1. CIÊNCIA E
SOCIEDADE
SISMO DO JAPÃO VS SISMO DO HAITI
Docente:
Discentes:
Paulo Favas
Cristiana Valente nº33708
Filipe Marinho nº33706
Gabriela Barros nº35292
2. Índice
Introdução ..................................................................................................................................... 3
Descrição do sismo e enquadramento tectónico do país ............................................................. 4
Sismo do Haiti............................................................................................................................ 4
Sismo do Japão (“sismo de Tohoku”) ........................................................................................ 6
Grau de preparação do país .......................................................................................................... 8
Construções no Haiti ................................................................................................................. 9
Construções no Japão ............................................................................................................. 10
Consequências dos Sismos e principais causas do número de vítimas geradas ......................... 11
No caso do Haiti ...................................................................................................................... 12
No caso do Japão..................................................................................................................... 13
Questões ..................................................................................................................................... 15
Conclusão .................................................................................................................................... 16
Referências bibliográficas ........................................................................................................... 17
2
3. Introdução
Um sismo é um fenómeno natural resultante de uma rotura mais ou menos
violenta no interior da crosta terrestre, correspondendo à libertação de uma grande
quantidade de energia, e que provoca vibrações que se transmitem a uma vasta área
circundante (1).
Na maior parte dos casos os sismos são devidos a movimentos ao longo de
falhas geológicas existentes entre as diferentes placas tectónicas que constituem a
região superficial terrestre, as quais se movimentam entre si (1).
Ao longo dos tempos geológicos, a terra tem estado sujeita a tensões
responsáveis pela construção de cadeias montanhosas e pela deriva dos continentes.
Sob a acção dessas tensões as rochas deformam-se gradualmente e sofrem roturas. A
rotura do material rochoso ocorre após terem sido ultrapassados os seus limites de
resistência, provocando vibrações ou ondas sísmicas, que se propagam no interior da
terra. São estas vibrações que se sentem quando ocorre um sismo (1 e 3).
Os sismos também podem ser gerados em movimentos de falhas existentes no
interior das placas tectónicas (1).
A actividade vulcânica e os movimentos de material fundido em profundidade
podem ser outras das causas dos sismos (1).
Mais raramente podem ser provocados por deslocamentos superficiais de
terreno, tais como abatimentos e escorregamentos (1).
A zona no interior
da terra na qual se dá a
libertação de energia
designa-se por foco ou
hipocentro (1).
O
ponto
à
superfície da terra situado
na vertical do foco é o
epicentro e corresponde à
zona onde o sismo é
sentido
com
maior
intensidade (Figura 1) (1).
Figura 1 – Esquema de uma falha na qual se gerou um sismo, onde
Os movimentos dos se pode observar o hipocentro (foco), o epicentro e ainda a
terrenos à volta do propagação das ondas sísmicas.
epicentro, são provocados pelas ondas sísmicas quando estas alcançam a superfície
terrestre. Estes dependem da profundidade do foco, das características (geológicas,
topográficas, etc.) e da magnitude do sismo (1 e 3).
Quando a actividade sísmica é gerada no oceano, pode ser acompanhada por
tsunamis, provocando grandes destruições em estruturas costeiras ou ribeirinhas
(embarcações, casas, pontes, etc.) (1).
3
4. Os sismos são fenómenos naturais de grande impacto sobre as comunidades,
tendo nos últimos cem anos provocado para cima de um milhão e meio de vítimas (2).
Devido à sua notória importância decidimos incidir o nosso trabalho em sismos, mais
especificamente nos sismos que ocorreram no Haiti e o no Japão.
Com este trabalho pretendemos demonstrar como o nível de desenvolvimento
de uma sociedade pode influenciar na catastroficidade de um sismo e nas suas
repercussões. Vamos abordar diversos aspectos desde preparação do país,
construções dos edifícios e enquadramento tectónico.
