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                                         Conteúdos:
■ História do Teatro Brasileiro: Teatro de Arena, Oficina e Opinião; ■ História do teatro:
Teatro Moderno/Contemporâneo – Expressionismo, Simbolismo e Teatro Político; ■ Teatro
do Absurdo e Teatro da Crueldade.



TEATRO DE ARENA

        O Arena tornou-se uma das mais importantes companhias de teatro brasileiras, até o
seu fechamento, no fim da década de 1960.

       Sua primeira direção é Ratos e Homens, de John Steinbeck, que lhe valeu o prêmio de
revelação de direção da Associação Paulista de Críticos de Artes, em 1956. Seu primeiro texto
encenado foi Marido Magro, Mulher Chata, uma comédia de costumes. Depois de uma série
de insucessos comerciais e diante da perspectiva de fechamento do Arena, a companhia
decide investir em textos de autores brasileiros. Superando as expectativas Eles Não Usam
Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri, dirigido por José Renato, torna-se um grande sucesso,
salvando o Arena da bancarrota. O grupo ressurge, provocando uma verdadeira revolução na
cena brasileira, abrindo caminho para uma dramaturgia nacional.

        Para prosseguir na investigação de um teatro voltado para a realidade do Brasil, Boal
sugere a criação de um Seminário de Dramaturgia que se tornará o celeiro de vários novos
dramaturgos. As produções, fruto desses encontros, vão compor o repertório da fase
nacionalista do conjunto nos anos seguintes. Sob direção de Boal o Arena apresenta
Chapetuba Futebol Clube, de Oduvaldo Vianna Filho, 1959, segundo êxito nessa vertente.



ARENA E OFICINA

        Depois de dirigir, em 1959 A Farsa da Esposa Perfeita, de Edy Lima, Boal apresenta
Fogo Frio, de Benedito Ruy Barbosa, em 1960, uma produção conjunta entre o Arena e o
Teatro Oficina, através da qual orienta um curso de interpretação. Dirige também, para o
Oficina A Engrenagem, adaptação dele e de José Celso Martinez Corrêa do texto de Jean-Paul
Sartre.

    Em 1961, Antônio Abujamra dirige um outro texto de Boal, José, do Parto à Sepultura,
com os atores do Oficina, que estreia no Teatro de Arena. No mesmo ano, o espetáculo
Revolução na América do Sul estreia, com direção de José Renato. Augusto Boal se torna um
dos mais importantes dramaturgos do período.

       Em 1962, o Arena inicia nova fase: a nacionalização dos clássicos. José Renato deixa a
companhia e Boal torna-se líder absoluto e sócio do empreendimento. Encerra-se a leva de
encenações dos textos produzidos no Seminário de Dramaturgia. Em 1963 encena O Noviço,
de Martins Pena e Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams, no teatro Oficina, em
colaboração com grandes artistas do teatro brasileiro, tais como o cenógrafo Flávio Império e
Eugênio Kusnet, responsável pela preparação dos atores. Ainda desta fase são O Melhor Juiz,
o Rei, de Lope de Vega e Tartufo, de Molière, produções de 1964. Depois do golpe militar,
Boal dirige no Rio de Janeiro o show Opinião, com Zé Kéti, João do Vale e Nara Leão -
depois substituída por Maria Bethânia). A iniciativa surge de um grupo de autores (Oduvaldo
Vianna Filho, Paulo Pontes e Armando Costa) ligados ao Centro Popular de Cultura (CPC) da
UNE, posto na ilegalidade. O grupo pretendia criar um foco de resistência política através da
arte. De fato evento é um sucesso e contagia diversos outros setores artísticos. O Opinião 65,
exposição de artes plásticas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), surge
na sequência, aglutinando os artistas ligados aos movimentos de arte popular. Esse é o
nascedouro do Grupo Opinião.

