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Claudiane G. Santos
Enfermagem - UNISA
PORFIRIA
• Porfirias são um grupo de pelo menos oito doenças genéticas distintas de
  distúrbios herdados ou adquiridos que envolvem certas enzimas
  participantes do processo de síntese do HEME.

• Estes distúrbios se manifestam através de problemas na pele e/ou com
  complicações neurológicas.

• Existem diferentes tipos de porfirias, atualmente sendo classificadas de
  acordo com suas deficiências enzimáticas específicas no processo de
  síntese do heme.

• O termo porfiria deriva da palavra grega , porphura, significando
  “pigmento roxo” . O nome aparenta ser uma referência à coloração
  arroxeada dos fluidos corporais dos pacientes durante um ataque.

• Embora as primeiras descrições da porfiria tenham sido atribuídas a
  Hipócrates, a doença foi explicada bioquimicamente por Felix Hoppe-
  Seyler em 1874, e as porfirias agudas foram descritas pelo médico
  holandês B.J. Stokvis em 1889.
PORFIRIA
• As porfirias são causadas por deficiências funcionais ou quantitativas de qualquer uma das
  enzimas que participam do processo de síntese do heme;

•    A síntese do heme provoca o aumento de um dos seus precursores, as porfirinas, que são
    toxicas em altas concentrações nos tecidos;

•     Características bioquímicas desses intermediários e o local da sua produção,
    determinarão em que tecido serão acumulados, se são fotossensíveis e como serão
    excretados (na urina ou nas fezes);

• Fatores ambientais, tais como: medicamentos, álcool, hormônios, dieta, stress,
  exposição solar e outros desempenham um papel importante no desencadeamento e
  curso destas doenças.
Sinais e Sintomas
• Existem dois principais tipos de manifestações clínicas características das porfirias, a
  Aguda e a Cutânea.


• Porfiria aguda – Sintomas Neurológicos
• As porfirias hepáticas com manifestações agudas afetam primariamente o Sistema
  nervoso central, resultando em dor abdominal,vômitos,neuropatia aguda ,
  convulsões e distúrbios mentais, incluindo alucinações,depressão e ansiedade.

•    Se houver acometimento do Sistema Nervoso Autônomo, podem ocorrer constipação,
    elevação ou queda da PA, taquicardia, e outras arritimias cardíacas. Podem ocorrer
    também distúrbios eletrolíticos com hiponatremia paralisia do bulbo cerebral com
    parada respiratória e distúrbio psiquiátrico culminando em suicídio.

•   A fisiopatogenia provavelmente é por efeito tóxico dos precursores de porfirina, o ácido δ-
    aminolevulínico (ALA) e porfobilinogênio (PBG).

• Os ataque da doença podem ser desencadeados por drogas (como barbitúricos,álcool,
  drogas,contraceptivo oral,sedativos e certos antibióticos) e certos alimentos. A queda da
  glicemia também podem desencadear os ataques.
Sinais e Sintomas
Os pacientes com porfirias hepáticas (PCT, AIP, HCP, VP) estão em risco
aumentado de câncer de fígado mesmo sem outros fatores de risco e
podem precisar de monitoramento.

Geralmente a porfiria não é a primeira suspeita diagnóstica, o paciente
pode inicialmente ser suspeito de ter outra doença não-relacionada.
Exemplo o Lúpus eritematoso também apresenta fotossensibilidade e
ataques de dor, além de compartilhar diversos outros sintomas com a
porfiria.


 Entre os pacientes com diagnósticos de distúrbios psiquiátricos, a
incidência de exames positivos para porfiria aguda intermitente chega a ser
de 1 para cada 500 casos , muito acima da média, o que sugere que muitos
"pacientes psiquiátricos" são na realidade portadores de porfiria não tratada
PORFIRIA CUTÂNEA
•     As porfirias eritropoiéticas afetam primariamente a pele, levando a fotossensibilidade
    cutânea,bolhas necrose da pele e gengivas ,prurido,edema e aumento da pilificação
    (crescimento de pêlos) em áreas como a fronte.

• Em algumas formas de porfiria, o acúmulo de precursores do heme excretados pela urina
  podem mudar sua cor, após exposição ao sol, para um vermelho ou marrom escuros,
  ocasionalmente até um tom de púrpura.

