Bernard Couttolenc - Benchmarking Hospitalar: Uma ferramenta para a melhoria do desempenho. Confira as fotos do evento e mais informações no site do FGV/IBRE: http://bit.ly/1raMkfp
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
FGV / IBRE – Benchmarking Hospitalar: Uma ferramenta para a melhoria do desempenho
1. GOVERNANÇA E GESTÃO
Governança e Gestão
Benchmarking Hospitalar: Uma ferramenta
para a melhoria do desempenho
Bernard Couttolenc | 2014
seminário
dos hospitais de atendimento público no Brasil
2. Seminário Governança e Gestão dos
hospitais de atendimento público no
Brasil
Rio de Janeiro, 20 de Outubro de 2014
Benchmarking Hospitalar
Uma ferramenta para a melhoria do desempenho
Bernard F. Couttolenc
3. Resumo
Por que medir o desempenho dos hospitais?
Como medir o desempenho?
Benchmarking: conceito e evidências
E que mais?
2
4. Por que avaliar e monitorar o
desempenho de hospitais?
Hospitais consomem a maior parte do dinheiro da saúde
A parte mais “cara” do sistema (2/3 em média)
Hospitais são fontes de ineficiências importantes
Ociosidade ou baixa utilização
Uso ineficiente de recursos
Não padronização de procedimentos
Possibilidade de ganhos importantes de eficiência e custos
Necessário identificar as causas para melhorar
3
5. Algumas evidências do problema
EUA
30% do gasto em saúde é desperdiçado
Gastam USD 4700/capita (2010), mas têm indicadores similares a
alguns países que gastam <500
Brasil
O hospital médio brasileiro produz 1/3 do que poderia produzir com
os mesmos recursos.
Em média, os centros cirúrgicos produzem 0,67 cirurgia por dia.
Hospitais brasileiros utilizam 2 vezes mais funcionários por leito
ocupado que nos EUA ou Europa (10,5 X 5,2).
Fontes: IOM, 2008; La Forgia e Couttolenc, 2008
4
6. Sistemas de Saúde: Diferenças na
Eficiência do Gasto
PIB* Gasto Saúde* Mort Infantil Mort Materna Exp de Vida
EUA 43.480 8.233 6 21 78,7
Canada 35.369 4.443 5 12 81,1
Japão 32.545 3.120 2 5 83,6
Coréia do Sul 28.231 2.035 4 16 80,7
Chile 14.987 1.191 8 25 79,3
Argentina 15.347 1.321 13 77 78,7
Malásia 13.676 645 6 29 74,5
Mexico 12.947 962 13 50 77,1
Brasil 10.152 1.009 14 56 73,8
Africa do Sul 9.594 915 35 300 53,4
Peru 9.306 463 14 67 74,2
Cuba 5.539 414 5 73 79,3
Sri Lanka 5.170 175 11 35 75,1
Paraguai 4.497 493 19 99 72,7
Bangladesh 1.795 61 37 240 69,2 5
*Em USD PPP
7. Desperdício nos EUA
6
GASTO TOTAL:
2500 BI USD
DESPERDÍCIO
TOTAL: 765 BI
USD
Serviços
desnecessários
27%
Custos
administrativo
s excessivos
25%
Prestação
ineficiente
17%
Preços altos
demais
14%
Fraude
10%
Falhas de
prevenção
7%
8. Ineficiência nos hospitais do Brasil
A maioria dos hospitais é muito ineficiente
Score médio 0,34 (max = 1)
A maioria é muito pequena (< 60 leitos)
Tamanho eficiente é 150-300 leitos
Ociosidade/baixa utilização de recursos técnicos
Centros cirúrgicos pouco utilizados
Alto uso de recursos humanos
Muito acima da média internacional
7
9. Maioria dos hospitais é ineficiente
Eficiência medida em
score 0-1 (DEA)
Score médio 0,34
Grande dispersão
Hospital médio produz
1/3 dos eficientes
Importância da escala
Privados > Públicos
8
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
Geral Federais Estaduais Municipais Filantrop. Lucrativos
Scores de eficiência (0-1)
Natureza do hospital
Interna Escala Total
10. Grande dispersão nos indicadores de
eficiência
9
300
250
200
150
100
50
0
Mun
53.8
OECD
32.6
Distribuição dos hospitais, natureza e referências
Giro de leito
CQH
64.7
FP
56.9
Est
50.0
Fil
45.5
Fed
32.6
SUS
28.8
Q1 Q2 Q3 Q4
Grande dispersão
Giro médio OK
Lucrativos e Mun >
Giro
Giro: melhor proxy
da eficiência
11. Baixa ocupação dos leitos
10
TMO = 37% (SUS)
Ocupação associada
ao tipo e nível do
hosp: referência e
maiores > TO
Grande ociosidade
dos hospitais
pequenos (<30%)
12. Baixa utilização de recursos
11
175
257
94
208
178
300
250
200
150
100
50
0
Federal
Estadual
Municipal
Lucrativo
Filantrop
Natureza do hospital
Num cirurgias /sala /24hs
Média
Cirurgias por sala: 0.67
/24 hs
Mais alta nos hospitais
maiores
Baixíssima nos
menores
Custo: $$$$$
13. Muitos funcionários por leito
Alta utilização de pessoal /leito: 2,9 (princ. Outros)
+ Baixa ocupação
= Altíssima relação Pessoal/Paciente (2x EUA)
Baixa qualificação baixa produtividade
12
16
14
12
10
8
6
4
2
-
6
5
4
3
2
1
0
Federal
Estadual
Lucrativo
Filantrop.
