5. Marconi Ferreira Perillo Júnior
Governador do Estado de Goiás
Thiago Mello Peixoto da Silveira
Secretário de Estado da Educação
Raph Gomes Alves
Superintendente de Inteligência Pedagógica e Formação
Márcia rejane Martins da Silva Brito
Chefe do Núcleo da Escola de Formação
Valéria Marques de Oliveira
Gerente de Formação Central
Expediente
Gerência de Formação Central
Elaboradores
Ana Christina de Pina Brandão
Arminda Maria de Freitas Santos
Débora Cunha Freire
Edinalva de Carvalho
Joanede Aparecida Xavier de Souza Fé
Lívia Aparecida da Silva
Marilda de Oliveira Rodovalho
Rosely Aparecida Wanderley Araújo
Língua Portuguesa
Matemática
Ciências
Abadia de Lourdes da Cunha
Alexsander Costa Sampaio
Carlos Roberto Brandão
Deusite Pereira dos Santos
Evandro de Moura Rios
Inácio de Araújo Machado
Márcio Dias de Lima
Mônica Martins Pires
Regina Alves Costa Fernandes
Sandra de Faria Lima Oliveira
Silma Pereira do Nascimento Vieira
Ujerverson Tavares Sampaio
Cibele Pimenta Tiradentes
Fernanda Cirqueira Rodrigues
Leonardo Teófilo Teles
Lívio de Castro Pereira
Marcus Vinícius Pereira
Ranib Aparecida dos Santos Lopes
Rodrigo da Silva
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7. O Governo do Estado de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da
Educação(SEDUC),criouo“PactopelaEducação”comoobjetivodeavançar
naofertadeumensinoqualitativoàscrianças,jovenseadultosdonossoEstado.
Assim, busca-se adotar práticas pedagógicas de alta aprendizagem.
Dessa forma, estamos desenvolvendo, conjuntamente, várias ações, dentre
elas,aproduçãodestematerialdeapoioesuporte.Elefoiconcebidotendopor
finalidadecontribuircomvocê,professor,nassuasatividadesdiáriase,também,
buscando melhorar o desempenho de nossos alunos. Com isso, espera-se
amenizar o impacto causado pela mudança do Ensino Fundamental para o
Médio, reduzindo assim a evasão, sobretudo na 1ª série do Ensino Médio.
Lembramos que a proposta de criação de um material de apoio e suporte
sempre foi uma reivindicação coletiva de professores da rede. Proposta esta
quenãopodeserviabilizadaantesemfunçãodadiversidadedeCurrículosque
eram utilizados. A decisão da Secretaria pela unificação do Currículo para
todo o Estado de Goiás abriu caminho para a realização de tal proposta.
Trata-se do primeiro material, deste tipo, produzido por esta Secretaria,
sendo,dessaforma,necessáriosalgunsajustesposteriores.Porisso,contamos
comasuacolaboraçãoparaampliá-lo,reforçá-loemelhorá-lonaquiloquefor
preciso. Estamos abertos às suas contribuições.
Sugerimos que este caderno seja utilizado para realização de atividades
dentroeforadasaladeaula.Esperamos,comsuaajuda,fazerdesteumobjeto
de estudo do aluno, levando-o ao interesse de participar ativamente das aulas.
Somando esforços, este material será o primeiro de muitos e, com certeza,
poderá ser uma importante ferramenta para fortalecer sua prática em sala de
aula.Assim,nósoconvidamospara,juntos,buscarrmosoaperfeiçoamentode
ações educacionais, com vistas à melhoria dos nossos indicadores,
proporcionando uma educação mais justa e de qualidade.
A proposta de elaboração de outros materiais de apoio continua e a sua
participação é muito importante. Caso haja interesse para participar dessas
elaborações, entre em contato com o Núcleo da Escola de Formação pelo e-
mail cadernoeducacional@seduc.go.gov.br
Bom trabalho!
Apresentação
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13. Material de apoio 4º bimestre
LÍNGUA
PORTUGUESA
LÍNGUA
PORTUGUESA
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15. língua portuguesa
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Romance
Levantamento dos conhecimentos prévios/
Introdução ao estudo do gênero.
Objetivo geral
• Diagnosticar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Romance, explorando as práticas
de oralidade, leitura e escrita.
aula 01
O que devo aprender nesta aula
u Ler com fluência e boa entonação.
u Ler com fluência e autonomia o romance em estudo, observando forma, estilo,conteúdo função social.
u Reconhecer elementos de literariedade no texto.
u Compreender a importância do contexto histórico no gênero.
u Valorizar a leitura do romance como fonte de entretenimento e prazer.
• Pode-se dizer que estas canções são românticas? Por quê?
• Analise as semelhanças e as diferenças entre as canções ouvidas.
• Assim como as músicas ouvidas, você acha que todo romance é romântico? Justifique.
• Você já leu algum romance? Qual? Quem o escreveu? Pode ser caracterizado como romântico? Por quê?
Práticas de oralidade e leitura
Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai, que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus
Só pra me provocar
Meu amor juro por Deus
Me sinto incendiar
Meu amor juro por Deus
Que a luz dos olhos meus
Já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus
Sem mais la ra ra ra...
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar
( La ra ri ra ra ra...)
( La ra ri ra ra ra...)
Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai, que bom que isso é meu Deus
Pela Luz dos Olhos Teus
Tom Jobim e Miucha
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16. língua portuguesa
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Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus
Só pra me provocar
Meu amor juro por Deus
Me sinto incendiar
Meu amor juro por Deus
Que a luz dos olhos meus
Já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus
Sem mais la ra ra ra...
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor e só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar
Precisa se casar, precisa se casar (repete até o fim)
Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz
Do arfante peito seu
Tu és a forma ideal
Estátua magistral oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza
Perdão, se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar
Jurar, aos pés do onipotente
Em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te até meu padecer
De todo fenecer
Rosa
Pixinguinha
http://letras.mus.br/tom-jobim/73343/#selecoes/49022/
http://letras.mus.br/pixinguinha/30843/
Avião sem asa,
Fogueira sem brasa,
Sou eu assim, sem você
Futebol sem bola,
Piu-piu sem Frajola,
Sou eu assim, sem você...
Porque é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil auto-falantes
Vão poder falar por mim...
Amor sem beijinho,
Buchecha sem Claudinho,
Sou eu assim sem você
Fico Assim Sem Você
Claudinho e Buchecha
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17. língua portuguesa
15
http://letras.mus.br/claudinho-e-buchecha/47176/
Circo sem palhaço,
Namoro sem abraço,
Sou eu assim sem você...
Tô louco prá te ver chegar
Tô louco prá te ter nas mãos
Deitar no teu abraço
Retomar o pedaço
Que falta no meu coração...
Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver,
Mas o relógio tá de mal comigo.
Por quê? Por quê?
Neném sem chupeta,
Romeu sem Julieta,
Sou eu assim, sem você
Carro sem estrada,
Queijo sem goiabada,
Sou eu assim, sem você...
Você...
Porque é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil auto-falantes
Vão poder falar por mim...
Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas prá poder te ver,
Mas o relógio tá de mal comigo...
Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?
Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
No outro canto da cidade, como eles disseram
EduardoeMônicaumdiaseencontraramsemquerer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse
Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir
Festa estranha, com gente esquisita
Eu não tô legal, não aguento mais birita
E a Mônica riu, e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
É quase duas, eu vou me ferrar
Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard
Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de camelo
O Eduardo achou estranho, e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo
Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
VanGoghedosMutantes,deCaetanoedeRimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô
Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda tava no esquema
Escola, cinema, clube, televisão
Emesmocomtudodiferente,veiomesmo,derepente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia, como tinha de ser
Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro, artesanato, e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar (não!)
E ela se formou no mesmo mês
Que ele passou no vestibular
E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela
E vice-versa, que nem feijão com arroz
Construíram uma casa há uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana, seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram
Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
Eduardo e Mônica
Legião Urbana
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18. língua portuguesa
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PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
Caro(a)aluno(a),pesquiseadiferençaentre“romance”e“romantismo”e tragaoresultadodasuapesquisa
na próxima aula.
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias, não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação
E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?
http://letras.mus.br/legiao-urbana/22497/
Ampliaçãodosconhecimentossobreogênero
Objetivo geral
•AmpliarosconhecimentossobreogêneroRomance,explorandoaspráticasdeoralidade,leitura,escritaeanáliselinguística.
aula 02
O que devo aprender nesta aula
u Ler capítulos de romances, utilizando as estratégias da leitura como mecanismos de interpretação dos textos:
•Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).
•Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Ler capítulos de romances, observando forma, conteúdo, estilo e função social.
u Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
Prática de oralidade
• Seus avós já contaram a vocês como era o namoro, antigamente? Comente.
• Atualmente, como o amor é retratado nas músicas, novelas e nos filmes?
• Qual a sua opinião sobre as diferentes formas de viver o amor?
• Você já leu uma história romântica? Qual?
• Como o amor é abordado nesta história?
Agora você terá oportunidade de apresentar ao (à) seu (sua) professor (a) e colegas a pesquisa que realizou.
Vamos lá: leia ou fale, espontaneamente, o que conseguiu apreender sobre romance e romantismo!
Caro(a) estudante, faça a leitura do capítulo 21 do romance “A Moreninha” – de Joaquim Manuel de Macedo.
Procure fazer uma leitura interpretativa dessa história romântica, registrando no seu caderno as palavras
desconhecidas, que comprometam o entendimento do texto.
Prática de leitura
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19. língua portuguesa
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Raiou o belo dia, que seguiu a sete outros, passados entre sonhos, saudades e esperanças. Augusto está viajando, e já não
émaisaquelemancebocheiodedúvidasetemoresdasemanapassada;éumamantequeacreditaseramadoequevai,radiante
de esperanças, levar à sua bela mestra a lição de marca que lhe foi passada.
O prognóstico de d. Carolina, na gruta encantada, vai-se verificando: Augusto está completamente esquecido
da aposta que fez e do camafeu que outrora deu à sua mulher. Um bonito rosto moreninho fez olvidar todos esses
episódios da vida do estudante. D. Carolina triunfa, e seu orgulho de despotazinha de quantos corações conhece
deveria estar altaneiro, se ela não amasse também.
Como da primeira vez, Augusto vê o dia amanhecer-lhe no mar; e, como na passada viagem, avista sobre o
rochedo o objeto branco, que vai crescendo mais e mais, à medida que seu batelão se aproxima, até que distintamente
conhece nele a elegante figura de uma mulher, bela por força; mas desta vez, não como da outra, essa figura se
demora sobre o rochedo, não desaparece como um sonho, é uma bonita realidade: é d. Carolina que só desce dele
para ir receber o feliz estudante que acaba de desembarcar.
