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D E PA R TA M E N T O D E M E I O A M B I E N T E




INFORMAÇÕES BÁSICAS
SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS
INFORMAÇÕES
BÁSICAS SOBRE ÁREAS
CONTAMINADAS




DMA - Departamento de Meio Ambiente

junho de 2011
Copyright © 2011. Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
                             É permitida a reprodução total ou parcial desta obra, desde que citada a fonte.
                                                               1° edição.

                                                                  Presidente
                                                            Paulo Skaf – Presidente

                                            Diretor-titular do Departamento de Meio Ambiente
                                                            Nelson Pereira dos Reis

                                                Gerência da Área Técnica de Meio Ambiente
                                                          Nilton Fornasari Filho

                                                                  Elaboração
                                                             Ricardo Lopes Garcia

                                                                 Colaborador
                                                            Raissa Challis Guerreiro




                            658.408       Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
                            F318            Departamento de Meio Ambiente
                                            Informações básicas sobre áreas contaminadas /
                                          Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. –
                                          São Paulo: FIESP, 2011.
                                            32 p: graf.

                                             Referências bibliográficas: p. 27

                                             1. Áreas Contaminadas – Gestão 2. Passivo ambiental 3. Áreas
                                             contaminadas – Prevenção I. Federação das Indústrias do Estado
                                             de São Paulo. Departamento de Meio Ambiente II. Título.




4   I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
Respeito ao meio ambiente



     A questão ambiental é um dos temas prioritários na agenda de
todos os países. No Brasil, o setor produtivo vem se preparando para
enfrentar os desafios com iniciativas inovadoras que nos conduzam a
um modelo sustentável de desenvolvimento.
     Nesse contexto, uma das questões mais importantes diz respei-
to às áreas contaminadas, que podem surgir independentemente da
atividade desenvolvida no local. Suas causas vão desde o armazena-
mento inapropriado até o derramamento de materiais contaminan-
tes no solo.
     Esta publicação aborda os principais fatores que devem ser obser-
vados para prevenir a formação de áreas contaminadas, que geram,
além do prejuízo ambiental, altíssimos custos de recuperação, desva-
lorização do imóvel e danos à imagem da empresa causadora.
      Nesta cartilha, a FIESP traz informações relevantes sobre a situa-
ção do Estado de São Paulo e sobre a melhor forma de gerenciamento
da contaminação do solo. Esperamos que o conteúdo seja de grande
utilidade para toda a comunidade empresarial. Boa leitura.




                                          Paulo Skaf
                                          presidente



                                INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS   5
Diretores da Divisão:
                                                                                  André de Oliveira Câncio
                                                                                  Daniel Fornazaro Gallozzi (Representante do CJE)
                                                                                  Eliane Maria Haddad
                                                                                  Marlúcio de Souza Borges
                                                                                  Paulo Arantes Ferraz
                                                                                  Renato José Giusti
         Diretor titular: Nelson Pereira dos Reis
         Diretores Titulares Adjuntos:                                            Divisão de Prevenção e Controle da Poluição
         Arthur Cesar Whitaker de Carvalho                                        Diretor Titular da Divisão: Marco Antonio Barbieri
         Eduardo San Martin                                                       Diretor Adjunto da Divisão: José Rogélio Miguel Medela
         João Carlos Basílio da Silva
         Marco Antonio Barbieri                                                   Diretores da Divisão:
         Nelson Vieira Barreira                                                   Celso Cardoso Simões Alexandre
         Paulo Roberto Dallari Soares                                             Eliane Maria Haddad
         Raul Ardito Lerário                                                      Luiz Gonzaga Bertelli
                                                                                  Mario Hirose
         Divisão de Gestão Empresarial Ambiental                                  Marlúcio de Souza Borges
         Diretor Titular da Divisão:                                              Paulo Roberto Dallari Soares
         Nelson Pereira dos Reis                                                  Walter Françolin
         Diretor Adjunto da Divisão:                                              Walter Toscano
         Arthur Cesar Whitaker de Carvalho
                                                                                  Divisão de Recursos Hídricos
         Diretores da Divisão:                                                    Diretor Titular da Divisão: Nelson Vieira Barreira
         Carlos Henrique da Silva Ferreira                                        Diretor Adjunto da Divisão: Ricardo de Souza Esper
         Celso Itiro Shimura (Representante do CJE)
         Eugênio Carlos Deliberato                                                Diretores da Divisão:
         José Valverde Machado Filho (Representante do CJE)                       Carolina Aristakessian (Representante do CJE)
         Marcio Esteves da Silva                                                  Gilberto Frederico Barbero
         Mario Hirose                                                             Lecy Ribas Camargo Filho
         Marlúcio de Souza Borges                                                 Mario Hirose
         Salo Davi Seibel                                                         Marlúcio de Souza Borges

         Divisão de Licenciamento Ambiental                                       Divisão de Resíduos Industriais
         Diretor Titular da Divisão: Paulo Roberto Dallari Soares                 Diretor Titular da Divisão: Raul Ardito Lerário
         Diretor Adjunto da Divisão: Luciano Shigueru Sakurai                     Diretor Adjunto da Divisão: Walter Françolin

         Diretores da Divisão:                                                    Diretores da Divisão:
         Francisco Laterza Neto                                                   César Figueiredo de Mello Barros
         José Luiz Miranda Simonelli                                              Francisco Laterza Neto
         Marlúcio de Souza Borges                                                 João Carlos Basílio da Silva
         Renato José Giusti                                                       José Luiz Miranda Simonelli
         Ricardo de Souza Esper                                                   José Valverde Machado Filho (Representante do CJE)
         Sérgio Daneluzzi Azeredo                                                 Lucien Bernard Mulder Belmonte
         Tasso de Toledo Pinheiro                                                 Marcio Esteves da Silva
         Walter Françolin                                                         Marco Antonio de Almeida
                                                                                  Moacir José Lordello Beltrame
         Divisão de Mudanças Climáticas                                           Paulo Roberto Dallari Soares
         Diretor Titular da Divisão: Nelson Pereira dos Reis                      Renato José Giusti
         Diretor Adjunto da Divisão: Mario Hirose                                 Ricardo Max Jacob




6   I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
SuMáRIo




1. INTRODuçãO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9



2. OBJETIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10



3. GLOSSÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10



4. PANORAMA ATuAL DO ESTADO DE SãO PAuLO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12



5. PRINCIPAIS CAuSAS DE GERAçãO DE PASSIVO AMBIENTAL E ÁREAS CONTAMINADAS . .14



6. PREVENçãO DE NOVAS ÁREAS CONTAMINADAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16



7. IDENTIFICAçãO E REABILITAçãO DE uMA ÁREA CONTAMINADA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19



8. NORMAS TÉCNICAS E JuRíDICAS APLICÁVEIS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25



9. ÓRGãOS DE CONTROLE E FISCALIzAçãO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26



10. REFERêNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27



11. ANExO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28




                                                                            INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS                                              7
INFORMAÇÕES BÁSICAS
SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS
DEPARTAMENTO DE MEIO AMBIENTE   junho de 2011
1. InTRoDução

     A tecnologia fez com que ocorressem mu-       estratégica e vital para o abastecimento público.
danças importantes nas organizações huma-                A contaminação de uma área ocasiona
nas. Muitas destas mudanças tiveram uma con-       sérias consequências ao meio ambiente e à
tribuição para o avanço sensível da sociedade,     saúde das pessoas expostas aos contaminan-
principalmente na melhoria da qualidade de vida    tes, com prejuízos à imagem da atividade e pe-
da população, enquanto outras não obtiveram        nalidades previstas em lei. Em razão desse fato,
sucesso criando novos desafios econômicos,         a investigação dessa contaminação é utilizada
sociais, políticos, ambientais, de segurança e     em avaliações para negociações de empresas,
de saúde. Com a melhoria de qualidade de vida,     principalmente naqueles relacionados com a
por exemplo, a população humana aumentou           aquisição de imóveis e em privatizações, pois a
de 0,3 bilhões no ano 1 D.C., para 1,1 bilhões     responsabilidade e a obrigação da restauração
em 1850 e para quase 7 bilhões hoje em dia.        ambiental recaem sobre os novos proprietários.
     Segundo dados da Organização das Nações           Funciona como um elemento de decisão no
Unidas (ONU), a expectativa de vida ao nascer      sentido de identificar, avaliar e quantificar po-
no mundo no período entre 1965-1970 era de         sições, custos e gastos ambientais potenciais
56 anos, passando para 65 anos no período de       que precisam ser atendidos a curto, médio e
2000-2005. O Brasil acompanhou essa ten-           longo prazo. Deve ser ressaltado, porém, que
dência. No período de 1950 – 55, a expectativa     o passivo ambiental resultante da área conta-
de vida do brasileiro era de 46,5 anos, aumen-     minada não precisa estar diretamente vincula-
tando para 72,8 anos em 2009.                      do aos balanços patrimoniais, podendo fazer
     Esses dois fatores criaram novas deman-       parte de um relatório específico.
das de recursos naturais disponíveis causando            Existem diversas técnicas de remediação
problemas de dimensões globais, relacionados,      para uma área contaminada, porém a melhor
principalmente à perda resultante da biodiversi-   escolha dependerá do diagnóstico da contamina-
dade que é essencial para a continuidade da vida   ção, efetuado pela execução de uma malha de
(inclusive da humana); à emissão de gases que      sondagens mecânicas e coleta de amostras para
contribuem para o assim chamado “efeito estufa”    análise geoquímica ou por métodos geofísicos do
de aquecimento global; à emissão de gases que      solo ou da água, que permite determinar o tipo de
causam a destruição da camada de ozônio e, ao      contaminante (líquido, sólido ou gasoso), o tipo
aumento da poluição de água e do solo causada      de solo, a interação do contaminante com o solo,
pelos resíduos gerados pelo ser humano.            o grau de contaminação, sua significância, etc.
     Somados à ação antrópica estão as gran-           Determinada que a área está contaminada,
des tragédias - incêndios, explosões, contami-     os custos variam de acordo com as informa-
nações de água e solo por derramamentos –          ções obtidas, mas podem ser extremamente
que ocorreram nos últimos anos - Flixborough,      elevados. Na Alemanha, os custos ecológicos
México, Bhopal, Basiléia, Exxon Valdez, Cherno-    relacionados a problemas do solo foram cal-
byl, Fukushima etc.                                culados em cerca de US$ 50 bilhões. Em 12
     Em razão da escassez da água potável e        países da União Europeia, foram identificadas
disponível, existe hoje em dia uma preocupa-       cerca de 300 mil áreas contaminadas. Estima-
ção global quanto à preservação dos aquíferos,     se que na Holanda existam cerca de 100 mil
já que a água subterrânea constitui uma reserva    locais com contaminação.


                                              INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS        9
2. oBJETIVo

    A Federação das Indústrias do Estado de                                   zar a gerentes e técnicos, uma ferramenta de
São Paulo (Fiesp) tem se preocupado com o                                     informações relativas ao tema áreas conta-
problema das áreas contaminadas, atuais e                                     minadas, visando o gerenciamento das áreas
futuras, e para tanto cria essa publicação que                                existentes e a prevenção de novos passivos
possui como objetivo primordial, disponibili-                                 ambientais.