Descrição do sismo e enquadramento tectónico do país
Sismo do Haiti
O Haiti está associado às
placas Norte-Americana e das
Caraíbas (Figura 2). O movimento
entre as duas placas dá-se por forças
compressivas, onde a placa das
Caraíbas se move 20 milímetros por
ano no sentido oeste-este sob à placa
Norte-Americana (zona de subducção
– falha compressiva). O Haiti está
associado também, a outro sistema
de falhas, composto pela falha
doSeptentrional-Orient ao norte do
Haiti e a falha de EnriquilloPlaintainGarden, no sul, que também
apresentam movimentos, à razão de
7 milímetros por ano.
Devido ao enquadramento
tectónico (Figura 2), a região das Figura 2 – Enquadramento tectónico das Caraíbas, no qual
está inserido o Haiti)
Caraíbas apresenta um elevado risco
sísmico. (8, 9 e 10)
Os sismos relacionados com as zonas de subducção e os sismos relacionados
com as falhas de desligamento atingem magnitudes elevadas, no entanto, as
magnitudes dos sismos nas zonas de desligamento são inferiores. Contudo, estes
últimos podem apresentar um poder destrutivo superior porque o seu foco é mais
perto da superfície. (9)
4
5. No dia 12 de Janeiro de 2010 ocorreu um sismo ao longo da falha de EnriquilloPlaintainGarden (falha de desligamento) (Figura 2), com uma magnitude momento
Mw7.
O hipocentro do sismo localizava-se a 10km (6,2milhas) de profundidade,
profundidade comum para este tipo de sismos; dando-seo epicentro a cerca de 25km a
sudoeste de Porto Príncipe, capital haitiana. O sismo foi registado às 16h53m10s do
horário local. (10 e 11)
Figura 3 – Falha Enriquillo-Plaint e epicentro do sismo
O sismo do Haiti apresentou uma intensidade de VII-IX na escala de Mercalli
Modificada (MM), que foi registada em Porto Príncipe e nos seus subúrbios.Este sismo
também foi sentido em vários países e regiões vizinhas, incluindo Cuba (MM III em
Guantánamo), Jamaica (MM II em Kingston), Venezuela (MM II, em Caracas), Porto
Rico (MM II-III, em San Juan) e ainda na República Dominicana (MM III, em Santo
Domingo). (10)
A falha de Enriquillo-PlantainGarden não se movia há cerca de 200 anos. O
sismo ocorreu devido à ruptura da falha, onde se libertou a energia que esta esteve a
acumular durante todo este tempo. A extensão da ruptura foi de cerca de 65
quilómetros (40 milhas) de comprimento com deslizamento médio de 1,8 metros.
Foram registadas pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos pelo menos 33
réplicas, das quais 14 tinham magnitude momento de Mw5.0 a Mw 5.9. No dia 20 de
Janeiro, ocorreu a réplica mais forte desde o sismo, com epicentro a cerca de 56 Km de
Porto Príncipe e com uma magnitude momento de Mw5,9. (10)
Passadas quase duas semanas após o sismo foi relatado um tsunami que
atingiu a praia de Petit Paradis, submergindo a comunidade costeira.
5
6. Sismo do Japão (“sismo de Tohoku”)
O Japão é um dos países mais sísmicos, uma vez que, está associado a 4 placas
tectónicas: Pacífico, Norte-Americana, Filipinas e Euroasiática (Figura 4), que se
movem a uma taxa de deslocamento elevada. O encontro entre as placas dá-se por
limites convergentes, isto é, zonas de subducção. (12)
O “sismo de Tohoku”ocorreu dia 11 de Março de 2011, pelas 14h46min (hora
local). O epicentro localizava-se perto da costa Japonesa, a aproximadamente 130 Km
de Sendai, 178 km de Fukushima e a 373 km de Tóquio. Este sismo apresentava uma
magnitude M9.0, com hipocentro a 24 km de profundidade. (12 e 13)
Figura 4 – Sismo do 11 de Março de 2011 (círculo vermelho) no contexto da tectónica
deplacas. As setas a vermelho indicam o movimento convergente das placas.
