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CONHECIMENTOS DAS ADOLESCENTES RELATIVAMENTE ÀS IMPLICAÇÕES
DA GRAVIDEZ NA ÁREA DE BENGO - ANGOLA




            MARTINS DA SILVA1, MC BEZUIDENHOUT2, JE TJALLINKS2


       1 Instituto superior de Ciências da Saúde, Universidade Agostinho Neto
                2 University of South Africa, Department of Health Study


RESUMO
A presente tese consiste de um estudo descritivo com um delineamento quantitativo,
não-experimental e contextual, que tem' por objectivo descrever os conhecimentos das
adolescentes sobre as implicações da gravidez. O estudo foi realizado na província do
Bengo, mais concretamente na escola do Bairro da Açucareira, e a amostra foi
constituída por 100 adolescentes, do género feminino, na faixa etária dos 13 aos 19
anos de idade. Para a selecção da amostra foi usada uma abordagem aleatória
simples. Para a recolha de dados foi usado um questionário estruturado com perguntas
fechadas. Os dados obtidos levam a pesquisadora à seguinte conclusão: há
necessidade de se elaborarem programas de formação sobre as consequências da
gravidez, não só para as adolescentes, mas também para os professores e pais, uma
vez que as respondentes indicaram que os professores eos pais seriam as pessoas
ideais para este tipo de conversa; por outro lado, e de extrema importância, há
necessidade de atendimento específico para adolescentes nos centros de saúde e
hospitais da província. A falta de diversão para os adolescentes na província também é
um aspecto que merece atenção por parte do governo da Província do Bengo.
TERMOS     CHAVE:      Adolescência.     Adolescente.   Conhecimentos.     Gravidez   na
adolescência.




                                       Página 1 de 27
1 INTRODUÇÃO
1.1 Considerações gerais
Segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) das Nações Unidas,
preparado em Fevereiro de 2004, com dados do ano 2000, a mulher africana em idade
reprodutiva tem 175 vezes mais probabilidade de morrer durante o parto do que as
mulheres dos países desenvolvidos. Com efeito, segundo o mesmo relatório, 95% das
529.000 mortes de mães durante o parto registadas no ano de 2000 ocorreram na
África e na Ásia. No mesmo ano, a taxa de mortalidade entre as mães da África
Subsariana foi de 920 para cada 100.000. Nos países desenvolvidos foi de apenas 20,
e na América Latina e no Caribe de 190 (http://www.216.109.124.987search/ cache?ei=
UTF -8&fr).
A directora executiva da UNICEF, Carol Bellamy, afirma no mesmo relatório que muitas
mortes durante o parto ocorrem devido ao atraso em reconhecer que há um problema,
pelas dificuldades da mãe em chegar a uma instituição hospitalar ou em receber um
atendimento de qualidade. O dierctor da OMS, Lee Jong-Wook, afirma ainda no mesmo
relatório que “muitas mulheres tem seus filhos sozinhas ou com membros da família e
sem assistência de profissionais qualificados que tenham condioçoes de lidar com
complicações       no   parto.   “(http://www.216.109.124.987search/cache?ei=UTF-
8&fr,14.09.206).
As elevadas taxas de mortalidade registadas na África Subsariana, além de serem uma
tragédia para a própria mulher, constituem também uma tragédia para a família e para
a comunidade, pois a mulher que morre durante o parto, geralmente deixa pelo menos
dois filhos órfãos. Por este motivo, torna-se necessário e urgente que se tomem
medidas que visem não só a redução da morbimortalidade materna, mas que visem
também a conscientização das adolescentes no que concerne a sexualidade segura.
Sarmento (1990) (em http://www.virtualpsy.org/infantil/gravidez.html.) reforça que a
vivência da maternidade durante a adolescência torna-se mais complicada, pois as
exigências que aparecem na busca da identidade da adolescente, acrescentam-se a
grande exigência do "tornar-se mãe". Este quadro pode ser mais grave quando ocorre
num ambiente menos favorável, onde a adolescente se defronta com outras condições.


                                    Página 2 de 27
Por exemplo, uma adolescente de classe baixa que engravida, encontra maiores
dificuldades devido as suas condições socioeconômicas precárias e, muitas vezes, a
falta de apoio da própria família e do parceiro.
Nas zonas rurais, as jovens na realidade, não tem uma verdadeira infância e muito
menos uma verdadeira adolescência. Devem começar a trabalhar muito cedo para que
elas e suas famílias possam sobreviver (Halbe et ai em http://www.drcarlos.med.br/
sa‫ת‬de adol.html).
É do conhecimento geral que o número de adolescentes que engravidam está a
aumentar progressivamente e em idades cada vez mais precoces, pois a idade da
menarca tem-se adiantado por volta de quatro meses por década do século XX, sendo
que a idade média para que ocorra é de 12,5 a 13,5 anos, expondo a adolescente a
engravidar cada vez mais cedo (http://www.virtualpsy.org/infantil/gravidez.html).
As lições em sexualidade são primeiro ensinadas pelos pais que tem a
responsabilidade primária de providenciar educação sexual aos seus filhos (Synovitch
et ai 2002:163-173).
À medida que as crianças iniciam a escola primária e secundária, a responsabilidade
alarga-se para incluir então os professores. Também a comunidade tem a obrigação de
providenciar programas de educação sexual de forma a fornecer aos adolescentes
conhecimentos relativamente a uma saúde reprodutiva segura para que estes possam
tomar decisões informadas com relação ao seu comportamento sexual e ao seu futuro.
Os serviços de saúde reprodutiva são considerados como os componentes mais
essenciais de uma abordagem detalhada em saúde com o fim de reduzir a morta/idade
materna e infantil. O conceito de saúde reprodutiva encontra-se centrado nas
necessidades de desenvolvimento do ser humano. A saúde reprodutiva foi definida
pela Organização Mundial de Saúde (OMS 1998:14) como um estado de total bem¬
estar físico, mental e social e não, puramente, a ausência de doença ou enfermidade
em todos os aspectos relacionados com o sistema reprodutivo e as suas funções e
processos (Rita et ai 2004:15).
O campo de saúde reprodutiva encontra-se repleto de questões pouco claras.
Relacionamentos complicados e eventos ou fenómenos de desenvolvimento moroso


                                       Página 3 de 27
produziram falhas no entendimento completo de questões que têm um impacto na
saúde reprodutiva. Este estudo de pesquisa foi iniciado dada a percepção de que
existia uma aparente falha em conhecimento, que poderia explicar os altos números de
adolescentes que ficam grávidas e que não conseguem fazer face às consequências
de terem filhos durante a adolescência.
Os resultados das gravidezes na adolescência são:
•      físicos: biológicos
•      Psicológicos: cognitivos; emocionais ou afectivos

      Sociais, económicos
A revisão da literatura revelou os conceitos significantes, indicados a seguir,
relacionados com o tópico de pesquisa, ou seja, conhecimentos das adolescentes
sobre as implicações da gravidez e que podem ser reflectidos individualmente, ou em
combinação, no processo de conhecimentos das adolescentes sobre as implicações da
gravidez.
Segue-se a discussão de cada um dos conceitos envolvidos no tópico do presente
estudo. Esta discussão refere-se, dentro da medida do possível, às definições,
características e resultados pertinentes e abrangidos pelos fenómenos presentemente
estudados.
Os conceitos relacionados com o tópico em questão e identificados na revisão da
literatura são os seguintes:
•      conhecimento
•      adolescência
•      adolescente
•      saúde reprodutiva
•      gravidez na adolescência




                                      Página 4 de 27
1.2 Saúde Reprodutiva em Angola
Os direitos reprodutivos baseiam-se no reconhecimento do direito básico de todos os
casais e indivíduos de decidirem livre e responsavelmente sobre se desejam ou não ter
filhos, sobre o número de filhos que desejam ter, quando os querem ter e com que
frequência. Envolve o direito de dispor de informações e de meios para tomar estas
decisões, assim como o direito de alcançar o mais alto nível de saúde sexual e
reprodutiva. Também inclui o direito de tomar decisões relativas à reprodução sem
sofrer discriminação, coacções nem violência (Conferência das Nações Unidas sobre a
População, realizada no Cairo em 1994 e a Conferência Mundial da Mulher, realizada
em Beijing, em 1995).
O Governo de Angola é signatário do Programa de Acção que seguiu a Conferência do
Cairo realizada em 1994, sobre Políticas e Normas de Saúde Sexual e Reprodutiva.
Consequentemente formulou uma estratégia para o sucesso desse programa: a
redução da pobreza, implementação de acções imediatas visadas à redução da
morbilidade e mortalidade materno-infantil, o uso de contraceptivos, a prática de
planeamento familiar e a promoção da saúde sexual e reprodutiva, bem como a
escolha livre para as mulheres, adolescentes e adultos com relação a uma melhor vida
sexual.
À luz desta magna estratégia, o Ministério da Saúde tem vindo a desenvolver uma série
de actividades com vista a reduzir a morbimortalidade materna e neonatal e criou, a
nível da província de Luanda, o Comité de Monitorização de Mortes Maternas.


