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Caderno
educacional
Material do professor

Material de apoio 4º bimestre
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Caderno
educacional
Material do professor

Material de apoio 4º bimestre
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Expediente
Marconi Ferreira Perillo Júnior
Governador do Estado de Goiás
Thiago Mello Peixoto da Silveira
Secretário de Estado da Educação
Raph Gomes Alves
Superintendente de Inteligência Pedagógica e Programas
Márcia Rejane Martins da Silva Brito
Chefe do Núcleo da Escola de Formação
Valéria Marques de Oliveira
Gerente de Formação Central

Gerência de Formação Curricular
Elaboradores
Língua Portuguesa

Marilda de Oliveira Rodovalho

Ana Christina de Pina Brandão

Rosely Aparecida Wanderley Araújo

Arminda Maria de Freitas Santos
Débora Cunha Freire
Janice Aparecida de Azevedo
Joanede Aparecida Xavier de Souza Fé
Lívia Aparecida da Silva

Matemática

Inácio de Araújo Machado

Abadia de Lourdes da Cunha

Márcio Dias de Lima

Alexsander Costa Sampaio

Mônica Martins Pires

Aline Márcia dos Santos

Regina Alves Costa Fernandes

Carlos Roberto Brandão

Silma Pereira do Nascimento Vieira

Deusite Pereira dos Santos

Ciências

Lívio de Castro Pereira

Cibele Pimenta Tiradentes

Ranib Aparecida dos Santos Lopes

Fernanda Cirqueira Rodrigues

Rodrigo da Silva

Jardel Willian do Couto

Rhania Camila dos Santos

Leonardo Dantas Vieira

Wani Patrícia Silva

Leonardo Teófilo Teles
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Apresentação
O Governo do Estado de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da
Educação (SEDUC), criou o “Pacto pela Educação” com o objetivo de avançar
na oferta de um ensino qualitativo às crianças, jovens e adultos do nosso Estado.
Assim, busca-se adotar práticas pedagógicas de alta aprendizagem.
Dessa forma, estamos desenvolvendo, conjuntamente, várias ações, dentre
elas, a produção deste material de apoio e suporte. Ele foi concebido tendo por
finalidade contribuir com você, professor, nas suas atividades diárias e, também,
buscando melhorar o desempenho de nossos alunos. Com isso, espera-se
amenizar o impacto causado pela mudança do Ensino Fundamental para o
Médio, reduzindo assim a evasão, sobretudo na 1ª série do Ensino Médio.
Lembramos que a proposta de criação de um material de apoio e suporte
sempre foi uma reivindicação coletiva de professores da rede. Proposta esta
que não pode ser viabilizada antes em função da diversidade de Currículos que
eram utilizados. A decisão da Secretaria pela unificação do Currículo para
todo o Estado de Goiás abriu caminho para a realização de tal proposta.
Trata-se do primeiro material, deste tipo, produzido por esta Secretaria,
sendo, dessa forma, necessários alguns ajustes posteriores. Por isso, contamos
com a sua colaboração para ampliá-lo, reforçá-lo e melhorá-lo naquilo que for
preciso. Estamos abertos às suas contribuições.
Sugerimos que este caderno seja utilizado para realização de atividades
dentro e fora da sala de aula. Esperamos, com sua ajuda, fazer deste um objeto
de estudo do aluno, levando-o ao interesse de participar ativamente das aulas.
Somando esforços, este material será o primeiro de muitos e, com certeza,
poderá ser uma importante ferramenta para fortalecer sua prática em sala de
aula. Assim, nós o convidamos para, juntos, buscarrmos o aperfeiçoamento de
ações educacionais, com vistas à melhoria dos nossos indicadores,
proporcionando uma educação mais justa e de qualidade.
A proposta de elaboração de outros materiais de apoio continua e a sua
participação é muito importante. Caso haja interesse para participar dessas
elaborações, entre em contato com o Núcleo da Escola de Formação pelo email cadernoeducacional@seduc.go.gov.br
Bom trabalho!
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Sumário
LÍNGUA PORTUGUESA
Conto Literário
Levantamento dos conhecimentos prévios/Introdução aos estudos do gênero..........15
Aula 1 ...........................................................................................................................15
Aula 2 ...........................................................................................................................19
Aula 3 ...........................................................................................................................23
Aula 4 ...........................................................................................................................26
Aula 5 ...........................................................................................................................28
Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero............................................................33
Aula 6 ...........................................................................................................................33
Aula 7 ...........................................................................................................................40
Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero.....................................................42
Aula 8 ...........................................................................................................................42
Aula 9 ...........................................................................................................................43
Aula 10 ........................................................................................................................46

Júri Simulado
Levantamento dos conhecimentos prévios/Introdução aos estudos do
gênero..........................................................................................................................49
Aula 11.........................................................................................................................49
Aula 12.........................................................................................................................53
Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero .....................................................56
Aula 13.........................................................................................................................56
Aula 14..................................................................................................................................59
Aula 15.........................................................................................................................61
Aula 16.........................................................................................................................63
Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero ..........................................65
Aula 17.........................................................................................................................65
Aula 18.........................................................................................................................67
Aula 19.........................................................................................................................68
Aula 20.........................................................................................................................72
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Notícia
Levantamento dos conhecimentos prévios/Introdução aos estudos do
gênero .........................................................................................................................75
Aula 21 .... ...................................................................................................................75
Aula 22.........................................................................................................................79
Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero...................................................80
Aula 23.........................................................................................................................80
Aula 24.........................................................................................................................83
Aula 25.........................................................................................................................86
Aula 26.........................................................................................................................88
Aula 27.........................................................................................................................91
Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero...........................................94
Aula 28.........................................................................................................................94
Aula 29.........................................................................................................................97
Aula 30.........................................................................................................................98

MATEMÁTICA
Aula 01.....Ordem e classes dos números decimais .................................................103
Aula 02.....Ordens e classes dos números decimais - Exercícios ...........................109
Aula 03 ....Multiplicação de número decimal por um número
natural (revisão) ....................................................................................110
Aula 04 ....Resolução de itens ................................................................................112
Aula 05 ....Resolução de itens ................................................................................118
Aula 06 ....Multiplicação de números decimais ..................................................122
Aula 07 ....Adição e subtração de frações com denominadores diferentes
(Equivalência de frações).....................................................................127
Aula 08 ....Adição e subtração de frações com denominadores diferentes...131
Aula 09 ....Resolução de itens ................................................................................138
Aula 10 ....Resolução de itens ................................................................................142
Aula 11 ....Porcentagem - Juros e descontos.......................................................146
Aula 12 ....Porcentagem - Juros e descontos - Exercícios..................................149
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Aula 13 ....Simetria de figuras planas....................................................................151
Aula 14 ....Resolução de itens ................................................................................155
Aula 15 ....Resolução de itens ................................................................................158
Aula 16 ....Composição e decomposição de figuras planas (Cálculo
de Perímetro) .........................................................................................161
Aula 17 ....Composição e decomposição de figuras planas (Cálculo
de Áreas).................................................................................................166
Aula 18 ....Área de figuras planas - Conversões de Unidades de Medida.......172
Aula 19 ....Resolução de itens ................................................................................177
Aula 20 ....Resolução de itens ................................................................................180
Aula 21 ....Resolver problemas utilizando conversão de medidas I comprimento, massa e tempo............................................................182
Aula 22 ....Resolver problemas utilizando conversão de medidas I comprimento, massa e tempo............................................................190
Aula 23 ....Resolução de itens ................................................................................193
Aula 24 ....Resolução de itens ................................................................................196
Aula 25 ....Tabelas - Produção de textos ..............................................................200
Aula 26 ....Gráficos de barras e colunas - Produção de textos..........................202
Aula 27 ....Gráficos de setores - Produção de textos ..........................................204
Aula 28 ....Resolução de itens ................................................................................206
Aula 29 ....Resolução de itens ................................................................................208
CIÊNCIAS
Aula 01.....Sistema Nervoso...........................................................................................215
Aula 02.....Sistema Nervoso e os Órgãos ....................................................................221
Aula 03.....Sistema nervoso e órgãos do sentido......................................................224
Aula 04.....O comando do corpo ..................................................................................229
Aula 05.....Atividades de revisão...................................................................................232
Aula 06.....Esqueleto........................................................................................................235
Aula 07.....Principais articulações do corpo humano ..............................................239
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Aula 08.....Os principais músculos do corpo humano.............................................243
Aula 09.....Ossos e Músculos .........................................................................................249
Aula 10.....Atividades ......................................................................................................251
Aula 11.....Desenvolvimento de meninos e meninas ..............................................253
Aula 12.....Funcionamento do sistema reprodutor..................................................258
Aula 13.....Nosso corpo se prepara para a reprodução ...........................................262
Aula 14.....Fecundação: início da vida.........................................................................266
Aula 15.....Gestação.........................................................................................................269
Aula 16.....Parto normal..................................................................................................273
Aula 17.....Atividades ......................................................................................................277
Aula 18.....Parto cesáreo.................................................................................................280
Aula 19.....Fertilização “In Vitro” ....................................................................................285
Aula 20.....Atividades ......................................................................................................290
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LÍNGUA
PORTUGUESA
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língua portuguesa

Conto literário
Professor(a), para o trabalho com contos, faça um cartaz de “boas vindas” bem colorido e alegre, decore
a sala de aula com tapetes, esteiras e almofadas, procurando criar um ambiente propício para a leitura.
Organize um Cantinho de Leitura, e nele coloque livros que contenham contos. Para o Palanque do Conto,
decore um caixote. Confeccione um caderno ou cartaz para registrar os contos lidos pelos estudantes, durante
o estudo deste gênero.
Disponha as carteiras em círculo, e no centro, coloque os contos do Cantinho da Leitura. Diga aos
estudantes que durante as próximas duas semanas, em toda aula eles terão “A Hora do Conto”, um momento
reservado somente para leituras desse gênero textual.
Peça-lhes que escolham os contos que mais lhes agradar para uma leitura prazerosa, dando-lhes tempo para
que isso aconteça. Oriente-os a registrarem os títulos dos contos escolhidos no caderno de registro, ou no cartaz.
Após a leitura, oportunize um tempo para que os estudantes apresentem a história lida no Palanque do Conto.
Aproveite o momento para incentivar os estudantes a comparar contos do mesmo autor, de autores
diferentes; a observar o estilo de cada autor, a descrição dos espaços e do tempo, a caracterização dos
personagens; bem como, apresentar suas impressões, suas emoções, durante a leitura.
É importante que todos os estudantes escolham um exemplar a cada dia e comentem, no próximo palanque,
a leitura que fizeram. Mesmo que não tenham concluído a leitura, é importante que apresentem o que
conseguiram ler, expressando suas impressões. O objetivo principal, aqui, é despertar nos estudantes o gosto
e o interesse pela leitura de contos literários.

Levantamento dos conhecimentos
prévios/Introdução aos estudos do gênero
Objetivo geral
•Diagnosticar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o
gênero Contos Literários, explorando as práticas de oralidade, leitura , escrita
e análise linguística.

aula 01
Prática de oralidade

Professor(a), faça uma roda de conversa com os
estudantes: diga-lhes que estudarão o gênero Contos
Literários; que as histórias sempre encantaram os
seres humanos e que, através das palavras de quem
escreve, somos transportados para outro mundo,
onde podemos acompanhar os seres que fazem parte
da história, conhecer suas aventuras e dramas e
compartilhar suas alegrias e tristezas.

O que devo aprender nesta aula

Em seguida, procure saber o que a classe já conhece
sobre o gênero, fazendo-lhes algumas perguntas:

uAntecipar o conteúdo das leituras com base em indícios, como
autor, título do texto, ilustrações.

uLer em voz alta com fluência e autonomia.
uLer contos, observando forma, conteúdo, estilo e função social.
uPartilhar com colegas as percepções de leitura de contos lidos
e ouvidos.
uValorizar a leitura literária como fonte de entretenimento e prazer.
uReconhecer um texto literário.

uProduzir a primeira escrita de um conto.

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língua portuguesa
• Você conhece alguma história interessante? Qual?
• Ouviu de alguém? Quem?
• Leu em algum livro? Sabe quem é o autor?
• O que mais lhe chama a atenção nas histórias?

Professor (a), nessa atividade de oralidade, você poderá acrescentar outras questões que julgar importantes
para ampliar a discussão, desde que se observe o tempo de execução da aula.
Atente-se para a importância dessa atividade, já que, por meio dela, você perceberá os conhecimentos que os
alunos têm sobre o assunto. Assim, observe se as respostas dadas são coerentes com o que foi perguntado.
Registre no quadro o que você considerar importante e faça intervenções necessários.
Conceito
Para o escritor Elias José, o conto é uma narrativa que pode ser contada oralmente ou por escrito. Pode-se
dizer que o ser humano já surgiu contando contos. Tudo o que via, descobria ou pensava dava origem a uma
história, que ele aumentava ou modificava, usando sua imaginação.

Prática de leitura

Professor(a), peça aos estudantes para lerem silenciosamente o conto “Se eu fosse esqueleto”, de Ricardo
Azevedo. É importante antecipar aos estudantes algumas informações que podem estar no texto a ser lido, a
partir do título, do tema abordado, da ilustração etc.
Leia o texto abaixo e, a seguir, responda às questões propostas:
Se eu fosse esqueleto
Ricardo Azevedo
Se eu fosse esqueleto não ia poder tomar água nem suco porque ia vazar
tudo e molhar a casa inteira. Tirando isso, ia acordar e pular da cama feliz
como um passarinho. É que ser uma caveira de verdade deve ser muito
divertido.
Por exemplo. Faz de conta que um banco está sendo assaltado. Aqueles
bandidões nojentões, mauzões, armados até os dentões, berrando:
- Na moral! Cadê a grana?
Se eu fosse esqueleto, entrava no banco e gritava: bu! Bastaria um
simples bu e aquela bandidagem ia cair dura no chão, com as calças
molhadas de úmido pavor. O gerente e os clientes do banco iam agradecer
e até me abraçar, só um pouco, mas tenho certeza de que iam.
Se eu fosse caveira, de repente vai ver que eu ia ser considerado um
grande herói. Fora isso, um esqueleto perambulando na rua em plena luz
do dia causaria uma baita confusão. O povo correndo sem saber para onde,
sirenes gemendo, gente que nunca rezou rezando, o Exército batendo em retirada, aquele mundaréu desesperado
e eu lá, todo contente, assobiando na calçada.
Um repórter de TV, segurando o microfone, até podia chegar para me entrevistar:
- Quem é você?
E eu:
- Sou um esqueleto.
E o repórter:
- O senhor fugiu do cemitério?

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língua portuguesa
Aí eu fingia que era surdo:
- Ser mistério?
E o repórter, de novo, mais alto:
- O senhor fugiu do cemitério?
- Assumiu no magistério?
- Cemitério!
- Fala sério? Quem?
Aí o repórter perdia a paciência:
- O senhor é surdo?
E eu:
- Claro que sou! Não está vendo que não tenho nem orelha?
Se eu fosse esqueleto talvez me levassem para a aula de Biologia de alguma escola. Já imagino eu lá parado e o
professor tentando me explicar osso por osso, dente por dente, dizendo que os esqueletos são uma espécie de estrutura
que segura nossas carnes, órgãos, nervos e músculos.
Fico pensando nas perguntas e nos comentários dos alunos:
- Como ele se chamava?
- É macho ou fêmea?
- Quantos anos ele tem?
- Tem ou tinha?
- Magrinho, não?
- O cara sabia ler ou era analfabeto?
- E a família dele?
- Era rico ou pobre?
- O coitado está rindo de quê?
E ainda:
- Professor, ele era careca?
Enquanto isso, eu lá, no meio da aula, com aquela cara de caveira, sem falar nada para não assustar os alunos
e matar o professor do coração.
Uma coisa é certa. Deve ser muito bom ser esqueleto quando chega o Carnaval. Aí a gente nem precisa se
fantasiar. Pode sair de casa numa boa, cair no samba, virar folião e seguir pela rua dançando, brincando e
sacudindo os ossos. Parece mentira, mas, no Carnaval, porque é tudo brincadeira, a gente sempre acaba sendo
do jeito que a gente é de verdade.
Se eu fosse esqueleto, quando chegasse o Carnaval, ia sair cantando:
Quando eu morrer
Não quero choro nem vela
Quero uma fita amarela
Gravada com o nome dela
Todo mundo sabe que o maior amigo do homem é o cachorro.
O que a maioria infelizmente desconhece e a ciência moderna esqueceu de pesquisar é que o pior inimigo
do esqueleto late, morde, abana o rabo, carrega pulgas e aprecia fazer xixi no poste.
E se eu fosse esqueleto e por acaso um vira-lata me visse na rua, corresse atrás de mim e fugisse com algum
osso dos meus?
Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/se-eu-fosse-esqueleto-689874.shtml Acesso: 29.04.2013.

Ricardo Azevedo, escritor, ilustrador, compositor e pesquisador paulista, nascido em
1949, é autor de vários livros para crianças e jovens. Tem, além disso, dado palestras e
publicado estudos e artigos a respeito de temas como o discurso popular, literatura e
poesia, problemas do uso da literatura na escola, cultura popular, música popular
brasileira e questões relativas à ilustração de livros.
Disponível em: http://www.ricardoazevedo.com.br/. Acesso: 29.04.2013.

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língua portuguesa

1

Qual a finalidade deste texto?

Possibilidade de resposta: proporcionar prazer, diversão ao leitor.

2

Qual a principal diferença entre este texto e uma das Reportagens estudadas no bimestre anterior?

Possibilidade de resposta: Este conto é um texto literário que proporcionou prazer, entretenimento ao leitor. Já a reportagem é
um texto que tem como finalidade informar ao leitor fatos da vida real.

3

De acordo com o narrador, “ser uma caveira de verdade deve ser muito divertido”. Por quê?

Possibilidade de resposta: Porque ele poderia assustar as pessoas.

4

Se você não fosse gente, o que gostaria de ser? Conte como seria a sua vida.

Resposta pessoal.
Professor(a), oriente os estudantes a refletirem sobre os diversos aspectos propostos, voltando ao texto para confirmar
ou refutar hipóteses.
Em seguida, discuta com eles as respostas dadas, mostrando-lhes as várias possibilidades de interpretação levantadas.
Diga-lhes que o conto é um texto literário, ou seja, tem por finalidade entreter o leitor, estimular sua imaginação, enfim,
despertar emoções.
Esclareça-lhes, ainda, que os gêneros literários possuem uma linguagem plurissignificativa (que admite muitos
significados) e, portanto, várias interpretações são possíveis e aceitáveis, desde que respaldadas pelo texto.

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
Prepare-se! Agora você produzirá a primeira escrita de um conto. Use sua imaginação, uma boa dose
de emoção e mãos à obra!
Professor (a), a ideia aqui é saber o que os estudantes podem produzir neste momento
e o que precisam aprender, para que você possa planejar as intervenções necessárias.
Assim, é fundamental que você leia esses primeiros textos e faça anotações para uma
posterior reescrita.

18
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língua portuguesa
aula 02

O que devo aprender nesta aula
u Ler em voz alta com fluência e autonomia.
u Ler contos literários, observando forma, conteúdo, estilo e função social.
u Retomar a produção inicial, para as reformulações que garantam a presença de elementos
próprios do gênero.

