2. Arte Medieval - influências
A arte da primeira parte da Idade Média, séculos V ao XI, reflete
ainda a grande influência da cultura romana e do cristianismo.
A Europa em formação busca uma expressão cultural e artística
próprias, porém influenciada por quatro matrizes artísticas:
a) Herança clássica grego-romana: soluções
arquitetônicas, concepções de uso dos
espaços, colunas, capitéis etc.
b) Cristianismo: oferece temas
religiosos como nova
abordagem para a arte, que
até então ocupava-se ora de
temas seculares, ora pagãos.
Pintura cristã em catacumba
romana. Século III
3. Arte Medieval - influências
c) Influência oriental: a partir de Bizâncio,
que dominou boa parte das penínsulas
itálica e ibérica, com suas cruzes
gregas, cúpulas de templos e mosaicos
dourados.
d) Elementos decorativos dos povos
bárbaros: joias, armas e outros objetos
ricamente decorados. Difundem a arte
em metais e as pedrarias.
Fíbula
Coroa votiva visigoda. Séc. VII
4. Arte Medieval – período carolíngio
Domínio da península itálica e de quase
toda a Europa Ocidental e Central pelos
francos, sob o comando de Carlos Magno.
Promoveu o
Renascimento
Carolíngio, entre os
séculos VIII e fim do
X.
Desenvolvimento da
arquitetura, das
abóbadas, dos arcos.
Interior da Capela de Aix-la-Chapelle. Alemanha, séc. VIII
5. Arte Medieval – período carolíngio
Interior da Capela de Aix-la-Chapelle.
Alemanha, séc. VIII
6. Arte Medieval – período carolíngio
Carlos Magno transforma sua
corte num importante centro de
arte e cultura. Tal projeto era
parte importante de um projeto
político muito mais amplo e
ambicioso, de renovação do
império romano.
Imperador Carlos Magno. 742 a 814
d.C.
7. Arte Medieval – arte românica
Após a morte de Carlos Magno, a arte deixa de ser
monopolizada pela corte e se difunde nos mosteiros.
A produção intelectual mais importante ocorre nas bibliotecas dos
mosteiros. O surgimento de novas ordens monásticas ajuda a
distribuir a produção intelectual e artística por toda a Europa.
A regra beneditina prescrevia ocupação intelectual e manual –
com maior ênfase nas atividades manuais.
O trabalho do campo estava destinado aos camponeses.
Restava aos religiosos todo tipo de artesanato, artes e
invenções.
8. Arte Medieval – arte românica
No início da Idade Média, a maioria das famílias aristocratas
tinha algum membro residindo nos mosteiros, onde o trabalho
criativo ocorria sob rígida organização e com divisão de trabalho.
Desta forma, pessoas privilegiadas e de alta formação intelectual
participaram diretamente da produção arquitetônica, artística e
literária da época.
Copiar e ilustrar
manuscritos eram
importantes atividades
monásticas.
Monges copistas
9. Arte Medieval – arte românica
Arte românica: monástica e aristocrática. Constituída
principalmente de arquitetura e escultura.
Igrejas: grandes dimensões e ricamente adornadas.
Igreja de
Póvoa,
Portugal. Séc.
XI e XII
10. Arte Medieval – arte românica
Valores da religião cristã permeiam todos os aspectos da vida.
Concepção teocêntrica: Deus como centro do universo e medida
de tudo. Igrejas representam presença física de Deus na terra.
Constituem-se no centro em torno do qual tudo devia gravitar.
Catedral de
Saint-
Trophime,
França. Séc.
11. Arte Medieval – arte românica
Tímpano do portal da Catedral de Saint-Trophime, França. Séc. XII
12. Arte Medieval
Arte românica era monástica e aristocrática, o que demonstra
a
associação entre o clero e a nobreza. Entre as duas classes
prevalecia uma relação de lealdade e reciprocidade – embora
às vezes velada.
Os poderosos abades mantinham-se tão distantes do povo
como os senhores feudais. O poder é exercido por uma
soberba nobreza hereditária. A arte concebida nos mosteiros
é, portanto, aristocrática.
13. Arte Medieval
Arte canônica: a Idade Média desconhece a ideia de
progresso. Ao contrário, as aristocracias secular e clerical se
esforçam por manter as tradições. A produção artística,
portanto, é cercada de regras que deviam ser seguidas
rigidamente.
Toda a ciência e arte, todo pensamento, toda vontade tinham
relação de dependência direta da suprema autoridade da
igreja. Cultura autoritária e coerciva.
14. Arte Medieval
A Reforma de Cluny: movimento moralizador atuante entre os
séculos X e XII, liderado pela Ordem de Cluny, visando
combater a liberalidade de costumes na Igreja.
É a partir do século X, portanto, que a Igreja consolida a
cultura medieval: o clero produz uma tendência apocalíptica
de escapismo do mundo e premente anseio de morte.
Mantém o espírito dos homens em constante excitação
religiosa, pregando sobre o fim do mundo e o Juízo Final.
17. Arte Medieval
Arte românica se caracteriza por um abstracionismo
estereotipado, de tendências emocionais e expressionistas.
As personagens exibem poses quase de marionetes.
Pietro Cavallini (1273–1308) > O Juízo Final
20. Arte Medieval
Herrad de Landsberg
(1130–1195).
Autorretrato - 1180
21. Bibliografia
FERNÁNDEZ, A.; BARNECHEA, E.; HARO, J. Historia del arte.
Barcelona, Ed. Vicens-Vives, 1998
HAUSER, Arnold. História social da arte e da literatura. São Paulo,
Martins Fontes, 2000
VENTURI, Lionello. História da crítica de arte. Lisboa, Ed. 70, 2007