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Voltas que a
dá:
Apresentação:
• Olá!!!
• Eu tenho 21 anos, sou solteiro, e queria vos contar um
pouco da minha vida.
• Sei que para vocês pode ser uma seca, mas vão perceber
que nem todos os caminhos que escolhemos na vida são os
mais correctos, com tudo vamos começar a dar uma vista
de olhos, vão também perceber que podemos ter uma vida
difícil, mas somos capazes de ultrapassar todos os
obstáculos, e acima de tudo somos capazes de mudar…
• Quem me incentivou a fazer este trabalho foi uma rapariga
muito especial para mim, que talvez pelos mesmos motivos
se limite a esquecer o passado, e abrir um novo capitulo na
vida dela…
A minha infância:
• Na minha infância não tive o apoio dos meus pais, apenas podia
contar com o meu irmão que é um ano mais velho que eu. O meu
pai sempre gostou mais do meu irmão, para onde ele ia o meu
irmão também tinha que ir. Um dia a minha mãe reparou que o
meu pai estava a chegar a casa alcoolizado, então ela tentou fugir
comigo nos braços, mas o meu pai não a deixou e agrediu-a com
um vime de videira, a minha mãe nesse dia ficou com o corpo todo
em sangue, eu ainda era muito pequenino devia ter pouco mais de
6 meses e o meu pai atirou-me para o chão e deu-me dois
pontapés, nesse momento o meu irmão que tinha 1 ano apareceu e
começou a “gritar”, o meu pai ao aperceber-se de que o meu irmão
estava a assistir, pegou nele ao colo e saiu do átrio de entrada, mas
para eu e a minha mãe não entrarmos ele trancou as portas de
casa, nesse dia eu e a minha mãe ficamos a dormir a entrada da
porta.
• O meu pai agredia-me, e sempre que eu
chegava da escola ele mandava-me ir guardar
as ovelhas, não tinha sequer tempo para
estudar e se pedisse um tempo para estudar
ele ainda me agredia, aviam dias em que ele
não me deixava ir a escola, para ficar a ajuda-
lo na quinta.
• Eu com medo dele, algumas vezes fugia de
casa e ia para um palheiro perto da minha
residência, onde ficava no máximo 2 dias.
• A minha família também não se preocupavam,
não iam sequer a minha procura.
• Os meus colegas na escola durante os primeiros anos
também me agrediam, e gozavam comigo, por esse
motivo algumas vezes eu não ia as aulas e escondia-me
em cima de um sobreiro que existia na escola, eu tinha
muito medo de enfrentar os meus colegas.
• Não fazia aulas de educação física porque já sabia que
nunca ninguém ia quere ficar comigo e no balneário
iam ver as minhas nódoas negras causadas pelas fivelas
dos cintos com que o meu pai me agredia…
• Nos recreios não saia da casa de banho, pois la eu sabia
que ninguém entrava porque eu tava lá trancado…
• Na altura em que ia mudar de escola, para o ciclo, fiquei com medo,
pois ai eu ia ter de enfrentar pessoas mais velhas, pensava que os
próximos anos iam ser bem piores, mas antes pelo contrario.
• Nunca me senti tão bem na escola com os dois últimos anos em
que fui aluno.
• No 5ºano conheci uma rapariga que para mim era sem duvida
especial, nela eu confiava a minha vida, e assim ela foi aprendendo
a confiar também em mim, eramos muito unidos, ela era a minha
melhor e única amiga, mas um dia os pais dela a proibira-ma de
falar comigo, diziam que eu não era boa influencia para ela, a partir
desse dia muitas coisa entre nós mudaram, mas nunca a nossa
amizade, continuamos sempre amigos, mas não andávamos juntos
em sítios que os pais dela nos pudessem ver.
• Acontece que num dia de primavera estávamos sentados no jardim
e a mãe dela apareceu, a mãe dela não me disse nada a mim, mas
em casa agrediram a rapariga, não sei porque, na minha opinião era
totalmente injusto o que os pais dela estavam a fazer, por
momentos eu pensei que a vida dela era igual á minha.
• Mas nem assim ela deixou de me falar, de estar comigo…
• Agora vinham as ferias de verão, estávamos distantes durante 4
meses, e eu tava com medo, era muito tempo longe dela, este
tempo ia a fazer refletir sobre tudo o que aconteceu enquanto
estivemos juntos, tinha muito medo que no ano seguinte ela
deixasse de ser para mim tudo o que tinha sido no ano anterior…
• O tempo passou e era o dia das apresentações ela não me falou,
fiquei ainda mais nervoso pelo que podia ter acabado de perder
uma amiga especial, o fim de semana passou, e já era segunda-
feira, eu era sempre o primeiro a chegar á escola então fiquei no
portão á espera que ela chegasse, e quando ela chegou, para meu
alivio, veio ter comigo, fiquei “super” contente…
• Mais um ano estava a decorrer e nós estávamos cada vez mais
tempo juntos, muitas coisas aconteceram até o ano acabar mas a
nossa amizade sempre foi a melhor…
• Eu sabia que ia ser o ultimo ano em que ia andar na escola, por isso
aproveitei ao máximo, no ultimo dia de aulas eu ia jurar que nunca
mais a tornaria a ver, mas estava errado, passado 5 anos tornamos
nos a encontrar, e ai juramos nunca mais nos separar, e com ela eu
aprendi que na vida tudo muda, é preciso que sejamos nós a tomar
essa iniciativa….