3. GLoSSáRIo

     São fornecidos conceitos que objetivam                                   f) Avaliação de risco3 – Processo pelo qual
facilitar a compreensão das informações e                                     são identificados, avaliados e quantificados os
técnicas que se seguem.                                                       riscos à saúde humana ou a bem de relevante
a) Água subterrânea1 – água de ocorrência                                     interesse ambiental a ser protegido.
natural na zona saturada do subsolo.                                          g) Avaliação preliminar3 – avaliação inicial, re-
b) Área com potencial de contaminação1 - Área,                                alizada com base nas informações históricas
terreno, local, instalação, edificação ou benfeito-                           disponíveis e inspeção do local, com o obje-
ria onde são ou foram desenvolvidas atividades                                tivo principal de encontrar evidências indícios
que, por suas características, possam acumular                                ou fatos que permitam suspeitar das existên-
quantidades ou concentrações de matéria em                                    cia de contaminação na área.
condições que a tornem contaminada.                                           h) Bens a proteger3 - a saúde e o bem-estar
c) Área contaminada1 – Área, terreno, local,                                  da população; a fauna e a flora; a qualidade do
instalação, edificação ou benfeitoria que con-                                solo, das águas e do ar; os interesses de pro-
tenha quantidades ou concentrações de ma-                                     teção à natureza/ paisagem; a infraestrutura da
téria em condições que causem ou possam                                       ordenação territorial e planejamento regional e
causar danos à saúde humana, ao meio am-                                      urbano e a segurança e ordem pública.
biente ou a outro bem a proteger.                                             i) Contaminação3 – Presença de substância(s)
d) Área contaminada sob investigação1 – área                                  químicas(s) no ar, água ou solo, decorrentes de
contaminada na qual estão sendo realizados                                    atividades antrópicas, em concentrações tais que
procedimentos para determinar a extensão da                                   restrinjam a utilização desse recurso ambiental
contaminação e os receptores afetados.                                        para os usos atual ou pretendido, definidas com
e) Aspecto ambiental2 – elemento das ativida-                                 base em avaliação de risco à saúde humana,
des, produtos ou serviços de uma organização                                  assim como aos bens a proteger, em cenário de
que pode interagir com o meio ambiente.                                       exposição padronizado ou específico.



1. Lei do Estado de São Paulo n° 13.577, de 8 de julho de 2009.
2. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR ISO 14.050:2004.



10     I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
j) Fase livre3 – Ocorrência de substância ou                                  com as exigências ambientais descritas em
produto imiscível, em fase separada da água.                                  legislações, normas ou procedimentos opera-
k) Gerenciamento da área contaminada4 -                                       cionais, por parte da pessoa física ou jurídica
Conjunto de medidas tomadas com o intui-                                      que incorreu em um custo ambiental.
to de minimizar o risco proveniente da exis-                                  r) Reabilitação3 - ações de intervenção realiza-
tência de áreas contaminadas, à população                                     das em uma área contaminada visando atingir
e ao meio ambiente. Essas medidas devem                                       um risco tolerável, para o uso declarado ou
proporcionar os instrumentos necessários à                                    futuro da área.
tomada de decisão quanto às formas de inter-                                  s) Remediação3 – uma das ações de interven-
venção mais adequadas.                                                        ção para reabilitação de área contaminada, que
l) Impacto ambiental2 – qualquer modificação                                  consiste em aplicação de técnicas, visando a
do meio ambiente adversa ou benéfica, que                                     remoção, contenção ou redução das concen-
resulte, no todo ou em parte, das atividades,                                 trações de contaminantes.
produtos ou serviços de uma organização.                                      t) Sistema de Gestão Ambiental5 (SGA) – é
m) Investigação confirmatória3 – etapa do                                     a parte de um sistema da gestão de uma or-
processo de identificação de áreas contami-                                   ganização utilizada para desenvolver e imple-
nadas que tem como objetivo principal con-                                    mentar sua política ambiental e para gerenciar
firmar ou não a existência de substâncias de                                  seus aspectos ambientais.
origem antrópica nas áreas suspeitas, no solo                                 u) Solo1 – camada superior da crosta terres-
ou nas águas subterrâneas, em concentra-                                      tre constituída por minerais, matéria orgânica,
ções acima dos valores de investigação.                                       água, ar e organismos vivos.
n) Investigação detalhada3 – etapa do proces-                                 v) Valor de Investigação3 (VI) – é a concen-
so de gerenciamento de áreas contamina–das,                                   tração de determinada substância no solo ou
que consiste na aquisição e interpreta–ção de                                 na água subterrânea acima da qual existem
dados em área contaminada sob investigação,                                   riscos potenciais, diretos ou indiretos, à saúde
a fim de entender a dinâmica da contaminação                                  humana, considerando um cenário de exposi-
nos meios físicos afetados e a identificação                                  ção padronizado.
dos cenários específicos de uso e ocupação do                                 w) Valor de Prevenção3 (VP) – é a concentra-
solo, dos receptores de risco existentes, dos                                 ção de valor limite de determinada substância
caminhos de exposição e das vias de ingresso.                                 no solo, tal que ele seja capaz de sustentar as
o) Monitoramento3 – Medição ou verifica-                                      suas funções principais.
ção, que pode ser contínua ou periódica, para                                 x) Valor de Referência de Qualidade3 (VRQ) -
acompanhamento da condição de qualidade                                       é a concentração de determinada substância
de um meio ou das suas características.                                       que define a qualidade natural do solo, sendo
p) Origem antrópica – relacionada a atividade/                                determinado com base em interpretação esta-
ação de seres humanos.                                                        tística de análises físico-químicas de amostras
q) Passivos ambientais – não - conformidade                                   de diversos tipos de solos.


3. Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) n°420, de 28 de dezembro de 2009.
4. Decreto Federal n° 97.632, de 10 de abril de 1989.
5. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR ISO 14001:2004



                                                                     INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS          11
4. PAnoRAMA ATuAL Do ESTADo DE São PAuLo

    O Estado de São Paulo possui 3.675 áreas contaminadas, de acordo com o último levantamen-
to da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) em 2010. Essas áreas são assim
distribuídas:


     Gráfico 1 - Distribuição das áreas contaminadas por uGRHI
     100%
                                                                                                                                                                                                                                                                                           Postos Combustíveis
      90%
                                                                                                                                                                                                                                                                                           Resíduos
      80%
                                                                                                                                                                                                                                                                                           Industrial
      70%
                                                                                                                                                                                                                                                                                           Comercial
      60%
                                                                                                                                                                                                                                                                                           Acidentes/ Desconhecidas
      50%
      40%
      30%
      20%
      10%
       0%
                                                                                                                                                                                         8. Sapucaí/ Grande
                  1. Mantiqueira




                                                                   3. Litoral Norte

                                                                                          4. Pardo

                                                                                                              5. Piracicaba




                                                                                                                                                                                                                                                                   11. Ribeira de Iguape
                                                                                                                                     6. Alto Tietê




                                                                                                                                                                                                                 9. Mogi Guaçú
                                          2. Paraíba do Sul




                                                                                                                                                                                                                                    10. Sorocaba/ Médio
                                                                                                                                                               7. Baixada Santista




                                                                                                                                                                                                                                                                                                    Fonte: Cetesb, 2010



     Gráfico 2 - Distribuição das áreas contaminadas por uGRHI
 100%
                                                                                                                                                                                                                                                                                           Postos Combustíveis
  90%
                                                                                                                                                                                                                                                                                           Resíduos
  80%
                                                                                                                                                                                                                                                                                           Industrial
  70%
                                                                                                                                                                                                                                                                                           Comercial
  60%
                                                                                                                                                                                                                                                                                           Acidentes/ Desconhecidas
  50%
  40%
  30%
  20%
  10%
   0%
             12. Baixo Pardo/ Grande




                                                                                      15. Turvo/ Grande

                                                                                                          16. Tietê/ Batalha
                                                              14. Alto Paranapanema




                                                                                                                               17. Médio Paranapanema




                                                                                                                                                                                     19. Baixo Tietê

                                                                                                                                                                                                              20. Aguapeí
                                                                                                                                                        18. São José dos Dourados




                                                                                                                                                                                                                                 21. Peixe
                                       13. Tietê/ Jacaré




                                                                                                                                                                                                                                                          22. Pontal do Paranapanema




                                                                                                                                                                                                                                                                                                    Fonte: Cetesb, 2010




12     I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
Gráfico 3 – Atividades das áreas contaminadas no Estado de São Paulo




               79% Posto de combustível (2.922)

               13% Indústria (471)

                 4% Comercial (147)

                3% Resíduo (96)

               1% Acidentes/ Fonte desconhecida (25)                           Fonte: Cetesb, 2010




Gráfico 4 – Situação das áreas contaminadas cadastradas (todas as atividades)




               46% Contaminada (1.674)

               30% Contaminada sob investigação (1.096)

                20% Em processo de monitoramento para reabilitação (742)

                 4% Reabilitada (163)

                                                                                Fonte: Cetesb, 2010



                                              INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS            13
5. PRInCIPAIS CAuSAS DE GERAção DE PASSIVo
   AMBIEnTAL E áREAS ConTAMInADAS

   Passivos ambientais exigem a adoção de ações de controle, preservação e recuperação
ambiental, sendo, portanto uma obrigação presente decorrente de eventos passados, com
impactos negativos à saúde humana ou ao meio ambiente.
   As figuras 1 e 2 fornecem alguns exemplos de fatores que atualmente podem gerar passi-
vos ambientais e áreas contaminadas.

Figura 1 - Geração de passivos ambientais relacionados ao não atendimento
           às legislações e normas ambientais




       Falta de                   Pendências                 Falta de                Medidas de        Termos de
       licenças,                  de infrações,              pagamento               compensação       ajustamento
       registros e                multas e                   de taxas                ou indenizações   de conduta ou
       cadastros                  penalidades                ambientais              pendentes         de compromisso
                                                                                                       não cumpridos




     Figura 2 - Geração de áreas contaminadas relacionados ao não
                atendimento a processos operacionais

     [] Áreas de armazenamento, carregamento ou descarregamento de matérias - primas, insumos
        ou resíduos, contendo substâncias potencialmente poluentes sem bacia de contenção

     [] Tubulações ou dutos de matérias - primas ou efluentes com vazamento

     [] Equipamentos que utilizam líquidos (óleo, fluídos hidráulicos ou elétricos etc), sem
        manutenção ou controle, ou ainda obsoletos

     [] Armazenamento de produtos ou insumos industriais vencidos em locais inadequados

     [] Instalações desativadas

     [] Transporte de resíduos sólidos sem controle

     [] Descarte de efluentes em locais não licenciados ou aptos ao seu recebimento

     [] Disposição inadequada de resíduos sólidos




14     I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
A falta de gerenciamento das situações,        pois dependem de atuação responsável e de mu-
o desconhecimento do material entre outros         dança em processos industriais. Cabe ressaltar
fatores podem também influenciar na geração        que a contaminação ligada a um passivo ambien-
de passivo ambiental, além daqueles advindos       tal, depende da concentração de substâncias no
de uma situação de acidente/incidente, etc.        solo e que essa concentração não seja natural.
    Dentro dos procedimentos operacionais, os           Os principais grupos de contaminantes en-
riscos de contaminação e a consequente gera-       contrados no Estado de São Paulo podem ser
ção de um passivo ambiental são os mais altos,     observados no gráfico 5.


  Gráfico 5 – Agentes contaminantes em São Paulo




                                                                                      Fonte: Cetesb, 2010




    A comprovação da efetividade da contaminação se dará depois de realizada uma amostragem
e análise química de solos ou águas subterrâneas e, ainda se os valores dos parâmetros analisados
forem superiores àqueles estabelecidos nos valores de investigação (anexo). Outra forma é determinar
se as amostras analisadas possuírem fase livre de contaminante (gasolina, solvente, óleos etc.).