Práticas de oralidade e leitura

Professor (a), com o objetivo de continuar identificando os conhecimentos que os estudantes já possuem
sobre o gênero Conto Literário, chame-lhes atenção para referências importantes, como: os vários tipos
de histórias existentes; as narrativas da tradição oral; a invenção da escrita, e com ela, o surgimento da
história escrita; a inspiração, as ideias que motivam a escrita de um conto; como surgem os escritores etc.
Leve-os a refletir sobre algumas particularidades do conto:
• Histórias sobre gente comum;
• Aparecem em jornais, livros, revistas, em livros;
• Escritas por gente que sabe usar a palavra – os escritores;
• Para emocionar pessoas, para transmitir ideias.
Em seguida, apresente à classe o texto “A pequena vendedora de fósforos”, de Hans Christian Andersen,
antecipando-lhes algumas informações como o título, ilustrações, o gênero textual, a biografia do autor
etc. Somente depois desta antecipação, proponha a leitura do conto, silenciosamente e, em seguida, releiao, de forma compartilhada com a turma.
Hans Christian Andersen (Odense, 2 de Abril de 1805 — Copenhague, 4 de
Agosto de 1875) foi um escritor dinamarquês de histórias infantis.
Andersen era filho de um sapateiro, e por isso teve dificuldades para se educar.
No entanto, seus ensaios poéticos e o conto "Criança Moribunda" garantiramlhe um lugar no Instituto de Copenhague. Escreveu peças de teatro, canções
patrióticas, contos, histórias, e, principalmente, contos de fadas, pelos quais é
mundialmente conhecido.
Entre os contos de Andersen destacam-se: O Abeto, O Patinho Feio, A
Caixinha de Surpresas, Os Sapatinhos Vermelhos, O Pequeno Cláudio e o Grande
Cláudio, O Soldadinho de Chumbo, A Pequena Sereia, A Roupa Nova do Rei, A Princesa e a Ervilha, A
Pequena Vendedora de Fósforos, A Polegarzinha, dentre outros.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hans_Christian_Andersen

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língua portuguesa
Leia o texto abaixo e, aseguir, responda às questões propostas:
A Pequena Vendedora de Fósforos
Hans Christian Andersen
Fazia um frio terrível; caía a neve e estava quase escuro; a noite
descia: a última noite do ano.
Em meio ao frio e à escuridão uma pobre menininha, de pés no chão
e cabeça descoberta, caminhava pelas ruas.
Quando saiu de casa trazia chinelos; mas de nada adiantavam, eram
chinelos tão grandes para seus pequenos pézinhos, eram os antigos
chinelos de sua mãe.
A menininha os perdera quando escorregara na estrada, onde duas
carruagens passaram terrivelmente depressa, sacolejando.
Um dos chinelos não mais foi encontrado, e um menino se apoderara
do outro e fugira correndo.
Depois disso a menininha caminhou de pés nus - já vermelhos e
roxos de frio.
Dentro de um velho avental carregava alguns fósforos, e um feixinho deles na mão.
Ninguém lhe comprara nenhum naquele dia, e ela não ganhara
sequer um níquel.
Tremendo de frio e fome, lá ia quase de rastos a pobre menina,
verdadeira imagem da miséria!
Os flocos de neve lhe cobriam os longos cabelos, que lhe caíam
sobre o pescoço em lindos cachos; mas agora ela não pensava nisso.
Luzes brilhavam em todas as janelas, e enchia o ar um delicioso
cheiro de ganso assado, pois era véspera de Ano-Novo.
Sim: nisso ela pensava!
Numa esquina formada por duas casas, uma das quais avançava
mais que a outra, a menininha ficou sentada; levantara os pés, mas
sentia um frio ainda maior.
Não ousava voltar para casa sem vender sequer um fósforo e, portanto sem levar um único tostão.
O pai naturalmente a espancaria e, além disso, em casa fazia frio, pois nada tinham como abrigo, exceto
um telhado onde o vento assobiava através das frinchas maiores, tapadas com palha e trapos. Suas mãozinhas
estavam duras de frio.
Ah! bem que um fósforo lhe faria bem, se ela pudesse tirar só um do embrulho, riscá-lo na parede e
aquecer as mãos à sua luz!
Tirou um: trec! O fósforo lançou faíscas, acendeu-se.
Era uma cálida chama luminosa; parecia uma vela pequenina
quando ela o abrigou na mão em concha...
Que luz maravilhosa!
Com aquela chama acesa a menininha imaginava que estava
sentada diante de um grande fogão polido, com lustrosa base de
cobre, assim como a coifa.
Como o fogo ardia! Como era confortável!
Mas a pequenina chama se apagou, o fogão desapareceu, e
ficaram-lhe na mão apenas os restos do fósforo queimado.
Riscou um segundo fósforo.
Ele ardeu, e quando a sua luz caiu em cheio na parede ela se
tornou transparente como um véu de gaze, e a menininha pôde

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língua portuguesa
enxergar a sala do outro lado. Na mesa se estendia uma toalha branca como a neve e sobre ela havia um
brilhante serviço de jantar. O ganso assado fumegava maravilhosamente, recheado de maçãs e ameixas pretas.
Ainda mais maravilhoso era ver o ganso saltar da travessa e sair bamboleando em sua direção, com a faca e o
garfo espetados no peito! Então o fósforo se apagou, deixando à sua frente apenas a parede áspera, úmida e fria.
Acendeu outro fósforo, e se viu sentada debaixo de uma linda árvore de Natal. Era maior e mais enfeitada
do que a árvore que tinha visto pela porta de vidro do rico
negociante. Milhares de velas ardiam nos verdes ramos, e cartões
coloridos, iguais aos que se vêem nas papelarias, estavam
voltados para ela. A menininha espichou a mão para os cartões,
mas nisso o fósforo apagou-se. As luzes do Natal subiam mais
altas. Ela as via como se fossem estrelas no céu: uma delas caiu,
formando um longo rastilho de fogo.
"Alguém está morrendo", pensou a menininha, pois sua
vovozinha, a única pessoa que amara e que agora estava morta, lhe
dissera que quando uma estrela caia, uma alma subia para Deus.
Ela riscou outro fósforo na parede; ele se acendeu e, à sua
luz, a avozinha da menina apareceu clara e luminosa, muito linda
e terna.
- Vovó! - exclamou a criança. - Oh! leva-me contigo!
Sei que desaparecerás quando o fósforo se apagar!
Dissipar-te-ás, como as cálidas chamas do fogo, a comida fumegante e a grande e maravilhosa árvore de Natal!
E rapidamente acendeu todo o feixe de fósforos, pois queria reter diante da vista sua querida vovó. E os
fósforos brilhavam com tanto fulgor que iluminavam mais que a luz do dia.
Sua avó nunca lhe parecera grande e tão bela. Tomou a menininha nos braços, e ambas voaram em
luminosidade e alegria acima da terra, subindo cada vez mais alto para onde não havia frio, nem fome, nem
preocupações - subindo para Deus.
Mas na esquina das duas casas, encostada na parede, ficou sentada a
pobre menininha de rosadas faces e boca sorridente, que a morte
enregelara na derradeira noite do ano velho. O sol do novo ano se
levantou sobre um pequeno cadáver.
A criança lá ficou, paralisada, um feixe inteiro de fósforos queimados.
- Queria aquecer-se - diziam os passantes. Porém, ninguém imaginava
como era belo o que estavam vendo, nem a glória para onde ela se fora
com a avó e a felicidade que sentia no dia do Ano Novo.

Ilustrações: Rachel Isadora
Disponível em: http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=23#ixzz2TCKldBfu. Acesso: 7.05.2013.

1

Esta é uma história de gente comum: Por quê?

Possibilidade de resposta: Sim. É perfeitamente possível que este fato aconteça realmente, inclusive envolvendo personagens reais,
como crianças moradoras de rua.

2

Por quem foi escrita?

Resposta: Pelo escritor Hans Christian Andersen.

21
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língua portuguesa

3

Para que foi escrita?

Possibilidade de resposta: Para entreter e emocionar os leitores.

4

Esse conto foi escrito no século XIX, entretanto nos faz refletir sobre questões importantes nos dias atuais? Quais
são elas?
Possibilidade de resposta: Sim, o conto nos faz pensar sobre a vida de milhares de crianças quem vivem o abandono, a miséria,
a fome, a indiferença, a exclusão.

DESAFIO
Professor (a), para que os estudantes possam desenvolver essa atividade, organize a
classe em grupos e peça-lhes que confeccionem cartazes que retratem situações
semelhantes a do conto lido.
Para isso, providencie folhas de papel pardo, ou cartolinas;pincéis atômicos,cola e tesoura,
canetinhas, lápis de cor, revistas e jornais que possam ser recortados.
Após a confecção dos cartazes, faça um debate na sala, envolvendo todos os estudantes,
chamando-lhes a atenção para o assunto do texto. Oriente-os a perceberem o que podem
fazer para ajudar a tornar a vida do próximo melhor.
A sua tarefa agora é confeccionar cartazes que retratem situações semelhantes às vividas pela
personagem do conto e, em seguida, discuti-las em classe.

22
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língua portuguesa
aula 03

O que devo aprender nesta aula
u Ler em voz alta com fluência e autonomia.
u Ler contos literários observando forma, conteúdo, estilo e função social.
u Produzir contos literários, observando os elementos constitutivos dos gêneros em estudo (forma, estilo e conteúdo) em função das
condições de produção.

Conceitos
Personagens são seres que vivem as ações. Podem ser caracterizadas fisicamente
(aparência, cor, idade, etc), através do que fazem (ações) ou do que o narrador diz
sobre elas. Personagem principal, ou protagonista, é aquele em torno do qual se
desenvolve o enredo.
Enredo é a organização dos fatos e ações vividas pelos personagens, numa
determinada ordem. Essa ordem pode ser linear, quer dizer, o que acontece antes vem
contado antes, o que vem depois vem contado depois.

Práticas de leitura e oralidade

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda às questões propostas:
A vontade do falecido
Stanislaw Ponte Preta
Seu Irineu Boaventura não era tão bem-aventurado assim, pois sua saúde não era lá
para que se diga. Pelo contrário, seu Irineu ultimamente já tava até curvando a espinha,
tendo merecido, por parte de vizinhos mais irreverentes, o significativo apelido de “Péna-Cova”. Se digo significativo é porque seu Irineu Boaventura realmente já dava a
impressão de que, muito brevemente, iria comer capim pela raiz, isto é, iam plantar ele
e botar um jardinzinho por cima.
Se havia expectativa em torno do passamento do seu Irineu? Havia sim. O velho tinha
os seus guardados. Não eram bens imóveis, pois seu Irineu conhecia de sobra
Altamirando, seu sobrinho, e sabia que, se comprasse terreno, o nefando parente se
instalaria nele sem a menor cerimônia. De mais a mais, o velho era antigão: não comprava
o que não precisava e nem dava dinheiro por papel pintado. Dessa forma, não possuía bens imóveis nem ações
[…]. A erva dele era viva. Tudo guardado em pacotinhos, num cofrão verde que ele tinha no escritório.
Nessa erva é que a parentada botava olho grande […] principalmente depois que o velho começou a ficar
com aquela cor de uma bonita tonalidade cadavérica. O sobrinho, embora mais mau-caráter do que o resto da
família, foi o que teve a atitude mais leal, porque, numa tarde em que seu Irineu tossia muito, perguntou assim
de supetão:
- Titio, se o senhor puser o bloco na rua, pra quem é que fica o seu dinheiro, hein?
O velho, engasgado de ódio, chegou a perder a tonalidade cadavérica e ficar levemente ruborizado,
respondendo com voz rouca:
- Na hora em que eu morrer, você vai ver, seu cretino.

23
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língua portuguesa
Alguns dias depois, deu-se o evento. Seu Irineu pisou no prego e esvaziou. Apanhou um resfriado, do
resfriado passou à pneumonia, da pneumonia passou ao estado de coma e do estado de coma não passou mais.
Levou pau e foi reprovado.[…]
- Bota titio na mesa da sala de visitas – aconselhou Altamirando; e começou o velório. Tudo que era parente com razoáveis
esperanças de herança foi velar o morto. Mesmo parentes desesperançados compareceram ao ato fúnebre, porque estas coisas
vocês sabem bem como são: velho rico, solteirão, rende sempre um dinheirão. Horas antes do enterro, abriram o cofrão verde
onde havia sessenta milhões em cruzeiros, vinte em pacotinhos de “Tiradentes” e quarenta em pacotinhos de “Santos Dumont”:
- O velho tinha menos dinheiro do que eu pensava – disse alto o sobrinho.
E logo adiante acrescentava baixinho:
- Vai ver, gastava com mulher.
Se gastava ou não, nunca se soube. T
omou-se – isto sim – conhecimento de uma carta que estava cuidadosamente
colocada dentro do cofre, sobre o dinheiro. E na carta o velho dizia: “Quero ser enterrado junto com a quantia existente
nesse cofre, que é tudo o que eu possuo e que foi ganho com o suor do meu
rosto, sem a ajuda de parente vagabundo nenhum.” E, por baixo, a assinatura
com firma reconhecida para não haver dúvida: Irineu de Carvalho Pinto
Boaventura.
Pra quê! Nunca se chorou tanto num velório sem se ligar para o morto. A
parentada chorava às pampas, mas não apareceu ninguém com peito para
desrespeitar a vontade do falecido. Estava todo o mundo vigiando todo o mundo,
e lá foram aquelas notas novinhas arrumadas ao lado do corpo, dentro do caixão.
Foi quase na hora do corpo sair. Desde o momento em que se tomou
conhecimento do que a carta dizia, que Altamirando imaginava um jeito de passar
o morto pra trás. Era muita sopa deixar aquele dinheiro ali pro velho gastar com
minhoca. Pensou, pensou e, na hora que iam fechar o caixão, ele deu um grito de
“pera aí”. Tirou os sessenta milhões de dentro do caixão, fez um cheque da mesma
importância, jogou lá dentro e disse “fecha”.
- Se ele precisar, mais tarde desconta o cheque no Banco.
(Stanislaw Ponte Preta. Dois amigos e um chato. São Paulo, Moderna, 1986)

Stanislaw Ponte Preta (1923 - 1968)
Stanislaw Ponte Preta é pseudônimo de Sérgio Marcus Rangel Porto. Nasceu
no Rio de Janeiro e desempenhou as profissões de, escritor, cronista, radialista e
compositor brasileiro. Humorista dos mais importantes do Brasil, publicou livros
de paródia e humor, entre eles, "A velhinha contrabandista" (1967). Stanislaw
Ponte Preta nasceu no Rio de Janeiro. Stanislaw tinha carga horária de trabalho
bastante elevada, cerca de 15 horas por dia escrevendo para o rádio e a televisão,
além de revistas e jornais diversos. Morreu aos 45 anos, vítima de infarto.

1

Quem é o personagem principal do conto?

Resposta: Seu Irineu Boaventura.

2

O conto possui outro(s) personagens? Qual(is)?

Resposta: Seu sobrinho Altamirando.

24
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língua portuguesa

3

Como era seu Irineu Boaventura?

Possibilidade de resposta: Seu Irineu Boaventura era um senhor idoso, muito doente e um tanto sovina.

4

Como era o relacionamento de Altamirando com o tio, seu Irineu Boaventura?

Possibilidade de resposta: Altamirando não tinha nenhum sentimento por seu tio, apenas queria herdar o dinheiro que o
velho possuía.

5

Que tipo de linguagem é utilizada no texto?

Possibilidade de resposta: O contista usa uma linguagem descontraída, na qual predominam palavras e expressões populares.
Professor (a), após a leitura do texto, converse com os estudantes sobre os personagens e as características de cada
um. Ressalte as características físicas (doente, prestes a morrer) e também psicológicas (sovina, ou seja, pão-duro)
do Seu Lineu Boaventura. Já o sobrinho Altamirando é descrito como uma pessoa interesseira e espertalhona.
Fale-lhes também a respeito da linguagem utilizada pelo autor: totalmente informal, a mesma usada na conversa
do dia-a-dia entre amigos e familiares.
Explore também o vocabulário, conversando com os alunos sobre as palavras desconhecidas.

PRÁTICAS DE ESCRITA E ANÁLISE LINGUÍSTICA - DESAFIO
Agora você vai reescrever a sua produção inicial. Observe se está claro para o leitor quem é o
personagem principal na história criada por você. Procure aprimorar suas características físicas, suas
ações, pensamentos, atitudes e relacionamentos. Atente-se para o assunto que você criou em seu conto.

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língua portuguesa
aula 04
Prática de oralidade

Professor(a), neste caderno, estamos propondo
uma retomada dos conteúdos/gêneros
estudados ao longo do ano.

O que devo aprender nesta aula
uLer variados gêneros textuais, utilizando diferentes estratégias de
leitura como mecanismos de interpretação de textos:
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência.

Para isso, sugerimos, aqui, alguns itens que
exploram os gêneros trabalhados até o momento.
Assim, as aulas 04 e 05, 09 e 10; 14 e 15; 19 e
20; 25 e 26; 29 e 30 devem ser dedicadas à
resolução dos itens propostos e para uma
reflexão acerca dos gabaritos e dos distratores
de cada um deles.

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
uDistinguir um fato da opinião relativa a esse fato.
uEstabelecer a relação causa/conseqüência entre partes e elementos
do texto.
uIdentificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.

Assim, reserve um tempo para que os
estudantes os resolvam e, em seguida, faça um
comentário aprofundado de cada item deste,
justificando seu gabarito e seus distratores.

Práticas de leitura e análise linguítica
Leia o texto abaixo e responda aos itens 1 e 2:
O Camundongo da Cidade e o do Campo
Esopo
Um camundongo que morava na cidade foi, uma vez, visitar um primo que vivia no campo. Este era um pouco
arrogante e espevitado, mas queria muito bem ao primo, de maneira que o recebeu com muita satisfação. Ofereceulhe o que tinha de melhor: feijão, toucinho, pão e queijo.O camundongo da cidade torceu o nariz e disse:
- Não posso entender, primo, como você consegue viver com estes pobres alimentos. Naturalmente, aqui
no campo, é difícil obter coisa melhor. Venha comigo e eu lhe mostrarei como se vive na cidade.
Depois que passar lá uma semana, você ficará admirado de ter suportado a vida no campo.Os dois pusseramse, então, a caminho. Tarde da noite, chegaram à casa do camundongo da cidade.
- Certamente você gostará de tomar um refresco, após esta caminhada, disse ele polidamente ao primo.
Conduziu-o à sala de jantar, onde encontraram os restos de uma grande festa. Puseram-se a comer geleias
e bolos deliciosos. De repente, ouviram rosnados e latidos.
- O que é isto? Perguntou, assustado, o camundongo do campo.
- São, simplesmente, os cães da casa, respondeu o da cidade.
- Simplesmente? Não gosto desta música, durante o meu jantar. Neste momento, a porta se abriu e
apareceram dois enormes cães. Os camundongos tiveram que fugir a toda pressa.
- Adeus, primo, disse o camundongo do campo. Vou voltar para minha casa no campo.
- Já vai tão cedo? perguntou o da cidade.- Sim, já vou e não pretendo voltar, concluiu o primeiro.
Moral: Mais vale o pouco certo, que o muito duvidoso

Disponível em: http://www.criancagenial.blogspot.com.br/2008/03/fbulas-de-esopo.html. Acesso em: 09.03.2013.

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língua portuguesa

1

O ratinho do campo foi embora porque
(A) a comida da cidade era ruim.
(B) o primo lhe ofereceu pouca comida.
(C) ouviu uma música que não gostou.
(D) ficou com medo da vida na cidade.

Resposta: Alternativa D
D8 – Estabelecer a relação causa/conseqüência entre parte e elementos do texto.

2

O que significa a palavra “espevitado”?
(A) Mal- educado.
(B) Levado.
(C) Atencioso.
(D) Educado.

Resposta: Alternativa B
D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

3

O problema do rato do mato terminou quando ele
(A) descobriu a despensa da casa.
(B) se empanturrou de comida.
(C) se escondeu dos ratos.
(D) decidiu voltar para o mato.

Resposta: Alternativa D
D7 – Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.

4

No trecho “... De repente ouviram rosnados e latidos...”, a expressão sublinhada dá ideia de
(A) causa.
(B) explicação.
(C) lugar.
(D) tempo.

Resposta: Alternativa D
D12 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.

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língua portuguesa
Leia o texto abaixo e, em seguida, responda ao item 5.
Depois que uma cidade havia sofrido vários terremotos, um casal mandou o filho para a casa de alguns parentes em
outra cidade. Passados dois dias, o casal recebeu o seguinte telegrama dos parentes:
“Enviamos criança. Enviem-nos terremoto.”
Disponível em: nomundodojp.blogspot.com/2010_09_01_archive.htm.

5

Os parentes enviaram a criança de volta porque ela
(A) morava em outra cidade.
(B) era muito levada.
(C) estava com saudades dos pais.
(D) não queria ficar com os parentes.

Resposta: Alternativa B
D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
aula 05

O que devo aprender nesta aula
u Ler variados gêneros textuais, utilizando diferentes estratégias de leitura como
mecanismos de interpretação de textos:
• Formular hipóteses (antecipação e inferência).
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Identificar o tema de um texto.
u Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos,
foto etc.)
u Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que
tratam do mesmo tema, em função das condições em que eles foram produzidos e
daquelas que serão recebidos.
u Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.
u Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou
substituições que contribuem para a continuidade de um texto.

28
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língua portuguesa
Prática de leitura e análise linguística

Leia o texto abaixo e responda ao item 1
Morre Lolong, um dos maiores crocodilos do mundo
DE SÃO PAULO
Morreu no domingo (10/2) um dos maiores crocodilos mantidos em cativeiro do mundo. Lolong, como era
chamado, vivia em um parque na cidade de Agusan del Sur, nas Filipinas, e havia se tornado uma atração turística
do parque ecológico de Bunawan.
Capturado em setembro de 2011, o crocodilo de mais de seis metros de comprimento era suspeito de ter
matado pelo menos uma pessoa nas regiões pantanosas onde foi encontrado. A missão para prendê-lo durou
três semanas.
Ainda não se sabe qual foi a causa da sua morte, mas Lolong foi encontrado com a barriga inchada e não
estava comendo normalmente.
De acordo com o jornal local "Philippine Daily Inquirer", a cidade agora pretende fazer um funeral e depois
preservar o corpo do crocodilo e exibi-lo em um museu. "A cidade toda, a província toda está de luto", disse o
prefeito de Agusan del Sur, Edwin Cox Elorde ao jornal. Ele disse ainda que os moradores da cidade trataram
Lolong não como um monstro, mas como "um filho adotivo".
Especialistas dizem que Lolong tinha cerca de 60 anos e poderia ter vivido mais 20. Ele pesava mais de uma
tonelada e era da espécie Crocodylus porosus.

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/1230096-morre-lolong-um-dos-maiores-crocodilos-do-mundo.shtml

1

O assunto desse texto é
(A) a atração do parque ecológico de Bunawan.
(B) a morte de um dos maiores crocodilos do mundo.
(C) a longa missão para prender o maior crocodilo do mundo.
(D) a captura de um crocodilo de mais de seis metros de comprimento.

Resposta: Alternativa B
D6-Identificar o tema de um texto.

Leia o texto abaixo e, a seguir, responda ao item 2

Disponível em: http://www.google.com.br/search?q=tirinha%20calvin&bav.

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língua portuguesa

2

A expressão e a fala do menino no TERCEIRO QUADRINHO sugerem
(A) Susto
(B) Felicidade
(C) Tristeza
(D) Raiva

Resposta: Alternativa A
D5- Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto etc.)

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda ao item 3.
Os Viajantes e o Urso
Esopo
Um dia dois viajantes deram de cara com um urso. O primeiro se salvou escalando uma árvore, mas o outro,
sabendo que não ia conseguir vencer sozinho o urso, se jogou no chão e fingiu-se de morto. O urso se aproximou
dele e começou a cheirar sua orelha, mas, convencido de que estava morto, foi embora. O amigo começou a
descer da árvore e perguntou:
-O que o urso estava cochichando em seu ouvido?
-Ora, ele só me disse para pensar duas vezes antes de sair por aí viajando com gente que abandona os amigos
na hora do perigo.

Moral da história: A desgraça põe à prova a sinceridade e a amizade.
Disponível em: http://pensador.uol.com.br/fabulas_de_esopo/

3

O que deu origem aos fatos narrados nesse texto?
(A) O primeiro viajante ter escalado a árvore.
(B) Os viajantes darem de cara com o urso.
(C) Um viajante fingir-se de morto.
(D) O urso ter cheirado a orelha do viajante.

Resposta: Alternativa B
D7 – Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.

