SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 19
DISCOURSES
NORMAN FAIRCLOUGH
In: FAIRCLOUGH, N. (2003) Analysing
discourse: textual analysis for social research.
London: Routledge, p. 123-133.
F Á T I M A A N D R É I A T A M A N I N I - A D A M E S
( D O U T O R A N D A E M L E T R A S )
2 0 1 2
1
Resumo
 (p. 133) Discursos são formas de representar o mundo, em diferentes níveis
de abstração — por ex., o ‘novo espírito do capitalismo’ [1]: discurso com alto nível
de abstração e desenvolvido como uma articulação de discursos.
 Textos diferem dos discursos em que baseiam-se para representar aspectos
particulares do mundo, articulando/hibridizando diferentes discursos de várias
maneiras.
 Discursos podem ser diferenciados em termos de relações semânticas
(hiponímia, sinonímia, antonímia) entre palavras — como eles classificam partes
do mundo —, como na colocação das palavras, nas crenças/pressupostos, e em
várias características gramaticais.
2
Questões de análise de texto
Discursos em diferentes níveis de abstração
Análise ‘interdiscursiva’ - articulação de discursos em textos
Equivalências e diferenças
Relações semânticas entre palavras - sinonímia, hiponímia, antonímia
Colocação
Questões de investigação social
O ‘novo espírito do capitalismo’
Classificação
1. Introdução
 (p. 123) Identificação e análise de discursos: preocupação entre as ciências humanas e
sociais - Foucault [2, 3] teve influência decisiva -> análise do discurso de Foucault:
análise de ‘enunciados‘ - sem preocupação com análise detalhada dos textos -
questão de discernir as regras que governam a corpos de textos e enunciados.
 (p. 124) Discurso – Foucault: produzindo gama desconcertante de teorizações e análises
de discursos [4, 5, 6] -> termo usado ‘abstratamente’ (subst. abstrato) para enunciados ; e,
concretamente (subst. contável: um/dois/vários discursos) para grupos de enunciados ou
para as regras que os governam.
 Discursos - Fairclough: formas de representar os aspectos do mundo —>
processos/relações/estruturas do mundo material; pensamentos/sentimentos/crenças do
mundo mental; e o mundo social.
 Aspectos particulares do mundo podem ser representados diferentemente: considerar a
relação entre diferentes discursos -> diferentes discursos = diferentes perspectivas
sobre o mundo -> associados com diferentes relações que temos com o mundo
(dependente de nossas posições no mundo, identidades e relações sociais).
 Discursos não só representam o mundo como ele é visto, mas também são projetivos,
representam mundos possíveis diferentes do mundo real.
 Relações entre diferentes discursos = elemento das relações entre diferentes pessoas:
podem complementar-se, competir, um pode dominar outro(s)...
 Discursos são parte dos recursos que implantamos em relação aos outros,
mantendo- nos separados/competindo/dominando os outros, ou para mudar nossas formas
de relação com os outros.
3
2. Níveis de abstração
 Discursos como diferentes formas de representação -> implica em grau de
repetição e semelhança: são compartilhados por grupos e têm estabilidade no tempo.
 Há diferentes representações de aspectos do mundo nos textos, mas cada representação não
é um discurso separado: discursos transcendem representações concretas e locais -> um
discurso pode gerar muitas representações.
 Discursos diferem em grau de repetição/semelhança/estabilidade no tempo ->
'escala‘: quanto incluem do mundo no intervalo de representações que podem
gerar.
 (p. 124-125) Nos ‘gêneros’, faz sentido distinguir diferentes níveis de abstração para
falar de discursos.
 Exs.:
 Há uma forma de representar indivíduos racionais/unitários, cuja identidade como seres
sociais é secundária, em que as relações sociais são vistas como assumidas por indivíduos
pré-existentes -> ‘discurso individualista do self’ ou ‘discurso cartesiano do sujeito’ - podem
ser rastreados através do texto e sua 'escala' gera um vasto leque de representações.
 (p. 125) Domínio da economia: discurso 'Taylorista' de gestão; domínio da política: discurso
do Liberalismo; etc.
 [Fairclough [7]: discurso político da ‘Third Way‘/’New Labour’ (ligado a uma determinada
posição dentro do campo político em um ponto específico no tempo)].
4
5
(p. 244-245) EXAMPLE 9: Extract from Rosabeth Moss Kanter. Evolve!, Harvard Business
School Press, 2001, p. 169-70.
Companies that are successful on the web operate differently from their laggard
counterparts. On my global e-culture survey, those reporting that they are much better than
their competitors in the use of the Internet tend to have flexible, empowering, collaborative
organizations. The `best' are more likely than the `worst' to indicate, at statistically
significant levels, that
- Departments collaborate (instead of sticking to themselves).
- Conflict is seen as creative (instead of disruptive).
- People can do anything not explicitly prohibited (instead of doing only what is
explicitly permitted).
- Decisions are made by the people with the most knowledge (instead of the ones
with the highest rank).
Pacesetters and laggards describe no differences in how hard they work (in response to
a question about whether work was confined to traditional hours or spilled over into
personal time), but they are very different in how collaboratively they work.
Working in e-culture mode requires organizations to be communities of purpose.
Recall the elements of community sketched in chapter I. A community makes people feel like
members, not just employees – members with privileges but also responsibilities beyond the
immediate job, extending to colleagues in other areas. Community means having things in
common, a range of shared understandings transcending specific fields. Shared
understandings permit relatively seamless processes, interchangeability among people,
smooth formation of teams that know how to work together even if they have never
previously met, and rapid transmission of information. In this chapter we will see how the
principles of community apply inside organizations and workplaces, sometimes facilitated
by technology but also independent of it. And I will examine the challenges that have to be
overcome to create organizational communities.
The greater integration that is integral to e-culture is different from the centralization
of earlier eras. Integration must be accompanied by flexibility and empowerment in order to
achieve fast response, creativity, and innovation through improvisation. Web success
involves operating more like a community than a bureaucracy. It is a subtle but important
distinction. Bureaucracy implies rigid job descriptions, command-and-control hierarchies,
and hoarding of information, which is doled out top-down on a need-to-know basis.
Community implies a willingness to abide by standardized procedures governing the whole
organization, yes, but also voluntary collaboration that is much richer and less
programmed. Communities can be mapped in formal ways, but they also have an emotional
meaning, a feeling of connection. Communities have both a structure and a soul.
 Exemplo 9: de livro de
'guru' de gestão [8] ->
‘novo espírito do
capitalismo’ [1] ou
ideologia do novo
capitalismo: novo
discurso surgido da
combinação de discursos
existentes.
 Como essas combinações
são ‘texturizadas’ (não
incluso no ex. 9)?
 7 habilidades clássicas
envolvidas em inovação
e mudança e que
refletem um estilo
básico para a ‘e-
cultura’:
 1. sintonia com o
ambiente;
 2. pensamento
caleidoscópico;
 3. visão inspiradora;
 4. construção de união;
 5. criação de equipe de
trabalho;
 6. persistência nas
dificuldades;
 7. obtenção de crédito e
reconhecimento.
6
 O 'estilo‘ refletido nesta lista é o modo como o ‘novo espírito do capitalismo’ representa o
'líder' em empresas.
 A lista trabalha também com uma relação de expressões equivalentes que ‘emanam de’ e
‘evocam’ diferentes discursos.
 Esta listagem é um dispositivo de texturização para o processo de combinação de
discursos que constituem o novo discurso.
 O ‘novo espírito do capitalismo’ articula discursos ‘de inspiração' e
'conexionistas‘ -> 'regimes de justificação‘: líderes combinam visão/networking [1].
 (p. 125-126) Emanam do discurso ‘de inspiração‘ (mas podem vir de diferentes discursos)
-> articulação de discursos. :
 sintonia com o ambiente (uso metafórico de uma expressão no discurso técnico que evoca um
discurso de relações pessoais, talvez um discurso aconselhamento, onde como se escuta os
outros está em foco);
 pensamento caleidoscópico (evoca talvez textos populares de Psicologia sobre ‘pensamento
criativo’);
 visão inspiradora (parece emanar do discurso de crítica de arte).
 Emanam do discurso 'conexionista‘:
 construção de união.
 (p. 126) Exemplo 9 (vide p. ant.): Texturização similar de discursos -> equivalências
dentro do ‘novo espírito do capitalismo’ e diferenças entre este e o 'velho' discurso.
 Texturização da relação de diferença: através de uma série de estruturas relacionais
antitéticas e expressões (X instead of Y, X not just Y, X but also Y, X different from Y, more
like X than Y) -> o discurso do 'protagonista' (o ‘novo espírito do capitalismo’) - antes dos
parênteses - é definido contra o discurso do 'antagonista' - dentro dos parênteses.
 Texturização da relação de equivalência - ao mesmo tempo: elementos antes dos
parênteses são equivalentes, assim como os de dentro dos parênteses - e os diferentes
