O documento descreve os processos de digestão humana, incluindo as etapas da ingestão, digestão, absorção e egestão. Detalha os principais macronutrientes (carboidratos, proteínas, gorduras), suas funções no organismo e como são digeridos. Também aborda as fibras alimentares e os tipos de digestão.
3. Nutrição é um processo biológico em que os organismos (animais e vegetais), utilizando-se de alimentos, assimilam nutrientes para a realização de suas funções vitais . Nutrição Macronutrientes São nutrientes necessários ao organismo diariamente e em grandes quantidades. >Constituem a maior parte na dieta. >Fornecem energia e componentes fundamentais para o crescimento e manutenção do corpo. >Fazem parte deste grupo carboidratos, proteínas e gorduras. A nutrição envolve as seguintes etapas: Ingestão ; Digestão ; Absorção e Egestão
4. Funções dos carboidratos no organismo: 1) Principal fonte de energia do corpo. 2) Regulam o metabolismo protéico, poupando proteínas. 3) A quantidade de carboidratos da dieta determina como as gorduras serão utilizadas para suprir uma fonte de energia imediata. 4) Necessários para o funcionamento normal do sistema nervoso central. 5) A celulose e outros carboidratos indigeríveis auxiliam na eliminação do bolo fecal. Estimulam os movimentos peristálticos do trato gastrointestinal e absorvem água para dar massa ao conteúdo intestinal. 6) Apresentam função estrutural nas membranas plasmáticas da células.
5. Proteínas As proteínas são compostas de carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio e quase todas apresentam enxofre. São formadas por ligações peptídicas estabelecidas entre os aminoácidos . Classificação das proteínas: 1) Proteína de alto valor biológico (AVB): Possuem em sua composição aminoácidos essenciais em proporções adequadas . É uma proteína completa. Ex.: proteínas da carne, peixe, aves e ovo. 2) Proteínas de baixo valor biológico (BVB): Não possuem em sua composição aminoácidos essenciais em proporções adequadas . É uma proteína incompleta. Ex.: cereais integrais e leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico, etc.). 3) Proteínas de referência : Possuem todos os aminoácidos essenciais em maior quantidade. Ex.: ovo, leite humano e leite de vaca.
6. Classificação dos aminoácidos: Aminoácidos são unidades estruturais das proteínas. Eles se unem em longas cadeias, em várias estruturas geométricas e combinações químicas para formar as proteínas específicas. 1) Aminoácidos essenciais : Precisam ser fornecidos através da dieta. São eles: Valina, lisina, treonina, leucina, isoleucina, triptofano, fenilalanina e metionina. A histidina e a arginina são essenciais para crianças até 1 ano de vida. 2) Aminoácidos não essenciais (naturais): Podem ser sintetizados pelo organismo em quantidades adequadas para uma função normal.
7.
8. Gorduras São substâncias orgânicas de origem animal ou vegetal, formadas predominantemente de produtos de condensação entre glicerol e ácidos graxos , chamados triacilgliceróis . Além de fonte de energia, são veículos importantes de nutrientes, como vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) e ácidos graxos essenciais. Classificação: Lipídios simples : São triglicerídeos, que quando decompostos originam ácidos graxos e glicerol. Podem ser encontrados na forma sólida ou líquida. Os sólidos à temperatura ambiente são chamados de gorduras e os líquidos constituem os óleos. Lipídios compostos : São combinações de gorduras e outros componentes, como por exemplo, fósforo, glicídios, nitrogênio e enxofre, dando origem as fosfolipídeos (lecitina e cefalina), glicolipídeos (glicídios e nitrogênio – cerebrosídeos) e lipoproteínas . Lipídios derivados : São substâncias produzidas na hidrólise ou decomposição dos lipídeos. São os ácidos graxos saturados e insaturados , o glicerol e os esteróis .
9. Funções das Gorduras : 1) Componentes de estruturas celulares (membranas plasmáticas); 2) Principal fonte energética do organismo (1 grama fornece 9 Kcal); 3) Importante isolante térmico e físico; 4) Sintetizam hormônios e ácidos biliares; 5) Veículos de vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K); 6) Proporcionam mais palatabilidade aos alimentos. A digestão das gorduras ocorre quase totalmente no intestino delgado, porém, a ação preparatória ocorre nas paredes anteriores do trato gastrointestinal. No estomago apenas as gorduras emulsionadas (gordura do leite e da gema do ovo) recebem a ação da lípase gástrica, que desdobra as gorduras em ácidos graxos e glicerol.