O sismo gerou-se numa falha compressiva, na proximidade da zona de
subducção formada pelo choque das placas do Pacífico e Euroasiática. Estas duas
placas, de natureza oceânica, estão continuamente a convergir, estimando-se que por
ano a convergência seja de 8,3 cm, o que cria uma enorme pressão na fronteira entre
as referidas placas. Como consequência, dá-se o mergulho da placa do Pacífico (mais
densa) sob a placa Euroasiática (menos densa), tendo início na fossa do Japão. (12)
6
7. Figura 5 – Esquema do contacto entre duas placas tectónicas, onde ocorre a subducção da placa mais
densa sob a menos densa.
O “sismo de Tohoku” (sismo do dia 11-sismo principal) foi precedido por uma
série de eventos premonitórios de grandes dimensões, que ocorreram dois dias antes.
No dia 9 ocorreu um sismo de M7.2
a 40 km do epicentro do sismo
principal, no mesmo dia ocorreram
mais 3 abalos de magnitude M6. O
sismo do dia 9 provocou um
aumento da tensão na zona do
epicentro do sismo principal (sismo
do dia 11), o que pode ter originado
este segundo sismo de maior
magnitude.
O sismo do dia 11 rompeu
uma zona com uma dimensão de
cerca de 610 270 Km2,localizada
entre as latitudes N35º e N41º,
correspondendo a área pela qual se
distribuem
as
réplicas.
O
deslizamento máximo na fonte
atingiu os 40 m. O sismo do dia 11
Figura 6 – Distribuição espacial das réplicas.
foi seguido de 888 réplicas, entre o
dia 11 de Março e o dia 2 de Abril (1 com M7.9; 1 com M7.7; 42 com 6.0≤M≤6.7; 364
com 5≤M≤5.9 e 480 com 4.2≤M≤4.9).
O sismo gerou um Tsunami devido: a sua localização (no fundo do mar), a sua
elevada magnitude, a baixa profundidade do hipocentro e à deformação causada no
fundo oceânico. Este Tsunami propagou-se por todo o oceano Pacífico, tendo uma
maior incidência na costa Japonesa, onde a onde chegou a atingir os 10 m. (12 e 13)
7
8. Grau de preparação do país
O grau de preparação de um país para situações de sismicidade, traduz-se na
educação da população sobre o tema (o que fazer em caso de sismos), no tipo de
construções e nas medidas tomadas logo após o sismo (se há ou não capacidade de
resposta para as necessidades básicas das pessoas, como água potável, alimentos,
medicamentos, etc.). De entre as situações referidas, o tipo de construções é a que
mais pode condicionar o número de pessoas afectadas, uma vez que, quanto mais
seguras forem as habitações, menores são os desmoronamentos, e consequentemente
menor será o número de pessoas feridas. Achamos, por isso, importante salientar o
tipo de construções do Haiti e do Japão.
Os sismos actuam sobre os alicerces, obrigando-o a acompanhar o movimento
que aí se faz sentir, proveniente da propagação das ondas desde a sua origem na falha
que rompeu até ao local da sua implantação. Para além da magnitude e distância à
falha, o movimento nos alicerces depende de um conjunto de parâmetros, de entre os
quais se salientam o tipo e características dos solos superficiais em que o alicerce
assenta. Em geral, quanto mais brandos e espessos os solos, maior a ampliação do
movimento nas frequências baixas. O movimento no alicerce actua sobre a superestrutura (tudo o que se encontra acima do alicerce) de acordo com as leis da
mecânica dos meios deformáveis.
O grande problema dos sismos sobre as construções é que a energia que actua
nos alicerces situa-se numa gama de frequências coincidente com as frequências de
vibração das estruturas, o que conduz a fenómenos de ressonância, com
consequências desastrosas.
Do ponto de vista prático, para minimizar tal comportamento deve-se
proporcionar resistências nos locais que vão ser mais solicitados, evitar a concentração
de tensões em pontos mais fracos e permitir a redistribuição de esforços por um maior
número de elementos. Existe ainda um conjunto de pequenas regras a observar a nível
da estrutura e ligações entre os seus elementos.
Uma outra filosofia de ataque a este problema, e que hoje começa a congregar
alguns apoios, passa pelo estudo de sistemas que permitam o isolamento da estrutura
relativamente ao alicerce e pela introdução de amortecedores que dissipem a energia
transmitida.