discursos dos quais estes elementos emanam são articulados juntos.
3. Textos e
discursos
 (p. 249-250) Example 13: I have taken the following example from a book written by two
long-standing members of the Labour Party, Ken Coates (who is a Member of the European
Parliament) and Michael Barratt Brown (they are now operating within the Independent
Labour Network). (M. Barratt Brown and K. Coates, The Blair Revelation, Spokesman
Books 1996, p. 172-174, 177-178.) They are writing here about New Labour's view of what
they call `capitalist globalization' (`the new global economy' in New Labour terms):
 Capital has always been global, moving internationally from bases in the developed
industrial countries. What has changed is not that capital is more mobile . . . but that the
national bases are less important as markets and production centres. In other words, the
big transnational companies are not only bigger but more free-standing ... the European
Union, far from offering a lead and a challenge to the nation-states of Europe, reinforces
their status as clients of the transnational companies. Indeed, this clientism applies not
only to companies based in Europe. . . . While it is true that a national capitalism is no
longer possible in a globalized economy, it is not true that national governments — and
by extension the European Union — are totally lacking in powers to employ against the
arbitrary actions of transnational capital. There is much that governments can do in
bargaining — in making or withholding tax concessions for example.... But such
bargaining has to have an international dimension or the transnational companies can
simply continue to divide and conquer ... New Labour appears to have abandoned what
remained of Labour's internationalist traditions. ... Yet the ICFTU, the European TUC
and the Geneva trade groups all offer potential allies for strengthening the response of
British labour to international capital. (p. 172—174)
 Some NGOs . . . have developed in their international relations what professor Diane
Elson, the Manchester economist, has called `the economy of trust'. Most commercial
organizations spend much time and energy on controlling, monitoring, checking and
counter-checking their business transactions. In a highly competitive market they simply
do not trust their suppliers or customers not to take advantage of them. There is an
alternative — to build up a relationship of trust . . . one of the lessons learnt by some
NGOs working the Third World, where for long there was a relationship of domination
and exploitation [was that] nothing less than total openness and respect could build up a
new relationship . . . if all the words in New Labour's pronouncements about partnership
and social markets, cooperation and not confrontation were to be taken seriously, the
economy of trust would surely have a special appeal. Instead we find that `the enterprise
of the market and the rigour of competition' are always put before `partnership and
cooperation’. (p. 177—178)
 (p. 127) Textos
diferentes dentro da
mesma cadeia de
eventos ou que estão
localizados em relação
à mesma rede de
práticas sociais e que
representam os
mesmos aspectos do
mundo, diferem nos
discursos.
 Exemplo 13: de livro
de 2 membros da ala
esquerda do Partido
Trabalhista Britânico –
o que na visão do ‘New
Labour' (direita) é
chamada ‘a economia
global’, eles chamam
'globalização
capitalista'.
7
8
 Diferença entre a representação da mudança econômica global nos discursos políticos na
‘Third Way' :
 DE DIREITA (NEW LABOUR): a mudança econômica (globalização) é representada
como um processo sem agentes sociais — como algo que está acontecendo em vez de algo
que pessoas/empresas/governos estão fazendo [7].
 DE ESQUERDA: as multinacionais são referidas como agentes de dominação da
mudança econômica — quem ‘divide e conquista’.
 Expressões para representar as multinacionais (relações semânticas internas) ->
`transnational companies', `transnational capital', `international capital‘ - através da
reformulação, uma relação de equivalência/sinonímia é texturizada entre ‘companies’
(concreto) e 'capital‘ (abstrato): formas concretas para abstratas - característica de elemento
marxista (evidente no discurso de esquerda e que o diferencia do da direita).
 Representação dos governos nacionais (e União Europeia) -> em relação antagônica com
companhias/capital ‘transnacional’ (contestar o 'capital' é outra característica do discurso
político de esquerda) – os governos nacionais são representados como atuando em aliança
com organizações sindicais comerciais (de acordo com 'internationalist traditions’ –
‘internacionalismo’ aqui mantém seu sentido de solidariedade de trabalho).
 (p. 128) Conceito de 'clientism' - ‘employing powers against' ou ‘bargaining' com o capital –
não aparece no discurso político do New Labour.
 Textos também estabelecem relações dialógicas/polêmicas/de tensão entre seus
próprios discursos e os discursos dos outros.
 Contesta sentido dado pelo New Labour a 'partnership' e 'cooperation‘ – aqui estão
articuladas com 'trust', ‘openness', ‘respect' - existe hierarquia encoberta no discurso de
direita/’New Labour’:`enterprise' e `competition' sempre antes de`partnership' e
'cooperation'.
 (p. 236) Example 4: This is a paragraph from a policy paper which was
prepared for the European Council by the Competitiveness Advisory Group,
which consists of representatives of the employers and trade unions as well
as some politicians and officials. The example is taken from a paper by Ruth
Wodak (From conflict to consensus? The co-construction of a policy paper, in
P. Muntigl et al., European Union Discourses on Un/Employment, John
Benjamins, 2000. The example is taken from page 101.). I have retained
Wodak's numbering of sentences.
 1 But (globalization) is also a demanding process, and often a painful one.
 2 Economic progress has always been accompanied by destruction of
obsolete activities and creation of new ones.
 3 The pace has become swifter and the game has taken on planetary
dimensions.
 4 It imposes deep and rapid adjustments on all countries — including
European countries, where industrial civilization was born.
 5 Social cohesion is threatened by a widespread sense of unease, inequality
and polarization.
 6 There is a risk of a disjunct between the hopes and aspirations of people
and the demands of a global economy.
 7 And yet social cohesion is not only a worthwhile social and political goal;
it is also a source of efficiency and adaptability in a knowledge-based
economy that increasingly depends on human quality and the ability to
work as a team.
 8 It is more than ever the duty of governments, trade-unions and employers
to work together
 - to describe the stakes and refute a number of mistakes;
 - to stress that our countries should have high ambitions and they
can be realized; and
 - to implement the necessary reforms consistently and without
delay.
 9 Failure to move quickly and decisively will result in loss of resources, both
human and capital, which will leave for more promising parts of the world
if Europe provides less attractive opportunities.
 Relação
dialógica/polêmica: forma
dos textos misturarem
diferentes discursos - mas seus
próprios discursos são
frequentemente híbridos.
 ANÁLISE
INTERDISCURSIVA DE
TEXTOS: parcialmente
preocupada em identificar que
discursos estão drawn upon e
como estão articulados juntos -
podemos ver um texto como
drawing upon um discurso.
 Exemplo 4: Wodak traça a
transformação do texto através
de sucessivas versões durante
as reuniões do grupo -> 5 — 7
foram adicionados em versões
posteriores 'como uma
concessão para os sindicatos
(adição como hibridização
de discursos).
9
10
 Há 2 discursos principais: discurso neoliberal de mudança econômica que representa a
`globalization' como fato que exige `adjustments' e `reforms' para reforçar a `efficiency and
adaptability' para competir; discurso político que representa sociedades visando a `social
cohesion‘ e ameaças à ela.
 Estes 2 discursos implicam prioridades políticas diferentes: aumentar a
competitividade de um lado, e a coesão social de outro.
 Discurso de coesão social: representa pessoas como estranhas ao discurso neoliberal —
em termos de sentimentos (‘sense of unease, inequality and polarization') `hopes' e
'aspirations‘ – 7 articula estes discursos juntos usando um vocabulário com categorias-chaves
dos 2 discursos em relações semânticas: `social cohesion‘ reconstruída como `human
quality‘, `the ability to work as a team‘, `source of efficiency and adaptability'.
 Ainda que o discurso de coesão social seja fundamentalmente moral e humano - orientado
para pessoas com sensação de pertencimento a uma comunidade -, a `human quality‘ reduz
pessoas a forças de produção: embora estes discursos possam ser vistos como incompatíveis
em como representar pessoas, esta é uma estratégia de legitimar o discurso de coesão
social em termos do discurso neoliberal.
 (p. 132) Apesar do contraste entre o discurso neoliberal e o discurso de coesão social, há uma
coisa que eles têm em comum: representam processos sociais reais e eventos de uma
forma altamente abstrata - embora ultimamente façam referência a eventos
particulares/concretos, muitos dos elementos destes eventos concretos são excluídos.
4. Identificando e caracterizando discursos
 (p. 129) COMO IDENTIFICAR DIFERENTES DISCURSOS DENTRO DE UM TEXTO?