— Minha bela mestra!
— Meu aprendiz!... Já sei que traz o nome bem marcado.
Oh! Sempre precisarei que me queira puxar as orelhas.
— Não, eu não farei tal na lição de hoje.
— E se eu merecer?
— Talvez.
— Então errarei toda a lição.
Eles se sorriam, mas Filipe acaba de chegar e todos três vão pela avenida se dirigindo à casa.
Ter a ventura de receber o braço de uma moça bonita e a quem se ama, apreciar sobre si o doce contato de uma
bem torneada mão que tantas noites se tem sonhado beijar; roçar às vezes com o cotovelo um lugar sagrado; voluptuoso
e palpitante; sentir sob sua face o perfumado bafo que se esvaiu dentre os lábios virginais e nacarados, cujo sorrir se
considera um favor do céu; o apanhar o leque que escapa da mão que estremeceu, tudo isso... mas para que divagações?
Que mancebo há aí, de dezesseis anos por diante, que não tenha experimentado esses doces enleios, tão leves para a
reflexão e tão graves e apreciáveis para a imaginação de quem ama? Pois bem, Augusto os está gozando neste momento;
mas, porque só a ele é isto de grande intimidade e convém dizer apenas o que absolutamente se faz preciso, pode-se,
sem inconveniente, abreviar toda a história de duas boas horas, dizendo-se: almoçaram e chegou a hora da lição.
— Vamos, disse d. Carolina a Augusto, que estava já assentado a seus pés e em sua banquinha; vamos, meu aprendiz, o
senhor comprometeu-se a trazer-me um nome marcado pela sua mão; que nome marcou?
— Entendi que devia ser o nome da minha bela mestra.
Ela não esperava outra resposta.
— Vamos, pois, ver a sua obra, continuou, e creia que estou disposta a perdoar-lhe, como fiz na lição passada.
Venha a marca.
Augusto apresentou então um finíssimo lenço aos olhos da sua bela mestra, que teve de ler em cada ângulo dele o nome
CarolinaenocentroodísticoMinhabelamestra.Tudoestavaprimorosamentetrabalhado,eprecisoéconfessar:oaprendiz
havia marcado melhor do que nunca o tivera feito d. Carolina.
Augusto esperava com ansiedade ver brilhar nos olhos de sua bonita querida o prazer da gratidão, e fruía já de
antemão o terno agradecimento com que contava, quando viu, com espanto, que sua bela mestra ia gradualmente
corando e por fim se fez vermelha de cólera e de despeito.
Nunca a mão grosseira de um homem poderia marcar assim!... disse ela a custo.
— Mas minha bela mestra...
— Eu quero saber quem foi! exclamou com força.
— Eu não entendo...
— Foi uma mulher! Isso não carece que me diga. Uma moça lhe marcou este lenço para o senhor vir zombar e rir-se de
mim, de minha credulidade, de tudo!...
A Moreninha
Capítulo XXI – 2º Domingo: Brincando com bonecas
Joaquim Manuel de Macedo
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20. língua portuguesa
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— Minha senhora...
— Vejam!... Já nem quer chamar-me sua mestra!... Agora só sabe dizer minha senhora!...
Ainteressantejovemacabavadeserinesperadamenteassaltadadeumacessodeciúme.Augustoestavaespantadoeasra.
d. Ana, levantando os olhos ao escutar a última exclamação de sua neta, viu-a correndo para ela.
Que é isto, menina? perguntou.
— Veja, minha querida avó: aqui está a marca que ele me traz! Eu queria um nome muito mal feito, uma barafunda que
se não entendesse, o pano suado e feio, tudo mau, tudo péssimo, e eu me riria com ele. Sabe, porém, o que fez? Foi para a
Cortetomaroutramestra,quenãohádeteraminhapaciêncianemomeuprazer,masquemarcamelhorqueeu,queémais
bonita!... Veja, minha querida avó; ele tem outra mestra, outra bela mestra!...
E dizendo isto, ocultou o rosto no seio da extremosa senhora e começou a soluçar.
— Que loucura é essa, menina? Que tem que ele tomasse outra mestra? Pois por isso choras assim?
— Mas nem me quer dizer o nome dela!... Que me importa que seja moça ou bonita? Nada tenho com isso, porém
quero saber-lhe o nome, só o nome!...
Então ela ergueu-se e, com os olhos ainda molhados, com a voz entrecortada, mas com toda a beleza da dor e delírio do
ciúme, voltou-se para Augusto e perguntou:
— Como se chama ela?
— Juro que não sei.
— Não sabe?...
— Quis trazer um lenço bem marcado para ostentar meus progressos e motivar alguns gracejos e mandei-o
encomendar a uma senhora muito idosa, que vive destes trabalhos.
— Muito idosa?
—É a verdade.
— Não lhe deram este lenço?
— Paguei-o.
— Pois eu rasgo...
— Pode-o fazer.
— Ei-lo em tiras.
— Que fazes, Carolina? exclamou a sra. d. Ana, querendo, já tarde, impedir que sua neta rasgasse o lenço.
— Fez o que cumpria, minha senhora, acudiu Augusto: exterminou o mau gênio que acaba de fazê-la chorar.
— E que importa que eu rasgasse um lenço, minha querida avó? Peço-lhe licença para dar um dos meus ao sr. Augusto.
A sra. d. Ana, que começava a desconfiar da natureza dos sentimentos da mestra e do aprendiz, julgou a propósito
não dar resposta alguma, mas nem com isso desnorteou a viva mocinha que, tirando da sua cesta de costura um
lenço recentemente por ela marcado, o ofereceu a Augusto, dizendo:
— Eu não admito uma só desculpa, não desejo ver a menor hesitação; quero que aceite este lenço.
Augusto olhou para a sra. d. Ana, como para ler-lhe n’alma o que ela pensava daquilo.
— Pois rejeita um presente da minha neta? perguntou a amante avó.
A resposta de Augusto foi um beijo na prenda de amor.
— Agora, que já estamos bem, disse ele, vamos à minha lição.
— Não, não, respondeu a bela mestra, basta de marcar; não me saí bem do magistério, chorei diante do meu aprendiz,
não falemos mais nisto.
— Então fui julgado incapaz de adiantamento?
— Ao contrário, pelo trabalho que trouxe, vi que o senhor estava adiantado demais; porém, sou eu quem tem
outros cuidados.
— Já tem cuidados?...
— Quem é que deles não carece?... O pai de família tem os filhos, o senhor, os seus livros e eu, que sou criança, tenho as
minhas bonecas. Quer vê-las?
— Com o maior prazer.
Um momento depois a sala estava invadida por uma enorme quantidade de bonecas, cada uma das quais tinha seus
parentes,seusvestidos,jóiaseumnúmeroextraordináriodebugiarias,comoqualquermoçadamodaastemnoseutoucador.
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21. língua portuguesa
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Ora, o tal bichinho chamado amor é capaz de amoldar seus escolhidos a todas as circunstâncias e de obrigá-los a fazer
quanta parvoíce há neste mundo. O amor faz o velho criança, o sábio doido, o rei humilde cativo; faz mesmo às vezes, com
que o feio pareça bonito e o grão de areia um gigante. O amor seria capaz de obrigar a um coxo a brincar o tempo-será, a
umsurdoocompanheirocompanhãoeaumcegooprocuraquemtedeu.OamorfoiOinventordascabeleiras,dosdentes
postiços que... mas, alto lá! Que isto é bulir com muita gente; enfim, o amor está fazendo um estudante do quinto ano de
medicina passar um dia inteiro brincando com bonecas.
Comefeito,Augustojásabedecoresalteadostodososnomesdosmembrosdaquelafamília,conheceosdiversosgraus
deparentescoqueexistementreeles,acalentaasbonecaspequenas,despeumasevesteoutras,conversacomtodas,examina
o guarda-roupa, batiza, casa; em uma palavra, dobra-se aos prazeres de sua bela mestra, como uma varinha ao vento.
No entanto a sra. d. Ana os observa cuidadosa; tem simpatizado muito com Augusto, mas nem por isso quer
entregar todo o futuro do objeto que mais ama no mundo, ao só abrigo do nobre caráter e sérias qualidades que
tem reconhecido no mancebo.
Como de costume, a tarde teve de ser empregada em passeios à borda do mar e pelo jardim. O maior inimigo
do amor é a civilidade; Augusto o sentiu, tendo de oferecer o braço à sra. d. Ana, mas esta lhe fez cair a sopa no mel,
rogando-lhe que o reservasse para sua neta.
Filipe acompanhava sua avó e na viva conversação que entretinham, o nome de Augusto foi mil vezes pronunciado.
Uma vez Augusto e Carolina, que iam adiante, ficaram distantes do par que os seguia.
A mão da bela Moreninha tremia convulsamente no braço de Augusto e este apertava às vezes contra seu peito,
como involuntariamente, essa delicada mão; alguns suspiros vinham também perturbá-los mais e havia dez minutos
eles se não tinham dito uma palavra.
Em uma das ruas do jardim duas rolinhas mariscavam; mas ao sentirem passos, voaram e pousando não longe, em um
arbusto, começaram a beijar-se com ternura; e esta cena se passava aos olhos de Augusto e Carolina!...
Igual pensamento, talvez, brilhou em ambas aquelas almas, porque os olhares da menina e do moço se
encontraram ao mesmo tempo e os olhos da virgem modestamente se abaixaram e em suas faces se acendeu um
fogo, que era o do pejo. E o mancebo, apontando para as pombas, disse:
— Elas se amam!
E a menina murmurou apenas:
— São felizes!
— Pois acredita que em amor possa haver felicidade?
— Às vezes.
— Acaso já tem a senhora amado?
— Eu?!... E o senhor?
— Comecei a amar há poucos dias.
A virgem guardou silêncio e o mancebo, depois de alguns instantes, perguntou tremendo:
— E a senhora já ama também?
Novo silêncio; ela pareceu não ouvir, mas suspirou. Ele falou menos baixo:
— Já ama também?...
Ela baixou ainda mais os olhos e com voz quase extinta disse:
— Não sei... talvez.
— E a quem?...
— Eu não perguntei a quem o senhor amava.
—Quer que lho diga?...
—Eu não pergunto.
— Posso eu fazê-lo?
— Não... não lho impeço.
—É a senhora.