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língua portuguesa
Leia os textos abaixo e, a seguir, responda ao item 4.
TEXTO 1
Planeta Azul
Chitãozinho & Xororó
A vida e a natureza sempre à mercê da poluição
Se invertem as estações do ano
Faz calor no inverno e frio no verão
Os peixes morrendo nos rios
Estão se extinguindo espécies animais
E tudo que se planta, morre
O tempo retribui o mal que a gente faz
Onde a chuva caía quase todo dia
Já não chove nada
O sol abrasador rachando o leito dos rios secos
Sem um pingo d'água.
Quanto ao futuro inseguro
Será assim de Norte a Sul
A Terra nua semelhante à Lua
O que será desse planeta azul?
O que será desse planeta azul?
O rio que desce às encostas já quase sem vida
Parece que chora um triste lamento das águas
Ao ver devastadas, a fauna e a flora
É tempo de pensar no verde
Regar a semente que ainda não nasceu
Deixar em paz a Amazônia, preservar a vida
Estar de bem com Deus.
Disponível em: http://letras.mus.br/chitaozinho-e-xororo/45235/.

31
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língua portuguesa
TEXTO 2

Disponível em: http://4.bp.blogspot.com/_c86iSNaPpt4/S- /natureza-morta.jpg

4

Esses dois textos tratam
(A) da poluição dos rios.
(B) do planeta azul
(C) da destruição da natureza.
(D) do corte de árvores.

Resposta: Alternativa C
D15-Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em
função das condições em que eles foram produzidos e daquelas que serão recebidos.
Leia o texto abaixo e, a seguir, responda ao item 5.
Minha Cama
Sérgio Capparelli
Um hipopótamo na banheira
molha sempre a casa inteira.
A água cai e se espalha
molha o chão e a toalha.
E o hipopótamo: nem ligo
estou lavando o umbigo.
E lava e nunca sossega,
esfrega, esfrega, esfrega
a orelha, o peito, o nariz
as costas das mãos, e diz:
Agora vou dormir na lama
pois é lá a minha cama!
Disponível em: http://baudashistoriasepoemas.blogspot.com.br/2010/07/poemas-de-roseana-murray.html

32
entos
suem
rando
itura,

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língua portuguesa

5

Em “Agora vou dormir na lama, pois é lá a minha cama!”, o termo destacado se refere
(A) à banheira.
(B) à casa inteira.
(C) à lama.
(D) ao chão.

Resposta: Alternativa C
D2 – Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a
continuidade de um texto.

Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero
Objetivo geral
•Ampliar os conhecimentos dos estudantes a respeito do gênero Contos Literários, explorando as práticas de oralidade,
leitura, escrita e análise linguítica.

aula 06
O que devo aprender nesta aula
uLer em voz alta com fluência e autonomia.
uLer contos literários observando forma, conteúdo, estilo e função social.
uProduzir contos literários, observando os elementos constitutivos dos gêneros em estudo (forma, estilo e conteúdo) em função das
condições de produção.
uIdentificar os elementos textuais que caracterizam o conto literário.

Prática de oralidade

Professor (a), apresente à classe o conto “Galinha ao molho pardo”, de Fernando Sabino, utilizando a antecipação
como estratégia de leitura para despertar a curiosidade e as expectativas dos estudantes.
Pergunte a eles se já comeram galinha ao molho pardo, o que esse título lhes sugere, o que acha que vai acontecer
na história etc.
Aproveite o momento para lhes dizer quem é Fernando Sabino.

33
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língua portuguesa
Fernando Sabino nasceu em Belo Horizonte, no dia 12 de outubro de 1923. Desde
que entrou na escola, tornou-se um leitor compulsivo: mais de uma vez, chegou em
casa com um galo na testa, por bater com a cabeça num poste, caminhando com um
livro aberto nas mãos.
Aos 13 anos, escreveu seu primeiro trabalho literário, uma história policial publicada
na revista Argus, da policia mineira. Em 1938, começa a escrever crônicas, artigos e
contos. Seu primeiro livro, “Os Grilos não cantam mais”, saiu em 1941.
Nos seus escritos, Fernando Sabino explorava o dia a dia com senso de humor,
colhendo de fatos cotidianos, lições de vida, graça e beleza. Fernando Sabino morreu
no Rio de Janeiro, em 11 de outubro de 2004, um dia antes de fazer 81 anos.
Fonte: http://pt.shvoong.com/books/biography/2201563-vida-fernando-sabino/#ixzz2U3F81DU5

Prática de leitura

Professor (a), inicie esta atividade, solicitando a leitura do conto abaixo. Em seguida, peça aos estudantes para
socializarem os conhecimentos construídos até o momento. Para isso, divida a sala em pequenos grupos e
proponha-lhes que conversem sobre os personagens e o enredo do conto lido.
Após o trabalho, sistematize, com a classe, os elementos do texto narrativo e também o conceito de conto.
Leia o texto abaixo e, em seguida, siga as orientações do(a) seu(sua) professor(a):
Galinha ao molho pardo
Fernando Sabino

Ao chegar da escola, dei com a novidade: uma galinha no quintal.
O quintal de nossa casa era grande, mas não tinha galinheiro, como quase toda casa de Belo Horizonte
naquele tempo. Tinha era uma porção de árvores: um pé de manga sapatinho, outro de manga coração-de-boi,
um pé de gabiroba, um de goiaba branca, outro de goiaba vermelha, um pé de abacate e até um pé de fruta-deconde. No fundo, junto do muro, um bambuzal. De um lado, o barracão com o quarto da Alzira cozinheira e
um quartinho de despejo. Do outro lado, uma caixa de madeira grande como um canteiro, cheia de areia que
papai botou lá para nós brincarmos.
Eu brincava de fazer túnel, de guerra com soldadinhos de chumbo, trincheira e tudo. Deixei de brincar ali
quando começaram a aparecer na areia uns montinhos fedorentos de cocô de gato. Os gatos quase nunca
apareciam, a não ser de noite, quando a gente estava dormindo. De dia se escondiam pelos telhados. Tinham

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língua portuguesa
medo de Hindemburgo, que era mesmo de meter medo, um pastor alemão deste tamanhão. Não sabiam que
Hindemburgo é que tinha medo deles. Cachorro com medo de gato: coisa que nunca se viu. Quando via um
gato, Hindemburgo metia o rabo entre as pernas e fugia correndo.
Pois foi no quintal que eu vi a galinha, toda folgada, ciscando na caixa de areia. Havia sido comprada por
minha mãe para o almoço de domingo: Dr. Junqueira ia almoçar em casa e ela resolveu fazer galinha ao molho
pardo.
Eu já tinha visto a Alzira matar galinha, uma coisa horrível. Agarrava a coitada pelo pescoço, agachava,
apertava o corpo dela entre os joelhos, torcia com a mão esquerda a cabecinha assim para um lado, e com a
direita, zapt! passava o facão afiado, abrindo um talho no gogó. O sangue esguichava longe. Ela aparava logo o
esguicho com uma bacia, deixando que escorresse ali dentro até acabar. E a bichinha ainda viva, estrebuchando
nas mãos da malvada.
Como se fosse a coisa mais natural deste mundo, a Alzira me contou o que ia acontecer com a nova galinha.
Revoltado, resolvi salvá-la. Eu sabia que o Dr. Junqueira era importante, meu pai dependia dele para uns
negócios. Pois no que dependesse de mim, no domingo ele ia poder comer de tudo, menos galinha ao molho
pardo.
Era uma galinha branca e gorda, que não me deu muito trabalho para pegar. Foi só correr atrás dela um
pouco, ficou logo cansada. Agachou-se no canto do muro, me olhou de lado como as galinhas olham e se deixou
apanhar.
Não sei se percebeu que eu não ia lhe fazer mal. Pelo contrário, eu pretendia salvar a sua vida.
O certo é que em poucos minutos ficou minha amiga, não fugiu mais de mim.
— O seu nome é Fernanda — falei então. E joguei um pouquinho de água na cabecinha dela:
— Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, amém.
Assim que escureceu, ela se empoleirou muito fagueira num galho da goiabeira, enfiou a cabeça debaixo da
asa e dormiu. Então eu entendi por que dizem que quem vai para a cama cedo dorme com as galinhas.
No dia seguinte era sábado, não tinha aula. Passei o tempo inteiro brincando com ela. Levei horas lhe
ensinando a responder sim e não com a cabeça:
— Você sabe o que eles estão querendo fazer com você, Fernanda?
Ela mexia a cabecinha para os lados, dizendo que não.
— Pois nem queira saber. Cuidado com a Alzira, aquela magrela de pernas compridas. É a nossa cozinheira.
Ruim que só ela. Não deixa a Alzira nem chegar perto de você.
Ela mexia com a cabecinha para cima e para baixo, dizendo que sim.
— Estão querendo matar você para comer. Com molho pardo.
Os olhinhos dela piscaram de susto. O corpo estremeceu e ali mesmo, na hora, ela botou um ovo. De puro
medo.
— Mas eu não vou deixar — procurei tranqüilizá-la, apanhando o ovo com cuidado, para enterrar na areia
depois e ver se nascia pinto.
E acrescentei:
— Hoje não precisa de ter medo, que o perigo todo vai ser amanhã.
Eu sabia que para fazer galinha ao molho pardo tinham de matar quase na hora, por causa do sangue, que
era aproveitado para preparar o molho.
— Vou esconder você num lugar que ninguém é capaz de descobrir.
Junto do tanque de lavar roupa costumava ficar uma bacia grande de enxaguar. A Maria lavadeira só ia voltar
na segunda-feira. Antes disso ninguém ia mexer naquela bacia. Assim que escureceu, escondi a Fernanda debaixo
dela. Fiquei com pena de deixar a coitada ali sozinha:
— Você se importa de ficar ai debaixo até passar o perigo?
Ela fez com a cabeça que não.
— Então fica bem quietinha e não canta nem cacareja nem nada.
Principalmente se ouvir alguém andando aqui fora.
Ela fez com a cabeça que sim.
— Amanhã, assim que puder eu volto. Dorme bem, Fernanda.

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língua portuguesa
Naquela noite, para que ninguém desconfiasse, jantei mais cedo e fui dormir com as galinhas.
Na manhã de domingo me levantei bem cedo e fui dar uma espiada na Fernanda. Encontrei a pobrezinha
mais morta do que viva debaixo da bacia.
Mais um pouco e nem ia ser preciso a Alzira usar o facão. Não sei se por falta de ar, por causa da fome, da
sede ou de tudo isto junto: ela estava deitada de bico aberto e os olhos meio fechados de quem já desistiu de
viver.
Água era fácil, eu trouxe um pouco numa tigelinha, despejei pelo bico adentro e ela se reanimou.
Mas como arranjar comida sem chamar a atenção de ninguém? Ainda não tinham notado a falta da galinha,
nem mesmo pensado em trazer alguma coisa para ela comer. Que diferença fazia? Se ia ser comida naquele dia
mesmo?
O jeito foi furtar um pouco do milho do Godofredo, que no seu poleiro, correntinha presa no pé,
acompanhava tudo com ar intrigado. A galinha come milho e o papagaio leva a fama! — ele parecia dizer. No
que tirei o milho, disparou a berrar:
— Socorro! Socorro! Pega ladrão!
O diabo do papagaio não gostava de mim, eu sabia. Era do Toninho, meu irmão, a quem dava o pé, todo
lampeiro, e ainda abaixava a cabecinha para um cafuné. Ai de mim, se quisesse fazer o mesmo: me pespegava
uma bicada na mão.
— Cala a boca, Godofredo.
— Cala a boca já morreu! Quem manda aqui sou eu!
Joguei na cara dele o resto da água da tigelinha:
— Toma, seu desgraçado, para você aprender.
— Socorro! Socorro! Pega ladrão! — berrava ele, batendo as asas.
Tamanho foi o escarcéu que o Godofredo aprontou, que acabou caindo do poleiro e fitou dependurado pelo
pé. Foi o tempo de esconder a Fernanda debaixo da bacia e me escafeder correndo pelo porão adentro. A Alzira
já batia os chinelos escada abaixo com suas pernas compridas, faca na mão, à procura da galinha. Ao ouvir aquele
berreiro, veio ver o que estava acontecendo:
— Que é que esse bicho tem? Não fala nada que preste e de repente destampa essa gritaria toda!
O papagaio tentava com muito esforço voltar ao poleiro, subindo com a ajuda do bico pela própria
correntinha e se balançando de um lado para outro. Olhava com raiva para a cozinheira, como a dizer: essa
miserável nem para me dar uma mãozinha. Ela também não achava lá muita graça no Godofredo. Dizia que ele
não servia para nada, só sabia sujar de titica o chão todo debaixo do poleiro, e ela é que tinha de limpar.
— Que é que você quer, coisa ruim? Quem é que é ladrão?
O bicho tinha conseguido com muita dificuldade empoleirar-se de novo, depois de despencar algumas vezes.
Ofegante, entortou a cabecinha e encarou a cozinheira:
— Sua galinha! Sua galinha!
O Godofredo já havia xingado a Alzira de nomes feios, de modo que ela achou desaforo ser chamada de
galinha. E respondeu no mesmo tom, brandindo o facão para o papagaio:
— Galinha é você! Galinha verde!
Lá do fundo escuro do porão, onde tinha ido me esconder, vi a Alzira olhar ao redor:
— Por falar nisso, onde é que se meteu a galinha?
Apavorado, ouvi o Godofredo gritar, com sua voz de currupaco-papaco:
— Na bacia! Na bacia!
Além do mais, era delator, o miserável. Dedo-duro, traidor, entregava ao carrasco o seu próprio semelhante
(ou quase). Antes que fosse tarde, saí do meu esconderijo lá no porão, como quem não quer nada, vim me sentar
na própria bacia.
— Uai, que é que você estava fazendo ali escondido, Fernando?
— Nada não...
A cozinheira me olhava com ar de suspeita:
— Boa coisa é que não há de ser. Alguma esse menino anda arrumando, com esse ar de cachorro que quebrou
a panela.

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língua portuguesa
— Na bacia! Na bacia! — o Godofredo berrava.
— Cala essa boca, seu filhote de urubu! — gritei.
— Na bacia! Na bacia! — ele continuava.
— Que é que esse tagarela está falando? — perguntou a Alzira.
— Está te chamando de nabacinha.
— Nabacinha? Que quer dizer isso?
— Quer dizer vagabunda — respondi, a cara mais séria deste mundo.
A Alzira arregalou os olhos, ergueu no ar o facão:
— Vagabunda? Está me chamando de vagabunda? Nabacinho é você, seu bicho ordinário! Não sei onde
estou que não te corto o pescoço, asso no espeto e como, ouviu? E ainda chupo os ossinhos um por um!
Ela correu de novo os olhos em torno:
— Por falar em comer: quede a galinha? Já está na hora de fazer o almoço. Onde é que ela se meteu?
— Não sei...
— Você não estava brincando com ela ontem, menino?
— Isso foi ontem. Hoje eu não a vi ainda
— Será que fugiu? Ou alguém roubou?
E ela olhou para o papagaio, cismada agora com o silêncio dele:
— Vai ver que é por isso que esse nabacinho de uma figa estava gritando pega ladrão. Algum ladrão de
galinha.
Agarrei a ideia no ar, era a salvação:
— Isso mesmo! Quando eu estava ali no quintal vi um homem passar correndo... Levava uma coisa escondida
embaixo do paletó. Só podia ser a galinha. A Alzira não parecia acreditar muito na história. Pelo contrário, ficou
mais desconfiada. E naquele exato momento a Fernanda resolve se mexer debaixo da bacia, fazendo um
barulhinho na lata com o bico e com os pés. Continuei sentado e, para disfarçar, comecei a bater com os dedos
na bacia como se tocasse tambor. A galinha deve ter entendido, pois logo ficou quieta.
Mas a Alzira continuava com ar de desconfiança:
— Esse menino está com um jeito muito velhaco. Sei não... Alguma ele andou fazendo.
E saiu pelo quintal, à procura da galinha, olhando aqui e ali: nos galhos das árvores, atrás do barracão, no
meio dos bambus. Depois foi contar para mamãe que a galinha havia sumido.
Fui atrás, para o que desse e viesse. Escutei tudo. Mamãe torcia as mãos:
— E agora, como vai ser? Como é que ela foi sumir assim, sem mais nem menos?
— Sei lá — respondeu a Alzira: — Não acredito que tenham roubado, como diz o Fernando. Vai ver que
saiu voando e pulou o muro. Bem que eu pensei em cortar as asas dela e me esqueci.
Agora é tarde.
E a cozinheira me apontou:
— Para mim, a gente anda precisando de cortar as asas é desse menino.
— Está quase na hora do almoço — disse minha mãe: — O Dr. Junqueira está para chegar de uma hora para
outra, e como é que a gente vai fazer sem a galinha? O Domingos vai ficar aborrecido.
Dali a pouco era o meu pai quem chegava da rua, trazendo o jornal de domingo debaixo do braço. Quando
mamãe lhe deu a triste notícia, para surpresa minha e dela, ele não se aborreceu:
— Faz outra coisa. Macarrão, por exemplo. O Dr. Junqueira é bem capaz de gostar de macarrão.
E foi ler o jornal na varanda.
Filho de italiano, quem gostava de macarrão era ele. E da macarronada que a Alzira fazia todo mundo gostava.
Pois o Dr. Junqueira não só gostou, como repetiu duas vezes, para grande satisfação de mamãe. Papai abriu
uma garrafa de vinho daquelas de cestinha de palha, e os dois a esvaziaram, depois de dar um pouquinho para
mim e meus irmãos, com água e açúcar.
Guardanapo enfiado no colarinho, o Dr. Junqueira limpou os bigodes, satisfeito:
— Ainda bem que era essa macarronada tão boa. Eu estava com medo que fosse galinha. Se tem uma coisa
que eu detesto é galinha. Principalmente ao molho pardo.
Nem por isso senti que minha amiga Fernanda não estava mais condenada à morte. Mesmo porque, meu

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pai gostava também de galinha, com ou sem o Dr. Junqueira. Por outro lado, ela não podia ficar escondida o
resto da vida (eu não tinha a menor ideia de quanto tempo vivia uma galinha). E na manhã seguinte a Maria
viria lavar roupa, ia descobrir a Fernanda encolhida debaixo da bacia.
Depois que o almoço terminou e o Dr. Junqueira se despediu, fui lá perto do tanque fazer uma visitinha a
ela, resolvido a ganhar tempo:
— Você hoje ainda vai dormir aí, mas amanhã eu te solto, está bem?
Ela fez que sim com a cabeça. Deixei água na tigelinha e mais um pouco de milho furtado de novo do
Godofredo. Antes que o diabo do papagaio pusesse a boca no mundo eu avisei:
— Se você falar alguma coisa, mando a Alzira fazer papagaio ao molho pardo para o jantar.
Ele fez cara de quem comeu e não gostou, mas ficou calado, vai ver que pensando um jeito de se vingar.
De manhãzinha, antes que a Maria lavadeira chegasse, fui até lá, levantei a bacia e peguei a Fernanda,
procurei mamãe com ela debaixo do braço:
— Olha só quem está aqui. Mamãe se espantou:
— Uai, ela não tinha sumido? Onde é que você encontrou essa galinha, Fernando?
De repente seus olhos se apertaram num jeito muito dela, quando entendia as coisas: havia entendido tudo.
Antes que me passasse um pito, eu avisei:
— Se tiverem de matar a minha amiga, me matem primeiro.
Mamãe achou graça quando soube que ela se chamava Fernanda e resolveu não se importar com o que eu
tinha feito, pelo contrário: deixou que a galinha passasse a ser um de meus brinquedos. Só proibiu que eu a
levasse para dentro de casa. Fernanda me seguia os passos por toda parte, como um cachorrinho. E ela continuou
minha amiga, até morrer de velha, não sei quanto tempo mais tarde.
Só sei que alguns dias depois do almoço do Dr. Junqueira, mamãe comprou um frango.
— Esse vai se chamar Alberto — eu disse logo.
— Pois sim — disse minha mãe, e mandou que a Alzira tomasse conta do frango.
No dia seguinte mesmo, no almoço, comemos o Alberto. Ao molho pardo.
Disponível em: http://www.limacoelho.jor.br/vitrine/ler.php?id=9216.

Prática de análise linguística

Professor (a), o objetivo dessa atividade é analisar o tempo verbal empregado no conto. Para isso, discuta antes
com os estudantes o conceito de verbo e de tempo verbal.
Em seguida, peça-lhes que respondam a atividade abaixo, explicando-lhes que o conto foi escrito obedecendo
à ordem linear dos fatos. É importante que o estudante perceba a função do verbo neste contexto.

Releia o conto “Galinha ao molho pardo” e observe o tempo verbal e em que o texto foi escrito.
Identifique, dentre os fatos abaixo, os que são contados no momento em que acontecem e os que já aconteceram. Em
seguida, escreva nos espaços indicados passado ou presente, de acordo com o tempo em que o fato acontece.

1

Eu brincava de fazer túnel, de guerra com soldadinhos de chumbo, trincheira e tudo.

Passado.

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língua portuguesa

2

Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, amém.

Presente.

3

Assim que escureceu, ela se empoleirou muito fagueira num galho.

Passado.

4

Procurei tranqüilizá-la, apanhando o ovo com cuidado.

Passado.

5

Nabacinho é você, seu bicho ordinário.

Presente.

6

Só sei que alguns dias depois do almoço do Dr. Junqueira, mamãe comprou um frango.

Passado.

DESAFIO
Retome novamente seu conto e observe o tempo verbal utilizado:
A história narrada já aconteceu? Os verbos estão no passado? Há algum verbo no presente?
Caso o tempo verbal não tenha sido corretamente empregado, este é o momento de aprimorá-lo. Vamos lá?

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língua portuguesa
aula 07

O que devo aprender nesta aula
uLer em voz alta com fluência e autonomia.
uLer, contos literários, observando forma, conteúdo, estilo e função social.
uProduzir contos literários, observando os elementos constitutivos dos gêneros em estudo
(forma, estilo e conteúdo) em função das condições de produção.
uIdentificar os elementos textuais que caracterizam o conto literário.