• É verdade o medo por vezes sega os nossos
sonhos, nós não podemos fechar os olhos
para a vida pois existem pessoas que esperam
o nosso olhar…

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Trabalho (voltas que a vida da)

  • 2. Apresentação: • Olá!!! • Eu tenho 21 anos, sou solteiro, e queria vos contar um pouco da minha vida. • Sei que para vocês pode ser uma seca, mas vão perceber que nem todos os caminhos que escolhemos na vida são os mais correctos, com tudo vamos começar a dar uma vista de olhos, vão também perceber que podemos ter uma vida difícil, mas somos capazes de ultrapassar todos os obstáculos, e acima de tudo somos capazes de mudar… • Quem me incentivou a fazer este trabalho foi uma rapariga muito especial para mim, que talvez pelos mesmos motivos se limite a esquecer o passado, e abrir um novo capitulo na vida dela…
  • 3. A minha infância: • Na minha infância não tive o apoio dos meus pais, apenas podia contar com o meu irmão que é um ano mais velho que eu. O meu pai sempre gostou mais do meu irmão, para onde ele ia o meu irmão também tinha que ir. Um dia a minha mãe reparou que o meu pai estava a chegar a casa alcoolizado, então ela tentou fugir comigo nos braços, mas o meu pai não a deixou e agrediu-a com um vime de videira, a minha mãe nesse dia ficou com o corpo todo em sangue, eu ainda era muito pequenino devia ter pouco mais de 6 meses e o meu pai atirou-me para o chão e deu-me dois pontapés, nesse momento o meu irmão que tinha 1 ano apareceu e começou a “gritar”, o meu pai ao aperceber-se de que o meu irmão estava a assistir, pegou nele ao colo e saiu do átrio de entrada, mas para eu e a minha mãe não entrarmos ele trancou as portas de casa, nesse dia eu e a minha mãe ficamos a dormir a entrada da porta.
  • 4. • O meu pai agredia-me, e sempre que eu chegava da escola ele mandava-me ir guardar as ovelhas, não tinha sequer tempo para estudar e se pedisse um tempo para estudar ele ainda me agredia, aviam dias em que ele não me deixava ir a escola, para ficar a ajuda- lo na quinta.
  • 5. • Eu com medo dele, algumas vezes fugia de casa e ia para um palheiro perto da minha residência, onde ficava no máximo 2 dias. • A minha família também não se preocupavam, não iam sequer a minha procura.
  • 6. • Os meus colegas na escola durante os primeiros anos também me agrediam, e gozavam comigo, por esse motivo algumas vezes eu não ia as aulas e escondia-me em cima de um sobreiro que existia na escola, eu tinha muito medo de enfrentar os meus colegas. • Não fazia aulas de educação física porque já sabia que nunca ninguém ia quere ficar comigo e no balneário iam ver as minhas nódoas negras causadas pelas fivelas dos cintos com que o meu pai me agredia… • Nos recreios não saia da casa de banho, pois la eu sabia que ninguém entrava porque eu tava lá trancado…
  • 7. • Na altura em que ia mudar de escola, para o ciclo, fiquei com medo, pois ai eu ia ter de enfrentar pessoas mais velhas, pensava que os próximos anos iam ser bem piores, mas antes pelo contrario. • Nunca me senti tão bem na escola com os dois últimos anos em que fui aluno. • No 5ºano conheci uma rapariga que para mim era sem duvida especial, nela eu confiava a minha vida, e assim ela foi aprendendo a confiar também em mim, eramos muito unidos, ela era a minha melhor e única amiga, mas um dia os pais dela a proibira-ma de falar comigo, diziam que eu não era boa influencia para ela, a partir desse dia muitas coisa entre nós mudaram, mas nunca a nossa amizade, continuamos sempre amigos, mas não andávamos juntos em sítios que os pais dela nos pudessem ver. • Acontece que num dia de primavera estávamos sentados no jardim e a mãe dela apareceu, a mãe dela não me disse nada a mim, mas em casa agrediram a rapariga, não sei porque, na minha opinião era totalmente injusto o que os pais dela estavam a fazer, por momentos eu pensei que a vida dela era igual á minha. • Mas nem assim ela deixou de me falar, de estar comigo…
  • 8. • Agora vinham as ferias de verão, estávamos distantes durante 4 meses, e eu tava com medo, era muito tempo longe dela, este tempo ia a fazer refletir sobre tudo o que aconteceu enquanto estivemos juntos, tinha muito medo que no ano seguinte ela deixasse de ser para mim tudo o que tinha sido no ano anterior… • O tempo passou e era o dia das apresentações ela não me falou, fiquei ainda mais nervoso pelo que podia ter acabado de perder uma amiga especial, o fim de semana passou, e já era segunda- feira, eu era sempre o primeiro a chegar á escola então fiquei no portão á espera que ela chegasse, e quando ela chegou, para meu alivio, veio ter comigo, fiquei “super” contente… • Mais um ano estava a decorrer e nós estávamos cada vez mais tempo juntos, muitas coisas aconteceram até o ano acabar mas a nossa amizade sempre foi a melhor… • Eu sabia que ia ser o ultimo ano em que ia andar na escola, por isso aproveitei ao máximo, no ultimo dia de aulas eu ia jurar que nunca mais a tornaria a ver, mas estava errado, passado 5 anos tornamos nos a encontrar, e ai juramos nunca mais nos separar, e com ela eu aprendi que na vida tudo muda, é preciso que sejamos nós a tomar essa iniciativa….
  • 9. • É verdade o medo por vezes sega os nossos sonhos, nós não podemos fechar os olhos para a vida pois existem pessoas que esperam o nosso olhar…