 (*) Temas do Exemplo 7 (vide a seguir)-> processos econômicos e mudança, processos de
governança (nacional e global), protesto político (antiglobalização) e visões da globalização
(no 'Sul') - cada um aberto a diferentes perspectivas, representações e discursos (ver:
HALLIDAY, M. A. K. Clause as message. In: HALLIDAY, M. A. K. (2004) An introduction
to functional grammar. 3rd ed. Revised by Christian M. I. M. Matthiessen. London, UK:
Edward Arnold, p. 64-105.).
 Representação dos processos econômicos e mudança (em ‘Ghana’): em termos de neo-
classical, market-liberalization discourse of the `Washington consensus‘ - em contraste, por
ex., ao Keynsian economis discourse.
 Representação do governo: como 'governance‘ - termo parte de um discurso neoliberal de
governo que, por um lado representa o governo como um quadro de governança global (OMC
e FMI – centrais na imposição do ‘consenso de Washington') e, por outro, prescreve
mudanças no governo em termos de 'transparency', `accountability‘... – pode ser
contrastado com discursos mais tradicionais de governo.
11
Podemos pensar em DISCURSO como
representando
Podemos identificar na ANÁLISE
TEXTUAL
- uma parte particular do mundo - as principais partes do mundo (incluindo
áreas da vida social) representadas — ‘temas’
principais (*)
- uma perspectiva particular - a perspectiva particular/ângulo/ponto de
vista dos quais eles são representados
12
(p. 239-241) Example 7: This example is taken from the website of the World Economic Forum during its annual meeting in Davos, Switzerland, in
January 2001. The example is rather complex since it contains three different elements. First, a summary of one of the sessions at Davos. Second,
selected quotations from the session. Third, edited comments sent to the website on the theme of the session by people from various countries. To
reduce the length of the example, I have included only one quotation and one email comment.
Thursday, 25 January 2001
How Can Globalization Deliver the Goods: The View from the South
Globalization is now a loaded term in many parts of the world. It is often associated more closely with the social challenges facing the southern
hemisphere rather than with economic opportunities. What are the critical issues that need to be addressed in order for globalization to meet the
expectations of the southern hemisphere?
Globalization is often more closely associated with the social challenges facing the southern hemisphere than with the economic opportunities. The
future success of globalization requires that developing countries be fully involved in the management of the global economy and that their voices be
heard.
Recent demonstrations have made it clear that the priorities and agendas of the developing world must be heard. The United States and Europe can
no longer set the global agenda on their own. But the integration of environmental and labour standards into the framework of global governance
may not be as easy as the protestors thought. Many in the developing world see these issues as potential excuses for trade barriers.
In terms of global governance, the establishment of the Group of 20 was a step in the right direction. In the Group of 20, unlike the Group of 7, both
industrial and developing countries have a say in economic coordination. But, economics are not the only concern. Cultural homogenization worries
many. There is fear that over-powering globalization will force the extinction of national cultures and traditions, especially in the southern
hemisphere. Others disagree with this notion, saying societies have been changing for all eternity. Globalization increases choice and liberty, while
national group identity does the opposite. In a world with close contact between differing cultural identities and ethnic practices, governors must be
careful not to steer diversity down the destructive paths of the past. There is also concern that globalization means more for the rich, and less for the
poor. But it must be made clear that the benefits of overall growth should reach all, and that economies that are more transparent tend to have
lesser income inequalities.
Nonetheless, it is true that some countries are falling behind. Ghana, for example, has strictly followed structural adjustment programmes for 15
years, yet still struggles to attract investment and grow. It is common to blame globalization, but some say such growth won't come by solely
focusing on macroeconomic variables. Rather, the fundamental structures of a market economy, freely moving prices and guaranteed contracts
and property, must first be in place.
While addressing these concerns, and helping globalization meet the expectations of the southern hemisphere, leaders will make things easier by
striving for good governance. More transparency, more accountability, and more participation by all involved will help make the process seem
more humane.
Quote from the session
'World trade liberalization has to be a two-way street. We are tired of hearing "we want to sell to you, but you can't sell to us".'
Marcus Vinicius Pratini de Moraes, Minister of Agriculture and Food Supply of Brazil
Email comment
There is not only a problem of equal distribution North—South, but also within many developing countries (Brazil, S. Africa, Indonesia ...). Whilst
we develop programmes to empower local farmers and informal entrepreneurs, the rich of these countries choose their new private jet. No fair
distribution is possible without political change.
Jo, Antwerp, Belgium
13
 Discursos se distinguem por suas formas de representação e sua relação com outros elementos
sociais - podemos especificar formas de representação em termos de recursos linguísticos.
 As características mais evidentes de um discurso são susceptíveis de ser características de
vocabulário.
 É mais produtivo focar em como diferentes discursos estruturam o mundo
diferentemente, nas relações semânticas entre palavras.
 Exemplo 13 ( vide p. 7): relação entre `transnational companies' and `transnational
capital‘.
 (p. 129-130) Texturização de relações semânticas —> novas relações semânticas criadas nos
textos - parte do trabalho do agente social na produção de sentido.
 (p. 130) Semanticamente ->`companies' e 'capital‘ têm relação de hiponímia, junto com
outros co-hipônimos como `trusts' e `financial markets'.
 Estruturação do mundo e relação semântica -> permite aos escritores reformular `companies'
e 'capital‘ sem ter que fazer relação explícita e, aos leitores, produzir o sentido do texto.
 Outro ex. de relação semântica encoberta é a relação entre 'globalização' e 'progresso
econômico' no Exemplo 4 (1 e 2) (vide p. 9) — a coerência do texto depende de relação de
hiponímia entre eles.
 Exemplo 1 (a seguir): os funcionários da empresa em questão são classificados em três
grupos: `senior management', `the bottom end' and 'us‘ (média gerência) - co-hipônimos que
constituem uma taxonomia (não está claro o termo superordinado).
 Talvez `workforce' seja usado quando o gerente explica `the bottom end' em resposta ao
entrevistador: `Of the workforce'.
 Mas `workforce' contrasta com `managers' quando o gerente diz `take the power from the
unions and give it back to the managers and give it back to the workforce' e talvez um
sinônimo de `the bottom end' .
 Além de hiponímia (inclusão) e sinonímia (identidade), os discursos incluem
antonímia (exclusão –Exemplo 4 (vide p. 9): antônimos de ‘coesão social’ incluem
'polarização' (no texto) e 'exclusão social' (não no texto).
14
 (p. 229-230) Example 1: The example is taken from T.J. Watson In Search of Management: Culture, Chaos and
Control in Managerial Work, Routledge 1994, p. 207-8, an ethnographic study of managers and management. The
example is an extract from one of the research interviews.
 `The culture in successful businesses is different from in failing businesses. It would be the same with a country or a
city. You can see this when you go to Liverpool. I don't go there very often, but when I do I come back feeling really
depressed. I could really weep when I look at it now; the way it has been destroyed. It has been destroyed by its own
stupidity. I remember as a kid the docks, eighteen miles long. It is now dead. It is all a political problem; these areas
have been starved over the years. It has been happening since the eighteenth century, so that these people have been
downtrodden to the point where they expect to be downtrodden. They are totally suspicious of any change. They are
totally suspicious of anybody trying to help them. They immediately look for the rip-off. They have also been
educated to believe that it is actually clever to get "one over on them". So they are all at it. And the demarcation lines
that the unions have been allowed to impose in those areas, because of this, makes it totally inflexible to the point
where it is destructive. I know it. I can see it.'
 `And how does this relate to what is happening here?'
 `Well, I was going to say, how do you change this sort of negative culture? We have done a lot here. But my greatest
fear is that they are going to destroy all the good work that we put onto this site if they keep pushing and pushing
and pushing the bottom end like they are doing. I believe that people will react in such a way shortly that they will
destroy everything.'
 `Bottom end?'
 `Of the workforce; pushing them by getting rid, I mean. How the hell can you preach this flexibility, this personal
and business development at the same time as you are getting rid? As someone said to me yesterday, an operator,
"Why am I in here now doing the best I can getting this product out when tomorrow morning you can give me a
brown envelope?" I had no answer.'
 `But the good work you refer to?'
 `Take IR. There has been a coordinated plan to take the power from the unions and give it back to the managers and
give it back to the workforce as well. That was going fairly well. But these continuing rounds of redundancies will
give the opportunity to say "We told you so; we knew that was the ground plan all along." The union people can say,
"You should have listened to us all the time."'
 `And the other changes?'
 `Developing Organizational Capability, winning culture, Business Improvement Plan, empowering, and all that: I
am totally committed to all of this principle. These changes are the way forward. But what the company is doing is
going contrary to what all this is about. This is dangerous — raising expectations and then smashing them. I believe
the senior management has a moral responsibility to its workforce and to employ. The firm is an integral part of the
society we live in.'
 `Which means?'
 `All business has got to keep faith with all of those it deals with if it is going to deserve to survive.'
15
 O que está em questão aqui são esquemas classificatórios naturalizados que podem funcionar
como instrumentos inconscientes geradores de 'visões' de mundo [9].
 Quando discursos diferentes entram em conflito e discursos particulares são
contestados, o que é contestado é o poder destes sistemas semânticos
preconstruídos a fim de gerar visões de mundo particulares que podem ter o
poder de sustentar /refazer o mundo à sua imagem.
 (p. 130-131) Discursos diferentes podem usar as mesmas palavras (`globalization‘
nos discursos neoliberal e de antiglobalização'), mas com diferenças só identificadas
nas relações semânticas.
 (p. 131) Maneiras de ver diferenças nas relações semânticas: olhar nos textos
 colocação das palavras,
 padrões de co-ocorrência de palavras,
 palavras que mais frequentemente precedem/seguem a que está em foco,
 palavras com colocações especiais – Exemplo 7 (vide p. 12): `globalization' com
`overpowering' (medo que uma avassaladora globalização extinguirá culturas/tradições) -
texto de organização fortemente favorável do neoliberalismo, mas que dá voz às preocupações
sobre os efeitos negativos da 'globalização', como indica essa colocação improvável em textos
neoliberais convencionais.
 Análise de corpus por computador (ex.: Wordsmith) -> maneira mais eficaz de
explorar padrões de colocações (‘work‘ em antigos textos do New Labour: `Back to work',
`into work', `desire to work', `opportunities to work', `Welfare-to-work' reflect common
collocations in the New Labour corpus, whereas `out of work', `right to work', `democracy
at work', `health and safety at work' … [7].
16
 DISCURSOS TAMBÉM SÃO DIFERENCIADOS POR METÁFORAS
 lexicais (words which represent one part of the world being extended to another), e
 gramaticais (processes being represented as 'things', entities, through 'nominalization').
 Exemplo 9 (vide p. 5): a concorrência entre as empresas é representada metaforicamente
como uma ‘corrida’ ->
 as melhores empresas são 'pacesetters‘ (desbravadoras), como o corredor que assume a
liderança e define o ritmo de uma corrida;
 as piores empresas são `laggards' (retardatários), que não é parte do vocabulário de corridas
(em língua inglesa), ampliando a representação metafórica de empresas, incluindo outras
atividades em que pessoas são avaliadas e classificadas em termos de desempenho.
 Exemplo 9 (vide p. 5): há também representação metafórica de empresas como
`communities' com `members' (não apenas `employees').
 (p. 132) Metáfora é um recurso para a produção de representações distintas de
mundo, mas talvez seja a combinação particular de diferentes metáforas que
diferencia os discursos.
17
 Exemplo 4 (vide p. 9): Processos (‘globalização', 'progresso'), relações (‘coesão social') e
sentimentos (‘esperanças’, 'aspirações') são representados, mas as pessoas envolvidas são
excluídas - assim como outros elementos dos eventos sociais (objetos, meios, tempos,
lugares...).
 Os processos são 'nominalizados‘ -> 'nominalizações' (‘globalização', 'coesão‘, ‘progresso’,
'esperança') - seus próprios temas, objetos... tendem a ser excluídos.
 Sintaticamente, funcionam como substantivos:
 Ex.: ‘coesão social’ é o sujeito de uma sentença (passiva).
 Os discursos são caracterizados e diferenciados não só pelos recursos do
vocabulário, relações semânticas e pressuposições, mas também por
características gramaticais.
 Discursos diferem em como são representados elementos de eventos sociais (processos,
pessoas, objetos, meios, tempos, lugares), e essas diferenças podem ser gramaticais ou
lexicais.
 Ex.: A diferença entre uma nominalização e um verbo é uma diferença gramatical
– como a diferença entre verbos transitivos e intransitivos - estas são algumas das maneiras
pelas quais os discursos diferem na representação de eventos sociais (ver Cap. 8 a
seguir).
18
 No Exemplo 4 (vide p. 9):
 Processos (‘globalização', 'progresso') e relações (‘coesão social') e sentimentos (‘esperanças’,
'aspirações') são representados, mas as pessoas envolvidas - na maior parte - são
excluídas (as pessoas na 6 são uma exceção).
 Processos são nominalizados -> globalização', 'coesão‘ - sintaticamente, estes processos
funcionam como substantivos:
 ‘coesão social’ (5) é o sujeito de uma sentença (passiva).
 Quando os processos são nominalizados ou formulados como substantivos do processo,
seus próprios temas, objetos e assim por diante tendem a ser excluídos.
 5. Então...
 Discursos são caracterizados e diferenciados não só pelos recursos do vocabulário, relações
semânticas e suposições, mas também por características gramaticais.
 Discursos diferem em como são representados elementos de eventos sociais (processos,
pessoas, objetos, meios, tempos, lugares), e essas diferenças podem ser gramaticais além de
lexicais (vocabulário).
 Estas são algumas das maneiras em que discursos diferem na representação de
eventos sociais - ver Cap. 8 para discussão mais detalhada...
References
 [1] BOLTANSKI, L.; CHIAPELLO, E. (1999) Le nouvel esprit du capitalisme. Paris:
Gallimard.
 [2] FOUCAULT, M. (1972) The archaeology of knowledge. New York: Pantheon.
 [3] FOUCAULT, M. (1984) The order of discourse. In: SHAPIRO, M. (Ed.). The Language
of Politics. Oxford: Blackwell.
 [4] DANT, T. (1991) Knowledge, ideology and discourse: a Sociological Perspective.
London: Routledge.
 [5] MACDONELL, D. (1986) Theories of discourse: an introduction. Oxford: Basil
Blackwell.
 [6] MILLS, S. (1997) Discourse. London: Routledge.
 [7] FAIRCLOUGH, N. (2000) New labour, new language? London: Routledge.
 [8] CHIAPELLO, E.; FAIRCLOUGH, N. (2002) Understanding the new management
ideology: a transdisciplinary contribution from Critical Discourse Analysis and the New
Sociology of Capitalism. Discourse and Society, n. 13, v. 2, p. 185-208.
 [9] BOURDIEU, P. ; WACQUANT, L. (1992) An invitation to reflexive sociology.
Cambridge: Polity Press.
19