        Grupo Opinião 1964-1982 - Rio de Janeiro RJ Grupo de teatro carioca que centraliza,
nos anos 1960, o teatro de protesto e de resistência, núcleo de estudos e difusão da
dramaturgia nacional e popular. Fundado em 1964, logo após o golpe militar de 1964, reúne
artistas ligados ao Centro Popular de Cultura da UNE - CPC que havia sido colocado na
ilegalidade. Seu grande sucesso é o musical "Opinião", com participação de Zé Kéti, João do
Vale e Nara Leão (substituída por Maria Bethânia]], sob a direção de Augusto Boal. Como
uma força de resistência aglutina artistas dispersos ligados aos movimentos de arte popular da
época. Seu segundo espetáculo foi "Liberdade, Liberdade" texto de Millôr Fernandes e Flávio
Rangel, sob a direção deste último. Faziam parte deste roteiro com trechos de textos
dramáticos, poemas e canções os atores Paulo Autran, Tereza Raquel, Oduvaldo Vianna Filho
e Nara Leão. A montagem torna-se também um grande sucesso.

           Os fundamentos estéticos vivenciados no século XIX, entre público e artistas, no
âmbito do teatro, foram desafiados e ampliados no século XX, expandindo-se em experiências
e inovações teatrais. Naquele momento o “Naturalismo” cênico dominava as convenções
teatrais, e em seguida, no início do século XX, novos movimentos e experimentações
artísticos começaram a surgir em oposição as regras dominantes. Desses experimentos se
destacam o Expressionismo alemão, o Teatro Épico, o Teatro da Crueldade e o Teatro do
absurdo.

          O melodrama burguês, no final século XIX, passa a privilegiar temas do cotidiano
social e personagens comuns, rompendo com o idealismo romântico e fazendo surgir o
Realismo. Anton Tchekhov (1860-1904), foi um dos representantes do Realismo, mostrando o
dia-a-dia do povo russo, inovando no diálogo dramático e retratando o declínio da burguesia
russa. Em suas obras destacam-se “A gaivota” e “O jardim das cerejeiras”. O Naturalismo
Realista propõe um novo espaço para o diretor e o encenador. O russo Constantin Stanislavski
(1863-1938), é o maior representante do “Naturalismo”, e chegou a criar um método
específico de encenação/interpretação. O espaço cênico naturalista também precisou passar
por mudanças, para dar condições visuais e acústicas ao público, já que a idéia central desta
estética seria a identificação de cada pessoa na platéia com os personagens, de forma que a
atmosfera da cena lhes causasse uma espécie de simulacro, uma segunda realidade.Na
Alemanha, por volta de 1910, teve início o Expressionismo, um movimento de rejeição ao
Naturalismo e a encenação que pretendia criar uma ilusão da realidade. O expressionismo
inovou radicalmente o cenário, apresentando uma leitura não realista, estilizando e
distorcendo os elementos da cena. Pretendia chamar a tenção do público para a arte em si
mesma e não para a imitação da vida. Georg Kaiser (1878-1945) e Ernst Toller (1893-1939)
foram os primeiros expressionistas no teatro, e em seus trabalhos buscavam mostrar a
expressão do sentimento humano, ao invés de apenas retratar a sua realidade externa.
Exibindo ainda temáticas sociais, mostrando o homem em luta contra a mecanização
desumanizadora da sociedade industrial.

        Com a ascenção do nazismo na década de vinte, muitos artistas estavam preocupados
em trabalhar temas coletivos, desta forma reforçando a abordagem anti-naturalista, que passa
a ser conhecida como “Teatro Épico”, cujo pioneiro desta estética foi Erwin Piscator
(1893-1966), que teve como discípulo e militante do Teatro Épico, o alemão dramaturgo e
poeta lírico Bertolt Brecht (1898-1956). Brecht propunha um teatro politizado, cujo objetivo
era/é modificar a sociedade. A “Ópera dos Três Vinténs” (1928) é o trabalho de maior
destaque na carreira de Brecht, cuja parceria é com o compositor Kurt Weill (1900-1950).
Esta obra apresentou uma nova forma de teatro musical, misturando a estética de cabaré com
a sátira de cunho social. Brecht criou o “Efeito de Distanciamento” (Verfremdungseffekt),
que permitia ao público distanciar-se dos personagens e da ação dramática, utilizando
recursos de diálogos estilizados, no uso da canção-narrativa, elementos cênicos informativos,
etc. Sua pretensão era não hipnotizar o espectador, mas despertá-lo para uma reflexão crítica,
rompendo com a ilusão através do estranhamento, e deixando claro a todos que teatro não é
vida                                                                                          real.
Neste mesmo período, acontece o “Futurismo”, em que a proposta teatral, na antiga União
Soviética, era agitar e fazer propaganda, com o intuito de demolir todos os valores antigos
daquela sociedade. Já na Itália pretendia-se glorificar a violência, a força e a industrialização.
Os italianos, liderados por Filippo Tommaso Marinetti, evoluem para o fascismo, enquanto os
russos, tendo à frente Vladimir Maiakovski, usam o teatro para difundir o comunismo.