Prática de oralidade

Professor (a), divida a turma em duplas, peça que extravasem os sentimentos provocadas pelo conto e relatem
experiências semelhantes vividas por eles ou por pessoas conhecidas.
Percorra os grupos para observar as impressões e os comentários dos estudantes e ajudá-los nas reflexões sobre
os recursos utilizados pelo escritor para tornar a história tão interessante, a ponto de envolver o leitor.
O que você sentiu durante a leitura do conto da aula passada? Converse com os colegas sobre isso. É bom
compartilhar o que sentimos.

Práticas de leitura e análise linguística
Conceito
Conto é uma obra de ficção que cria um universo de seres e acontecimentos, de fantasia ou
imaginação. Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um narrador, personagens, espaço,
tempo, ponto de vista e enredo:
Espaço - É o local onde acontecem os fatos, onde as personagens se movimentam. Existe o espaço
“físico”, que é aquele que caracteriza o enredo, e o “psicológico”, que retrata a vivência subjetiva dos
personagens.
Tempo - Caracteriza o desencadear dos fatos. É constituído pelo cronológico, que, como o próprio
nome diz, é ligado a horas, meses, anos, ou seja, marcado pelos ponteiros do relógio e pelo calendário.
Quando não há esses marcadores, dizemos que o tempo é indeterminado.
Desfecho - É a solução do conflito produzido pelas ações dos personagens.
Narrador – é quem conta a história. Ele pode ser:
• Uma das personagens da história;
• Aquele que só observa o que acontece e conta.
• Aquele que além de contar o que acontece, dá opinião, faz comentários, se intromete na história.
Adaptado: http://www.mundoeducacao.com.br/redacao/os-elementos-texto-narrativo.htm

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língua portuguesa
Professor(a), sistematize o conceito de conto e os elementos da narrativa, solicitando aos estudantes que
retomem o seguinte trecho do conto em estudo:
Releia este trecho do conto em estudo e responda às questões abaixo:
“Ao chegar da escola, dei com a novidade: uma galinha no quintal. O quintal de nossa casa era grande, mas não tinha
galinheiro, como quase toda casa de Belo Horizonte naquele tempo.”

1

Quem é o narrador do conto “Galinha ao molho pardo”?

Possibilidade de resposta: o narrador é o menino Fernando, um dos personagens do conto.

2

Nesse conto, o narrador apresenta os fatos da história em um espaço bem delineado. Onde ocorrem os fatos?

Possibilidade de resposta: Em Belo Horizonte, Minas Gerais, na casa onde o narrador viveu quando criança.

3

Diferentemente do que ocorre com o espaço, o tempo, neste conto não é bem definido. Só sabemos que a história ocorreu
quando Fernando era criança. Que expressões no texto indicam que o tempo em que os fatos acontecem é indeterminado?
Possibilidade de resposta: “naquele tempo”, “alguns dias depois do almoço”.

4

Qual é o desfecho do conto?

Possibilidade de resposta: O desfecho do conto ocorre quando a mãe de Fernando permite que ele fique com a galinha e compra
outro frango para o almoço da família.

DESAFIO
Agora você vai analisar o conto em estudo mais detalhadamente. Observe o quadro abaixo e responda ao
que se pede.
Personagens: Quem são os
personagens do conto? Quais as
características de cada um?
Quem recebe o maior destaque? Por quê?
Enredo: quais os principais
acontecimentos desta história? Indique-os
com suas palavras na sequência em que
aparecem no texto.

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língua portuguesa

Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero
Objetivo geral
• Sistematizar os conhecimentos dos estudantes a respeito do gênero conto literário, explorando as práticas de oralidade,
leitura, escrita e análise lingüística.

aula 08

O que devo aprender nesta aula
u Reformular os textos produzidos com base na reescrita
orientada pelo professor, considerando sua finalidade, os
possíveis leitores e as características do gênero.

Prática de oralidade

Professor (a), chegou o momento de os estudantes reescreverem o conto que foi produzido ao longo dessas aulas.
Para tanto, faça–lhes alguns questionamentos:
• O que você achou do nosso estudo sobre contos?
• Esse nosso estudo ajudou você a produzir seu conto?
• Você gostou do conto que escreveu? Acha que precisa melhorá-lo?

Prática de leitura

Professor (a), nesse momento escolha um conto, dentre os produzidos por seus alunos, e faça uma leitura para a
classe. Não precisa divulgar o nome do estudante que o produziu.
Posteriormente, você retomará as características que foram estudadas e juntamente com os estudantes observará
se elas se fazem presentes no nesse conto.
Paralelamente à análise, peça-lhes que observem em seus próprios conto, as características discutidas e analisadas.
Inclusive os tempos verbais empregados. Para proceder a essa análise, escreva esses questionamentos no quadro-giz:
• Os elementos da narrativa estudados estão presentes neste texto?
• Com base no que estudamos sobre conto, quais os principais fatos da sua história?
• Qual é o fato que dá origem à sua história?
• Qual(is) o (s) tempos verbais utilizados no seu conto? Observe se você os empregou corretamente.

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língua portuguesa

DESAFIO
Professor(a), um bom texto vem de um rascunho e passa por sucessivas versões, até
chegar ao produto final. Desse modo, é muito importante incentivar os estudantes a uma
atitude crítica em relação às suas produções iniciais.
É fundamental que eles entendam que a atividade de reescrita lhes proporcionará
observar o que precisa ser melhorado nos seus textos.
Retome mais uma vez a sua produção e observe os elemetos estudados:
Onde se passa a história? Quando ela acontece? Quem é o narrador? Quem são os personagens?
Aprimore os elementos que você considerar que não foram bem empregados em seu texto.

aula 09

O que devo aprender nesta aula
u Ler variados gêneros textuais, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.
u Estabelecer a relação causa/conseqüência entre partes e elementos do texto.
u Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.
u Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.
u Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda aos itens 1 e 2.
Primos e primas
Roseana Murray
Um primo é o mais levado de todos. Na venda da esquina o avô tem conta. Tudo é assim: na conta do avô.
Os primos todos, às vezes escondidamente, pegam uma bala na conta. O primo exagerou: dez latas de leite condensado
para a garotada da rua. Foi uma festa e no fim do mês uma surra. O primo levado nem liga, vai só inventando artes.
Solta os passarinhos da gaiola. Ou então alguma horrível maldade. Uma bomba amarrada no rabo do gato. Fim do
ano: o primo sério, uniforme engomado, sorriso amarelo. Conseguiu passar de ano. Formatura da escola primária.
MURRAY, Roseana Kligerman. Retratos. 11. Ed. Belo Horizonte: Miguilim, 2003. Adaptado.

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língua portuguesa

1

Quem tem conta na venda da esquina?
(A) O primo.
(B) A garotada
(C) O avô.
(D) Os primos.

Resposta: Alternativa C
D1-Localizar informação explícita em um texto.

2

O primo levou uma surra no fim do mês porque

(A) só fica inventando artes.
(B) comprou dez latas de leite condensado na conta do avô.
(C) solta os passarinhos da gaiola.
(D) pegou uma bala, escondido, na conta do avô.
Resposta; Alternativa B
D8 – Estabelecer relação de causa/consequência entre partes e elementos do texto.
Leia o texto abaixo e, em seguida, responda aos itens 3 e 4.

3

Na frase: “Tia Maria, quando era criança, um dia se atrasou na saída da escola...”, a palavra quando dá ideia de

(A) causa.
(B) tempo.
(C) explicação.
(D) comparação.
Resposta: Alternativa B
D12 - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.

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língua portuguesa

4

O que torna esse texto engraçado é o fato de Tia Maria

(A) atrasar-se para a escola.
(B) conversar com um fantasma.
(C) ter medo de andar sozinha no cemitério.
(D) ver outra menina atravessar o cemitério.
Resposta: Alternativa B
D13 – Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda ao item 5

Disponível em:http://blogdoxandro.blogspot.com.br/2009/12/tiras-n741menino-maluquinho-ziraldo.html

5

O uso do negrito e de letras maiúsculas no último quadrinho indica que o personagem está

(A) cochichando.
(B) pensando.
(C) gritando.
(D) cantando.
Resposta: Alternativa C
D14 – Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.

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língua portuguesa
aula 10

O que devo aprender nesta aula
u Ler variados gêneros textuais, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.
u Estabelecer a relação causa/conseqüência entre partes e elementos do texto.
u Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.
u Identificar o tema de um texto.
u Estabelecer ralações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a
continuidade de um texto.

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda ao item 1.

1

A linguagem utilizada neste texto é

(A) técnica.
(B) culta.
(C) científica.
(D) coloquial.
Resposta: Alternativa D
D10 – identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda ao item 2
Pega varetas
1) Podem jogar 2 ou mais jogadores.
2) Tirar na sorte para decidir quem inicia o jogo.O segundo jogador será o sentado à sua esquerda e assim sucessivamente.
3) Segurar verticalmente as varetas, soltando-as sobre a mesa ou chão e dar inicio ao jogo.

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língua portuguesa
4) O jogador deverá levantar vareta por vareta sem mover nenhuma das outras, pois se movê-las, perderá o direito de
continuar a jogar. Se isso acontecer, cederá as varetas a outro aluno que procederá da mesma maneira. A única vareta
auxiliar, que pode ser utilizada para ajudar a mexer nas outras é a de cor preta.
5) Terminado o jogo, cada um deve contar as suas varetas e verificar quantos pontos fez.
6)Pontuação: Verde – 5; Azul – 10; Amarelo – 15; Vermelho – 20; Preto – 50
Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=14882.

2

Este texto serve para

(A) ensinar uma receita.
(B) dar uma notícia.
(C) fazer um alerta.
(D) ensinar uma regra de jogo.
Resposta: Alternativa D
D9 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda ao item 3.
A girafa é muda?
Uma das muitas coisas estranhas da girafa é que lhe falta a voz... Pois mesmo apresentando órgãos fonadores,
a girafa raramente emite sons. Foi sempre tão raro ouvir a sua voz que se supunha que a girafa fosse muda. Mas
já se sabe que, mesmo silenciosa, ela pode produzir uma variedade de grunhidos, emitindo alguns sons breves,
semelhantes a gemidos ou discretos gritos de chamada.
Ela não possui propriamente cordas vocais, isto é, ela tem cordas vocais menores, chamadas pregas vocais,
como todos os animais. O som é grave e abafado... Dizem que lembra o som de um carneiro ou ovelha...
Disponível em: htttp://WWW.girafamania.com.br/girafas/anatomia.html.

3

O assunto do texto é

(A) as cordas vocais da girafa.
(B) As pregas vocais da girafa.
(C) os sons emitidos pela girafa.
(D) os sons do carneiro e da ovelha.
Resposta: Alternativa C
D6 – identificar o tema de um texto.

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Leia o texto abaixo e, em seguida, responda aos itens 4 e 5.
A gulosa disfarçada
Um homem casara com excelente mulher, dona de casa arranjadeira e honrada, mas muito gulosa. Para disfarçar seu
apetite fingia-se sem vontade de alimentar-se sempre que o marido a convidava nas refeições. Apesar desse regime, engordava
cada vez mais e o esposo admirava alguém poder viver com tão pouca comida. Uma manhã resolveu certificar-se se a mulher
comia em sua ausência. Disse que ia para o trabalho e escondeu-se num lugar onde podia acompanhar os passos da esposa.
No almoço, viu-a fazer umas tapiocas de goma, bem grossas, molhadas no leite de coco, e comê-las todas, deliciada. Na
merenda, mastigou um sem número de alfenins finos, branquinhos e gostosos. Na hora do jantar matou um capão, ensopouo em molho espesso, saboreando-o. À ceia, devorou um prato de macaxeiras, enxutinhas, acompanhando-as com manteiga.
Ao anoitecer, o marido apareceu, fingindo-se fatigado. Chovera o dia inteiro e o homem estava como se estivesse passado,
como realmente passara, o dia à sombra.
A mulher perguntou:
— Homem, como é que trabalhando na chuva você não se molhou?
O marido respondeu:
— Se a chuva fosse grossa como as tapiocas que você almoçou, eu teria vindo ensopado como o capão que você jantou.
Mas a chuva era fina como os alfenins que você merendou e eu fiquei enxuto como as macaxeiras que você ceou.
A mulher compreendeu que fora descoberta em seu disfarce e não mais escondeu o seu apetite ao marido.
Disponível em: http://www.jangadabrasil.com.br/revista/setembro82/es8200902.asp. Acesso em: 20.05.2013.

4

Releia o trecho: “Na merenda, mastigou um sem número de alfenins finos, branquinhos e gostosos. Na hora do jantar
matou um capão, ensopou-o em molho espesso, saboreando-o. À ceia, devorou um prato de macaxeiras, enxutinhas,
acompanhando-as com manteiga”. A expressão destacada refere-se
(A) à manteiga.
(B) às macaxeiras.
(C) à merenda.
(D) à ceia.
Resposta: Alternativa B
D2 – Estabelecer ralações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de
um texto.

5

No trecho “Ao anoitecer, o marido apareceu, fingindo-se fatigado.”, a palavra fatigado significa
(A) cansado.
(B)agitado.
(C) confuso.
(D) nervoso.

Resposta: Alternativa A
D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

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língua portuguesa

Júri simulado
Professor (a), para as próximas 10 aulas estamos propondo o estudo do gênero oral: júri simulado, por
meio de atividades que permitam aos estudantes desenvolver uma visão crítica sobre os fatos, opinando,
argumentando e fundamentando pontos de vista. Além disso, as atividades propostas objetivam aprimorar as
capacidades de ouvir e respeitar as opiniões alheias, ainda que não se concorde com elas.
Assim, o gênero em questão propõe que os alunos desenvolvam a oratória e pode ser um grande aliado de
seminários em sala de aula.
Que nossas aulas sejam repletas de interação, motivadas por discussões acerca do tema proposto: o trabalho infantil.

Levantamento dos conhecimentos
prévios/Introdução ao estudo do gênero
Objetivo geral
•Diagnosticar os conhecimentos dos estudantes a respeito do gênero júri simulado, explorando as práticas de oralidade,
leitura e escrita, através de debates realizados em sala de aula sobre a temática trabalho infantil.

aula 11

O que devo aprender nesta aula
u Ler variados textos, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Formular e responder perguntas
u Manifestar-se e acolher opiniões.
u Opinar diante das várias posições sustentadas pelo grupo.

Prática de oralidade

Professor (a), estimule a participação dos alunos nesta atividade. Apresente-lhes algumas questões do cotidiano e
peça-lhes que opinem, justifiquem e argumentem o seu ponto de vista.
Discuta, com seus (suas) colegas e professor (a), as questões abaixo:
• O aluno não fez tarefa de casa. Como explicar ao professor?
• Como justificar aos pais uma nota baixa em determinada disciplina?
• Como argumentar à direção da escola sobre a importância de realizarem a Hora do Conto na pracinha
que fica nas proximidades da escola?
• Como pedir ao(à) colega uma ajuda, depois de ter-lhe negado um favor?

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língua portuguesa
Conceito
A argumentação é um recurso que tem como propósito convencer alguém, para que esse tenha a opinião ou
o comportamento alterado.
Sempre que argumentamos, temos o intuito de convencer alguém a pensar como nós.
No momento da construção textual, os argumentos são essenciais, esses serão as provas que apresentaremos,
com o propósito de defender nossa ideia e convencer o leitor de que essa é a correta.
Disponível em: http://www.brasilescola.com/redacao/a-argumentacao.htm. Acesso em 20 de maio de 2013.

Professor (a), com o objetivo de antecipar o assunto do texto “Negócio de menino com menina”, apresente aos
estudantes as questões norteadoras abaixo. Em seguida, proponha-lhes a leitura do texto:
• Você acha que tudo na vida tem um preço? Por quê?
• O que você acha de prender pássaros em gaiolas? Por quê?
• Como você chegou a essas conclusões?
• Se alguém discordar de você, como você defenderá sua opinião?

Prática de leitura

Leia atentamente o texto abaixo e, em seguida, responda ás questões que se seguem:
Negócio de menino com menina
Ivan Ângelo
— Não senhor.
O menino, de uns dez anos, pés no chão, vinha andando pela estrada de terra da fazenda com a gaiola na
mão. Sol forte de uma hora da tarde. A menina de uns nove anos ia de carro com o pai, novo dono da fazenda.
Gente de São Paulo. Ela viu o passarinho na gaiola e pediu ao pai:
— Olha que lindo! Compra pra mim? O homem parou o carro e chamou:
— Ô menino.
O menino voltou, chegou perto, carinha boa. Parou do lado da janela da menina.
O homem:
— Este passarinho é pra vender?
- Não Senhor.
O pai olhou para a filha com uma cara de deixa pra lá. A filha pediu suave como se o pai tudo pudesse:
— Fala pra ele vender.
O pai, mais para atendê-la, apenas intermediário:
— Quanto você quer pelo passarinho?
— Não tou vendendo não senhor.
A menina ficou decepcionada e segredou:
— Ah, pai, compra.
Ela não considerava, ou não aprendera ainda, que negócio só se faz quando existe um vendedor e um
comprador. No caso, faltava o vendedor. Mas o pai era um homem de negócios, águia da Bolsa, acostumado a
encorajar os mais hesitantes ou a virar a cabeça dos mais recalcitrantes:
— Dou dez mil.

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língua portuguesa
— Não senhor.
— Vinte mil.
— Vendo não.
O homem meteu a mão no bolso, tirou o dinheiro, mostrou três notas, irritado.
— Trinta mil.
— Não tou vendendo, não, senhor.
O homem resmungou "que menino chato" e falou pra filha:
— Ele não quer vender. Paciência.
A filha, baixinho, indiferente às impossibilidades da transação:
— Mas eu queria. Olha que bonitinho.
O homem olhou a menina, a gaiola, a roupa encardida do menino, com um rasgo na manga, o rosto vermelho
de sol.
— Deixa comigo.
Levantou-se, deu meia–volta, foi até lá. A menina procurava intimidade com o passarinho, dedinho nas
gretas da gaiola.
O homem, maneiro, estudando o adversário:
— Qual é o nome deste passarinho?
— Ainda não botei nome nele, não. Peguei ele agora. O homem, quase impaciente:
— Não perguntei se ele é batizado não, menino.
É pintassilgo, é sabiá, é o quê?
— Aaaah. É bico-de-lacre.
A menina, pela primeira vez, falou com o menino:
— Ele vai crescer?
O menino parou os olhos pretos nos olhos azuis.
— Cresce nada. Ele é assim mesmo, pequenininho. O homem:
— Canta?
— Canta nada. Só faz chiar assim.
— Passarinho besta, hein?
— É. Não presta pra nada, é só bonito.
— Você pegou ele dentro da fazenda?
— É. Aí no mato.
— Essa fazenda é minha. Tudo que tem nela é meu.
O menino segurou com mais força a alça da gaiola, ajudou com a outra mão nas grades.
O homem achou que estava na hora e falou já botando a mão na gaiola, dinheiro na outra mão.
— Dou quarenta mil! Toma aqui.
— Não senhor, muito obrigado.
O homem, meio mandão:
— Vende isso logo, menino. Não tá vendo que é pra menina?
— Não, não tou vendendo não.
— Cinquenta mil! Toma! — e puxou a gaiola.
Com cinquenta mil se comprava um saco de feijão, ou dois pares de sapatos, ou uma bicicleta velha.
O menino resistiu, segurando a gaiola, voz trêmula.
— Quero não senhor. Tou vendendo não.
— Não vende por que, hein? Por quê?
O menino acuado, tentando explicar:
— É que eu demorei a manhã todinha pra pegar ele e tou com fome e com sede, e queria ter ele mais um
pouquinho. Mostrar pra mamãe.
O homem voltou para o carro, nervoso. Bateu a porta, culpando a filha pelo aborrecimento.
— Viu no que dá mexer com essa gente? É tudo ignorante, filha. Vam’bora.
O menino chegou pertinho da menina e falou baixo, pra só ela ouvir:

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língua portuguesa
— Amanhã eu dou ele pra você. Ela sorriu e compreendeu.
(Ivan Ângelo. O ladrão de sonhos e outras histórias. São Paulo: Ática, 1994. p. 9-11.)
Texto: Negócio de menino com menina de Ivan Ângelo. Disponível em
http://obras.acompanha.editorasaraiva.com.br/reader/books/portugues_prof/OEBPS/part02_cha03.html. Acesso em 20 de maio de 2013.

VOCABULÁRIO
águia (figurado): pessoa de grande talento e perspicácia, notável.
encorajar: dar coragem a, animar, estimular.
greta: fenda, abertura estreita.
hesitante: que hesita, indeciso, vacilante.
intermediário: que está de permeio, que intervém, mediador, árbitro.
maneiro: hábil, jeitoso.
recalcitrante: obstinado, teimoso.
transação: combinação, ajuste, operação comercial.

Professor (a), retome as questões da prática de oralidade e questione os alunos se, após a leitura do texto,
mudaram de opinião e por quê. A seguir, peça que respondam às questões abaixo:

1

Por que a menina queria o passarinho?

Possibilidade de resposta: Simplesmente porque o achou lindo.

2

Por que ela acha que o pai poderia comprar-lhe o passarinho, mesmo ele não estando à venda?

Possibilidade de resposta: Porque acha que o pai, por ser rico, pode fazer –lhe todas as vontades.

3

Como o pai da menina tentou convencer o menino a vender o passarinho?

Possibilidade de resposta: O pai da menina tenta convencer o menino a vender o pássaro oferecendo quantias cada vez maiores de dinheiro.

4

Que argumento o menino utilizou para não vender o passarinho?

Possibilidade de resposta: O menino lhe diz que o pássaro não está à venda; que demorou a manhã toda para pegá-lo, que estava cansado
e queria mostrá-lo à sua mãe.

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língua portuguesa

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
Professor(a), neste desafio, espera-se que os estudantes expliquem o porquê de sua
escolha. Eles poderão utilizar os argumentos das personagens para enriquecer os seus.
Quem você acha que está com a razão: o pai da menina em querer comprar o pássaro para a filha, ou o
menino, em não querer vendê-lo? Escolha um dos dois personagens e defenda a sua atitude, com
argumentos coerentes e convincentes.

aula 12

O que devo aprender nesta aula
u Ler variados textos, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Dialogar sobre o trabalho infantil, utilizando argumentos coerentes para sustentar a posição defendida.