Municipal
Geral
CQH
OECD
Natureza do hospital
Quantidade de pessoal por leito
Médicos Enfermagem Outros
14. Como medir o desempenho?
Informação confiável > sistemas de informação
Como medir o desempenho?
Dimensões a serem medidas: Eficiência, Qualidade, Lucro, Insumos, Produto?
Indicadores para representá-las
Comparação com outros hospitais ou algum parâmetro de referência
Análise e interpretação dos resultados
Identificação de fatores do desempenho (porquê?)
Identificação de problemas
Estratégias de melhoria/Tomada de decisões
Como melhorar a eficiência e/ou qualidade?
Benchmarking como estratégia preferencial
13
15. O que é benchmarking?
Método para comparar o desempenho de algum
processo, prática de gestão ou produto da
organização com o de um processo, prática ou
produto similar, que esteja sendo executado de
maneira mais eficaz e eficiente, na própria ou em
outra organização;
Para que serve: entender as razões de diferenças
no desempenho, adaptar parâmetros à realidade da
organização e implementar melhorias significativas.
“Definição da Fundação Nacional da Qualidade”
“Fonte: Benchmarking – Relatório do Comitê Temático“
14
16. Elementos de um sistema de avaliação de
desempenho
15
SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO
RECURSOS
HUMANOS
PRODUÇÃO DE
SERVIÇOS
ORÇAMENTO E
FINANÇAS
SISTEMA/
MATRIZ DE
INDICADORES
SISTEMA DE
BENCHMARKING
ESTRUTURA
DE QUALIDADE
MIX DE
SERVIÇOS
PRODUTIVI-DADE
EFICIÊNCIA
QUALIDADE
RECURSOS
FÍSICOS E
TECNICOS
GERAL OU
SINTÉTICO
ÁREA
OU
TEMA
ANÁLISE E
INTERPRETAÇÃO
TOMADA DE
DECISÃO
CORREÇÃO DE
PROBLEMAS
METAS DE
MELHORIA
IDENTIFICA-ÇÃO
DE
PROBLEMAS
IDENTIFICA-ÇÃO
DE
ESTRATÉGIAS
DE MELHORIA
ÁREA
OU
TEMA
ÁREA
OU
TEMA
ÁREA
OU
TEMA
INTENSIDADE
E MIX DE
INSUMOS
PAGAMENTO
BASEADO EM
RESULTADOS
CONTRATAÇÃO
SELETIVA/
ESTRATÉGICA
INDICADORES
CRÍTICOS
IDENTIFICA-ÇÃO
DE
MELHORES
PRESTADORES
DESENHO E RETROALIMENTAÇÃO
17. Exemplos de benchmarking
Brasil: SI ou Benchmark básico (média do setor)
Públicos: REHUF (45 hosp, 50 inds), OS/SP (19 inds), SAHE/SP (30 hosp, 60
inds): indicadores p/ monitoramento
CQH: 1991, 200 hospitais, 29/56 indicadores
ANAHP: 48 hospitais privados, 60 indicadores
PROAHSA: 41 indicadores
La Forgia e Couttolenc (Banco Mundial)
428 hospitais públicos e privados, 37 indicadores
Internacional: Benchmarking com ranking
Hospital Compare (Medicare): 4550 hosp, 13/77 indics em 4 áreas
Top 100 (Solucient, EUA): 6000 hospitais, 9 indicadores
BSC hospitalar (Ontario): 88% dos hosp, 32 indics em 4 áreas
Hospitais SA (Portugal): 31 hospitais, 35 indicadores em 5 áreas
16
18. Objetivos do benchmarking
Comparação
Com semelhantes ou ajustado (por case mix, nível de preços)
Do desempenho do hospital X com hospitais semelhantes
Do hospital X em relação a metas ou ao longo do tempo
Identificar os fatores das diferenças de desempenho (e custos)
Mix/composição de insumos
Utilização de recursos: produtividade, eficiência, ociosidade
Padronização de processos
Desenvolver estratégias de melhoria
Quais são os principais gargalos de eficiência (ou qualidade)?