      O Russo Vsevolod Emilievich Meyerhold (1874-1940), trabalhou com Stanislavski e em
1905 passa de ator a diretor teatral, encenando várias peças de Maiakovski, utilizando o
cinema como recurso teatral. Meyerhold abre espaço para o teatro interativo, por acreditar que
o ator não deve ficar escravo do texto, propondo em algumas montagens, a circulação de
atores na platéia e do público em cena.

          No final do século XIX, Alfred Jarry (1873-1907) criou a peça “Ubu-rei”, onde o
personagem Pai Ubu causou impacto, pois a peça apresentava facetas de sátira grotesca,
paródia violenta, linguagem de baixo calão, e até mesmo fragmentação exagerada dos
diálogos. Mas foi Jarry o precursor do movimento “Surrealista” no teatro, abrindo as portas
para o “Teatro do Absurdo”. O termo “Teatro do Absurdo” só foi cunhado, em 1961, pelo
crítico teatral Martin Esslin, ao se referir às peças que possuem um olhar de uma humanidade
perdida num mundo sem sentido.

      O “Teatro da Crueldade”, é uma proposta teatral desenvolvida na França, por Antonin
Artaud (1896-1948). Artaud, apresenta em seu livro “O Teatro e seu Duplo” (1938), a
pretensão tal como no Expressionismo, de regeitar as regras do teatro Naturalista de
Stanislavski, dizendo ser uma forma de ação dramática limitada. Ele acreditava na
comunicação teatral passando pelos sentidos e não uma apelação para a mente racional.
Artaud, acrescenta ainda, que o teatro deveria ser para o público uma estética de mágica e
energia, estrapolando os espaços teatrais convencionais e representando nas ruas, fábricas,
comércio, etc. Acreditava que desta forma, o público se confrontaria com sua própria
subjetividade, com seus sentimentos, num processo doloroso, denominando então de “Teatro
da Crueldade”.

        O italiano Luigi Pirandello (1867-1936), com a sua famosa peça “Seis Personagens à
Procura de Um Autor” (1921), explora a tensão entre ilusão e realidade, onde os personagens,
atores e platéia se fundem e confundem dentro da experiência teatral. Uma espécie de
surrealismo-absurdo. Na década de vinte, o teatro americano começa a possuir características
próprias, pelas criações de Eugene O’Neill (1888-1953), que foi influenciado por Pirandello.
Outros autores como Tennessee Williams (1911-1983) e Arthur Miller (1915-2005), também
são responsáveis pela evolução da cultura teatral americana.

        O “Teatro do Absurdo” está mais associado aos dramaturgos que escreveram após a
segunda grande guerra, por se tratar de destruição de valores e crenças, e da solidão humana.
Este teatro é denominado “Absurdo” por retratar a condição humana incompreensível e sem
perspectiva. A idéia é fugir da estrutura narrativa familiar e sequencial, para abordar temas
mais sombrios como os conflitos nas relações inter-pessoais, o isolamento humano, e o
caminhar inevitável para a morte. Esses temas aparecem até mesmo na comédia, ficando de
forma “absurda”, tendo como exemplo “A Cantora Careca” de Ionesco e “Esperando Godot”,
de Beckett. Nesta estética, temos como ícones Eugène Ionesco (1912-1994), Samuel Beckett
(1906-1989) e Jean Genet (1910-1986). Os grupos teatrais que surgiram nas últimas décadas,
costumam eliminar a quarta parede, aquela invisível, que separa público dos personagens. A
tendência é trabalhar a encenação interativa e a produção de textos coletivos. O diretor passa a
ser mais valorizado que o autor. Jerzy Grotowski (1933-1999) é um dos maiores nomes do
teatro experimental atual, ele propõe a criação de um “Teatro Pobre” optando por uma
encenação de extrema economia de recursos cênicos (cenográficos, indumentários, etc),
buscando trabalhar apenas com o que é extremamente essencial à cena, deixando somente a
relação entre o ator e o espectador. Outras personalidades do teatro contemporâneo merecem
destaques, dentre muitas outras, são elas: Joseph Chaikin, Eugênio Barba, Peter Brook,
Richard Schechner, Heiner Müller.