Prática de oralidade

Professor (a), a partir dessa aula, exploraremos o tema “trabalho infantil”. Antes de apresentar os textos
selecionados, inicie a discussão acerca desta temática.
Estabeleça o debate em sala de aula, perguntando se algum aluno trabalha. Em caso positivo onde e por quê. Em
caso negativo, o que os alunos pensam sobre trabalhar na idade em que estão.
Não se esqueça de intervir nas respostas incompletas, solicitando aos alunos que expressem suas opiniões de forma
completa.
Além das questões abaixo, utilize outras que você achar pertinente para nortear o debate:
• Você trabalha? Que tipo de trabalho desenvolve?
• Você acha que criança deve trabalhar? Por quê?
• As crianças devem ajudar os pais em casa? Como?Por quê?

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  • 5. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 3 Expediente Marconi Ferreira Perillo Júnior Governador do Estado de Goiás Thiago Mello Peixoto da Silveira Secretário de Estado da Educação Raph Gomes Alves Superintendente de Inteligência Pedagógica e Programas Márcia Rejane Martins da Silva Brito Chefe do Núcleo da Escola de Formação Valéria Marques de Oliveira Gerente de Formação Central Gerência de Formação Curricular Elaboradores Língua Portuguesa Marilda de Oliveira Rodovalho Ana Christina de Pina Brandão Rosely Aparecida Wanderley Araújo Arminda Maria de Freitas Santos Débora Cunha Freire Janice Aparecida de Azevedo Joanede Aparecida Xavier de Souza Fé Lívia Aparecida da Silva Matemática Inácio de Araújo Machado Abadia de Lourdes da Cunha Márcio Dias de Lima Alexsander Costa Sampaio Mônica Martins Pires Aline Márcia dos Santos Regina Alves Costa Fernandes Carlos Roberto Brandão Silma Pereira do Nascimento Vieira Deusite Pereira dos Santos Ciências Lívio de Castro Pereira Cibele Pimenta Tiradentes Ranib Aparecida dos Santos Lopes Fernanda Cirqueira Rodrigues Rodrigo da Silva Jardel Willian do Couto Rhania Camila dos Santos Leonardo Dantas Vieira Wani Patrícia Silva Leonardo Teófilo Teles
  • 6. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 4
  • 7. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 5 Apresentação O Governo do Estado de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Educação (SEDUC), criou o “Pacto pela Educação” com o objetivo de avançar na oferta de um ensino qualitativo às crianças, jovens e adultos do nosso Estado. Assim, busca-se adotar práticas pedagógicas de alta aprendizagem. Dessa forma, estamos desenvolvendo, conjuntamente, várias ações, dentre elas, a produção deste material de apoio e suporte. Ele foi concebido tendo por finalidade contribuir com você, professor, nas suas atividades diárias e, também, buscando melhorar o desempenho de nossos alunos. Com isso, espera-se amenizar o impacto causado pela mudança do Ensino Fundamental para o Médio, reduzindo assim a evasão, sobretudo na 1ª série do Ensino Médio. Lembramos que a proposta de criação de um material de apoio e suporte sempre foi uma reivindicação coletiva de professores da rede. Proposta esta que não pode ser viabilizada antes em função da diversidade de Currículos que eram utilizados. A decisão da Secretaria pela unificação do Currículo para todo o Estado de Goiás abriu caminho para a realização de tal proposta. Trata-se do primeiro material, deste tipo, produzido por esta Secretaria, sendo, dessa forma, necessários alguns ajustes posteriores. Por isso, contamos com a sua colaboração para ampliá-lo, reforçá-lo e melhorá-lo naquilo que for preciso. Estamos abertos às suas contribuições. Sugerimos que este caderno seja utilizado para realização de atividades dentro e fora da sala de aula. Esperamos, com sua ajuda, fazer deste um objeto de estudo do aluno, levando-o ao interesse de participar ativamente das aulas. Somando esforços, este material será o primeiro de muitos e, com certeza, poderá ser uma importante ferramenta para fortalecer sua prática em sala de aula. Assim, nós o convidamos para, juntos, buscarrmos o aperfeiçoamento de ações educacionais, com vistas à melhoria dos nossos indicadores, proporcionando uma educação mais justa e de qualidade. A proposta de elaboração de outros materiais de apoio continua e a sua participação é muito importante. Caso haja interesse para participar dessas elaborações, entre em contato com o Núcleo da Escola de Formação pelo email cadernoeducacional@seduc.go.gov.br Bom trabalho!
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  • 9. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 7 Sumário LÍNGUA PORTUGUESA Conto Literário Levantamento dos conhecimentos prévios/Introdução aos estudos do gênero..........15 Aula 1 ...........................................................................................................................15 Aula 2 ...........................................................................................................................19 Aula 3 ...........................................................................................................................23 Aula 4 ...........................................................................................................................26 Aula 5 ...........................................................................................................................28 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero............................................................33 Aula 6 ...........................................................................................................................33 Aula 7 ...........................................................................................................................40 Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero.....................................................42 Aula 8 ...........................................................................................................................42 Aula 9 ...........................................................................................................................43 Aula 10 ........................................................................................................................46 Júri Simulado Levantamento dos conhecimentos prévios/Introdução aos estudos do gênero..........................................................................................................................49 Aula 11.........................................................................................................................49 Aula 12.........................................................................................................................53 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero .....................................................56 Aula 13.........................................................................................................................56 Aula 14..................................................................................................................................59 Aula 15.........................................................................................................................61 Aula 16.........................................................................................................................63 Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero ..........................................65 Aula 17.........................................................................................................................65 Aula 18.........................................................................................................................67 Aula 19.........................................................................................................................68 Aula 20.........................................................................................................................72
  • 10. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 8 Notícia Levantamento dos conhecimentos prévios/Introdução aos estudos do gênero .........................................................................................................................75 Aula 21 .... ...................................................................................................................75 Aula 22.........................................................................................................................79 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero...................................................80 Aula 23.........................................................................................................................80 Aula 24.........................................................................................................................83 Aula 25.........................................................................................................................86 Aula 26.........................................................................................................................88 Aula 27.........................................................................................................................91 Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero...........................................94 Aula 28.........................................................................................................................94 Aula 29.........................................................................................................................97 Aula 30.........................................................................................................................98 MATEMÁTICA Aula 01.....Ordem e classes dos números decimais .................................................103 Aula 02.....Ordens e classes dos números decimais - Exercícios ...........................109 Aula 03 ....Multiplicação de número decimal por um número natural (revisão) ....................................................................................110 Aula 04 ....Resolução de itens ................................................................................112 Aula 05 ....Resolução de itens ................................................................................118 Aula 06 ....Multiplicação de números decimais ..................................................122 Aula 07 ....Adição e subtração de frações com denominadores diferentes (Equivalência de frações).....................................................................127 Aula 08 ....Adição e subtração de frações com denominadores diferentes...131 Aula 09 ....Resolução de itens ................................................................................138 Aula 10 ....Resolução de itens ................................................................................142 Aula 11 ....Porcentagem - Juros e descontos.......................................................146 Aula 12 ....Porcentagem - Juros e descontos - Exercícios..................................149
  • 11. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 9 Aula 13 ....Simetria de figuras planas....................................................................151 Aula 14 ....Resolução de itens ................................................................................155 Aula 15 ....Resolução de itens ................................................................................158 Aula 16 ....Composição e decomposição de figuras planas (Cálculo de Perímetro) .........................................................................................161 Aula 17 ....Composição e decomposição de figuras planas (Cálculo de Áreas).................................................................................................166 Aula 18 ....Área de figuras planas - Conversões de Unidades de Medida.......172 Aula 19 ....Resolução de itens ................................................................................177 Aula 20 ....Resolução de itens ................................................................................180 Aula 21 ....Resolver problemas utilizando conversão de medidas I comprimento, massa e tempo............................................................182 Aula 22 ....Resolver problemas utilizando conversão de medidas I comprimento, massa e tempo............................................................190 Aula 23 ....Resolução de itens ................................................................................193 Aula 24 ....Resolução de itens ................................................................................196 Aula 25 ....Tabelas - Produção de textos ..............................................................200 Aula 26 ....Gráficos de barras e colunas - Produção de textos..........................202 Aula 27 ....Gráficos de setores - Produção de textos ..........................................204 Aula 28 ....Resolução de itens ................................................................................206 Aula 29 ....Resolução de itens ................................................................................208 CIÊNCIAS Aula 01.....Sistema Nervoso...........................................................................................215 Aula 02.....Sistema Nervoso e os Órgãos ....................................................................221 Aula 03.....Sistema nervoso e órgãos do sentido......................................................224 Aula 04.....O comando do corpo ..................................................................................229 Aula 05.....Atividades de revisão...................................................................................232 Aula 06.....Esqueleto........................................................................................................235 Aula 07.....Principais articulações do corpo humano ..............................................239
  • 12. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 10 Aula 08.....Os principais músculos do corpo humano.............................................243 Aula 09.....Ossos e Músculos .........................................................................................249 Aula 10.....Atividades ......................................................................................................251 Aula 11.....Desenvolvimento de meninos e meninas ..............................................253 Aula 12.....Funcionamento do sistema reprodutor..................................................258 Aula 13.....Nosso corpo se prepara para a reprodução ...........................................262 Aula 14.....Fecundação: início da vida.........................................................................266 Aula 15.....Gestação.........................................................................................................269 Aula 16.....Parto normal..................................................................................................273 Aula 17.....Atividades ......................................................................................................277 Aula 18.....Parto cesáreo.................................................................................................280 Aula 19.....Fertilização “In Vitro” ....................................................................................285 Aula 20.....Atividades ......................................................................................................290
  • 13. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 11
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  • 15. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 13 LÍNGUA PORTUGUESA
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  • 17. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 15 língua portuguesa Conto literário Professor(a), para o trabalho com contos, faça um cartaz de “boas vindas” bem colorido e alegre, decore a sala de aula com tapetes, esteiras e almofadas, procurando criar um ambiente propício para a leitura. Organize um Cantinho de Leitura, e nele coloque livros que contenham contos. Para o Palanque do Conto, decore um caixote. Confeccione um caderno ou cartaz para registrar os contos lidos pelos estudantes, durante o estudo deste gênero. Disponha as carteiras em círculo, e no centro, coloque os contos do Cantinho da Leitura. Diga aos estudantes que durante as próximas duas semanas, em toda aula eles terão “A Hora do Conto”, um momento reservado somente para leituras desse gênero textual. Peça-lhes que escolham os contos que mais lhes agradar para uma leitura prazerosa, dando-lhes tempo para que isso aconteça. Oriente-os a registrarem os títulos dos contos escolhidos no caderno de registro, ou no cartaz. Após a leitura, oportunize um tempo para que os estudantes apresentem a história lida no Palanque do Conto. Aproveite o momento para incentivar os estudantes a comparar contos do mesmo autor, de autores diferentes; a observar o estilo de cada autor, a descrição dos espaços e do tempo, a caracterização dos personagens; bem como, apresentar suas impressões, suas emoções, durante a leitura. É importante que todos os estudantes escolham um exemplar a cada dia e comentem, no próximo palanque, a leitura que fizeram. Mesmo que não tenham concluído a leitura, é importante que apresentem o que conseguiram ler, expressando suas impressões. O objetivo principal, aqui, é despertar nos estudantes o gosto e o interesse pela leitura de contos literários. Levantamento dos conhecimentos prévios/Introdução aos estudos do gênero Objetivo geral •Diagnosticar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Contos Literários, explorando as práticas de oralidade, leitura , escrita e análise linguística. aula 01 Prática de oralidade Professor(a), faça uma roda de conversa com os estudantes: diga-lhes que estudarão o gênero Contos Literários; que as histórias sempre encantaram os seres humanos e que, através das palavras de quem escreve, somos transportados para outro mundo, onde podemos acompanhar os seres que fazem parte da história, conhecer suas aventuras e dramas e compartilhar suas alegrias e tristezas. O que devo aprender nesta aula Em seguida, procure saber o que a classe já conhece sobre o gênero, fazendo-lhes algumas perguntas: uAntecipar o conteúdo das leituras com base em indícios, como autor, título do texto, ilustrações. uLer em voz alta com fluência e autonomia. uLer contos, observando forma, conteúdo, estilo e função social. uPartilhar com colegas as percepções de leitura de contos lidos e ouvidos. uValorizar a leitura literária como fonte de entretenimento e prazer. uReconhecer um texto literário. uProduzir a primeira escrita de um conto. 15
  • 18. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 16 língua portuguesa • Você conhece alguma história interessante? Qual? • Ouviu de alguém? Quem? • Leu em algum livro? Sabe quem é o autor? • O que mais lhe chama a atenção nas histórias? Professor (a), nessa atividade de oralidade, você poderá acrescentar outras questões que julgar importantes para ampliar a discussão, desde que se observe o tempo de execução da aula. Atente-se para a importância dessa atividade, já que, por meio dela, você perceberá os conhecimentos que os alunos têm sobre o assunto. Assim, observe se as respostas dadas são coerentes com o que foi perguntado. Registre no quadro o que você considerar importante e faça intervenções necessários. Conceito Para o escritor Elias José, o conto é uma narrativa que pode ser contada oralmente ou por escrito. Pode-se dizer que o ser humano já surgiu contando contos. Tudo o que via, descobria ou pensava dava origem a uma história, que ele aumentava ou modificava, usando sua imaginação. Prática de leitura Professor(a), peça aos estudantes para lerem silenciosamente o conto “Se eu fosse esqueleto”, de Ricardo Azevedo. É importante antecipar aos estudantes algumas informações que podem estar no texto a ser lido, a partir do título, do tema abordado, da ilustração etc. Leia o texto abaixo e, a seguir, responda às questões propostas: Se eu fosse esqueleto Ricardo Azevedo Se eu fosse esqueleto não ia poder tomar água nem suco porque ia vazar tudo e molhar a casa inteira. Tirando isso, ia acordar e pular da cama feliz como um passarinho. É que ser uma caveira de verdade deve ser muito divertido. Por exemplo. Faz de conta que um banco está sendo assaltado. Aqueles bandidões nojentões, mauzões, armados até os dentões, berrando: - Na moral! Cadê a grana? Se eu fosse esqueleto, entrava no banco e gritava: bu! Bastaria um simples bu e aquela bandidagem ia cair dura no chão, com as calças molhadas de úmido pavor. O gerente e os clientes do banco iam agradecer e até me abraçar, só um pouco, mas tenho certeza de que iam. Se eu fosse caveira, de repente vai ver que eu ia ser considerado um grande herói. Fora isso, um esqueleto perambulando na rua em plena luz do dia causaria uma baita confusão. O povo correndo sem saber para onde, sirenes gemendo, gente que nunca rezou rezando, o Exército batendo em retirada, aquele mundaréu desesperado e eu lá, todo contente, assobiando na calçada. Um repórter de TV, segurando o microfone, até podia chegar para me entrevistar: - Quem é você? E eu: - Sou um esqueleto. E o repórter: - O senhor fugiu do cemitério? 16
  • 19. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 17 língua portuguesa Aí eu fingia que era surdo: - Ser mistério? E o repórter, de novo, mais alto: - O senhor fugiu do cemitério? - Assumiu no magistério? - Cemitério! - Fala sério? Quem? Aí o repórter perdia a paciência: - O senhor é surdo? E eu: - Claro que sou! Não está vendo que não tenho nem orelha? Se eu fosse esqueleto talvez me levassem para a aula de Biologia de alguma escola. Já imagino eu lá parado e o professor tentando me explicar osso por osso, dente por dente, dizendo que os esqueletos são uma espécie de estrutura que segura nossas carnes, órgãos, nervos e músculos. Fico pensando nas perguntas e nos comentários dos alunos: - Como ele se chamava? - É macho ou fêmea? - Quantos anos ele tem? - Tem ou tinha? - Magrinho, não? - O cara sabia ler ou era analfabeto? - E a família dele? - Era rico ou pobre? - O coitado está rindo de quê? E ainda: - Professor, ele era careca? Enquanto isso, eu lá, no meio da aula, com aquela cara de caveira, sem falar nada para não assustar os alunos e matar o professor do coração. Uma coisa é certa. Deve ser muito bom ser esqueleto quando chega o Carnaval. Aí a gente nem precisa se fantasiar. Pode sair de casa numa boa, cair no samba, virar folião e seguir pela rua dançando, brincando e sacudindo os ossos. Parece mentira, mas, no Carnaval, porque é tudo brincadeira, a gente sempre acaba sendo do jeito que a gente é de verdade. Se eu fosse esqueleto, quando chegasse o Carnaval, ia sair cantando: Quando eu morrer Não quero choro nem vela Quero uma fita amarela Gravada com o nome dela Todo mundo sabe que o maior amigo do homem é o cachorro. O que a maioria infelizmente desconhece e a ciência moderna esqueceu de pesquisar é que o pior inimigo do esqueleto late, morde, abana o rabo, carrega pulgas e aprecia fazer xixi no poste. E se eu fosse esqueleto e por acaso um vira-lata me visse na rua, corresse atrás de mim e fugisse com algum osso dos meus? Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/se-eu-fosse-esqueleto-689874.shtml Acesso: 29.04.2013. Ricardo Azevedo, escritor, ilustrador, compositor e pesquisador paulista, nascido em 1949, é autor de vários livros para crianças e jovens. Tem, além disso, dado palestras e publicado estudos e artigos a respeito de temas como o discurso popular, literatura e poesia, problemas do uso da literatura na escola, cultura popular, música popular brasileira e questões relativas à ilustração de livros. Disponível em: http://www.ricardoazevedo.com.br/. Acesso: 29.04.2013. 17