1.3 Gravidez na adolescência
A consideração da gravidez na adolescência deve levar em conta tanto a imaturidade
do corpo adolescente (sob o ponto de vista biológico) para uma gravidez, como a
imaturidade emocional da adolescente como pessoa, considerando a identificação e
envolvimento de muitos aspectos da vida, como estudos, trabalho e auto-sustento
(Furlani, em www.jimena.net. acessado a 18.07.2005).
Fraser et al., (2006:12), usam o termo "gravidez na adolescência", o que quer dizer
uma gravidez precoce, uma vez que as definições descritas anteriormente são

                                    Página 5 de 27
unânimes em afirmar que durante, a fase da adolescência, ocorrem uma série de
transformações físicas emocionais, psicológicas e sociais. Assim, a gravidez não é
meramente uma entidade biológica mas também um fenómeno construído socialmente.
É fácil entender que, num organismo em franco desenvolvimento físico, endócrino e
psicológico, a gestação, parto, puerpério e lactação possam ter resultados de longo
alcance. Apesar disso, o mundo vem assistindo a uma crescente onda de mães muito
jovens.
Segundo Ballone (2003:5), a gravidez na adolescência é, portanto, um problema que
deve ser levado muito a sério e não deve ser subestimado, assim como deve ser
levado a sério o próprio processo do parto. Este pode ser dificultado por problemas
anatómicos comuns da adolescente, tais como o tamanho e conformidade da pelve e a
elasticidade dos músculos uterinos. Para além disso existem os temores, a falta de
informação e as fantasias da criança que agora se torna mãe, além dos
importantíssimos elementos psicológicos e afectivos que podem, possivelmente, estar
presentes.
A gravidez na adolescência é um evento complexo, pluricausal, que pode comprometer
o projecto de vida e, por vezes, a própria vida. Vários factores são apontados como
contribuindo para a ocorrência da gestação na adolescência, destacando-se entre eles:
factores biológicos, factores de ordem familiar, factores sociais, factores psicológicos e
a contracepção.
Factores Biológicos: os factores biológicos envolvem desde questões relacionadas
com a ocorrência da menarca até ao aumento do número de adolescentes na
população geral. Sendo a menarca a resposta orgânica que reflecte a interacção dos
vários segmentos do eixo neuroendócrino feminino, quanto mais cedo esta ocorrer
mais exposta estará a adolescente à gestação (Baldwin & Cain 1980, em
http://www.brazilpednesws. org.br/set2001/bnpar101.htm).
Factores de ordem familiar: o contexto familiar tem uma relação directa com a época
em que se inicia a actividade sexual. Assim sendo, as adolescentes que iniciam uma
vida sexual precocemente ou engravidam nesse período, geralmente vêm de famílias
cujas mães também iniciaram uma vida sexual precoce ou engravidaram durante a


                                      Página 6 de 27
adolescência. De qualquer modo, quanto mais jovens e imaturos os pais, maiores as
possibilidades de desajuste e desagregação familiar.
Factores sociais: as atitudes individuais são condicionadas tanto pela família quanto
pela sociedade. A sociedade tem passado por profundas mudanças na sua estrutura,
com a tendência para aceitar melhor a sexualidade na adolescência, o sexo antes do
casamento e também a gravidez na adolescência. Portanto, os tabus, as inibições e os
estigmas diminuíram e a actividade sexual e as gravidezes na adolescência
aumentaram.    (McCabe     &   Cummins      1998;     Moderado   &   Lyra   1999     em
http://www.brazilpednesws. org.br/set2001/bnpar101.htm). Dependendo do contexto
social em que a adolescente está inserida, a gravidez pode ser encarada como um
evento normal, não problemático e aceite dentro das suas normas e costumes.
Dentre os factores que contribuem para que ocorram as gravidezes adolescentes em
grande número destacam-se a falta de perspectivas futuras entre os jovens de uma
classe social mais baixa, que acabam vislumbrando num filho a oportunidade de terem
um projecto de vida, que Ihes proporciona a oportunidade de construírem uma
identidade, uma vez que não conseguem inserir-se na vida profissional. Outras
condições também identificadas entre a população que engravida neste período
incluem lares desestruturados e um baixo nível de comunicação entre pais e filhos.
Testa (1992) acessado através de (http://www.bireme.br/bvs/adolec/p/cadernos/
capitulo/cap23/cap23.htm), destaca também outro factor que contribui para a alta
incidência de gravidezes precoces: uma vez que se tornou natural que adolescentes
entre as idades de 10 a 12 anos de idade, já tenham uma noção da sua própria
sexualidade, talvez este facto as leve a considerarem-se aptas ou prontas para uma
gravidez aos 15 ou 16 anos. Contudo, na maioria das vezes, estas meninas não
apresentam uma estrutura física adequada para a gravidez, nem estão preparadas
emocional, social, física e culturalmente para ter um filho e assumir responsabilidade
pelo mesmo.




                                     Página 7 de 27
1.4 Factores psicológicos e contracepção
Durante a adolescência, a utilização de métodos contraceptivos não ocorre de modo
eficaz e tal está vinculado conclusivamente a factores psicológicos inerentes a este
período: a adolescente nega a possibilidade de engravidar e essa negação é tanto
maior quanto menor a faixa etária. O encontro sexual é mantido de forma casual, onde
os participantes não assumem responsabilidade com relação à sua sexualidade e ao
uso de contraceptivos. A gravidez e o risco de engravidar podem também estar
associados a uma menor auto-estima, a um funcionamento familiar inadequado ou à
menor qualidade de actividades empreendidas durante os tempos livres. A falta de
apoio e afecto por parte da família podem induzir a jovem na busca de uma
maternidade precoce como meio para conseguir um afecto incondicional, talvez a sua
família própria, reafirmando assim o seu papel de mulher (McAnarney & Hendee 1989;
Stevens-Simões     et   al.,    1996     em    http://www.brazilpednesws.org.br/set2001/
bnpar101.htm,).
Estudos realizados sobre a gestação na adolescência em vários países mostraram que
as adolescentes têm conhecimento sobre os métodos anticoncepcionais mas não os
utilizam por várias razões. O desafio que se apresenta aos profissionais de saúde e
aos educadores é de associar este conhecimento a uma mudança efectiva no
comportamento sexual das adolescentes, visando o sexo seguro (http://www.bireme.
br/bvs/adolec/p/cadernos/capitulo/cap23/ cap23.htm, 10-03-2005).
Segundo    Testa   (1992)      (em   http://www.bireme.br/bvs/adolec/p/cadernos/capitulo/
cap23/cap23.htm, 10.03.2005), a paternidade e a maternidade entre adolescentes nos
anos 70, eram e ainda são identificadas como um problema de saúde pública. O
prognóstico formulado naquela altura era de que as taxas iriam declinar por meio da
educação sexual dos adolescentes, do acesso a métodos contraceptivos e do aborto
legalizado. No entanto, não obstante o facto de que a taxa de nascimentos nos Estados
Unidos seja hoje menor do que nos anos 50, a redução da gravidez na adolescência
não tem sido significante desde os anos 70. Entre 1986 e 1989, essa taxa, com relação
à população adolescente, aumentou em 15% (National Center for Health Statistics,
1991; Apud Testa 1992). Esse aumento da taxa vem preocupando os peritos que
efectuam testes e propõem várias intervenções.

                                       Página 8 de 27
Singh (1998:11) destaca que desde a segunda metade da década de 80, a saúde do
adolescente em geral, e a gravidez na adolescência em particular, tornaram-se
assuntos de relevância no campo da saúde pública, em especial nos países
desenvolvidos, gerando perspectivas diversas a partir de vários campos disciplinares,
em especial a demografia, a medicina, a epidemiologia e a psicologia social.


2     DESÍGNIO E FINALIDADE DO ESTUDO
O estudo tem como desígnio propor estratégias visadas à promoção da redução da
gravidez precoce em adolescentes em Angola. A finalidade do estudo foi de explorar o
conhecimento que as adolescentes na província do Bengo em Angola têm
relativamente às implicações da gravidez.
Os objectivos do estudo foram
•     analisar os conhecimentos das adolescentes na             província      do   Bengo
relativamente às implicações da gravidez
•     recomendar directrizes às escolas e aos profissionais de saúde sobre programas
de educação em saúde para adolescentes.
      2.1    Questão de pesquisa
O presente estudo respondeu à seguinte questão de pesquisa com vista a alcançar os
objectivos do mesmo:
•     Que conhecimentos as adolescentes da província do Bengo, em Angola,
possuem sobre as implicações da gravidez?




                                     Página 9 de 27
3 METODOLOGIA
3.1 População e método de amostragem
A população é o grupo total de pessoas ou elementos que se enquadram num critério
determinado estabelecido pelo pesquisador (Polit et       al., 2004:438). Este grupo é
também designado por população alvo.
o critério para inclusão ou exclusão deve ser claramente especificado. Neste estudo a
população alvo foram todas as adolescentes na faixa etária entre os 13 e 19 anos de
idade, matriculadas e que frequentavam as aulas nos períodos da manhã e da tarde na
escola do II° nível de ensino, do Bairro da Açucareira na Província do Bengo, Angola, a
maior escola na cidade de Caxito situada na província do Bengo, e a escola que
oferecia maior número de classes.


3.2 Critério de inclusão
o critério de inclusão é definido como "as características que os respondentes devem
possuir de forma a serem incluídos no estudo" (Burns & Grove 2005:343). As
respondentes incluídas no presente estudo tinham que
•     ser estudantes do género feminino
•     pertencer ao grupo etário entre os 13 e os 19 anos de idade

     ser estudantes matriculadas e frequentar as aulas nos períodos da manhã e da
tarde em efectivo na respectiva escola.