8
9. Figura 7 – Medidas aplicadas às construções.
Construções no Haiti
Um estudo realizado pela Organização dos Estados Americanos concluiu que
muitos dos edifícios no Haiti eram tão mal construídos que era improvável que
sobrevivessem a qualquer desastre, que dirá um sismo como o que devastou Porto
Príncipe.
As estruturas foram construídas em encostas sem alicerces apropriados ou
estruturas de contenção, usando práticas de construção inadequado, aço insuficiente e
atenção insuficiente para controlar o desenvolvimento.
Muito do trabalho de má qualidade pode ser atribuído à pobreza extrema
generalizada no Haiti. Grande parte dos países daquela zona do globo, incluindo Haiti,
não tem códigos de construção.
O sismo mostrou que mesmo os edifícios que deveriam ter sido construídos
com os mais altos padrões - hospitais, escolas, o palácio presidencial – entraram em
colapso.
Depois desta catástrofe é necessário auxiliar o Haiti a reconstruir os edifícios
mais seguros que possam suportar ventos com força de furacão e sismos de
magnitude 7.
Mas qualquer esforço exigirá um grande apoio da comunidade internacional e
colaboração com as universidades para que eles possam treinar a próxima geração de
engenheiros, trabalhadores da construção civil e pedreiros para ajudar a Porto Príncipe
reconstruir de forma segura.
9
10. Construções no Japão
Os sismólogos costumam dizer que sismos não matam. O que mata, segundo
eles, são as construções débeis.
O Japão possui alta densidade populacional. Porém, por ter vulcões activos, estar
em uma região altamente sísmica e ser rota de tufões e maremotos, é o país com o
melhor sistema de prevenção de desastres decorrentes de eventos naturais. A
tecnologia construtiva anti-sísmica no Japão é extremamente avançada e, portanto, o
número de mortes sempre é menor do que se o desastre ocorresse em outro local.
No país existe um código de construção, criado em 1981, que contempla as
mais rigorosas regras do mundo. Para evitar a devastação causada pelos sismos, as
nações mais avançadas tecnologicamente como o Japão têm desenvolvido técnicas de
construção anti-sísmica, ou seja, usam métodos de construção que tornam os edifícios
mais resistentes aos sismos.
Nos últimos anos, o país gastou milhões desenvolvendo as mais avançadas
tecnologias contra os sismos e tsunamis. Algumas cidades costeiras criaram redes de
sensores que podem soar alarmes quando um sismo está por vir e os portos, por
exemplo, estão equipados com plataformas elevadas para evitar que ondas
gigantescas destruam o local. Alguns edifícios possuem molas no meio dos alicerces
para que o prédio balance por igual durante os tremores, impedindo seu
desabamento.
Além da construção, o Japão é exemplar ao educar sua população para saber
como reagir em caso de sismos. Todas as casas são equipadas com alarmes conectados
a sensores sísmicos; além disso, após um evento, todos os canais de TV e estações de
rádio transmitem a cobertura oficial, com orientações ao público, sobre quando
retornar a prédios ou onde encontrar bunkers de protecção. Kits de emergência
também estão presentes em escritórios, residências e em escolas, aliás, é obrigatório
ter sempre à disposição capacetes e luvas.
A conclusão é que as construções de má qualidade desmoronam mesmo
quando atingidas por sismos mais leves. Para um prédio resistir a sismos, há duas
estratégias complementares: usar uma estrutura ao mesmo tempo sólida e flexível,
capaz de suportar as sacudidas da terra, ou isolar a construção do solo.
10
11. Figura 8 – Construções anti-sísmicas, isolamento dos solos e exemplos de edifícios famosos
Consequências dos Sismos e principais causas do número de
vítimas geradas
Como foi anteriormente referido os sismos são fenómenos naturais de grande
impacto sobre as comunidades. Cinquenta por cento das vítimas de sismos provieram
de dois grandes sismos, um no Japão em 1923 e outro na China em 1976; as restantes
ocorreram em sismos à média de três por ano, alguns com mais de 20.000 vítimas.