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

O entre lugar_e_os_estudos_culturais_-_marcos_souza
O entre lugar_e_os_estudos_culturais_-_marcos_souzaO entre lugar_e_os_estudos_culturais_-_marcos_souza
O entre lugar_e_os_estudos_culturais_-_marcos_souzaArtetudo
 
Teria estruturalista1
Teria estruturalista1Teria estruturalista1
Teria estruturalista1JLMeneghetti
 
Juventude, marxismo e revolução
Juventude, marxismo e revoluçãoJuventude, marxismo e revolução
Juventude, marxismo e revoluçãoAlessandro de Moura
 
Serviço social, trabalhadores e proletariado
Serviço social, trabalhadores e proletariadoServiço social, trabalhadores e proletariado
Serviço social, trabalhadores e proletariadoFabiana Adaice
 
Teria estruturalista2
Teria estruturalista2Teria estruturalista2
Teria estruturalista2JLMeneghetti
 

Mais procurados (6)

O entre lugar_e_os_estudos_culturais_-_marcos_souza
O entre lugar_e_os_estudos_culturais_-_marcos_souzaO entre lugar_e_os_estudos_culturais_-_marcos_souza
O entre lugar_e_os_estudos_culturais_-_marcos_souza
 
Teria estruturalista1
Teria estruturalista1Teria estruturalista1
Teria estruturalista1
 
Juventude, marxismo e revolução
Juventude, marxismo e revoluçãoJuventude, marxismo e revolução
Juventude, marxismo e revolução
 
Serviço social, trabalhadores e proletariado
Serviço social, trabalhadores e proletariadoServiço social, trabalhadores e proletariado
Serviço social, trabalhadores e proletariado
 
Teria estruturalista2
Teria estruturalista2Teria estruturalista2
Teria estruturalista2
 
Robson lins
Robson linsRobson lins
Robson lins
 

Semelhante a Representing World Aspects Through Discourse Levels of Abstraction

Análise crítica do discurso
Análise crítica do discursoAnálise crítica do discurso
Análise crítica do discursoAlessandra Rufino
 
MULTILITERACIES AND LANGUAGE. Orders of discourse and intertextuality
MULTILITERACIES AND LANGUAGE.Orders of discourse and intertextualityMULTILITERACIES AND LANGUAGE.Orders of discourse and intertextuality
MULTILITERACIES AND LANGUAGE. Orders of discourse and intertextuality Fatima Andreia Tamanini
 
Minicurso | Análise de Discurso Crítica e Mídia | Semana de Letras - UFV
Minicurso | Análise de Discurso Crítica e Mídia | Semana de Letras - UFVMinicurso | Análise de Discurso Crítica e Mídia | Semana de Letras - UFV
Minicurso | Análise de Discurso Crítica e Mídia | Semana de Letras - UFVMurilo Araújo
 
Conceito de felicidade na mídia pucrs
Conceito de felicidade na mídia   pucrsConceito de felicidade na mídia   pucrs
Conceito de felicidade na mídia pucrsDenise Ayres
 
O banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianas
O banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianasO banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianas
O banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianasAtitude Digital
 
CurríCulo DiferençAs E Identidades
CurríCulo DiferençAs E IdentidadesCurríCulo DiferençAs E Identidades
CurríCulo DiferençAs E IdentidadesEdneide Lima
 
Sintese do texto Um passo para fora da sala de aula
Sintese do texto  Um passo para fora da sala de aulaSintese do texto  Um passo para fora da sala de aula
Sintese do texto Um passo para fora da sala de aulaSonia Piaya
 
AULA- Análises de Discurso em Ciências Sociais
AULA- Análises de Discurso em Ciências SociaisAULA- Análises de Discurso em Ciências Sociais
AULA- Análises de Discurso em Ciências SociaisCleide Magáli dos Santos
 