Quanto seria possível produzir a mais com os recursos atuais?
Análises setoriais ou por grupos de hospitais
17
19. Usos do Benchmarking
Identificar boas práticas, exemplos a serem seguidos
Selecionar/contratar melhores prestadores
Estabelecer metas e parâmetros a alcançar
Informar ao público (quem tem qualidade)
Divulgação – nome aos bois
Limitações no Brasil
Limitado em foco/escopo, interno, fragmentado
Benchmarking por si – não como ferramenta de melhoria
Pouca divulgação – “sigilo”
18
20. Que perguntas queremos responder?
Qual é meu desempenho
(frente ao grupo de
referência)?
Como posso melhorar,
aprender com as melhores
práticas, e me tornar um
dos melhores?
19
Fluxo de
pacientes
DESEMPENHO
Centro
Cirúrgico
Emergência
e gestão do
risco
Qualidade e
Controle de
infecção
Recursos
humanos
Gestão do
leito
21. Passos para um benchmarking de impacto
Coletar e analisar dados
Dos hospitais participantes
De bancos de dados de referência
Extrair oportunidades de melhoria
Uso atual do B
Contrastar hospitais com valores de referência (média, TOP)
Identificar fatores/razões das diferenças
Desenvolver estratégias de melhoria
A partir da análise dos fatores > como alcançar os TOP
Implementar as estratégias de mudança
Com monitoramento por benchmarking
20
22. Além do Benchmarking
Benchmarking é apenas uma ferramenta
Medição e comparação do desempenho e identificação de boas
práticas
O que mais?
Incentivos para melhorar o desempenho => Mecanismos de
pagamento que premiem o desempenho
Sistema de contratação baseado no desempenho
Sistemas de informação que meçam desempenho e não apenas
utilização de insumos e/ou produção de meios (consultas,
internações)
21
26. Benchmarking interno
DIMENSÃO E INDICADOR VALOR NO
PERÍODO
VALOR
ANTERIOR
VARIAÇÃO
PERÍODO
VALOR DA
META
CUMPRI-META
%
Recursos
Índice de Funcionários por leito
Índice de Pessoal de Enfermagem por leito
Proporção de leitos de UTI
Proporção de residentes s/ total de médicos
No. equipamentos de Alta Complexidade
Serviços
Consultas ambulatoriais por Internação
Atendimentos de UE por internação
Proporção de internações clínicas
Proporção de internações cirúrgicas
Proporção de internações obstétricas
Proporção de internações pediátricas
Proporção de internações de alta complex.
Índice de alunos por leito
Eficiência
Taxa de ocupação de leitos
Média de permanência
Número de funcionários por paciente-dia
Número de exames por internação
Taxa de utilização das salas cirúrgicas
Qualidade
Proporção de protocolos clínicos em uso
Taxa de Infecção Hospitalar geral
Proporção de Enfermeiros s/ enfermagem
Taxa de cesáreas
Condição de acreditação 25
28. Benchmarking externo
DIMENSÃO E INDICADOR VALOR NO
HOSPITAL
MÉDIA
GERAL
% MÉDIA
GERAL
VALOR
QUINTIL +
% MÉDIA
QUINTIL
Recursos
Índice de Funcionários por leito
Índice de Pessoal de Enfermagem por leito
Proporção de leitos de UTI
Proporção de residentes s/ total de médicos
No. de equipamentos de Alta Complexidade
Serviços
Consultas ambulatoriais por Internação
Atendimentos de UE por internação
Proporção de internações clínicas
Proporção de internações cirúrgicas
Proporção de internações obstétricas
Proporção de internações pediátricas
Proporção de internações de Alta Complex.
Índice de alunos por leito
Eficiência
Taxa de ocupação de leitos
Média de permanência
Número de funcionários por paciente-dia
Número de exames por internação
Taxa de utilização das salas cirúrgicas
Qualidade
Proporção de protocolos clínicos em uso
Taxa de Infecção Hospitalar geral
Proporção de Enfermeiros s/ enfermagem
Taxa de cesáreas
Condição de acreditação
Efetividade
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