D.Carolina fez-se cor-de-rosa e só depois de alguns instantes pôde perguntar, forcejando um sorriso:
— Por quantos dias?
— Oh! Para sempre! Respondeu Augusto, apertando-lhe vivamente o braço. Depois ainda continuou:
— E a senhora não me revela o nome feliz?...
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22. língua portuguesa
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— Eu não... não posso...
— Mas por que não pode?
— Por que não devo.
— E nunca o dirá?!
— Talvez um dia.
— E quando?...
— Quando estiver certa que ele não me ilude.
— Então... ele é volúvel?...
— Ostenta sê-lo...
— Oh!... Pelo céu! ... Acabe de matar-me! ... Basta o nome pronunciado bem em segredo, bem no meu ouvido, para
que ninguém o possa ouvir, nem a brisa o leve... Pelo céu!...
— Senhor!...
— Um só nome lhe peço!...
— É impossível! ... Eu não posso!...
— Se eu perguntasse?...
— Oh!... Não!...
— Serei eu?...
A virgem tremeu toda e não pôde responder. Augusto lhe perguntou ainda, com fogo e ternura:
— Serei eu?...
A interessante Moreninha quis falar... não pôde mas, sem o pensar, levou o braço do mancebo até o peito e lhe fez
sentir como o seu coração palpitava.
— Serei eu?... perguntou uma terceira vez Augusto com requintada ternura.
A jovenzinha murmurou uma palavra que pareceu mais um gemido do que uma resposta, porém que fez transbordar a
glória e o entusiasmo da alma do seu amante; ela tinha dito somente:
— Talvez.
Caro(a), estudante, antes de trabalharmos o significado das palavras desconhecidas, responda às questões abaixo,
de acordo com a sua compreensão em relação ao texto:
MACEDO,Joaquim Manuelde,1820-1882.AMoreninha.SãoPaulo,Saraiva,1972.
Conforme o (a) seu (sua) professor (a) já lhes deve ter informado, este é um dos últimos capítulos do livro A Moreninha.
De que se trata esse capítulo?1
Quem são as personagens que participam deste capítulo?
2
O amor entre Augusto e Carolina é revelado por meio das atitudes e diálogos entre os dois, no decorrer do capítulo.
Releia o texto, procurando localizá-los.3
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23. língua portuguesa
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PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
Retomeotexto,destavezparadarumsinônimoàspalavrassublinhadasque,possivelmente,coincidem
comasquevocêregistrounocaderno,durantealeitura.Procureinferir-lheumsignificadopelocontexto
e, só em último caso, recorra ao dicionário.
Qual(is) das canções estudadas na aula 1 canta(m) o amor semelhante ao de Carolina e Augusto, de A Moreninha?
5
Considerando as canções ouvidas, este capítulo de A Moreninha e o seu conhecimento de mundo, como você avalia
o comportamento dos namorados do século XIX e os do século XXI ?6
aula 03
O que devo aprender nesta aula
u Ouvir atenta e criticamente, respeitando o interlocutor.
u Ler capítulos de romances, utilizando as estratégias da leitura como mecanismos de interpretação dos textos:
•Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).
•Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
Prática de oralidade
Apresente ao (à) professor (a) e aos colegas o resultado da pesquisa proposta no desafio da aula anterior. Participe
da atividade, verbalizando as suas respostas, mas também escutando o que os (as) seus colegas responderam.
Estas atitudes ainda são comuns entre os casais de namorados atuais? Como agem, atualmente, os jovens de 15 a 20
anos para se declararem apaixonados ou iniciarem um namoro?4
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24. língua portuguesa
22
Prática de leitura
Releia o texto em estudo para responder às questões abaixo:
O encontro narrado neste capítulo é o primeiro entre Carolina e Augusto? Justifique.
1
Que informações há neste capítulo que comprovam que Augusto é mais velho que Carolina?
2
O que significa a expressão“cair a sopa no mel”, que aparece no trecho:“O maior inimigo do amor é a civilidade; Au-
gusto o sentiu, tendo de oferecer o braço à sra. d. Ana, mas esta lhe fez cair a sopa no mel, rogando-lhe que o
reservasse para sua neta.”
3
Qual o significado da palavra“virgem” no texto em estudo? Atualmente, esta palavra assume este mesmo significado?
4
Observe os termos destacados, no diálogo entre Carolina e Augusto, transcrito abaixo, e responda
ao que se pede:
—Eu não perguntei a quem o senhor amava.
— Quer que lho diga?...
— Eu não pergunto.
—Posso eu fazê-lo?”
— Não... não lho impeço.
(...)
— Então ele é volúvel?
— Ostenta sê-lo...
PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
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25. língua portuguesa
23
• Por que se justifica essa variação linguística no diálogo entre dois jovens apaixonados?
• Por quais palavras poderíamos substituir os termos destacados, sem comprometermos a
linguagem e a compreensão do texto?
• Como seria este diálogo entre os jovens casais de namorados da atualidade?
aula 04
O que devo aprender nesta aula
u Localizar informações explícitas.
u Estabelecer relações entre partes de um texto, Identificando repetições ou substituições que contribuem para
a continuidade de um texto.
u Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.
u Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.
u Identificar a tese de um texto.
u Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la.
Leia o texto abaixo e, em seguida, responda aos item 1 e 2:
Era uma vez, no país de Alefbey, uma triste cidade, a mais triste das cidades, uma cidade tão arrasadoramente triste que
tinha esquecido até seu próprio nome. Ficava à margem de um mar sombrio, cheio de peixosos – peixes queixosos e
pesarosos, tão horríveis de se comer que faziam as pessoas arrotarem de pura melancolia, mesmo quando o céu estava azul.
Ao norte dessa cidade triste havia poderosas fábricas nas quais a tristeza (assim me disseram) era literalmente
fabricada, e depois embalada e enviada para o mundo inteiro, que parecia sempre querer mais. Das chaminés das fábricas
de tristeza saía aos borbotões uma fumaça negra, que pairava sobre a cidade como uma má notícia.
O Xá do Blá-blá-blá
RUSHDIE, Salman. Haroun e o Mar de Histórias. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
A tristeza fabricada nas poderosas fábricas de Alefbey era comercializada
(A) ao norte da cidade.
(B) à margem de um mar sombrio.
(C) no mundo inteiro.
(D) no país de Alefbey
1
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24
A palavra QUE no trecho“que pairava sobre a cidade como uma má notícia” refere-se
(A) à fumaça negra.
(B) a uma má notícia.
(C) às chaminés das fábricas.
(D) aos borbotões.
2
Leia o texto abaixo e responda ao item 3:
A ironia do texto está
(A) na sugestão da ONU.
(B) na divisão do inseto.
(C) no combate à fome.
(D) na ingestão de insetos.
3
Leia o texto e responda ao item 4.
Querida Mônica,
Eu acho trilegais as histórias que acontecem no Parque. Eu sempre leio as histórias duas vezes. Uma para mim e
outra par o meu irmão caçula Jonas. Eu adoro as confusões que vocês aprontam, acho engraçadas as coisas que vocês
falam.Depoisqueleioashistórias,oJonaspegaogibieficaolhandoosbrinquedoscomcaradesonhador.Foieleque
pediu para eu escrever esta carta. O sonho dele era poder ir nos brinquedos que ele mais gosta, mas como isso não é
possível, ele se diverte com as historinhas do gibi e usa a imaginação para brincar no Parque.
O Jonas é cadeirante e nossos pais não têm como nos levar até aí.
Continuem sempre nos divertindo.
Abraços, João
No texto predomina uma variação da linguagem
(A) padrão.
(B) coloquial.
(C) formal.
(D) regional.
4
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27. língua portuguesa
25
Leia o fragmento do texto abaixo e responda aos itens 5 e 6:
“A leitura auxilia o desenvolvimento da escrita, pois lendo o indivíduo tem contato com modelos de textos bem
redigidos que ao longo do tempo farão parte de sua bagagem linguística; e também porque entrará em contato com
vários pontos de vista de intelectuais diversos, ampliando, dessa forma, o seu ponto de vista em relação aos assuntos.
Como a produção escrita se baseia praticamente na exposição de ideias por meio de palavras, certamente aquele que
lê desenvolverá sua habilidade devido ao enriquecimento linguístico adquirido através da leitura de bons autores.”
A tese defendida no texto é:
(A) A leitura auxilia os indivíduos a redigirem textos.
(B) A leitura auxilia o desenvolvimento da escrita.
(C) A leitura auxilia no desenvolvimento de bons autores.
(D) A leitura auxilia o indivíduo no contato com os textos.
5
Disponível em http://www.tudosobreredacao.com.br/o-texto-dissertativo.php
O principal argumento que sustenta essa tese é:
(A)“A leitura auxilia no desenvolvimento da escrita.”
(B)“...a produção escrita se baseia praticamente na exposição de ideias por meio de palavras...”
(C) “lendo o indivíduo tem contato com modelos de textos bem redigidos que ao longo do tempo farão parte de
sua bagagem linguística.”
(D)“porque entrará em contato com vários pontos de vista de intelectuais diversos...”
6
aula 05
O que devo aprender nesta aula
u Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
u Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la.
u Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.
u Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.
u Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.
O Sapo
Leia o texto abaixo e responda aos itens 1, 2 e 3:
Eraumavezumlindopríncipeporquemtodasasmoçasseapaixonavam.Poreletambémseapaixonouabruxahorrenda
queopediuemcasamento.Opríncipenemligoueabruxaficoumuitobrava.“Senãovaicasarcomigonãovaisecasarcom
ninguém mais!” Olhou fundo nos olhos dele e disse: “Você vai virar um sapo!” Ao ouvir esta palavra o príncipe sentiu
estremeção. Teve medo. Acreditou. E ele virou aquilo o que a palavra feitiço tinha dito. Sapo. Virou um sapo.
ALVES, Rubem. A Alegria de Ensinar. Ars Poética, 1994.
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No trecho“ao ouvir esta palavra o príncipe sentiu estremeção”, a expressão destacada significa que o príncipe
(A) tremeu.
(B) desmaiou.
(C) assustou-se.
(D) confundiu-se.
1
No trecho“Se não vai casar comigo não vai se casar com ninguém mais.” O termo destacado estabelece uma ideia de:
(A) contradição
(B) conclusão
(C ) condição
(D) explicação.
2
A bruxa ficou brava porque
(A) o príncipe recusou seu pedido.
(B) o príncipe sentiu estremeção.
(C) seu feitiço não funcionou.
(D) o príncipe virou um sapo.