As principais causas destes números resultam:
(i) do deficiente comportamento estrutural de edifícios, pontes, estruturas
industriais, etc.;
11
12. (ii) de deslizamentos de terrenos;
(iii) do impacto de tsunamis nas costas ou bacias do litoral.
O melhor conhecimento de todos estes fenómenos não tem sido suficiente
para compensar a vulnerabilidade das populações, devido a erros cometidos a diversos
níveis:
(i) na localização de centros urbanos em zonas de maior incidência sísmica;
(ii) na definição das acções sísmicas;
(iii) na escolha do tipo estrutural mais apropriado;
(iv) na qualidade da prática construtiva;
(v) na falta de campanhas para reforço das estruturas mais debilitadas.
No caso do Haiti
O Comité Internacional da Cruz
Vermelha estima que cerca de três milhões
de pessoas foram afectadas pelo sismo; o
Ministro do Interior do Haiti, Paul Antoine
Bien-Aimé, antecipou em 15 de Janeiro que
o desastre teria tido como consequência a
morte de 100 000 a 200 000 pessoas,
afectando cerca de 3 milhões de pessoas.
O sismo causou grandes danos a
Porto Príncipe, Jacmel e outros locais da
região. Milhares de edifícios, incluindo os
elementos
mais
significativos
do
património da capital, como o Palácio
Presidencial (Figura 10), o edifício do
Figura 9 – Dados sobre o sismo do Haiti
Parlamento, a Catedral de Notre-Dame de
Porto Príncipe, a principal prisão do país e todos os hospitais, foram destruídos ou
gravemente danificados. A Organização das Nações Unidas informou que a sede da
Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti (MINUSTAH), localizada na
capital, desabou e que um grande número de funcionários da ONU havia
desaparecido. A morte do Chefe da Missão, HédiAnnabi, foi confirmada em 13 de
Janeiro pelo presidente René Préval.
12
13. Muitos países responderam
aos apelos pela ajuda humanitária,
prometendo fundos, expedições de
resgate,
equipes
médicas
e
engenheiros.
Sistemas
de
comunicação, transportes aéreos,
terrestres e aquáticos, hospitais, e
redes eléctricas foram danificados Figura 10 – Palácio Presidencial arrasado pelo sismo
pelo sismo, o que dificultou a ajuda nos resgates e de suporte; confusões sobre o
comando das operações, o congestionamento do tráfego aéreo, e problemas com a
prioridade de voos dificultaram ainda mais os trabalhos de socorro. Morgues de Porto
Príncipe foram rapidamente esmagados; o governo haitiano anunciou em 21 de
janeiro que cerca de 80 mil corpos foram enterrados em valas comuns. Com a
diminuição dos resgates, as assistências médicas e sanitárias tornaram-se prioritárias.
Os atrasos na distribuição de ajuda levaram a apelos raivosos de trabalhadores
humanitários e sobreviventes, e alguns furtos e violências esporádicos foram
observados. (4)
No caso do Japão
O sismo provocou alertas de tsunami e evacuações na linha costeira japonesa
do Pacífico e em pelo menos 20 países, incluindo toda a costa do Pacífico da América
do Norte e América do Sul. Provocou também ondas de tsunami de mais de 10 m de
altura, que atingiram o Japão e diversos outros países. No Japão, as ondas percorreram
mais de 10 km de terra. Nesta situação o tsunami causou grande parte dos estragos,
inundou o Aeroporto de Sendai e vários edifícios, arrastou carros e pessoas. O tsunami
destruiu cidades inteiras. (13)
Figura 11 – Tsunami no Japão
De acordo com as autoridades há 13 333 mortos confirmados e cerca de 16 000
desaparecidos. O sismo causou danos substanciais no Japão, incluindo a destruição de
rodovias e linhas ferroviárias, assim como incêndios em várias regiões, e o rompimento
de uma barragem.