                                              INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS                  15
6. PREVEnção DE noVAS áREAS ConTAMInADAS

6.1 Porque prevenir?                                                        b. Competição Global
    Há diversos fatores que são preponderan-                                    O aumento da competição global impõe
tes na opção de uma empresa em implantar                                    as indústrias locais a adotarem técnicas de
procedimentos de gerenciamento que previna                                  administração e de produção mais efetivas.
a formação de uma área contaminada. Esses                                   Estas empresas, sejam de grande ou de pe-
fatores dependem de forma intrínseca, da es-                                queno porte, implementam programas de
tratégia estabelecida pelo empresário em seu                                qualidade (Série ISO 9.000), de sistemas de
plano gerencial, observando-se os fatores                                   gestão ambiental - SGA (Série ISO 14.001) e
econômicos, ambientais e sociais de sua em-                                 de saúde (OHSAS 18.000).
presa. Na sequência são abordadas algumas                                       Os países importadores tem dificultado a
destas motivações.                                                          entrada de bens brasileiros no seu mercado
                                                                            se os mesmos não possuam técnicas de pro-
a. Responsabilização pela área contaminada?                                 dução ambientalmente seguras.
    A legislação ambiental é baseada no prin-                                   De acordo com a Revista Meio Ambiente
cipio do poluidor pagador, assim, o órgão de                                Industrial – Edição 85 – Maio/ Junho de 2010,
controle estadual exige do responsável legal                                4.000 empresas no Brasil já obtiveram a Certi-
ou do responsável pela contaminação, nas                                    ficação Ambiental ISO 14.001.
hipóteses em que é possível esta identifica-
ção, a reabilitação e monitoramento da área                                 c. Restrições de crédito financeiro para as
contaminada.                                                                   atividades poluidoras
    Destacando a legislação ambiental damos                                     Na legislação brasileira há restrições finan-
ênfase à Lei Federal de crimes ambientais,                                  ceiras que podem ser impostas a qualquer
a Lei Federal de ação civil pública e a Lei                                 atividade ou projeto que causem potencial im-
Estadual 13.577/09, específica de Áreas                                     pacto negativo ao meio ambiente.
Contaminadas.                                                                   Para melhor controlar esta questão de res-
    Uma vez que uma área contaminada pode                                   trição de créditos financeiros, o Ministério de
resultar em danos à saúde das pessoas, há                                   Meio Ambiente planeja criar um “Banco de
um envolvimento cada vez mais intenso dos                                   Dados” de passivo ambiental, em que listará
órgãos de saúde no tocante ao assunto.                                      todas as atividades que causam ou causaram
Estes órgãos avaliam possíveis exposições                                   algum dano ou impacto ao ambiente. O banco
da população gerenciando riscos decorren-                                   de dados poderá ser consultado pelas institui-
tes de eventuais exposições. Diante da di-                                  ções financeiras, para avaliar as solicitações e
mensão do problema, os órgãos públicos de                                   liberar ou não o crédito financeiro solicitado
meio ambiente e de saúde têm procurado                                      pelas atividades.
compatibilizar ações e procedimentos.
                                                                            d. Alto custo para reabilitação e desvalorização
Importante                                                                     do empreendimento
    Na aquisição de área ou terreno, com ou                                     Há muitos empreendimentos cujo passi-
sem edificação, o novo proprietário arcará com                              vo ambiental supera o seu ativo (contábil), por
os custos decorrentes da reabilitação.                                      efeitos de poluição no ar, contaminação do solo,
                                                                            lençol freático, cujos atos de recuperação as le-


16   I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
variam à insolvência.                            vezes considerados equivalentes e até com-
    A disposição de resíduos sólidos em          plementares, requerendo uma análise mais
lixões ou aterros controlados, justificada por   detalhada das ações a serem adotadas
alguns em função de custos elevados para o       dentro de cada contexto.
gerenciamento dos resíduos sólidos, é uma            O estabelecimento de quaisquer práticas
área contaminada que terá de ser gerenciada      requer mudanças de atitude, gestão ambien-
ao longo do tempo.                               tal responsável, e avaliação de alternativas
                                                 tecnológicas, implicando muitas vezes modi-
6.2 Como prevenir?                               ficações nos equipamentos, nos processos
    Não existe uma regra geral para preve-       ou procedimentos, reformulação ou replane-
nir a ocorrência de áreas contaminadas. A        jamento de produtos, substituição de matéria-
melhor estratégia é a adoção de técnicas ou      prima e melhorias na gestão administrativa
ações preventivas integradas aos processos,      e técnica da empresa. Isso deve resultar no
produtos e serviços, aumentando a eficiên-       aumento de eficiência do uso dos insumos
cia no desempenho ambiental e reduzindo          (matérias-primas, energia, água, etc.).
os riscos à saúde e ao meio ambiente.                São fornecidas nas figuras 3 e 4 informa-
    Estas ações devem ser voltadas, entre        ções básicas para prevenir a geração de uma
outras, à redução de desperdícios, à redu-       área contaminada, tanto na etapa de plane-
ção ou eliminação do uso de substâncias tó-      jamento, que compreende a preparação dos
xicas, à redução da quantidade de resíduos       fluxos e processos de fabricação, quanto na
sólidos gerados por processos e produtos.        etapa de execução dos processos, a qual
    Diversos conceitos, tais como: preven-       compreende a identificação de aspectos am-
ção à poluição, produção mais limpa, tec-        bientais, a estimativa (avaliação) dos impac-
nologias limpas, minimização de resíduos e       tos / riscos associados e a decisão quanto a
redução na fonte têm sido utilizados, para       aceitabilidade destes impactos / riscos, para
definir técnicas. Estes conceitos são muitas     cada processo mapeado.



  Figura 3 - Etapa de planejamento

   Etapa de planejamento

   Preparação de macrofluxo                  Identificação e mapeamento dos processos
  Identificação dos macroprocessos           Identificação dos processos existentes por meio
  ou setores existentes na empresa           de entrevistas de área e com aprovação das
  para que seja possível a manutenção        gerências setoriais da empresa. Compreendida
  do seu negócio. Pode ser entendida         a função de cada processo, deve-se realizar
  como uma primeira divisão setorial e       a identificação das atividades, em seguida
  funcional da unidade fabril.               um mapeamento de atividades e/ou tarefas
                                             de situações normais, anormais
                                             e emergenciais operacionais.




                                            INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS       17
Figura 4 - Etapa de execução

     Etapa de execução

     Processo,                          Identificação de                       Causa                  Impacto
     atividade e tarefa                 aspectos ambientais                                           ambiental

     Levantamento                       Faz-se o                             As causas                Nesta etapa
     e preenchimento                    levantamento                         são geralmente           indica-se o potencial
     em planilha                        e preenchimento                      vinculadas ao            efeito do aspecto
     especifica das                     de todos os aspectos                 método, às máquinas      ambiental, isto é,
     informações                        ambientais                           (equipamentos),          o impacto ambiental
     operacionais,                      identificados ou                     aos materiais, à         respectivo –
     identificando tipo                 inerentes para a                     mão-de-obra, aos         contaminação
     de processo,                       tarefa identificada                  sistemas de medidas      do solo, água,
     atividade e tarefas                no mapeamento                        e monitoramento e        subsolo, aquífero
     desenvolvidas.                     e podem ser normais,                 aos efeitos sobre o
                                        anormais ou                          meio ambiente.
                                        decorrentes de
                                        situação de
                                        emergência.




    Dentro dos levantamentos realizados para                                  controle. A significância dos aspectos ambien-
a determinação do impacto ambiental devem                                     tais identificados permite o estabelecimento
ser consideradas as seguintes especificações:                                 de objetivos e metas, que deverão ser supor-
temporalidade, incidência ou ação, situação                                   tados por um plano de gestão, que pode estar
operacional e também avaliação da significân-                                 integrado com os controles operacionais.
cia do impacto ambiental.                                                         Paralelamente a realização dos processos
    Com o passar do tempo haverá, conse-                                      de prevenção é extremamente importante e
quentemente, necessidades de ações de me-                                     necessário estar em conformidade com todas
lhoria ou manutenção dos procedimentos de                                     as exigências legais relacionadas ao tema.




18     I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
7. IDEnTIFICAção E REABILITAção DE uMA áREA ConTAMInADA

    Em resumo, existem dois processos principais, o de identificação de áreas contaminadas e o de
reabilitação destas áreas, conforme a figura 5 a seguir:



  Figura 5 – Etapas dos principais processos: identificação e reabilitação de áreas contaminadas


                                                                                 Processo de
                                                                             identificação de Acs
                                                                             Definição da região
                                                                                de interesse

     Cadastro de ACs
                                                                               Identificação de
                                                                             áreas com potencial
         AP                                              Priorização 1
                                                                              de contaminação
                               Exclusão
                               Classificação 1                               Avaliação preliminar
         AS                                              Priorização 2
                               Exclusão
           AI                                                                    Investigação
                                Classificação 2
           AC                                                                   confirmatória
          AMR
           AR
                                                                                  Processo de
                                                                              reabilitação de Acs
                                                                                 Investigação
                                                                                   detelhada

                               Exclusão                                       Avaliação de risco
                                Classificação 3
                                                                                Concepção da
                                                                                 remediação

                                                                                  Projeto de
  AP - Áreas com potencial de contaminação                                       remediação
  AS - Áreas suspeitas de contaminação
  AI - Áreas contaminadas sob investigação                                    Remediação da AC
  AC - Áreas contaminadas
  AMR - Áreas em processo de monitoramento para reabilitação                   Monitoramento
  Exclusão - Áreas excluídas do Cadastro de Áreas Contaminadas


                                                                                         Fonte: Cetesb, 2010




                                                  INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS          19
7.1 Processo de identificação
   A figura 6 apresenta separadamente o processo básico de identificação de uma área
contaminada.




     Figura 6 – Processo de identificação de uma área contaminada



                                        Identificação                                Avaliação
                                          de áreas                                   preliminar
                                      potencialmente                                 (Avaliação
                                       contaminadas                                Ambiental Fase I)


                                                                                                    Investigação
             Definição                                                                              confirmatória
              da área                                                                                (Avaliação
            de interesse                                          Processo
                                                                                                   Ambiental Fase II)
                                                              de identificação
                                                                   de área
                                                               contaminada



    A definição da área de interesse deve con-                              para atendimento inicial. Caso seja conside-
siderar as atribuições e interesses do órgão                                rada uma área potencialmente contaminada o
gerenciador, além disso, deve haver levanta-                                processo segue para as avaliações.
mento das bases para definição dos limites                                       As Avaliações Ambientais Fase I, também
da região de interesse e o posicionamento                                   conhecidas como environmental due diligen-
dos bens a proteger, representação gráfica                                  ce, são revisões qualitativas, preliminares ou
da região de interesse e bens a proteger e a                                introdutórias para consolidar ou não a iden-
definição dos objetivos do gerenciamento de                                 tificação de problemas ambientais poten-
áreas contaminadas.                                                         cialmente relevantes em uma propriedade/
    Para a definição de uma área potencial-                                 instalações. São geralmente realizadas com
mente contaminada deve haver definição das                                  o propósito de identificar a presença de pas-
atividades potencialmente contaminadoras,                                   sivos ambientais, que dentro do modelo pro-
para levantamento de dados existentes e in-                                 posto, tem como função validar se há ou não
vestigações em fotografias aéreas, e também                                 uma potencial área contaminada.
recebimento de denúncias e reclamações                                           As atividades que compreendem a fase I são:



20   I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
Figura 7 – Fase I – Principais atividades

   [] Revisão das informações históricas existentes sobre propriedade/instalações e vizinhanças

   [] Análise de documentos para averiguação da adequação do empreendimento à
      legislação vigente, e possíveis pendências com relação às mesmas no que diz
      respeito à segurança e meio ambiente

   [] Discussão com funcionários da propriedade/instalação sobre a evolução histórica
      das atividades realizadas no local

   [] Vistorias do sítio e de suas instalações


    A Fase I representa dentro do modelo um              esta última utiliza técnicas de investigação direta,
passo crítico, pois indica os locais e tipos de conta-   que geralmente apresentam valores expressivos.
minação que podem estar presentes, enfocando                 A avaliação ambiental Fase II, consiste em
a programação de um plano de amostragem de               uma caracterização ambiental confirmatória de
solo e água subterrânea em uma Fase II de Avalia-        uma propriedade/instalação, conduzida tipica-
ção, posterior. Sua correta aplicação proporciona        mente após a realização da Fase I. Nesta fase
uma minimização de custos na fase posterior, pois        desenvolvem-se as seguintes ações:


   Figura 8 – Fase II – Principais atividades

   [] Investigação geofísica

   [] Medição in situ de parâmetros químicos no solo e água subterrânea

   [] Investigações intrusivas para amostragem de solo, água subterrânea e sedimentos com
      posterior análise química laboratorial

   [] Monitoramento e modelagem do aquífero freático

   [] Caracterização das fontes de efluentes e resíduos sólidos, e análise de fontes/vias de
      acesso/receptores de contaminantes

   [] Avaliação das instalações, equipamentos e operações locais

   [] Investigação de substâncias previamente designadas na Fase I de investigação ambiental

   [] Revisão das conformidades/ não conformidades legais


    Estas e outras ações têm o objetivo de confirmar a existência da contaminação na área de
interesse definida. Se a área for considerada contaminada, com a finalização deste processo, deve
ser iniciado o processo de reabilitação.