• Também pode haver acúmulo dos precursores nos dentes e unhas, levando-os a adquirir
  uma coloração avermelhada.
Diagnóstico
• A porfiria é diagnosticada através de espectroscopia (porfirinas têm um espectro
  característico de absorção) e exames bioquímicos (sangue,fezes,urina);

• A dosagem de porfobilinogênio (PBG) na urina é o primeiro passo na suspeita de
  porfiria aguda a produção reduzida de heme leva a um aumento na concentração de
  precursores, sendo que o PBG é um dos primeiros na cadeia sintética da porfirina.
  Dessa maneira, sua concentração urinária está elevada em praticamente todos os
  casos de porfiria aguda.


• Para detecter a porfiria, podem ser necessários repetidos exames durante um
  ataque e seus ataques subsequentes, já que os níveis podem estar normais ou
  próximos ao normal entre os ataques.

• Como a maioria das porfirias são doenças raras, os laboratórios hospitalares em
  geral não possuem especialização, tecnologia ou tempo para seus funcionários
  realizarem o exame de porfiria.

• Em geral, os exames envolvem o envio de amostras de sangue, fezes e urina para
  um laboratório de referência. As amostras devem ser manuseadas com cuidado,
  sendo protegidas da luz e refrigeradas.

•   As amostras devem colhidas durante uma crise, caso contrário um resultado falso
    negativo pode ocorrer.
Tratamento
• Durante as crises de Porfiria Aguda a hospitalização é geralmente necessária;

• São recomendados a usar um bracelete de alerta ou outra identificação o tempo inteiro para
  o caso de desenvolverem sintomas e os profissionais desconhecerem medicamentos
  totalmente contra-indicados;

• Infusão de solução hipertônica de glicose (até de 50%) para auxiliar A interromper a crise ou
  auxiliar na recuperação;

• Medicamentoso (Hematina e arginato de heme, opiáceos, fenotiazinicos - porfíria aguda),
Tratamento
•   Nas Porfirias Cutâneas deve-se evitar a exposição da pele à luz solar (roupas apropriadas,
    fotoprotetores, insulfilm nas janelas, etc) e os traumas cutâneos.
•
    Na Porfiria Cutânea Tarda (a forma mais freqüente de porfiria) flebotomias programadas e
    cloroquina ou hidrocloroquina são os tratamentos recomendados durante a fase ativa da doença.
    Identificar e evitar ou tratar fatores desencadeantes (álcool, tabaco, estrógenos, sobrecarga de
    ferro, infecção por HIV e HCV) também é importante.
•
•   Na Protoporfiria Eritropoiética a utilização de beta-caroteno melhora a tolerância aos raios
    solares e a ingestão de colestiramina pode baixar os níveis de porfirinas em alguns pacientes.
•
•   Na Porfiria Eritropoiética Congênita as transfusões sanguíneas e a administração oral de
    carvão ativado podem ser úteis, entretanto, nas formas mais graves, esplenectomia, sobretudo
    transplante de medula óssea, são opções terapêuticas fundamentais
Principais Dificuldades
• Interações medicamentosas;

•    Ausência de conhecimento dos profissionais da saúde sobre essa
    condição e do fato de que algumas drogas são absolutamente
    contra-indicadas;

• Ausência de laboratórios de referência para diagnóstico;

• Dificuldade para diagnosticar a doença;
Alguns dos Principais Fármacos, Considerados Não Seguros ou Seguros
       nas Porfirias Agudas.
      Não Seguros                                                                                          Seguros
      Álcool                                                                                               Acetaminofeno
      Barbituratos†                                                                                        Aspirina
      Carbamazepina†                                                                                       Atropina
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      Estrogênios†‡                                                                                        Insulina
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      Glutetimida†                                                                                         Penicilina e derivados
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      Meprobamato (também mebutamato e tybutamate)†                                                        Estreptomicina
      Metiprilon
      Metoclopramida†
      Fenitoína†
      Primidona†
      Progesterona e progestinas sintéticas†
      Pirazinamida†
      Pirazolonas (aminopirina e antipirina)
      Rifampina†
      Succinimidas (etosuximida e metosuximida)
      Sulfonamida †
      Ácido Valpróico†