3.3   Método de amostragem
A amostra refere-se ao processo de seleccionar um número de indivíduos a partir da
população alvo designada, de tal forma que os indivíduos na amostra representem
quanto   mais   possível   as   características   de   toda   a   população   do   estudo
(LoBiondo¬Wood & Haber 2001 :142). A vantagem de se seleccionar uma amostra é
que desta forma se torna menos dispendioso e se poupa tempo em vez de se fazer a
recolha de informação a um grande número de respondentes. Portanto, a amostra
seleccionada deve ter características semelhantes à população do estudo de forma a


                                     Página 10 de 27
permitir a generalizabilidade dos resultados para representar a população (Burns &
Grove 2005:453).
Existem dois tipos de amostragem, nomeadamente a amostragem probabilística e a
não probabillstica (Brink 2006: 126). No presente estudo utilizou-se tanto a amostragem
probabillsfica como a não probabilística. As respondentes foram seleccionadas através
da amostragem probabillstica e o local da pesquisa foi seleccionado através da
amostragem não probabillstica.


3.4 Amostragem dos respondentes
Nesta pesquisa, foi utilizada a abordagem de amostragem aleatória simples. A
selecção da amostra para a pesquisa foi discutida com o estaticista. A pesquisadora
identificou 100 alunas adolescentes na referida escola que foram seleccionadas para
participarem no estudo. Utilizou-se uma amostragem aleatória simples para assegurar
que cada respondente tivesse uma oportunidade igual de ser escolhida.
As amostras aleatórias simples são extraídas usando uma técnica básica de
amostragem probabilística. As participantes são seleccionadas aleatoriamente a partir
do grupo de amostragem. Cada uma destas participantes é listada separadamente e
portanto tem uma oportunidade igual de ser incluída neste estudo. As características
principais de uma amostra aleatória simples são conforme se indica a seguir (Polit et
al., 2004: 230):
•      Envolve um processo de selecção de uma fase única.
•      Cada respondente tem uma oportunidade igual e independente de ser escolhido.
•      A população acessível ou população do estudo pode ser identificada e listada.
Para usar esta técnica, a pesquisadora teve que seguir certos passos:
•      Definir a população.
•      Criar um quadro ou uma estrutura de amostras.
•      Calcular o tamanho da amostra.
•      Designar um número consecutivo de identificação a cada elemento na estrutura
da amostra.


                                     Página 11 de 27
Foram solicitadas, à direcção da escola, as listas de todas as estudantes matriculadas
na escola do II° nível de ensino nos períodos da manhã e da tarde e que efectivamente
assistiam às aulas. A partir destas listas foi seleccionado cada quinto nome (só foram
seleccionados nomes do género feminino), até que se atingiu um total de 100
respondentes na faixa etária dos 13 aos 19 anos de idade, independentemente do seu
nível de escolaridade.


3.5 Local da amostragem
Existem 15 escolas secundárias na cidade de Caxito na província do Bengo. A
pesquisadora contactou o Delegado Provincial de Educação para a província do
Bengo, que lhe sugeriu que utilizasse a maior escola secundária na cidade de Caxito,
província do Bengo. Foram contactadas todas as escolas e solicitada autorização para
se realizar a pesquisa. Somente uma escola, a escola do II° nível na área do Bairro da
Açucareira, respondeu à solicitação. Esta escola foi, portanto, convenientemente
escolhida pela pesquisadora, uma vez que se encontrava "disponível" na altura da
realização do estudo.


3.6. Tamanho da amostra
Dado o âmbito limitado do presente estudo, foi utilizada uma amostra constituída por
100 respondentes. As alunas adolescentes que frequentavam o II° nível escolar
constituía um grupo heterógeno uma vez que tinham diferentes origens étnicas e se
enquadram em diferentes meios socioeconómicos, tinham normas culturais e crenças
culturais diferentes, e tinham idades diferentes.


3.7    Recolha de dados
A recolha de dados é um processo sistemático que permite ao pesquisador fazer a
recolha de informações relevantes para fins de alcançar o desígnio e objectivos da
pesquisa. O instrumento usado para a recolha de dados depende do plano ou
delineamento da pesquisa (Burns & Grove 2005:421). Neste estudo, os dados foram
recolhidos através de uma entrevista estruturada administrada pela pesquisadora. Uma

                                      Página 12 de 27
entrevista proporciona dados de qualidade sobre o que as pessoas estão a fazer ou a
pensar sobre um fenómeno (Polit & Beck 2004:241).


3.8 Considerações éticas
A pesquisadora solicitou e obteve autorização para a realização do estudo por parte do
Comité de Ética e de Pesquisa do Departamento de Estudos de Saúde, Unisa (anexo
E); dos Ministérios de Saúde e de Educação da província do Bengo; e do Director da
escola onde se realizou a pesquisa, e os pais ou encarregados de educação assinaram
o termo de consentimento (consultar os anexos A e B).


3.9 Análise dos dados
Os dados foram analisados por um estaticista do Departamento de Informática da
UNISA, que utilizou o programa informático SPSS Versão 13.0 para a análise dos
mesmos. Para a análise e síntese dos dados do presente estudo usou-se a estatística
descritiva e inferencial, que incorpora as tabelas de frequência, percentagens e testes
de correlação. Foram também usados testes simples de associação para identificar os
relacionamentos entre as variáveis, incluindo as frequências. Os testes simples de
associação foram também usados para identificar os relacionamentos entre as
variáveis incluindo as frequências, Qui-quadrado para comparar as médias e o Teste T.




                                    Página 13 de 27
4 RESULTADOS



As conclusões, com base na análise dos dados obtidos através de 100 entrevistas face
a face com adolescentes do género feminino no Distrito de Bengo em Angola, serão
apresentadas de acordo com os objectivos que orientaram o estudo.


4.1 Secção A: Dados biográficos


Os dados biográficos explorados no presente estudo incluíram a idade e atendimento
escolar, que podem influenciar os conhecimentos das adolescentes relativamente à
gravidez.


A maior parte das respondentes, 27,0%, tinha 17 anos ou mais; 49,0% tinha
frequentado a escola por 8 anos ou mais; 34,0% estava na 5 a classe ou inferior.
Somente 27,0% das respondentes tinha 17 anos de idade e tinha um número médio de
anos de escolaridade; assim, algumas destas respondentes eram alfabetizadas e
sabiam ler e entender os programas de educação sobre saúde e a literatura
relacionada com as implicações da gravidez precoce ou da gravidez indesejada.


4.2 Secção B: Dados demográficos


Os dados demográficos explorados neste estudo incluíram os grupos étnicos
linguísticos e a afiliação religiosa.


Das respondentes, 60,0% pertencia ao grupo étnico linguístico Kimbundo e
54,0% seguia a religião católica. De acordo com Andrews e Boyle (2003:466), a
religião católica tem princípios relacionados com a reprodução: o primeiro tem a
ver com o planeamento familiar: o princípio básico é que o acto conjugal deve
ser um acto em que se dá amor e potencialmente se dá uma criança ao mundo.
Segundo esta religião, só são aceitáveis os métodos naturais de contracepção,
tais como, a abstinência, o método da temperatura, e o método da ovulação;

                                        Página 14 de 27
em segundo lugar, e com relação ao aborto, o aborto directo é considerado
sempre moralmente errado. A Igreja Católica Romana ensina a santidade de
toda a vida humana, mesmo da criança que está ainda por nascer, a partir da
hora em que esta foi concebida. Para além disso, no caso dos grupos étnicos
indígenas, existem muitas vezes crenças, práticas e valores rígidos com
relação à sexualidade e ao comportamento sexual. Um estudo realizado no
Brasil com diferentes grupos étnicos, por exemplo, identificou a prática muito
frequente de sexo anal, tanto entre homem e homem, como entre homem e
mulher. Também entre os adolescentes o sexo anal é comum, especialmente
com vista a evitar a gravidez indesejada e a ruptura do hímen - ainda
considerado um sinal importante da pureza sexual das jovens.


4.3 Secção C: Práticas/hábitos sexuais


Das respondentes, 32,0% indicou ter tido a primeira menstruação com a idade
de 13 anos; 34,0% indicou nunca ter tido relações sexuais; 50,0% indicou
utilizar a camisinha durante o acto sexual.



O facto de que metade das respondentes utiliza a camisinha como um método
de contracepção ilustra que receberam alguma informação relativamente à
prevenção da gravidez, mas o facto de se envolverem em relacionamentos
sexuais enquanto ainda na escola, é uma questão que causa preocupação.


De acordo com Helman (2007:160), os padrões do comportamento sexual são
importantes na transmissão de várias doenças. Quando a promiscuidade é
comum




probabilidade de contágio de doenças de transmissão sexual, tais como a gonorreia, a
sífilis e o VIH.


                                      Página 15 de 27
4.4 Secção D: Percepções sobre as consequências da gravidez


Nesta secção as respostas variaram em termos das várias possibilidades da resposta,
e assim:
Das respondentes, 56,0% considerava um risco engravidar com 13 anos de idade,
64,0% considerava-se preparada para engravidar aos 20 anos de idade ou mais;
98,0% respondeu que não sabia quais os problemas de saúde que poderiam sobrevir
caso engravidasse agora; 100,0% respondeu "Não sei" relativamente aos problemas
de saúde que o bebé poderia ter; 81,0% considerou que o não ter dinheiro para
sustentar o bebé constituía um problema; 56,0% conversaria com a mãe caso
engravidasse agora.


Fraser, Cooper e Noite (2006:22) informam que a África do Sul tem um nível muito alto
de gravidez na adolescência, sendo a idade média da mãe de cerca de 18 anos.
Muitas mães adolescentes apresentam um risco de desenvolver complicações tais
como desordens hipertensivas e complicações intraparto. Para além disso, deve-se
destacar que a mortalidade e morbidade entre bebés nascidos a essas mães
aumentou. Para muitas mães adolescentes a gravidez e a maternidade significam a
conclusão precoce da sua educação, que tem como consequência a redução em
oportunidades profissionais e aumenta a probabilidade de acabarem por ser excluídas
da sociedade e por viver na pobreza.


