. Decotes, transparências e calças justas
devem ser evitados, assim como excessos de jóias e
maquiagem. Tenha sempre bom senso.
9. ANAMNESE
Quantas perguntas fazer?
A quantidade de perguntas é muito variável, mesmo
quando o terapeuta se apóia num protocolo.
Pode ser que o informante relate de uma só vez tudo o
que ocorreu durante a gestação, poupando o terapeuta
de fazer todos os questionamentos que estão “listados”.
Em outros casos, o investigador poderá ter a necessidade
de instigar, questionar, estimular, incitar o informante
fazendo várias perguntas até que consiga obter uma
informação específica importante.
10. ANAMNESE
E se o paciente perceber meu nervosismo?
Para coletar dados em uma anamnese, obviamente o
profissional deverá estar muito bem preparado em todos
os sentidos.
Emocionalmente pode ter contato com histórias que
remexam seus próprios traumas.
Mesmo que nas primeiras anamneses você não se sinta
totalmente seguro, o paciente jamais poderá perceber.
Passar confianças naquilo que está fazendo é fundamental
e necessário.
11. ANAMNESE
Como não demonstrar angústia, tristeza ou indignação
diante de um fato contado pelo informante?
- Vamos investigar assuntos delicados e teremos que
aprender a como reagir diante deles; ou melhor, a como
NÃO reagir.
- Histórias de aborto, uso de drogas, estupros, violência
doméstica, prostituição, agressões, abandonos, prisões,
assassinatos são mais comum do que podemos
imaginar justamente porque a falta de uma estrutura
familial adequada pode desencadear a dificuldade que
virá, posteriormente, na criança.
12. ANAMNESE
- A palavra “julgamento” deve desaparecer do seu
vocabulário. Você está ali para escutar e tentar
ajudar seu paciente e a sua opinião sobre os
fatos já ocorridos não importa, portanto,
dispense qualquer tipo de comentário e apenas
ouça, perguntado o que for relevante para sua
intervenção.
- Sua feição deverá ser sempre a mesma:
tranquila, serena e segura, olhando nos olhos
do informante e fazendo as anotações
pertinentes.
13. ANAMNESE
- Agindo desta maneira é provável que o
informante te relate com detalhes sua
vida. Ele está buscando por ajuda, Foi ele
quem te procurou e não tem a intenção de
esconder-lhe nada.
- Nunca, em nenhuma hipótese, demonstre
espanto, indignação ou reprovação.
14. ANAMNESE
- Deixe sempre uma caixinha de lenços e um copo
de água na mesa. Ao ter que lembrar fatos
dolorosos vivenciados no passado, é comum
que o informante pode se desestruturar
emocionalmente e chorar. Caso isso ocorra, o
profissional deverá oferecer um lenço e
aguardar até que o informante se recomponha.
Em hipótese alguma poderá levantar-se para dar
um abraço ou chorar junto compartilhando do
seu sofrimento.
15. ANAMNESE
Como dizer ao informante que o tempo acabou?
- Uma sessão de anamnese tem a duração de
aproximadamente 1 hora.
- Quando a entrevista é bem conduzida, esse
tempo é suficiente para coletar grande parte da
história de vida do paciente; porém, existem
casos, nos quais, ou pelo excesso de
informações relatadas ou pela programação mal
feita do tempo, após essa 1 hora isso ainda não
ocorreu.
16. ANAMNESE
- Tanto o profissional como o informante podem ter
compromissos agendados após este tempo previsto.
Como dizer isso ao paciente?
- Com sinceridade e profissionalismo. Ex: “Vanessa, por
hoje as informações foram suficientes para iniciarmos o
processo de avaliação. Caso se recorde de algum fato
sobre o qual não discutimos podemos conversar durante
o tratamento.”
- O mesmo será feito pelo profissional. Se, após a análise
da anamnese, quando for preparar a avaliação,
perceber que deixou de abordar algum fato importante,
é só retomá-lo na sessão seguinte.
17. ANAMNESE
Quanto cobrar pelas consultas/ tratamento?
- Cada profissional tem seu Conselho que
determina o preço de tabela para cada
procedimento que poderá ser realizado.