Filho 1977-revista de-administra%e7%e3o_de_empresas
Filho 1977-revista de-administra%e7%e3o_de_empresasFilho 1977-revista de-administra%e7%e3o_de_empresas
Filho 1977-revista de-administra%e7%e3o_de_empresasOsvaldo Rodrigues Junior
 
Gêneros textuais marcuschi
Gêneros textuais   marcuschiGêneros textuais   marcuschi
Gêneros textuais marcuschiSonia Nudelman
 
Avalia+ç+âo em l+ìngua portuguesa saeb
Avalia+ç+âo em l+ìngua portuguesa saebAvalia+ç+âo em l+ìngua portuguesa saeb
Avalia+ç+âo em l+ìngua portuguesa saebUPE
 
Avaliação
 Avaliação Avaliação
AvaliaçãoExPEEL
 
Teoria das representações sociais
Teoria das representações sociaisTeoria das representações sociais
Teoria das representações sociaisJhonata Andrade
 
Teoria das representações sociais
Teoria das representações sociaisTeoria das representações sociais
Teoria das representações sociaisJhonata Andrade
 
Palestra discurso e poder
Palestra discurso e poderPalestra discurso e poder
Palestra discurso e poderNadia Biavati
 

Semelhante a Representing World Aspects Through Discourse Levels of Abstraction (20)

Análise crítica do discurso
Análise crítica do discursoAnálise crítica do discurso
Análise crítica do discurso
 
Análise crítica do discurso ACD
Análise crítica do discurso ACDAnálise crítica do discurso ACD
Análise crítica do discurso ACD
 
MULTILITERACIES AND LANGUAGE. Orders of discourse and intertextuality
MULTILITERACIES AND LANGUAGE.Orders of discourse and intertextualityMULTILITERACIES AND LANGUAGE.Orders of discourse and intertextuality
MULTILITERACIES AND LANGUAGE. Orders of discourse and intertextuality
 
Resenha dijk
Resenha dijkResenha dijk
Resenha dijk
 
Aula 1
Aula 1Aula 1
Aula 1
 
Minicurso | Análise de Discurso Crítica e Mídia | Semana de Letras - UFV
Minicurso | Análise de Discurso Crítica e Mídia | Semana de Letras - UFVMinicurso | Análise de Discurso Crítica e Mídia | Semana de Letras - UFV
Minicurso | Análise de Discurso Crítica e Mídia | Semana de Letras - UFV
 
Conceito de felicidade na mídia pucrs
Conceito de felicidade na mídia   pucrsConceito de felicidade na mídia   pucrs
Conceito de felicidade na mídia pucrs
 
O banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianas
O banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianasO banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianas
O banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianas
 
CurríCulo DiferençAs E Identidades
CurríCulo DiferençAs E IdentidadesCurríCulo DiferençAs E Identidades
CurríCulo DiferençAs E Identidades
 
Sintese do texto Um passo para fora da sala de aula
Sintese do texto  Um passo para fora da sala de aulaSintese do texto  Um passo para fora da sala de aula
Sintese do texto Um passo para fora da sala de aula
 
Analise do discurso
Analise do discursoAnalise do discurso
Analise do discurso
 
AULA- Análises de Discurso em Ciências Sociais
AULA- Análises de Discurso em Ciências SociaisAULA- Análises de Discurso em Ciências Sociais
AULA- Análises de Discurso em Ciências Sociais
 
Filho 1977-revista de-administra%e7%e3o_de_empresas
Filho 1977-revista de-administra%e7%e3o_de_empresasFilho 1977-revista de-administra%e7%e3o_de_empresas
Filho 1977-revista de-administra%e7%e3o_de_empresas
 
Gêneros textuais marcuschi
Gêneros textuais   marcuschiGêneros textuais   marcuschi
Gêneros textuais marcuschi
 
Avalia+ç+âo em l+ìngua portuguesa saeb
Avalia+ç+âo em l+ìngua portuguesa saebAvalia+ç+âo em l+ìngua portuguesa saeb
Avalia+ç+âo em l+ìngua portuguesa saeb
 
Avaliação
 Avaliação Avaliação
Avaliação
 
Discurso
DiscursoDiscurso
Discurso
 
Teoria das representações sociais
Teoria das representações sociaisTeoria das representações sociais
Teoria das representações sociais
 
Teoria das representações sociais
Teoria das representações sociaisTeoria das representações sociais
Teoria das representações sociais
 
Palestra discurso e poder
Palestra discurso e poderPalestra discurso e poder
Palestra discurso e poder
 

Último

Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOMarcosViniciusLemesL
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxfabiolalopesmartins1
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptxpamelacastro71
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfPastor Robson Colaço
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfmirandadudu08
 
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarCaixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarIedaGoethe
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxIsabelaRafael2
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 

Último (20)

Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdf
 
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarCaixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 