4.5 Secção E: Conhecimentos sobre o desenvolvimento dos sistemas sexual e
      reprodutivo e da sexualidade segura


A maior parte das respondentes (94,0%) revelou saber em que idade se desenvolvem
os sistemas sexual e reprodutivo; 77,0% afirmou que a camisinha é o método mais
conhecido para a prevenção da gravidez; 86,0% considerou que a falta de acesso à
clínica ou aos serviços de planeamento familiar constituía a razão para a gravidez entre
adolescentes; 93,0% gostaria de obter mais informação sobre como evitar a gravidez;


                                       Página 16 de 27
83,0% indicou que os professores seriam as pessoas indicadas para Ihes dar
informação sobre a sexualidade.


5. CONCLUSÕES


Com base nos resultados obtidos extraíram-se as seguintes conclusões:


5.1 Secção A: Dados biográficos


Pode-se constatar que as adolescentes que deviam ter terminado o ensino médio aos
17 anos ou mais se encontram ainda numa escola do 2° nível.



A maioria das respondentes encontra-se a frequentar a escola há 8 anos ou mais, o
que pressupõe haver um elevado número de reprovações ou entrada tardia para a
escola. A maioria das respondentes encontra-se na 5a classe ou menos, o que reforça
a suposição mencionada no parágrafo anterior.


5.2 Secção B: Dados Demográficos


Neste estudo constatou-se que a maioria das respondentes pertence ao grupo étnico
linguístico Kimbundo, o que corresponde com a localização geográfica (norte) da
província do Bengo.


A maioria das respondentes professa a religião católica, o que corresponde com a
realidade do país onde 38.0% da população professa a religião católica.


5.3 Secção C: Prática/Hábitos Sexuais


A maioria das respondentes teve a sua primeira menstruação aos 13 anos de idade,
dentro dos parâmetros normais para o aparecimento da primeira menstruação.

                                    Página 17 de 27
A maioria das respondentes indicou nunca ter tido qualquer tipo de relações sexuais;
contudo, a maioria indicou fazer uso da camisinha durante as relações sexuais,
Constata-se aqui uma contradição nos dados apresentados, o que sugere que houve,
por vezes, omissão da verdade por parte das respondentes.



5.4 Secção O: Percepção sobre as consequências da gravidez


A maioria considerou um risco engravidar aos 13 anos de idade e indicou que se
considerava preparada para a maternidade aos 20 anos ou mais, o que demonstra, de
certa forma, haver um nível de conscientização sobre o risco de se engravidar muito
cedo.



Relativamente aos problemas de saúde para a mulher e para o recém-nascido, a
maioria desconhece as implicações da gravidez; este facto responde, aparentemente,
aos objectivos do presente estudo.


A maior parte das respondentes apontou que a implicação social mais severa perante
uma gravidez precoce era a falta de dinheiro para sustentar o bebé.


Relativamente ao membro da família que informariam caso ocorresse uma gravidez no
momento, a maioria indicou que seria a mãe, o que demonstra haver maior abertura
com as mães o que permitira às adolescentes confiar na mãe para abordar este tipo de
situação.


5.5 Secção E: Conhecimentos sobre o desenvolvimento do sistema sexual e
        Reprodutivo e sobre a sexualidade segura


A maioria das respondentes revelou saber com que idade se desenvolve o aparelho


                                     Página 18 de 27
sexual e reprodutivo, o que constitui um ponto positivo.


A maioria referiu a camisinha como o método mais usado para a prevenção da
gravidez, o que é extremamente positivo uma vez que além da gravidez este método
evita também as DTS, especialmente durante a adolescência, onde as relações
sexuais na maioria das vezes são ocasionais.



A maioria das respondentes fez referência à falta de acesso a uma clínica de
planeamento familiar. A maioria indicou que gostaria de obter mais informações sobre
a prevenção da gravidez e indicou que os professores eram os elementos preferidos
para a transmissão destes conhecimentos.


Com base nos resultados obtidos pode-se concluir que os objectivos determinados
para o estudo foram alcançados.




6 RECOMENDAÇÕES


Com base nos resultados, a pesquisadora faz as seguintes recomendações que visam
o melhoramento dos conhecimentos das adolescentes relativamente à gravidez,
especialmente a gravidez precoce:


6.1 Conhecimentos melhorados sobre a gravidez precoce/gravidez indesejada
para moças adolescentes


   Deveriam ser introduzidos em todas as escolas e comunidades programas
    educacionais sobre aptidões de preparação para vida, orientados para os
    adolescentes. Estes programas deveriam ser iniciados durante o nível de escola
    primário, preferivelmente com alunos na faixa etária dos 10 anos. Entre os tópicos

                                     Página 19 de 27
que poderiam ser incluídos nestes programas contam-se: a menstruação, relações
    sexuais, sexualidade e as consequências da gravidez na adolescência; as
    expectativas dos papéis a serem desempenhados pelos géneros; comunicação e
    contracepção.
   Devia ser desenvolvida uma estratégia que envolva os pais na educação sexual, o
    que os ajudaria a desenvolverem um sentido de confiança e responsabilidade no
    seio das estruturas familiares com relação à educação sexual.
   Durante o desenvolvimento dos programas educacionais, devem ser levados em
    consideração factores como práticas, crenças e valores da cultura do grupo alvo.
   É muito importante que se melhorem e estabeleçam instalações recreativas para
    diferentes actividades desportivas tanto nas áreas urbanas como rurais, onde os
    adolescentes possam passar as horas de lazer. A disponibilidade de instalações e
    actividades recreativas e desportivas poderá evitar que os adolescentes se
    envolvam em actividades sexuais.
   Deve ser elaborado um programa sobre VIH/SIDA para professores escolares e
    alunos, o qual deve incluir o valor da abstinência, os direitos humanos e direitos da
    criança, a regeneração moral e a igualdade dos géneros.
   Os programas educacionais deviam ter uma divisão separada para rapazes e
    raparigas que realizaria workshops para alunos a nível de escolas e a nível de


6 Políticas de cuidados de saúde



       O presente estudo devia ser apresentado ao Ministério da Educação e ao
        Ministério da Saúde da Província de Bengo relativamente ao desenvolvimento e
        ensino de programas educacionais sobre aptidões de preparação para a vida
        destinados aos adolescentes. Estes programas deviam ser desenvolvidos com o
        envolvimento de ambos os ministérios. Deviam ser elaborados programas para
        alunos, para professores, para enfermeiros e para a comunidade.
       Os professores e enfermeiros deviam ser orientados com políticas específicas
        sobre questões tais como a menstruação, relações sexuais, gravidez,
        contracepção, e a transmissão do VIH/SIDA. Estes elementos devem manter

                                      Página 20 de 27
uma atitude condescendente para com as adolescentes que sejam sexualmente
       activas e devem facilitar o acesso destas a contraceptivos, com vista a abordar,
       com êxito, a questão dos conhecimentos das adolescentes sobre a gravidez.
      O presente relatório deve ser apresentado às adolescentes que participaram no
       estudo, bem como aos seus professores, pais e encarregados de educação.


6.3 Meios de Informação


      Deve ser desenvolvidos meios de informação, tais como programas radiofónicos
       e televisivos, jornais e folhetos para distribuição em conjunção com os
       departamentos de Educação e Saúde na província do Bengo.
__ ----- _

7 LIMITAÇÕES DO ESTUDO


Foram identificadas as seguintes limitações que podem limitar a generalizabilidade dos
resultados da pesquisa:
      A presente monografia foi orientada num sistema de ensino à distância. Toda a
       comunicação foi feita através de uma intérprete, o que dificultou a comunicação
       e fez com que a ausência física da orientadora se tornasse mais difícil.
      O facto de as referências bibliográficas, estatísticas e fontes de referência serem
       escassas e desactualizadas, levou a pesquisadora a depender muito da
       consulta da Internet.
      Até ao presente momento, não existem referências bibliográficas disponíveis
       sobre o conhecimento das implicações da gravidez em adolescentes do género
       feminino em Angola, e portanto a pesquisadora não tinha quaisquer dados com
       os quais pudesse comparar os resultados.
      Neste estudo só participaram adolescentes do género feminino numa escola na
       província do Bengo em Angola. Consequentemente, os resultados podem não
       ser generalizáveis a adolescentes do género feminino noutra escola ou noutra
       província.
      A maior parte das adolescentes que participaram no estudo pertenciam ao grupo
                                      Página 21 de 27
linguístico Kimbundo, o que implica que os resultados podem não ser
      generalizáveis a adolescentes do género feminino com outras línguas maternas.


Não obstante estas limitações, o presente estudo tentou identificar os conhecimentos
das adolescentes relativamente às implicações da gravidez enquanto estudantes a
frequentarem a escola. Os resultados e as recomendações devem ser considerados
em termos destas limitações.