10. Fibras Alimentares As fibras alimentares são os polissacarídios vegetais da dieta, como celulose, hemiceluloses, pectinas, gomas, mucilagens e a lignina (não polissacarídio) que não são hidrolisados pelo trato gastrointestinal humano. Funções das fibras no organismo 1) Estimulam a mastigação, e assim, a secreção da saliva e suco gástrico; 2) Enchem o estômago proporcionando uma sensação de saciedade; 3) Promovem regulação do tempo de trânsito intestinal, atrasando o esvaziamento gástrico, tornando mais lento a digestão e absorção; 4) No cólon devido a sua capacidade de absorver água, forma fezes volumosas e macias; 5) São substratos para fermentação por colônias de bactérias; 6) Atuam no metabolismo dos carboidratos no controle da glicemia formando um gel (pectina e goma) no intestino tornando mais lento a velocidade na qual a glicose entra na corrente sanguínea; 7) Na absorção e na regulação de lípideos sanguíneos as fibras insolúveis se ligam aos sais biliares e reduzem a absorção das gorduras e colesterol; as fibras solúveis diminuem especificamente o colesterol LDL; 8) São substratos para formação de ácidos graxos de cadeia curta.
11. Generalidades Tipos de Digestão 1) Digestão intracelular : ocorre somente no interior da célula . A partícula é englobada, por pinocitose ou fagocitose, sendo então digerida no interior de vacúolos através das enzimas lisossômicas. Esse tipo de digestão é encontrado em protozoário s , poríferos, celenterados e platelmintos. A digestão é o conjunto das transformações, mecânicas e químicas que os alimentos orgânicos sofrem ao longo de um sistema digestivo, para se converterem em compostos menores hidrossolúveis e absorvíveis.
12. Nos animais pluricelulares mais simples, como as esponjas, a digestão é exclusivamente intracelular e ocorre no interior de células especiais conhecidas como coanócitos e amebócitos . Nos celenterados e platelmintos, já existe uma cavidade digestiva incompleta , isto é, como uma única abertura - a boca. Nesses animais, a digestão inicia-se numa cavidade digestiva mas o término ainda é intracelular.
13. À medida que os grupos animais ficam mais complexos, a digestão ocorre exclusivamente na cavidade digestiva , ou seja, é totalmente extracelular . É o que acontece a partir dos nematelmintos , nos quais a eficiência do processo digestivo garante a fragmentação total do alimento na cavidade digestiva. A digestão nos celenterados é parte na cavidade gastrovascular e parte no interior de células. Lembrem-se que aqui o tubo digestivo é incompleto
18. Controle da Digestão Os processos mecânico são controlados pelo Sistema nervoso. Os processos químicos dependem de estímulos do sistema neuro-hormonal.
19. Digestão na Boca 1) Dentes: - Digestão Mecânica - mastigação essencial para digestão; - Função: triturar alimentos; Dentes: pré-molares, molares, caninos, incisivos; Obs: as aves não possuem dentes. A trituração de seus alimentos é feita por um órgão chamado de moela, que tem a função de um estômago mecânico. 2) Língua: Função de deglutição (engolir o alimento). Promove a sensação dos sabores, em função da presença das papilas gustativas .
20. 3) Glândulas salivares: - Glândulas exócrinas que têm função de produzir a saliva , que atua na digestão química dos alimentos ingeridos ; - 3 tipos de glândulas: submaxilar, submandibular (ou sublingual ) e parótida;
23. - Água : umidifica o alimento; - Sais minerais: Tiocianeto, bactericida principalmente contra os estreptococos - cárie); além deste, há presença de A Lisozima exerce importante ação bactericida e cicatrizante. - Muco: (glicoproteína) - torna o alimento deslizável, ajudando no peristaltismo; - Enzima ptialina ou amilase salivar - age sobre os carboidratos de reserva (amido e glicogênio) , fazendo a primeira quebra, e transformando-os em maltose (dissacarídeo) e dextrina (oligossacarídeo); -Ions: Entre os ânions, particularmente, o bicarbonato, o monofosfato e o bifosfato , que exercem um efeito tamponante eficaz, frente aos ácidos e às bases, o que permite a constância do pH salivar em torno de 6,9 . Obs: As enzimas digestivas são todas hidrolíticas, ou seja, realizam a reação na presença de água. Composição da Saliva:
24.
25.
26. Os dentes e a língua preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação, os dentes reduzem os alimentos em pequenos pedaços, misturando-os à saliva , o que irá facilitar a futura ação das enzimas. A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para que seja engolido. Na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatro sabores primários: doce, azedo, salgado e amargo . A presença de alimento na boca, como sua visão e cheiro, estimula as glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias.