  • 20. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 18 língua portuguesa 1 Qual a finalidade deste texto? Possibilidade de resposta: proporcionar prazer, diversão ao leitor. 2 Qual a principal diferença entre este texto e uma das Reportagens estudadas no bimestre anterior? Possibilidade de resposta: Este conto é um texto literário que proporcionou prazer, entretenimento ao leitor. Já a reportagem é um texto que tem como finalidade informar ao leitor fatos da vida real. 3 De acordo com o narrador, “ser uma caveira de verdade deve ser muito divertido”. Por quê? Possibilidade de resposta: Porque ele poderia assustar as pessoas. 4 Se você não fosse gente, o que gostaria de ser? Conte como seria a sua vida. Resposta pessoal. Professor(a), oriente os estudantes a refletirem sobre os diversos aspectos propostos, voltando ao texto para confirmar ou refutar hipóteses. Em seguida, discuta com eles as respostas dadas, mostrando-lhes as várias possibilidades de interpretação levantadas. Diga-lhes que o conto é um texto literário, ou seja, tem por finalidade entreter o leitor, estimular sua imaginação, enfim, despertar emoções. Esclareça-lhes, ainda, que os gêneros literários possuem uma linguagem plurissignificativa (que admite muitos significados) e, portanto, várias interpretações são possíveis e aceitáveis, desde que respaldadas pelo texto. PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO Prepare-se! Agora você produzirá a primeira escrita de um conto. Use sua imaginação, uma boa dose de emoção e mãos à obra! Professor (a), a ideia aqui é saber o que os estudantes podem produzir neste momento e o que precisam aprender, para que você possa planejar as intervenções necessárias. Assim, é fundamental que você leia esses primeiros textos e faça anotações para uma posterior reescrita. 18
  • 21. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 19 língua portuguesa aula 02 O que devo aprender nesta aula u Ler em voz alta com fluência e autonomia. u Ler contos literários, observando forma, conteúdo, estilo e função social. u Retomar a produção inicial, para as reformulações que garantam a presença de elementos próprios do gênero. Práticas de oralidade e leitura Professor (a), com o objetivo de continuar identificando os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Conto Literário, chame-lhes atenção para referências importantes, como: os vários tipos de histórias existentes; as narrativas da tradição oral; a invenção da escrita, e com ela, o surgimento da história escrita; a inspiração, as ideias que motivam a escrita de um conto; como surgem os escritores etc. Leve-os a refletir sobre algumas particularidades do conto: • Histórias sobre gente comum; • Aparecem em jornais, livros, revistas, em livros; • Escritas por gente que sabe usar a palavra – os escritores; • Para emocionar pessoas, para transmitir ideias. Em seguida, apresente à classe o texto “A pequena vendedora de fósforos”, de Hans Christian Andersen, antecipando-lhes algumas informações como o título, ilustrações, o gênero textual, a biografia do autor etc. Somente depois desta antecipação, proponha a leitura do conto, silenciosamente e, em seguida, releiao, de forma compartilhada com a turma. Hans Christian Andersen (Odense, 2 de Abril de 1805 — Copenhague, 4 de Agosto de 1875) foi um escritor dinamarquês de histórias infantis. Andersen era filho de um sapateiro, e por isso teve dificuldades para se educar. No entanto, seus ensaios poéticos e o conto "Criança Moribunda" garantiramlhe um lugar no Instituto de Copenhague. Escreveu peças de teatro, canções patrióticas, contos, histórias, e, principalmente, contos de fadas, pelos quais é mundialmente conhecido. Entre os contos de Andersen destacam-se: O Abeto, O Patinho Feio, A Caixinha de Surpresas, Os Sapatinhos Vermelhos, O Pequeno Cláudio e o Grande Cláudio, O Soldadinho de Chumbo, A Pequena Sereia, A Roupa Nova do Rei, A Princesa e a Ervilha, A Pequena Vendedora de Fósforos, A Polegarzinha, dentre outros. http://pt.wikipedia.org/wiki/Hans_Christian_Andersen 19
  • 22. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 20 língua portuguesa Leia o texto abaixo e, aseguir, responda às questões propostas: A Pequena Vendedora de Fósforos Hans Christian Andersen Fazia um frio terrível; caía a neve e estava quase escuro; a noite descia: a última noite do ano. Em meio ao frio e à escuridão uma pobre menininha, de pés no chão e cabeça descoberta, caminhava pelas ruas. Quando saiu de casa trazia chinelos; mas de nada adiantavam, eram chinelos tão grandes para seus pequenos pézinhos, eram os antigos chinelos de sua mãe. A menininha os perdera quando escorregara na estrada, onde duas carruagens passaram terrivelmente depressa, sacolejando. Um dos chinelos não mais foi encontrado, e um menino se apoderara do outro e fugira correndo. Depois disso a menininha caminhou de pés nus - já vermelhos e roxos de frio. Dentro de um velho avental carregava alguns fósforos, e um feixinho deles na mão. Ninguém lhe comprara nenhum naquele dia, e ela não ganhara sequer um níquel. Tremendo de frio e fome, lá ia quase de rastos a pobre menina, verdadeira imagem da miséria! Os flocos de neve lhe cobriam os longos cabelos, que lhe caíam sobre o pescoço em lindos cachos; mas agora ela não pensava nisso. Luzes brilhavam em todas as janelas, e enchia o ar um delicioso cheiro de ganso assado, pois era véspera de Ano-Novo. Sim: nisso ela pensava! Numa esquina formada por duas casas, uma das quais avançava mais que a outra, a menininha ficou sentada; levantara os pés, mas sentia um frio ainda maior. Não ousava voltar para casa sem vender sequer um fósforo e, portanto sem levar um único tostão. O pai naturalmente a espancaria e, além disso, em casa fazia frio, pois nada tinham como abrigo, exceto um telhado onde o vento assobiava através das frinchas maiores, tapadas com palha e trapos. Suas mãozinhas estavam duras de frio. Ah! bem que um fósforo lhe faria bem, se ela pudesse tirar só um do embrulho, riscá-lo na parede e aquecer as mãos à sua luz! Tirou um: trec! O fósforo lançou faíscas, acendeu-se. Era uma cálida chama luminosa; parecia uma vela pequenina quando ela o abrigou na mão em concha... Que luz maravilhosa! Com aquela chama acesa a menininha imaginava que estava sentada diante de um grande fogão polido, com lustrosa base de cobre, assim como a coifa. Como o fogo ardia! Como era confortável! Mas a pequenina chama se apagou, o fogão desapareceu, e ficaram-lhe na mão apenas os restos do fósforo queimado. Riscou um segundo fósforo. Ele ardeu, e quando a sua luz caiu em cheio na parede ela se tornou transparente como um véu de gaze, e a menininha pôde 20
  • 23. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 21 língua portuguesa enxergar a sala do outro lado. Na mesa se estendia uma toalha branca como a neve e sobre ela havia um brilhante serviço de jantar. O ganso assado fumegava maravilhosamente, recheado de maçãs e ameixas pretas. Ainda mais maravilhoso era ver o ganso saltar da travessa e sair bamboleando em sua direção, com a faca e o garfo espetados no peito! Então o fósforo se apagou, deixando à sua frente apenas a parede áspera, úmida e fria. Acendeu outro fósforo, e se viu sentada debaixo de uma linda árvore de Natal. Era maior e mais enfeitada do que a árvore que tinha visto pela porta de vidro do rico negociante. Milhares de velas ardiam nos verdes ramos, e cartões coloridos, iguais aos que se vêem nas papelarias, estavam voltados para ela. A menininha espichou a mão para os cartões, mas nisso o fósforo apagou-se. As luzes do Natal subiam mais altas. Ela as via como se fossem estrelas no céu: uma delas caiu, formando um longo rastilho de fogo. "Alguém está morrendo", pensou a menininha, pois sua vovozinha, a única pessoa que amara e que agora estava morta, lhe dissera que quando uma estrela caia, uma alma subia para Deus. Ela riscou outro fósforo na parede; ele se acendeu e, à sua luz, a avozinha da menina apareceu clara e luminosa, muito linda e terna. - Vovó! - exclamou a criança. - Oh! leva-me contigo! Sei que desaparecerás quando o fósforo se apagar! Dissipar-te-ás, como as cálidas chamas do fogo, a comida fumegante e a grande e maravilhosa árvore de Natal! E rapidamente acendeu todo o feixe de fósforos, pois queria reter diante da vista sua querida vovó. E os fósforos brilhavam com tanto fulgor que iluminavam mais que a luz do dia. Sua avó nunca lhe parecera grande e tão bela. Tomou a menininha nos braços, e ambas voaram em luminosidade e alegria acima da terra, subindo cada vez mais alto para onde não havia frio, nem fome, nem preocupações - subindo para Deus. Mas na esquina das duas casas, encostada na parede, ficou sentada a pobre menininha de rosadas faces e boca sorridente, que a morte enregelara na derradeira noite do ano velho. O sol do novo ano se levantou sobre um pequeno cadáver. A criança lá ficou, paralisada, um feixe inteiro de fósforos queimados. - Queria aquecer-se - diziam os passantes. Porém, ninguém imaginava como era belo o que estavam vendo, nem a glória para onde ela se fora com a avó e a felicidade que sentia no dia do Ano Novo. Ilustrações: Rachel Isadora Disponível em: http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=23#ixzz2TCKldBfu. Acesso: 7.05.2013. 1 Esta é uma história de gente comum: Por quê? Possibilidade de resposta: Sim. É perfeitamente possível que este fato aconteça realmente, inclusive envolvendo personagens reais, como crianças moradoras de rua. 2 Por quem foi escrita? Resposta: Pelo escritor Hans Christian Andersen. 21
  • 24. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 22 língua portuguesa 3 Para que foi escrita? Possibilidade de resposta: Para entreter e emocionar os leitores. 4 Esse conto foi escrito no século XIX, entretanto nos faz refletir sobre questões importantes nos dias atuais? Quais são elas? Possibilidade de resposta: Sim, o conto nos faz pensar sobre a vida de milhares de crianças quem vivem o abandono, a miséria, a fome, a indiferença, a exclusão. DESAFIO Professor (a), para que os estudantes possam desenvolver essa atividade, organize a classe em grupos e peça-lhes que confeccionem cartazes que retratem situações semelhantes a do conto lido. Para isso, providencie folhas de papel pardo, ou cartolinas;pincéis atômicos,cola e tesoura, canetinhas, lápis de cor, revistas e jornais que possam ser recortados. Após a confecção dos cartazes, faça um debate na sala, envolvendo todos os estudantes, chamando-lhes a atenção para o assunto do texto. Oriente-os a perceberem o que podem fazer para ajudar a tornar a vida do próximo melhor. A sua tarefa agora é confeccionar cartazes que retratem situações semelhantes às vividas pela personagem do conto e, em seguida, discuti-las em classe. 22
  • 25. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 23 língua portuguesa aula 03 O que devo aprender nesta aula u Ler em voz alta com fluência e autonomia. u Ler contos literários observando forma, conteúdo, estilo e função social. u Produzir contos literários, observando os elementos constitutivos dos gêneros em estudo (forma, estilo e conteúdo) em função das condições de produção. Conceitos Personagens são seres que vivem as ações. Podem ser caracterizadas fisicamente (aparência, cor, idade, etc), através do que fazem (ações) ou do que o narrador diz sobre elas. Personagem principal, ou protagonista, é aquele em torno do qual se desenvolve o enredo. Enredo é a organização dos fatos e ações vividas pelos personagens, numa determinada ordem. Essa ordem pode ser linear, quer dizer, o que acontece antes vem contado antes, o que vem depois vem contado depois. Práticas de leitura e oralidade Leia o texto abaixo e, em seguida, responda às questões propostas: A vontade do falecido Stanislaw Ponte Preta Seu Irineu Boaventura não era tão bem-aventurado assim, pois sua saúde não era lá para que se diga. Pelo contrário, seu Irineu ultimamente já tava até curvando a espinha, tendo merecido, por parte de vizinhos mais irreverentes, o significativo apelido de “Péna-Cova”. Se digo significativo é porque seu Irineu Boaventura realmente já dava a impressão de que, muito brevemente, iria comer capim pela raiz, isto é, iam plantar ele e botar um jardinzinho por cima. Se havia expectativa em torno do passamento do seu Irineu? Havia sim. O velho tinha os seus guardados. Não eram bens imóveis, pois seu Irineu conhecia de sobra Altamirando, seu sobrinho, e sabia que, se comprasse terreno, o nefando parente se instalaria nele sem a menor cerimônia. De mais a mais, o velho era antigão: não comprava o que não precisava e nem dava dinheiro por papel pintado. Dessa forma, não possuía bens imóveis nem ações […]. A erva dele era viva. Tudo guardado em pacotinhos, num cofrão verde que ele tinha no escritório. Nessa erva é que a parentada botava olho grande […] principalmente depois que o velho começou a ficar com aquela cor de uma bonita tonalidade cadavérica. O sobrinho, embora mais mau-caráter do que o resto da família, foi o que teve a atitude mais leal, porque, numa tarde em que seu Irineu tossia muito, perguntou assim de supetão: - Titio, se o senhor puser o bloco na rua, pra quem é que fica o seu dinheiro, hein? O velho, engasgado de ódio, chegou a perder a tonalidade cadavérica e ficar levemente ruborizado, respondendo com voz rouca: - Na hora em que eu morrer, você vai ver, seu cretino. 23
  • 26. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 24 língua portuguesa Alguns dias depois, deu-se o evento. Seu Irineu pisou no prego e esvaziou. Apanhou um resfriado, do resfriado passou à pneumonia, da pneumonia passou ao estado de coma e do estado de coma não passou mais. Levou pau e foi reprovado.[…] - Bota titio na mesa da sala de visitas – aconselhou Altamirando; e começou o velório. Tudo que era parente com razoáveis esperanças de herança foi velar o morto. Mesmo parentes desesperançados compareceram ao ato fúnebre, porque estas coisas vocês sabem bem como são: velho rico, solteirão, rende sempre um dinheirão. Horas antes do enterro, abriram o cofrão verde onde havia sessenta milhões em cruzeiros, vinte em pacotinhos de “Tiradentes” e quarenta em pacotinhos de “Santos Dumont”: - O velho tinha menos dinheiro do que eu pensava – disse alto o sobrinho. E logo adiante acrescentava baixinho: - Vai ver, gastava com mulher. Se gastava ou não, nunca se soube. T omou-se – isto sim – conhecimento de uma carta que estava cuidadosamente colocada dentro do cofre, sobre o dinheiro. E na carta o velho dizia: “Quero ser enterrado junto com a quantia existente nesse cofre, que é tudo o que eu possuo e que foi ganho com o suor do meu rosto, sem a ajuda de parente vagabundo nenhum.” E, por baixo, a assinatura com firma reconhecida para não haver dúvida: Irineu de Carvalho Pinto Boaventura. Pra quê! Nunca se chorou tanto num velório sem se ligar para o morto. A parentada chorava às pampas, mas não apareceu ninguém com peito para desrespeitar a vontade do falecido. Estava todo o mundo vigiando todo o mundo, e lá foram aquelas notas novinhas arrumadas ao lado do corpo, dentro do caixão. Foi quase na hora do corpo sair. Desde o momento em que se tomou conhecimento do que a carta dizia, que Altamirando imaginava um jeito de passar o morto pra trás. Era muita sopa deixar aquele dinheiro ali pro velho gastar com minhoca. Pensou, pensou e, na hora que iam fechar o caixão, ele deu um grito de “pera aí”. Tirou os sessenta milhões de dentro do caixão, fez um cheque da mesma importância, jogou lá dentro e disse “fecha”. - Se ele precisar, mais tarde desconta o cheque no Banco. (Stanislaw Ponte Preta. Dois amigos e um chato. São Paulo, Moderna, 1986) Stanislaw Ponte Preta (1923 - 1968) Stanislaw Ponte Preta é pseudônimo de Sérgio Marcus Rangel Porto. Nasceu no Rio de Janeiro e desempenhou as profissões de, escritor, cronista, radialista e compositor brasileiro. Humorista dos mais importantes do Brasil, publicou livros de paródia e humor, entre eles, "A velhinha contrabandista" (1967). Stanislaw Ponte Preta nasceu no Rio de Janeiro. Stanislaw tinha carga horária de trabalho bastante elevada, cerca de 15 horas por dia escrevendo para o rádio e a televisão, além de revistas e jornais diversos. Morreu aos 45 anos, vítima de infarto. 1 Quem é o personagem principal do conto? Resposta: Seu Irineu Boaventura. 2 O conto possui outro(s) personagens? Qual(is)? Resposta: Seu sobrinho Altamirando. 24
  • 27. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 25 língua portuguesa 3 Como era seu Irineu Boaventura? Possibilidade de resposta: Seu Irineu Boaventura era um senhor idoso, muito doente e um tanto sovina. 4 Como era o relacionamento de Altamirando com o tio, seu Irineu Boaventura? Possibilidade de resposta: Altamirando não tinha nenhum sentimento por seu tio, apenas queria herdar o dinheiro que o velho possuía. 5 Que tipo de linguagem é utilizada no texto? Possibilidade de resposta: O contista usa uma linguagem descontraída, na qual predominam palavras e expressões populares. Professor (a), após a leitura do texto, converse com os estudantes sobre os personagens e as características de cada um. Ressalte as características físicas (doente, prestes a morrer) e também psicológicas (sovina, ou seja, pão-duro) do Seu Lineu Boaventura. Já o sobrinho Altamirando é descrito como uma pessoa interesseira e espertalhona. Fale-lhes também a respeito da linguagem utilizada pelo autor: totalmente informal, a mesma usada na conversa do dia-a-dia entre amigos e familiares. Explore também o vocabulário, conversando com os alunos sobre as palavras desconhecidas. PRÁTICAS DE ESCRITA E ANÁLISE LINGUÍSTICA - DESAFIO Agora você vai reescrever a sua produção inicial. Observe se está claro para o leitor quem é o personagem principal na história criada por você. Procure aprimorar suas características físicas, suas ações, pensamentos, atitudes e relacionamentos. Atente-se para o assunto que você criou em seu conto. 25
  • 28. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 26 língua portuguesa aula 04 Prática de oralidade Professor(a), neste caderno, estamos propondo uma retomada dos conteúdos/gêneros estudados ao longo do ano. O que devo aprender nesta aula uLer variados gêneros textuais, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos: • Formulação de hipóteses (antecipação e inferência. Para isso, sugerimos, aqui, alguns itens que exploram os gêneros trabalhados até o momento. Assim, as aulas 04 e 05, 09 e 10; 14 e 15; 19 e 20; 25 e 26; 29 e 30 devem ser dedicadas à resolução dos itens propostos e para uma reflexão acerca dos gabaritos e dos distratores de cada um deles. • Verificação de hipóteses (seleção e checagem). uDistinguir um fato da opinião relativa a esse fato. uEstabelecer a relação causa/conseqüência entre partes e elementos do texto. uIdentificar a finalidade de textos de diferentes gêneros. Assim, reserve um tempo para que os estudantes os resolvam e, em seguida, faça um comentário aprofundado de cada item deste, justificando seu gabarito e seus distratores. Práticas de leitura e análise linguítica Leia o texto abaixo e responda aos itens 1 e 2: O Camundongo da Cidade e o do Campo Esopo Um camundongo que morava na cidade foi, uma vez, visitar um primo que vivia no campo. Este era um pouco arrogante e espevitado, mas queria muito bem ao primo, de maneira que o recebeu com muita satisfação. Ofereceulhe o que tinha de melhor: feijão, toucinho, pão e queijo.O camundongo da cidade torceu o nariz e disse: - Não posso entender, primo, como você consegue viver com estes pobres alimentos. Naturalmente, aqui no campo, é difícil obter coisa melhor. Venha comigo e eu lhe mostrarei como se vive na cidade. Depois que passar lá uma semana, você ficará admirado de ter suportado a vida no campo.Os dois pusseramse, então, a caminho. Tarde da noite, chegaram à casa do camundongo da cidade. - Certamente você gostará de tomar um refresco, após esta caminhada, disse ele polidamente ao primo. Conduziu-o à sala de jantar, onde encontraram os restos de uma grande festa. Puseram-se a comer geleias e bolos deliciosos. De repente, ouviram rosnados e latidos. - O que é isto? Perguntou, assustado, o camundongo do campo. - São, simplesmente, os cães da casa, respondeu o da cidade. - Simplesmente? Não gosto desta música, durante o meu jantar. Neste momento, a porta se abriu e apareceram dois enormes cães. Os camundongos tiveram que fugir a toda pressa. - Adeus, primo, disse o camundongo do campo. Vou voltar para minha casa no campo. - Já vai tão cedo? perguntou o da cidade.- Sim, já vou e não pretendo voltar, concluiu o primeiro. Moral: Mais vale o pouco certo, que o muito duvidoso Disponível em: http://www.criancagenial.blogspot.com.br/2008/03/fbulas-de-esopo.html. Acesso em: 09.03.2013. 26
  • 29. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 27 língua portuguesa 1 O ratinho do campo foi embora porque (A) a comida da cidade era ruim. (B) o primo lhe ofereceu pouca comida. (C) ouviu uma música que não gostou. (D) ficou com medo da vida na cidade. Resposta: Alternativa D D8 – Estabelecer a relação causa/conseqüência entre parte e elementos do texto. 2 O que significa a palavra “espevitado”? (A) Mal- educado. (B) Levado. (C) Atencioso. (D) Educado. Resposta: Alternativa B D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão. 3 O problema do rato do mato terminou quando ele (A) descobriu a despensa da casa. (B) se empanturrou de comida. (C) se escondeu dos ratos. (D) decidiu voltar para o mato. Resposta: Alternativa D D7 – Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa. 4 No trecho “... De repente ouviram rosnados e latidos...”, a expressão sublinhada dá ideia de (A) causa. (B) explicação. (C) lugar. (D) tempo. Resposta: Alternativa D D12 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc. 27
  • 30. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 28 língua portuguesa Leia o texto abaixo e, em seguida, responda ao item 5. Depois que uma cidade havia sofrido vários terremotos, um casal mandou o filho para a casa de alguns parentes em outra cidade. Passados dois dias, o casal recebeu o seguinte telegrama dos parentes: “Enviamos criança. Enviem-nos terremoto.” Disponível em: nomundodojp.blogspot.com/2010_09_01_archive.htm. 5 Os parentes enviaram a criança de volta porque ela (A) morava em outra cidade. (B) era muito levada. (C) estava com saudades dos pais. (D) não queria ficar com os parentes. Resposta: Alternativa B D4 – Inferir uma informação implícita em um texto. aula 05 O que devo aprender nesta aula u Ler variados gêneros textuais, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos: • Formular hipóteses (antecipação e inferência). • Verificação de hipóteses (seleção e checagem). u Identificar o tema de um texto. u Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto etc.) u Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que eles foram produzidos e daquelas que serão recebidos. u Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros. u Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto. 28