                                                   INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS           21
7.2 Processo de reabilitação
   A Cetesb estabeleceu o processo para a reabilitação de áreas contaminadas, este processo
encontra-se na figura 9.



     Figura 9 – Processos de recuperação de áreas contaminadas




      Investigação             Avaliação              Investigação             Projeto de     Remediação       Monitoramento
      detalhada                de risco               para                     remediação
                                                      remediação




     A etapa de investigação detalhada tem o ob-                            ambiente e outros bens a proteger, a realização
jetivo de definir os limites da pluma de contami-                           ou não de uma investigação ambiental da proprie-
nação, determinar as concentrações das substân-                             dade e das instalações. Neste caso, pretende-se:
cias ou contaminantes de interesse e caracterizar                           identificar as potenciais exigibilidades / obrigações
o meio físico onde se insere a área contaminada                             no âmbito ambiental associadas às atividades his-
sob investigação, possui uma metodologia bas-                               tóricas de uma propriedade / instalações.
tante semelhante a avaliação ambiental (Fase II).                                São inúmeras técnicas que podem ser aplica-
     Sua finalidade é subsidiar a etapa seguinte                            das na remediação de áreas contaminadas, porém
(avaliação de risco) e a elaboração de um projeto                           a escolha do melhor tipo dependerá do diagnósti-
de remediação tecnicamente adequado para cada                               co da contaminação, efetuado pela execução de
caso de contaminação. Tem início imediato após a                            uma malha de sondagens mecânicas e coleta de
confirmação da contaminação.                                                amostras para análise geoquímica ou por métodos
     A etapa de avaliação de risco permite avaliar                          geofísicos do solo ou da água.
os riscos efetivos decorrentes da contaminação à                                 Esse diagnóstico permite determinar o tipo de
saúde humana, segurança da população, do meio                               contaminante (líquido, sólido ou gasoso), o tipo de


22   I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
solo, a interação do contaminante com o solo, o       adequado e o custo total envolvido.
mecanismo de transferência do contaminante, o              As técnicas mais utilizadas são bombeamen-
grau de contaminação, a significância da contami-     to e tratamento e a recuperação de fase livre, no
nação etc.                                            tratamento das águas subterrâneas, enquanto a
     Estes dados fornecem a base de decisão da        extração de vapores e a remoção de solo/resíduo
possível estratégia de tratamento e disposição        são as técnicas mais utilizadas para os solos.
final do contaminante (interno – in situ ou externo         O gráfico 6 apresenta as técnicas utiliza-
– ex situ), determinando entre outros, a viabilida-   das para remediação de áreas contaminadas no
de técnica da remoção, o tipo de tratamento mais      Estado de São Paulo.


  Gráfico 6 – Técnicas de remediação implantadas no Estado de São Paulo




                                                                                           Fonte: Cetesb, 2010



                                                 INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS             23
A figura 10 exemplifica algumas técnicas de tratamento para áreas contaminadas.


      Figura 10 – Técnicas de tratamento para áreas contaminadas


                                  Destruição                                  Aterros, Incineração,            Aeróbia,
                                  Descontaminação                             Dehalogenação, Biorremediação    Anaeróbia, Mista

        Ex situ                   Imobilização                                 Solidificação

                                  Separação                                    Lavagem de solo
                                  Reciclagem                                   Extração química


                                                                               Vitrificação                    Aeróbia,
                                  Destruição                                   Biorremediação                  Anaeróbia, Mista

                                                                               Extração a vácuo, Extração em
        In situ                   Separação                                    corrente, Lavagem do solo

                                  Imobilização                                 Solidificação
                                                                               Vitrificação




   Outras técnicas, ou derivações destas, vêm sendo desenvolvidas e aplicadas no tratamento
de áreas contaminadas.




24    I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
8. noRMAS TéCnICAS E JuRíDICAS APLICáVEIS

   São fornecidas as normas técnicas e jurídicas   tipos de programa, mas estes não serão abor-
específicas relacionadas às áreas contaminadas.    dados nesta Norma.
                                                       •	 ssociação	 Brasileira	 de	 Normas	 Técni-
                                                        A
8.1 Federal                                        cas (ABNT) NBR 15515-1: 2007 Versão corri-
                                                                                     .
     •	 esolução	Conama	n°	420,	de	28	de	de-
      R                                            gida: 2011 – passivo ambiental em solo e água
zembro de 2009 – Dispõe sobre critérios e va-      subterrânea – Parte 1: Avaliação preliminar
lores orientadores de qualidade do solo quanto         •	 ssociação	 Brasileira	 de	 Normas	 Técni-
                                                        A
à presença de substâncias químicas e estabe-       cas (ABNT) NBR 15515-2: 2011 – passivo am-
lece diretrizes para o gerenciamento ambiental     biental em solo e água subterrânea – Parte 2:
de áreas contaminadas por essas substâncias        Investigação confirmatória.
em decorrência de atividades antrópicas.
     •	 esolução	Conama	n°	396,	de	3	de	abril	
      R                                            8.2 Estadual
de 2008 – Dispõe sobre a classificação e dire-         •	 ei	n°	13.577
                                                          L             ,	de	8	de	julho	de	2009	–	Dis-
trizes ambientais para o enquadramento das         pões sobre diretrizes e procedimentos para a
águas subterrâneas.                                proteção da qualidade do solo e gerenciamen-
     •	 ssociação	 Brasileira	 de	 Normas	Técni-
      A                                            to de áreas contaminadas.
cas (ABNT) NBR 15515-1:2007 – estabelece               •	 ecreto	 n°	 54.544,	 de	 8	 de	 Julho	 de	
                                                          D
os procedimentos mínimos para avaliação            2009	-		Regulamenta	o	inciso	XIII	do	artigo	4°	
preliminar de passivo ambiental visando a          e	 o	 inciso	VIII	 do	 artigo	 31	 da	 Lei	 n°	 13.577,	
identificação de indícios de contaminação de       de 8 de julho de 2009, que dispõe sobre di-
solo e água subterrânea.                           retrizes e procedimentos para a proteção da
     •	 ssociação	 Brasileira	 de	 Normas	 Téc-
      A                                            qualidade do solo e gerenciamento de áreas
nicas (ABNT) NBR 15847:2010 - estabelece           contaminadas.
métodos para a purga de poços usados para              •	 esolução	Conjunta	SS/SMA	n°	01,	de	6	
                                                          R
investigações e programas de monitoramen-          de junho de 2002, que define procedimentos
to de qualidade de água subterrânea em es-         para ação conjunta das Secretarias de Estado
tudos e remediação de passivos ambientais.         da Saúde e Meio Ambiente no tocante a áreas
Estes métodos podem ser usados em outros           contaminadas por substâncias perigosas.




                                              INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS             25
9. ÓRGãoS DE ConTRoLE E FISCALIzAção

9.1 Federal                                                                 Entre suas atribuições estão coordenação,
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos                                 avaliação, planejamento, acompanhamen-
Recursos Naturais Renováveis (Ibama)                                        to, inspeção e supervisão das ações de vigi-
     O Ibama por meio de sua Secretaria da                                  lância relacionadas às doenças e agravos à
Qualidade Ambiental atua como órgão de                                      saúde que se referem: a) água para consumo
controle ambiental, por meio da implemen-                                   humano; b) contaminações do ar e do solo;
tação de programas e ações que reduzem o                                    c) desastres naturais; d) contaminantes am-
impacto sobre os meios físicos (água, solo e                                bientais e substâncias químicas; e) acidentes
ar), biológicos (fauna e flora) e sócio-econômi-                            com produtos perigosos; f) efeitos dos fatores
co. Alguns programas e projetos específicos                                 físicos, e g) condições saudáveis no ambiente
pode ser vistos na sequência:                                               de trabalho.

Ministério da Saúde – Vigilância                                            9.2 Estadual
Ambiental de Saúde                                                          Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
    O Ministério possui uma Coordenação                                     (Cetesb) e a Gestão de Áreas Contaminadas
responsável pela vigilância ambiental, que                                      A Companhia Ambiental do Estado de
acompanha as alterações no meio ambiente                                    São Paulo (Cetesb) desenvolveu o modelo de
que interferem diretamente na saúde humana                                  Gestão de Áreas Contaminadas que indica os
e contribuem para a elevação dos custos em-                                 Processos de Identificação e Recuperação de
pregados no tratamento de doenças previsí-                                  Áreas Contaminadas com intuito de minimi-
veis. Assim, o gerenciamento dos fatores de                                 zar os riscos a que estão sujeitos a população
risco relacionados à saúde que advêm dos                                    e o meio ambiente, através de medidas que
problemas ambientais é parte integrante da                                  garantam o conhecimento das características
vigilância em saúde em todo o País.                                         dessas áreas e dos impactos por elas causa-
    A Instrução Normativa nº 1, de 7 de março                               dos, proporcionando os instrumentos neces-
de 2005 regulamentou o Subsistema Nacional                                  sários à tomada de decisão quanto às formas
de Vigilância em Saúde Ambiental (SINVSA).                                  de intervenção adequadas.




26   I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
10. REFERênCIAS BIBLIoGRáFICAS

1) ASSOCIAÇÃO BRASILERA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR ISO 14.050: Gestão am-
biental – Vocabulário, 2004.
2) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR ISO 14.001: Sistema de
Gestão Ambiental – Requisitos com orientações para uso, 2004.
3) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 10.004: Resíduos sólidos.
Rio de Janeiro, 2004.
4)	BRASIL.	Decreto	n°	97  .632,	de	10	de	Abril	de	1989.
5)	BRASIL.	Resolução	n°	420	de	28	de	Dezembro	de	2009	do	Conselho	Nacional	de	Meio	Am-
biente – Conama.
6) COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Cetesb. Avaliação de Risco à
Saúde Humana, http://www.cetesb.sp.gov.br/solo/areas_contaminadas/Capitulo_IX.pdf, consul-
tado em 31 de março de 2011.
7) COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Cetesb. Cadastro de áreas conta-
minadas e reabilitadas no Estado de São Paulo, http://www.cetesb.sp.gov.br/Solo/areas_conta-
minadas/texto_areas_cont_nov_09_.pdf, consultado em 29 de Março de 2011.
8) COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Cetesb. Decisão de Diretoria 103-
2007- C- E, de 22/6/2007 ,
http://www.asrprojetos.com.br/ASR_projetos_seguranca_ambiental_procedimentos_CETESB.
pdf, consultado em 30 de Março de 2011.
9) COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Cetesb. Guia para avaliação do po-
tencial de contaminação em imóveis, http://www.cetesb.sp.gov.br/Tecnologia/camaras/ca_ativas/
construcao/documentos/guia_aval_pot_con_imoveis.pdf consultado em 29 de Março de 2011.
10) COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Cetesb. Investigação Detalhada,
http://www.cetesb.sp.gov.br/solo/areas_contaminadas/Capitulo_VIII.pdf, consultado em 31 de
março de 2011
11) COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Cetesb. Manual de Gerencia-
mento de Áreas Contaminadas, http://www.cetesb.sp.gov.br/areas-contaminadas/manual-de-
gerenciamento-de-ACs/7-, consultado em 24 de junho de 2010.
12) CONSCIÊNCIA.NET. Passivo ambiental: conceito moderno, velhas práticas, http://www.
consciencia.net/ecologia/arquivo01/jacometo.html, consultado em 29 de Março de 2011.
13) FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – Fiesp. Coleta Seletiva e
Reciclagem de Excedentes Industriais, São Paulo, 2003.
14) INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁ-
VEIS – Ibama. Controle de Qualidade Ambiental, http://www.ibama.gov.br/qualidadeambiental/
conqual/rebramar.htm, consultado em 10 de agosto de 2010.
15)	SÃO	PAULO.	Lei	Estadual	n°	13.577	de	8	de	Julho	de	2009.
16) SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO. Agenda 21: Conferência
das Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento, São Paulo, 1997    .
17) UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, Contaminação de águas subterrâneas por
derramamentos de gasolina: O problema é grave?, http://www.amda.org.br/objeto/arquivos/89.
pdf, consultado em 25 de abril de 2011.


