1. Aprenda a Analisar uma Proposta de Emprego
1. Finanças saudáveis
Investigue como anda a saúde financeira da empresa que ofereceu o convite de contratação. Com base no saldo das
contas e na postura dela no mercado, você poderá avaliar se a proposta é coerente com a realidade ou não. E, a partir
disso, medir o grau de risco da sua movimentação.
Para chegar a esses números, vale seguir um roteiro. Se a empresa tem capital aberto, cheque as informações dela no
site da CVM. Basta clicar no item “ITR, DFP, IAN, IPE, FC. FR e outras Informações” na página inicial e procurar
pela companhia.
Converse com bancos, fornecedores ou outras empresas que mantém relações com a empresa contratante. Cheque se
ela anda com as contas em dia. Funcionários e ex-funcionários também são boas fontes.
Se a empresa está passando por um processo de reestruturação, os riscos podem ser maiores. Por isso, é essencial
avaliar a coerência do programa de reestruturação da companhia.
2. Cultura e coerência
O próximo passo é conhecer profundamente qual os valores práticos e a lógica de negócios adotada pela empresa.
Segundo Marcos Bruno, consultor do Instituto Pieron, as relações que a empresa mantém para além do próprio
negócio, como projetos sociais ou ambientais, podem dar pistas de qual a verdadeira essência dela. “Isso faz uma
grande diferença no tipo de envolvimento e trabalho que você vai ter”, diz.
Após compreender a lógica por traz de cada ação da companhia, olhe para dentro de você mesmo. Veja qual é seu
estilo profissional e calcule a probabilidade de ser dar bem no novo contexto.
3. Cartela de responsabilidades
“Muitos que aceitam a proposta apenas pela questão salarial acabam se frustrando”, afirma Padovani. Isso se deve,
explica ele, basicamente porque os profissionais não buscam saber quais as expectativas da empresa com relação ao
cargo.
Por isso, é necessário compilar quais as responsabilidades e os desafios que você poderá encarar na nova cadeira.
Novamente, vale fazer um check-up de suas habilidades e objetivos. Feito isso, avalie se você está preparado para os
desafios que virão a seguir ou se seus talentos serão subutilizados.
4. Estilo de gestão
Chega, então, a hora de compreender a mente e o estilo de liderança do gestor a quem você irá se reportar, caso aceite
a proposta. É a partir deste fator que você poderá prever seu grau de autonomia e até seu futuro estilo de vida.
Se o convite é para um cargo de diretoria, busque também compreender a composição acionária da empresa,
aconselha Bruno, do Instituto Pieron. De acordo com ele, a postura do conselho pode dar indícios do grau de
autonomia que você terá. Por isso, procure se informar, por exemplo, sobre se o primeiro executivo tem amplo
mandato. Se sim, há risco de sua liberdade de atuação não ser tão alta.
2. 5. Expectativas pessoais
“A boa proposta de emprego é aquela que contribui para que sua carreira evolua na direção com que você planejou”,
afirma José Augusto Minarelli, presidente da consultoria de outplacement Lens & Minarelli.
De acordo com Aline Zimermann, sócio-diretora da Fesa, o segredo é se questionar sobre o alinhamento entre essa
movimentação e o próximo passo previsto para a sua carreira. “O profissional deve olhar o contexto em que ele está
inserido”, diz.
A estratégia, portanto, é pensar no longo prazo. “Faça um balanço das conseqüências dessa decisão para um futura
movimentação dentro ou fora da nova empresa”, diz Padovani.
6. Ciclo
Avalie também se é hora de deixar o atual cargo. “Toda carreira é composta por ciclos”, diz Minarelli. Segundo ele,
na construção da trajetória profissional, é preciso atenção para não deixar projetos e estágios em aberto.
“Se cumprir todos os ciclos ao longo da sua carreira terá resultados consistentes e completos para contar nas
próximas movimentações profissionais”, explica Padovani, da 2GET.
Diante do convite para assumir um cargo em outra empresa, avalie se você já finalizou sua missão na atual. Dessa
forma, cheque se todos projetos foram concluídos e se o caminho para a sua sucessão já está desenhado.
7. Contexto familiar
Verifique se seus objetivos pessoais são coerentes com as exigências da empresa para o cargo em questão.
De acordo com especialistas, esses dois aspectos devem estar alinhados. “O profissional tem que entender o atual
momento de vida e prever quais mudanças serão demandadas para o perfil familiar com o novo emprego”, diz o sócio
da 2GET.
Por isso, no balanço final da sua decisão, aspectos como mudanças de cidade ou país e exigências na carga de
trabalho devem ser considerados
8. Perspectiva
Quer minar o risco de afundar junto com a nova empresa? Então, avalie previamente quais a perspectivas da
companhia no mercado.
Para isso, é preciso ir além da lógica atual de negócios do grupo e investigar as ações de longo e médio prazo
projetadas pela companhia.
Primeiro, foque nos projetos em desenvolvimento. Avalie qual a viabilidade de cada um deles no mercado e se já
foram regulamentados. Considere também os planos de difusão para cada um desses novos produtos.
Feito isso, parta para uma análise aprofundada da infraestrutura atual da empresa e dos planos de investimentos. A
cadeia logística sustenta todos os projetos? A empresa, em si, tem viabilidade no longo prazo?
“A ideia é construir uma visão macro do grupo”, diz Padovani.
3. 9. Olho na concorrência
Nesse ponto, faça uma análise do segmento em que a companhia está inserida e avalie as reais condições de
crescimento dela neste contexto.
“O posicionamento da concorrência vai indicar o que é esperado daquele setor”, diz Aline, da Fesa. Confira se as
empresas têm projetos de expansão, se há rumores de novas fusões ou investimentos.
Busque informações sobre a movimentação do mercado e as previsões para o futuro. Fique de olho também nos
segmentos das empresas fornecedoras e compradoras dos produtos oferecidos pela companhia em questão.
10. Pacote de compensações
Finalmente, o pacote de remuneração. Isso mesmo, de acordo com os especialistas, este deve ser o último fator da sua
avaliação.
Em média, para cargos executivos, cada movimentação gera um aumento de cerca de 15% a 30% no salário atual,
estima Padovani.
No entanto, de acordo com o especialista, o profissional não deve se iludir apenas com os números. “Ele deve
entender como o pacote será estruturado e entender todos os mecanismos que irão recompensar seu desempenho na
empresa”, diz Aline.
A começar pelos incentivos de curto prazo. Questione o recrutador sobre os critérios utilizados para a participação
nos lucros da empresa ou do bônus. Pesquise qual a meta para os salários variáveis deste ano e a remuneração
oferecida nos últimos três anos para profissionais com cargo semelhante ao seu.
Já para os de longo prazo, como o benefício de stock options, procure entender qual o período de investimento
demandado, por exemplo.
Além disso, dê preferência para pacotes salariais feitos por escrito. “Até porque é preciso considerar a possibilidade
de que o recrutador não continue na empresa”, diz Minarelli.
Postado por: Talita Abrantes | Postado em: 20/10/2010 | Site: Exame.com
Endereço eletrônico: http://exame.abril.com.br/carreira/salarios/noticias/dez-pontos-essenciais-para-avaliar-uma-
oferta-de-emprego