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O Renascimento e a
formação da mentalidade
moderna
Séculos XV e XVI
Localização espácio temporal
 O Renascimento
nasceu em Itália;
 A partir de Itália
expandiu-se para o
resto da Europa;
 Vigorou entre os
séculos XV e XVI.
Por quê em Itália?
 Porque Itália reunia algumas condições favoráveis:
- A Itália estava dividida em vários estados e
alguns deles eram muito ricos e prósperos;
- Alguns desses estados rivalizavam entre si;
- Havia muitos mecenas (homens ricos que
ajudavam os artistas);
- Havia inúmeros vestígios da arte greco-
romana e bibliotecas com cópias de
manuscritos da Antiguidade.
A difusão do Renascimento
 A rápida difusão
das ideias do
renascimento
deveu-se a uma
preciosa invenção
do alemão
Gutenberg, a
imprensa (século
XV).
Descobrir o Mundo… descobrir o Homem
 No século XV, os Descobrimentos tornaram
possível o conhecimento de novas terras, novos
povos, novas culturas.
 À medida que descobria
novos mundos, o Homem
descobria-se a si próprio.
 Assim se formou uma
nova mentalidade com o
Homem no centro do
mundo e das
preocupações humanas: o
antropocentrismo
substituiu o teocentrismo.
 Antropocentrismo
O Homem passou a estar no centro do Universo e das
preocupações humanas. Tudo é feito à medida do
Homem, para o bem-estar do Homem e para a sua
valorização.
Os novos valores do Renascimento
Deus escolheu o Homem […] e,
colocando-o no centro do Mundo disse-
lhe: […]. És tu que segundo os teus
desejos e o teu discernimento, podes
escolher […].
Pico della Mirandola, Sobre a dignidade do
Homem, 1486
Coloquei-te no centro do Mundo para que,
daí, pudesses facilmente observar as coisas.
[…] És tu que, pela tua livre vontade, podes
escolher o teu próprio modelo e a forma de te
realizares. Pela tua vontade, poderás descer às
formas degradadas da vida, que são animais.
Pela tua vontade, conseguirás alcançar as
formas mais elevadas que são divinas.
Pico della Mirandola, Sobre a dignidade do
Homem, 1486
 Individualismo
O Homem tem capacidade para escolher e decidir por si
próprio, para pensar por si próprio e passa a valorizar-se
e a acreditar nas suas capacidades.
 Classicismo
Gosto pela cultura clássica: pelas línguas grega e latina,
pelos pensadores clássicos, pela arte e literatura
clássica, pelos valores clássicos que valorizam o
Homem.
No nosso tempo, todas as matérias nos
interessam. Aprendemos grego (sem o
qual ninguém se pode considerar sábio),
hebraico e latim. Considero indispensável
que aprendas estas línguas.
Rabelais, Cartas de Gargântua
a Pantagruel, 1534
 Naturalismo
Interesse pelo estudo da Natureza física e humana em
todos os seus aspectos.
[…]. Quanto à Natureza, quero que a estudes
cuidadosamente: deves conhecer os peixes que
enchem os mares e as aves que voam nos céus; as
árvores de todas as florestas e as ervas de todos os
campos; os metais ocultos no ventre da Terra e as
pedras preciosas de todos os continentes.
[…] Depois, mais cuidadosamente ainda, estuda os
livros dos médicos gregos, árabes e latinos […] e
através da prática da anatomia, procura conhecer esse
outro mundo que é o homem.
Rabelais, Cartas de Gargântua a Pantagruel, 1534
 Experiencialismo
Necessidade de comprovar pela observação e pela
experiência qualquer facto antes de o aceitar como
válido; valorização do aspecto prático do conhecimento.
Nunca os nossos antepassados […]
imaginaram que viria o tempo em que o
Ocidente conheceria o Oriente como agora
conhece. Os escritores antigos escreveram
sobre isso tantas fábulas que se pensava
ser impossível navegar até ao Oriente. […]
Como a experiência é a mãe de todas as
coisas, por ela soubemos radicalmente a
verdade.
