5. Respeito ao meio ambiente
A questão ambiental é um dos temas prioritários na agenda de
todos os países. No Brasil, o setor produtivo vem se preparando para
enfrentar os desafios com iniciativas inovadoras que nos conduzam a
um modelo sustentável de desenvolvimento.
Nesse contexto, uma das questões mais importantes diz respei-
to às áreas contaminadas, que podem surgir independentemente da
atividade desenvolvida no local. Suas causas vão desde o armazena-
mento inapropriado até o derramamento de materiais contaminan-
tes no solo.
Esta publicação aborda os principais fatores que devem ser obser-
vados para prevenir a formação de áreas contaminadas, que geram,
além do prejuízo ambiental, altíssimos custos de recuperação, desva-
lorização do imóvel e danos à imagem da empresa causadora.
Nesta cartilha, a FIESP traz informações relevantes sobre a situa-
ção do Estado de São Paulo e sobre a melhor forma de gerenciamento
da contaminação do solo. Esperamos que o conteúdo seja de grande
utilidade para toda a comunidade empresarial. Boa leitura.
Paulo Skaf
presidente
INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 5
6. Diretores da Divisão:
André de Oliveira Câncio
Daniel Fornazaro Gallozzi (Representante do CJE)
Eliane Maria Haddad
Marlúcio de Souza Borges
Paulo Arantes Ferraz
Renato José Giusti
Diretor titular: Nelson Pereira dos Reis
Diretores Titulares Adjuntos: Divisão de Prevenção e Controle da Poluição
Arthur Cesar Whitaker de Carvalho Diretor Titular da Divisão: Marco Antonio Barbieri
Eduardo San Martin Diretor Adjunto da Divisão: José Rogélio Miguel Medela
João Carlos Basílio da Silva
Marco Antonio Barbieri Diretores da Divisão:
Nelson Vieira Barreira Celso Cardoso Simões Alexandre
Paulo Roberto Dallari Soares Eliane Maria Haddad
Raul Ardito Lerário Luiz Gonzaga Bertelli
Mario Hirose
Divisão de Gestão Empresarial Ambiental Marlúcio de Souza Borges
Diretor Titular da Divisão: Paulo Roberto Dallari Soares
Nelson Pereira dos Reis Walter Françolin
Diretor Adjunto da Divisão: Walter Toscano
Arthur Cesar Whitaker de Carvalho
Divisão de Recursos Hídricos
Diretores da Divisão: Diretor Titular da Divisão: Nelson Vieira Barreira
Carlos Henrique da Silva Ferreira Diretor Adjunto da Divisão: Ricardo de Souza Esper
Celso Itiro Shimura (Representante do CJE)
Eugênio Carlos Deliberato Diretores da Divisão:
José Valverde Machado Filho (Representante do CJE) Carolina Aristakessian (Representante do CJE)
Marcio Esteves da Silva Gilberto Frederico Barbero
Mario Hirose Lecy Ribas Camargo Filho
Marlúcio de Souza Borges Mario Hirose
Salo Davi Seibel Marlúcio de Souza Borges
Divisão de Licenciamento Ambiental Divisão de Resíduos Industriais
Diretor Titular da Divisão: Paulo Roberto Dallari Soares Diretor Titular da Divisão: Raul Ardito Lerário
Diretor Adjunto da Divisão: Luciano Shigueru Sakurai Diretor Adjunto da Divisão: Walter Françolin
Diretores da Divisão: Diretores da Divisão:
Francisco Laterza Neto César Figueiredo de Mello Barros
José Luiz Miranda Simonelli Francisco Laterza Neto
Marlúcio de Souza Borges João Carlos Basílio da Silva
Renato José Giusti José Luiz Miranda Simonelli
Ricardo de Souza Esper José Valverde Machado Filho (Representante do CJE)
Sérgio Daneluzzi Azeredo Lucien Bernard Mulder Belmonte
Tasso de Toledo Pinheiro Marcio Esteves da Silva
Walter Françolin Marco Antonio de Almeida
Moacir José Lordello Beltrame
Divisão de Mudanças Climáticas Paulo Roberto Dallari Soares
Diretor Titular da Divisão: Nelson Pereira dos Reis Renato José Giusti
Diretor Adjunto da Divisão: Mario Hirose Ricardo Max Jacob
6 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
9. 1. InTRoDução
A tecnologia fez com que ocorressem mu- estratégica e vital para o abastecimento público.
danças importantes nas organizações huma- A contaminação de uma área ocasiona
nas. Muitas destas mudanças tiveram uma con- sérias consequências ao meio ambiente e à
tribuição para o avanço sensível da sociedade, saúde das pessoas expostas aos contaminan-
principalmente na melhoria da qualidade de vida tes, com prejuízos à imagem da atividade e pe-
da população, enquanto outras não obtiveram nalidades previstas em lei. Em razão desse fato,
sucesso criando novos desafios econômicos, a investigação dessa contaminação é utilizada
sociais, políticos, ambientais, de segurança e em avaliações para negociações de empresas,
de saúde. Com a melhoria de qualidade de vida, principalmente naqueles relacionados com a
por exemplo, a população humana aumentou aquisição de imóveis e em privatizações, pois a
de 0,3 bilhões no ano 1 D.C., para 1,1 bilhões responsabilidade e a obrigação da restauração
em 1850 e para quase 7 bilhões hoje em dia. ambiental recaem sobre os novos proprietários.