                                   Página 22 de 27
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Conhecimentos sobre gravidez na adolescência em Angola

  • 1. CONHECIMENTOS DAS ADOLESCENTES RELATIVAMENTE ÀS IMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ NA ÁREA DE BENGO - ANGOLA MARTINS DA SILVA1, MC BEZUIDENHOUT2, JE TJALLINKS2 1 Instituto superior de Ciências da Saúde, Universidade Agostinho Neto 2 University of South Africa, Department of Health Study RESUMO A presente tese consiste de um estudo descritivo com um delineamento quantitativo, não-experimental e contextual, que tem' por objectivo descrever os conhecimentos das adolescentes sobre as implicações da gravidez. O estudo foi realizado na província do Bengo, mais concretamente na escola do Bairro da Açucareira, e a amostra foi constituída por 100 adolescentes, do género feminino, na faixa etária dos 13 aos 19 anos de idade. Para a selecção da amostra foi usada uma abordagem aleatória simples. Para a recolha de dados foi usado um questionário estruturado com perguntas fechadas. Os dados obtidos levam a pesquisadora à seguinte conclusão: há necessidade de se elaborarem programas de formação sobre as consequências da gravidez, não só para as adolescentes, mas também para os professores e pais, uma vez que as respondentes indicaram que os professores eos pais seriam as pessoas ideais para este tipo de conversa; por outro lado, e de extrema importância, há necessidade de atendimento específico para adolescentes nos centros de saúde e hospitais da província. A falta de diversão para os adolescentes na província também é um aspecto que merece atenção por parte do governo da Província do Bengo. TERMOS CHAVE: Adolescência. Adolescente. Conhecimentos. Gravidez na adolescência. Página 1 de 27
  • 2. 1 INTRODUÇÃO 1.1 Considerações gerais Segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) das Nações Unidas, preparado em Fevereiro de 2004, com dados do ano 2000, a mulher africana em idade reprodutiva tem 175 vezes mais probabilidade de morrer durante o parto do que as mulheres dos países desenvolvidos. Com efeito, segundo o mesmo relatório, 95% das 529.000 mortes de mães durante o parto registadas no ano de 2000 ocorreram na África e na Ásia. No mesmo ano, a taxa de mortalidade entre as mães da África Subsariana foi de 920 para cada 100.000. Nos países desenvolvidos foi de apenas 20, e na América Latina e no Caribe de 190 (http://www.216.109.124.987search/ cache?ei= UTF -8&fr). A directora executiva da UNICEF, Carol Bellamy, afirma no mesmo relatório que muitas mortes durante o parto ocorrem devido ao atraso em reconhecer que há um problema, pelas dificuldades da mãe em chegar a uma instituição hospitalar ou em receber um atendimento de qualidade. O dierctor da OMS, Lee Jong-Wook, afirma ainda no mesmo relatório que “muitas mulheres tem seus filhos sozinhas ou com membros da família e sem assistência de profissionais qualificados que tenham condioçoes de lidar com complicações no parto. “(http://www.216.109.124.987search/cache?ei=UTF- 8&fr,14.09.206). As elevadas taxas de mortalidade registadas na África Subsariana, além de serem uma tragédia para a própria mulher, constituem também uma tragédia para a família e para a comunidade, pois a mulher que morre durante o parto, geralmente deixa pelo menos dois filhos órfãos. Por este motivo, torna-se necessário e urgente que se tomem medidas que visem não só a redução da morbimortalidade materna, mas que visem também a conscientização das adolescentes no que concerne a sexualidade segura. Sarmento (1990) (em http://www.virtualpsy.org/infantil/gravidez.html.) reforça que a vivência da maternidade durante a adolescência torna-se mais complicada, pois as exigências que aparecem na busca da identidade da adolescente, acrescentam-se a grande exigência do "tornar-se mãe". Este quadro pode ser mais grave quando ocorre num ambiente menos favorável, onde a adolescente se defronta com outras condições. Página 2 de 27
  • 3. Por exemplo, uma adolescente de classe baixa que engravida, encontra maiores dificuldades devido as suas condições socioeconômicas precárias e, muitas vezes, a falta de apoio da própria família e do parceiro. Nas zonas rurais, as jovens na realidade, não tem uma verdadeira infância e muito menos uma verdadeira adolescência. Devem começar a trabalhar muito cedo para que elas e suas famílias possam sobreviver (Halbe et ai em http://www.drcarlos.med.br/ sa‫ת‬de adol.html). É do conhecimento geral que o número de adolescentes que engravidam está a aumentar progressivamente e em idades cada vez mais precoces, pois a idade da menarca tem-se adiantado por volta de quatro meses por década do século XX, sendo que a idade média para que ocorra é de 12,5 a 13,5 anos, expondo a adolescente a engravidar cada vez mais cedo (http://www.virtualpsy.org/infantil/gravidez.html). As lições em sexualidade são primeiro ensinadas pelos pais que tem a responsabilidade primária de providenciar educação sexual aos seus filhos (Synovitch et ai 2002:163-173). À medida que as crianças iniciam a escola primária e secundária, a responsabilidade alarga-se para incluir então os professores. Também a comunidade tem a obrigação de providenciar programas de educação sexual de forma a fornecer aos adolescentes conhecimentos relativamente a uma saúde reprodutiva segura para que estes possam tomar decisões informadas com relação ao seu comportamento sexual e ao seu futuro. Os serviços de saúde reprodutiva são considerados como os componentes mais essenciais de uma abordagem detalhada em saúde com o fim de reduzir a morta/idade materna e infantil. O conceito de saúde reprodutiva encontra-se centrado nas necessidades de desenvolvimento do ser humano. A saúde reprodutiva foi definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS 1998:14) como um estado de total bem¬ estar físico, mental e social e não, puramente, a ausência de doença ou enfermidade em todos os aspectos relacionados com o sistema reprodutivo e as suas funções e processos (Rita et ai 2004:15). O campo de saúde reprodutiva encontra-se repleto de questões pouco claras. Relacionamentos complicados e eventos ou fenómenos de desenvolvimento moroso Página 3 de 27
  • 4. produziram falhas no entendimento completo de questões que têm um impacto na saúde reprodutiva. Este estudo de pesquisa foi iniciado dada a percepção de que existia uma aparente falha em conhecimento, que poderia explicar os altos números de adolescentes que ficam grávidas e que não conseguem fazer face às consequências de terem filhos durante a adolescência. Os resultados das gravidezes na adolescência são: • físicos: biológicos • Psicológicos: cognitivos; emocionais ou afectivos  Sociais, económicos A revisão da literatura revelou os conceitos significantes, indicados a seguir, relacionados com o tópico de pesquisa, ou seja, conhecimentos das adolescentes sobre as implicações da gravidez e que podem ser reflectidos individualmente, ou em combinação, no processo de conhecimentos das adolescentes sobre as implicações da gravidez. Segue-se a discussão de cada um dos conceitos envolvidos no tópico do presente estudo. Esta discussão refere-se, dentro da medida do possível, às definições, características e resultados pertinentes e abrangidos pelos fenómenos presentemente estudados. Os conceitos relacionados com o tópico em questão e identificados na revisão da literatura são os seguintes: • conhecimento • adolescência • adolescente • saúde reprodutiva • gravidez na adolescência Página 4 de 27
  • 5. 1.2 Saúde Reprodutiva em Angola Os direitos reprodutivos baseiam-se no reconhecimento do direito básico de todos os casais e indivíduos de decidirem livre e responsavelmente sobre se desejam ou não ter filhos, sobre o número de filhos que desejam ter, quando os querem ter e com que frequência. Envolve o direito de dispor de informações e de meios para tomar estas decisões, assim como o direito de alcançar o mais alto nível de saúde sexual e reprodutiva. Também inclui o direito de tomar decisões relativas à reprodução sem sofrer discriminação, coacções nem violência (Conferência das Nações Unidas sobre a População, realizada no Cairo em 1994 e a Conferência Mundial da Mulher, realizada em Beijing, em 1995). O Governo de Angola é signatário do Programa de Acção que seguiu a Conferência do Cairo realizada em 1994, sobre Políticas e Normas de Saúde Sexual e Reprodutiva. Consequentemente formulou uma estratégia para o sucesso desse programa: a redução da pobreza, implementação de acções imediatas visadas à redução da morbilidade e mortalidade materno-infantil, o uso de contraceptivos, a prática de planeamento familiar e a promoção da saúde sexual e reprodutiva, bem como a escolha livre para as mulheres, adolescentes e adultos com relação a uma melhor vida sexual. À luz desta magna estratégia, o Ministério da Saúde tem vindo a desenvolver uma série de actividades com vista a reduzir a morbimortalidade materna e neonatal e criou, a nível da província de Luanda, o Comité de Monitorização de Mortes Maternas. 1.3 Gravidez na adolescência A consideração da gravidez na adolescência deve levar em conta tanto a imaturidade do corpo adolescente (sob o ponto de vista biológico) para uma gravidez, como a imaturidade emocional da adolescente como pessoa, considerando a identificação e envolvimento de muitos aspectos da vida, como estudos, trabalho e auto-sustento (Furlani, em www.jimena.net. acessado a 18.07.2005). Fraser et al., (2006:12), usam o termo "gravidez na adolescência", o que quer dizer uma gravidez precoce, uma vez que as definições descritas anteriormente são Página 5 de 27