      No Brasil, considerando que as peças escritas por Oswald de Andrade, como “O Rei da
Vela” e “A Morta”, tenham sido revolucionárias para sua época, elas não foram encenadas
após serem escritas, ficando esquecidas até a década de 1960. Então se formalizou que, no
Brasil, o teatro contemporâneo iniciou com Nelson Rodrigues (1912-1980), cuja montagem
de sua peça, “Vestido de Noiva”, em 1943, é o marco da modernidade do teatro brasileiro. Os
personagens criados por Nelson Rodrigues, são um retrato fiel da psique humana. Suas peças
apresentam enredos com sofisticados jogos temporais e possibilitam encenações de grande
ousadia, com diferentes possibilidades de planos de ação dramática. Outros autores do
panorama contemporâneo brasileiro são: Jorge de Andrade (1922-1983), Plínio Marcos
(1935-1999), Ariano Suassuna (1927), Dias Gomes (1922-1999), entre outros.

Fontes:
PAVIS,         Patrice.      Dicionário       de     Teatro.     São     Paulo:   Perspectiva,   1999.
http://educaterra.terra.com.br/literatura/temadomes/2004/09/02/002.htm

■ Projeto de Montagem Cinematográfica. (Em Anexo)

Você tem 3 poderes. Não é super-herói. Mas, tem 3 poderes. Use-os. Cidadanize-se. A
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História do Teatro Brasileiro: Teatro de Arena, Oficina e Opinião