                                          INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS    27
11. AnExo
        
11.1 Lista de Valores orientadores para solos e para águas subterrâneas da Resolução
              
n°420, de 28 de dezembro de 2009.
        


Substâncias                              CAS nº                                        Solo (mg.kg-1 de peso seco) (1)                                          Água Subterrânea
                                                                                                                                                              (ug.L-1)     

                                                        Referência              Prevenção                              Investigação                             Investigação
                                                                                                 
                                                                                                                                                                                     
                                                        de qualidade                            Agrícola    Residencial     Industrial 
                                                                                                    AP-Max                             

Inorgânicos
                           
Alumínio                                7429-90-5               E                      -                -                    -                  -                  3.500**
                                                                                                                                                                    
Antimônio                               7440-36-0               E                     2                 5                   10                 25                    5*
                                                                                                                                                                   
Arsênio                                 7440-38-2               E                     15               35                   55                150                    10*
                                                                                           
                                                                                                                                         
                                                                                                                                                                
                                                                                                                                                                                       
Bário                                   7440-39-3               E                    150               300                  500               750                   700*
                                                                         
                                                                                                                    
                                                                                                                                            
                                                                                                                                                                
                                                                                                                                                                                       
Boro                                    7440-42-8               E                      -                -                    -                  -                    500
                                                                                                                                               
                                                                                                                                                                                       
Cádmio                                  7440-48-4               E                     1,3               3                    8                 20                    5*
                                                                         
                                                                                                                                                                           
Chumbo                                  7440-43-9               E                     72               180                  300               900                    10*
                                                                                                            
                                                                                                                                            
                                                                                                                                                                
                                                                                                                                                                                       
Cobalto                                 7439-92-1               E                     25               35                   65                 90                    70
                                                                                           
                                                                                                                                                                              
Cobre                                   7440-50-8               E                     60               200                  400               600                  2.000*
                                                                                                            
                                                                                                                                            
                                                                                                                                                                                     
Cromo                                   7440-47-3               E                     75               150                  300               400                    50*
                                                                                                            
                                                                                                                                            
                                                                                                                                                                
                                                                                                                                                                                       
Ferro                                   7439-89-6               E                      -                -                    -                  -                  2.450**
                                                                                                                                                                    
Manganês                                7439-96-5               E                      -                -                    -                  -                   400**
                                                                                                                                                                    
Mercúrio                                7439-97-6               E                     0,5              12                   36                 70                    1*
                                                                         
                                                                                                   
                                                                                                                                                                              
Molibdênio                              7439-98-7               E                     30               50                   100               120                    70
                                                                                           
                                                                                                                      
                                                                                                                                            
                                                                                                                                                                                    
Níquel                                  7440-02-0               E                     30               70                   100               130                    20
                                                                                           
                                                                                                                      
                                                                                                                                            
                                                                                                                                                                                    
Nitrato (como N)                        797-55-08               E                      -                -                    -                  -                  10.000*
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28         I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
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Cartilha areas contaminadas