- Dependendo da realidade do município e da
população atendida, nem sempre é possível
cobrar o valor estabelecido.
18. ANAMNESE
- O profissional deve valorizar o seu trabalho para que o
paciente sinta confiança em ser atendido.
- Não é ético cobrar “preços simbólicos” num clínica
particular, sendo passivo de denúncia no Conselho de
sua especialidade.
- Poderá ser feito um acordo com o paciente caso ele
tenha que vir mais de uma vez por semana para que o
custo não fique desproporcional.
- Muitas famílias reclamam dos valores das terapias, mas
seus filhos estão matriculados em escolas de Inglês,
futebol, natação que chegam a cobrar mais que o
clínico.
19. ANAMNESE
Como abordar o preço da sessão/consulta?
- Geralmente a informação é passada pela própria
secretária no momento em que o paciente liga para
agendar a anamnese.
- Caso ao término da entrevista o paciente ou informante
não questione sobre o valor das consultas, caberá a
você informar-lhe os custos do seus serviços.
- Isto será feito de forma simples e objetiva: “Cada sessão
é R$....., se você preferir pode acertar mensalmente na
data em que achar melhor.”
20. ANAMNESE
- Muitos profissionais, por segurança, redigem
uma espécie de “contrato” dos serviços que
serão prestados no qual consta os dias e
horários de atendimento, o custo do tratamento
e o dia do pagamento.
- Algumas clausulas “extras” são importantes
estarem claras neste contrato: tempo de
atendimento por sessão, com quanta
antecedência o paciente deverá desmarcar a
sessão para que não seja cobrada, se chegar
atrasado será atendido apenas no tempo que
resta de sua sessão, entre outros...
21. ANAMNESE
A COLETA DE DADOS
- Identificação;
- Queixa;
- História da “doença” atual;
- História pregressa da queixa/ antecedentes;
- Histórico familial;
- Atendimentos;
- Desenvolvimento escolar.
22. ANAMNESE
IDENTIFICAÇÃO
Na identificação, vamos coletar dados pessoais do paciente.
Assim como a observação do comportamento e da dinâmica
familial é importante desde o primeiro momento do tratamento, a
análise do caso se iniciará juntamente coma coleta destes
dados.
Pelo grau de escolaridade dos pais, por exemplo, já podemos
levantar algumas hipóteses e pensar na melhor forma que
trabalharemos com a criança (no caso de serem analfabetos,
não poderão auxiliá-los pedagogicamente....).
23. ANAMNESE
- Ao sabermos a idade e a série, compararemos se há
alguma defasagem, retenção ou atraso.
- O endereço nos fornecerá noções da condição sócio-
econômica da família nos levando a analisar os
estímulos aos quais o paciente está exposto.
- A quantidade de irmãos é importante para sabermos se
o informante tem parâmetros de comparação do
desenvolvimento motor, cognitivo e de linguagem do
paciente; além do tempo que lhe sobra para dar atenção
a cada filho.
24. ANAMNESE
- As idades dos irmãos nos trazem informações sobre a
rotina familial e os relacionamentos interpessoais
naquela família.
- Tendo conhecimento de onde a criança estuda, vamos
avaliar o grau de cobrança dos pais em relação a esse
filho e a expectativa que depositam em seu tratamento.
- Convênio: é extremamente valiosa essa informação, pois
saberemos se a família terá condições de realizar os
exames complementeres que necessitaremos. Muitos
têm que aguardar por anos numa fila de espera do SUS
e isso certamente prejudica o trabalho do terapeuta.
25. ANAMNESE
- ATENÇÃO: apesar de ser importantíssimo
considerar todas as informações recebidas na
identificação, não faça julgamentos antecipados.
A análise completa do caso que permitirá que a
hipótese diagnóstica seja levantada:
Anamnese + avaliação + exames já realizados
- Muitas famílias residem em bairros carentes e
nem por isso falham na estimulação adequada
dos filhos. O contrário também é verdadeiro.
26. ANAMNESE
Atividade – Aula 2
Responda as questões disponíveis no site.