  • 1. Governo do Distrito Federal Secretaria de Estado de Educação Diretoria Regional de Ensino do Recanto das Emas Centro de Ensino Médio 111 Telefone 3901.3355 cef111.drerec@gmail.com “Brasília – Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade” www.ferreira18.blogspot.com Profº Ferreira - Arte 3ª SÉRIES: A, B, C, D, E, F, G, H e I. - 2º Bimestre Conteúdos: ■ História do Teatro Brasileiro: Teatro de Arena, Oficina e Opinião; ■ História do teatro: Teatro Moderno/Contemporâneo – Expressionismo, Simbolismo e Teatro Político; ■ Teatro do Absurdo e Teatro da Crueldade. TEATRO DE ARENA O Arena tornou-se uma das mais importantes companhias de teatro brasileiras, até o seu fechamento, no fim da década de 1960. Sua primeira direção é Ratos e Homens, de John Steinbeck, que lhe valeu o prêmio de revelação de direção da Associação Paulista de Críticos de Artes, em 1956. Seu primeiro texto encenado foi Marido Magro, Mulher Chata, uma comédia de costumes. Depois de uma série de insucessos comerciais e diante da perspectiva de fechamento do Arena, a companhia decide investir em textos de autores brasileiros. Superando as expectativas Eles Não Usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri, dirigido por José Renato, torna-se um grande sucesso, salvando o Arena da bancarrota. O grupo ressurge, provocando uma verdadeira revolução na cena brasileira, abrindo caminho para uma dramaturgia nacional. Para prosseguir na investigação de um teatro voltado para a realidade do Brasil, Boal sugere a criação de um Seminário de Dramaturgia que se tornará o celeiro de vários novos dramaturgos. As produções, fruto desses encontros, vão compor o repertório da fase nacionalista do conjunto nos anos seguintes. Sob direção de Boal o Arena apresenta Chapetuba Futebol Clube, de Oduvaldo Vianna Filho, 1959, segundo êxito nessa vertente. ARENA E OFICINA Depois de dirigir, em 1959 A Farsa da Esposa Perfeita, de Edy Lima, Boal apresenta Fogo Frio, de Benedito Ruy Barbosa, em 1960, uma produção conjunta entre o Arena e o Teatro Oficina, através da qual orienta um curso de interpretação. Dirige também, para o Oficina A Engrenagem, adaptação dele e de José Celso Martinez Corrêa do texto de Jean-Paul Sartre. Em 1961, Antônio Abujamra dirige um outro texto de Boal, José, do Parto à Sepultura, com os atores do Oficina, que estreia no Teatro de Arena. No mesmo ano, o espetáculo
  • 2. Revolução na América do Sul estreia, com direção de José Renato. Augusto Boal se torna um dos mais importantes dramaturgos do período. Em 1962, o Arena inicia nova fase: a nacionalização dos clássicos. José Renato deixa a companhia e Boal torna-se líder absoluto e sócio do empreendimento. Encerra-se a leva de encenações dos textos produzidos no Seminário de Dramaturgia. Em 1963 encena O Noviço, de Martins Pena e Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams, no teatro Oficina, em colaboração com grandes artistas do teatro brasileiro, tais como o cenógrafo Flávio Império e Eugênio Kusnet, responsável pela preparação dos atores. Ainda desta fase são O Melhor Juiz, o Rei, de Lope de Vega e Tartufo, de Molière, produções de 1964. Depois do golpe militar, Boal dirige no Rio de Janeiro o show Opinião, com Zé Kéti, João do Vale e Nara Leão - depois substituída por Maria Bethânia). A iniciativa surge de um grupo de autores (Oduvaldo Vianna Filho, Paulo Pontes e Armando Costa) ligados ao Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE, posto na ilegalidade. O grupo pretendia criar um foco de resistência política através da arte. De fato evento é um sucesso e contagia diversos outros setores artísticos. O Opinião 65, exposição de artes plásticas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), surge na sequência, aglutinando os artistas ligados aos movimentos de arte popular. Esse é o nascedouro do Grupo Opinião. Grupo Opinião 1964-1982 - Rio de Janeiro RJ Grupo de teatro carioca que centraliza, nos anos 1960, o teatro de protesto e de resistência, núcleo de estudos e difusão da dramaturgia nacional e popular. Fundado em 1964, logo após o golpe militar de 1964, reúne artistas ligados ao Centro Popular de Cultura da UNE - CPC que havia sido colocado na ilegalidade. Seu grande sucesso é o musical "Opinião", com participação de Zé Kéti, João do Vale e Nara Leão (substituída por Maria Bethânia]], sob a direção de Augusto Boal. Como uma força de resistência aglutina artistas dispersos ligados aos movimentos de arte popular da época. Seu segundo espetáculo foi "Liberdade, Liberdade" texto de Millôr Fernandes e Flávio