3
Leia o fragmento de um artigo de opinião e responda aos itens 4 e 5:
“O consumo de drogas está cada vez mais presente em nosso dia a dia, isso porque a circulação e o tráfico desse
entorpecente se intensificaram enormemente nas últimas décadas por mais que as autoridades tenham investido
bastante no combate a entrada deste “vírus” que afeta toda e qualquer pessoa independentemente de classe social.
Os usuários são indivíduos que, na maioria das vezes, não possuem boas condições financeiras o que os levam a
viverememumverdadeiroinfernodedesolaçõesqueéomundodefantasiasdosdependentesquímicos.Infelizmente,
as sociedades em geral julgam superficialmente os drogados sem saberem das suas intimidades e história de vida, as
quais estão diretamente ligadas ao convívio familiar” (...)
A ideia principal do texto é:
(A) O combate ao“vírus” da droga que afeta toda e qualquer pessoa independentemente de classe social.
(B) A vida infernal dos usuários que, na maioria das vezes, não possuem boas condições financeiras.
(C) O julgamento superficial das sociedades por não saberem das intimidades e histórias de vida dos usuários.
(D)Oaumentodoconsumodedrogasemdecorrênciadaintensificaçãodotráficoedacirculaçãodedrogasnasúltimasdécadas.
4
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29. língua portuguesa
27
A opinião do autor em relação do fato comentado está em
(A)“O consumo de drogas está cada vez mais presente em nosso dia a dia”
(B)“a circulação e o tráfico desse entorpecente se intensificaram enormemente nas últimas décadas”
(C)“Infelizmente,associedadesemgeraljulgamsuperficialmenteosdrogadossemsaberemdassuasintimidadesehistóriadevida”
(D) Os usuários de drogas pertencem às várias classe sociais.
5
aula 06
O que devo aprender nesta aula
u Ler romances literários em estudo, observando forma, conteúdo, estilo e função social.
u Fazer comparações entre obras do mesmo gênero, porém de épocas diferentes.
Prática de leitura
Caro estudante, leia o texto abaixo, que é parte dos capítulos 11 e 13 do livro Crepúsculo, de Stephenie Meyer,
procurando relacioná-lo ao capítulo 21 do livro “A Moreninha”. Em seguida, responda às questões que se seguem:
Todo mundo nos viu andando juntos para nosso lugar do laboratório. Percebi que ele não virou mais a cadeira para se
sentar o mais distante possível de mim. Em vez disso, sentou-se bem ao meu lado, nossos braços quase se tocando. O Sr.
Banner entrou na sala naquele momento — que senso de oportunidade soberbo tinha aquele homem — empurrando um
rack alto de metal, sobre rodas, que sustentava uma TV pesadona e obsoleta e um videocassete. Dia de filme — a melhora
do astral da sala era quase tangível. O Sr. Banner enfiou a fita no relutante videocassete e foi até a parede para apagar a luz.
E então, assim que a sala escureceu, de repente fiquei hiperconsciente de que Edward estava sentado a menos de três
centímetros de mim. Fiquei pasma com a eletricidade inesperada que fluía por meu corpo, maravilhada que fosse possível
ter mais consciência dele do que eu já tinha. Quase fui dominada por um impulso louco de estender a mão e tocá-lo, afagar
seurostoperfeitopelomenosumaveznoescuro.Cruzeiosbraçosbemfirmesnopeito,ospunhosbemapertados.Euestava
perdendo o juízo. Começaram os créditos de abertura, iluminando a sala um pouquinho. Meus olhos, por vontade própria,
vagaram para ele. Sorri timidamente ao notar que sua postura era idêntica à minha, os punhos cerrados sob os braços,
olhando-me de lado. Ele também sorriu, os olhos de certo modo conseguindo arder, mesmo no escuro. Virei o rosto antes
quecomeçasseaofegar.Eraabsolutamenteridículoqueeuficassetonta.Ahorapareceumuitocomprida.Eunãoconseguia
me concentrar no filme — nem sabia qual era o tema. Tentei sem sucesso relaxar, mas a corrente elétrica que parecia se
originar de algum lugar no corpo dele não se atenuou. De vez em quando eu me permitia uma olhada rápida na direção
dele,quetambémnãopareciarelaxar.Ointensodesejodetocá-lotambémserecusavaadiminuir,eeuaperteiospunhosnas
costelas até que meus dedos doeram do esforço. Soltei um suspiro de alívio quando o Sr. Banner acendeu a luz no fundo da
sala e estiquei os braços diante de mim flexionando os dedos enrijecidos. Edward riu ao meu lado.
— Bom, isso foi interessante — murmurou ele. Sua voz era sombria e os olhos, cautelosos.
Crepúsculo
Capítulo 11
Complicações
Stephenie Meyer
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30. língua portuguesa
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— Hmmm — foi só o que consegui responder.
— Vamos? — perguntou ele, levantando-se facilmente. Eu quase gemi. Hora da educação física. Levantei-me
com cuidado, preocupada que meu equilíbrio pudesse ter sido afetado pela nova e estranha intensidade entre nós.
Ele me acompanhou em silêncio até minha aula seguinte e parou na porta. Virei-me para me despedir. Seu rosto
me assustou — a expressão era dilacerada, quase de dor, e tão terrivelmente linda que o desejo de tocá-lo voltou a
cintilar com a mesma força. Minha despedida ficou presa na garganta. Ele ergueu a mão, hesitante, o conflito
assolando seu olhar, e afagou rapidamente meu rosto com a ponta dos dedos. Sua pele estava gelada, como sempre,
mas o rastro de seus dedos em minha pele era alarmantemente quente — como se eu tivesse queimado, mas sem
sentir a dor. Ele se virou sem dizer nada e se afastou depressa de mim.
(...)
(PP. 94 -95)
(...)
— Isabella. — Ele pronunciou meu nome inteiro cuidadosamente, depois brincou com meu cabelo com a mão
livre. Um choque percorreu meu corpo com seu toque despreocupado. — Bella, eu não poderia conviver comigo
mesmo se a ferisse. Você não sabe como isso me torturou. — Ele baixou os olhos, novamente envergonhado. —
Pensar em você, imóvel, lívida, fria... Nunca mais vê-la corar de novo, nunca mais ver esse lampejo de intuição em
seus olhos quando você vê através de meus pretextos... Seria insuportável. — Ele ergueu os gloriosos olhos
angustiados para os meus. — Você é, agora, a coisa mais importante do mundo para mim. A mais importante de
toda a minha vida. Minha cabeça girava com a mudança rápida de direção em nossa conversa. A partir do tema
alegre de meu falecimento iminente, de repente estávamos nos declarando. Ele esperou, e embora eu olhasse para
baixo para examinar nossas mãos entre nós, eu sabia que seus olhos dourados estavam nos meus.
— Já sabe como me sinto, é claro — eu disse por fim. — Eu estou aqui... O que, numa tradução grosseira,
significa que eu preferiria estar morta a ficar longe de você. — Franzi o cenho. — Sou uma idiota.
— Você é mesmo uma idiota — concordou ele com uma risada. Nossos olhos se encontraram e eu ri também.
Rimos juntos da idiotice e da mera impossibilidade de um momento desses.
— E então o leão se apaixonou pelo cordeiro... — murmurou ele.
Virei a cara, escondendo os olhos enquanto me arrepiava com a palavra.
— Que cordeiro imbecil — suspirei.
— Que leão masoquista e doentio. — Ele olhou a floresta sombreada por um longo momento e eu me perguntei
aonde seus pensamentos o levavam.
— Por quê...? — comecei e depois parei, sem ter certeza de como continuar.
Ele olhou para mim e sorriu; o sol reluzia em seu rosto, em seus dentes.
— Sim?
— Diga por que fugiu de mim antes.
O sorriso dele desapareceu.
— Você não sabe por quê?
— Não, quer dizer, exatamente o que eu fiz de errado? Não vou poder abaixar a guarda, está vendo, então é
melhor eu começar a aprender o que não devo fazer. Isto, por exemplo — eu afaguei as costas da mão dele —,
parece não fazer mal nenhum.
Ele sorriu de novo.
— Você não fez nada de errado, Bella. A culpa foi minha.
— Mas eu quero ajudar, se puder, a não dificultar ainda mais as coisas para você.
— Bom... — ele pensou por um momento. — Foi o modo como você se aproximou. A maioria dos humanos
Capítulo 13
Confissões
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se intimida conosco por instinto, são repelidos por nossa estranheza... Eu não esperava que você chegasse tão perto.
E o cheiro de seu pescoço. — Ele parou de repente, olhando para verificar se tinha me perturbado.
— Tudo bem, então — eu disse de um jeito impertinente, tentando aliviar o clima subitamente tenso. Segurei
meu queixo. — Nenhum pescoço exposto.
Deu certo; ele riu.
— Não, é sério, foi mais a surpresa do que qualquer outra coisa.
Ele ergueu a mão livre e a colocou delicadamente em meu pescoço. Fiquei imóvel, o arrepio de seu toque um
alerta natural — um alerta me dizendo para ficar apavorada. Mas não havia nenhuma sensação de medo em mim.
Havia, porém, outras sensações...
— Está vendo — disse ele. — Perfeitamente bem.
Meu sangue disparava e eu queria poder reduzir sua velocidade, sentindo que isto devia tornar tudo muito
mais difícil — o martelar de minha pulsação em minhas veias. Certamente ele podia ouvi-lo.
— O rubor em seu rosto é lindo — murmurou Edward. Ele soltou gentilmente a outra mão. Minhas mãos
caíram flácidas no colo. Suavemente, ele afagou minha bochecha, depois segurou meu rosto entre as mãos de
mármore. — Fique completamente parada — sussurrou ele, como se eu já não estivesse congelada ali. Devagar,
sem tirar os olhos dos meus, ele se inclinou para mim. Depois, de repente, mas com muita delicadeza, pousou seu
rosto frio no espaço da base de meu pescoço. Fui completamente incapaz de me mexer, mesmo que eu quisesse.
Ouvi o som de sua respiração tranquila, observando o sol e o vento brincarem em seu cabelo de bronze, mais
humano do que qualquer outra parte dele. Com uma lentidão deliberada, suas mãos deslizaram pela lateral de meu
pescoço. Eu tremi, e o ouvi prender a respiração. Mas suas mãos não pararam enquanto moviam-se suavemente
por meus ombros, e depois se detiveram. Ele virou o rosto para o lado, o nariz roçando minha clavícula. E recostou
a cabeça ternamente em meu peito. Ouvindo meu coração.