13
14. Aproximadamente 4,4 milhões de habitantes no nordeste do Japão ficaram sem
energia eléctrica, e 1,4 milhão sem água. Muitos geradores deixaram de funcionar e
pelo menos dois reactores nucleares foram danificados, o que levou à evacuação
imediata das regiões atingidas enquanto um estado de emergência era estabelecido. A
Central Nuclear de Fukushima I sofreu uma explosão aproximadamente 24 horas
depois do primeiro sismo, e apesar do colapso da contenção de cimento da
construção, a integridade do núcleo interno não teria sido comprometida.
O sistema de alerta de sismos
da Agência Meteorológica do Japão
alertou a população cerca de um
minuto antes do tremor, através de
emissoras de televisão e rádio, além
de correio electrónico e mensagens
via celular para pessoas cadastradas
no sistema.
O sismo atingiu severamente
Honshu,
incluindo
Tóquio.
Figura 12 – Marinheiros dos Estados Unidos
Verificaram-se numerosos incêndios carregando um helicóptero humanitário em um portaem instalações industriais. Cerca de aviões.
13 horas depois do primeiro grande abalo, dois fortes sismos de magnitude 6,2 e 6,1
atingiram novamente a costa do Japão. Um barco com cerca de 100 pessoas a bordo
foi virado pelo tsunami que atingiu a costa do Japão. A embarcação estava na costa da
prefeitura de Miyagi. Um grande incêndio atingiu a cidade de Kesennuma.
Ao longo da costa do Pacífico no México e na América do Sul, foram registados
surtos de tsunami, mas na maioria dos lugares causou pouco ou nenhum dano. O Peru
relatou uma onda de 1,5 m e mais de 300 casas foram danificadas na cidade de Pueblo
Nuevo de Colan e Pisco.
O Japão recebeu mensagens de
condolências e ofertas de ajuda de diversos
líderes internacionais. De acordo com as
Nações Unidas, equipes de busca e resgate de
45 países foram oferecidas ao Japão. O país
requisitou especificamente equipas da
Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Reino
Unido e Estados Unidos; solicitou também
(através de sua agência espacial JAXA) a
activação
do
International
Charter Figura 13 – Estrada fortemente afectada pelo
onSpaceand Major Disasters, permitindo que sismo
imagens via satélite das regiões afectadas fossem compartilhadas de forma imediata
com organizações de ajuda e resgate.
14
15. O Presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, enviou uma
mensagem de condolências ao Imperador Akihito e ao povo japonês, em nome do
povo português, pelas vítimas dos trágicos efeitos do sismo e do tsunami que
atingiram o Japão.(16, 17 e 18)
Questões
Prever sismos ainda não é possível. E mesmo que soubéssemos que um sismo
ia ocorrer amanhã, o que podíamos fazer?
A realidade é que, a previsão atempada está longe de ser uma realidade, deve,
pois, investir-se tanto quanto possível em campanhas de educação das populações, de
forma a minimizar os efeitos de um sismo.
O sistema de alerta de sismos da Agência Meteorológica do Japão alertou a
população cerca de um minuto antes do evento, através de emissoras de televisão e
rádio, além de correio electrónico e mensagens por telemóvel para pessoas
cadastradas no sistema. Mas será que valeu de alguma coisa?(9 e 13)
Centrais nucleares e risco sísmico
Resposta do Parlamento Europeu:
22 de Março de 2011
Pergunta com pedido de resposta escrita à Comissão
Artigo 117.º do Regimento
RosarioCrocetta (S&D)
O terramoto que devastou o Japão nos últimos dias pôs em evidência os riscos a que
estão sujeitas as centrais nucleares.
Este acontecimento demonstrou a sua fragilidade em caso de ocorrências sísmicas e
que a mesma pode provocar desastres humanitários de proporções inimagináveis.
Alguns países da UE, como a Alemanha, suspenderam temporariamente os projectos
nucleares em curso para proceder a uma verificação da situação actual.
À luz do acima referido, a Comissão Europeia considera oportuno, em sede de revisão
da Directiva Seveso III:
1. Verificar as condições actuais das centrais existentes na UE para controlar os seus
níveis de resistência em caso de ocorrências sísmicas e outras calamidades naturais;
Congelar os projectos de instalação de novas centrais com o intuito de verificar se as
2. tecnologias previstas têm capacidade para garantir os níveis necessários de
segurança em caso de ocorrências sísmicas e outras calamidades;
3. Proibir a instalação de novas centrais nos territórios europeus que apresentam risco
15
16. sísmico?