Rangel, sob a direção deste último. Faziam parte deste roteiro com trechos de textos dramáticos, poemas e canções os atores Paulo Autran, Tereza Raquel, Oduvaldo Vianna Filho e Nara Leão. A montagem torna-se também um grande sucesso. Os fundamentos estéticos vivenciados no século XIX, entre público e artistas, no âmbito do teatro, foram desafiados e ampliados no século XX, expandindo-se em experiências e inovações teatrais. Naquele momento o “Naturalismo” cênico dominava as convenções teatrais, e em seguida, no início do século XX, novos movimentos e experimentações artísticos começaram a surgir em oposição as regras dominantes. Desses experimentos se destacam o Expressionismo alemão, o Teatro Épico, o Teatro da Crueldade e o Teatro do absurdo. O melodrama burguês, no final século XIX, passa a privilegiar temas do cotidiano social e personagens comuns, rompendo com o idealismo romântico e fazendo surgir o Realismo. Anton Tchekhov (1860-1904), foi um dos representantes do Realismo, mostrando o dia-a-dia do povo russo, inovando no diálogo dramático e retratando o declínio da burguesia russa. Em suas obras destacam-se “A gaivota” e “O jardim das cerejeiras”. O Naturalismo Realista propõe um novo espaço para o diretor e o encenador. O russo Constantin Stanislavski (1863-1938), é o maior representante do “Naturalismo”, e chegou a criar um método específico de encenação/interpretação. O espaço cênico naturalista também precisou passar por mudanças, para dar condições visuais e acústicas ao público, já que a idéia central desta estética seria a identificação de cada pessoa na platéia com os personagens, de forma que a atmosfera da cena lhes causasse uma espécie de simulacro, uma segunda realidade.Na
  • 3. Alemanha, por volta de 1910, teve início o Expressionismo, um movimento de rejeição ao Naturalismo e a encenação que pretendia criar uma ilusão da realidade. O expressionismo inovou radicalmente o cenário, apresentando uma leitura não realista, estilizando e distorcendo os elementos da cena. Pretendia chamar a tenção do público para a arte em si mesma e não para a imitação da vida. Georg Kaiser (1878-1945) e Ernst Toller (1893-1939) foram os primeiros expressionistas no teatro, e em seus trabalhos buscavam mostrar a expressão do sentimento humano, ao invés de apenas retratar a sua realidade externa. Exibindo ainda temáticas sociais, mostrando o homem em luta contra a mecanização desumanizadora da sociedade industrial. Com a ascenção do nazismo na década de vinte, muitos artistas estavam preocupados em trabalhar temas coletivos, desta forma reforçando a abordagem anti-naturalista, que passa a ser conhecida como “Teatro Épico”, cujo pioneiro desta estética foi Erwin Piscator (1893-1966), que teve como discípulo e militante do Teatro Épico, o alemão dramaturgo e poeta lírico Bertolt Brecht (1898-1956). Brecht propunha um teatro politizado, cujo objetivo era/é modificar a sociedade. A “Ópera dos Três Vinténs” (1928) é o trabalho de maior destaque na carreira de Brecht, cuja parceria é com o compositor Kurt Weill (1900-1950). Esta obra apresentou uma nova forma de teatro musical, misturando a estética de cabaré com a sátira de cunho social. Brecht criou o “Efeito de Distanciamento” (Verfremdungseffekt), que permitia ao público distanciar-se dos personagens e da ação dramática, utilizando recursos de diálogos estilizados, no uso da canção-narrativa, elementos cênicos informativos, etc. Sua pretensão era não hipnotizar o espectador, mas despertá-lo para uma reflexão crítica, rompendo com a ilusão através do estranhamento, e deixando claro a todos que teatro não é vida real. Neste mesmo período, acontece o “Futurismo”, em que a proposta teatral, na antiga União Soviética, era agitar e fazer propaganda, com o intuito de demolir todos os valores antigos daquela sociedade. Já na Itália pretendia-se glorificar a violência, a força e a industrialização. Os italianos, liderados por Filippo Tommaso Marinetti, evoluem para o fascismo, enquanto os russos, tendo à frente Vladimir Maiakovski, usam o teatro para difundir o comunismo. O Russo Vsevolod Emilievich Meyerhold (1874-1940), trabalhou com Stanislavski e em 1905 passa de ator a diretor teatral, encenando várias peças de Maiakovski, utilizando o cinema como recurso teatral. Meyerhold abre espaço para o teatro interativo, por acreditar que o ator não deve ficar escravo do texto, propondo em algumas montagens, a circulação de atores na platéia e do público em cena. No final do século XIX, Alfred Jarry (1873-1907) criou a peça “Ubu-rei”, onde o