  • 1. dMA D E PA R TA M E N T O D E M E I O A M B I E N T E INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS
  • 2.
  • 3. INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS DMA - Departamento de Meio Ambiente junho de 2011
  • 4. Copyright © 2011. Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. É permitida a reprodução total ou parcial desta obra, desde que citada a fonte. 1° edição. Presidente Paulo Skaf – Presidente Diretor-titular do Departamento de Meio Ambiente Nelson Pereira dos Reis Gerência da Área Técnica de Meio Ambiente Nilton Fornasari Filho Elaboração Ricardo Lopes Garcia Colaborador Raissa Challis Guerreiro 658.408 Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. F318 Departamento de Meio Ambiente Informações básicas sobre áreas contaminadas / Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. – São Paulo: FIESP, 2011. 32 p: graf. Referências bibliográficas: p. 27 1. Áreas Contaminadas – Gestão 2. Passivo ambiental 3. Áreas contaminadas – Prevenção I. Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Departamento de Meio Ambiente II. Título. 4 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
  • 5. Respeito ao meio ambiente A questão ambiental é um dos temas prioritários na agenda de todos os países. No Brasil, o setor produtivo vem se preparando para enfrentar os desafios com iniciativas inovadoras que nos conduzam a um modelo sustentável de desenvolvimento. Nesse contexto, uma das questões mais importantes diz respei- to às áreas contaminadas, que podem surgir independentemente da atividade desenvolvida no local. Suas causas vão desde o armazena- mento inapropriado até o derramamento de materiais contaminan- tes no solo. Esta publicação aborda os principais fatores que devem ser obser- vados para prevenir a formação de áreas contaminadas, que geram, além do prejuízo ambiental, altíssimos custos de recuperação, desva- lorização do imóvel e danos à imagem da empresa causadora. Nesta cartilha, a FIESP traz informações relevantes sobre a situa- ção do Estado de São Paulo e sobre a melhor forma de gerenciamento da contaminação do solo. Esperamos que o conteúdo seja de grande utilidade para toda a comunidade empresarial. Boa leitura. Paulo Skaf presidente INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 5
  • 6. Diretores da Divisão: André de Oliveira Câncio Daniel Fornazaro Gallozzi (Representante do CJE) Eliane Maria Haddad Marlúcio de Souza Borges Paulo Arantes Ferraz Renato José Giusti Diretor titular: Nelson Pereira dos Reis Diretores Titulares Adjuntos: Divisão de Prevenção e Controle da Poluição Arthur Cesar Whitaker de Carvalho Diretor Titular da Divisão: Marco Antonio Barbieri Eduardo San Martin Diretor Adjunto da Divisão: José Rogélio Miguel Medela João Carlos Basílio da Silva Marco Antonio Barbieri Diretores da Divisão: Nelson Vieira Barreira Celso Cardoso Simões Alexandre Paulo Roberto Dallari Soares Eliane Maria Haddad Raul Ardito Lerário Luiz Gonzaga Bertelli Mario Hirose Divisão de Gestão Empresarial Ambiental Marlúcio de Souza Borges Diretor Titular da Divisão: Paulo Roberto Dallari Soares Nelson Pereira dos Reis Walter Françolin Diretor Adjunto da Divisão: Walter Toscano Arthur Cesar Whitaker de Carvalho Divisão de Recursos Hídricos Diretores da Divisão: Diretor Titular da Divisão: Nelson Vieira Barreira Carlos Henrique da Silva Ferreira Diretor Adjunto da Divisão: Ricardo de Souza Esper Celso Itiro Shimura (Representante do CJE) Eugênio Carlos Deliberato Diretores da Divisão: José Valverde Machado Filho (Representante do CJE) Carolina Aristakessian (Representante do CJE) Marcio Esteves da Silva Gilberto Frederico Barbero Mario Hirose Lecy Ribas Camargo Filho Marlúcio de Souza Borges Mario Hirose Salo Davi Seibel Marlúcio de Souza Borges Divisão de Licenciamento Ambiental Divisão de Resíduos Industriais Diretor Titular da Divisão: Paulo Roberto Dallari Soares Diretor Titular da Divisão: Raul Ardito Lerário Diretor Adjunto da Divisão: Luciano Shigueru Sakurai Diretor Adjunto da Divisão: Walter Françolin Diretores da Divisão: Diretores da Divisão: Francisco Laterza Neto César Figueiredo de Mello Barros José Luiz Miranda Simonelli Francisco Laterza Neto Marlúcio de Souza Borges João Carlos Basílio da Silva Renato José Giusti José Luiz Miranda Simonelli Ricardo de Souza Esper José Valverde Machado Filho (Representante do CJE) Sérgio Daneluzzi Azeredo Lucien Bernard Mulder Belmonte Tasso de Toledo Pinheiro Marcio Esteves da Silva Walter Françolin Marco Antonio de Almeida Moacir José Lordello Beltrame Divisão de Mudanças Climáticas Paulo Roberto Dallari Soares Diretor Titular da Divisão: Nelson Pereira dos Reis Renato José Giusti Diretor Adjunto da Divisão: Mario Hirose Ricardo Max Jacob 6 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
  • 7. SuMáRIo 1. INTRODuçãO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 2. OBJETIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 3. GLOSSÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 4. PANORAMA ATuAL DO ESTADO DE SãO PAuLO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 5. PRINCIPAIS CAuSAS DE GERAçãO DE PASSIVO AMBIENTAL E ÁREAS CONTAMINADAS . .14 6. PREVENçãO DE NOVAS ÁREAS CONTAMINADAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 7. IDENTIFICAçãO E REABILITAçãO DE uMA ÁREA CONTAMINADA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 8. NORMAS TÉCNICAS E JuRíDICAS APLICÁVEIS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 9. ÓRGãOS DE CONTROLE E FISCALIzAçãO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 10. REFERêNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 11. ANExO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 7
  • 8. INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS DEPARTAMENTO DE MEIO AMBIENTE junho de 2011
  • 9. 1. InTRoDução A tecnologia fez com que ocorressem mu- estratégica e vital para o abastecimento público. danças importantes nas organizações huma- A contaminação de uma área ocasiona nas. Muitas destas mudanças tiveram uma con- sérias consequências ao meio ambiente e à tribuição para o avanço sensível da sociedade, saúde das pessoas expostas aos contaminan- principalmente na melhoria da qualidade de vida tes, com prejuízos à imagem da atividade e pe- da população, enquanto outras não obtiveram nalidades previstas em lei. Em razão desse fato, sucesso criando novos desafios econômicos, a investigação dessa contaminação é utilizada sociais, políticos, ambientais, de segurança e em avaliações para negociações de empresas, de saúde. Com a melhoria de qualidade de vida, principalmente naqueles relacionados com a por exemplo, a população humana aumentou aquisição de imóveis e em privatizações, pois a de 0,3 bilhões no ano 1 D.C., para 1,1 bilhões responsabilidade e a obrigação da restauração em 1850 e para quase 7 bilhões hoje em dia. ambiental recaem sobre os novos proprietários. Segundo dados da Organização das Nações Funciona como um elemento de decisão no Unidas (ONU), a expectativa de vida ao nascer sentido de identificar, avaliar e quantificar po- no mundo no período entre 1965-1970 era de sições, custos e gastos ambientais potenciais 56 anos, passando para 65 anos no período de que precisam ser atendidos a curto, médio e 2000-2005. O Brasil acompanhou essa ten- longo prazo. Deve ser ressaltado, porém, que dência. No período de 1950 – 55, a expectativa o passivo ambiental resultante da área conta- de vida do brasileiro era de 46,5 anos, aumen- minada não precisa estar diretamente vincula- tando para 72,8 anos em 2009. do aos balanços patrimoniais, podendo fazer Esses dois fatores criaram novas deman- parte de um relatório específico. das de recursos naturais disponíveis causando Existem diversas técnicas de remediação problemas de dimensões globais, relacionados, para uma área contaminada, porém a melhor principalmente à perda resultante da biodiversi- escolha dependerá do diagnóstico da contamina- dade que é essencial para a continuidade da vida ção, efetuado pela execução de uma malha de (inclusive da humana); à emissão de gases que sondagens mecânicas e coleta de amostras para contribuem para o assim chamado “efeito estufa” análise geoquímica ou por métodos geofísicos do de aquecimento global; à emissão de gases que solo ou da água, que permite determinar o tipo de causam a destruição da camada de ozônio e, ao contaminante (líquido, sólido ou gasoso), o tipo aumento da poluição de água e do solo causada de solo, a interação do contaminante com o solo, pelos resíduos gerados pelo ser humano. o grau de contaminação, sua significância, etc. Somados à ação antrópica estão as gran- Determinada que a área está contaminada, des tragédias - incêndios, explosões, contami- os custos variam de acordo com as informa- nações de água e solo por derramamentos – ções obtidas, mas podem ser extremamente que ocorreram nos últimos anos - Flixborough, elevados. Na Alemanha, os custos ecológicos México, Bhopal, Basiléia, Exxon Valdez, Cherno- relacionados a problemas do solo foram cal- byl, Fukushima etc. culados em cerca de US$ 50 bilhões. Em 12 Em razão da escassez da água potável e países da União Europeia, foram identificadas disponível, existe hoje em dia uma preocupa- cerca de 300 mil áreas contaminadas. Estima- ção global quanto à preservação dos aquíferos, se que na Holanda existam cerca de 100 mil já que a água subterrânea constitui uma reserva locais com contaminação. INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 9
  • 10. 2. oBJETIVo A Federação das Indústrias do Estado de zar a gerentes e técnicos, uma ferramenta de São Paulo (Fiesp) tem se preocupado com o informações relativas ao tema áreas conta- problema das áreas contaminadas, atuais e minadas, visando o gerenciamento das áreas futuras, e para tanto cria essa publicação que existentes e a prevenção de novos passivos possui como objetivo primordial, disponibili- ambientais. 3. GLoSSáRIo São fornecidos conceitos que objetivam f) Avaliação de risco3 – Processo pelo qual facilitar a compreensão das informações e são identificados, avaliados e quantificados os técnicas que se seguem. riscos à saúde humana ou a bem de relevante a) Água subterrânea1 – água de ocorrência interesse ambiental a ser protegido. natural na zona saturada do subsolo. g) Avaliação preliminar3 – avaliação inicial, re- b) Área com potencial de contaminação1 - Área, alizada com base nas informações históricas terreno, local, instalação, edificação ou benfeito- disponíveis e inspeção do local, com o obje- ria onde são ou foram desenvolvidas atividades tivo principal de encontrar evidências indícios que, por suas características, possam acumular ou fatos que permitam suspeitar das existên- quantidades ou concentrações de matéria em cia de contaminação na área. condições que a tornem contaminada. h) Bens a proteger3 - a saúde e o bem-estar c) Área contaminada1 – Área, terreno, local, da população; a fauna e a flora; a qualidade do instalação, edificação ou benfeitoria que con- solo, das águas e do ar; os interesses de pro- tenha quantidades ou concentrações de ma- teção à natureza/ paisagem; a infraestrutura da téria em condições que causem ou possam ordenação territorial e planejamento regional e causar danos à saúde humana, ao meio am- urbano e a segurança e ordem pública. biente ou a outro bem a proteger. i) Contaminação3 – Presença de substância(s) d) Área contaminada sob investigação1 – área químicas(s) no ar, água ou solo, decorrentes de contaminada na qual estão sendo realizados atividades antrópicas, em concentrações tais que procedimentos para determinar a extensão da restrinjam a utilização desse recurso ambiental contaminação e os receptores afetados. para os usos atual ou pretendido, definidas com e) Aspecto ambiental2 – elemento das ativida- base em avaliação de risco à saúde humana, des, produtos ou serviços de uma organização assim como aos bens a proteger, em cenário de que pode interagir com o meio ambiente. exposição padronizado ou específico. 1. Lei do Estado de São Paulo n° 13.577, de 8 de julho de 2009. 2. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR ISO 14.050:2004. 10 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
  • 11. j) Fase livre3 – Ocorrência de substância ou com as exigências ambientais descritas em produto imiscível, em fase separada da água. legislações, normas ou procedimentos opera- k) Gerenciamento da área contaminada4 - cionais, por parte da pessoa física ou jurídica Conjunto de medidas tomadas com o intui- que incorreu em um custo ambiental. to de minimizar o risco proveniente da exis- r) Reabilitação3 - ações de intervenção realiza- tência de áreas contaminadas, à população das em uma área contaminada visando atingir e ao meio ambiente. Essas medidas devem um risco tolerável, para o uso declarado ou proporcionar os instrumentos necessários à futuro da área. tomada de decisão quanto às formas de inter- s) Remediação3 – uma das ações de interven- venção mais adequadas. ção para reabilitação de área contaminada, que l) Impacto ambiental2 – qualquer modificação consiste em aplicação de técnicas, visando a do meio ambiente adversa ou benéfica, que remoção, contenção ou redução das concen- resulte, no todo ou em parte, das atividades, trações de contaminantes. produtos ou serviços de uma organização. t) Sistema de Gestão Ambiental5 (SGA) – é m) Investigação confirmatória3 – etapa do a parte de um sistema da gestão de uma or- processo de identificação de áreas contami- ganização utilizada para desenvolver e imple- nadas que tem como objetivo principal con- mentar sua política ambiental e para gerenciar firmar ou não a existência de substâncias de seus aspectos ambientais. origem antrópica nas áreas suspeitas, no solo u) Solo1 – camada superior da crosta terres- ou nas águas subterrâneas, em concentra- tre constituída por minerais, matéria orgânica, ções acima dos valores de investigação. água, ar e organismos vivos. n) Investigação detalhada3 – etapa do proces- v) Valor de Investigação3 (VI) – é a concen- so de gerenciamento de áreas contamina–das, tração de determinada substância no solo ou que consiste na aquisição e interpreta–ção de na água subterrânea acima da qual existem dados em área contaminada sob investigação, riscos potenciais, diretos ou indiretos, à saúde a fim de entender a dinâmica da contaminação humana, considerando um cenário de exposi- nos meios físicos afetados e a identificação ção padronizado. dos cenários específicos de uso e ocupação do w) Valor de Prevenção3 (VP) – é a concentra- solo, dos receptores de risco existentes, dos ção de valor limite de determinada substância caminhos de exposição e das vias de ingresso. no solo, tal que ele seja capaz de sustentar as o) Monitoramento3 – Medição ou verifica- suas funções principais. ção, que pode ser contínua ou periódica, para x) Valor de Referência de Qualidade3 (VRQ) - acompanhamento da condição de qualidade é a concentração de determinada substância de um meio ou das suas características. que define a qualidade natural do solo, sendo p) Origem antrópica – relacionada a atividade/ determinado com base em interpretação esta- ação de seres humanos. tística de análises físico-químicas de amostras q) Passivos ambientais – não - conformidade de diversos tipos de solos. 3. Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) n°420, de 28 de dezembro de 2009. 4. Decreto Federal n° 97.632, de 10 de abril de 1989. 5. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR ISO 14001:2004 INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 11
