A IAC - Iniciativa para uma Auditoria Cidadã, integrada na estratégia e sob controlo do BE revelou-se em todo o seu reacionarismo. Veja-se esta ´pérola proferida pelo seu chefe "A renegociação tem de ser feita antes que se chegue a um ponto de rotura social, que todos queremos evitar" Decididamente, a rotura está longe da "esquerda" caviar
1. GRAZIA.TANTA@GMAIL.COM 29/4/2013 1
A IAC mandou a toalha ao chão
A imprensa divulgou o próximo projeto da IAC – Iniciativa para uma
Auditoria Cidadã1.
Ficámos a saber que a IAC se vai entreter durante as férias a recolher
assinaturas para entregar na AR, para esta criar uma Entidade que
acompanhe a auditoria. Já temos a IGF – Inspeção Geral de Finanças e
o Tribunal de Contas, lembramos nós; é o habitual pendor para a
burocracia e a estatização de keynesianos ou, de próceres do trotsko-
estalinismo que reina naquelas bandas. Parece brincadeira de
carnaval…
Assim, a IAC desiste da auditoria cidadã, do desenvolvimento da
democracia inerente à intervenção das pessoas num processo de
abertura e de transparência das contas públicas. Aliás, a referência a
“cidadã” sempre foi propaganda pois uma grande abertura significaria
riscos de radicalização que o controlo partidário exercido sobre a IAC
poderia não conter.
A IAC encaminha a questão da dívida para o vespeiro parlamentar
pedindo aos deuses que a maioria PSD/CDS aprove os seus propósitos.
Para que isso aconteça terão de pedir ao Cavaco que interceda junto
da Nª Sª de Fátima. Quanto às pessoas comuns, que se resignem ao que
os seus “representantes” decidam, do alto do seu reconhecido
brilhantismo intelectual…
Não é estranho que, com tantos académicos, a IAC, ano e meio depois
da abertura com pompa e circunstância no S. Jorge, chegue a esta
pífia proposta, reveladora de paralisia e total fracasso. Só revela a sua
ausência de trabalho concreto e a sua preferência para debitarem no
palanque para plateias selecionadas e normalizadas, adequadas ao
seu reacionarismo.
A IAC nunca defendeu que a dívida é um problema político, sem
solução neste sistema institucional. Não é capaz de assumir que esta
divida não é pagável e que só uma posição de princípio – não
1
http://democraciaedivida.wordpress.com/2013/05/29/iac-promove-pobreza-nao-paga-a-divida-
renegociacao-ja/
2. GRAZIA.TANTA@GMAIL.COM 29/4/2013 2
pagamos – pode abrir caminho ao apuramento de dívidas ilegítimas, a
anulações, à criminalização de quantos participaram em actos danosos
de gestão pública. Objetivamente, a IAC coloca-se ao lado de Vitor
Gaspar, da troika e do capital financeiro, na perpetuação dos
sacrifícios e na punição pelo pecado de “vivermos acima das nossas
posses”.
A IAC não quer assumir que não se vai a lado algum com as atuais
instituições que acoitam uma classe política que se auto-reproduz e
para a qual as pessoas são débeis mentais incapazes de perceber a
complexidade da situação e as dificuldades da governação; esta, que
como sabemos, se reduz ao roubo de rendimentos e direitos da
esmagadora maioria dos sobreviventes em Portugal.
Na IAC mandou-se a toalha ao chão e espera-se que uma pouco
reflexiva imprensa divulgue prometidas glórias futuras, já que do
passado há pouco para apresentar. Como aliás em outras iniciativas
dominadas pelo BE, como se verá em breve.
Estivemos recentemente em Espanha num dos muitos “nós” da
Auditoriaciudadana e que compõem a rede que se espalha pelo país.
Nesse “nó” – criado em outubro último – vimos trabalho, abertura a
todos, organização e propostas políticas adequadas à situação que se
vive, em Espanha ou Portugal. Não descortinámos a presença de
infiltrados ou controleiros partidários embora estivessem presentes
algumas pessoas com simpatias partidárias e que, naturalmente, eram
encaradas como quaisquer outras. Nem vimos nenhum caso de
premeditada exclusão como na IAC que, em dezembro de 2011,
recusou a integração de um ativista enquanto explícito defensor da
anulação da dívida pública portuguesa.
Sobre a dívida, veja-se aqui trabalho desenvolvido sem académicos
escolásticos, nem quadros partidários ao serviço da perpetuidade do
sistema que, benevolamente, lhes paga:
http://grazia-tanta.blogspot.pt/2013/05/quando-divida-aumenta-
democracia.html
http://grazia-tanta.blogspot.pt/2012/07/a-divida-seguranca-social-o-
longo.html
http://grazia-tanta.blogspot.pt/2012/05/divida-portuguesa-total-
canibalizacao.html
http://grazia-tanta.blogspot.com/2012/03/v-behaviorurldefaultvmlo.html