1. Elaborado por:
Carina Freitas 4º CPLEER
Orientação:
Lucília Teixeira (EER)
Fafe, 18 de Abril de 2012
2. SUMÁRIO
Definição de conceitos
AVC
Espasticidade
Padrão espástico/Padrão inibitório de espasticidade
Posicionamentos
Transferências
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC 2
3. DEFINIÇÃO DE AVC
Segundo Martins (2002) o AVC pode ser definido como um complexo de sintomas de deficiência
neurológica que permanecem durante pelo menos 24h, resultando lesões cerebrais provocadas
pela alteração da irrigação sanguínea.
O Acidente Vascular Cerebral é “ causado por uma interrupção no suprimento de sangue ao
cérebro (…) ocorre quando uma artéria que fornece sangue ao cérebro fica bloqueada ou se
rompe, tendo um subsequente compromisso das funções sensoriais e motoras. ”
Organização Mundial Saúde, 2003
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC 3
4. COMPLICAÇÕES MAIS FREQUENTES APÓS AVC
Depressão
Quedas
Alterações urinárias
Disfagia / Pneumonia de aspiração
Ombro doloroso
Sub–luxação do ombro
ESPASTICIDADE
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC 4
5. CONCEITO DE ESPASTICIDADE
Aumento do tónus que apresenta flutuação durante o movimento passivo.
Avalia-se do seguinte modo:
Após iniciar um movimento de extensão (ex. de um segmento de MS),
sente-se um aumento rápido da resistência, cedendo pouco depois e por
vezes, bruscamente. Por analogia, é conhecida como reflexo de “navalha em
mola”.
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC 5
6. ESCALA DE ESPASTICIDADE DE ASHWORTH
Score
0 Tónus muscular normal
1 Hipertonia leve Aumento do tónus muscular com “paragem” no movimento passivo da
extremidade, com resistência mínima em menos de metade do seu arco de
movimento
2 Hipertonia moderada Aumento do tónus muscular durante a maior parte do arco de movimento,
mas pode mobilizar-se com facilidade o membro afetado
3 Hipertonia intensa Aumento significativo do tónus muscular, com dificuldade em realizar
movimentos passivos
4 Hipertonia extrema O membro afetado permanece com espasticidade em flexão ou extensão,
não sendo possível efetuar mobilização passiva.
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7. COMPLICAÇÕES DA ESPASTICIDADE
Parestesias dolorosas
Fraqueza muscular
Contracturas
Tromboflebites
Impossibilidade de movimentos.
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8. IMPORTANTE LEMBRAR
A espasticidade surge, predominantemente, nos músculos antigravíticos
dos membros superiores (músculos flexores) e, nos membros inferiores
(músculos extensores) produzindo uma postura típica de flexão no
membro superior e de extensão no membro inferior.
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9. PADRÃO ESPÁSTICO
Inclinação lateral da cabeça para o lado afetado, com
rotação para o lado são;
Inclinação lateral do tronco para o lado afetado;
Retração do ombro com depressão e rotação interna;
Flexão do cotovelo e pronação;
Flexão do punho e dedos em adução;
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10. PADRÃO ESPÁSTICO
Retração da anca;
Rotação externa e extensão do membro
inferior;
Extensão do tornozelo com inversão do
pé e flexão plantar.
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11. PRINCÍPIOS GERAIS DA MECÂNICA CORPORAL
Coluna Vertebral Reta
Pernas Fletidas
Carga Junto ao Corpo
Pontos de Pega Firmes
Pés Separados
Suporte do Peso com o Corpo
Utilização de Pontos de Apoio
12. POSICIONAMENTOS
São as posturas em que se coloca o utente, quando este não tem
capacidade para mudar de decúbito sozinho e/ou quando a
situação clínica não permite.
(Paulino, 1998)
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC 12
13. OBJETIVOS DOS POSICIONAMENTOS
Promover a estimulação sensorial do lado afetado
Prevenir problemas de pele, nomeadamente úlceras de pressão
Prevenir complicações musculares e articulares
Proporcionar conforto
INIBIR A ESPASTICIDADE
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC 13
14. IMPORTANTE LEMBRAR
Os posicionamentos são o primeiro passo na recuperação do individuo;
O utente deve ser posicionado em padrão inibitório de espasticidade durante as
24 horas, não devendo ser limitado às horas de sono ou repouso;
Ensinar o cuidador informal e o utente, sempre que possível, a adotar estes
posicionamentos explicando-lhe as vantagens desta atuação.
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15. PADRÃO INIBITÓRIO DA ESPASTICIDADE
Alinhamento da cabeça com o corpo;
Alongamento do tronco do lado afetado;
Protração do ombro com rotação externa;
Extensão do cotovelo e supinação;
Extensão do punho e dedos em abdução;
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16. PADRÃO INIBITÓRIO DA ESPASTICIDADE
Protração da anca;
Rotação interna da anca e ligeira flexão do joelho;
Evitar a flexão plantar e a inversão.