27.
28. Boca / Digestão Alimento + Dentes e Língua (Ação mecânica) Mastigação e Ensalivação Bolo Alimentar Saliva (Ação química)
29.
30.
31. Faringe / Deglutição O bolo alimentar é empurrado da BOCA ESOFAGO Deglutição – designação dada ao ato de engolir. É um ato voluntário. Durante a deglutição a epiglote fecha para não deixar o bolo alimentar passar para a laringe e obstruir as vias respiratórias A faringe é um órgão comum ao Sistema Respiratório e Digestivo.
32. Esôfago O bolo alimentar atravessa o ESÔFAGO Movimentos Peristálticos (Ação mecânica) ESTÔMAGO
33. No intestino grosso , a propulsão é realizada por contracções maiores das paredes do intestino, denominadas movimentos de massa. Movimentos peristálticos são contrações musculares rítmicas que se verificam em vários órgãos do tubo digestivo. A contração rítmica destes músculos gera uma “onda” que vai empurrando os alimentos . Os movimentos peristálticos são tão eficazes que atuam mesmo contra a força da gravidade, obrigando ao prosseguimento do bolo alimentar para o estômago, mesmo se estivermos de cabeça para baixo. O esófago também produz mucina que tem a função de lubrificar. Ao longo do esófago a amilase salivar continua a atuar sobre o amido . Os movimentos peristálticos do esôfago estimulam o cárdia (esfincter) , que deixa passar o bolo alimentar para o estômago. Todos os restantes órgãos do tubo digestivo possuem músculos idênticos que realizam este tipo de movimento e são responsáveis pela progressão dos nutrientes até à sua absorção.
40. O Suco gástrico ou estomacal é produzido pelas glândulas que existem na parede do estômago. O suco gástrico contém muco, enzimas e ácido clorídrico. O muco protege as paredes da acção do ácido clorídrico. As enzimas gástricas são, essencialmente, a protease (pepsina) que inicia a digestão das proteínas e a lipáse gástrica, que inicia a digestão de alguns lípidos. O Ácido clorídrico baixa o pH do estômago para cerca de 1 a 3, facilitando a acção das enzimas e eliminando a maioria das bactérias que existem nos alimentos. O quimo é uma mistura semilíquida e espessa
47. Fígado / Bile / emulsão das gorduras A bílis não possui enzimas mas é fundamental na divisão das gorduras em partículas de pequenas dimensões. Ajuda a neutralizar a acidez do quimo o que permite a actuação das enzimas. gordura água bílis gotículas de gordura
61. A presença de alimento na boca, a simples visão, pensamento ou o cheiro do alimento, estimulam a produção de saliva. Enquanto o alimento ainda está na boca, o sistema nervoso, por meio do nervo vago , envia estímulos ao estômago, iniciando a liberação de suco gástrico. Quando o alimento chega ao estômago, este começa a secretar gastrina (1) , hormônio produzido pela própria mucosa gástrica e que estimula a produção do suco gástrico. Com a passagem do alimento para o duodeno, a mucosa duodenal secreta outro hormônio, a secretina (2) , que estimula o pâncreas a produzir suco pancreático e liberar bicarbonato. Ao mesmo tempo, a mucosa duodenal produz colecistocinina (3) , que é estimulada principalmente pela presença de gorduras no quimo e provoca a secreção do suco pancreático e contração da vesícula biliar (4) , que lança a bile no duodeno. Em resposta ainda ao quimo rico em gordura, o duodeno secreta enterogastrona (5) , que inibe os movimentos de esvaziamento do estômago, a produção de gastrina e, indiretamente, de suco gástrico.
62.
63.
64. Intestino delgado/ final digestão No final da digestão, no intestino delgado pode encontrar-se: • Um conjunto de nutrientes muito simples, como a água , íons, minerais , glicose , ácidos gordos , aminoácidos e vitaminas . • Grandes moléculas não digeridas como a celulose .
67. Aminoácidos Monossacarídeos (glicose) sais minerais Vitaminas alguma água Ácidos gordos e glicerol Vitaminas lipossoluveis Os produtos resultantes da digestão passam através de vilosidades para o sangue ou para a linfa. Intestino delgado / absorção intestinal
69. Intestino grosso / absorção As substâncias não digeridas passam para o intestino grosso misturadas com água. Ocorre a absorção de minerais e de grande quantidade de água
70. No Intestino Grosso… Movimentos peristálticos são efetuados pelo intestino grosso até à expulsão das fezes. Os nutrientes passam, em grande parte, para o sistema circulatório, sendo posteriormente utilizados pelas células. Os restantes materiais passam para o intestino grosso, onde vão formar as fezes. Os alimentos não digeridos, os nutrientes não absorvidos, o muco e as células mortas, constituem as fezes, expulsas pelo ânus.