Representing World Aspects Through Discourse Levels of Abstraction

  • 1. DISCOURSES NORMAN FAIRCLOUGH In: FAIRCLOUGH, N. (2003) Analysing discourse: textual analysis for social research. London: Routledge, p. 123-133. F Á T I M A A N D R É I A T A M A N I N I - A D A M E S ( D O U T O R A N D A E M L E T R A S ) 2 0 1 2 1
  • 2. Resumo  (p. 133) Discursos são formas de representar o mundo, em diferentes níveis de abstração — por ex., o ‘novo espírito do capitalismo’ [1]: discurso com alto nível de abstração e desenvolvido como uma articulação de discursos.  Textos diferem dos discursos em que baseiam-se para representar aspectos particulares do mundo, articulando/hibridizando diferentes discursos de várias maneiras.  Discursos podem ser diferenciados em termos de relações semânticas (hiponímia, sinonímia, antonímia) entre palavras — como eles classificam partes do mundo —, como na colocação das palavras, nas crenças/pressupostos, e em várias características gramaticais. 2 Questões de análise de texto Discursos em diferentes níveis de abstração Análise ‘interdiscursiva’ - articulação de discursos em textos Equivalências e diferenças Relações semânticas entre palavras - sinonímia, hiponímia, antonímia Colocação Questões de investigação social O ‘novo espírito do capitalismo’ Classificação
  • 3. 1. Introdução  (p. 123) Identificação e análise de discursos: preocupação entre as ciências humanas e sociais - Foucault [2, 3] teve influência decisiva -> análise do discurso de Foucault: análise de ‘enunciados‘ - sem preocupação com análise detalhada dos textos - questão de discernir as regras que governam a corpos de textos e enunciados.  (p. 124) Discurso – Foucault: produzindo gama desconcertante de teorizações e análises de discursos [4, 5, 6] -> termo usado ‘abstratamente’ (subst. abstrato) para enunciados ; e, concretamente (subst. contável: um/dois/vários discursos) para grupos de enunciados ou para as regras que os governam.  Discursos - Fairclough: formas de representar os aspectos do mundo —> processos/relações/estruturas do mundo material; pensamentos/sentimentos/crenças do mundo mental; e o mundo social.  Aspectos particulares do mundo podem ser representados diferentemente: considerar a relação entre diferentes discursos -> diferentes discursos = diferentes perspectivas sobre o mundo -> associados com diferentes relações que temos com o mundo (dependente de nossas posições no mundo, identidades e relações sociais).  Discursos não só representam o mundo como ele é visto, mas também são projetivos, representam mundos possíveis diferentes do mundo real.  Relações entre diferentes discursos = elemento das relações entre diferentes pessoas: podem complementar-se, competir, um pode dominar outro(s)...  Discursos são parte dos recursos que implantamos em relação aos outros, mantendo- nos separados/competindo/dominando os outros, ou para mudar nossas formas de relação com os outros. 3
  • 4. 2. Níveis de abstração  Discursos como diferentes formas de representação -> implica em grau de repetição e semelhança: são compartilhados por grupos e têm estabilidade no tempo.  Há diferentes representações de aspectos do mundo nos textos, mas cada representação não é um discurso separado: discursos transcendem representações concretas e locais -> um discurso pode gerar muitas representações.  Discursos diferem em grau de repetição/semelhança/estabilidade no tempo -> 'escala‘: quanto incluem do mundo no intervalo de representações que podem gerar.  (p. 124-125) Nos ‘gêneros’, faz sentido distinguir diferentes níveis de abstração para falar de discursos.  Exs.:  Há uma forma de representar indivíduos racionais/unitários, cuja identidade como seres sociais é secundária, em que as relações sociais são vistas como assumidas por indivíduos pré-existentes -> ‘discurso individualista do self’ ou ‘discurso cartesiano do sujeito’ - podem ser rastreados através do texto e sua 'escala' gera um vasto leque de representações.  (p. 125) Domínio da economia: discurso 'Taylorista' de gestão; domínio da política: discurso do Liberalismo; etc.  [Fairclough [7]: discurso político da ‘Third Way‘/’New Labour’ (ligado a uma determinada posição dentro do campo político em um ponto específico no tempo)]. 4
  • 5. 5 (p. 244-245) EXAMPLE 9: Extract from Rosabeth Moss Kanter. Evolve!, Harvard Business School Press, 2001, p. 169-70. Companies that are successful on the web operate differently from their laggard counterparts. On my global e-culture survey, those reporting that they are much better than their competitors in the use of the Internet tend to have flexible, empowering, collaborative organizations. The `best' are more likely than the `worst' to indicate, at statistically significant levels, that - Departments collaborate (instead of sticking to themselves). - Conflict is seen as creative (instead of disruptive). - People can do anything not explicitly prohibited (instead of doing only what is explicitly permitted). - Decisions are made by the people with the most knowledge (instead of the ones with the highest rank). Pacesetters and laggards describe no differences in how hard they work (in response to a question about whether work was confined to traditional hours or spilled over into personal time), but they are very different in how collaboratively they work. Working in e-culture mode requires organizations to be communities of purpose. Recall the elements of community sketched in chapter I. A community makes people feel like members, not just employees – members with privileges but also responsibilities beyond the immediate job, extending to colleagues in other areas. Community means having things in common, a range of shared understandings transcending specific fields. Shared understandings permit relatively seamless processes, interchangeability among people, smooth formation of teams that know how to work together even if they have never previously met, and rapid transmission of information. In this chapter we will see how the principles of community apply inside organizations and workplaces, sometimes facilitated by technology but also independent of it. And I will examine the challenges that have to be overcome to create organizational communities. The greater integration that is integral to e-culture is different from the centralization of earlier eras. Integration must be accompanied by flexibility and empowerment in order to achieve fast response, creativity, and innovation through improvisation. Web success involves operating more like a community than a bureaucracy. It is a subtle but important distinction. Bureaucracy implies rigid job descriptions, command-and-control hierarchies, and hoarding of information, which is doled out top-down on a need-to-know basis. Community implies a willingness to abide by standardized procedures governing the whole organization, yes, but also voluntary collaboration that is much richer and less programmed. Communities can be mapped in formal ways, but they also have an emotional meaning, a feeling of connection. Communities have both a structure and a soul.  Exemplo 9: de livro de 'guru' de gestão [8] -> ‘novo espírito do capitalismo’ [1] ou ideologia do novo capitalismo: novo discurso surgido da combinação de discursos existentes.  Como essas combinações são ‘texturizadas’ (não incluso no ex. 9)?  7 habilidades clássicas envolvidas em inovação e mudança e que refletem um estilo básico para a ‘e- cultura’:  1. sintonia com o ambiente;  2. pensamento caleidoscópico;  3. visão inspiradora;  4. construção de união;  5. criação de equipe de trabalho;  6. persistência nas dificuldades;  7. obtenção de crédito e reconhecimento.
  • 6. 6  O 'estilo‘ refletido nesta lista é o modo como o ‘novo espírito do capitalismo’ representa o 'líder' em empresas.  A lista trabalha também com uma relação de expressões equivalentes que ‘emanam de’ e ‘evocam’ diferentes discursos.  Esta listagem é um dispositivo de texturização para o processo de combinação de discursos que constituem o novo discurso.  O ‘novo espírito do capitalismo’ articula discursos ‘de inspiração' e 'conexionistas‘ -> 'regimes de justificação‘: líderes combinam visão/networking [1].  (p. 125-126) Emanam do discurso ‘de inspiração‘ (mas podem vir de diferentes discursos) -> articulação de discursos. :  sintonia com o ambiente (uso metafórico de uma expressão no discurso técnico que evoca um discurso de relações pessoais, talvez um discurso aconselhamento, onde como se escuta os outros está em foco);  pensamento caleidoscópico (evoca talvez textos populares de Psicologia sobre ‘pensamento criativo’);  visão inspiradora (parece emanar do discurso de crítica de arte).  Emanam do discurso 'conexionista‘:  construção de união.  (p. 126) Exemplo 9 (vide p. ant.): Texturização similar de discursos -> equivalências dentro do ‘novo espírito do capitalismo’ e diferenças entre este e o 'velho' discurso.  Texturização da relação de diferença: através de uma série de estruturas relacionais antitéticas e expressões (X instead of Y, X not just Y, X but also Y, X different from Y, more like X than Y) -> o discurso do 'protagonista' (o ‘novo espírito do capitalismo’) - antes dos parênteses - é definido contra o discurso do 'antagonista' - dentro dos parênteses.  Texturização da relação de equivalência - ao mesmo tempo: elementos antes dos parênteses são equivalentes, assim como os de dentro dos parênteses - e os diferentes discursos dos quais estes elementos emanam são articulados juntos.
  • 7. 3. Textos e discursos  (p. 249-250) Example 13: I have taken the following example from a book written by two long-standing members of the Labour Party, Ken Coates (who is a Member of the European Parliament) and Michael Barratt Brown (they are now operating within the Independent Labour Network). (M. Barratt Brown and K. Coates, The Blair Revelation, Spokesman Books 1996, p. 172-174, 177-178.) They are writing here about New Labour's view of what they call `capitalist globalization' (`the new global economy' in New Labour terms):  Capital has always been global, moving internationally from bases in the developed industrial countries. What has changed is not that capital is more mobile . . . but that the national bases are less important as markets and production centres. In other words, the big transnational companies are not only bigger but more free-standing ... the European Union, far from offering a lead and a challenge to the nation-states of Europe, reinforces their status as clients of the transnational companies. Indeed, this clientism applies not only to companies based in Europe. . . . While it is true that a national capitalism is no longer possible in a globalized economy, it is not true that national governments — and by extension the European Union — are totally lacking in powers to employ against the arbitrary actions of transnational capital. There is much that governments can do in bargaining — in making or withholding tax concessions for example.... But such bargaining has to have an international dimension or the transnational companies can simply continue to divide and conquer ... New Labour appears to have abandoned what remained of Labour's internationalist traditions. ... Yet the ICFTU, the European TUC and the Geneva trade groups all offer potential allies for strengthening the response of British labour to international capital. (p. 172—174)  Some NGOs . . . have developed in their international relations what professor Diane Elson, the Manchester economist, has called `the economy of trust'. Most commercial organizations spend much time and energy on controlling, monitoring, checking and counter-checking their business transactions. In a highly competitive market they simply do not trust their suppliers or customers not to take advantage of them. There is an alternative — to build up a relationship of trust . . . one of the lessons learnt by some NGOs working the Third World, where for long there was a relationship of domination and exploitation [was that] nothing less than total openness and respect could build up a new relationship . . . if all the words in New Labour's pronouncements about partnership and social markets, cooperation and not confrontation were to be taken seriously, the economy of trust would surely have a special appeal. Instead we find that `the enterprise of the market and the rigour of competition' are always put before `partnership and cooperation’. (p. 177—178)  (p. 127) Textos diferentes dentro da mesma cadeia de eventos ou que estão localizados em relação à mesma rede de práticas sociais e que representam os mesmos aspectos do mundo, diferem nos discursos.  Exemplo 13: de livro de 2 membros da ala esquerda do Partido Trabalhista Britânico – o que na visão do ‘New Labour' (direita) é chamada ‘a economia global’, eles chamam 'globalização capitalista'. 7