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17. DECÚBITO DORSAL
CABEÇA Sobre uma almofada baixa
Ombro sobre almofada e em rotação externa
MEMBRO SUPERIOR Omoplata em protração
AFECTADO Cotovelo, punho e dedos em extensão
Supinação do antebraço
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18. DECÚBITO DORSAL
MEMBRO INFERIOR Almofada sob a anca, com rotação interna
Flexão do joelho
AFECTADO
Evitar a flexão plantar e a inversão do pé
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19. DECÚBITO LATERAL PARA O LADO SÃO
CABEÇA Sem almofada ou com uma almofada o mais baixo possível
MEMBRO SUPERIOR Ombro, cotovelo e punho em extensão, apoiado sobre almofadas
Dedos em extensão e abdução
AFECTADO
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20. DECÚBITO LATERAL PARA O LADO SÃO
MEMBRO INFERIOR AFECTADO Flexão da anca e rotação interna
Flexão do joelho e dorsiflexão do pé
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21. DECÚBITO LATERAL PARA O LADO AFECTADO
CABEÇA Sobre uma almofada à altura do ombro
Ombro em flexão de 90ºcom rotação externa
Protração da omoplata
Cotovelo, punho e dedos em extensão
MEMBRO SUPERIOR AFECTADO
Antebraço em supinação
Dedos em abdução
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC 21
22. DECÚBITO LATERAL PARA O LADO AFECTADO
MEMBRO INFERIOR AFECTADO Flexão da anca, joelho e tornozelo
Rotação interna de todo o membro
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC 22
23. ABORDAGEM DO UTENTE E ESTIMULAÇÃO SENSORIAL
• O utente deve ser abordado pelo lado
Mesa de
afetado, de modo a criar um estímulo cabeceira
Cadeira
sistemático ao hemicorpo lesado;
Hemicorpo
lesado
• Organizar a unidade do doente de
forma a que o lado afetado fique para o Leito
centro do quarto.
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC 23
24. NO UTENTE ACOMETIDO DE AVC É FUNDAMENTAL
Promover os posicionamentos em padrão inibitório de
espasticidade
Reeducar a função motora e sensitiva do lado afetado
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC 24
25. TRANSFERÊNCIAS
É a mudança do utente, de uma superfície para a outra, por
meio de um padrão específico de movimentos que são seguros
e eficientes.
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC 25
26. OBJETIVOS DAS TRANSFERÊNCIAS
• Prevenir as úlceras de pressão;
• Prevenir as complicações da imobilidade;
• Promover o conforto e a qualidade de vida.
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC
27. TÉCNICA DE TRANSFERÊNCIA DO UTENTE COM HEMIPARÉSIA
Rodar o utente para o lado afetado,
segurando na anca com as pernas
fletidas;
Apoiar sobre o cotovelo afetado;
Sentar na beira da cama, com os pés
completamente apoiados no chão.
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC 27
28. TÉCNICA DE TRANSFERÊNCIA DO UTENTE COM HEMIPARÉSIA
-Colocar a cadeira
num ângulo de 30º
com a cama
-Retirar braços e pés
da cadeira
-Travar as rodas da
cadeira
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC 28
29. POSICIONAMENTO NO UTENTE NA POSIÇÃO DE SENTADO
Braços apoiados, lateralmente, ao
corpo;
Braço afetado em ligeira abdução,
com punho e dedos em extensão e
abdução;
O cotovelo, se possível, apoiado
numa almofada, com a mão
devidamente posicionada.
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC 29
30. POSICIONAMENTO NO UTENTE NA POSIÇÃO DE SENTADO
O tronco deve estar apoiado nas costas da
cadeira. Se necessário, colocar uma
almofada nas costas do utente;
Pés apoiados no chão ou numa base, mas
nunca pendentes ( risco de pé equino);
Sempre que possível, usar uma superfície
de trabalho em frente ao utente;
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC 30
31. POSICIONAMENTO NO UTENTE NA POSIÇÃO DE SENTADO
O utente segura a mão afetada (ao
nível do punho) com a mão
contralateral;
Segurar o utente pelos antebraços
e fletir os joelhos. Elevar o doente
ao mesmo tempo que se faz a
extensão dos joelhos.
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC 31
32. TÉCNICA DE TRANSFERÊNCIA NO UTENTE COM PARAPARÉSIA
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC 32
33. TÉCNICA DE TRANSFERÊNCIA NO UTENTE COM TETRAPARÉSIA
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC 33
34. PAPEL DO PRESTADOR DE CUIDADOS NO PROCESSO DE REABILITAÇÃO
Os prestadores de cuidados devem ser elementos ativos e indissociáveis da
equipa de reabilitação;
Os profissionais de saúde têm a responsabilidade de ensinar/instruir/treinar os
cuidadores informais para que estes possam participar ativamente no programa
de reabilitação instituído;
A ação do prestador de cuidados é, neste contexto, fundamental dada a
importância de posicionar corretamente o utente e de transferi-lo com segurança.
É primordial dotá-lo de conhecimentos e competências.
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC 34
35. É da responsabilidade do enfermeiro ajudar e apoiar os
utentes e familiares na adaptação à nova condição de
saúde, minimizando efeitos negativos e potenciando a sua
capacidade de recuperação/reabilitação.
Transferências e Posicionamentos ao Utente Acometido de AVC 35
36. BIBLIOGRAFIA
DIRECÇÃO-GERAL DE SAÚDE (DGS) (2010). Acidente Vascular Cerebral, Itinerários
Clínicos. Lisboa: Lidel.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS) (2003). Promovendo a Qualidade de
Vida após Acidente Vascular Cerebral. Porto Alegre: Artmed
Martins, M.ª Manuela (2002) - Uma crise acidental na família: o doente com AVC.
Coimbra: Formasau.
Material de apoio das aulas do 4ºCPLEER
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