  • 12. 4. PAnoRAMA ATuAL Do ESTADo DE São PAuLo O Estado de São Paulo possui 3.675 áreas contaminadas, de acordo com o último levantamen- to da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) em 2010. Essas áreas são assim distribuídas: Gráfico 1 - Distribuição das áreas contaminadas por uGRHI 100% Postos Combustíveis 90% Resíduos 80% Industrial 70% Comercial 60% Acidentes/ Desconhecidas 50% 40% 30% 20% 10% 0% 8. Sapucaí/ Grande 1. Mantiqueira 3. Litoral Norte 4. Pardo 5. Piracicaba 11. Ribeira de Iguape 6. Alto Tietê 9. Mogi Guaçú 2. Paraíba do Sul 10. Sorocaba/ Médio 7. Baixada Santista Fonte: Cetesb, 2010 Gráfico 2 - Distribuição das áreas contaminadas por uGRHI 100% Postos Combustíveis 90% Resíduos 80% Industrial 70% Comercial 60% Acidentes/ Desconhecidas 50% 40% 30% 20% 10% 0% 12. Baixo Pardo/ Grande 15. Turvo/ Grande 16. Tietê/ Batalha 14. Alto Paranapanema 17. Médio Paranapanema 19. Baixo Tietê 20. Aguapeí 18. São José dos Dourados 21. Peixe 13. Tietê/ Jacaré 22. Pontal do Paranapanema Fonte: Cetesb, 2010 12 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
  • 13. Gráfico 3 – Atividades das áreas contaminadas no Estado de São Paulo 79% Posto de combustível (2.922) 13% Indústria (471) 4% Comercial (147) 3% Resíduo (96) 1% Acidentes/ Fonte desconhecida (25) Fonte: Cetesb, 2010 Gráfico 4 – Situação das áreas contaminadas cadastradas (todas as atividades) 46% Contaminada (1.674) 30% Contaminada sob investigação (1.096) 20% Em processo de monitoramento para reabilitação (742) 4% Reabilitada (163) Fonte: Cetesb, 2010 INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 13
  • 14. 5. PRInCIPAIS CAuSAS DE GERAção DE PASSIVo AMBIEnTAL E áREAS ConTAMInADAS Passivos ambientais exigem a adoção de ações de controle, preservação e recuperação ambiental, sendo, portanto uma obrigação presente decorrente de eventos passados, com impactos negativos à saúde humana ou ao meio ambiente. As figuras 1 e 2 fornecem alguns exemplos de fatores que atualmente podem gerar passi- vos ambientais e áreas contaminadas. Figura 1 - Geração de passivos ambientais relacionados ao não atendimento às legislações e normas ambientais Falta de Pendências Falta de Medidas de Termos de licenças, de infrações, pagamento compensação ajustamento registros e multas e de taxas ou indenizações de conduta ou cadastros penalidades ambientais pendentes de compromisso não cumpridos Figura 2 - Geração de áreas contaminadas relacionados ao não atendimento a processos operacionais [] Áreas de armazenamento, carregamento ou descarregamento de matérias - primas, insumos ou resíduos, contendo substâncias potencialmente poluentes sem bacia de contenção [] Tubulações ou dutos de matérias - primas ou efluentes com vazamento [] Equipamentos que utilizam líquidos (óleo, fluídos hidráulicos ou elétricos etc), sem manutenção ou controle, ou ainda obsoletos [] Armazenamento de produtos ou insumos industriais vencidos em locais inadequados [] Instalações desativadas [] Transporte de resíduos sólidos sem controle [] Descarte de efluentes em locais não licenciados ou aptos ao seu recebimento [] Disposição inadequada de resíduos sólidos 14 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
  • 15. A falta de gerenciamento das situações, pois dependem de atuação responsável e de mu- o desconhecimento do material entre outros dança em processos industriais. Cabe ressaltar fatores podem também influenciar na geração que a contaminação ligada a um passivo ambien- de passivo ambiental, além daqueles advindos tal, depende da concentração de substâncias no de uma situação de acidente/incidente, etc. solo e que essa concentração não seja natural. Dentro dos procedimentos operacionais, os Os principais grupos de contaminantes en- riscos de contaminação e a consequente gera- contrados no Estado de São Paulo podem ser ção de um passivo ambiental são os mais altos, observados no gráfico 5. Gráfico 5 – Agentes contaminantes em São Paulo Fonte: Cetesb, 2010 A comprovação da efetividade da contaminação se dará depois de realizada uma amostragem e análise química de solos ou águas subterrâneas e, ainda se os valores dos parâmetros analisados forem superiores àqueles estabelecidos nos valores de investigação (anexo). Outra forma é determinar se as amostras analisadas possuírem fase livre de contaminante (gasolina, solvente, óleos etc.). INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 15
  • 16. 6. PREVEnção DE noVAS áREAS ConTAMInADAS 6.1 Porque prevenir? b. Competição Global Há diversos fatores que são preponderan- O aumento da competição global impõe tes na opção de uma empresa em implantar as indústrias locais a adotarem técnicas de procedimentos de gerenciamento que previna administração e de produção mais efetivas. a formação de uma área contaminada. Esses Estas empresas, sejam de grande ou de pe- fatores dependem de forma intrínseca, da es- queno porte, implementam programas de tratégia estabelecida pelo empresário em seu qualidade (Série ISO 9.000), de sistemas de plano gerencial, observando-se os fatores gestão ambiental - SGA (Série ISO 14.001) e econômicos, ambientais e sociais de sua em- de saúde (OHSAS 18.000). presa. Na sequência são abordadas algumas Os países importadores tem dificultado a destas motivações. entrada de bens brasileiros no seu mercado se os mesmos não possuam técnicas de pro- a. Responsabilização pela área contaminada? dução ambientalmente seguras. A legislação ambiental é baseada no prin- De acordo com a Revista Meio Ambiente cipio do poluidor pagador, assim, o órgão de Industrial – Edição 85 – Maio/ Junho de 2010, controle estadual exige do responsável legal 4.000 empresas no Brasil já obtiveram a Certi- ou do responsável pela contaminação, nas ficação Ambiental ISO 14.001. hipóteses em que é possível esta identifica- ção, a reabilitação e monitoramento da área c. Restrições de crédito financeiro para as contaminada. atividades poluidoras Destacando a legislação ambiental damos Na legislação brasileira há restrições finan- ênfase à Lei Federal de crimes ambientais, ceiras que podem ser impostas a qualquer a Lei Federal de ação civil pública e a Lei atividade ou projeto que causem potencial im- Estadual 13.577/09, específica de Áreas pacto negativo ao meio ambiente. Contaminadas. Para melhor controlar esta questão de res- Uma vez que uma área contaminada pode trição de créditos financeiros, o Ministério de resultar em danos à saúde das pessoas, há Meio Ambiente planeja criar um “Banco de um envolvimento cada vez mais intenso dos Dados” de passivo ambiental, em que listará órgãos de saúde no tocante ao assunto. todas as atividades que causam ou causaram Estes órgãos avaliam possíveis exposições algum dano ou impacto ao ambiente. O banco da população gerenciando riscos decorren- de dados poderá ser consultado pelas institui- tes de eventuais exposições. Diante da di- ções financeiras, para avaliar as solicitações e mensão do problema, os órgãos públicos de liberar ou não o crédito financeiro solicitado meio ambiente e de saúde têm procurado pelas atividades. compatibilizar ações e procedimentos. d. Alto custo para reabilitação e desvalorização Importante do empreendimento Na aquisição de área ou terreno, com ou Há muitos empreendimentos cujo passi- sem edificação, o novo proprietário arcará com vo ambiental supera o seu ativo (contábil), por os custos decorrentes da reabilitação. efeitos de poluição no ar, contaminação do solo, lençol freático, cujos atos de recuperação as le- 16 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
  • 17. variam à insolvência. vezes considerados equivalentes e até com- A disposição de resíduos sólidos em plementares, requerendo uma análise mais lixões ou aterros controlados, justificada por detalhada das ações a serem adotadas alguns em função de custos elevados para o dentro de cada contexto. gerenciamento dos resíduos sólidos, é uma O estabelecimento de quaisquer práticas área contaminada que terá de ser gerenciada requer mudanças de atitude, gestão ambien- ao longo do tempo. tal responsável, e avaliação de alternativas tecnológicas, implicando muitas vezes modi- 6.2 Como prevenir? ficações nos equipamentos, nos processos Não existe uma regra geral para preve- ou procedimentos, reformulação ou replane- nir a ocorrência de áreas contaminadas. A jamento de produtos, substituição de matéria- melhor estratégia é a adoção de técnicas ou prima e melhorias na gestão administrativa ações preventivas integradas aos processos, e técnica da empresa. Isso deve resultar no produtos e serviços, aumentando a eficiên- aumento de eficiência do uso dos insumos cia no desempenho ambiental e reduzindo (matérias-primas, energia, água, etc.). os riscos à saúde e ao meio ambiente. São fornecidas nas figuras 3 e 4 informa- Estas ações devem ser voltadas, entre ções básicas para prevenir a geração de uma outras, à redução de desperdícios, à redu- área contaminada, tanto na etapa de plane- ção ou eliminação do uso de substâncias tó- jamento, que compreende a preparação dos xicas, à redução da quantidade de resíduos fluxos e processos de fabricação, quanto na sólidos gerados por processos e produtos. etapa de execução dos processos, a qual Diversos conceitos, tais como: preven- compreende a identificação de aspectos am- ção à poluição, produção mais limpa, tec- bientais, a estimativa (avaliação) dos impac- nologias limpas, minimização de resíduos e tos / riscos associados e a decisão quanto a redução na fonte têm sido utilizados, para aceitabilidade destes impactos / riscos, para definir técnicas. Estes conceitos são muitas cada processo mapeado. Figura 3 - Etapa de planejamento Etapa de planejamento Preparação de macrofluxo Identificação e mapeamento dos processos Identificação dos macroprocessos Identificação dos processos existentes por meio ou setores existentes na empresa de entrevistas de área e com aprovação das para que seja possível a manutenção gerências setoriais da empresa. Compreendida do seu negócio. Pode ser entendida a função de cada processo, deve-se realizar como uma primeira divisão setorial e a identificação das atividades, em seguida funcional da unidade fabril. um mapeamento de atividades e/ou tarefas de situações normais, anormais e emergenciais operacionais. INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 17
  • 18. Figura 4 - Etapa de execução Etapa de execução Processo, Identificação de Causa Impacto atividade e tarefa aspectos ambientais ambiental Levantamento Faz-se o As causas Nesta etapa e preenchimento levantamento são geralmente indica-se o potencial em planilha e preenchimento vinculadas ao efeito do aspecto especifica das de todos os aspectos método, às máquinas ambiental, isto é, informações ambientais (equipamentos), o impacto ambiental operacionais, identificados ou aos materiais, à respectivo – identificando tipo inerentes para a mão-de-obra, aos contaminação de processo, tarefa identificada sistemas de medidas do solo, água, atividade e tarefas no mapeamento e monitoramento e subsolo, aquífero desenvolvidas. e podem ser normais, aos efeitos sobre o anormais ou meio ambiente. decorrentes de situação de emergência. Dentro dos levantamentos realizados para controle. A significância dos aspectos ambien- a determinação do impacto ambiental devem tais identificados permite o estabelecimento ser consideradas as seguintes especificações: de objetivos e metas, que deverão ser supor- temporalidade, incidência ou ação, situação tados por um plano de gestão, que pode estar operacional e também avaliação da significân- integrado com os controles operacionais. cia do impacto ambiental. Paralelamente a realização dos processos Com o passar do tempo haverá, conse- de prevenção é extremamente importante e quentemente, necessidades de ações de me- necessário estar em conformidade com todas lhoria ou manutenção dos procedimentos de as exigências legais relacionadas ao tema. 18 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
  • 19. 7. IDEnTIFICAção E REABILITAção DE uMA áREA ConTAMInADA Em resumo, existem dois processos principais, o de identificação de áreas contaminadas e o de reabilitação destas áreas, conforme a figura 5 a seguir: Figura 5 – Etapas dos principais processos: identificação e reabilitação de áreas contaminadas Processo de identificação de Acs Definição da região de interesse Cadastro de ACs Identificação de áreas com potencial AP Priorização 1 de contaminação Exclusão Classificação 1 Avaliação preliminar AS Priorização 2 Exclusão AI Investigação Classificação 2 AC confirmatória AMR AR Processo de reabilitação de Acs Investigação detelhada Exclusão Avaliação de risco Classificação 3 Concepção da remediação Projeto de AP - Áreas com potencial de contaminação remediação AS - Áreas suspeitas de contaminação AI - Áreas contaminadas sob investigação Remediação da AC AC - Áreas contaminadas AMR - Áreas em processo de monitoramento para reabilitação Monitoramento Exclusão - Áreas excluídas do Cadastro de Áreas Contaminadas Fonte: Cetesb, 2010 INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 19
  • 20. 7.1 Processo de identificação A figura 6 apresenta separadamente o processo básico de identificação de uma área contaminada. Figura 6 – Processo de identificação de uma área contaminada Identificação Avaliação de áreas preliminar potencialmente (Avaliação contaminadas Ambiental Fase I) Investigação Definição confirmatória da área (Avaliação de interesse Processo Ambiental Fase II) de identificação de área contaminada A definição da área de interesse deve con- para atendimento inicial. Caso seja conside- siderar as atribuições e interesses do órgão rada uma área potencialmente contaminada o gerenciador, além disso, deve haver levanta- processo segue para as avaliações. mento das bases para definição dos limites As Avaliações Ambientais Fase I, também da região de interesse e o posicionamento conhecidas como environmental due diligen- dos bens a proteger, representação gráfica ce, são revisões qualitativas, preliminares ou da região de interesse e bens a proteger e a introdutórias para consolidar ou não a iden- definição dos objetivos do gerenciamento de tificação de problemas ambientais poten- áreas contaminadas. cialmente relevantes em uma propriedade/ Para a definição de uma área potencial- instalações. São geralmente realizadas com mente contaminada deve haver definição das o propósito de identificar a presença de pas- atividades potencialmente contaminadoras, sivos ambientais, que dentro do modelo pro- para levantamento de dados existentes e in- posto, tem como função validar se há ou não vestigações em fotografias aéreas, e também uma potencial área contaminada. recebimento de denúncias e reclamações As atividades que compreendem a fase I são: 20 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