Segundo dados da Organização das Nações Funciona como um elemento de decisão no
Unidas (ONU), a expectativa de vida ao nascer sentido de identificar, avaliar e quantificar po-
no mundo no período entre 1965-1970 era de sições, custos e gastos ambientais potenciais
56 anos, passando para 65 anos no período de que precisam ser atendidos a curto, médio e
2000-2005. O Brasil acompanhou essa ten- longo prazo. Deve ser ressaltado, porém, que
dência. No período de 1950 – 55, a expectativa o passivo ambiental resultante da área conta-
de vida do brasileiro era de 46,5 anos, aumen- minada não precisa estar diretamente vincula-
tando para 72,8 anos em 2009. do aos balanços patrimoniais, podendo fazer
Esses dois fatores criaram novas deman- parte de um relatório específico.
das de recursos naturais disponíveis causando Existem diversas técnicas de remediação
problemas de dimensões globais, relacionados, para uma área contaminada, porém a melhor
principalmente à perda resultante da biodiversi- escolha dependerá do diagnóstico da contamina-
dade que é essencial para a continuidade da vida ção, efetuado pela execução de uma malha de
(inclusive da humana); à emissão de gases que sondagens mecânicas e coleta de amostras para
contribuem para o assim chamado “efeito estufa” análise geoquímica ou por métodos geofísicos do
de aquecimento global; à emissão de gases que solo ou da água, que permite determinar o tipo de
causam a destruição da camada de ozônio e, ao contaminante (líquido, sólido ou gasoso), o tipo
aumento da poluição de água e do solo causada de solo, a interação do contaminante com o solo,
pelos resíduos gerados pelo ser humano. o grau de contaminação, sua significância, etc.
Somados à ação antrópica estão as gran- Determinada que a área está contaminada,
des tragédias - incêndios, explosões, contami- os custos variam de acordo com as informa-
nações de água e solo por derramamentos – ções obtidas, mas podem ser extremamente
que ocorreram nos últimos anos - Flixborough, elevados. Na Alemanha, os custos ecológicos
México, Bhopal, Basiléia, Exxon Valdez, Cherno- relacionados a problemas do solo foram cal-
byl, Fukushima etc. culados em cerca de US$ 50 bilhões. Em 12
Em razão da escassez da água potável e países da União Europeia, foram identificadas
disponível, existe hoje em dia uma preocupa- cerca de 300 mil áreas contaminadas. Estima-
ção global quanto à preservação dos aquíferos, se que na Holanda existam cerca de 100 mil
já que a água subterrânea constitui uma reserva locais com contaminação.
INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 9
10. 2. oBJETIVo
A Federação das Indústrias do Estado de zar a gerentes e técnicos, uma ferramenta de
São Paulo (Fiesp) tem se preocupado com o informações relativas ao tema áreas conta-
problema das áreas contaminadas, atuais e minadas, visando o gerenciamento das áreas
futuras, e para tanto cria essa publicação que existentes e a prevenção de novos passivos
possui como objetivo primordial, disponibili- ambientais.
3. GLoSSáRIo
São fornecidos conceitos que objetivam f) Avaliação de risco3 – Processo pelo qual
facilitar a compreensão das informações e são identificados, avaliados e quantificados os
técnicas que se seguem. riscos à saúde humana ou a bem de relevante
a) Água subterrânea1 – água de ocorrência interesse ambiental a ser protegido.
natural na zona saturada do subsolo. g) Avaliação preliminar3 – avaliação inicial, re-
b) Área com potencial de contaminação1 - Área, alizada com base nas informações históricas
terreno, local, instalação, edificação ou benfeito- disponíveis e inspeção do local, com o obje-
ria onde são ou foram desenvolvidas atividades tivo principal de encontrar evidências indícios
que, por suas características, possam acumular ou fatos que permitam suspeitar das existên-
quantidades ou concentrações de matéria em cia de contaminação na área.
condições que a tornem contaminada. h) Bens a proteger3 - a saúde e o bem-estar
c) Área contaminada1 – Área, terreno, local, da população; a fauna e a flora; a qualidade do
instalação, edificação ou benfeitoria que con- solo, das águas e do ar; os interesses de pro-
tenha quantidades ou concentrações de ma- teção à natureza/ paisagem; a infraestrutura da
téria em condições que causem ou possam ordenação territorial e planejamento regional e
causar danos à saúde humana, ao meio am- urbano e a segurança e ordem pública.
biente ou a outro bem a proteger. i) Contaminação3 – Presença de substância(s)
d) Área contaminada sob investigação1 – área químicas(s) no ar, água ou solo, decorrentes de
contaminada na qual estão sendo realizados atividades antrópicas, em concentrações tais que
procedimentos para determinar a extensão da restrinjam a utilização desse recurso ambiental
contaminação e os receptores afetados. para os usos atual ou pretendido, definidas com
e) Aspecto ambiental2 – elemento das ativida- base em avaliação de risco à saúde humana,
des, produtos ou serviços de uma organização assim como aos bens a proteger, em cenário de
que pode interagir com o meio ambiente. exposição padronizado ou específico.
1. Lei do Estado de São Paulo n° 13.577, de 8 de julho de 2009.
2. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR ISO 14.050:2004.