— Ah — ele suspirou. Não sei quanto tempo ficamos sentados sem nos mexer. Podem ter sido horas. Por fim
o batimento de minha pulsação se aquietou, mas ele não se mexeu nem falou enquanto me segurava. Eu sabia que
a qualquer momento isso podia ser demais, e minha vida chegaria ao fim — tão rapidamente que eu talvez sequer
percebesse. E eu não conseguia sentir medo. Não conseguia pensar em nada, a não ser que ele estava me tocando.
(...)
(PP. 119 e 120)
Analisando estes trechos dos capítulos 11 e 13 de“Crepúsculo”, pode-se afirmar que esta obra, mesmo sendo escrita
no século XXI, é um romance romântico? Justifique.1
Descreva as sensações dos dois casais apaixonados, quando se encontram sozinhos e bem próximos um do outro.
2
Na sua opinião, as sensações vividas pelas personagens dos dois romances são semelhantes? Em caso positivo, a que
você atribui tal semelhança, mesmo se tratando de amores vividos em épocas tão distintas?3
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Mesmo utilizando a linguagem padrão, os dois textos apresentam diferenças quanto ao emprego dessa variedade lin-
guística. Identifique-as!4
Conforme você viu, na aula 2, o romance romântico é apenas uma das abordagens dos vários tipos de
romances da literatura brasileira. O seu desafio, desta vez, é pesquisar sobre os outros tipos de romances
existentes. Bom trabalho!
aula 07
O que devo aprender nesta aula
u Produzir um capítulo de um romance, utilizando os elementos constitutivos do gênero - conteúdo, estilo,
forma -, em função das condições de produção.
u Produzir um capítulo de um romance, refletindo sobre os elementos linguísticos próprios deste gênero textual.
Sistematizaçãodosconhecimentossobreogênero
PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
Imaginemos a seguinte situação: uma editora que está indicando no mercado irá realizar uma
seleção para contratação de escritores iniciantes.
A primeira etapa desta seleção é a escrita de um capítulo de um romance de qualquer tipo de
abordagem, ou seja, que retrate e critique os problemas sociais vividos hoje na maioria das médias
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e grandes cidades brasileiras; ou, então, que aborde questões sociais a respeito de determinadas
regiões do Brasil; ou que destaque a vida e costumes de certa época e lugar da história; ou uma
históriadeamor,comumFinalFeliz”;ou,ainda,umcapítulodeumromancemodernoquecaracteriza-
se pelo seu caráter revolucionário e pelo protesto a qualquer tipo de convenção social
Escolha o tipo que mais lhe agrada e inicie um projeto de texto com base nas seguintes
questões: Quem serão as personagens principais? Quais as características físicas e psicológicas
dessas personagens? Quando a história acontece? Em qual lugar a história será narrada? O foco
narrativo será em 1ª ou 3ª pessoa? Como o (a) protagonista resolverá o conflito? (Caso este
seja o último capítulo).
Construadiálogosentreospersonagens,descrevaolocalem queestão,descreva,principalmente,
ossentimentosesensaçõesqueenvolvem acena.Sejadetalhistaecriativo(a)!Soltesuaimaginação!
Quem sabe você possa, de fato, colocar esse projeto adiante e se transformar em um (uma) grande
escritor (a) de sua geração. Então, mãos à obra e sucesso!
aula 08
Oquedevo aprendernestaaula
u Retomaraproduçãoparaasreformulaçõesquegarantam apresença deelementosprópriosdogênero.
u Revisarereescrever,melhorandoosaspectosdiscursivosegramaticaiseassegurandoclareza,coesãoecoerênciaaotexto.
u Publicaroscapítulosdosromancesproduzidos.
Práticas de leitura e escrita
Retome o seu texto e reescreva-o com base nas questões abaixo. Capriche neste aprimoramento, deixando-
o no ponto de ser publicado. Parabéns e até a próxima!
• O romance cumpre o objetivo a que se propõe: emocionar, divertir, provocar reflexão, enredar o leitor?
• Organiza a narrativa em primeira ou terceira pessoa?
• As marcas de tempo e lugar estão presentes?
• As personagens estão bem caracterizadas?
• O enredo está bem desenvolvido, coerente? Há uma unidade de ação?
• Os diálogos das personagens são pontuados corretamente?
• Faz uso de verbos de dizer?
• Há alguma palavra que não está escrita corretamente, frases incompletas, erros gramaticais, ortográficos?
E a pontuação está correta?
• Criou um título para o romance e/ou para o capítulo produzido?
• O título mobiliza o leitor para a leitura?
Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro/Caderno do Professor - Orientações para produção de textos , Cenpec: 2010
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34. língua portuguesa
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aula 09
Oquedevo aprendernestaaula
u Identificarafinalidadedetextosdediferentesgêneros.
u Reconheceroefeitodesentidodecorrentedaexploraçãoderecursosortográficose/oumorfossintáticos.
u Reconheceroefeitodesentidodecorrentedaescolhadeumadeterminadapalavraouexpressão.
u Reconhecerdiferentesformasdetratarumainformaçãonacomparaçãodetextosquetratamdomesmotema,emfunçãodascondiçõesemqueelefoi
produzidoedaquelasemqueserárecebido.
u Identificarotemadeumtexto.
Leia o texto abaixo e, em seguida, responda ao item 1
Preço: R$800
Aparelhozerado,semarranhões,comcapaepelícula...OBS...aceitotrocaporcelulardemenorvalor
Disponível em http://www.bomnegocio.com/goias/grande_goiania_e_anapolis/razr_i_18017624.htm Acesso em 24/06/2013
A finalidade deste texto é
(A) informar um fato.
(B) argumentar uma opinião.
(C) anunciar uma venda.
(D) relatar um acontecimento.
1
Miquelina pôs a mão no coração. Depois fechou os olhos. Depois perguntou:
- Quem é que vai bater, Iolanda?
- O Biagio mesmo.
[...]
O medo fez silêncio.
Prrrrriii!
Pan!
- Go-o-o-o-ol! Corinthians!
Leia o trecho a seguir e responda aos itens 2 e 3:
(Alcântara Machado. Novelas Paulistanas. 7 ed. Rio de Janeiro: José Olimpio,1981. P.33.)
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35. língua portuguesa
33
As palavras Prrrriii! Pan!!” , no contexto, sugerem que
(A) o coração de Miquelina disparou.
(B) o juiz apitou e o jogador chutou.
(C) os torcedores gritaram.
(D) o jogador chutou e quebrou a janela.
Leia os textos abaixo e responda ao item 4:
2
A expressão“O medo fez silêncio” sugere que a personagem, no contexto,
(A) estava tensa.
(B) ficou com raiva.
(C) ficou triste.
(D) estava irritada
3
http://www.culturamix.com/meio-ambiente/poluicao/problemas-com-poluicao-ambiental
Texto 1
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34
Texto 2
Preservando o ambiente aquático
http://www.soq.com.br/conteudos/ef/meioambiente/
A preservação do meio ambiente é importante tanto para os animais (espécies) quanto para o homem. Os
mangues no Brasil, por exemplo, são ecossistemas de transição entre a terra e o mar. Suas águas são ricas em
sais minerais e matéria orgânica. Porém a poluição vem destruindo nossos manguezais.
Esta poluição é causada por esgotos jogados nos mangues, navios e indústrias petroquímicas etc. Devemos
ter consciência que a relação entre os seres vivos entre si e com o ambiente permite a sobrevivência das espécies
e que os ecossistemas precisam estar em equilíbrio dinâmico para que possam oferecer boas condições ao
desenvolvimento da vida.
Uma das causas da depredação do meio ambiente é o derramamento de petróleo no mar. O petróleo flutua
na água porque é menos denso que a água, formando uma camada que impede a penetração de gás oxigênio e
de luz do Sol. Sem oxigênio, os peixes morrem e, sem luz solar, as plantas não realizam a fotossíntese. E animais
também não conseguem se alimentar de algas flutuantes (maiores fornecedoras de oxigênio para o nosso planeta).
O petróleo também gruda nas brânquias dos peixes, matando-os por asfixia (falta de oxigênio) e ainda gruda
nas penas das aves que se alimentam de peixes, impedindo que possam voar. Então o petróleo derramado no
mar compromete a cadeia alimentar da vida aquática e a oxigenação da água.
O óleo também é jogado ao mar por barcos, assim como o petróleo.
Outro agente causador da poluição são os detergentes, que formam uma espuma branca sobre as águas. È
comum ouvirmos chamar essa espuma de “cisne de espumas”.
[...]
Considerando os dois textos, percebe-se que eles são
(A) contrários.
(B) divergentes.
(C) semelhantes.
(D) complementares
4
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37. língua portuguesa
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Qual o assunto do texto 2 ?
(A) Poluição causada pela emissão de gases.
(B) Poluição do ambiente aquático.
(C) Derramamento de petróleo no mar.
(D) Depredação da terra e do mar.
5
aula 10
O que devo aprender nesta aula
u Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.
u Inferir uma informação implícita em um texto.
u Interpretar texto com o auxílio de material gráfico diverso (propagandas,quadrinhos, fotos, etc.).
u Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema.
u Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.
O tempo parece parar por aqui. Natal é lugar de ares paradisíacos. Entre o mar e dunas o nosso céu amplo de
celebrar. Há um mar festivo, límpido em azuis dos mais variados. E nuvens azuladas. Natal abriga esse almejado
encontro: alunos e seus professores vindos das mais diversas cidades com suas crônicas vencedoras. É lugar de estarmos
juntos, de convívio intenso, de criar laços amigos, de rever o aprendido, de aprumar pequenas esperanças, nossa
primordial lição: apurar o olhar cronista.
Quemdiriaqueatravésdepalavrasnascidasdeideiasesonhosviríamosanosadentraremviveres,ficaríamosíntimosde
tantos lugares, muitos desconhecidos.
Tantos olhares de sentir o mundo com o enfoque sutil, minucioso e particular de cada aluno-cronista presente de corpo
e palavra! As palavras dos jovens, ranhuras dos olhares desenhadas na tela, no papel, encompridam a esperança. Atravessam
o tempo. Foi um encontro maravilhoso, para não deixar por menos.
Agoraqueafestaseacabanosrelógiosecalendários,continuaavibraremnossaslembranças,bemnaarmazenagemdas
alegrias.Revivoflashesdoquefoiessevivercomeducadoreslutadoresealunosinesquecíveis.Revejoachegança.Osolhares
emespertocansaço,aemoçãovibrandonasperguntas,nosgestos.Todosbrilharammaisumavezcomamedalhadebronze
ao peito de puro merecimento. Repenso: quanto vale um sinal de reconhecimento!