(15)
Conclusão
Os sismos são uma das manifestações da actividade geológica da Terra. De uma
forma literal, os sismos não passam da libertação de energia acumulada, no entanto,
podem alterar a forma das rochas, dos solos e consequentemente, de tudo o que está
sobre eles. Podendo deste modo, a vida dos seres vivos, incluindo a do homem ser
fortemente afectada, como vimos ao longo deste trabalho no caso dos sismos do Haiti
e do Japão.
O grau de preparação de um país condiciona, e muito, as consequências de um
sismo. Em países como o Haiti, que são pobres e com pouca ou nenhuma preparação,
os sismos são muito mais destrutivos, as casas são facilmente derrubadas, o que pode
causar muito mais feridos e mortos. Quando é necessário tratar dos feridos são poucos
os locais que possuem Kits de primeiros socorros, a água potável, etc. Como se pode
observar em 2010, aquando deste sismo, foi muito difícil satisfazer as necessidades
básicas da população após o sismo, era escassa a água potável e a comida. Pelo
contrário, no Japão as consequências foram muito menos devastadoras. Este país está
muito desenvolvido, especialmente no que diz respeito aos sismos. Muitas das
construções já são anti-sísmicas, a população está mais sensibilizada dos riscos e do
que fazer durante e após um sismo.
Mais uma vez somos minimizados pela enormidade que é o nosso planeta,
nada ou quase nada, podemos fazer para contrariar as demonstrações de força que a
Terra nos dá. No caso dos sismos, não há como evita-los, basicamente pouco se pode
fazer para minimizar as consequências, resta-nos apenas, estar informados do que
fazer no caso de um sismo, ter construções o mais seguras possíveis (mesmo que não
sejam anti-sísmicas) e lutar contra a instalação de estruturas como centrais nucleares
em países de elevado risco sísmico.
Figura 14 – Estado do pavimento e de uma habitação após o
sismo
16
17. Referências bibliográficas
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3.
4.
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http://netin.ese.ipcb.pt/cp_vulcao/sismos.htm;
http://articles.cnn.com/2010-01-13/world/haiti.construction_1_building-codehaiti-earthquake%3F_s%3DPM:WORLD (Figura 10)
http://www.iesalc.unesco.org.ve/index.php?option=com_content&view=article
&id=1950:en-haiti-no-se-siguieron-las-normas-de-construccionadecuadas&catid=126:noticias-pagina-nueva&Itemid=712&lang=br
http://science.kqed.org/quest/2010/02/05/what-went-wrong-with-thebuildings-in-haiti/
http://priscilaaquinoprix.blogspot.com/2011/03/construcoes-anti-sismicas-nojapao.html
http://sejaseviu.blogspot.com/2010/01/causa-do-sismo-no-haiti.html
http://blacksmoker.wordpress.com/2010/01/15/sismo-no-haiti/(Figura 2)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sismo_do_Haiti_de_2010
Apontamentos do professor (Figura 3)
Sociedade Geológica de Portugal - MALEO nº 2 (n.s.) Junho de 2011_ (Figuras 4,
5 e 6)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sismo_e_tsunami_de_Tohoku_de_2011
http://priscilaaquinoprix.blogspot.com/2011/03/construcoes-anti-sismicas-nojapao.html(Figuras 7 e 8)
http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?pubRef=-//EP//TEXT+WQ+P2011-002864+0+DOC+XML+V0//PT
http://meionorte3.tempsite.ws/noticias/internacional/forte-terremoto-atingea-costa-nordeste-do-japao-e-gera-tsunami-pelo-menos-22-pessoas-morreram125405.html (Figura 11)
http://www.navy.mil/management/photodb/photos/110314-N-NB544-022.jpg
(Figura 12)
http://www.presidencia.pt/?idc=18&idi=51636
http://www.tvi24.iol.pt/internacional/sismo-no-japao-tsunami-japaotvi24/1238806-4073.html
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