  • 31. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 29 língua portuguesa Prática de leitura e análise linguística Leia o texto abaixo e responda ao item 1 Morre Lolong, um dos maiores crocodilos do mundo DE SÃO PAULO Morreu no domingo (10/2) um dos maiores crocodilos mantidos em cativeiro do mundo. Lolong, como era chamado, vivia em um parque na cidade de Agusan del Sur, nas Filipinas, e havia se tornado uma atração turística do parque ecológico de Bunawan. Capturado em setembro de 2011, o crocodilo de mais de seis metros de comprimento era suspeito de ter matado pelo menos uma pessoa nas regiões pantanosas onde foi encontrado. A missão para prendê-lo durou três semanas. Ainda não se sabe qual foi a causa da sua morte, mas Lolong foi encontrado com a barriga inchada e não estava comendo normalmente. De acordo com o jornal local "Philippine Daily Inquirer", a cidade agora pretende fazer um funeral e depois preservar o corpo do crocodilo e exibi-lo em um museu. "A cidade toda, a província toda está de luto", disse o prefeito de Agusan del Sur, Edwin Cox Elorde ao jornal. Ele disse ainda que os moradores da cidade trataram Lolong não como um monstro, mas como "um filho adotivo". Especialistas dizem que Lolong tinha cerca de 60 anos e poderia ter vivido mais 20. Ele pesava mais de uma tonelada e era da espécie Crocodylus porosus. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/1230096-morre-lolong-um-dos-maiores-crocodilos-do-mundo.shtml 1 O assunto desse texto é (A) a atração do parque ecológico de Bunawan. (B) a morte de um dos maiores crocodilos do mundo. (C) a longa missão para prender o maior crocodilo do mundo. (D) a captura de um crocodilo de mais de seis metros de comprimento. Resposta: Alternativa B D6-Identificar o tema de um texto. Leia o texto abaixo e, a seguir, responda ao item 2 Disponível em: http://www.google.com.br/search?q=tirinha%20calvin&bav. 29
  • 32. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 30 língua portuguesa 2 A expressão e a fala do menino no TERCEIRO QUADRINHO sugerem (A) Susto (B) Felicidade (C) Tristeza (D) Raiva Resposta: Alternativa A D5- Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto etc.) Leia o texto abaixo e, em seguida, responda ao item 3. Os Viajantes e o Urso Esopo Um dia dois viajantes deram de cara com um urso. O primeiro se salvou escalando uma árvore, mas o outro, sabendo que não ia conseguir vencer sozinho o urso, se jogou no chão e fingiu-se de morto. O urso se aproximou dele e começou a cheirar sua orelha, mas, convencido de que estava morto, foi embora. O amigo começou a descer da árvore e perguntou: -O que o urso estava cochichando em seu ouvido? -Ora, ele só me disse para pensar duas vezes antes de sair por aí viajando com gente que abandona os amigos na hora do perigo. Moral da história: A desgraça põe à prova a sinceridade e a amizade. Disponível em: http://pensador.uol.com.br/fabulas_de_esopo/ 3 O que deu origem aos fatos narrados nesse texto? (A) O primeiro viajante ter escalado a árvore. (B) Os viajantes darem de cara com o urso. (C) Um viajante fingir-se de morto. (D) O urso ter cheirado a orelha do viajante. Resposta: Alternativa B D7 – Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa. 30
  • 33. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 31 língua portuguesa Leia os textos abaixo e, a seguir, responda ao item 4. TEXTO 1 Planeta Azul Chitãozinho & Xororó A vida e a natureza sempre à mercê da poluição Se invertem as estações do ano Faz calor no inverno e frio no verão Os peixes morrendo nos rios Estão se extinguindo espécies animais E tudo que se planta, morre O tempo retribui o mal que a gente faz Onde a chuva caía quase todo dia Já não chove nada O sol abrasador rachando o leito dos rios secos Sem um pingo d'água. Quanto ao futuro inseguro Será assim de Norte a Sul A Terra nua semelhante à Lua O que será desse planeta azul? O que será desse planeta azul? O rio que desce às encostas já quase sem vida Parece que chora um triste lamento das águas Ao ver devastadas, a fauna e a flora É tempo de pensar no verde Regar a semente que ainda não nasceu Deixar em paz a Amazônia, preservar a vida Estar de bem com Deus. Disponível em: http://letras.mus.br/chitaozinho-e-xororo/45235/. 31
  • 34. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 32 língua portuguesa TEXTO 2 Disponível em: http://4.bp.blogspot.com/_c86iSNaPpt4/S- /natureza-morta.jpg 4 Esses dois textos tratam (A) da poluição dos rios. (B) do planeta azul (C) da destruição da natureza. (D) do corte de árvores. Resposta: Alternativa C D15-Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que eles foram produzidos e daquelas que serão recebidos. Leia o texto abaixo e, a seguir, responda ao item 5. Minha Cama Sérgio Capparelli Um hipopótamo na banheira molha sempre a casa inteira. A água cai e se espalha molha o chão e a toalha. E o hipopótamo: nem ligo estou lavando o umbigo. E lava e nunca sossega, esfrega, esfrega, esfrega a orelha, o peito, o nariz as costas das mãos, e diz: Agora vou dormir na lama pois é lá a minha cama! Disponível em: http://baudashistoriasepoemas.blogspot.com.br/2010/07/poemas-de-roseana-murray.html 32
  • 35. entos suem rando itura, 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 33 língua portuguesa 5 Em “Agora vou dormir na lama, pois é lá a minha cama!”, o termo destacado se refere (A) à banheira. (B) à casa inteira. (C) à lama. (D) ao chão. Resposta: Alternativa C D2 – Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto. Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero Objetivo geral •Ampliar os conhecimentos dos estudantes a respeito do gênero Contos Literários, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e análise linguítica. aula 06 O que devo aprender nesta aula uLer em voz alta com fluência e autonomia. uLer contos literários observando forma, conteúdo, estilo e função social. uProduzir contos literários, observando os elementos constitutivos dos gêneros em estudo (forma, estilo e conteúdo) em função das condições de produção. uIdentificar os elementos textuais que caracterizam o conto literário. Prática de oralidade Professor (a), apresente à classe o conto “Galinha ao molho pardo”, de Fernando Sabino, utilizando a antecipação como estratégia de leitura para despertar a curiosidade e as expectativas dos estudantes. Pergunte a eles se já comeram galinha ao molho pardo, o que esse título lhes sugere, o que acha que vai acontecer na história etc. Aproveite o momento para lhes dizer quem é Fernando Sabino. 33
  • 36. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 34 língua portuguesa Fernando Sabino nasceu em Belo Horizonte, no dia 12 de outubro de 1923. Desde que entrou na escola, tornou-se um leitor compulsivo: mais de uma vez, chegou em casa com um galo na testa, por bater com a cabeça num poste, caminhando com um livro aberto nas mãos. Aos 13 anos, escreveu seu primeiro trabalho literário, uma história policial publicada na revista Argus, da policia mineira. Em 1938, começa a escrever crônicas, artigos e contos. Seu primeiro livro, “Os Grilos não cantam mais”, saiu em 1941. Nos seus escritos, Fernando Sabino explorava o dia a dia com senso de humor, colhendo de fatos cotidianos, lições de vida, graça e beleza. Fernando Sabino morreu no Rio de Janeiro, em 11 de outubro de 2004, um dia antes de fazer 81 anos. Fonte: http://pt.shvoong.com/books/biography/2201563-vida-fernando-sabino/#ixzz2U3F81DU5 Prática de leitura Professor (a), inicie esta atividade, solicitando a leitura do conto abaixo. Em seguida, peça aos estudantes para socializarem os conhecimentos construídos até o momento. Para isso, divida a sala em pequenos grupos e proponha-lhes que conversem sobre os personagens e o enredo do conto lido. Após o trabalho, sistematize, com a classe, os elementos do texto narrativo e também o conceito de conto. Leia o texto abaixo e, em seguida, siga as orientações do(a) seu(sua) professor(a): Galinha ao molho pardo Fernando Sabino Ao chegar da escola, dei com a novidade: uma galinha no quintal. O quintal de nossa casa era grande, mas não tinha galinheiro, como quase toda casa de Belo Horizonte naquele tempo. Tinha era uma porção de árvores: um pé de manga sapatinho, outro de manga coração-de-boi, um pé de gabiroba, um de goiaba branca, outro de goiaba vermelha, um pé de abacate e até um pé de fruta-deconde. No fundo, junto do muro, um bambuzal. De um lado, o barracão com o quarto da Alzira cozinheira e um quartinho de despejo. Do outro lado, uma caixa de madeira grande como um canteiro, cheia de areia que papai botou lá para nós brincarmos. Eu brincava de fazer túnel, de guerra com soldadinhos de chumbo, trincheira e tudo. Deixei de brincar ali quando começaram a aparecer na areia uns montinhos fedorentos de cocô de gato. Os gatos quase nunca apareciam, a não ser de noite, quando a gente estava dormindo. De dia se escondiam pelos telhados. Tinham 34
  • 37. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 35 língua portuguesa medo de Hindemburgo, que era mesmo de meter medo, um pastor alemão deste tamanhão. Não sabiam que Hindemburgo é que tinha medo deles. Cachorro com medo de gato: coisa que nunca se viu. Quando via um gato, Hindemburgo metia o rabo entre as pernas e fugia correndo. Pois foi no quintal que eu vi a galinha, toda folgada, ciscando na caixa de areia. Havia sido comprada por minha mãe para o almoço de domingo: Dr. Junqueira ia almoçar em casa e ela resolveu fazer galinha ao molho pardo. Eu já tinha visto a Alzira matar galinha, uma coisa horrível. Agarrava a coitada pelo pescoço, agachava, apertava o corpo dela entre os joelhos, torcia com a mão esquerda a cabecinha assim para um lado, e com a direita, zapt! passava o facão afiado, abrindo um talho no gogó. O sangue esguichava longe. Ela aparava logo o esguicho com uma bacia, deixando que escorresse ali dentro até acabar. E a bichinha ainda viva, estrebuchando nas mãos da malvada. Como se fosse a coisa mais natural deste mundo, a Alzira me contou o que ia acontecer com a nova galinha. Revoltado, resolvi salvá-la. Eu sabia que o Dr. Junqueira era importante, meu pai dependia dele para uns negócios. Pois no que dependesse de mim, no domingo ele ia poder comer de tudo, menos galinha ao molho pardo. Era uma galinha branca e gorda, que não me deu muito trabalho para pegar. Foi só correr atrás dela um pouco, ficou logo cansada. Agachou-se no canto do muro, me olhou de lado como as galinhas olham e se deixou apanhar. Não sei se percebeu que eu não ia lhe fazer mal. Pelo contrário, eu pretendia salvar a sua vida. O certo é que em poucos minutos ficou minha amiga, não fugiu mais de mim. — O seu nome é Fernanda — falei então. E joguei um pouquinho de água na cabecinha dela: — Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, amém. Assim que escureceu, ela se empoleirou muito fagueira num galho da goiabeira, enfiou a cabeça debaixo da asa e dormiu. Então eu entendi por que dizem que quem vai para a cama cedo dorme com as galinhas. No dia seguinte era sábado, não tinha aula. Passei o tempo inteiro brincando com ela. Levei horas lhe ensinando a responder sim e não com a cabeça: — Você sabe o que eles estão querendo fazer com você, Fernanda? Ela mexia a cabecinha para os lados, dizendo que não. — Pois nem queira saber. Cuidado com a Alzira, aquela magrela de pernas compridas. É a nossa cozinheira. Ruim que só ela. Não deixa a Alzira nem chegar perto de você. Ela mexia com a cabecinha para cima e para baixo, dizendo que sim. — Estão querendo matar você para comer. Com molho pardo. Os olhinhos dela piscaram de susto. O corpo estremeceu e ali mesmo, na hora, ela botou um ovo. De puro medo. — Mas eu não vou deixar — procurei tranqüilizá-la, apanhando o ovo com cuidado, para enterrar na areia depois e ver se nascia pinto. E acrescentei: — Hoje não precisa de ter medo, que o perigo todo vai ser amanhã. Eu sabia que para fazer galinha ao molho pardo tinham de matar quase na hora, por causa do sangue, que era aproveitado para preparar o molho. — Vou esconder você num lugar que ninguém é capaz de descobrir. Junto do tanque de lavar roupa costumava ficar uma bacia grande de enxaguar. A Maria lavadeira só ia voltar na segunda-feira. Antes disso ninguém ia mexer naquela bacia. Assim que escureceu, escondi a Fernanda debaixo dela. Fiquei com pena de deixar a coitada ali sozinha: — Você se importa de ficar ai debaixo até passar o perigo? Ela fez com a cabeça que não. — Então fica bem quietinha e não canta nem cacareja nem nada. Principalmente se ouvir alguém andando aqui fora. Ela fez com a cabeça que sim. — Amanhã, assim que puder eu volto. Dorme bem, Fernanda. 35
  • 38. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 36 língua portuguesa Naquela noite, para que ninguém desconfiasse, jantei mais cedo e fui dormir com as galinhas. Na manhã de domingo me levantei bem cedo e fui dar uma espiada na Fernanda. Encontrei a pobrezinha mais morta do que viva debaixo da bacia. Mais um pouco e nem ia ser preciso a Alzira usar o facão. Não sei se por falta de ar, por causa da fome, da sede ou de tudo isto junto: ela estava deitada de bico aberto e os olhos meio fechados de quem já desistiu de viver. Água era fácil, eu trouxe um pouco numa tigelinha, despejei pelo bico adentro e ela se reanimou. Mas como arranjar comida sem chamar a atenção de ninguém? Ainda não tinham notado a falta da galinha, nem mesmo pensado em trazer alguma coisa para ela comer. Que diferença fazia? Se ia ser comida naquele dia mesmo? O jeito foi furtar um pouco do milho do Godofredo, que no seu poleiro, correntinha presa no pé, acompanhava tudo com ar intrigado. A galinha come milho e o papagaio leva a fama! — ele parecia dizer. No que tirei o milho, disparou a berrar: — Socorro! Socorro! Pega ladrão! O diabo do papagaio não gostava de mim, eu sabia. Era do Toninho, meu irmão, a quem dava o pé, todo lampeiro, e ainda abaixava a cabecinha para um cafuné. Ai de mim, se quisesse fazer o mesmo: me pespegava uma bicada na mão. — Cala a boca, Godofredo. — Cala a boca já morreu! Quem manda aqui sou eu! Joguei na cara dele o resto da água da tigelinha: — Toma, seu desgraçado, para você aprender. — Socorro! Socorro! Pega ladrão! — berrava ele, batendo as asas. Tamanho foi o escarcéu que o Godofredo aprontou, que acabou caindo do poleiro e fitou dependurado pelo pé. Foi o tempo de esconder a Fernanda debaixo da bacia e me escafeder correndo pelo porão adentro. A Alzira já batia os chinelos escada abaixo com suas pernas compridas, faca na mão, à procura da galinha. Ao ouvir aquele berreiro, veio ver o que estava acontecendo: — Que é que esse bicho tem? Não fala nada que preste e de repente destampa essa gritaria toda! O papagaio tentava com muito esforço voltar ao poleiro, subindo com a ajuda do bico pela própria correntinha e se balançando de um lado para outro. Olhava com raiva para a cozinheira, como a dizer: essa miserável nem para me dar uma mãozinha. Ela também não achava lá muita graça no Godofredo. Dizia que ele não servia para nada, só sabia sujar de titica o chão todo debaixo do poleiro, e ela é que tinha de limpar. — Que é que você quer, coisa ruim? Quem é que é ladrão? O bicho tinha conseguido com muita dificuldade empoleirar-se de novo, depois de despencar algumas vezes. Ofegante, entortou a cabecinha e encarou a cozinheira: — Sua galinha! Sua galinha! O Godofredo já havia xingado a Alzira de nomes feios, de modo que ela achou desaforo ser chamada de galinha. E respondeu no mesmo tom, brandindo o facão para o papagaio: — Galinha é você! Galinha verde! Lá do fundo escuro do porão, onde tinha ido me esconder, vi a Alzira olhar ao redor: — Por falar nisso, onde é que se meteu a galinha? Apavorado, ouvi o Godofredo gritar, com sua voz de currupaco-papaco: — Na bacia! Na bacia! Além do mais, era delator, o miserável. Dedo-duro, traidor, entregava ao carrasco o seu próprio semelhante (ou quase). Antes que fosse tarde, saí do meu esconderijo lá no porão, como quem não quer nada, vim me sentar na própria bacia. — Uai, que é que você estava fazendo ali escondido, Fernando? — Nada não... A cozinheira me olhava com ar de suspeita: — Boa coisa é que não há de ser. Alguma esse menino anda arrumando, com esse ar de cachorro que quebrou a panela. 36
  • 39. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 37 língua portuguesa — Na bacia! Na bacia! — o Godofredo berrava. — Cala essa boca, seu filhote de urubu! — gritei. — Na bacia! Na bacia! — ele continuava. — Que é que esse tagarela está falando? — perguntou a Alzira. — Está te chamando de nabacinha. — Nabacinha? Que quer dizer isso? — Quer dizer vagabunda — respondi, a cara mais séria deste mundo. A Alzira arregalou os olhos, ergueu no ar o facão: — Vagabunda? Está me chamando de vagabunda? Nabacinho é você, seu bicho ordinário! Não sei onde estou que não te corto o pescoço, asso no espeto e como, ouviu? E ainda chupo os ossinhos um por um! Ela correu de novo os olhos em torno: — Por falar em comer: quede a galinha? Já está na hora de fazer o almoço. Onde é que ela se meteu? — Não sei... — Você não estava brincando com ela ontem, menino? — Isso foi ontem. Hoje eu não a vi ainda — Será que fugiu? Ou alguém roubou? E ela olhou para o papagaio, cismada agora com o silêncio dele: — Vai ver que é por isso que esse nabacinho de uma figa estava gritando pega ladrão. Algum ladrão de galinha. Agarrei a ideia no ar, era a salvação: — Isso mesmo! Quando eu estava ali no quintal vi um homem passar correndo... Levava uma coisa escondida embaixo do paletó. Só podia ser a galinha. A Alzira não parecia acreditar muito na história. Pelo contrário, ficou mais desconfiada. E naquele exato momento a Fernanda resolve se mexer debaixo da bacia, fazendo um barulhinho na lata com o bico e com os pés. Continuei sentado e, para disfarçar, comecei a bater com os dedos na bacia como se tocasse tambor. A galinha deve ter entendido, pois logo ficou quieta. Mas a Alzira continuava com ar de desconfiança: — Esse menino está com um jeito muito velhaco. Sei não... Alguma ele andou fazendo. E saiu pelo quintal, à procura da galinha, olhando aqui e ali: nos galhos das árvores, atrás do barracão, no meio dos bambus. Depois foi contar para mamãe que a galinha havia sumido. Fui atrás, para o que desse e viesse. Escutei tudo. Mamãe torcia as mãos: — E agora, como vai ser? Como é que ela foi sumir assim, sem mais nem menos? — Sei lá — respondeu a Alzira: — Não acredito que tenham roubado, como diz o Fernando. Vai ver que saiu voando e pulou o muro. Bem que eu pensei em cortar as asas dela e me esqueci. Agora é tarde. E a cozinheira me apontou: — Para mim, a gente anda precisando de cortar as asas é desse menino. — Está quase na hora do almoço — disse minha mãe: — O Dr. Junqueira está para chegar de uma hora para outra, e como é que a gente vai fazer sem a galinha? O Domingos vai ficar aborrecido. Dali a pouco era o meu pai quem chegava da rua, trazendo o jornal de domingo debaixo do braço. Quando mamãe lhe deu a triste notícia, para surpresa minha e dela, ele não se aborreceu: — Faz outra coisa. Macarrão, por exemplo. O Dr. Junqueira é bem capaz de gostar de macarrão. E foi ler o jornal na varanda. Filho de italiano, quem gostava de macarrão era ele. E da macarronada que a Alzira fazia todo mundo gostava. Pois o Dr. Junqueira não só gostou, como repetiu duas vezes, para grande satisfação de mamãe. Papai abriu uma garrafa de vinho daquelas de cestinha de palha, e os dois a esvaziaram, depois de dar um pouquinho para mim e meus irmãos, com água e açúcar. Guardanapo enfiado no colarinho, o Dr. Junqueira limpou os bigodes, satisfeito: — Ainda bem que era essa macarronada tão boa. Eu estava com medo que fosse galinha. Se tem uma coisa que eu detesto é galinha. Principalmente ao molho pardo. Nem por isso senti que minha amiga Fernanda não estava mais condenada à morte. Mesmo porque, meu 37
  • 40. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 38 língua portuguesa pai gostava também de galinha, com ou sem o Dr. Junqueira. Por outro lado, ela não podia ficar escondida o resto da vida (eu não tinha a menor ideia de quanto tempo vivia uma galinha). E na manhã seguinte a Maria viria lavar roupa, ia descobrir a Fernanda encolhida debaixo da bacia. Depois que o almoço terminou e o Dr. Junqueira se despediu, fui lá perto do tanque fazer uma visitinha a ela, resolvido a ganhar tempo: — Você hoje ainda vai dormir aí, mas amanhã eu te solto, está bem? Ela fez que sim com a cabeça. Deixei água na tigelinha e mais um pouco de milho furtado de novo do Godofredo. Antes que o diabo do papagaio pusesse a boca no mundo eu avisei: — Se você falar alguma coisa, mando a Alzira fazer papagaio ao molho pardo para o jantar. Ele fez cara de quem comeu e não gostou, mas ficou calado, vai ver que pensando um jeito de se vingar. De manhãzinha, antes que a Maria lavadeira chegasse, fui até lá, levantei a bacia e peguei a Fernanda, procurei mamãe com ela debaixo do braço: — Olha só quem está aqui. Mamãe se espantou: — Uai, ela não tinha sumido? Onde é que você encontrou essa galinha, Fernando? De repente seus olhos se apertaram num jeito muito dela, quando entendia as coisas: havia entendido tudo. Antes que me passasse um pito, eu avisei: — Se tiverem de matar a minha amiga, me matem primeiro. Mamãe achou graça quando soube que ela se chamava Fernanda e resolveu não se importar com o que eu tinha feito, pelo contrário: deixou que a galinha passasse a ser um de meus brinquedos. Só proibiu que eu a levasse para dentro de casa. Fernanda me seguia os passos por toda parte, como um cachorrinho. E ela continuou minha amiga, até morrer de velha, não sei quanto tempo mais tarde. Só sei que alguns dias depois do almoço do Dr. Junqueira, mamãe comprou um frango. — Esse vai se chamar Alberto — eu disse logo. — Pois sim — disse minha mãe, e mandou que a Alzira tomasse conta do frango. No dia seguinte mesmo, no almoço, comemos o Alberto. Ao molho pardo. Disponível em: http://www.limacoelho.jor.br/vitrine/ler.php?id=9216. Prática de análise linguística Professor (a), o objetivo dessa atividade é analisar o tempo verbal empregado no conto. Para isso, discuta antes com os estudantes o conceito de verbo e de tempo verbal. Em seguida, peça-lhes que respondam a atividade abaixo, explicando-lhes que o conto foi escrito obedecendo à ordem linear dos fatos. É importante que o estudante perceba a função do verbo neste contexto. Releia o conto “Galinha ao molho pardo” e observe o tempo verbal e em que o texto foi escrito. Identifique, dentre os fatos abaixo, os que são contados no momento em que acontecem e os que já aconteceram. Em seguida, escreva nos espaços indicados passado ou presente, de acordo com o tempo em que o fato acontece. 1 Eu brincava de fazer túnel, de guerra com soldadinhos de chumbo, trincheira e tudo. Passado. 38
  • 41. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 39 língua portuguesa 2 Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, amém. Presente. 3 Assim que escureceu, ela se empoleirou muito fagueira num galho. Passado. 4 Procurei tranqüilizá-la, apanhando o ovo com cuidado. Passado. 5 Nabacinho é você, seu bicho ordinário. Presente. 6 Só sei que alguns dias depois do almoço do Dr. Junqueira, mamãe comprou um frango. Passado. DESAFIO Retome novamente seu conto e observe o tempo verbal utilizado: A história narrada já aconteceu? Os verbos estão no passado? Há algum verbo no presente? Caso o tempo verbal não tenha sido corretamente empregado, este é o momento de aprimorá-lo. Vamos lá? 39