Depois cada grupo em ofício de estudar ainda um pouco mais sobre as artimanhas da nossa língua mãe bordariam
os dias de outras aprendizagens.
De começar Paulo Riscal, o fotógrafo convidado, abre boa conversa sobre o olhar. O que é objeto especial na arte de
escrever uma crônica, gênero tão particular nessas minúcias. O olhar para a fotografia que resgata a vida. O olhar fino,
meticuloso e certeiro que faz o cotidiano aflorar em palavras de encantar, inquietar e surpreender inesperadamente cada
leitor que passa. E como podemos pegá-lo pela palavra! E nessa intimidade tantas revelações se desvelam em cada um de
nós.Sobreviventesdepóesonhos.Eoquebrotadaspalavrasgerminadasdaemoçãodefisgarosutildecadalugarcomlente
Em Natal: um solo breve. E um olhar amoroso para a crônica!
Antonio Gil Neto
Leia o texto abaixo e, a seguir, responda aos itens de 1 e 2:
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38. língua portuguesa
36
demoradorcronista!Assimnosirmanamos:habitantestransitóriosdetantascidades!Conjugamosverbosessenciais,osubir
e o descer, do sudeste montanhoso; manejamos covos em pescarias imaginadas de uma região do nordeste; partilhamos de
uma prosa rasteira com Dona Perpétua, real cidadã e personagem inspiradora do ato criador; brincamos de imitar os zurros
dosjumentosquedespertamosmoradoresaoinvésdosgalosnumacidadezinhaqueemoldurouumadascrônicasadmiradas.
O que é fotografar? O que será cronicar? O que um tem um a ver com o outro? Tanta coisa a se revelar pelo prazer de
descobrir, descobrir-se! Dito foi certeiro que uma imagem revela infinitas palavras. Na fotografia o escrever com a luz. Na
crônica o fotografar com palavras. Isso vale? Valeu e valerá. Eis a precisão do escrever com a luz. A composição, o
enquadramento, a atenção, a composição criativa. O quanto isso vale para um cronista que observa atento a vida que se
entregaaclicsreveladores.Inaugurava-senaconversaalgocomomisgalhadinhosdeborboletas:seráqueoscegosfotografam?
E os analfabetos escrevem?
Dali e daqui alguns dias de solidário cenário: de conhecer o sotaque musical do outro, de viver conjugado em hotel à
beira mar, de molhar os pés na espera das ondas do mar, de desvelar o olhar a dois em fotografias, de ficar debaixo de um
cajueirofloresta,debrincarnosprimórdiosdoDescobrimentoeserabençoado,abraçadopelovento,pelasbatidasdasondas
nas pedras escuras, pelo por do sol enfeitando nossa visita ao forte dos Reis Magos, quase na esquina do mundo.
Quem aplicou a regra dos três terços? Pudemos verificar isso como dança coletiva num painel da mostra das imagens
clicadas pelo fôlego de experimentar e preservar o olhar reconhecido. E doamos todos os sentidos para os escritos e os
sentimentos.Viajamospeloemaranhadodascomposiçõesfisgadasemmistériosescondidosemcadarecantopotiguar.Gestos
paisagem. De particular brasilidade. Vislumbramos palavras capazes de conceber alguma verdade em rascunho.
Ainda sobrou tempo para todos se lançarem de novo olhar para se adentrar nas fotografias e delas retirar o fruto
secreto: a palavra a se revelar em crônica. E de experimentar a vida do outro pelas palavras corporificadas. Como um
abrir da pedra em musgo fresco.
Fomos nos adentrando em ler por encanto os textos inaugurados. Deliciamo-nos nos entremeios salpicados pelo
imaginar a miúdas e genuínas cotidianices entre olhares companheiros. Ah, o leitor e seu privilégio de ser cúmplice
de cada olhar cronista!
E veio uma bonita festa! Mais que bonita posso dizer. Uma festa de reencontrar. De recontar o vivido, o estudado.
Experimentar novo diálogo com o professor, parceiro do ofício do saber. Ver o avesso da reescrita e saber de algumas
possibilidadesdeaprimorarpalavrasantesdelançá-lasaomundo.Cadaumpodeverdemaisperto,emminúsculafotografia,
o sabor do seu estilo. O toque humorístico particular, o viés crítico incomodador, uma pitada de ares filosóficos ou irônicos,
o efeito lírico imperando nas armadilhas de envolver o leitor, de fazê-lo viver a vida de outros cenários.
A ansiedade e uma tristezinha passarinha deu seus ares. Mas, bem maior, gigantesca e desfrutada, uma alegria
bailarina, de comemorar, de se estar plenamente, de abraçar e abraçar-se no reconhecimento sem fim. Uns seguirão
para Brasília levando a aventura do vivido, essas emoções dadivosas como cajus amarelados que se oferecem à sede.
Todos seguiram com seus dizeres em direção ao futuro. O que nos fará possíveis de letras e amor maior. Somos
renascidos de tanto esperançar. Somos uma eterna crônica de aprender um com os outros pelo madrugar das palavras
que nos fazem um só. Quantas crônicas o futuro guardará?
http://www.escrevendo.cenpec.org.br/index.php?option=com_content
O que deu origem aos fatos narrados neste texto?
(A) O encontro de professores e alunos em Natal.
(B) Uma viagem turística à cidade de Natal.
(C) O encontro com o fotógrafo Paulo Riscal.
(D) A realização de uma bonita festa.
1
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39. língua portuguesa
37
Leia o texto abaixo e responda ao item 3:
Disponívelemhttp://chargesbruno.blogspot.com.br/
Acessoem24/06/2013
Infere-se do texto que
(A) professores e alunos reúnem-se para planejar uma viagem a Natal.
(B) alunos finalistas de um concurso de textos reúnem-se em Natal.
(C) alunos realizam uma festa para homenagear seus professores.
(D) o fotógrafo Paulo Riscal realiza palestras nas escolas de Natal.
2
A fila dos que não precisam esperar mais é formada por quem
(A) já morreu.
(B) está doente.
(C) recebeu alta.
(D) recuperou a saúde.
3
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40. língua portuguesa
38
Texto 1
Depois de tudo o que tenho visto, ouvido e, principalmente lido, acerca dos últimos acontecimentos na vida dos
brasileiros sou obrigado a concluir que esse movimento/bagunça nada tem de popular. [...]
Essa bagunça é um reflexo da fracassada classe média inconformada com a perda de mão de obra barata para suas
áreas de serviço doméstico. Com o inevitável convívio com gente simples nos espaços onde antes só eles podiam estar
(shoppings, universidades, aeroportos...). Há um outro importantíssimo motivo para massa cheirosa que usa griffes
quase sempre falsificadas protestar: como admitir que o governo reserve grande número de vagas nas universidades
públicas para negros, índios e outras minorias? Essas vagas historicamente sempre foram para seu benefício uma vez
que sempre estudaram nos melhores colégios particulares, desde o maternal. [...]
Texto 2
[...] é gratificante verificar que as pessoas voltaram a sentir indignação, a sentir vontade de expressar a sua
discordância com as escolhas políticas atuais e, enfim, decidiram botar a cara à tapa, dispostas a suportar as
consequências de seu posicionamento. [...] para mim, o mais importante é a sinalização de uma nova era para o Brasil...
uma era em que o respeito aos direitos do povo - qualquer direito - será exigido nas ruas e todos os inescrupulosos
repugnantes que hoje tripudiam sobre o cidadão comum pensarão duas vezes antes de seguirem adiante com sua
podridão. Uma era em que o jeitinho brasileiro não mais será nosso lema, uma era em que o pão e circo não mais
será a solução ideal para nossos problemas... uma era em que a educação básica será pública e gratuita de novo, uma
era em que todos terão transporte público decente, uma era em que os hospitais funcionarão, os professores darão
aulas satisfeitos, uma era em que todos lutarão em pé de igualdade por seus empregos, uma era em que ninguém
mais viverá de esmola (e se contentará com isso), uma era em que cisternas, irrigação por gotejamento, captação de
água da chuva e tantas outras soluções simples acabarão com o estigma da seca que destrói o sertão, uma era em que
Natureza será reverenciada, em que os recursos naturais serão usados com sabedoria, uma era em que os drogados
serão poucos porque as famílias serão unidas.... uma era em que, mais adiante, todos se respeitarão sem necessitar da
Polícia e do Poder Judiciário.
Chegou a hora, é agora. Nós estamos vivendo a história.... esses são os primeiros passos para a formação moral e
social de um novo povo brasileiro.
Uma declaração do segundo texto que CONTRADIZ o primeiro é
(A)“...é gratificante verificar que as pessoas voltaram a sentirindignação,a sentir vontade de expressara sua discordância
com as escolhas políticas..”
(B)“...uma era em que o pão e circo não mais será a solução ideal para nossos problemas...”
(C) para mim, o mais importante é a sinalização de uma nova era para o Brasil...”
(D)“Nósestamosvivendoahistória...essessãoosprimeirospassosparaaformaçãomoralesocialdeumnovopovobrasileiro.”
4
Leia os textos abaixo e responda ao item 4:
Disponívelemhttp://www.ozildoalves.com.br/internas/read/?id=16673
Acessoem24/06/2013
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41. língua portuguesa
39
Leia os textos abaixo e responda ao item 5:
Ontem como hoje, continua tudo igual...
disponívelemhttp://www.propagandasantigas.blogger.com.br/
Acessoem24/06/2013
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42. língua portuguesa
40
As reticências utilizadas na frase“ Ontem como hoje, continua tudo igual...”
Expressam:
(A) dúvida.
(B) pausa.
(C) interrupção.
(D) continuidade.
5
Teatro
aula 11
Objetivo geral
• Identificar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o Teatro, explorando as práticas de
oralidade, leitura e escrita.
O que devo aprender nesta aula
u Discutir sobre o teatro como linguagem artística.
u Apreciar trechos de encenação de peças teatrais.
u Conhecer a origem do teatro.
Levantamento dos conhecimentos prévios/
Introdução aos estudos do gênero
Prática de oralidade
Caro estudante, iremos iniciar nossos estudos sobre o teatro: um texto dramático ou texto destinado à
representação teatral. Para tanto, discuta com seus colegas e seu (sua) professor (a) as questões a seguir.
• O que é teatro?
• Você já teve a oportunidade de assistir a uma peça de teatro? Sobre o que era a peça?
• Você acha que o palco é o único espaço cênico possível para a apresentação de uma peça?