10 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
11. j) Fase livre3 – Ocorrência de substância ou com as exigências ambientais descritas em
produto imiscível, em fase separada da água. legislações, normas ou procedimentos opera-
k) Gerenciamento da área contaminada4 - cionais, por parte da pessoa física ou jurídica
Conjunto de medidas tomadas com o intui- que incorreu em um custo ambiental.
to de minimizar o risco proveniente da exis- r) Reabilitação3 - ações de intervenção realiza-
tência de áreas contaminadas, à população das em uma área contaminada visando atingir
e ao meio ambiente. Essas medidas devem um risco tolerável, para o uso declarado ou
proporcionar os instrumentos necessários à futuro da área.
tomada de decisão quanto às formas de inter- s) Remediação3 – uma das ações de interven-
venção mais adequadas. ção para reabilitação de área contaminada, que
l) Impacto ambiental2 – qualquer modificação consiste em aplicação de técnicas, visando a
do meio ambiente adversa ou benéfica, que remoção, contenção ou redução das concen-
resulte, no todo ou em parte, das atividades, trações de contaminantes.
produtos ou serviços de uma organização. t) Sistema de Gestão Ambiental5 (SGA) – é
m) Investigação confirmatória3 – etapa do a parte de um sistema da gestão de uma or-
processo de identificação de áreas contami- ganização utilizada para desenvolver e imple-
nadas que tem como objetivo principal con- mentar sua política ambiental e para gerenciar
firmar ou não a existência de substâncias de seus aspectos ambientais.
origem antrópica nas áreas suspeitas, no solo u) Solo1 – camada superior da crosta terres-
ou nas águas subterrâneas, em concentra- tre constituída por minerais, matéria orgânica,
ções acima dos valores de investigação. água, ar e organismos vivos.
n) Investigação detalhada3 – etapa do proces- v) Valor de Investigação3 (VI) – é a concen-
so de gerenciamento de áreas contamina–das, tração de determinada substância no solo ou
que consiste na aquisição e interpreta–ção de na água subterrânea acima da qual existem
dados em área contaminada sob investigação, riscos potenciais, diretos ou indiretos, à saúde
a fim de entender a dinâmica da contaminação humana, considerando um cenário de exposi-
nos meios físicos afetados e a identificação ção padronizado.
dos cenários específicos de uso e ocupação do w) Valor de Prevenção3 (VP) – é a concentra-
solo, dos receptores de risco existentes, dos ção de valor limite de determinada substância
caminhos de exposição e das vias de ingresso. no solo, tal que ele seja capaz de sustentar as
o) Monitoramento3 – Medição ou verifica- suas funções principais.
ção, que pode ser contínua ou periódica, para x) Valor de Referência de Qualidade3 (VRQ) -
acompanhamento da condição de qualidade é a concentração de determinada substância
de um meio ou das suas características. que define a qualidade natural do solo, sendo
p) Origem antrópica – relacionada a atividade/ determinado com base em interpretação esta-
ação de seres humanos. tística de análises físico-químicas de amostras
q) Passivos ambientais – não - conformidade de diversos tipos de solos.
3. Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) n°420, de 28 de dezembro de 2009.
4. Decreto Federal n° 97.632, de 10 de abril de 1989.
5. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR ISO 14001:2004
INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 11
12. 4. PAnoRAMA ATuAL Do ESTADo DE São PAuLo
O Estado de São Paulo possui 3.675 áreas contaminadas, de acordo com o último levantamen-
to da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) em 2010. Essas áreas são assim
distribuídas:
Gráfico 1 - Distribuição das áreas contaminadas por uGRHI
100%
Postos Combustíveis
90%
Resíduos
80%
Industrial
70%
Comercial
60%
Acidentes/ Desconhecidas
50%
40%
30%
20%
10%
0%
8. Sapucaí/ Grande
1. Mantiqueira
3. Litoral Norte
4. Pardo
5. Piracicaba
11. Ribeira de Iguape
6. Alto Tietê
9. Mogi Guaçú
2. Paraíba do Sul
10. Sorocaba/ Médio
7. Baixada Santista
Fonte: Cetesb, 2010
Gráfico 2 - Distribuição das áreas contaminadas por uGRHI
100%
Postos Combustíveis
90%
Resíduos
80%
Industrial
70%
Comercial
60%
Acidentes/ Desconhecidas
50%
40%
30%
20%
10%
0%
12. Baixo Pardo/ Grande
15. Turvo/ Grande
16. Tietê/ Batalha
14. Alto Paranapanema
17. Médio Paranapanema
19. Baixo Tietê
20. Aguapeí
18. São José dos Dourados
21. Peixe
13. Tietê/ Jacaré
22. Pontal do Paranapanema
Fonte: Cetesb, 2010
12 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
13. Gráfico 3 – Atividades das áreas contaminadas no Estado de São Paulo
79% Posto de combustível (2.922)
13% Indústria (471)
4% Comercial (147)
3% Resíduo (96)
1% Acidentes/ Fonte desconhecida (25) Fonte: Cetesb, 2010
Gráfico 4 – Situação das áreas contaminadas cadastradas (todas as atividades)
46% Contaminada (1.674)
30% Contaminada sob investigação (1.096)
20% Em processo de monitoramento para reabilitação (742)
4% Reabilitada (163)
Fonte: Cetesb, 2010
INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 13
14. 5. PRInCIPAIS CAuSAS DE GERAção DE PASSIVo
AMBIEnTAL E áREAS ConTAMInADAS
Passivos ambientais exigem a adoção de ações de controle, preservação e recuperação
ambiental, sendo, portanto uma obrigação presente decorrente de eventos passados, com
impactos negativos à saúde humana ou ao meio ambiente.