  • 42. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 40 língua portuguesa aula 07 O que devo aprender nesta aula uLer em voz alta com fluência e autonomia. uLer, contos literários, observando forma, conteúdo, estilo e função social. uProduzir contos literários, observando os elementos constitutivos dos gêneros em estudo (forma, estilo e conteúdo) em função das condições de produção. uIdentificar os elementos textuais que caracterizam o conto literário. Prática de oralidade Professor (a), divida a turma em duplas, peça que extravasem os sentimentos provocadas pelo conto e relatem experiências semelhantes vividas por eles ou por pessoas conhecidas. Percorra os grupos para observar as impressões e os comentários dos estudantes e ajudá-los nas reflexões sobre os recursos utilizados pelo escritor para tornar a história tão interessante, a ponto de envolver o leitor. O que você sentiu durante a leitura do conto da aula passada? Converse com os colegas sobre isso. É bom compartilhar o que sentimos. Práticas de leitura e análise linguística Conceito Conto é uma obra de ficção que cria um universo de seres e acontecimentos, de fantasia ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um narrador, personagens, espaço, tempo, ponto de vista e enredo: Espaço - É o local onde acontecem os fatos, onde as personagens se movimentam. Existe o espaço “físico”, que é aquele que caracteriza o enredo, e o “psicológico”, que retrata a vivência subjetiva dos personagens. Tempo - Caracteriza o desencadear dos fatos. É constituído pelo cronológico, que, como o próprio nome diz, é ligado a horas, meses, anos, ou seja, marcado pelos ponteiros do relógio e pelo calendário. Quando não há esses marcadores, dizemos que o tempo é indeterminado. Desfecho - É a solução do conflito produzido pelas ações dos personagens. Narrador – é quem conta a história. Ele pode ser: • Uma das personagens da história; • Aquele que só observa o que acontece e conta. • Aquele que além de contar o que acontece, dá opinião, faz comentários, se intromete na história. Adaptado: http://www.mundoeducacao.com.br/redacao/os-elementos-texto-narrativo.htm 40
  • 43. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 41 língua portuguesa Professor(a), sistematize o conceito de conto e os elementos da narrativa, solicitando aos estudantes que retomem o seguinte trecho do conto em estudo: Releia este trecho do conto em estudo e responda às questões abaixo: “Ao chegar da escola, dei com a novidade: uma galinha no quintal. O quintal de nossa casa era grande, mas não tinha galinheiro, como quase toda casa de Belo Horizonte naquele tempo.” 1 Quem é o narrador do conto “Galinha ao molho pardo”? Possibilidade de resposta: o narrador é o menino Fernando, um dos personagens do conto. 2 Nesse conto, o narrador apresenta os fatos da história em um espaço bem delineado. Onde ocorrem os fatos? Possibilidade de resposta: Em Belo Horizonte, Minas Gerais, na casa onde o narrador viveu quando criança. 3 Diferentemente do que ocorre com o espaço, o tempo, neste conto não é bem definido. Só sabemos que a história ocorreu quando Fernando era criança. Que expressões no texto indicam que o tempo em que os fatos acontecem é indeterminado? Possibilidade de resposta: “naquele tempo”, “alguns dias depois do almoço”. 4 Qual é o desfecho do conto? Possibilidade de resposta: O desfecho do conto ocorre quando a mãe de Fernando permite que ele fique com a galinha e compra outro frango para o almoço da família. DESAFIO Agora você vai analisar o conto em estudo mais detalhadamente. Observe o quadro abaixo e responda ao que se pede. Personagens: Quem são os personagens do conto? Quais as características de cada um? Quem recebe o maior destaque? Por quê? Enredo: quais os principais acontecimentos desta história? Indique-os com suas palavras na sequência em que aparecem no texto. 41
  • 44. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 42 língua portuguesa Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero Objetivo geral • Sistematizar os conhecimentos dos estudantes a respeito do gênero conto literário, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e análise lingüística. aula 08 O que devo aprender nesta aula u Reformular os textos produzidos com base na reescrita orientada pelo professor, considerando sua finalidade, os possíveis leitores e as características do gênero. Prática de oralidade Professor (a), chegou o momento de os estudantes reescreverem o conto que foi produzido ao longo dessas aulas. Para tanto, faça–lhes alguns questionamentos: • O que você achou do nosso estudo sobre contos? • Esse nosso estudo ajudou você a produzir seu conto? • Você gostou do conto que escreveu? Acha que precisa melhorá-lo? Prática de leitura Professor (a), nesse momento escolha um conto, dentre os produzidos por seus alunos, e faça uma leitura para a classe. Não precisa divulgar o nome do estudante que o produziu. Posteriormente, você retomará as características que foram estudadas e juntamente com os estudantes observará se elas se fazem presentes no nesse conto. Paralelamente à análise, peça-lhes que observem em seus próprios conto, as características discutidas e analisadas. Inclusive os tempos verbais empregados. Para proceder a essa análise, escreva esses questionamentos no quadro-giz: • Os elementos da narrativa estudados estão presentes neste texto? • Com base no que estudamos sobre conto, quais os principais fatos da sua história? • Qual é o fato que dá origem à sua história? • Qual(is) o (s) tempos verbais utilizados no seu conto? Observe se você os empregou corretamente. 42
  • 45. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 43 língua portuguesa DESAFIO Professor(a), um bom texto vem de um rascunho e passa por sucessivas versões, até chegar ao produto final. Desse modo, é muito importante incentivar os estudantes a uma atitude crítica em relação às suas produções iniciais. É fundamental que eles entendam que a atividade de reescrita lhes proporcionará observar o que precisa ser melhorado nos seus textos. Retome mais uma vez a sua produção e observe os elemetos estudados: Onde se passa a história? Quando ela acontece? Quem é o narrador? Quem são os personagens? Aprimore os elementos que você considerar que não foram bem empregados em seu texto. aula 09 O que devo aprender nesta aula u Ler variados gêneros textuais, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos: • Formulação de hipóteses (antecipação e inferência). • Verificação de hipóteses (seleção e checagem). u Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato. u Estabelecer a relação causa/conseqüência entre partes e elementos do texto. u Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc. u Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados. u Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações. Leia o texto abaixo e, em seguida, responda aos itens 1 e 2. Primos e primas Roseana Murray Um primo é o mais levado de todos. Na venda da esquina o avô tem conta. Tudo é assim: na conta do avô. Os primos todos, às vezes escondidamente, pegam uma bala na conta. O primo exagerou: dez latas de leite condensado para a garotada da rua. Foi uma festa e no fim do mês uma surra. O primo levado nem liga, vai só inventando artes. Solta os passarinhos da gaiola. Ou então alguma horrível maldade. Uma bomba amarrada no rabo do gato. Fim do ano: o primo sério, uniforme engomado, sorriso amarelo. Conseguiu passar de ano. Formatura da escola primária. MURRAY, Roseana Kligerman. Retratos. 11. Ed. Belo Horizonte: Miguilim, 2003. Adaptado. 43
  • 46. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 44 língua portuguesa 1 Quem tem conta na venda da esquina? (A) O primo. (B) A garotada (C) O avô. (D) Os primos. Resposta: Alternativa C D1-Localizar informação explícita em um texto. 2 O primo levou uma surra no fim do mês porque (A) só fica inventando artes. (B) comprou dez latas de leite condensado na conta do avô. (C) solta os passarinhos da gaiola. (D) pegou uma bala, escondido, na conta do avô. Resposta; Alternativa B D8 – Estabelecer relação de causa/consequência entre partes e elementos do texto. Leia o texto abaixo e, em seguida, responda aos itens 3 e 4. 3 Na frase: “Tia Maria, quando era criança, um dia se atrasou na saída da escola...”, a palavra quando dá ideia de (A) causa. (B) tempo. (C) explicação. (D) comparação. Resposta: Alternativa B D12 - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc. 44
  • 47. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 45 língua portuguesa 4 O que torna esse texto engraçado é o fato de Tia Maria (A) atrasar-se para a escola. (B) conversar com um fantasma. (C) ter medo de andar sozinha no cemitério. (D) ver outra menina atravessar o cemitério. Resposta: Alternativa B D13 – Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados. Leia o texto abaixo e, em seguida, responda ao item 5 Disponível em:http://blogdoxandro.blogspot.com.br/2009/12/tiras-n741menino-maluquinho-ziraldo.html 5 O uso do negrito e de letras maiúsculas no último quadrinho indica que o personagem está (A) cochichando. (B) pensando. (C) gritando. (D) cantando. Resposta: Alternativa C D14 – Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações. 45
  • 48. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 46 língua portuguesa aula 10 O que devo aprender nesta aula u Ler variados gêneros textuais, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos: • Formulação de hipóteses (antecipação e inferência). • Verificação de hipóteses (seleção e checagem). u Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto. u Estabelecer a relação causa/conseqüência entre partes e elementos do texto. u Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros. u Identificar o tema de um texto. u Estabelecer ralações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto. Leia o texto abaixo e, em seguida, responda ao item 1. 1 A linguagem utilizada neste texto é (A) técnica. (B) culta. (C) científica. (D) coloquial. Resposta: Alternativa D D10 – identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto. Leia o texto abaixo e, em seguida, responda ao item 2 Pega varetas 1) Podem jogar 2 ou mais jogadores. 2) Tirar na sorte para decidir quem inicia o jogo.O segundo jogador será o sentado à sua esquerda e assim sucessivamente. 3) Segurar verticalmente as varetas, soltando-as sobre a mesa ou chão e dar inicio ao jogo. 46
  • 49. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 47 língua portuguesa 4) O jogador deverá levantar vareta por vareta sem mover nenhuma das outras, pois se movê-las, perderá o direito de continuar a jogar. Se isso acontecer, cederá as varetas a outro aluno que procederá da mesma maneira. A única vareta auxiliar, que pode ser utilizada para ajudar a mexer nas outras é a de cor preta. 5) Terminado o jogo, cada um deve contar as suas varetas e verificar quantos pontos fez. 6)Pontuação: Verde – 5; Azul – 10; Amarelo – 15; Vermelho – 20; Preto – 50 Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=14882. 2 Este texto serve para (A) ensinar uma receita. (B) dar uma notícia. (C) fazer um alerta. (D) ensinar uma regra de jogo. Resposta: Alternativa D D9 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros. Leia o texto abaixo e, em seguida, responda ao item 3. A girafa é muda? Uma das muitas coisas estranhas da girafa é que lhe falta a voz... Pois mesmo apresentando órgãos fonadores, a girafa raramente emite sons. Foi sempre tão raro ouvir a sua voz que se supunha que a girafa fosse muda. Mas já se sabe que, mesmo silenciosa, ela pode produzir uma variedade de grunhidos, emitindo alguns sons breves, semelhantes a gemidos ou discretos gritos de chamada. Ela não possui propriamente cordas vocais, isto é, ela tem cordas vocais menores, chamadas pregas vocais, como todos os animais. O som é grave e abafado... Dizem que lembra o som de um carneiro ou ovelha... Disponível em: htttp://WWW.girafamania.com.br/girafas/anatomia.html. 3 O assunto do texto é (A) as cordas vocais da girafa. (B) As pregas vocais da girafa. (C) os sons emitidos pela girafa. (D) os sons do carneiro e da ovelha. Resposta: Alternativa C D6 – identificar o tema de um texto. 47
  • 50. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 48 língua portuguesa Leia o texto abaixo e, em seguida, responda aos itens 4 e 5. A gulosa disfarçada Um homem casara com excelente mulher, dona de casa arranjadeira e honrada, mas muito gulosa. Para disfarçar seu apetite fingia-se sem vontade de alimentar-se sempre que o marido a convidava nas refeições. Apesar desse regime, engordava cada vez mais e o esposo admirava alguém poder viver com tão pouca comida. Uma manhã resolveu certificar-se se a mulher comia em sua ausência. Disse que ia para o trabalho e escondeu-se num lugar onde podia acompanhar os passos da esposa. No almoço, viu-a fazer umas tapiocas de goma, bem grossas, molhadas no leite de coco, e comê-las todas, deliciada. Na merenda, mastigou um sem número de alfenins finos, branquinhos e gostosos. Na hora do jantar matou um capão, ensopouo em molho espesso, saboreando-o. À ceia, devorou um prato de macaxeiras, enxutinhas, acompanhando-as com manteiga. Ao anoitecer, o marido apareceu, fingindo-se fatigado. Chovera o dia inteiro e o homem estava como se estivesse passado, como realmente passara, o dia à sombra. A mulher perguntou: — Homem, como é que trabalhando na chuva você não se molhou? O marido respondeu: — Se a chuva fosse grossa como as tapiocas que você almoçou, eu teria vindo ensopado como o capão que você jantou. Mas a chuva era fina como os alfenins que você merendou e eu fiquei enxuto como as macaxeiras que você ceou. A mulher compreendeu que fora descoberta em seu disfarce e não mais escondeu o seu apetite ao marido. Disponível em: http://www.jangadabrasil.com.br/revista/setembro82/es8200902.asp. Acesso em: 20.05.2013. 4 Releia o trecho: “Na merenda, mastigou um sem número de alfenins finos, branquinhos e gostosos. Na hora do jantar matou um capão, ensopou-o em molho espesso, saboreando-o. À ceia, devorou um prato de macaxeiras, enxutinhas, acompanhando-as com manteiga”. A expressão destacada refere-se (A) à manteiga. (B) às macaxeiras. (C) à merenda. (D) à ceia. Resposta: Alternativa B D2 – Estabelecer ralações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto. 5 No trecho “Ao anoitecer, o marido apareceu, fingindo-se fatigado.”, a palavra fatigado significa (A) cansado. (B)agitado. (C) confuso. (D) nervoso. Resposta: Alternativa A D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão. 48
  • 51. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 49 língua portuguesa Júri simulado Professor (a), para as próximas 10 aulas estamos propondo o estudo do gênero oral: júri simulado, por meio de atividades que permitam aos estudantes desenvolver uma visão crítica sobre os fatos, opinando, argumentando e fundamentando pontos de vista. Além disso, as atividades propostas objetivam aprimorar as capacidades de ouvir e respeitar as opiniões alheias, ainda que não se concorde com elas. Assim, o gênero em questão propõe que os alunos desenvolvam a oratória e pode ser um grande aliado de seminários em sala de aula. Que nossas aulas sejam repletas de interação, motivadas por discussões acerca do tema proposto: o trabalho infantil. Levantamento dos conhecimentos prévios/Introdução ao estudo do gênero Objetivo geral •Diagnosticar os conhecimentos dos estudantes a respeito do gênero júri simulado, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita, através de debates realizados em sala de aula sobre a temática trabalho infantil. aula 11 O que devo aprender nesta aula u Ler variados textos, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos: • Formulação de hipóteses (antecipação e inferência). • Verificação de hipóteses (seleção e checagem). u Formular e responder perguntas u Manifestar-se e acolher opiniões. u Opinar diante das várias posições sustentadas pelo grupo. Prática de oralidade Professor (a), estimule a participação dos alunos nesta atividade. Apresente-lhes algumas questões do cotidiano e peça-lhes que opinem, justifiquem e argumentem o seu ponto de vista. Discuta, com seus (suas) colegas e professor (a), as questões abaixo: • O aluno não fez tarefa de casa. Como explicar ao professor? • Como justificar aos pais uma nota baixa em determinada disciplina? • Como argumentar à direção da escola sobre a importância de realizarem a Hora do Conto na pracinha que fica nas proximidades da escola? • Como pedir ao(à) colega uma ajuda, depois de ter-lhe negado um favor? 49
  • 52. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 50 língua portuguesa Conceito A argumentação é um recurso que tem como propósito convencer alguém, para que esse tenha a opinião ou o comportamento alterado. Sempre que argumentamos, temos o intuito de convencer alguém a pensar como nós. No momento da construção textual, os argumentos são essenciais, esses serão as provas que apresentaremos, com o propósito de defender nossa ideia e convencer o leitor de que essa é a correta. Disponível em: http://www.brasilescola.com/redacao/a-argumentacao.htm. Acesso em 20 de maio de 2013. Professor (a), com o objetivo de antecipar o assunto do texto “Negócio de menino com menina”, apresente aos estudantes as questões norteadoras abaixo. Em seguida, proponha-lhes a leitura do texto: • Você acha que tudo na vida tem um preço? Por quê? • O que você acha de prender pássaros em gaiolas? Por quê? • Como você chegou a essas conclusões? • Se alguém discordar de você, como você defenderá sua opinião? Prática de leitura Leia atentamente o texto abaixo e, em seguida, responda ás questões que se seguem: Negócio de menino com menina Ivan Ângelo — Não senhor. O menino, de uns dez anos, pés no chão, vinha andando pela estrada de terra da fazenda com a gaiola na mão. Sol forte de uma hora da tarde. A menina de uns nove anos ia de carro com o pai, novo dono da fazenda. Gente de São Paulo. Ela viu o passarinho na gaiola e pediu ao pai: — Olha que lindo! Compra pra mim? O homem parou o carro e chamou: — Ô menino. O menino voltou, chegou perto, carinha boa. Parou do lado da janela da menina. O homem: — Este passarinho é pra vender? - Não Senhor. O pai olhou para a filha com uma cara de deixa pra lá. A filha pediu suave como se o pai tudo pudesse: — Fala pra ele vender. O pai, mais para atendê-la, apenas intermediário: — Quanto você quer pelo passarinho? — Não tou vendendo não senhor. A menina ficou decepcionada e segredou: — Ah, pai, compra. Ela não considerava, ou não aprendera ainda, que negócio só se faz quando existe um vendedor e um comprador. No caso, faltava o vendedor. Mas o pai era um homem de negócios, águia da Bolsa, acostumado a encorajar os mais hesitantes ou a virar a cabeça dos mais recalcitrantes: — Dou dez mil. 50
  • 53. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 51 língua portuguesa — Não senhor. — Vinte mil. — Vendo não. O homem meteu a mão no bolso, tirou o dinheiro, mostrou três notas, irritado. — Trinta mil. — Não tou vendendo, não, senhor. O homem resmungou "que menino chato" e falou pra filha: — Ele não quer vender. Paciência. A filha, baixinho, indiferente às impossibilidades da transação: — Mas eu queria. Olha que bonitinho. O homem olhou a menina, a gaiola, a roupa encardida do menino, com um rasgo na manga, o rosto vermelho de sol. — Deixa comigo. Levantou-se, deu meia–volta, foi até lá. A menina procurava intimidade com o passarinho, dedinho nas gretas da gaiola. O homem, maneiro, estudando o adversário: — Qual é o nome deste passarinho? — Ainda não botei nome nele, não. Peguei ele agora. O homem, quase impaciente: — Não perguntei se ele é batizado não, menino. É pintassilgo, é sabiá, é o quê? — Aaaah. É bico-de-lacre. A menina, pela primeira vez, falou com o menino: — Ele vai crescer? O menino parou os olhos pretos nos olhos azuis. — Cresce nada. Ele é assim mesmo, pequenininho. O homem: — Canta? — Canta nada. Só faz chiar assim. — Passarinho besta, hein? — É. Não presta pra nada, é só bonito. — Você pegou ele dentro da fazenda? — É. Aí no mato. — Essa fazenda é minha. Tudo que tem nela é meu. O menino segurou com mais força a alça da gaiola, ajudou com a outra mão nas grades. O homem achou que estava na hora e falou já botando a mão na gaiola, dinheiro na outra mão. — Dou quarenta mil! Toma aqui. — Não senhor, muito obrigado. O homem, meio mandão: — Vende isso logo, menino. Não tá vendo que é pra menina? — Não, não tou vendendo não. — Cinquenta mil! Toma! — e puxou a gaiola. Com cinquenta mil se comprava um saco de feijão, ou dois pares de sapatos, ou uma bicicleta velha. O menino resistiu, segurando a gaiola, voz trêmula. — Quero não senhor. Tou vendendo não. — Não vende por que, hein? Por quê? O menino acuado, tentando explicar: — É que eu demorei a manhã todinha pra pegar ele e tou com fome e com sede, e queria ter ele mais um pouquinho. Mostrar pra mamãe. O homem voltou para o carro, nervoso. Bateu a porta, culpando a filha pelo aborrecimento. — Viu no que dá mexer com essa gente? É tudo ignorante, filha. Vam’bora. O menino chegou pertinho da menina e falou baixo, pra só ela ouvir: 51
  • 54. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 52 língua portuguesa — Amanhã eu dou ele pra você. Ela sorriu e compreendeu. (Ivan Ângelo. O ladrão de sonhos e outras histórias. São Paulo: Ática, 1994. p. 9-11.) Texto: Negócio de menino com menina de Ivan Ângelo. Disponível em http://obras.acompanha.editorasaraiva.com.br/reader/books/portugues_prof/OEBPS/part02_cha03.html. Acesso em 20 de maio de 2013. VOCABULÁRIO águia (figurado): pessoa de grande talento e perspicácia, notável. encorajar: dar coragem a, animar, estimular. greta: fenda, abertura estreita. hesitante: que hesita, indeciso, vacilante. intermediário: que está de permeio, que intervém, mediador, árbitro. maneiro: hábil, jeitoso. recalcitrante: obstinado, teimoso. transação: combinação, ajuste, operação comercial. Professor (a), retome as questões da prática de oralidade e questione os alunos se, após a leitura do texto, mudaram de opinião e por quê. A seguir, peça que respondam às questões abaixo: 1 Por que a menina queria o passarinho? Possibilidade de resposta: Simplesmente porque o achou lindo. 2 Por que ela acha que o pai poderia comprar-lhe o passarinho, mesmo ele não estando à venda? Possibilidade de resposta: Porque acha que o pai, por ser rico, pode fazer –lhe todas as vontades. 3 Como o pai da menina tentou convencer o menino a vender o passarinho? Possibilidade de resposta: O pai da menina tenta convencer o menino a vender o pássaro oferecendo quantias cada vez maiores de dinheiro. 4 Que argumento o menino utilizou para não vender o passarinho? Possibilidade de resposta: O menino lhe diz que o pássaro não está à venda; que demorou a manhã toda para pegá-lo, que estava cansado e queria mostrá-lo à sua mãe. 52
  • 55. 5ano - linguaportuguesa -02abril2013 - professor_Layout 1 28/08/2013 16:59 Page 53 língua portuguesa PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO Professor(a), neste desafio, espera-se que os estudantes expliquem o porquê de sua escolha. Eles poderão utilizar os argumentos das personagens para enriquecer os seus. Quem você acha que está com a razão: o pai da menina em querer comprar o pássaro para a filha, ou o menino, em não querer vendê-lo? Escolha um dos dois personagens e defenda a sua atitude, com argumentos coerentes e convincentes. aula 12 O que devo aprender nesta aula u Ler variados textos, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos: • Formulação de hipóteses (antecipação e inferência). • Verificação de hipóteses (seleção e checagem). u Dialogar sobre o trabalho infantil, utilizando argumentos coerentes para sustentar a posição defendida. Prática de oralidade Professor (a), a partir dessa aula, exploraremos o tema “trabalho infantil”. Antes de apresentar os textos selecionados, inicie a discussão acerca desta temática. Estabeleça o debate em sala de aula, perguntando se algum aluno trabalha. Em caso positivo onde e por quê. Em caso negativo, o que os alunos pensam sobre trabalhar na idade em que estão. Não se esqueça de intervir nas respostas incompletas, solicitando aos alunos que expressem suas opiniões de forma completa. Além das questões abaixo, utilize outras que você achar pertinente para nortear o debate: • Você trabalha? Que tipo de trabalho desenvolve? • Você acha que criança deve trabalhar? Por quê? • As crianças devem ajudar os pais em casa? Como?Por quê? 53