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43. língua portuguesa
41
A imagem do duo de máscaras, a seguir, compõe o símbolo do teatro. Observe-a para discutir as questões abaixo.
http://www.sindinoticias.com/files/conteudo/noticias/015256.jpg
• As duas máscaras são iguais? O que há de diferente nelas?
• O que você acha que cada uma das máscaras simboliza?
• Em sua opinião, por que o duo de máscaras é o símbolo do teatro?
Caro estudante, realize uma pesquisa para saber sobre a origem do teatro: quando e como surgiu o teatro?
PesquisetambémsobreopapeldaGréciaantiganodesenvolvimentodoteatrocomoexpressãoerealização.
PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
Objetivo geral
• Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero, explorando as práticas de oralidade,
leitura e escrita e análise linguística..
Ampliaçãodosconhecimentossobreogênero
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44. língua portuguesa
42
aula 12
O que devo aprender nesta aula
u Socializar a pesquisa realizada.
u Ler texto dramático, utilizando as estratégias de leitura como mecanismos de interpretação dos textos:
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Discutir sobre as funções cultural e social do gênero dramático.
u Refletir sobre os elementos do texto dramático (rubrica, cenário, fala, diálogo e ação dos personagens).
u Refletir sobre as variações linguísticas no gênero em estudo.
Prática de oralidade
Caro estudante, compartilhe com seus colegas e seu (sua) professor (a) a pesquisa realizada.
Práticas de leitura e análise da língua
Você, provavelmente, já deve ter assistido ao filme “O auto da compadecida”, com os atores Selton Melo, Matheus
Nachtergaele, Marco Nanini, entre outros. Mas você sabia que “ Auto da compadecida”, de Ariano Suassuna é um
texto escrito, originalmente, para o teatro?
Leia, abaixo, um trecho dessa peça teatral para responder as questões propostas:
Personagens
Palhaço
João grilo
Chicó
Padre João
Antônio Morais
Sacristão
Padeiro
Mulher do padeiro
Bispo
Frade
Severino do Aracaju
Cangaceiro
Demônio
O encourado (o diabo)
Manuel (nosso senhor Jesus Cristo)
A compadecida (Nossa Senhora)
Auto da compadecida
Ariano Suassuna
Cenário
O cenário pode apresentar uma entrada de igreja à direita, com uma pequena balaustrada ao fundo, uma vez
que o centro do palco representa um desses pátios comuns nas igrejas das vilas do interior. A saída para a cidade
é à esquerda e pode ser feita através de um arco. Nesse caso, seria conveniente que a igreja, na cena do
julgamento, passasse a ser entrada do céu e do purgatório. O trono de Manuel, ou seja, Nosso Senhor Jesus
Cristo, poderia ser colocado na balaustrada, erguida sobre um praticável servido por escadarias. Mas tudo isso
fica a critério do ensaiador e do cenógrafo, que podem montar a peça com dois cenários, sendo um para o
começo e outro para a cena do julgamento, ou somente com cortinas, caso em que se imaginará a igreja fora do
palco, à direita, e a saída para a cidade à esquerda, organizando-se a cena para o julgamento através de simples
cadeiras de espaldar alto, com saída para o inferno à esquerda e saída para o purgatório e para o céu à direita.
[...]
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45. língua portuguesa
43
Palhaço: (entrando). Peço desculpas ao distinto público que teve de assistir a essa pequena carnificina, mas
ela era necessária ao desenrolar da história. Agora a cena vai mudar um pouco. João, levante-se e ajude a mudar
o cenário. Chicó! Chame os outros.
Chicó: Os defuntos também?
Palhaço: Também.
Chicó: Senhor Bispo, Senhor Padre, Senhor Padeiro!
(Aparecem todos.)
Palhaço: É preciso mudar o cenário, para a cena do julgamento de vocês. Tragam o trono de Nosso Senhor!
Agora a igreja vai servir de entrada para o céu e para o purgatório. O distinto público não se espante ao ver, nas
cenas seguintes, dois demônios vestidos de vaqueiro, pois isso decorre de uma crença comum no sertão do Nordeste.
(É claro que essas falas serão cortadas ou adaptadas pelo encenador, de acordo com a montagem que se fizer.)
Palhaço: Agora os mortos. Quem estava morto?
Bispo: Eu.
Palhaço: Deite-se ali.
Padre: Eu também.
Palhaço: Deite-se junto dele. Quem mais?
João Grilo: Eu, o padeiro, a mulher, o sacristão, Severino e o cabra.
Palhaço: Deitem-se todos e morram.
João Grilo: Um momento.
Palhaço: Homem, morra que o espetáculo precisa continuar!
João Grilo: Espere, quer mandar no meu morredor?
Palhaço: O que é que você quer?
João Grilo: Já que tenho de ficar aqui morto, quero pelo menos ficar longe do sacristão.
Palhaço: Pois fique. Deite-se ali. E você, Chicó?
Chicó: Eu escapei. Estava na igreja, rezando pela alma de João Grilo.
Palhaço: Que bem precisada anda disso. Saia e vá rezar lá fora. Muito bem, com toda essa gente morta, o
espetáculo continua e terão oportunidade de assistir seu julgamento. Espero que todos os presentes aproveitem
os ensinamentos desta peça e reformem suas vidas, se bem que eu tenha certeza de que todos os que estão aqui
são uns verdadeiros santos, praticantes da virtude, do amor a Deus e ao próximo, sem maldade, sem mesquinhez,
incapazes de julgar e de falar mal dos outros, generosos, sem avareza, ótimos patrões, excelentes empregados,
sóbrios, castos e pacientes. E basta, se bem que seja pouco. Música.
(Música de circo. O Palhaço sai dançando. Se montar a peça em três atos ou houver mudança de cenário,
começará aqui a cena do julgamento, com o pano abrindo e os mortos despertando.)
João Grilo: (para o Cangaceiro). Mas me diga uma coisa, havia necessidade de você me matar?
Cangaceiro: E você me matou?
João Grilo: Pois é por isso mesmo que eu reclamei. Você já estava desgraçado, podia ter-me deixado em paz.
Severino: Eu, por mim, agora que já morri, estou achando até bom. Pelo menos estou descansando daquelas
correrias. Quem deve estar achando ruim é o bispo.
Bispo: Eu? Por quê? Estou até me dando bem!
João Grilo: É, estão todos muito calmos porque ainda não repararam naquele freguês que está ali, na sombra,
esperando que nós acordemos.
Padre: Quem é?
João Grilo: Você ainda pergunta? Desde que cheguei que comecei a sentir um cheiro ruim danado. Essa
peste deve ser um diabo.
Demônio: (saindo da sombra). (Severo) Calem-se todos. Chegou a hora da verdade.
Severino: Da verdade?
Bispo: Da verdade?
Padre: Da verdade?
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46. língua portuguesa
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Demônio: Da verdade, sim.
João Grilo: Então já sei que estou desgraçado, porque comigo era na mentira.
Demônio: Vocês agora vão pagar tudo o que fizeram.
Padre: Mas o que foi que eu...
Demônio:Silêncio! Chegou a hora do silêncio para vocês e do comando para mim. E calem-se todos. Vem chegando
agora quem pode mais do que eu e do que vocês. Deitem-se! Deitem-se! Ouçam o que estou dizendo, senão será pior!
[...]
Disponível em: http://oficinadeteatro.com/component/jdownloads/viewdownload/5-pecas-diversas/110-auto-da-compadecida/Acesso em 21/05/2013
No texto dramático, os textos em parênteses, são chamados de rubricas. Em sua opinião, para que servem esses textos?
1
Como é denominado o espaço no texto dramático? Indique o espaço do texto em estudo.
2
Em que o texto lido se assemelha aos contos e às crônicas estudadas por você nos bimestres anteriores?
3
Algumas palavras e expressões utilizadas pelo autor são típicas de uma região brasileira.Você sabe que região é essa?
Destaque algumas dessas palavras e expressões.4
O autor do texto utilizou-se da palavra ensaiador para se referir à pessoa responsável por montar o espetáculo e ensaiar
os atores.Você acha que esse é, de fato, o nome atribuído a esse profissional? Por que você acha que Suassuna preferiu
utilizar o termo ensaiador?
5
Ariano Suassuna (1927) nasceu em João Pessoa, Paraíba, em 16 de junho de
1927. Filho de João Suassuna e Rita de Cássia Vilar, ficou órfão de pai, com três
anos de idade. Durante a Revolução de 1930, por motivos políticos, seu pai foi
assassinado.Afamíliafoiobrigadaamudardecidade,foramparaTaperoá,interior
do Estado. Morou em Taperoá entre 1933 e 1937, onde iniciou seus estudos.
Teve os primeiros contatos com a cultura regional assistindo uma apresentação
de mamulengos e um desafio de viola.
Em 1942, a família muda-se para a cidade do Recife, Pernambuco, onde
Ariano entra para o Colégio Americano Batista. Em seguida estuda no Ginásio
Pernambucano,importantecolégiodoRecife.IngressounaFaculdadedeDireito,
onde funda o Teatro do Estudante de Pernambuco. Em 1947, escreve sua
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47. língua portuguesa
45
http://www.e-biografias.net/ariano_suassuna/
DESAFIO
Pesquise quem são alguns dos mais famosos autores de textos dramáticos no Brasil e no mundo.
Destaque pelo menos dois autores: um nacional e um estrangeiro.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
aula 13
O que devo aprender nesta aula
u Ler textos dramáticos, utilizando as estratégias de leitura como mecanismos de interpretação dos textos:
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Socializar a pesquisa sobre alguns dos principais autores de teatro do Brasil e do mundo.
u Refletir sobre os elementos do texto dramático (rubrica, cenário, fala, diálogo e ação dos personagens).
u Refletir sobre os personagens observando suas falas e ações.
primeira peça Uma Mulher Vestida de Sol. No ano seguinte escreve Cantam as Harpas de Sião.
Em 1950, conclui o curso de Direito. Dedica-se a advocacia e ao teatro. Em 1955, escreveu a comédia “Auto da
Compadecida. A partir de 1956, passa a dar aulas de Estética na Universidade Federal de Pernambuco. Em 1970, surge o
MovimentoArmorial,inspiradoedirigidoporAriano,comoobjetivodevalorizarosváriosaspectosdaculturadoNordeste
brasileiro, como a literatura de cordel, a música, a dança, teatro, entre outros.