As figuras 1 e 2 fornecem alguns exemplos de fatores que atualmente podem gerar passi-
vos ambientais e áreas contaminadas.
Figura 1 - Geração de passivos ambientais relacionados ao não atendimento
às legislações e normas ambientais
Falta de Pendências Falta de Medidas de Termos de
licenças, de infrações, pagamento compensação ajustamento
registros e multas e de taxas ou indenizações de conduta ou
cadastros penalidades ambientais pendentes de compromisso
não cumpridos
Figura 2 - Geração de áreas contaminadas relacionados ao não
atendimento a processos operacionais
[] Áreas de armazenamento, carregamento ou descarregamento de matérias - primas, insumos
ou resíduos, contendo substâncias potencialmente poluentes sem bacia de contenção
[] Tubulações ou dutos de matérias - primas ou efluentes com vazamento
[] Equipamentos que utilizam líquidos (óleo, fluídos hidráulicos ou elétricos etc), sem
manutenção ou controle, ou ainda obsoletos
[] Armazenamento de produtos ou insumos industriais vencidos em locais inadequados
[] Instalações desativadas
[] Transporte de resíduos sólidos sem controle
[] Descarte de efluentes em locais não licenciados ou aptos ao seu recebimento
[] Disposição inadequada de resíduos sólidos
14 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
15. A falta de gerenciamento das situações, pois dependem de atuação responsável e de mu-
o desconhecimento do material entre outros dança em processos industriais. Cabe ressaltar
fatores podem também influenciar na geração que a contaminação ligada a um passivo ambien-
de passivo ambiental, além daqueles advindos tal, depende da concentração de substâncias no
de uma situação de acidente/incidente, etc. solo e que essa concentração não seja natural.
Dentro dos procedimentos operacionais, os Os principais grupos de contaminantes en-
riscos de contaminação e a consequente gera- contrados no Estado de São Paulo podem ser
ção de um passivo ambiental são os mais altos, observados no gráfico 5.
Gráfico 5 – Agentes contaminantes em São Paulo
Fonte: Cetesb, 2010
A comprovação da efetividade da contaminação se dará depois de realizada uma amostragem
e análise química de solos ou águas subterrâneas e, ainda se os valores dos parâmetros analisados
forem superiores àqueles estabelecidos nos valores de investigação (anexo). Outra forma é determinar
se as amostras analisadas possuírem fase livre de contaminante (gasolina, solvente, óleos etc.).
INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 15
16. 6. PREVEnção DE noVAS áREAS ConTAMInADAS
6.1 Porque prevenir? b. Competição Global
Há diversos fatores que são preponderan- O aumento da competição global impõe
tes na opção de uma empresa em implantar as indústrias locais a adotarem técnicas de
procedimentos de gerenciamento que previna administração e de produção mais efetivas.
a formação de uma área contaminada. Esses Estas empresas, sejam de grande ou de pe-
fatores dependem de forma intrínseca, da es- queno porte, implementam programas de
tratégia estabelecida pelo empresário em seu qualidade (Série ISO 9.000), de sistemas de
plano gerencial, observando-se os fatores gestão ambiental - SGA (Série ISO 14.001) e
econômicos, ambientais e sociais de sua em- de saúde (OHSAS 18.000).
presa. Na sequência são abordadas algumas Os países importadores tem dificultado a
destas motivações. entrada de bens brasileiros no seu mercado
se os mesmos não possuam técnicas de pro-
a. Responsabilização pela área contaminada? dução ambientalmente seguras.
A legislação ambiental é baseada no prin- De acordo com a Revista Meio Ambiente
cipio do poluidor pagador, assim, o órgão de Industrial – Edição 85 – Maio/ Junho de 2010,
controle estadual exige do responsável legal 4.000 empresas no Brasil já obtiveram a Certi-
ou do responsável pela contaminação, nas ficação Ambiental ISO 14.001.
hipóteses em que é possível esta identifica-
ção, a reabilitação e monitoramento da área c. Restrições de crédito financeiro para as
contaminada. atividades poluidoras
Destacando a legislação ambiental damos Na legislação brasileira há restrições finan-
ênfase à Lei Federal de crimes ambientais, ceiras que podem ser impostas a qualquer
a Lei Federal de ação civil pública e a Lei atividade ou projeto que causem potencial im-
Estadual 13.577/09, específica de Áreas pacto negativo ao meio ambiente.