† Porfiria está citada em contra-indicação, advertência, precaução ou efeito adverso nas bulas destes medicamentos nos EUA. Para medicamentos citados como não seguros, a ausência de tais
afirmações de alerta nas bulas americanas não implica em menor risco.
‡ Estrogênios têm sido considerados prejudiciais, principalmente devido à experiência de combinações estrogênio–progestina e por exacerbarem a porfiria cutânea tarda. Embora as evidências de
que possam exacerbar porfirias agudas sejam fracas, devem ser usados com precaução. Baixas doses de estragênio transdérmico) têm sido usadas seguramente para prevenir os efeitos
colaterais dos análogos de GRH (gonadotropin-releasing hormone) em mulheres com crises cíclicas.
§ Embora a porfiria esteja citada nas precauções nas bulas destes medicamentos nos EUA, eles são relacionados como seguros por outras fontes.
ABRAPO – Associação Brasileira de Porfiria
    Missão
• Sensibilizar organismos públicos, privados e a sociedade civil sobre a existência das porfirias
  e difundir conhecimentos sobre a síndrome para hospitais,clínicas , profissionais e
  sociedade.

• Prestar esclarecimentos e orientações sobre porfirias a portadores da síndrome, familiares
  de portadores, médicos, demais profissionais da saúde e sociedade em geral.

• Promover iniciativas sociais, sanitárias e educativas ligadas às porfirias.

• Lutar pela inclusão dos exames específicos para diagnóstico e acompanhamento da doença
  no rol da Agência Nacional da Saúde.

•   Localizar e cadastrar portadores de porfirias o Brasil

• Rromover meios que favoreçam o contato e a comunicação entre portadores da doença ou
  outros interessados.

• Pleitear junto ao Ministério da Saúde a divulgação da doença e recursos para diagnóstico e
  tratamento.

• Incentivar o desenvolvimento de pesquisas e projetos científicos ligados ás porfirias.
Bibliografia
•   http://pt.wikipedia.org/wiki/Porfiria_eritropoi%C3%A9tica_cong%C3%AAnita

•   http://apeslfb.wordpress.com/galeria-de-porfiria/

•   Lane, N. Born to the purple: the story of p

•   http://www.porfiria.org.br/orphyria Scientific American Fulltext.

•   www.porfiriafoundation.com e www.porfiria-europe.com

•   http://www.porfiria.org.br/missao.htm
Agradecimentos




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• OBRIGADO!!




Claudiane G. Santos
Graduando de Enfermagem - UNISA
claudianegracas@hotmail.com

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Porfiria: doenças genéticas raras do metabolismo do heme