Ariano Suassuna inicia, em 1971, sua trilogia com o Romance da Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue
que vai-e-volta, que teria sequência em 1976, com a História do Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: ao Sol
da Onça Caetana. Em 1994, se aposenta pela Universidade Federal de Pernambuco. É Secretário de Assuntos ao
Governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Práticas de oralidade
Caro estudante, compartilhe com seus colegas e seu(sua) professor (a) a pesquisa feita sobre alguns dos
principais autores de texto dramático no Brasil e no mundo
Práticas de leitura e análise linguística 1
Leia o texto dramático abaixo e responda às questões seguintes:
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48. língua portuguesa
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Casinha pequenina
Ivo Bender
Personagens (três): Marido, mulher e filho.
Cenário
Sofás ou cadeiras, sugerindo uma sala de estar.
Quando começa a cena, marido e mulher estão sentados. A mulher, em roupa caseira, pinta as unhas dos
pés; o marido, de pijama, lê um jornal. Depois de certo tempo começam a conversar.
O marido: (baixa o jornal) Os jornais de hoje não são como os de ontem.
A mulher: (sem interromper a pintura das unhas) Claro que não. As edições são diárias. Portanto, a cada dia
os jornais são diferentes.
O marido: (olhando para ela) Quando digo ontem, quero dizer “antigamente”.
A mulher: (olhando para ele) Então você tem que dizer assim: “Os jornais de hoje não são como os de antigamente”.
Omarido:Osjornaisdehojenãosãocomoos...Oraessa,nãovejoporquerepetiroquevocêdisse.(voltaalerojornal)
A mulher: O esmalte de hoje não é como os de antigamente.
O marido: (silêncio)
A mulher: O esmalte moderno mudou muito. Hoje as cores são tantas que fico tonta cada vez que entro na farmácia.
O marido: (silêncio)
A mulher: E logo, logo, o esmalte fica ressequido e as unhas descascam.
O marido: (sem desviar os olhos do jornal) Esses jornais de hoje publicam de tudo. Há uma liberdade que
chega às raias da licenciosidade.
A mulher: A enceradeira que comprei no mês passado já pifou.
O marido: (olha para o chão, depois para a mulher) Então é por isso que o parque está fosco, sem brilho nenhum?
Amulher:Não. É que a empregada fugiu. Era ela quem lustrava o chão com dois trapos de flanela enrolados nos pés.
Marido: Pois compra uma nova enceradeira. De outra marca.
A mulher: Prefiro uma empregada.
O marido: Mas uma empregada custa mais.
A mulher: Em compensação, trabalha o dobro.
O marido: (volta a ler o jornal; depois de um tempo baixa-o) As notícias de hoje são feitas do mais baixo
escândalo. Veja: um homem tirou a roupa na rodoviária, ficou nu em pelo, pegou um ônibus para Torres e se
jogou no mar. Deixou uma carta acusando o governador.
A mulher: Pobre governador.
Marido: Pobre. (volta à leitura)
A mulher: O meu fusca está com um problema na mudança. Um problema gravíssimo.
O marido: Manda pra oficina
A mulher: Vou mudar de oficina, isso sim.
O marido: Os escândalos se acumulam: um ministro de governo fugiu para a Suíça. Por amor ao chocolate.
O governo, minimizando o problema, ofereceu-lhe a embaixada naquele país europeu.
A mulher: Minha lavadora automática se engasgou com aquele teu colete de astracã.
O marido: (deixa a leitura; apreensivo) Isto é grave. Como é que vai ser no inverno?
A mulher: Faço um colete de lã pra você.
O marido: Ah. (retoma a leitura) Aqui diz que o juiz absolveu aquele senhor que matou uma vizinha
entrevada e aquele seu cachorro dinamarquês.
A mulher: Um cachorro dinamarquês?
O marido: Um cachorro dinamarquês. O homem foi absolvido porque ficou provada a legítima defesa.
A mulher: A justiça tem razões que nós mesmos ignoramos.
O marido: (após um silêncio e tendo folheado o jornal) Aqui tem uma página em branco.
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49. língua portuguesa
47
A mulher: Interessante. Deve ter sido um problema com a impressão.
O marido: Ou então, é a prova de outro sabão em pó. Aquela história que lava mais branco etcétera e tal.
A mulher: Não é de duvidar
O marido: (após outro silêncio) Que coisa! Imagine que na Baixada Fluminense apareceram trinta
corpos crivados de bala.
A mulher: Que limpa, hein?
O marido: (tendo folheado o jornal) outra página em branco.
A mulher: Não falei? É problema do jornal. Alguma coisa deu errado.
O marido: Nada disso. É a propaganda de detergente.
A mulher: Enfim, problema do jornal ou de sabão em pó, dá tudo na mesma. Uma página em branco.
O marido: Duas, faz favor?
A mulher: Ah, é. Duas. (pausa) já está na hora da novela?
O marido: (consultando o relógio) Quase.
A mulher: (fecha o vidro de esmalte) Então vamos pro quarto.
O marido: O televisor do quarto está sem som.
A mulher: E o aparelho do quarto do Betinho está sem imagem.
O marido: Então só resta o do banheiro.
A mulher: E dai? Não quero perder minha novela.
O marido: Nem eu. Só que no banheiro a imagem não é lá essas coisas.
A mulher: Pois vamos duma vez, mas quem senta no vaso sou eu. O bidê fica pra ti.
O marido: Não senhora, o vaso é meu.
A mulher: Eu escolhi primeiro.
O marido: Pra você, tem o bidê.
A mulher: Que vergonha! Me mandando pro bidê!
O marido: E tu, me negando o vaso!
A mulher: O vaso é meu!
O marido: Fui eu quem comprou o televisor.
A mulher: Mas a ideia de botar ele no banheiro foi minha.
O marido: Não me interessa.
A mulher: Prepotente!
O marido: Quem canta aqui sou eu!
A mulher: Chamando esta de galinheiro! (chama) Betinho, vem cá.
O marido: Não chamei nada de coisa nenhuma, meu Deus!
A mulher: (chama mais alto) Betinho, meu filho!
O marido: Não se tem mais sossego nem no recesso do lar!
A mulher: Que lar, que lar? Só me diz: que lar? Isto aqui é lar? (chama) Betinho.
O filho: (entra lento) Qual é?
A mulher: Dá um jeito no teu pai.
Ofilho: Seguinte, ó: eu tava numa boa, na minha baia, curtindo um som legal. Pô, que corta barato que são vocês.
O marido: Corta o quê?
O filho: Barato.
O marido: (para a mulher) Se ele continuar com essa linguagem, juro que bato nele.
A mulher: Duvido você bater num homem, duvido.
O filho: (avançando para o pai) Quer me bater quer?Tudo bem. Tou mesmo a fim de ser batido.
O marido: Mas ele desafia o próprio pai!
O filho: Desafio, mas numa boa.
O marido: (indo para a mulher) Me segura que eu avanço nele.
A mulher: Te seguro, te seguro. (abraçando-o por trás)
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1 Atividade adaptada do Ensinar e Aprender 3 - Língua Portuguesa. Programa de Aceleração da Aprendizagem.
Secretaria do Estado de Goiás, 2011
O filho: Quer se avançar em mim é velho? Tou mesmo a fim de ser avançado.
O marido: Me larga, que eu vou dar nele!
A mulher: Não largo, não largo! Vamos duma vez que a novela já começou. (vão para a saída: o filho vai em
direção oposta; ele pára e volta-se)
O filho: Ei, esperem aí. Pra onde vão vocês?
A mulher: Pro banheiro.
O filho: Os dois?
A mulher: Pra ver a novela.
O filho: Mas não tem aparelho nenhum no banheiro.
A mulher: Como não?
O marido: como é que é?
O filho: Passei o televisor nos cobres. Tava precisando duma grana.
A mulher: (para o marido) Mas como é que ele teve a coragem!
O marido: (para o filho) Mas como é que você teve a coragem!
O filho: A mesada andava curta. Só isso. (sai)
A mulher: (sentando) Não consegue acreditar.
O marido: Aí está à maravilha que você botou no mundo, roubado feito ladrão de galinha. Um fedelho
perebento manchando o sagrado nome da família!
A mulher: E agora, querido?
O marido: Eu é que te pergunto.
A mulher: Como é que vai ser?
O marido: Eu é que vou saber?
A mulher: Sem distração em casa!
O marido: Pode haver coisa pior?
A mulher: Sem novela.
O marido: Sem o comentário esportivo. (senta na sua cadeira e retorna ao jornal)
A mulher: Com toda esta vasta noite pela frente.
O marido: Vou ter que dormir mais cedo.
A mulher: Quem sabe eu pinto as unhas?
O marido: É uma ideia. E eu retorno a leitura. (ambos começaram a agir; ela pinta as unhas das mãos e ele
lê; silêncio longo) Os jornais de hoje não são como os de ontem.
A mulher: (suspendendo a pintura, volta-se para ele e dá por encerrado o assunto) Claro que não.
Os dois se olham. As luzes se apagam uma a uma.
Transcrito de Nove textos breves para teatro. Porto Alegre: Ed. Da Universidade, 1983. P. 60.)
Observando as falas dos personagens, o que se pode afirmar sobre eles?
2
O que as rubricas no texto“Casinha pequenina” indicam?
1
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O que essas falas revelam sobre o relacionamento dessa família?
3
Noúnicomomentoemqueomaridoeamulhertêmumobjetivocomum,ocorreumconflito.Qualéesseobjetivocomum?
E o conflito? Como ele se resolve?4
Você conseguiu imaginar o cenário de Casinha Pequenina? E os personagens? De que forma você os imagina?
5
DESAFIO
Em Hamlet,Shakespearenosdizoquedeveseroteatroparaasociedade:
“Oteatrodeveserum espelhocolocadodiantedanatureza,quemostrasuaverdadeiraimagem;nosquer
fazertomarconsciênciadascoisasquesevivem nomundo,comoacorrupção,contraoabusodopoder,a
libertinagem.Nosmostraanaturezahumana,omundoem quevivemos;nosdizquefaçamostudo,atéo
impossívelparaqueseacabem ascosasruinsdomundo,quetentemosdetodasasformasfazercom que
aspessoassejam iluminadasenãocontinuem nastrevasdomal.
Entrevistepelomenostrêspessoasparasaberoqueelaspensam sobreoteatro.Apresentamos,abaixo,
duasquestõesquepoderãoserutilizadasnasuaentrevista,massepreferir,elaboreoutras.Anoteas
respostasem seucadernoparaumapequenadiscussãonapróximaaula.
•Paravocê,oqueéteatro?
•Oteatrorefleteavida?
Hamlet – Ato III Cena II
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