Contaminadas. Para melhor controlar esta questão de res-
Uma vez que uma área contaminada pode trição de créditos financeiros, o Ministério de
resultar em danos à saúde das pessoas, há Meio Ambiente planeja criar um “Banco de
um envolvimento cada vez mais intenso dos Dados” de passivo ambiental, em que listará
órgãos de saúde no tocante ao assunto. todas as atividades que causam ou causaram
Estes órgãos avaliam possíveis exposições algum dano ou impacto ao ambiente. O banco
da população gerenciando riscos decorren- de dados poderá ser consultado pelas institui-
tes de eventuais exposições. Diante da di- ções financeiras, para avaliar as solicitações e
mensão do problema, os órgãos públicos de liberar ou não o crédito financeiro solicitado
meio ambiente e de saúde têm procurado pelas atividades.
compatibilizar ações e procedimentos.
d. Alto custo para reabilitação e desvalorização
Importante do empreendimento
Na aquisição de área ou terreno, com ou Há muitos empreendimentos cujo passi-
sem edificação, o novo proprietário arcará com vo ambiental supera o seu ativo (contábil), por
os custos decorrentes da reabilitação. efeitos de poluição no ar, contaminação do solo,
lençol freático, cujos atos de recuperação as le-
16 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
17. variam à insolvência. vezes considerados equivalentes e até com-
A disposição de resíduos sólidos em plementares, requerendo uma análise mais
lixões ou aterros controlados, justificada por detalhada das ações a serem adotadas
alguns em função de custos elevados para o dentro de cada contexto.
gerenciamento dos resíduos sólidos, é uma O estabelecimento de quaisquer práticas
área contaminada que terá de ser gerenciada requer mudanças de atitude, gestão ambien-
ao longo do tempo. tal responsável, e avaliação de alternativas
tecnológicas, implicando muitas vezes modi-
6.2 Como prevenir? ficações nos equipamentos, nos processos
Não existe uma regra geral para preve- ou procedimentos, reformulação ou replane-
nir a ocorrência de áreas contaminadas. A jamento de produtos, substituição de matéria-
melhor estratégia é a adoção de técnicas ou prima e melhorias na gestão administrativa
ações preventivas integradas aos processos, e técnica da empresa. Isso deve resultar no
produtos e serviços, aumentando a eficiên- aumento de eficiência do uso dos insumos
cia no desempenho ambiental e reduzindo (matérias-primas, energia, água, etc.).
os riscos à saúde e ao meio ambiente. São fornecidas nas figuras 3 e 4 informa-
Estas ações devem ser voltadas, entre ções básicas para prevenir a geração de uma
outras, à redução de desperdícios, à redu- área contaminada, tanto na etapa de plane-
ção ou eliminação do uso de substâncias tó- jamento, que compreende a preparação dos
xicas, à redução da quantidade de resíduos fluxos e processos de fabricação, quanto na
sólidos gerados por processos e produtos. etapa de execução dos processos, a qual
Diversos conceitos, tais como: preven- compreende a identificação de aspectos am-
ção à poluição, produção mais limpa, tec- bientais, a estimativa (avaliação) dos impac-
nologias limpas, minimização de resíduos e tos / riscos associados e a decisão quanto a
redução na fonte têm sido utilizados, para aceitabilidade destes impactos / riscos, para
definir técnicas. Estes conceitos são muitas cada processo mapeado.
Figura 3 - Etapa de planejamento
Etapa de planejamento
Preparação de macrofluxo Identificação e mapeamento dos processos
Identificação dos macroprocessos Identificação dos processos existentes por meio
ou setores existentes na empresa de entrevistas de área e com aprovação das
para que seja possível a manutenção gerências setoriais da empresa. Compreendida
do seu negócio. Pode ser entendida a função de cada processo, deve-se realizar
como uma primeira divisão setorial e a identificação das atividades, em seguida
funcional da unidade fabril. um mapeamento de atividades e/ou tarefas
de situações normais, anormais
e emergenciais operacionais.
INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 17
18. Figura 4 - Etapa de execução
Etapa de execução
Processo, Identificação de Causa Impacto
atividade e tarefa aspectos ambientais ambiental
Levantamento Faz-se o As causas Nesta etapa
e preenchimento levantamento são geralmente indica-se o potencial
em planilha e preenchimento vinculadas ao efeito do aspecto
especifica das de todos os aspectos método, às máquinas ambiental, isto é,
informações ambientais (equipamentos), o impacto ambiental
operacionais, identificados ou aos materiais, à respectivo –
identificando tipo inerentes para a mão-de-obra, aos contaminação
de processo, tarefa identificada sistemas de medidas do solo, água,
atividade e tarefas no mapeamento e monitoramento e subsolo, aquífero
desenvolvidas. e podem ser normais, aos efeitos sobre o
anormais ou meio ambiente.
decorrentes de
situação de
emergência.
Dentro dos levantamentos realizados para controle. A significância dos aspectos ambien-
a determinação do impacto ambiental devem tais identificados permite o estabelecimento
ser consideradas as seguintes especificações: de objetivos e metas, que deverão ser supor-
temporalidade, incidência ou ação, situação tados por um plano de gestão, que pode estar
operacional e também avaliação da significân- integrado com os controles operacionais.
cia do impacto ambiental. Paralelamente a realização dos processos
Com o passar do tempo haverá, conse- de prevenção é extremamente importante e
quentemente, necessidades de ações de me- necessário estar em conformidade com todas
lhoria ou manutenção dos procedimentos de as exigências legais relacionadas ao tema.
18 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
19. 7. IDEnTIFICAção E REABILITAção DE uMA áREA ConTAMInADA
Em resumo, existem dois processos principais, o de identificação de áreas contaminadas e o de
reabilitação destas áreas, conforme a figura 5 a seguir:
Figura 5 – Etapas dos principais processos: identificação e reabilitação de áreas contaminadas
Processo de
identificação de Acs
Definição da região
de interesse
Cadastro de ACs
Identificação de
áreas com potencial
AP Priorização 1
de contaminação
Exclusão
Classificação 1 Avaliação preliminar
AS Priorização 2
Exclusão
AI Investigação
Classificação 2
AC confirmatória
AMR
AR
Processo de
reabilitação de Acs
Investigação
detelhada
Exclusão Avaliação de risco
Classificação 3
Concepção da
remediação
Projeto de
AP - Áreas com potencial de contaminação remediação
AS - Áreas suspeitas de contaminação
AI - Áreas contaminadas sob investigação Remediação da AC
AC - Áreas contaminadas
AMR - Áreas em processo de monitoramento para reabilitação Monitoramento
Exclusão - Áreas excluídas do Cadastro de Áreas Contaminadas
Fonte: Cetesb, 2010
INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 19
20. 7.1 Processo de identificação
A figura 6 apresenta separadamente o processo básico de identificação de uma área
contaminada.
Figura 6 – Processo de identificação de uma área contaminada
Identificação Avaliação
de áreas preliminar
potencialmente (Avaliação
contaminadas Ambiental Fase I)
Investigação
Definição confirmatória
da área (Avaliação
de interesse Processo
Ambiental Fase II)
de identificação
de área
contaminada
A definição da área de interesse deve con- para atendimento inicial. Caso seja conside-
siderar as atribuições e interesses do órgão rada uma área potencialmente contaminada o
gerenciador, além disso, deve haver levanta- processo segue para as avaliações.
mento das bases para definição dos limites As Avaliações Ambientais Fase I, também
da região de interesse e o posicionamento conhecidas como environmental due diligen-
dos bens a proteger, representação gráfica ce, são revisões qualitativas, preliminares ou
da região de interesse e bens a proteger e a introdutórias para consolidar ou não a iden-
definição dos objetivos do gerenciamento de tificação de problemas ambientais poten-
áreas contaminadas. cialmente relevantes em uma propriedade/
Para a definição de uma área potencial- instalações. São geralmente realizadas com
mente contaminada deve haver definição das o propósito de identificar a presença de pas-
atividades potencialmente contaminadoras, sivos ambientais, que dentro do modelo pro-
para levantamento de dados existentes e in- posto, tem como função validar se há ou não
vestigações em fotografias aéreas, e também uma potencial área contaminada.
recebimento de denúncias e reclamações As atividades que compreendem a fase I são:
20 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
21. Figura 7 – Fase I – Principais atividades
[] Revisão das informações históricas existentes sobre propriedade/instalações e vizinhanças
[] Análise de documentos para averiguação da adequação do empreendimento à
legislação vigente, e possíveis pendências com relação às mesmas no que diz
respeito à segurança e meio ambiente
[] Discussão com funcionários da propriedade/instalação sobre a evolução histórica
das atividades realizadas no local
[] Vistorias do sítio e de suas instalações
A Fase I representa dentro do modelo um esta última utiliza técnicas de investigação direta,
passo crítico, pois indica os locais e tipos de conta- que geralmente apresentam valores expressivos.
minação que podem estar presentes, enfocando A avaliação ambiental Fase II, consiste em
a programação de um plano de amostragem de uma caracterização ambiental confirmatória de
solo e água subterrânea em uma Fase II de Avalia- uma propriedade/instalação, conduzida tipica-
ção, posterior. Sua correta aplicação proporciona mente após a realização da Fase I. Nesta fase
uma minimização de custos na fase posterior, pois desenvolvem-se as seguintes ações:
Figura 8 – Fase II – Principais atividades
[] Investigação geofísica
[] Medição in situ de parâmetros químicos no solo e água subterrânea
[] Investigações intrusivas para amostragem de solo, água subterrânea e sedimentos com
posterior análise química laboratorial
[] Monitoramento e modelagem do aquífero freático
[] Caracterização das fontes de efluentes e resíduos sólidos, e análise de fontes/vias de
acesso/receptores de contaminantes
[] Avaliação das instalações, equipamentos e operações locais
[] Investigação de substâncias previamente designadas na Fase I de investigação ambiental
[] Revisão das conformidades/ não conformidades legais
Estas e outras ações têm o objetivo de confirmar a existência da contaminação na área de
interesse definida. Se a área for considerada contaminada, com a finalização deste processo, deve
ser iniciado o processo de reabilitação.
INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 21
22. 7.2 Processo de reabilitação
A Cetesb estabeleceu o processo para a reabilitação de áreas contaminadas, este processo
encontra-se na figura 9.