  • 2. PORFIRIA • Porfirias são um grupo de pelo menos oito doenças genéticas distintas de distúrbios herdados ou adquiridos que envolvem certas enzimas participantes do processo de síntese do HEME. • Estes distúrbios se manifestam através de problemas na pele e/ou com complicações neurológicas. • Existem diferentes tipos de porfirias, atualmente sendo classificadas de acordo com suas deficiências enzimáticas específicas no processo de síntese do heme. • O termo porfiria deriva da palavra grega , porphura, significando “pigmento roxo” . O nome aparenta ser uma referência à coloração arroxeada dos fluidos corporais dos pacientes durante um ataque. • Embora as primeiras descrições da porfiria tenham sido atribuídas a Hipócrates, a doença foi explicada bioquimicamente por Felix Hoppe- Seyler em 1874, e as porfirias agudas foram descritas pelo médico holandês B.J. Stokvis em 1889.
  • 3. PORFIRIA • As porfirias são causadas por deficiências funcionais ou quantitativas de qualquer uma das enzimas que participam do processo de síntese do heme; • A síntese do heme provoca o aumento de um dos seus precursores, as porfirinas, que são toxicas em altas concentrações nos tecidos; • Características bioquímicas desses intermediários e o local da sua produção, determinarão em que tecido serão acumulados, se são fotossensíveis e como serão excretados (na urina ou nas fezes); • Fatores ambientais, tais como: medicamentos, álcool, hormônios, dieta, stress, exposição solar e outros desempenham um papel importante no desencadeamento e curso destas doenças.
  • 4. Sinais e Sintomas • Existem dois principais tipos de manifestações clínicas características das porfirias, a Aguda e a Cutânea. • Porfiria aguda – Sintomas Neurológicos • As porfirias hepáticas com manifestações agudas afetam primariamente o Sistema nervoso central, resultando em dor abdominal,vômitos,neuropatia aguda , convulsões e distúrbios mentais, incluindo alucinações,depressão e ansiedade. • Se houver acometimento do Sistema Nervoso Autônomo, podem ocorrer constipação, elevação ou queda da PA, taquicardia, e outras arritimias cardíacas. Podem ocorrer também distúrbios eletrolíticos com hiponatremia paralisia do bulbo cerebral com parada respiratória e distúrbio psiquiátrico culminando em suicídio. • A fisiopatogenia provavelmente é por efeito tóxico dos precursores de porfirina, o ácido δ- aminolevulínico (ALA) e porfobilinogênio (PBG). • Os ataque da doença podem ser desencadeados por drogas (como barbitúricos,álcool, drogas,contraceptivo oral,sedativos e certos antibióticos) e certos alimentos. A queda da glicemia também podem desencadear os ataques.
  • 5. Sinais e Sintomas Os pacientes com porfirias hepáticas (PCT, AIP, HCP, VP) estão em risco aumentado de câncer de fígado mesmo sem outros fatores de risco e podem precisar de monitoramento. Geralmente a porfiria não é a primeira suspeita diagnóstica, o paciente pode inicialmente ser suspeito de ter outra doença não-relacionada. Exemplo o Lúpus eritematoso também apresenta fotossensibilidade e ataques de dor, além de compartilhar diversos outros sintomas com a porfiria. Entre os pacientes com diagnósticos de distúrbios psiquiátricos, a incidência de exames positivos para porfiria aguda intermitente chega a ser de 1 para cada 500 casos , muito acima da média, o que sugere que muitos "pacientes psiquiátricos" são na realidade portadores de porfiria não tratada
  • 6. PORFIRIA CUTÂNEA • As porfirias eritropoiéticas afetam primariamente a pele, levando a fotossensibilidade cutânea,bolhas necrose da pele e gengivas ,prurido,edema e aumento da pilificação (crescimento de pêlos) em áreas como a fronte. • Em algumas formas de porfiria, o acúmulo de precursores do heme excretados pela urina podem mudar sua cor, após exposição ao sol, para um vermelho ou marrom escuros, ocasionalmente até um tom de púrpura. • Também pode haver acúmulo dos precursores nos dentes e unhas, levando-os a adquirir uma coloração avermelhada.
  • 7. Diagnóstico • A porfiria é diagnosticada através de espectroscopia (porfirinas têm um espectro característico de absorção) e exames bioquímicos (sangue,fezes,urina); • A dosagem de porfobilinogênio (PBG) na urina é o primeiro passo na suspeita de porfiria aguda a produção reduzida de heme leva a um aumento na concentração de precursores, sendo que o PBG é um dos primeiros na cadeia sintética da porfirina. Dessa maneira, sua concentração urinária está elevada em praticamente todos os casos de porfiria aguda. • Para detecter a porfiria, podem ser necessários repetidos exames durante um ataque e seus ataques subsequentes, já que os níveis podem estar normais ou próximos ao normal entre os ataques. • Como a maioria das porfirias são doenças raras, os laboratórios hospitalares em geral não possuem especialização, tecnologia ou tempo para seus funcionários realizarem o exame de porfiria. • Em geral, os exames envolvem o envio de amostras de sangue, fezes e urina para um laboratório de referência. As amostras devem ser manuseadas com cuidado, sendo protegidas da luz e refrigeradas. • As amostras devem colhidas durante uma crise, caso contrário um resultado falso negativo pode ocorrer.