  • 6. unânimes em afirmar que durante, a fase da adolescência, ocorrem uma série de transformações físicas emocionais, psicológicas e sociais. Assim, a gravidez não é meramente uma entidade biológica mas também um fenómeno construído socialmente. É fácil entender que, num organismo em franco desenvolvimento físico, endócrino e psicológico, a gestação, parto, puerpério e lactação possam ter resultados de longo alcance. Apesar disso, o mundo vem assistindo a uma crescente onda de mães muito jovens. Segundo Ballone (2003:5), a gravidez na adolescência é, portanto, um problema que deve ser levado muito a sério e não deve ser subestimado, assim como deve ser levado a sério o próprio processo do parto. Este pode ser dificultado por problemas anatómicos comuns da adolescente, tais como o tamanho e conformidade da pelve e a elasticidade dos músculos uterinos. Para além disso existem os temores, a falta de informação e as fantasias da criança que agora se torna mãe, além dos importantíssimos elementos psicológicos e afectivos que podem, possivelmente, estar presentes. A gravidez na adolescência é um evento complexo, pluricausal, que pode comprometer o projecto de vida e, por vezes, a própria vida. Vários factores são apontados como contribuindo para a ocorrência da gestação na adolescência, destacando-se entre eles: factores biológicos, factores de ordem familiar, factores sociais, factores psicológicos e a contracepção. Factores Biológicos: os factores biológicos envolvem desde questões relacionadas com a ocorrência da menarca até ao aumento do número de adolescentes na população geral. Sendo a menarca a resposta orgânica que reflecte a interacção dos vários segmentos do eixo neuroendócrino feminino, quanto mais cedo esta ocorrer mais exposta estará a adolescente à gestação (Baldwin & Cain 1980, em http://www.brazilpednesws. org.br/set2001/bnpar101.htm). Factores de ordem familiar: o contexto familiar tem uma relação directa com a época em que se inicia a actividade sexual. Assim sendo, as adolescentes que iniciam uma vida sexual precocemente ou engravidam nesse período, geralmente vêm de famílias cujas mães também iniciaram uma vida sexual precoce ou engravidaram durante a Página 6 de 27
  • 7. adolescência. De qualquer modo, quanto mais jovens e imaturos os pais, maiores as possibilidades de desajuste e desagregação familiar. Factores sociais: as atitudes individuais são condicionadas tanto pela família quanto pela sociedade. A sociedade tem passado por profundas mudanças na sua estrutura, com a tendência para aceitar melhor a sexualidade na adolescência, o sexo antes do casamento e também a gravidez na adolescência. Portanto, os tabus, as inibições e os estigmas diminuíram e a actividade sexual e as gravidezes na adolescência aumentaram. (McCabe & Cummins 1998; Moderado & Lyra 1999 em http://www.brazilpednesws. org.br/set2001/bnpar101.htm). Dependendo do contexto social em que a adolescente está inserida, a gravidez pode ser encarada como um evento normal, não problemático e aceite dentro das suas normas e costumes. Dentre os factores que contribuem para que ocorram as gravidezes adolescentes em grande número destacam-se a falta de perspectivas futuras entre os jovens de uma classe social mais baixa, que acabam vislumbrando num filho a oportunidade de terem um projecto de vida, que Ihes proporciona a oportunidade de construírem uma identidade, uma vez que não conseguem inserir-se na vida profissional. Outras condições também identificadas entre a população que engravida neste período incluem lares desestruturados e um baixo nível de comunicação entre pais e filhos. Testa (1992) acessado através de (http://www.bireme.br/bvs/adolec/p/cadernos/ capitulo/cap23/cap23.htm), destaca também outro factor que contribui para a alta incidência de gravidezes precoces: uma vez que se tornou natural que adolescentes entre as idades de 10 a 12 anos de idade, já tenham uma noção da sua própria sexualidade, talvez este facto as leve a considerarem-se aptas ou prontas para uma gravidez aos 15 ou 16 anos. Contudo, na maioria das vezes, estas meninas não apresentam uma estrutura física adequada para a gravidez, nem estão preparadas emocional, social, física e culturalmente para ter um filho e assumir responsabilidade pelo mesmo. Página 7 de 27
  • 8. 1.4 Factores psicológicos e contracepção Durante a adolescência, a utilização de métodos contraceptivos não ocorre de modo eficaz e tal está vinculado conclusivamente a factores psicológicos inerentes a este período: a adolescente nega a possibilidade de engravidar e essa negação é tanto maior quanto menor a faixa etária. O encontro sexual é mantido de forma casual, onde os participantes não assumem responsabilidade com relação à sua sexualidade e ao uso de contraceptivos. A gravidez e o risco de engravidar podem também estar associados a uma menor auto-estima, a um funcionamento familiar inadequado ou à menor qualidade de actividades empreendidas durante os tempos livres. A falta de apoio e afecto por parte da família podem induzir a jovem na busca de uma maternidade precoce como meio para conseguir um afecto incondicional, talvez a sua família própria, reafirmando assim o seu papel de mulher (McAnarney & Hendee 1989; Stevens-Simões et al., 1996 em http://www.brazilpednesws.org.br/set2001/ bnpar101.htm,). Estudos realizados sobre a gestação na adolescência em vários países mostraram que as adolescentes têm conhecimento sobre os métodos anticoncepcionais mas não os utilizam por várias razões. O desafio que se apresenta aos profissionais de saúde e aos educadores é de associar este conhecimento a uma mudança efectiva no comportamento sexual das adolescentes, visando o sexo seguro (http://www.bireme. br/bvs/adolec/p/cadernos/capitulo/cap23/ cap23.htm, 10-03-2005). Segundo Testa (1992) (em http://www.bireme.br/bvs/adolec/p/cadernos/capitulo/ cap23/cap23.htm, 10.03.2005), a paternidade e a maternidade entre adolescentes nos anos 70, eram e ainda são identificadas como um problema de saúde pública. O prognóstico formulado naquela altura era de que as taxas iriam declinar por meio da educação sexual dos adolescentes, do acesso a métodos contraceptivos e do aborto legalizado. No entanto, não obstante o facto de que a taxa de nascimentos nos Estados Unidos seja hoje menor do que nos anos 50, a redução da gravidez na adolescência não tem sido significante desde os anos 70. Entre 1986 e 1989, essa taxa, com relação à população adolescente, aumentou em 15% (National Center for Health Statistics, 1991; Apud Testa 1992). Esse aumento da taxa vem preocupando os peritos que efectuam testes e propõem várias intervenções. Página 8 de 27
  • 9. Singh (1998:11) destaca que desde a segunda metade da década de 80, a saúde do adolescente em geral, e a gravidez na adolescência em particular, tornaram-se assuntos de relevância no campo da saúde pública, em especial nos países desenvolvidos, gerando perspectivas diversas a partir de vários campos disciplinares, em especial a demografia, a medicina, a epidemiologia e a psicologia social. 2 DESÍGNIO E FINALIDADE DO ESTUDO O estudo tem como desígnio propor estratégias visadas à promoção da redução da gravidez precoce em adolescentes em Angola. A finalidade do estudo foi de explorar o conhecimento que as adolescentes na província do Bengo em Angola têm relativamente às implicações da gravidez. Os objectivos do estudo foram • analisar os conhecimentos das adolescentes na província do Bengo relativamente às implicações da gravidez • recomendar directrizes às escolas e aos profissionais de saúde sobre programas de educação em saúde para adolescentes. 2.1 Questão de pesquisa O presente estudo respondeu à seguinte questão de pesquisa com vista a alcançar os objectivos do mesmo: • Que conhecimentos as adolescentes da província do Bengo, em Angola, possuem sobre as implicações da gravidez? Página 9 de 27
  • 10. 3 METODOLOGIA 3.1 População e método de amostragem A população é o grupo total de pessoas ou elementos que se enquadram num critério determinado estabelecido pelo pesquisador (Polit et al., 2004:438). Este grupo é também designado por população alvo. o critério para inclusão ou exclusão deve ser claramente especificado. Neste estudo a população alvo foram todas as adolescentes na faixa etária entre os 13 e 19 anos de idade, matriculadas e que frequentavam as aulas nos períodos da manhã e da tarde na escola do II° nível de ensino, do Bairro da Açucareira na Província do Bengo, Angola, a maior escola na cidade de Caxito situada na província do Bengo, e a escola que oferecia maior número de classes. 3.2 Critério de inclusão o critério de inclusão é definido como "as características que os respondentes devem possuir de forma a serem incluídos no estudo" (Burns & Grove 2005:343). As respondentes incluídas no presente estudo tinham que • ser estudantes do género feminino • pertencer ao grupo etário entre os 13 e os 19 anos de idade  ser estudantes matriculadas e frequentar as aulas nos períodos da manhã e da tarde em efectivo na respectiva escola. 3.3 Método de amostragem A amostra refere-se ao processo de seleccionar um número de indivíduos a partir da população alvo designada, de tal forma que os indivíduos na amostra representem quanto mais possível as características de toda a população do estudo (LoBiondo¬Wood & Haber 2001 :142). A vantagem de se seleccionar uma amostra é que desta forma se torna menos dispendioso e se poupa tempo em vez de se fazer a recolha de informação a um grande número de respondentes. Portanto, a amostra seleccionada deve ter características semelhantes à população do estudo de forma a Página 10 de 27