72. As fibras essencialmente constituídas por celulose, ajudam a reter a água, o que torna as fezes mais volumosas, macias e fáceis de expelir, ficando, por isso, a parede do intestino sujeita durante menos tempo ao contacto com substâncias tóxicas dos resíduos dos alimentos. Tal facto reduz o risco de cancro no intestino e de outras doenças, como apendicite, hemorróidas, etc
Uma vez que não ingerimos alimentos de forma contínua, é importante que só sejam produzidas enzimas digestivas quando existem alimentos no tubo digestivo. A produção de secreções digestivas é controlada por nervos e por hormonas que realizam um trabalho conjunto. O sistema nervoso capta informações a partir do aspecto, cheiro e paladar dos alimentos, as quais são transmitidas ao hipotálamo e ao córtex cerebral. O próprio contacto físico do conteúdo alimentar com as diferentes partes do tubo digestivo proporciona reflexos que conduzem à produção de movimentos e de secreções.
Xerostomia – boca seca Pode ser crónica ou ser uma situação ocasional. Quando é crónica a pessoa com xerostomia pode sofrer alterações de voz e paladar, dificuldade em engolir, candidíase (provocada por um fungo) e maior formação de tártaro.
As enzimas catalisam reacções catabólicas e anabólicas. As enzimas são classificadas em função da substância sobre a qual actuam e a sua designação termina geralmente, com o sufixo ase.
A saliva é constituída, essencialmente, por mucina (com função lubrificante) e amilase salivar ou ptialina (com função enzimática). A amilase salivar é uma enzima que intervém na digestão química do amido, transformando-o em maltose.
O Suco gástrico ou estomacal é produzido pelas glândulas que existem na parede do estômago. O suco gástrico contém muco, enzimas e ácido clorídrico. O muco protege as paredes da acção do ácido clorídrico. As enzimas gástricas são, essencialmente, a prótease (pepsina) que inicia a digestão das proteínas e a lipáse gástrica, que inicia a digestão de alguns lípidos. O Ácido clorídrico baixa o pH do estômago para cerca de 1 a 3, facilitando a acção das enzimas e eliminando a maioria das bactérias que
O Suco gástrico ou estomacal é produzido pelas glândulas que existem na parede do estômago. O suco gástrico contém muco, enzimas e ácido clorídrico. O muco protege as paredes da acção do ácido clorídrico. As enzimas gástricas são, essencialmente, a prótease (pepsina) que inicia a digestão das proteínas e a lipáse gástrica, que inicia a digestão de alguns lípidos. O Ácido clorídrico baixa o pH do estômago para cerca de 1 a 3, facilitando a acção das enzimas e eliminando a maioria das bactérias que existem nos alimentos. O quimo é uma mistura semilíquida e espessa.
O intestino delgado é o órgão mais comprido (cerca de 6m) e está dividido em três partes: o duodeno, o jejuno e o íleo.
Funções do fígado: Controlar os níveis de glicose no sangue; Metabolizar aminoácidos e gorduras, Armazenar vitaminas e minerais, Eliminar elementos tóxicos, como medicamentos e toxinas do sangue; Produzir proteínas do plasma; Gerar calor, ajudando o corpo a manter-se quente.
Funções do fígado: Controlar os níveis de glicose no sangue; Metabolizar aminoácidos e gorduras, Armazenar vitaminas e minerais, Eliminar elementos tóxicos, como medicamentos e toxinas do sangue; Produzir proteínas do plasma; Gerar calor, ajudando o corpo a manter-se quente.
O intestino delgado é o órgão mais comprido (cerca de 6m) e está dividido em três partes: o duodeno, o jejuno e o íleo.
Os nutrientes passam, em grande parte, para o sistema circulatório, sendo posteriormente utilizados pelas células. Os restantes materiais passam para o intestino grosso, onde vão formar as fezes.
As fibras essencialmente constituídas por celulose, ajudam a reter a água, o que torna as fezes mais volumosas, macias e fáceis de expelir, ficando, por isso, a parede do intestino sujeita durante menos tempo ao contacto com substâncias tóxicas dos resíduos dos alimentos. Tal facto reduz o risco de cancro no intestino e de outras doenças, como apendicite, hemorróidas, etc