  • 8. 8  Diferença entre a representação da mudança econômica global nos discursos políticos na ‘Third Way' :  DE DIREITA (NEW LABOUR): a mudança econômica (globalização) é representada como um processo sem agentes sociais — como algo que está acontecendo em vez de algo que pessoas/empresas/governos estão fazendo [7].  DE ESQUERDA: as multinacionais são referidas como agentes de dominação da mudança econômica — quem ‘divide e conquista’.  Expressões para representar as multinacionais (relações semânticas internas) -> `transnational companies', `transnational capital', `international capital‘ - através da reformulação, uma relação de equivalência/sinonímia é texturizada entre ‘companies’ (concreto) e 'capital‘ (abstrato): formas concretas para abstratas - característica de elemento marxista (evidente no discurso de esquerda e que o diferencia do da direita).  Representação dos governos nacionais (e União Europeia) -> em relação antagônica com companhias/capital ‘transnacional’ (contestar o 'capital' é outra característica do discurso político de esquerda) – os governos nacionais são representados como atuando em aliança com organizações sindicais comerciais (de acordo com 'internationalist traditions’ – ‘internacionalismo’ aqui mantém seu sentido de solidariedade de trabalho).  (p. 128) Conceito de 'clientism' - ‘employing powers against' ou ‘bargaining' com o capital – não aparece no discurso político do New Labour.  Textos também estabelecem relações dialógicas/polêmicas/de tensão entre seus próprios discursos e os discursos dos outros.  Contesta sentido dado pelo New Labour a 'partnership' e 'cooperation‘ – aqui estão articuladas com 'trust', ‘openness', ‘respect' - existe hierarquia encoberta no discurso de direita/’New Labour’:`enterprise' e `competition' sempre antes de`partnership' e 'cooperation'.
  • 9.  (p. 236) Example 4: This is a paragraph from a policy paper which was prepared for the European Council by the Competitiveness Advisory Group, which consists of representatives of the employers and trade unions as well as some politicians and officials. The example is taken from a paper by Ruth Wodak (From conflict to consensus? The co-construction of a policy paper, in P. Muntigl et al., European Union Discourses on Un/Employment, John Benjamins, 2000. The example is taken from page 101.). I have retained Wodak's numbering of sentences.  1 But (globalization) is also a demanding process, and often a painful one.  2 Economic progress has always been accompanied by destruction of obsolete activities and creation of new ones.  3 The pace has become swifter and the game has taken on planetary dimensions.  4 It imposes deep and rapid adjustments on all countries — including European countries, where industrial civilization was born.  5 Social cohesion is threatened by a widespread sense of unease, inequality and polarization.  6 There is a risk of a disjunct between the hopes and aspirations of people and the demands of a global economy.  7 And yet social cohesion is not only a worthwhile social and political goal; it is also a source of efficiency and adaptability in a knowledge-based economy that increasingly depends on human quality and the ability to work as a team.  8 It is more than ever the duty of governments, trade-unions and employers to work together  - to describe the stakes and refute a number of mistakes;  - to stress that our countries should have high ambitions and they can be realized; and  - to implement the necessary reforms consistently and without delay.  9 Failure to move quickly and decisively will result in loss of resources, both human and capital, which will leave for more promising parts of the world if Europe provides less attractive opportunities.  Relação dialógica/polêmica: forma dos textos misturarem diferentes discursos - mas seus próprios discursos são frequentemente híbridos.  ANÁLISE INTERDISCURSIVA DE TEXTOS: parcialmente preocupada em identificar que discursos estão drawn upon e como estão articulados juntos - podemos ver um texto como drawing upon um discurso.  Exemplo 4: Wodak traça a transformação do texto através de sucessivas versões durante as reuniões do grupo -> 5 — 7 foram adicionados em versões posteriores 'como uma concessão para os sindicatos (adição como hibridização de discursos). 9
  • 10. 10  Há 2 discursos principais: discurso neoliberal de mudança econômica que representa a `globalization' como fato que exige `adjustments' e `reforms' para reforçar a `efficiency and adaptability' para competir; discurso político que representa sociedades visando a `social cohesion‘ e ameaças à ela.  Estes 2 discursos implicam prioridades políticas diferentes: aumentar a competitividade de um lado, e a coesão social de outro.  Discurso de coesão social: representa pessoas como estranhas ao discurso neoliberal — em termos de sentimentos (‘sense of unease, inequality and polarization') `hopes' e 'aspirations‘ – 7 articula estes discursos juntos usando um vocabulário com categorias-chaves dos 2 discursos em relações semânticas: `social cohesion‘ reconstruída como `human quality‘, `the ability to work as a team‘, `source of efficiency and adaptability'.  Ainda que o discurso de coesão social seja fundamentalmente moral e humano - orientado para pessoas com sensação de pertencimento a uma comunidade -, a `human quality‘ reduz pessoas a forças de produção: embora estes discursos possam ser vistos como incompatíveis em como representar pessoas, esta é uma estratégia de legitimar o discurso de coesão social em termos do discurso neoliberal.  (p. 132) Apesar do contraste entre o discurso neoliberal e o discurso de coesão social, há uma coisa que eles têm em comum: representam processos sociais reais e eventos de uma forma altamente abstrata - embora ultimamente façam referência a eventos particulares/concretos, muitos dos elementos destes eventos concretos são excluídos.
  • 11. 4. Identificando e caracterizando discursos  (p. 129) COMO IDENTIFICAR DIFERENTES DISCURSOS DENTRO DE UM TEXTO?   (*) Temas do Exemplo 7 (vide a seguir)-> processos econômicos e mudança, processos de governança (nacional e global), protesto político (antiglobalização) e visões da globalização (no 'Sul') - cada um aberto a diferentes perspectivas, representações e discursos (ver: HALLIDAY, M. A. K. Clause as message. In: HALLIDAY, M. A. K. (2004) An introduction to functional grammar. 3rd ed. Revised by Christian M. I. M. Matthiessen. London, UK: Edward Arnold, p. 64-105.).  Representação dos processos econômicos e mudança (em ‘Ghana’): em termos de neo- classical, market-liberalization discourse of the `Washington consensus‘ - em contraste, por ex., ao Keynsian economis discourse.  Representação do governo: como 'governance‘ - termo parte de um discurso neoliberal de governo que, por um lado representa o governo como um quadro de governança global (OMC e FMI – centrais na imposição do ‘consenso de Washington') e, por outro, prescreve mudanças no governo em termos de 'transparency', `accountability‘... – pode ser contrastado com discursos mais tradicionais de governo. 11 Podemos pensar em DISCURSO como representando Podemos identificar na ANÁLISE TEXTUAL - uma parte particular do mundo - as principais partes do mundo (incluindo áreas da vida social) representadas — ‘temas’ principais (*) - uma perspectiva particular - a perspectiva particular/ângulo/ponto de vista dos quais eles são representados
  • 12. 12 (p. 239-241) Example 7: This example is taken from the website of the World Economic Forum during its annual meeting in Davos, Switzerland, in January 2001. The example is rather complex since it contains three different elements. First, a summary of one of the sessions at Davos. Second, selected quotations from the session. Third, edited comments sent to the website on the theme of the session by people from various countries. To reduce the length of the example, I have included only one quotation and one email comment. Thursday, 25 January 2001 How Can Globalization Deliver the Goods: The View from the South Globalization is now a loaded term in many parts of the world. It is often associated more closely with the social challenges facing the southern hemisphere rather than with economic opportunities. What are the critical issues that need to be addressed in order for globalization to meet the expectations of the southern hemisphere? Globalization is often more closely associated with the social challenges facing the southern hemisphere than with the economic opportunities. The future success of globalization requires that developing countries be fully involved in the management of the global economy and that their voices be heard. Recent demonstrations have made it clear that the priorities and agendas of the developing world must be heard. The United States and Europe can no longer set the global agenda on their own. But the integration of environmental and labour standards into the framework of global governance may not be as easy as the protestors thought. Many in the developing world see these issues as potential excuses for trade barriers. In terms of global governance, the establishment of the Group of 20 was a step in the right direction. In the Group of 20, unlike the Group of 7, both industrial and developing countries have a say in economic coordination. But, economics are not the only concern. Cultural homogenization worries many. There is fear that over-powering globalization will force the extinction of national cultures and traditions, especially in the southern hemisphere. Others disagree with this notion, saying societies have been changing for all eternity. Globalization increases choice and liberty, while national group identity does the opposite. In a world with close contact between differing cultural identities and ethnic practices, governors must be careful not to steer diversity down the destructive paths of the past. There is also concern that globalization means more for the rich, and less for the poor. But it must be made clear that the benefits of overall growth should reach all, and that economies that are more transparent tend to have lesser income inequalities. Nonetheless, it is true that some countries are falling behind. Ghana, for example, has strictly followed structural adjustment programmes for 15 years, yet still struggles to attract investment and grow. It is common to blame globalization, but some say such growth won't come by solely focusing on macroeconomic variables. Rather, the fundamental structures of a market economy, freely moving prices and guaranteed contracts and property, must first be in place. While addressing these concerns, and helping globalization meet the expectations of the southern hemisphere, leaders will make things easier by striving for good governance. More transparency, more accountability, and more participation by all involved will help make the process seem more humane. Quote from the session 'World trade liberalization has to be a two-way street. We are tired of hearing "we want to sell to you, but you can't sell to us".' Marcus Vinicius Pratini de Moraes, Minister of Agriculture and Food Supply of Brazil Email comment There is not only a problem of equal distribution North—South, but also within many developing countries (Brazil, S. Africa, Indonesia ...). Whilst we develop programmes to empower local farmers and informal entrepreneurs, the rich of these countries choose their new private jet. No fair distribution is possible without political change. Jo, Antwerp, Belgium
  • 13. 13  Discursos se distinguem por suas formas de representação e sua relação com outros elementos sociais - podemos especificar formas de representação em termos de recursos linguísticos.  As características mais evidentes de um discurso são susceptíveis de ser características de vocabulário.  É mais produtivo focar em como diferentes discursos estruturam o mundo diferentemente, nas relações semânticas entre palavras.  Exemplo 13 ( vide p. 7): relação entre `transnational companies' and `transnational capital‘.  (p. 129-130) Texturização de relações semânticas —> novas relações semânticas criadas nos textos - parte do trabalho do agente social na produção de sentido.  (p. 130) Semanticamente ->`companies' e 'capital‘ têm relação de hiponímia, junto com outros co-hipônimos como `trusts' e `financial markets'.  Estruturação do mundo e relação semântica -> permite aos escritores reformular `companies' e 'capital‘ sem ter que fazer relação explícita e, aos leitores, produzir o sentido do texto.  Outro ex. de relação semântica encoberta é a relação entre 'globalização' e 'progresso econômico' no Exemplo 4 (1 e 2) (vide p. 9) — a coerência do texto depende de relação de hiponímia entre eles.  Exemplo 1 (a seguir): os funcionários da empresa em questão são classificados em três grupos: `senior management', `the bottom end' and 'us‘ (média gerência) - co-hipônimos que constituem uma taxonomia (não está claro o termo superordinado).  Talvez `workforce' seja usado quando o gerente explica `the bottom end' em resposta ao entrevistador: `Of the workforce'.  Mas `workforce' contrasta com `managers' quando o gerente diz `take the power from the unions and give it back to the managers and give it back to the workforce' e talvez um sinônimo de `the bottom end' .  Além de hiponímia (inclusão) e sinonímia (identidade), os discursos incluem antonímia (exclusão –Exemplo 4 (vide p. 9): antônimos de ‘coesão social’ incluem 'polarização' (no texto) e 'exclusão social' (não no texto).
  • 14. 14  (p. 229-230) Example 1: The example is taken from T.J. Watson In Search of Management: Culture, Chaos and Control in Managerial Work, Routledge 1994, p. 207-8, an ethnographic study of managers and management. The example is an extract from one of the research interviews.  `The culture in successful businesses is different from in failing businesses. It would be the same with a country or a city. You can see this when you go to Liverpool. I don't go there very often, but when I do I come back feeling really depressed. I could really weep when I look at it now; the way it has been destroyed. It has been destroyed by its own stupidity. I remember as a kid the docks, eighteen miles long. It is now dead. It is all a political problem; these areas have been starved over the years. It has been happening since the eighteenth century, so that these people have been downtrodden to the point where they expect to be downtrodden. They are totally suspicious of any change. They are totally suspicious of anybody trying to help them. They immediately look for the rip-off. They have also been educated to believe that it is actually clever to get "one over on them". So they are all at it. And the demarcation lines that the unions have been allowed to impose in those areas, because of this, makes it totally inflexible to the point where it is destructive. I know it. I can see it.'  `And how does this relate to what is happening here?'  `Well, I was going to say, how do you change this sort of negative culture? We have done a lot here. But my greatest fear is that they are going to destroy all the good work that we put onto this site if they keep pushing and pushing and pushing the bottom end like they are doing. I believe that people will react in such a way shortly that they will destroy everything.'  `Bottom end?'  `Of the workforce; pushing them by getting rid, I mean. How the hell can you preach this flexibility, this personal and business development at the same time as you are getting rid? As someone said to me yesterday, an operator, "Why am I in here now doing the best I can getting this product out when tomorrow morning you can give me a brown envelope?" I had no answer.'  `But the good work you refer to?'  `Take IR. There has been a coordinated plan to take the power from the unions and give it back to the managers and give it back to the workforce as well. That was going fairly well. But these continuing rounds of redundancies will give the opportunity to say "We told you so; we knew that was the ground plan all along." The union people can say, "You should have listened to us all the time."'  `And the other changes?'  `Developing Organizational Capability, winning culture, Business Improvement Plan, empowering, and all that: I am totally committed to all of this principle. These changes are the way forward. But what the company is doing is going contrary to what all this is about. This is dangerous — raising expectations and then smashing them. I believe the senior management has a moral responsibility to its workforce and to employ. The firm is an integral part of the society we live in.'  `Which means?'  `All business has got to keep faith with all of those it deals with if it is going to deserve to survive.'
  • 15. 15  O que está em questão aqui são esquemas classificatórios naturalizados que podem funcionar como instrumentos inconscientes geradores de 'visões' de mundo [9].  Quando discursos diferentes entram em conflito e discursos particulares são contestados, o que é contestado é o poder destes sistemas semânticos preconstruídos a fim de gerar visões de mundo particulares que podem ter o poder de sustentar /refazer o mundo à sua imagem.  (p. 130-131) Discursos diferentes podem usar as mesmas palavras (`globalization‘ nos discursos neoliberal e de antiglobalização'), mas com diferenças só identificadas nas relações semânticas.  (p. 131) Maneiras de ver diferenças nas relações semânticas: olhar nos textos  colocação das palavras,  padrões de co-ocorrência de palavras,  palavras que mais frequentemente precedem/seguem a que está em foco,  palavras com colocações especiais – Exemplo 7 (vide p. 12): `globalization' com `overpowering' (medo que uma avassaladora globalização extinguirá culturas/tradições) - texto de organização fortemente favorável do neoliberalismo, mas que dá voz às preocupações sobre os efeitos negativos da 'globalização', como indica essa colocação improvável em textos neoliberais convencionais.  Análise de corpus por computador (ex.: Wordsmith) -> maneira mais eficaz de explorar padrões de colocações (‘work‘ em antigos textos do New Labour: `Back to work', `into work', `desire to work', `opportunities to work', `Welfare-to-work' reflect common collocations in the New Labour corpus, whereas `out of work', `right to work', `democracy at work', `health and safety at work' … [7].
  • 16. 16  DISCURSOS TAMBÉM SÃO DIFERENCIADOS POR METÁFORAS  lexicais (words which represent one part of the world being extended to another), e  gramaticais (processes being represented as 'things', entities, through 'nominalization').  Exemplo 9 (vide p. 5): a concorrência entre as empresas é representada metaforicamente como uma ‘corrida’ ->  as melhores empresas são 'pacesetters‘ (desbravadoras), como o corredor que assume a liderança e define o ritmo de uma corrida;  as piores empresas são `laggards' (retardatários), que não é parte do vocabulário de corridas (em língua inglesa), ampliando a representação metafórica de empresas, incluindo outras atividades em que pessoas são avaliadas e classificadas em termos de desempenho.  Exemplo 9 (vide p. 5): há também representação metafórica de empresas como `communities' com `members' (não apenas `employees').  (p. 132) Metáfora é um recurso para a produção de representações distintas de mundo, mas talvez seja a combinação particular de diferentes metáforas que diferencia os discursos.
  • 17. 17  Exemplo 4 (vide p. 9): Processos (‘globalização', 'progresso'), relações (‘coesão social') e sentimentos (‘esperanças’, 'aspirações') são representados, mas as pessoas envolvidas são excluídas - assim como outros elementos dos eventos sociais (objetos, meios, tempos, lugares...).  Os processos são 'nominalizados‘ -> 'nominalizações' (‘globalização', 'coesão‘, ‘progresso’, 'esperança') - seus próprios temas, objetos... tendem a ser excluídos.  Sintaticamente, funcionam como substantivos:  Ex.: ‘coesão social’ é o sujeito de uma sentença (passiva).  Os discursos são caracterizados e diferenciados não só pelos recursos do vocabulário, relações semânticas e pressuposições, mas também por características gramaticais.  Discursos diferem em como são representados elementos de eventos sociais (processos, pessoas, objetos, meios, tempos, lugares), e essas diferenças podem ser gramaticais ou lexicais.  Ex.: A diferença entre uma nominalização e um verbo é uma diferença gramatical – como a diferença entre verbos transitivos e intransitivos - estas são algumas das maneiras pelas quais os discursos diferem na representação de eventos sociais (ver Cap. 8 a seguir).
  • 18. 18  No Exemplo 4 (vide p. 9):  Processos (‘globalização', 'progresso') e relações (‘coesão social') e sentimentos (‘esperanças’, 'aspirações') são representados, mas as pessoas envolvidas - na maior parte - são excluídas (as pessoas na 6 são uma exceção).  Processos são nominalizados -> globalização', 'coesão‘ - sintaticamente, estes processos funcionam como substantivos:  ‘coesão social’ (5) é o sujeito de uma sentença (passiva).  Quando os processos são nominalizados ou formulados como substantivos do processo, seus próprios temas, objetos e assim por diante tendem a ser excluídos.  5. Então...  Discursos são caracterizados e diferenciados não só pelos recursos do vocabulário, relações semânticas e suposições, mas também por características gramaticais.  Discursos diferem em como são representados elementos de eventos sociais (processos, pessoas, objetos, meios, tempos, lugares), e essas diferenças podem ser gramaticais além de lexicais (vocabulário).  Estas são algumas das maneiras em que discursos diferem na representação de eventos sociais - ver Cap. 8 para discussão mais detalhada...
  • 19. References  [1] BOLTANSKI, L.; CHIAPELLO, E. (1999) Le nouvel esprit du capitalisme. Paris: Gallimard.  [2] FOUCAULT, M. (1972) The archaeology of knowledge. New York: Pantheon.  [3] FOUCAULT, M. (1984) The order of discourse. In: SHAPIRO, M. (Ed.). The Language of Politics. Oxford: Blackwell.  [4] DANT, T. (1991) Knowledge, ideology and discourse: a Sociological Perspective. London: Routledge.  [5] MACDONELL, D. (1986) Theories of discourse: an introduction. Oxford: Basil Blackwell.  [6] MILLS, S. (1997) Discourse. London: Routledge.  [7] FAIRCLOUGH, N. (2000) New labour, new language? London: Routledge.  [8] CHIAPELLO, E.; FAIRCLOUGH, N. (2002) Understanding the new management ideology: a transdisciplinary contribution from Critical Discourse Analysis and the New Sociology of Capitalism. Discourse and Society, n. 13, v. 2, p. 185-208.  [9] BOURDIEU, P. ; WACQUANT, L. (1992) An invitation to reflexive sociology. Cambridge: Polity Press. 19