personagem Pai Ubu causou impacto, pois a peça apresentava facetas de sátira grotesca, paródia violenta, linguagem de baixo calão, e até mesmo fragmentação exagerada dos diálogos. Mas foi Jarry o precursor do movimento “Surrealista” no teatro, abrindo as portas para o “Teatro do Absurdo”. O termo “Teatro do Absurdo” só foi cunhado, em 1961, pelo crítico teatral Martin Esslin, ao se referir às peças que possuem um olhar de uma humanidade perdida num mundo sem sentido. O “Teatro da Crueldade”, é uma proposta teatral desenvolvida na França, por Antonin Artaud (1896-1948). Artaud, apresenta em seu livro “O Teatro e seu Duplo” (1938), a pretensão tal como no Expressionismo, de regeitar as regras do teatro Naturalista de Stanislavski, dizendo ser uma forma de ação dramática limitada. Ele acreditava na comunicação teatral passando pelos sentidos e não uma apelação para a mente racional. Artaud, acrescenta ainda, que o teatro deveria ser para o público uma estética de mágica e
  • 4. energia, estrapolando os espaços teatrais convencionais e representando nas ruas, fábricas, comércio, etc. Acreditava que desta forma, o público se confrontaria com sua própria subjetividade, com seus sentimentos, num processo doloroso, denominando então de “Teatro da Crueldade”. O italiano Luigi Pirandello (1867-1936), com a sua famosa peça “Seis Personagens à Procura de Um Autor” (1921), explora a tensão entre ilusão e realidade, onde os personagens, atores e platéia se fundem e confundem dentro da experiência teatral. Uma espécie de surrealismo-absurdo. Na década de vinte, o teatro americano começa a possuir características próprias, pelas criações de Eugene O’Neill (1888-1953), que foi influenciado por Pirandello. Outros autores como Tennessee Williams (1911-1983) e Arthur Miller (1915-2005), também são responsáveis pela evolução da cultura teatral americana. O “Teatro do Absurdo” está mais associado aos dramaturgos que escreveram após a segunda grande guerra, por se tratar de destruição de valores e crenças, e da solidão humana. Este teatro é denominado “Absurdo” por retratar a condição humana incompreensível e sem perspectiva. A idéia é fugir da estrutura narrativa familiar e sequencial, para abordar temas mais sombrios como os conflitos nas relações inter-pessoais, o isolamento humano, e o caminhar inevitável para a morte. Esses temas aparecem até mesmo na comédia, ficando de forma “absurda”, tendo como exemplo “A Cantora Careca” de Ionesco e “Esperando Godot”, de Beckett. Nesta estética, temos como ícones Eugène Ionesco (1912-1994), Samuel Beckett (1906-1989) e Jean Genet (1910-1986). Os grupos teatrais que surgiram nas últimas décadas, costumam eliminar a quarta parede, aquela invisível, que separa público dos personagens. A tendência é trabalhar a encenação interativa e a produção de textos coletivos. O diretor passa a ser mais valorizado que o autor. Jerzy Grotowski (1933-1999) é um dos maiores nomes do teatro experimental atual, ele propõe a criação de um “Teatro Pobre” optando por uma encenação de extrema economia de recursos cênicos (cenográficos, indumentários, etc), buscando trabalhar apenas com o que é extremamente essencial à cena, deixando somente a relação entre o ator e o espectador. Outras personalidades do teatro contemporâneo merecem destaques, dentre muitas outras, são elas: Joseph Chaikin, Eugênio Barba, Peter Brook, Richard Schechner, Heiner Müller. No Brasil, considerando que as peças escritas por Oswald de Andrade, como “O Rei da Vela” e “A Morta”, tenham sido revolucionárias para sua época, elas não foram encenadas após serem escritas, ficando esquecidas até a década de 1960. Então se formalizou que, no Brasil, o teatro contemporâneo iniciou com Nelson Rodrigues (1912-1980), cuja montagem de sua peça, “Vestido de Noiva”, em 1943, é o marco da modernidade do teatro brasileiro. Os personagens criados por Nelson Rodrigues, são um retrato fiel da psique humana. Suas peças apresentam enredos com sofisticados jogos temporais e possibilitam encenações de grande ousadia, com diferentes possibilidades de planos de ação dramática. Outros autores do panorama contemporâneo brasileiro são: Jorge de Andrade (1922-1983), Plínio Marcos (1935-1999), Ariano Suassuna (1927), Dias Gomes (1922-1999), entre outros. Fontes: PAVIS, Patrice. Dicionário de Teatro. São Paulo: Perspectiva, 1999. http://educaterra.terra.com.br/literatura/temadomes/2004/09/02/002.htm ■ Projeto de Montagem Cinematográfica. (Em Anexo) Você tem 3 poderes. Não é super-herói. Mas, tem 3 poderes. Use-os. Cidadanize-se. A Arte ajuda.