  • 8. Tratamento • Durante as crises de Porfiria Aguda a hospitalização é geralmente necessária; • São recomendados a usar um bracelete de alerta ou outra identificação o tempo inteiro para o caso de desenvolverem sintomas e os profissionais desconhecerem medicamentos totalmente contra-indicados; • Infusão de solução hipertônica de glicose (até de 50%) para auxiliar A interromper a crise ou auxiliar na recuperação; • Medicamentoso (Hematina e arginato de heme, opiáceos, fenotiazinicos - porfíria aguda),
  • 9. Tratamento • Nas Porfirias Cutâneas deve-se evitar a exposição da pele à luz solar (roupas apropriadas, fotoprotetores, insulfilm nas janelas, etc) e os traumas cutâneos. • Na Porfiria Cutânea Tarda (a forma mais freqüente de porfiria) flebotomias programadas e cloroquina ou hidrocloroquina são os tratamentos recomendados durante a fase ativa da doença. Identificar e evitar ou tratar fatores desencadeantes (álcool, tabaco, estrógenos, sobrecarga de ferro, infecção por HIV e HCV) também é importante. • • Na Protoporfiria Eritropoiética a utilização de beta-caroteno melhora a tolerância aos raios solares e a ingestão de colestiramina pode baixar os níveis de porfirinas em alguns pacientes. • • Na Porfiria Eritropoiética Congênita as transfusões sanguíneas e a administração oral de carvão ativado podem ser úteis, entretanto, nas formas mais graves, esplenectomia, sobretudo transplante de medula óssea, são opções terapêuticas fundamentais
  • 10. Principais Dificuldades • Interações medicamentosas; • Ausência de conhecimento dos profissionais da saúde sobre essa condição e do fato de que algumas drogas são absolutamente contra-indicadas; • Ausência de laboratórios de referência para diagnóstico; • Dificuldade para diagnosticar a doença;
  • 11. Alguns dos Principais Fármacos, Considerados Não Seguros ou Seguros nas Porfirias Agudas. Não Seguros Seguros Álcool Acetaminofeno Barbituratos† Aspirina Carbamazepina† Atropina Carisoprodol† Bromidas Clonazepam (em altas doses) Cimetidina Danazol† Eritropoietina Diclofenac e possivelmente outros AINEs† Gabapentina Ergots Glicocorticóides Estrogênios†‡ Insulina Etchlorvinol† Analgésicos narcóticos Glutetimida† Penicilina e derivados Griseofulvina† Fenotiazinas Mefenitoína Ranitidina† Meprobamato (também mebutamato e tybutamate)† Estreptomicina Metiprilon Metoclopramida† Fenitoína† Primidona† Progesterona e progestinas sintéticas† Pirazinamida† Pirazolonas (aminopirina e antipirina) Rifampina† Succinimidas (etosuximida e metosuximida) Sulfonamida † Ácido Valpróico† † Porfiria está citada em contra-indicação, advertência, precaução ou efeito adverso nas bulas destes medicamentos nos EUA. Para medicamentos citados como não seguros, a ausência de tais afirmações de alerta nas bulas americanas não implica em menor risco. ‡ Estrogênios têm sido considerados prejudiciais, principalmente devido à experiência de combinações estrogênio–progestina e por exacerbarem a porfiria cutânea tarda. Embora as evidências de que possam exacerbar porfirias agudas sejam fracas, devem ser usados com precaução. Baixas doses de estragênio transdérmico) têm sido usadas seguramente para prevenir os efeitos colaterais dos análogos de GRH (gonadotropin-releasing hormone) em mulheres com crises cíclicas. § Embora a porfiria esteja citada nas precauções nas bulas destes medicamentos nos EUA, eles são relacionados como seguros por outras fontes.
  • 12. ABRAPO – Associação Brasileira de Porfiria Missão • Sensibilizar organismos públicos, privados e a sociedade civil sobre a existência das porfirias e difundir conhecimentos sobre a síndrome para hospitais,clínicas , profissionais e sociedade. • Prestar esclarecimentos e orientações sobre porfirias a portadores da síndrome, familiares de portadores, médicos, demais profissionais da saúde e sociedade em geral. • Promover iniciativas sociais, sanitárias e educativas ligadas às porfirias. • Lutar pela inclusão dos exames específicos para diagnóstico e acompanhamento da doença no rol da Agência Nacional da Saúde. • Localizar e cadastrar portadores de porfirias o Brasil • Rromover meios que favoreçam o contato e a comunicação entre portadores da doença ou outros interessados. • Pleitear junto ao Ministério da Saúde a divulgação da doença e recursos para diagnóstico e tratamento. • Incentivar o desenvolvimento de pesquisas e projetos científicos ligados ás porfirias.
  • 13. Bibliografia • http://pt.wikipedia.org/wiki/Porfiria_eritropoi%C3%A9tica_cong%C3%AAnita • http://apeslfb.wordpress.com/galeria-de-porfiria/ • Lane, N. Born to the purple: the story of p • http://www.porfiria.org.br/orphyria Scientific American Fulltext. • www.porfiriafoundation.com e www.porfiria-europe.com • http://www.porfiria.org.br/missao.htm
  • 14. Agradecimentos www.guida.com.br
  • 15. • OBRIGADO!! Claudiane G. Santos Graduando de Enfermagem - UNISA claudianegracas@hotmail.com