Duarte Pacheco Pereira, Esmeraldo de Situ
Orbis, 1505
 Espírito crítico
O Homem passa a pensar por si próprio, a questionar a
sociedade e o mundo que o rodeia, em vez de o aceitar
como um dado adquirido. Até o saber tradicional passa
a ser questionado.
Se alguém julgar que falo com mais atrevimento do
que verdade, venha inspeccionar comigo as vidas
humanas […]. Este mete no ventre tudo quanto ganha,
poucos dias depois, passa fome. Aquele não vê a
felicidade senão no sono e no ócio. […] Os
negociantes mentem, roubam, defraudam, enganam e
consideram-se pessoas muito importantes, porque
andam com os dedos cheios de anéis de ouro. […]
Erasmo de Roterdão, Elogio da Loucura, 1511
Em síntese…
 Os valores do
Renascimento são:
* Antropocentrismo
* Individualismo
* Classicismo
* Naturalismo
* Experiencialismo
* Espírito crítico
O Homem do
Renascimento
era um Homem
com uma nova
mentalidade,
curioso, crítico,
multifacetado.
Alargamento da compreensão da Natureza
 Desejo insaciável por saber a verdade;
 Satisfazer a curiosidade;
 Explicar as contradições e insuficiências do saber antigo.
- Atitude crítica face à realidade;
- Todo o conhecimento deverá ser confirmado
pela razão, pela observação e pela
experiência.
Mentalidade racionalista
 Levou ao desenvolvimento de várias
ciências:
• Anatomia
• Astronomia
• Cartografia
• Botânica
• Zoologia
• Geografia
• Farmacopeia
Produção literária humanista
 Picco de la Mirandola
 Baltasar Castiglione
 Nicolau Maquiavel
 Boccaccio
 Leonardo da Vinci
 Miguel Angelo
Buonarroti
 Sobre a dignidade
do Homem
 O Cortesão
 O Príncipe
 Decameron
 Monalisa, A última
Ceia (os seus
trabalhos escritos só
foram publicados na
actualidade)
 Tecto da Capela
Sistina (Vaticano),
cúpula da Igreja de
Stª Maria das Flores
(Florença), Pietà,
David…
Literatura
Literatura
Tratados de política
Literatura
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“
Itália
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Países Baixos
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Roterdão
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Shakespeare
Espanha
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Cervantes
Literatura
Crítica social
Literatura
Literatura, crítica
social
Teatro, poesia
Romance de
cavalaria
 Gargântua e
Pantagruel
 Elogio da Loucura
 Utopia
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Macbeth, Henrique
V…
 D. Quixote
Produção literária humanista
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Luís Vaz de
Camões
 Fernão Mendes
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 Garcia de Orta
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Pereira
 António Ferreira
 Pedro Nunes
 Damião de Góis
 Garcia de Resende
 Gabriel Pereira
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 Os Lusíadas, Éclogas e
Canções, Sonetos...
 Peregrinação
 Os Colóquios dos
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Índia
 Roteiros da Ásia
 Esmeraldo de Situ Orbis
 A Castro
 (inventou o NÓNIO, foi
matemático e
astrónomo)
 (embaixador em vários
países da Europa e
feitor em Antuérpia,
conheceu Erasmo e
Lutero...)
 Cancioneiro
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Poesia épica e lírica
Literatura de viagens
Tratados de medicina e
farmacopeia
Literatura de viagens
“
Teatro
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A arte renascentista
 Dois grandes focos da arte renascentista em
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Sob o mecenato dos
Médicis
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Arquitectura
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 Horizontalidade
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 Simetria (equilíbrio,
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 Elementos
estruturais: colunas
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ordens clássicas
(coríntia e
compósita), abóbada
de berço, arco de
volta perfeita, frontão
triangular ou
semicircular, tirantes
de metal, cúpula,
aletas.
Igreja da Graça, Évora
Aleta
Frontão
triangular
Friso
Arco de
volta
perfeita
Abóbada de
berço
Cornija
Balaustrada
Pilastra
 Elementos
decorativos:
frontões por cima
de portas e
janelas,
balaustradas,
cornijas,
decoração
naturalista
(conchas, florões,
grinaldas de
flores).
Pintura
Grandes inovações
 Flandres
Descoberta da pintura a óleo
(atribuída a Van Eyck).
Contribui para dar à
composição mais vivacidade,
mais brilho, maior durabilidade.
Flandres
Itália
Dois grandes focos de pintura
Uma grande
inovação
 Itália (várias inovações)
Aplicação da lei da
perspectiva à pintura,
o que permite:
- criar a ilusão de
profundidade/
tridimensionalidade;
- dar à composição um
aspecto de total
equilíbrio (distribuição
ordenada das formas).
Outra grande
inovação
 Técnica do “sfumato”,
provavelmente atribuída a
da Vinci: confere à pintura
um aspecto mais suave
na transição da cor
escura para a cor clara;
 Técnica do “modelato”:
consiste na aplicação de
camadas muito finas de
tinta, que se vão
sobrepondo sobre a
mesma superfície,
produzindo um efeito de
brilho e transparência.
Leonardo da Vinci, A Virgem
com o Menino e Santa Ana
Características da pintura
 Naturalismo (presença de
elementos naturais: paisagem,
árvores, rios, rochedos…);
 Racionalismo (a composição
parece enquadrar-se num
esquema geométrico,
geralmente uma pirâmide ou
triângulo);
 Equilíbrio (distribuição
equilibrada das formas, dos
volumes);
 Aplicação da lei da perspectiva
(profundidade);
 Presença de elementos
arquitectónicos (pontes, arcos,
edifícios…).
Rafael, Madona no prado, 1505
Van Eyck, A Virgem e o Chanceler Rolin, 1485
Da Vinci, A Virgem dos Rochedos, 1506
Sandro Botticelli, Primavera
Miguel Ângelo
Capela Sistina, Vaticano
O fresco
O retrato
 Inicialmente:
- Busto tendo como
fundo uma janela ou
uma paisagem
(Monalisa, da Vinci);
 Depois:
- Retrato a ¾ com
fundo escuro. Mais
realista (Retrato de
Homem, Antonello da
Messina).
Escultura
 Realismo/naturalismo: grande
semelhança com o real, perfeito
conhecimento do corpo humano
(revela conhecimentos de
anatomia);
 Dinamismo: sensação de
movimento (nas pregas da roupa,
na contracção dos músculos, na
posição do corpo…);
 Expressividade: captação de
sentimentos/ emoções (angústia,
tristeza, êxtase, tranquilidade, …);Miguel Ângelo, David
Características
 Racionalismo: recurso
a esquemas
compositivos
geometricamente
simples como o
triângulo (Pietà) ou
linhas/ contornos que
acompanham o
movimento do corpo
(David);
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cânones clássicos (ex:
cabeça = 1/7 da altura
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 O Homem (enquanto ser humano e indivíduo);
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O Renascimento em Portugal
Claustro do Convento de Cristo, Tomar
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Viseu
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Quando o gótico-
manuelino se
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PORTUGAL: a persistência do Gótico e o
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 Em Portugal, o Gótico prevaleceu até ao
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edifícios, a cobertura em abóbada de
cruzamento de ogivas,…);
 …e adoptam-se novos elementos
decorativos, inspirados nos Descobrimentos: o
manuelino.
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(algas, conchas…);
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O renascimento e a formação da mentalidade moderna

  • 1. O Renascimento e a formação da mentalidade moderna Séculos XV e XVI
  • 2. Localização espácio temporal  O Renascimento nasceu em Itália;  A partir de Itália expandiu-se para o resto da Europa;  Vigorou entre os séculos XV e XVI.
  • 3. Por quê em Itália?  Porque Itália reunia algumas condições favoráveis: - A Itália estava dividida em vários estados e alguns deles eram muito ricos e prósperos; - Alguns desses estados rivalizavam entre si; - Havia muitos mecenas (homens ricos que ajudavam os artistas); - Havia inúmeros vestígios da arte greco- romana e bibliotecas com cópias de manuscritos da Antiguidade.
  • 4. A difusão do Renascimento  A rápida difusão das ideias do renascimento deveu-se a uma preciosa invenção do alemão Gutenberg, a imprensa (século XV).
  • 5. Descobrir o Mundo… descobrir o Homem  No século XV, os Descobrimentos tornaram possível o conhecimento de novas terras, novos povos, novas culturas.
  • 6.  À medida que descobria novos mundos, o Homem descobria-se a si próprio.  Assim se formou uma nova mentalidade com o Homem no centro do mundo e das preocupações humanas: o antropocentrismo substituiu o teocentrismo.
  • 7.  Antropocentrismo O Homem passou a estar no centro do Universo e das preocupações humanas. Tudo é feito à medida do Homem, para o bem-estar do Homem e para a sua valorização. Os novos valores do Renascimento Deus escolheu o Homem […] e, colocando-o no centro do Mundo disse- lhe: […]. És tu que segundo os teus desejos e o teu discernimento, podes escolher […]. Pico della Mirandola, Sobre a dignidade do Homem, 1486
  • 8. Coloquei-te no centro do Mundo para que, daí, pudesses facilmente observar as coisas. […] És tu que, pela tua livre vontade, podes escolher o teu próprio modelo e a forma de te realizares. Pela tua vontade, poderás descer às formas degradadas da vida, que são animais. Pela tua vontade, conseguirás alcançar as formas mais elevadas que são divinas. Pico della Mirandola, Sobre a dignidade do Homem, 1486  Individualismo O Homem tem capacidade para escolher e decidir por si próprio, para pensar por si próprio e passa a valorizar-se e a acreditar nas suas capacidades.
  • 9.  Classicismo Gosto pela cultura clássica: pelas línguas grega e latina, pelos pensadores clássicos, pela arte e literatura clássica, pelos valores clássicos que valorizam o Homem. No nosso tempo, todas as matérias nos interessam. Aprendemos grego (sem o qual ninguém se pode considerar sábio), hebraico e latim. Considero indispensável que aprendas estas línguas. Rabelais, Cartas de Gargântua a Pantagruel, 1534
  • 10.  Naturalismo Interesse pelo estudo da Natureza física e humana em todos os seus aspectos. […]. Quanto à Natureza, quero que a estudes cuidadosamente: deves conhecer os peixes que enchem os mares e as aves que voam nos céus; as árvores de todas as florestas e as ervas de todos os campos; os metais ocultos no ventre da Terra e as pedras preciosas de todos os continentes. […] Depois, mais cuidadosamente ainda, estuda os livros dos médicos gregos, árabes e latinos […] e através da prática da anatomia, procura conhecer esse outro mundo que é o homem. Rabelais, Cartas de Gargântua a Pantagruel, 1534
  • 11.  Experiencialismo Necessidade de comprovar pela observação e pela experiência qualquer facto antes de o aceitar como válido; valorização do aspecto prático do conhecimento. Nunca os nossos antepassados […] imaginaram que viria o tempo em que o Ocidente conheceria o Oriente como agora conhece. Os escritores antigos escreveram sobre isso tantas fábulas que se pensava ser impossível navegar até ao Oriente. […] Como a experiência é a mãe de todas as coisas, por ela soubemos radicalmente a verdade. Duarte Pacheco Pereira, Esmeraldo de Situ Orbis, 1505
  • 12.  Espírito crítico O Homem passa a pensar por si próprio, a questionar a sociedade e o mundo que o rodeia, em vez de o aceitar como um dado adquirido. Até o saber tradicional passa a ser questionado. Se alguém julgar que falo com mais atrevimento do que verdade, venha inspeccionar comigo as vidas humanas […]. Este mete no ventre tudo quanto ganha, poucos dias depois, passa fome. Aquele não vê a felicidade senão no sono e no ócio. […] Os negociantes mentem, roubam, defraudam, enganam e consideram-se pessoas muito importantes, porque andam com os dedos cheios de anéis de ouro. […] Erasmo de Roterdão, Elogio da Loucura, 1511
  • 13. Em síntese…  Os valores do Renascimento são: * Antropocentrismo * Individualismo * Classicismo * Naturalismo * Experiencialismo * Espírito crítico O Homem do Renascimento era um Homem com uma nova mentalidade, curioso, crítico, multifacetado.
  • 14. Alargamento da compreensão da Natureza  Desejo insaciável por saber a verdade;  Satisfazer a curiosidade;  Explicar as contradições e insuficiências do saber antigo. - Atitude crítica face à realidade; - Todo o conhecimento deverá ser confirmado pela razão, pela observação e pela experiência. Mentalidade racionalista
  • 15.  Levou ao desenvolvimento de várias ciências: • Anatomia • Astronomia • Cartografia • Botânica • Zoologia • Geografia • Farmacopeia
  • 16. Produção literária humanista  Picco de la Mirandola  Baltasar Castiglione  Nicolau Maquiavel  Boccaccio  Leonardo da Vinci  Miguel Angelo Buonarroti  Sobre a dignidade do Homem  O Cortesão  O Príncipe  Decameron  Monalisa, A última Ceia (os seus trabalhos escritos só foram publicados na actualidade)  Tecto da Capela Sistina (Vaticano), cúpula da Igreja de Stª Maria das Flores (Florença), Pietà, David… Literatura Literatura Tratados de política Literatura Pintura, arquitectura, escultura, física, anatomia... “ Itália
  • 17. Produção literária humanista França  Rabelais Países Baixos  Erasmo de Roterdão Inglaterra  Thomas More  William Shakespeare Espanha  Miguel de Cervantes Literatura Crítica social Literatura Literatura, crítica social Teatro, poesia Romance de cavalaria  Gargântua e Pantagruel  Elogio da Loucura  Utopia  Romeu e Julieta, Hamlet, Rei Lear, Macbeth, Henrique V…  D. Quixote
  • 18. Produção literária humanista  Luís Vaz de Camões  Fernão Mendes Pinto  Garcia de Orta  João de Barros  Duarte Pacheco Pereira  António Ferreira  Pedro Nunes  Damião de Góis  Garcia de Resende  Gabriel Pereira  André de Resende  Os Lusíadas, Éclogas e Canções, Sonetos...  Peregrinação  Os Colóquios dos Simples e Drogas da Índia  Roteiros da Ásia  Esmeraldo de Situ Orbis  A Castro  (inventou o NÓNIO, foi matemático e astrónomo)  (embaixador em vários países da Europa e feitor em Antuérpia, conheceu Erasmo e Lutero...)  Cancioneiro  …. Poesia épica e lírica Literatura de viagens Tratados de medicina e farmacopeia Literatura de viagens “ Teatro Matemática, Astronomia... Crítica social Correspondência Literatura (poesia) Portugal
  • 19. A arte renascentista  Dois grandes focos da arte renascentista em Itália: - Florença (século XV) - Roma (século XVI) Sob o mecenato dos Médicis Sob o mecenato dos Papas
  • 20. Arquitectura  Grande precursor: Brunelleschi;  Inspiração: arquitectura clássica – Classicismo  Tipo de edifícios: - Igrejas - Palácios - Bibliotecas - Hospitais - Arcadas - Fontes Ordem Proporção Elementos estruturais e decorativos
  • 21. Características da arquitectura  Horizontalidade (definida pelos frisos, pelas cornijas e balaustradas);  Simetria (equilíbrio, proporção, harmonia);Basílica de S. Pedro, Vaticano, Roma
  • 22.  Elementos estruturais: colunas ou pilastras das ordens clássicas (coríntia e compósita), abóbada de berço, arco de volta perfeita, frontão triangular ou semicircular, tirantes de metal, cúpula, aletas.
  • 23. Igreja da Graça, Évora Aleta Frontão triangular Friso Arco de volta perfeita Abóbada de berço Cornija Balaustrada Pilastra
  • 24.  Elementos decorativos: frontões por cima de portas e janelas, balaustradas, cornijas, decoração naturalista (conchas, florões, grinaldas de flores).
  • 25. Pintura Grandes inovações  Flandres Descoberta da pintura a óleo (atribuída a Van Eyck). Contribui para dar à composição mais vivacidade, mais brilho, maior durabilidade. Flandres Itália Dois grandes focos de pintura Uma grande inovação
  • 26.  Itália (várias inovações) Aplicação da lei da perspectiva à pintura, o que permite: - criar a ilusão de profundidade/ tridimensionalidade; - dar à composição um aspecto de total equilíbrio (distribuição ordenada das formas). Outra grande inovação
  • 27.  Técnica do “sfumato”, provavelmente atribuída a da Vinci: confere à pintura um aspecto mais suave na transição da cor escura para a cor clara;  Técnica do “modelato”: consiste na aplicação de camadas muito finas de tinta, que se vão sobrepondo sobre a mesma superfície, produzindo um efeito de brilho e transparência. Leonardo da Vinci, A Virgem com o Menino e Santa Ana
  • 28. Características da pintura  Naturalismo (presença de elementos naturais: paisagem, árvores, rios, rochedos…);  Racionalismo (a composição parece enquadrar-se num esquema geométrico, geralmente uma pirâmide ou triângulo);  Equilíbrio (distribuição equilibrada das formas, dos volumes);  Aplicação da lei da perspectiva (profundidade);  Presença de elementos arquitectónicos (pontes, arcos, edifícios…). Rafael, Madona no prado, 1505
  • 29. Van Eyck, A Virgem e o Chanceler Rolin, 1485 Da Vinci, A Virgem dos Rochedos, 1506
  • 31. Miguel Ângelo Capela Sistina, Vaticano O fresco
  • 32. O retrato  Inicialmente: - Busto tendo como fundo uma janela ou uma paisagem (Monalisa, da Vinci);  Depois: - Retrato a ¾ com fundo escuro. Mais realista (Retrato de Homem, Antonello da Messina).
  • 33. Escultura  Realismo/naturalismo: grande semelhança com o real, perfeito conhecimento do corpo humano (revela conhecimentos de anatomia);  Dinamismo: sensação de movimento (nas pregas da roupa, na contracção dos músculos, na posição do corpo…);  Expressividade: captação de sentimentos/ emoções (angústia, tristeza, êxtase, tranquilidade, …);Miguel Ângelo, David Características
  • 34.  Racionalismo: recurso a esquemas compositivos geometricamente simples como o triângulo (Pietà) ou linhas/ contornos que acompanham o movimento do corpo (David);  Harmonia/ equilíbrio/ proporção: recurso aos cânones clássicos (ex: cabeça = 1/7 da altura total do corpo). Miguel Ângelo, Pietà
  • 35. Os temas na pintura e na escultura  O Homem (enquanto ser humano e indivíduo);  Figuras mitológicas (O nascimento de Vénus, Primavera, Júpiter…);  Temas religiosos (Nossa Senhora, Menino Jesus, santos, a Criação…).
  • 36. O Renascimento em Portugal Claustro do Convento de Cristo, Tomar Claustro da Sé de Viseu
  • 37. Igreja da Misericórdia, Guimarães Igreja dos Grilos, Porto
  • 38. Quando o gótico- manuelino se encontra com o renascimento Convento de Cristo, Tomar
  • 39. PORTUGAL: a persistência do Gótico e o Manuelino  Em Portugal, o Gótico prevaleceu até ao século XVI. Mantém-se a estrutura gótica (altura dos edifícios, a cobertura em abóbada de cruzamento de ogivas,…);  …e adoptam-se novos elementos decorativos, inspirados nos Descobrimentos: o manuelino.
  • 40. • a esfera armilar; • os símbolos heráldicos; • a cruz da ordem de Cristo; • elementos naturalistas (algas, conchas…); • cordas (simples ou entrelaçadas, nós). Os elementos decorativos são, essencialmente: Janela do Convento de Cristo, Tomar