  • 11. permitir a generalizabilidade dos resultados para representar a população (Burns & Grove 2005:453). Existem dois tipos de amostragem, nomeadamente a amostragem probabilística e a não probabillstica (Brink 2006: 126). No presente estudo utilizou-se tanto a amostragem probabillsfica como a não probabilística. As respondentes foram seleccionadas através da amostragem probabillstica e o local da pesquisa foi seleccionado através da amostragem não probabillstica. 3.4 Amostragem dos respondentes Nesta pesquisa, foi utilizada a abordagem de amostragem aleatória simples. A selecção da amostra para a pesquisa foi discutida com o estaticista. A pesquisadora identificou 100 alunas adolescentes na referida escola que foram seleccionadas para participarem no estudo. Utilizou-se uma amostragem aleatória simples para assegurar que cada respondente tivesse uma oportunidade igual de ser escolhida. As amostras aleatórias simples são extraídas usando uma técnica básica de amostragem probabilística. As participantes são seleccionadas aleatoriamente a partir do grupo de amostragem. Cada uma destas participantes é listada separadamente e portanto tem uma oportunidade igual de ser incluída neste estudo. As características principais de uma amostra aleatória simples são conforme se indica a seguir (Polit et al., 2004: 230): • Envolve um processo de selecção de uma fase única. • Cada respondente tem uma oportunidade igual e independente de ser escolhido. • A população acessível ou população do estudo pode ser identificada e listada. Para usar esta técnica, a pesquisadora teve que seguir certos passos: • Definir a população. • Criar um quadro ou uma estrutura de amostras. • Calcular o tamanho da amostra. • Designar um número consecutivo de identificação a cada elemento na estrutura da amostra. Página 11 de 27
  • 12. Foram solicitadas, à direcção da escola, as listas de todas as estudantes matriculadas na escola do II° nível de ensino nos períodos da manhã e da tarde e que efectivamente assistiam às aulas. A partir destas listas foi seleccionado cada quinto nome (só foram seleccionados nomes do género feminino), até que se atingiu um total de 100 respondentes na faixa etária dos 13 aos 19 anos de idade, independentemente do seu nível de escolaridade. 3.5 Local da amostragem Existem 15 escolas secundárias na cidade de Caxito na província do Bengo. A pesquisadora contactou o Delegado Provincial de Educação para a província do Bengo, que lhe sugeriu que utilizasse a maior escola secundária na cidade de Caxito, província do Bengo. Foram contactadas todas as escolas e solicitada autorização para se realizar a pesquisa. Somente uma escola, a escola do II° nível na área do Bairro da Açucareira, respondeu à solicitação. Esta escola foi, portanto, convenientemente escolhida pela pesquisadora, uma vez que se encontrava "disponível" na altura da realização do estudo. 3.6. Tamanho da amostra Dado o âmbito limitado do presente estudo, foi utilizada uma amostra constituída por 100 respondentes. As alunas adolescentes que frequentavam o II° nível escolar constituía um grupo heterógeno uma vez que tinham diferentes origens étnicas e se enquadram em diferentes meios socioeconómicos, tinham normas culturais e crenças culturais diferentes, e tinham idades diferentes. 3.7 Recolha de dados A recolha de dados é um processo sistemático que permite ao pesquisador fazer a recolha de informações relevantes para fins de alcançar o desígnio e objectivos da pesquisa. O instrumento usado para a recolha de dados depende do plano ou delineamento da pesquisa (Burns & Grove 2005:421). Neste estudo, os dados foram recolhidos através de uma entrevista estruturada administrada pela pesquisadora. Uma Página 12 de 27
  • 13. entrevista proporciona dados de qualidade sobre o que as pessoas estão a fazer ou a pensar sobre um fenómeno (Polit & Beck 2004:241). 3.8 Considerações éticas A pesquisadora solicitou e obteve autorização para a realização do estudo por parte do Comité de Ética e de Pesquisa do Departamento de Estudos de Saúde, Unisa (anexo E); dos Ministérios de Saúde e de Educação da província do Bengo; e do Director da escola onde se realizou a pesquisa, e os pais ou encarregados de educação assinaram o termo de consentimento (consultar os anexos A e B). 3.9 Análise dos dados Os dados foram analisados por um estaticista do Departamento de Informática da UNISA, que utilizou o programa informático SPSS Versão 13.0 para a análise dos mesmos. Para a análise e síntese dos dados do presente estudo usou-se a estatística descritiva e inferencial, que incorpora as tabelas de frequência, percentagens e testes de correlação. Foram também usados testes simples de associação para identificar os relacionamentos entre as variáveis, incluindo as frequências. Os testes simples de associação foram também usados para identificar os relacionamentos entre as variáveis incluindo as frequências, Qui-quadrado para comparar as médias e o Teste T. Página 13 de 27
  • 14. 4 RESULTADOS As conclusões, com base na análise dos dados obtidos através de 100 entrevistas face a face com adolescentes do género feminino no Distrito de Bengo em Angola, serão apresentadas de acordo com os objectivos que orientaram o estudo. 4.1 Secção A: Dados biográficos Os dados biográficos explorados no presente estudo incluíram a idade e atendimento escolar, que podem influenciar os conhecimentos das adolescentes relativamente à gravidez. A maior parte das respondentes, 27,0%, tinha 17 anos ou mais; 49,0% tinha frequentado a escola por 8 anos ou mais; 34,0% estava na 5 a classe ou inferior. Somente 27,0% das respondentes tinha 17 anos de idade e tinha um número médio de anos de escolaridade; assim, algumas destas respondentes eram alfabetizadas e sabiam ler e entender os programas de educação sobre saúde e a literatura relacionada com as implicações da gravidez precoce ou da gravidez indesejada. 4.2 Secção B: Dados demográficos Os dados demográficos explorados neste estudo incluíram os grupos étnicos linguísticos e a afiliação religiosa. Das respondentes, 60,0% pertencia ao grupo étnico linguístico Kimbundo e 54,0% seguia a religião católica. De acordo com Andrews e Boyle (2003:466), a religião católica tem princípios relacionados com a reprodução: o primeiro tem a ver com o planeamento familiar: o princípio básico é que o acto conjugal deve ser um acto em que se dá amor e potencialmente se dá uma criança ao mundo. Segundo esta religião, só são aceitáveis os métodos naturais de contracepção, tais como, a abstinência, o método da temperatura, e o método da ovulação; Página 14 de 27
  • 15. em segundo lugar, e com relação ao aborto, o aborto directo é considerado sempre moralmente errado. A Igreja Católica Romana ensina a santidade de toda a vida humana, mesmo da criança que está ainda por nascer, a partir da hora em que esta foi concebida. Para além disso, no caso dos grupos étnicos indígenas, existem muitas vezes crenças, práticas e valores rígidos com relação à sexualidade e ao comportamento sexual. Um estudo realizado no Brasil com diferentes grupos étnicos, por exemplo, identificou a prática muito frequente de sexo anal, tanto entre homem e homem, como entre homem e mulher. Também entre os adolescentes o sexo anal é comum, especialmente com vista a evitar a gravidez indesejada e a ruptura do hímen - ainda considerado um sinal importante da pureza sexual das jovens. 4.3 Secção C: Práticas/hábitos sexuais Das respondentes, 32,0% indicou ter tido a primeira menstruação com a idade de 13 anos; 34,0% indicou nunca ter tido relações sexuais; 50,0% indicou utilizar a camisinha durante o acto sexual. O facto de que metade das respondentes utiliza a camisinha como um método de contracepção ilustra que receberam alguma informação relativamente à prevenção da gravidez, mas o facto de se envolverem em relacionamentos sexuais enquanto ainda na escola, é uma questão que causa preocupação. De acordo com Helman (2007:160), os padrões do comportamento sexual são importantes na transmissão de várias doenças. Quando a promiscuidade é comum probabilidade de contágio de doenças de transmissão sexual, tais como a gonorreia, a sífilis e o VIH. Página 15 de 27
  • 16. 4.4 Secção D: Percepções sobre as consequências da gravidez Nesta secção as respostas variaram em termos das várias possibilidades da resposta, e assim: Das respondentes, 56,0% considerava um risco engravidar com 13 anos de idade, 64,0% considerava-se preparada para engravidar aos 20 anos de idade ou mais; 98,0% respondeu que não sabia quais os problemas de saúde que poderiam sobrevir caso engravidasse agora; 100,0% respondeu "Não sei" relativamente aos problemas de saúde que o bebé poderia ter; 81,0% considerou que o não ter dinheiro para sustentar o bebé constituía um problema; 56,0% conversaria com a mãe caso engravidasse agora. Fraser, Cooper e Noite (2006:22) informam que a África do Sul tem um nível muito alto de gravidez na adolescência, sendo a idade média da mãe de cerca de 18 anos. Muitas mães adolescentes apresentam um risco de desenvolver complicações tais como desordens hipertensivas e complicações intraparto. Para além disso, deve-se destacar que a mortalidade e morbidade entre bebés nascidos a essas mães aumentou. Para muitas mães adolescentes a gravidez e a maternidade significam a conclusão precoce da sua educação, que tem como consequência a redução em oportunidades profissionais e aumenta a probabilidade de acabarem por ser excluídas da sociedade e por viver na pobreza. 4.5 Secção E: Conhecimentos sobre o desenvolvimento dos sistemas sexual e reprodutivo e da sexualidade segura A maior parte das respondentes (94,0%) revelou saber em que idade se desenvolvem os sistemas sexual e reprodutivo; 77,0% afirmou que a camisinha é o método mais conhecido para a prevenção da gravidez; 86,0% considerou que a falta de acesso à clínica ou aos serviços de planeamento familiar constituía a razão para a gravidez entre adolescentes; 93,0% gostaria de obter mais informação sobre como evitar a gravidez; Página 16 de 27