  • 21. Figura 7 – Fase I – Principais atividades [] Revisão das informações históricas existentes sobre propriedade/instalações e vizinhanças [] Análise de documentos para averiguação da adequação do empreendimento à legislação vigente, e possíveis pendências com relação às mesmas no que diz respeito à segurança e meio ambiente [] Discussão com funcionários da propriedade/instalação sobre a evolução histórica das atividades realizadas no local [] Vistorias do sítio e de suas instalações A Fase I representa dentro do modelo um esta última utiliza técnicas de investigação direta, passo crítico, pois indica os locais e tipos de conta- que geralmente apresentam valores expressivos. minação que podem estar presentes, enfocando A avaliação ambiental Fase II, consiste em a programação de um plano de amostragem de uma caracterização ambiental confirmatória de solo e água subterrânea em uma Fase II de Avalia- uma propriedade/instalação, conduzida tipica- ção, posterior. Sua correta aplicação proporciona mente após a realização da Fase I. Nesta fase uma minimização de custos na fase posterior, pois desenvolvem-se as seguintes ações: Figura 8 – Fase II – Principais atividades [] Investigação geofísica [] Medição in situ de parâmetros químicos no solo e água subterrânea [] Investigações intrusivas para amostragem de solo, água subterrânea e sedimentos com posterior análise química laboratorial [] Monitoramento e modelagem do aquífero freático [] Caracterização das fontes de efluentes e resíduos sólidos, e análise de fontes/vias de acesso/receptores de contaminantes [] Avaliação das instalações, equipamentos e operações locais [] Investigação de substâncias previamente designadas na Fase I de investigação ambiental [] Revisão das conformidades/ não conformidades legais Estas e outras ações têm o objetivo de confirmar a existência da contaminação na área de interesse definida. Se a área for considerada contaminada, com a finalização deste processo, deve ser iniciado o processo de reabilitação. INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 21
  • 22. 7.2 Processo de reabilitação A Cetesb estabeleceu o processo para a reabilitação de áreas contaminadas, este processo encontra-se na figura 9. Figura 9 – Processos de recuperação de áreas contaminadas Investigação Avaliação Investigação Projeto de Remediação Monitoramento detalhada de risco para remediação remediação A etapa de investigação detalhada tem o ob- ambiente e outros bens a proteger, a realização jetivo de definir os limites da pluma de contami- ou não de uma investigação ambiental da proprie- nação, determinar as concentrações das substân- dade e das instalações. Neste caso, pretende-se: cias ou contaminantes de interesse e caracterizar identificar as potenciais exigibilidades / obrigações o meio físico onde se insere a área contaminada no âmbito ambiental associadas às atividades his- sob investigação, possui uma metodologia bas- tóricas de uma propriedade / instalações. tante semelhante a avaliação ambiental (Fase II). São inúmeras técnicas que podem ser aplica- Sua finalidade é subsidiar a etapa seguinte das na remediação de áreas contaminadas, porém (avaliação de risco) e a elaboração de um projeto a escolha do melhor tipo dependerá do diagnósti- de remediação tecnicamente adequado para cada co da contaminação, efetuado pela execução de caso de contaminação. Tem início imediato após a uma malha de sondagens mecânicas e coleta de confirmação da contaminação. amostras para análise geoquímica ou por métodos A etapa de avaliação de risco permite avaliar geofísicos do solo ou da água. os riscos efetivos decorrentes da contaminação à Esse diagnóstico permite determinar o tipo de saúde humana, segurança da população, do meio contaminante (líquido, sólido ou gasoso), o tipo de 22 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
  • 23. solo, a interação do contaminante com o solo, o adequado e o custo total envolvido. mecanismo de transferência do contaminante, o As técnicas mais utilizadas são bombeamen- grau de contaminação, a significância da contami- to e tratamento e a recuperação de fase livre, no nação etc. tratamento das águas subterrâneas, enquanto a Estes dados fornecem a base de decisão da extração de vapores e a remoção de solo/resíduo possível estratégia de tratamento e disposição são as técnicas mais utilizadas para os solos. final do contaminante (interno – in situ ou externo O gráfico 6 apresenta as técnicas utiliza- – ex situ), determinando entre outros, a viabilida- das para remediação de áreas contaminadas no de técnica da remoção, o tipo de tratamento mais Estado de São Paulo. Gráfico 6 – Técnicas de remediação implantadas no Estado de São Paulo Fonte: Cetesb, 2010 INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 23
  • 24. A figura 10 exemplifica algumas técnicas de tratamento para áreas contaminadas. Figura 10 – Técnicas de tratamento para áreas contaminadas Destruição Aterros, Incineração, Aeróbia, Descontaminação Dehalogenação, Biorremediação Anaeróbia, Mista Ex situ Imobilização Solidificação Separação Lavagem de solo Reciclagem Extração química Vitrificação Aeróbia, Destruição Biorremediação Anaeróbia, Mista Extração a vácuo, Extração em In situ Separação corrente, Lavagem do solo Imobilização Solidificação Vitrificação Outras técnicas, ou derivações destas, vêm sendo desenvolvidas e aplicadas no tratamento de áreas contaminadas. 24 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
  • 25. 8. noRMAS TéCnICAS E JuRíDICAS APLICáVEIS São fornecidas as normas técnicas e jurídicas tipos de programa, mas estes não serão abor- específicas relacionadas às áreas contaminadas. dados nesta Norma. • ssociação Brasileira de Normas Técni- A 8.1 Federal cas (ABNT) NBR 15515-1: 2007 Versão corri- . • esolução Conama n° 420, de 28 de de- R gida: 2011 – passivo ambiental em solo e água zembro de 2009 – Dispõe sobre critérios e va- subterrânea – Parte 1: Avaliação preliminar lores orientadores de qualidade do solo quanto • ssociação Brasileira de Normas Técni- A à presença de substâncias químicas e estabe- cas (ABNT) NBR 15515-2: 2011 – passivo am- lece diretrizes para o gerenciamento ambiental biental em solo e água subterrânea – Parte 2: de áreas contaminadas por essas substâncias Investigação confirmatória. em decorrência de atividades antrópicas. • esolução Conama n° 396, de 3 de abril R 8.2 Estadual de 2008 – Dispõe sobre a classificação e dire- • ei n° 13.577 L , de 8 de julho de 2009 – Dis- trizes ambientais para o enquadramento das pões sobre diretrizes e procedimentos para a águas subterrâneas. proteção da qualidade do solo e gerenciamen- • ssociação Brasileira de Normas Técni- A to de áreas contaminadas. cas (ABNT) NBR 15515-1:2007 – estabelece • ecreto n° 54.544, de 8 de Julho de D os procedimentos mínimos para avaliação 2009 - Regulamenta o inciso XIII do artigo 4° preliminar de passivo ambiental visando a e o inciso VIII do artigo 31 da Lei n° 13.577, identificação de indícios de contaminação de de 8 de julho de 2009, que dispõe sobre di- solo e água subterrânea. retrizes e procedimentos para a proteção da • ssociação Brasileira de Normas Téc- A qualidade do solo e gerenciamento de áreas nicas (ABNT) NBR 15847:2010 - estabelece contaminadas. métodos para a purga de poços usados para • esolução Conjunta SS/SMA n° 01, de 6 R investigações e programas de monitoramen- de junho de 2002, que define procedimentos to de qualidade de água subterrânea em es- para ação conjunta das Secretarias de Estado tudos e remediação de passivos ambientais. da Saúde e Meio Ambiente no tocante a áreas Estes métodos podem ser usados em outros contaminadas por substâncias perigosas. INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 25
  • 26. 9. ÓRGãoS DE ConTRoLE E FISCALIzAção 9.1 Federal Entre suas atribuições estão coordenação, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos avaliação, planejamento, acompanhamen- Recursos Naturais Renováveis (Ibama) to, inspeção e supervisão das ações de vigi- O Ibama por meio de sua Secretaria da lância relacionadas às doenças e agravos à Qualidade Ambiental atua como órgão de saúde que se referem: a) água para consumo controle ambiental, por meio da implemen- humano; b) contaminações do ar e do solo; tação de programas e ações que reduzem o c) desastres naturais; d) contaminantes am- impacto sobre os meios físicos (água, solo e bientais e substâncias químicas; e) acidentes ar), biológicos (fauna e flora) e sócio-econômi- com produtos perigosos; f) efeitos dos fatores co. Alguns programas e projetos específicos físicos, e g) condições saudáveis no ambiente pode ser vistos na sequência: de trabalho. Ministério da Saúde – Vigilância 9.2 Estadual Ambiental de Saúde Companhia Ambiental do Estado de São Paulo O Ministério possui uma Coordenação (Cetesb) e a Gestão de Áreas Contaminadas responsável pela vigilância ambiental, que A Companhia Ambiental do Estado de acompanha as alterações no meio ambiente São Paulo (Cetesb) desenvolveu o modelo de que interferem diretamente na saúde humana Gestão de Áreas Contaminadas que indica os e contribuem para a elevação dos custos em- Processos de Identificação e Recuperação de pregados no tratamento de doenças previsí- Áreas Contaminadas com intuito de minimi- veis. Assim, o gerenciamento dos fatores de zar os riscos a que estão sujeitos a população risco relacionados à saúde que advêm dos e o meio ambiente, através de medidas que problemas ambientais é parte integrante da garantam o conhecimento das características vigilância em saúde em todo o País. dessas áreas e dos impactos por elas causa- A Instrução Normativa nº 1, de 7 de março dos, proporcionando os instrumentos neces- de 2005 regulamentou o Subsistema Nacional sários à tomada de decisão quanto às formas de Vigilância em Saúde Ambiental (SINVSA). de intervenção adequadas. 26 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
  • 27. 10. REFERênCIAS BIBLIoGRáFICAS 1) ASSOCIAÇÃO BRASILERA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR ISO 14.050: Gestão am- biental – Vocabulário, 2004. 2) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR ISO 14.001: Sistema de Gestão Ambiental – Requisitos com orientações para uso, 2004. 3) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 10.004: Resíduos sólidos. Rio de Janeiro, 2004. 4) BRASIL. Decreto n° 97 .632, de 10 de Abril de 1989. 5) BRASIL. Resolução n° 420 de 28 de Dezembro de 2009 do Conselho Nacional de Meio Am- biente – Conama. 6) COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Cetesb. Avaliação de Risco à Saúde Humana, http://www.cetesb.sp.gov.br/solo/areas_contaminadas/Capitulo_IX.pdf, consul- tado em 31 de março de 2011. 7) COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Cetesb. Cadastro de áreas conta- minadas e reabilitadas no Estado de São Paulo, http://www.cetesb.sp.gov.br/Solo/areas_conta- minadas/texto_areas_cont_nov_09_.pdf, consultado em 29 de Março de 2011. 8) COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Cetesb. Decisão de Diretoria 103- 2007- C- E, de 22/6/2007 , http://www.asrprojetos.com.br/ASR_projetos_seguranca_ambiental_procedimentos_CETESB. pdf, consultado em 30 de Março de 2011. 9) COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Cetesb. Guia para avaliação do po- tencial de contaminação em imóveis, http://www.cetesb.sp.gov.br/Tecnologia/camaras/ca_ativas/ construcao/documentos/guia_aval_pot_con_imoveis.pdf consultado em 29 de Março de 2011. 10) COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Cetesb. Investigação Detalhada, http://www.cetesb.sp.gov.br/solo/areas_contaminadas/Capitulo_VIII.pdf, consultado em 31 de março de 2011 11) COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Cetesb. Manual de Gerencia- mento de Áreas Contaminadas, http://www.cetesb.sp.gov.br/areas-contaminadas/manual-de- gerenciamento-de-ACs/7-, consultado em 24 de junho de 2010. 12) CONSCIÊNCIA.NET. Passivo ambiental: conceito moderno, velhas práticas, http://www. consciencia.net/ecologia/arquivo01/jacometo.html, consultado em 29 de Março de 2011. 13) FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – Fiesp. Coleta Seletiva e Reciclagem de Excedentes Industriais, São Paulo, 2003. 14) INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁ- VEIS – Ibama. Controle de Qualidade Ambiental, http://www.ibama.gov.br/qualidadeambiental/ conqual/rebramar.htm, consultado em 10 de agosto de 2010. 15) SÃO PAULO. Lei Estadual n° 13.577 de 8 de Julho de 2009. 16) SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO. Agenda 21: Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento, São Paulo, 1997 . 17) UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, Contaminação de águas subterrâneas por derramamentos de gasolina: O problema é grave?, http://www.amda.org.br/objeto/arquivos/89. pdf, consultado em 25 de abril de 2011. INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 27
  • 28. 11. AnExo  11.1 Lista de Valores orientadores para solos e para águas subterrâneas da Resolução            n°420, de 28 de dezembro de 2009.   Substâncias CAS nº Solo (mg.kg-1 de peso seco) (1) Água Subterrânea        (ug.L-1)    Referência  Prevenção Investigação Investigação            de qualidade  Agrícola Residencial Industrial     AP-Max      Inorgânicos   Alumínio 7429-90-5 E - - - - 3.500**                 Antimônio 7440-36-0 E 2 5 10 25 5*                 Arsênio 7440-38-2 E 15 35 55 150 10*                    Bário 7440-39-3 E 150 300 500 750 700*                     Boro 7440-42-8 E - - - - 500                  Cádmio 7440-48-4 E 1,3 3 8 20 5*                  Chumbo 7440-43-9 E 72 180 300 900 10*                    Cobalto 7439-92-1 E 25 35 65 90 70                  Cobre 7440-50-8 E 60 200 400 600 2.000*                   Cromo 7440-47-3 E 75 150 300 400 50*                    Ferro 7439-89-6 E - - - - 2.450**                 Manganês 7439-96-5 E - - - - 400**                 Mercúrio 7439-97-6 E 0,5 12 36 70 1*                   Molibdênio 7439-98-7 E 30 50 100 120 70                    Níquel 7440-02-0 E 30 70 100 130 20                    Nitrato (como N) 797-55-08 E - - - - 10.000*                 Prata 7440-22-4 E 2 25 50 100 50                   Selênio 7782-49-2 E 5 - - - 10*                  Vanádio 7440-62-2 E - - - 1000 -                 Zinco 7440-66-6 E 300 450 1.000 2.000 1.050**                  Hidrocarbonetos aromáticos voláteis   Benzeno 71-43-2 na 0,03 0,06 0,08 0,15 5*                  Estireno 100-42-5 na 0,2 15 35 80 20*                    Etilbenzeno 100-41-4 na 6,2 35 40 95 300**                   Tolueno 108-88-3 na 0,14 30 30 75 700**                  Xilenos 1330-20-7 na 0,13 25 30 70 500**                  Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos   Antraceno 07/12/20 na 0,039 - - - -                         28 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS