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Pós-Keynesianos (Ademir, Cesar, Janaína, Jordânia, Martin) As duas vertentes A escola Pós-Keynesiana se desenvolveu em duas vertentes: a primeira vertente dessa escola se desenvolveu em torno da temática do crescimento e distribuição de renda; tendo sua origem nas contribuições seminais de Harrod (1939) e Domar (1946), as quais são uma tentativa de extensão para o longo-prazo dos resultados obtidos por Keynes em sua Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. Coube a Horrod e a Domar demonstrar a possibilidade de ocorrência de uma situação semelhante ao “equilíbrio com desemprego” de Keynes em um contexto no qual o estoque de capital estivesse crescendo de forma contínua ao longo do tempo. O resultado fundamental do modelo Harrod-Domar é que a obtenção de uma trajetória de crescimento estável com pleno-emprego da força de trabalho é possível, mas altamente improvável. Dessa forma, as economias capitalistas deverão, via de regra, apresentar um crescimento irregular – alternando períodos de crescimento acelerado com períodos de queda acentuada do nível de atividade econômica – e desemprego elevado. A incompatibilidade desse resultado com a experiência histórica das economias capitalistas desenvolvidas no período 1950-1973 levou autores pós-keynesianos como, por exemplo, Nickolas Kaldor e Luigi Pasinetti a desenvolverem modelos em que a trajetória de crescimento de longo prazo fosse estável e caracterizada pelo pleno-emprego da força de trabalho. Para tanto foi necessário o desenvolvimento de uma nova teoria da distribuição funcional da renda, na qual a participação dos salários e dos lucros na renda passa a ser a variável de ajuste entre as decisões de poupança e de investimento. A importância dessa nova teoria da distribuição de renda foi estabelecer um segundo mecanismo pelo qual o investimento pode determinar a poupança ao invés de ser determinado pela mesma. Com efeito, Keynes havia mostrado na Teoria Geral que um aumento exógeno do investimento iria gerar um aumento equivalente da poupança através do efeito do multiplicador. Kaldor e Pasinetti, por sua vez, mostraram que uma variação do investimento irá gerar sempre uma variação equivalente na poupança devido aos efeitos daquela variação sobre a distribuição da renda entre salários e lucros. A extensão do “paradoxo da parcimônia” para o longo-prazo foi feita por Joan Robinson (1962). No modelo de crescimento de Robinson um aumento da “propensão a poupar” irá resultar numa redução da participação dos lucros na renda e, dado o grau de utilização da capacidade produtiva, numa redução da taxa de lucro. Supondo que o investimento depende diretamente da taxa de lucro, segue-se que como resultado do aumento da propensão a poupar haverá uma redução da taxa de investimento. Daqui se segue que, no longo-prazo, um aumento da propensão a poupar será seguido por uma redução da taxa de investimento e da própria taxa de poupança.  A segunda vertente foi desenvolvida na década de 1970, como uma reação crítica chamada síntese keynesiano-neoclássica, que se baseava em que que as economias de mercado poderiam se afastar da posição de equilíbrio com pleno-emprego devido a existência de fatores institucionais que impediam ou limitavam a flexibilidade de preços e/ou salários nominais. A ocorrência de choques adversos de demanda agregada levaria as firmas a responder a eles através de variações nas quantidades produzidas, fazendo a economia se afastar da posição de equilíbrio com pleno-emprego. Esse afastamento seria temporário, pois no longo prazo, preços e salários seriam totalmente flexíveis. Dessa forma, a existência de desemprego e subutilização da capacidade instalada produziria uma deflação generalizada a qual, por intermédio do efeito Pigou-Patinkin, induziria um aumento do nível de demanda agregada e, conseqüentemente, a restauração do equilíbrio com pleno-emprego. Para os teóricos da síntese neoclássica, a macroeconomia keynesiana nada tinha a dizer sobre as questões de longo-prazo  tais questões deveriam ser tratadas pelo instrumental analítico da “velha” macroeconomia neoclássica. Um grupo de economistas keynesianos (os “pós-keynesianos”) passou a criticar essa forma de tratamento das questões macroeconômicas no início da década de 1970. Segundo esses autores – entre os quais se destacam Paul Davidson e Hyman Minsky, a síntese neoclássica tomava como ponto de partida uma leitura incorreta e/ou incompleta da Teoria Geral do Emprego do Juro e da Moeda de Keynes. A idéia principal do pensamento keynesiano não seria, segundo eles, a análise dos efeitos macroeconômicos da existência de rigidez de preços e/ou salários nominais. Este fenômeno, ainda que empiricamente relevante, não seria suficiente para definir a revolução no pensamento econômico que Keynes. O aspecto fundamental do pensamento keynesiano estaria na análise dos efeitos da existência da incerteza não-probabilística sobre o comportamento dos agentes econômicos. A existência de incerteza leva os agentes a preferir a liquidez. A moeda é o ativo que possui liquidez alta. Então, os agentes trocam seus ativos menos líquidos por ativos mais líquidos, em especial, moeda. Assim a moeda não é neutra tanto no curto prazo, quanto no longo prazo. Pressupostos teóricos dos modelos analíticos pós-keynesianos Os pressupostos teórico dos modelos analíticos pós-keynesianos são a síntese e o alargamento dos princípios que compõem o núcleo do programa de pesquisa e servem para integrar as duas vertentes pós-keynesianas, conferindo unidade aos modelos. Crescimento econômico no longo prazo é endógeno. O motor da expansão da produtividade marginal do trabalho e do PIB per capita é o investimento em capital fixo. Distribuição da renda em salários e lucros é importante na determinação da taxa de crescimento de longo prazo, pois influi na decisão de investimento. Instabilidade endógena, inerente às economias de mercado: o investimento é volátil em função da incerteza quanto às expectativas.  Essa instabilidade resulta de fatores reais e financeiros. Essa instabilidade é, porém, limitada, pois não se traduz em comportamentos explosivos de crescimento. Não-linearidade entre variáveis: retornos crescentes, efeito renda maior que efeito substituição etc. Da não-linearidade resulta a possibilidade de múltiplas posições de equilíbrio. Embora impossível oferecer uma só explicação teórica para as tendências de crescimento de longo prazo e para as flutuações da economia, é possível integrar crescimento e ciclo em um só modelo com explicações teóricas diversas. Não-neutralidade da moeda no longo prazo. A preferência pela liquidez e a política monetária influenciam as decisões de composição de portifólio e de investimento em capital fixo. Ex.: se aumenta a preferência pela liquidez sem correspondente aumento da oferta monetária, mais ativos líquidos são retidos e por isso há menos investimento em capital fixo, o que ocasiona a diminuição da taxa de crescimento. Modelos pós-keynesianos de crescimento Podemos identificar, ao longo de 50 anos que, tivemos pelo menos 3 gerações de modelos pós-keynesianos de crescimento: Modelos de primeira geração: A renda é tida como uma variável endógena e determinada de forma a assegurar a plena utilização da capacidade produtiva. Neste modelo, se ocorrer um aumento “do espírito animal” dos empresários, ocasionando um aumento na taxa de crescimento de longo prazo, levará um aumento da participação dos lucros na renda. Aumentando uma parte da renda sob a forma de lucro, induz os capitalistas a pouparem mais de forma a restaurar o equilíbrio no mercado de bens. Modelos de segunda geração: O ajuste entre poupança e investimento é feito através de variações no grau de utilização da capacidade produtiva. A distribuição da renda entre salários e lucro é determinada pela política de formação de preços das firmas, ou seja, pelas suas decisões a respeito do nível de mark-up sobre os custos diretos de produção. A taxa de mark-up é tida como uma variável exógena.. Neste modelo de segunda geração analisamos a determinação da taxa de inflação e analisamos os efeitos macroeconômicos a respeito da incorporação desses modelos do lado financeiro da economia. Modelos de terceira geração: Este modelo introduz relações não lineares entre as variáveis macroeconômicas na estrutura básica dos modelos de segunda geração, de forma a se obter múltiplas posições de equilíbrio. Nesta terceira geração se dá uma grande importância para propriedades dinâmicas das economias capitalistas em desequilíbrio. Há algumas deficiências nesta terceira geração, pois esta classe de modelos não faz, em geral, uma distinção entre o grau desejado e o grau efetivo de utilização da capacidade produtiva; e quando o faz, considera o grau desejado de utilização da capacidade produtiva como dado. 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Dessa forma, as economias capitalistas deverão, via de regra, apresentar um crescimento irregular – alternando períodos de crescimento acelerado com períodos de queda acentuada do nível de atividade econômica – e desemprego elevado. A incompatibilidade desse resultado com a experiência histórica das economias capitalistas desenvolvidas no período 1950-1973 levou autores pós-keynesianos como, por exemplo, Nickolas Kaldor e Luigi Pasinetti a desenvolverem modelos em que a trajetória de crescimento de longo prazo fosse estável e caracterizada pelo pleno-emprego da força de trabalho. Para tanto foi necessário o desenvolvimento de uma nova teoria da distribuição funcional da renda, na qual a participação dos salários e dos lucros na renda passa a ser a variável de ajuste entre as decisões de poupança e de investimento. A importância dessa nova teoria da distribuição de renda foi estabelecer um segundo mecanismo pelo qual o investimento pode determinar a poupança ao invés de ser determinado pela mesma. Com efeito, Keynes havia mostrado na Teoria Geral que um aumento exógeno do investimento iria gerar um aumento equivalente da poupança através do efeito do multiplicador. Kaldor e Pasinetti, por sua vez, mostraram que uma variação do investimento irá gerar sempre uma variação equivalente na poupança devido aos efeitos daquela variação sobre a distribuição da renda entre salários e lucros. A extensão do “paradoxo da parcimônia” para o longo-prazo foi feita por Joan Robinson (1962). No modelo de crescimento de Robinson um aumento da “propensão a poupar” irá resultar numa redução da participação dos lucros na renda e, dado o grau de utilização da capacidade produtiva, numa redução da taxa de lucro. Supondo que o investimento depende diretamente da taxa de lucro, segue-se que como resultado do aumento da propensão a poupar haverá uma redução da taxa de investimento. Daqui se segue que, no longo-prazo, um aumento da propensão a poupar será seguido por uma redução da taxa de investimento e da própria taxa de poupança. A segunda vertente foi desenvolvida na década de 1970, como uma reação crítica chamada síntese keynesiano-neoclássica, que se baseava em que que as economias de mercado poderiam se afastar da posição de equilíbrio com pleno-emprego devido a existência de fatores institucionais que impediam ou limitavam a flexibilidade de preços e/ou salários nominais. A ocorrência de choques adversos de demanda agregada levaria as firmas a responder a eles através de variações nas quantidades produzidas, fazendo a economia se afastar da posição de equilíbrio com pleno-emprego. Esse afastamento seria temporário, pois no longo prazo, preços e salários seriam totalmente flexíveis. Dessa forma, a existência de desemprego e subutilização da capacidade instalada produziria uma deflação generalizada a qual, por intermédio do efeito Pigou-Patinkin, induziria um aumento do nível de demanda agregada e, conseqüentemente, a restauração do equilíbrio com pleno-emprego. Para os teóricos da síntese neoclássica, a macroeconomia keynesiana nada tinha a dizer sobre as questões de longo-prazo tais questões deveriam ser tratadas pelo instrumental analítico da “velha” macroeconomia neoclássica. Um grupo de economistas keynesianos (os “pós-keynesianos”) passou a criticar essa forma de tratamento das questões macroeconômicas no início da década de 1970. Segundo esses autores – entre os quais se destacam Paul Davidson e Hyman Minsky, a síntese neoclássica tomava como ponto de partida uma leitura incorreta e/ou incompleta da Teoria Geral do Emprego do Juro e da Moeda de Keynes. A idéia principal do pensamento keynesiano não seria, segundo eles, a análise dos efeitos macroeconômicos da existência de rigidez de preços e/ou salários nominais. Este fenômeno, ainda que empiricamente relevante, não seria suficiente para definir a revolução no pensamento econômico que Keynes. O aspecto fundamental do pensamento keynesiano estaria na análise dos efeitos da existência da incerteza não-probabilística sobre o comportamento dos agentes econômicos. A existência de incerteza leva os agentes a preferir a liquidez. A moeda é o ativo que possui liquidez alta. Então, os agentes trocam seus ativos menos líquidos por ativos mais líquidos, em especial, moeda. Assim a moeda não é neutra tanto no curto prazo, quanto no longo prazo. Pressupostos teóricos dos modelos analíticos pós-keynesianos Os pressupostos teórico dos modelos analíticos pós-keynesianos são a síntese e o alargamento dos princípios que compõem o núcleo do programa de pesquisa e servem para integrar as duas vertentes pós-keynesianas, conferindo unidade aos modelos. Crescimento econômico no longo prazo é endógeno. O motor da expansão da produtividade marginal do trabalho e do PIB per capita é o investimento em capital fixo. Distribuição da renda em salários e lucros é importante na determinação da taxa de crescimento de longo prazo, pois influi na decisão de investimento. Instabilidade endógena, inerente às economias de mercado: o investimento é volátil em função da incerteza quanto às expectativas. Essa instabilidade resulta de fatores reais e financeiros. Essa instabilidade é, porém, limitada, pois não se traduz em comportamentos explosivos de crescimento. Não-linearidade entre variáveis: retornos crescentes, efeito renda maior que efeito substituição etc. Da não-linearidade resulta a possibilidade de múltiplas posições de equilíbrio. Embora impossível oferecer uma só explicação teórica para as tendências de crescimento de longo prazo e para as flutuações da economia, é possível integrar crescimento e ciclo em um só modelo com explicações teóricas diversas. Não-neutralidade da moeda no longo prazo. A preferência pela liquidez e a política monetária influenciam as decisões de composição de portifólio e de investimento em capital fixo. Ex.: se aumenta a preferência pela liquidez sem correspondente aumento da oferta monetária, mais ativos líquidos são retidos e por isso há menos investimento em capital fixo, o que ocasiona a diminuição da taxa de crescimento. Modelos pós-keynesianos de crescimento Podemos identificar, ao longo de 50 anos que, tivemos pelo menos 3 gerações de modelos pós-keynesianos de crescimento: Modelos de primeira geração: A renda é tida como uma variável endógena e determinada de forma a assegurar a plena utilização da capacidade produtiva. Neste modelo, se ocorrer um aumento “do espírito animal” dos empresários, ocasionando um aumento na taxa de crescimento de longo prazo, levará um aumento da participação dos lucros na renda. Aumentando uma parte da renda sob a forma de lucro, induz os capitalistas a pouparem mais de forma a restaurar o equilíbrio no mercado de bens. Modelos de segunda geração: O ajuste entre poupança e investimento é feito através de variações no grau de utilização da capacidade produtiva. A distribuição da renda entre salários e lucro é determinada pela política de formação de preços das firmas, ou seja, pelas suas decisões a respeito do nível de mark-up sobre os custos diretos de produção. A taxa de mark-up é tida como uma variável exógena.. Neste modelo de segunda geração analisamos a determinação da taxa de inflação e analisamos os efeitos macroeconômicos a respeito da incorporação desses modelos do lado financeiro da economia. Modelos de terceira geração: Este modelo introduz relações não lineares entre as variáveis macroeconômicas na estrutura básica dos modelos de segunda geração, de forma a se obter múltiplas posições de equilíbrio. Nesta terceira geração se dá uma grande importância para propriedades dinâmicas das economias capitalistas em desequilíbrio. Há algumas deficiências nesta terceira geração, pois esta classe de modelos não faz, em geral, uma distinção entre o grau desejado e o grau efetivo de utilização da capacidade produtiva; e quando o faz, considera o grau desejado de utilização da capacidade produtiva como dado. Há uma perspectiva possível de avanço nos modelos pós keynesianos de terceira geração, a qual consiste na análise dos efeitos que o grau de concentração bancária tem sobre a dinâmica de longo prazo das economias capitalistas.