Figura 9 – Processos de recuperação de áreas contaminadas
Investigação Avaliação Investigação Projeto de Remediação Monitoramento
detalhada de risco para remediação
remediação
A etapa de investigação detalhada tem o ob- ambiente e outros bens a proteger, a realização
jetivo de definir os limites da pluma de contami- ou não de uma investigação ambiental da proprie-
nação, determinar as concentrações das substân- dade e das instalações. Neste caso, pretende-se:
cias ou contaminantes de interesse e caracterizar identificar as potenciais exigibilidades / obrigações
o meio físico onde se insere a área contaminada no âmbito ambiental associadas às atividades his-
sob investigação, possui uma metodologia bas- tóricas de uma propriedade / instalações.
tante semelhante a avaliação ambiental (Fase II). São inúmeras técnicas que podem ser aplica-
Sua finalidade é subsidiar a etapa seguinte das na remediação de áreas contaminadas, porém
(avaliação de risco) e a elaboração de um projeto a escolha do melhor tipo dependerá do diagnósti-
de remediação tecnicamente adequado para cada co da contaminação, efetuado pela execução de
caso de contaminação. Tem início imediato após a uma malha de sondagens mecânicas e coleta de
confirmação da contaminação. amostras para análise geoquímica ou por métodos
A etapa de avaliação de risco permite avaliar geofísicos do solo ou da água.
os riscos efetivos decorrentes da contaminação à Esse diagnóstico permite determinar o tipo de
saúde humana, segurança da população, do meio contaminante (líquido, sólido ou gasoso), o tipo de
22 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
23. solo, a interação do contaminante com o solo, o adequado e o custo total envolvido.
mecanismo de transferência do contaminante, o As técnicas mais utilizadas são bombeamen-
grau de contaminação, a significância da contami- to e tratamento e a recuperação de fase livre, no
nação etc. tratamento das águas subterrâneas, enquanto a
Estes dados fornecem a base de decisão da extração de vapores e a remoção de solo/resíduo
possível estratégia de tratamento e disposição são as técnicas mais utilizadas para os solos.
final do contaminante (interno – in situ ou externo O gráfico 6 apresenta as técnicas utiliza-
– ex situ), determinando entre outros, a viabilida- das para remediação de áreas contaminadas no
de técnica da remoção, o tipo de tratamento mais Estado de São Paulo.
Gráfico 6 – Técnicas de remediação implantadas no Estado de São Paulo
Fonte: Cetesb, 2010
INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 23
24. A figura 10 exemplifica algumas técnicas de tratamento para áreas contaminadas.
Figura 10 – Técnicas de tratamento para áreas contaminadas
Destruição Aterros, Incineração, Aeróbia,
Descontaminação Dehalogenação, Biorremediação Anaeróbia, Mista
Ex situ Imobilização Solidificação
Separação Lavagem de solo
Reciclagem Extração química
Vitrificação Aeróbia,
Destruição Biorremediação Anaeróbia, Mista
Extração a vácuo, Extração em
In situ Separação corrente, Lavagem do solo
Imobilização Solidificação
Vitrificação
Outras técnicas, ou derivações destas, vêm sendo desenvolvidas e aplicadas no tratamento
de áreas contaminadas.
24 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
25. 8. noRMAS TéCnICAS E JuRíDICAS APLICáVEIS
São fornecidas as normas técnicas e jurídicas tipos de programa, mas estes não serão abor-
específicas relacionadas às áreas contaminadas. dados nesta Norma.
• ssociação Brasileira de Normas Técni-
A
8.1 Federal cas (ABNT) NBR 15515-1: 2007 Versão corri-
.
• esolução Conama n° 420, de 28 de de-
R gida: 2011 – passivo ambiental em solo e água
zembro de 2009 – Dispõe sobre critérios e va- subterrânea – Parte 1: Avaliação preliminar
lores orientadores de qualidade do solo quanto • ssociação Brasileira de Normas Técni-
A
à presença de substâncias químicas e estabe- cas (ABNT) NBR 15515-2: 2011 – passivo am-
lece diretrizes para o gerenciamento ambiental biental em solo e água subterrânea – Parte 2:
de áreas contaminadas por essas substâncias Investigação confirmatória.
em decorrência de atividades antrópicas.
• esolução Conama n° 396, de 3 de abril
R 8.2 Estadual
de 2008 – Dispõe sobre a classificação e dire- • ei n° 13.577
L , de 8 de julho de 2009 – Dis-
trizes ambientais para o enquadramento das pões sobre diretrizes e procedimentos para a
águas subterrâneas. proteção da qualidade do solo e gerenciamen-
• ssociação Brasileira de Normas Técni-
A to de áreas contaminadas.
cas (ABNT) NBR 15515-1:2007 – estabelece • ecreto n° 54.544, de 8 de Julho de
D
os procedimentos mínimos para avaliação 2009 - Regulamenta o inciso XIII do artigo 4°
preliminar de passivo ambiental visando a e o inciso VIII do artigo 31 da Lei n° 13.577,
identificação de indícios de contaminação de de 8 de julho de 2009, que dispõe sobre di-
solo e água subterrânea. retrizes e procedimentos para a proteção da
• ssociação Brasileira de Normas Téc-
A qualidade do solo e gerenciamento de áreas
nicas (ABNT) NBR 15847:2010 - estabelece contaminadas.
métodos para a purga de poços usados para • esolução Conjunta SS/SMA n° 01, de 6
R
investigações e programas de monitoramen- de junho de 2002, que define procedimentos
to de qualidade de água subterrânea em es- para ação conjunta das Secretarias de Estado
tudos e remediação de passivos ambientais. da Saúde e Meio Ambiente no tocante a áreas
Estes métodos podem ser usados em outros contaminadas por substâncias perigosas.
INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 25
26. 9. ÓRGãoS DE ConTRoLE E FISCALIzAção
9.1 Federal Entre suas atribuições estão coordenação,
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos avaliação, planejamento, acompanhamen-
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) to, inspeção e supervisão das ações de vigi-
O Ibama por meio de sua Secretaria da lância relacionadas às doenças e agravos à
Qualidade Ambiental atua como órgão de saúde que se referem: a) água para consumo
controle ambiental, por meio da implemen- humano; b) contaminações do ar e do solo;
tação de programas e ações que reduzem o c) desastres naturais; d) contaminantes am-
impacto sobre os meios físicos (água, solo e bientais e substâncias químicas; e) acidentes
ar), biológicos (fauna e flora) e sócio-econômi- com produtos perigosos; f) efeitos dos fatores
co. Alguns programas e projetos específicos físicos, e g) condições saudáveis no ambiente
pode ser vistos na sequência: de trabalho.
Ministério da Saúde – Vigilância 9.2 Estadual
Ambiental de Saúde Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
O Ministério possui uma Coordenação (Cetesb) e a Gestão de Áreas Contaminadas
responsável pela vigilância ambiental, que A Companhia Ambiental do Estado de
acompanha as alterações no meio ambiente São Paulo (Cetesb) desenvolveu o modelo de
que interferem diretamente na saúde humana Gestão de Áreas Contaminadas que indica os
e contribuem para a elevação dos custos em- Processos de Identificação e Recuperação de
pregados no tratamento de doenças previsí- Áreas Contaminadas com intuito de minimi-
veis. Assim, o gerenciamento dos fatores de zar os riscos a que estão sujeitos a população
risco relacionados à saúde que advêm dos e o meio ambiente, através de medidas que
problemas ambientais é parte integrante da garantam o conhecimento das características
vigilância em saúde em todo o País. dessas áreas e dos impactos por elas causa-
A Instrução Normativa nº 1, de 7 de março dos, proporcionando os instrumentos neces-
de 2005 regulamentou o Subsistema Nacional sários à tomada de decisão quanto às formas
de Vigilância em Saúde Ambiental (SINVSA). de intervenção adequadas.
26 I N F O R M A Ç Õ E S B Á S I C A S S O B R E Á R E A S C O N T A M I NADAS
27. 10. REFERênCIAS BIBLIoGRáFICAS
1) ASSOCIAÇÃO BRASILERA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR ISO 14.050: Gestão am-
biental – Vocabulário, 2004.
2) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR ISO 14.001: Sistema de
Gestão Ambiental – Requisitos com orientações para uso, 2004.
3) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 10.004: Resíduos sólidos.
Rio de Janeiro, 2004.
4) BRASIL. Decreto n° 97 .632, de 10 de Abril de 1989.
5) BRASIL. Resolução n° 420 de 28 de Dezembro de 2009 do Conselho Nacional de Meio Am-
biente – Conama.
6) COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Cetesb. Avaliação de Risco à
Saúde Humana, http://www.cetesb.sp.gov.br/solo/areas_contaminadas/Capitulo_IX.pdf, consul-
tado em 31 de março de 2011.
7) COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Cetesb. Cadastro de áreas conta-
minadas e reabilitadas no Estado de São Paulo, http://www.cetesb.sp.gov.br/Solo/areas_conta-
minadas/texto_areas_cont_nov_09_.pdf, consultado em 29 de Março de 2011.
8) COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Cetesb. Decisão de Diretoria 103-
2007- C- E, de 22/6/2007 ,
http://www.asrprojetos.com.br/ASR_projetos_seguranca_ambiental_procedimentos_CETESB.
pdf, consultado em 30 de Março de 2011.
9) COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Cetesb. Guia para avaliação do po-
tencial de contaminação em imóveis, http://www.cetesb.sp.gov.br/Tecnologia/camaras/ca_ativas/
construcao/documentos/guia_aval_pot_con_imoveis.pdf consultado em 29 de Março de 2011.
10) COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Cetesb. Investigação Detalhada,
http://www.cetesb.sp.gov.br/solo/areas_contaminadas/Capitulo_VIII.pdf, consultado em 31 de
março de 2011
11) COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Cetesb. Manual de Gerencia-
mento de Áreas Contaminadas, http://www.cetesb.sp.gov.br/areas-contaminadas/manual-de-
gerenciamento-de-ACs/7-, consultado em 24 de junho de 2010.
12) CONSCIÊNCIA.NET. Passivo ambiental: conceito moderno, velhas práticas, http://www.
consciencia.net/ecologia/arquivo01/jacometo.html, consultado em 29 de Março de 2011.
13) FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – Fiesp. Coleta Seletiva e
Reciclagem de Excedentes Industriais, São Paulo, 2003.
14) INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁ-
VEIS – Ibama. Controle de Qualidade Ambiental, http://www.ibama.gov.br/qualidadeambiental/
conqual/rebramar.htm, consultado em 10 de agosto de 2010.
15) SÃO PAULO. Lei Estadual n° 13.577 de 8 de Julho de 2009.
16) SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO. Agenda 21: Conferência
das Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento, São Paulo, 1997 .
17) UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, Contaminação de águas subterrâneas por
derramamentos de gasolina: O problema é grave?, http://www.amda.org.br/objeto/arquivos/89.
pdf, consultado em 25 de abril de 2011.
INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS 27