  • 17. 83,0% indicou que os professores seriam as pessoas indicadas para Ihes dar informação sobre a sexualidade. 5. CONCLUSÕES Com base nos resultados obtidos extraíram-se as seguintes conclusões: 5.1 Secção A: Dados biográficos Pode-se constatar que as adolescentes que deviam ter terminado o ensino médio aos 17 anos ou mais se encontram ainda numa escola do 2° nível. A maioria das respondentes encontra-se a frequentar a escola há 8 anos ou mais, o que pressupõe haver um elevado número de reprovações ou entrada tardia para a escola. A maioria das respondentes encontra-se na 5a classe ou menos, o que reforça a suposição mencionada no parágrafo anterior. 5.2 Secção B: Dados Demográficos Neste estudo constatou-se que a maioria das respondentes pertence ao grupo étnico linguístico Kimbundo, o que corresponde com a localização geográfica (norte) da província do Bengo. A maioria das respondentes professa a religião católica, o que corresponde com a realidade do país onde 38.0% da população professa a religião católica. 5.3 Secção C: Prática/Hábitos Sexuais A maioria das respondentes teve a sua primeira menstruação aos 13 anos de idade, dentro dos parâmetros normais para o aparecimento da primeira menstruação. Página 17 de 27
  • 18. A maioria das respondentes indicou nunca ter tido qualquer tipo de relações sexuais; contudo, a maioria indicou fazer uso da camisinha durante as relações sexuais, Constata-se aqui uma contradição nos dados apresentados, o que sugere que houve, por vezes, omissão da verdade por parte das respondentes. 5.4 Secção O: Percepção sobre as consequências da gravidez A maioria considerou um risco engravidar aos 13 anos de idade e indicou que se considerava preparada para a maternidade aos 20 anos ou mais, o que demonstra, de certa forma, haver um nível de conscientização sobre o risco de se engravidar muito cedo. Relativamente aos problemas de saúde para a mulher e para o recém-nascido, a maioria desconhece as implicações da gravidez; este facto responde, aparentemente, aos objectivos do presente estudo. A maior parte das respondentes apontou que a implicação social mais severa perante uma gravidez precoce era a falta de dinheiro para sustentar o bebé. Relativamente ao membro da família que informariam caso ocorresse uma gravidez no momento, a maioria indicou que seria a mãe, o que demonstra haver maior abertura com as mães o que permitira às adolescentes confiar na mãe para abordar este tipo de situação. 5.5 Secção E: Conhecimentos sobre o desenvolvimento do sistema sexual e Reprodutivo e sobre a sexualidade segura A maioria das respondentes revelou saber com que idade se desenvolve o aparelho Página 18 de 27
  • 19. sexual e reprodutivo, o que constitui um ponto positivo. A maioria referiu a camisinha como o método mais usado para a prevenção da gravidez, o que é extremamente positivo uma vez que além da gravidez este método evita também as DTS, especialmente durante a adolescência, onde as relações sexuais na maioria das vezes são ocasionais. A maioria das respondentes fez referência à falta de acesso a uma clínica de planeamento familiar. A maioria indicou que gostaria de obter mais informações sobre a prevenção da gravidez e indicou que os professores eram os elementos preferidos para a transmissão destes conhecimentos. Com base nos resultados obtidos pode-se concluir que os objectivos determinados para o estudo foram alcançados. 6 RECOMENDAÇÕES Com base nos resultados, a pesquisadora faz as seguintes recomendações que visam o melhoramento dos conhecimentos das adolescentes relativamente à gravidez, especialmente a gravidez precoce: 6.1 Conhecimentos melhorados sobre a gravidez precoce/gravidez indesejada para moças adolescentes  Deveriam ser introduzidos em todas as escolas e comunidades programas educacionais sobre aptidões de preparação para vida, orientados para os adolescentes. Estes programas deveriam ser iniciados durante o nível de escola primário, preferivelmente com alunos na faixa etária dos 10 anos. Entre os tópicos Página 19 de 27
  • 20. que poderiam ser incluídos nestes programas contam-se: a menstruação, relações sexuais, sexualidade e as consequências da gravidez na adolescência; as expectativas dos papéis a serem desempenhados pelos géneros; comunicação e contracepção.  Devia ser desenvolvida uma estratégia que envolva os pais na educação sexual, o que os ajudaria a desenvolverem um sentido de confiança e responsabilidade no seio das estruturas familiares com relação à educação sexual.  Durante o desenvolvimento dos programas educacionais, devem ser levados em consideração factores como práticas, crenças e valores da cultura do grupo alvo.  É muito importante que se melhorem e estabeleçam instalações recreativas para diferentes actividades desportivas tanto nas áreas urbanas como rurais, onde os adolescentes possam passar as horas de lazer. A disponibilidade de instalações e actividades recreativas e desportivas poderá evitar que os adolescentes se envolvam em actividades sexuais.  Deve ser elaborado um programa sobre VIH/SIDA para professores escolares e alunos, o qual deve incluir o valor da abstinência, os direitos humanos e direitos da criança, a regeneração moral e a igualdade dos géneros.  Os programas educacionais deviam ter uma divisão separada para rapazes e raparigas que realizaria workshops para alunos a nível de escolas e a nível de 6 Políticas de cuidados de saúde  O presente estudo devia ser apresentado ao Ministério da Educação e ao Ministério da Saúde da Província de Bengo relativamente ao desenvolvimento e ensino de programas educacionais sobre aptidões de preparação para a vida destinados aos adolescentes. Estes programas deviam ser desenvolvidos com o envolvimento de ambos os ministérios. Deviam ser elaborados programas para alunos, para professores, para enfermeiros e para a comunidade.  Os professores e enfermeiros deviam ser orientados com políticas específicas sobre questões tais como a menstruação, relações sexuais, gravidez, contracepção, e a transmissão do VIH/SIDA. Estes elementos devem manter Página 20 de 27
  • 21. uma atitude condescendente para com as adolescentes que sejam sexualmente activas e devem facilitar o acesso destas a contraceptivos, com vista a abordar, com êxito, a questão dos conhecimentos das adolescentes sobre a gravidez.  O presente relatório deve ser apresentado às adolescentes que participaram no estudo, bem como aos seus professores, pais e encarregados de educação. 6.3 Meios de Informação  Deve ser desenvolvidos meios de informação, tais como programas radiofónicos e televisivos, jornais e folhetos para distribuição em conjunção com os departamentos de Educação e Saúde na província do Bengo. __ ----- _ 7 LIMITAÇÕES DO ESTUDO Foram identificadas as seguintes limitações que podem limitar a generalizabilidade dos resultados da pesquisa:  A presente monografia foi orientada num sistema de ensino à distância. Toda a comunicação foi feita através de uma intérprete, o que dificultou a comunicação e fez com que a ausência física da orientadora se tornasse mais difícil.  O facto de as referências bibliográficas, estatísticas e fontes de referência serem escassas e desactualizadas, levou a pesquisadora a depender muito da consulta da Internet.  Até ao presente momento, não existem referências bibliográficas disponíveis sobre o conhecimento das implicações da gravidez em adolescentes do género feminino em Angola, e portanto a pesquisadora não tinha quaisquer dados com os quais pudesse comparar os resultados.  Neste estudo só participaram adolescentes do género feminino numa escola na província do Bengo em Angola. Consequentemente, os resultados podem não ser generalizáveis a adolescentes do género feminino noutra escola ou noutra província.  A maior parte das adolescentes que participaram no estudo pertenciam ao grupo Página 21 de 27
  • 22. linguístico Kimbundo, o que implica que os resultados podem não ser generalizáveis a adolescentes do género feminino com outras línguas maternas. Não obstante estas limitações, o presente estudo tentou identificar os conhecimentos das adolescentes relativamente às implicações da gravidez enquanto estudantes a frequentarem a escola. Os resultados e as recomendações devem ser considerados em termos destas limitações. Página 22 de 27
  • 23. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Andrade, PM. 2002. Sodré. Relatório sobre o Levantamento Demográfico da Comuna. Bengo. Andrews, MM & Boyle, JS. 2003. Transcultural concepts in nursing care. 4a edição. Lippincott: Williams & Wilkens. [Conceitos Transculturais em cuidados de enfermagem] Angola. 2003. Boletim Informativo do Ministério da Saúde, acessado em 08-12-2006. Angola. Rede Sida. 2005. http://www.resida.org/verpais.asp, acessado em 04-11- 2005. Angola/linkrtf/MOANG2005.por.pdf, acessado em 16-11-2006. Antunes, P. 1997. Psicologia como ciência psico-fisiológica, psicologia social, psicologia do desenvolvimento: 70-80. A vida da mulher em risco em http://216.109.124.98/search/cache?ei=UTF-8&fr., acessado em 14-09-2006. Baldwin & Cain. 1980. em http://www.brazilpednesws.org.br/set2001/bnpar101.htm .. acessado em 10-03-2005. Ballone, GJ. 2003. Gravidez na adolescência em http://gballone.sites.uol.com. br/infantil/adolesc3.html, acessado em 18-07-2005. Barros, GSC. 1996. Psicologia e Construtivismo. 1 a edição. São Paulo: Ática. Boldibe, CR. 1994. Investigating the sexual knowledge, attitudes and behaviour of Black adolescents. Unpublished O Litt et Phil thesis. Pretoria: University of South Africa. [Investigando os conhecimentos sexuais, atitudes e comportamento dos adolescentes negros. Tese não publicada de Doutoramento Litt et Phil. Pretória: Universidade da África do Sul] Burns, N & Grove, SK. 2005. Understanding nursing research: conduct, critique and utilization. 5a ed. St Louis: Saunders. [Entendimento da pesquisa em enfermagem: conduta, crítica e utilização] Brink, H. 2006. FundamentaIs of research methodology for health care professionals. 2a edição. Cidade do Cabo: Juta. [Fundamentos da metodologia de pesquisa para profissionais de cuidados de saúde] Cairo. 1994. Conferência Internacional das Nações Unidas sobre População e Desenvolvimento (CIPD). 5-13 Setembro. Cairo, Egipto. http://www.iisd.ca/Cairo.html. Conferência Internacional sobre Educação. 2004. Relatório da 47a Sessão da Conferência Internacional sobre Educação. Página 23 de 27
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