O documento discute os principais agentes ambientais, climáticos e biológicos que causam patologias em construções, incluindo umidade, ventos, constituintes do ar, microorganismos, vegetação, insetos e animais. Esses agentes naturais são responsáveis pela maioria dos problemas patológicos nas edificações, acelerando processos de deterioração dos materiais.
2. O s problemas patológicos nas
construções não são causados
apenas pela ação do homem, e
sim, na maioria das vezes, pela
própria natureza, são esses os
Agentes Ambientais, os Climáticos e
os Biológicos.
3. Agentes Climáticos:
• O clima quente e úmido: a presença de
água costuma acelerar os processos de
deterioração dos materiais, e as altas taxas de
umidade, em conjunto com o calor, propiciam o
surgimento de microorganismos e a ação dos
insetos;
• O clima quente e seco: determina as
grandes amplitudes térmicas, o que acaba
sendo o principal fator de degradação neste
clima. São impostas grandes exigências aos
materiais, em prelação a plasticidade e a
capacidade de expansão e contração. O
resultado disso é o surgimento de
descontinuidades, principalmente nas
superfícies dos edifícios;
4. • O clima frio: no clima frio os principais
problemas dizem respeito à condensação de
vapor d água sobre os materiais e ao
congelamento da água presente no interior das
tubulações.
• Radiação: Componente UV (ultravioleta)
da radiação deixa os materiais desbotados e
quebradiços; o aquecimento das superfícies
causará a dilatação e contração, que com o
passar do tempo e a diminuição da
plasticidade dos materiais, poderá causar
descontinuidades (fissuras). Além
disso,quando as superfícies são constituídas
por materiais diversos, é comum que os
materiais apresentem comportamentos
distintos quanto à dilatação, o que
novamente determinará ao aparecimento de
5. Agentes Ambientais:
• Água: É um dos principais agentes responsáveis pelo
aparecimento de patologias em todos os tipos de edificações.
A capilaridade ocorre através de vazios (interstícios)
microscópicos existentes nos materiais. O avanço da água
por capilaridade é muito comum nas alvenarias, quando as
mesmas estão em contato com zonas úmidas. As águas
contidas no solo, provenientes das chuvas ou lençóis
freáticos, exercem pressão ascendente sob os alicerces. A
falta de impermeabilização das fundações permite o fluxo
d’água através dos vazios existentes entre as partículas dos
materiais, provocando o aparecimento de manchas úmidas
nas paredes. PRESENÇA DE UMIDADE NAS
EDIFICAÇÕES:
- umidade ascensional proveniente do solo;
- absorção e penetração da água da chuva (PODE SER
IMPULSIONADA PELO VENTO EPRESENÇA DE
FISSURAS);
- umidade de condensação;
- umidade incorporada durante o processo de construção;
- umidade acidental.
6. • Ventos: Pode colaborar com a degradação das
edificações determinando a entrada de umidade,
através da pressão que exerce o que acontece
principalmente na chuva dirigida; definindo a erosão
dos elementos da fachada.
- Constituintes do ar: O ar é constituído por diversas
substâncias, existente naturalmente na composição do
mesmo ou pelas atividades humanas. Alguns dos
componentes do ar que podem trazer efeitos danosos
para a edificação são: OS ÓXIDOS DE ENXOFRE:
efeitos corrosivos sobre metais e atacam superfície das
pedras; OS CLORETOS (SAIS): presentes
principalmente nas zonas litorâneas, em um fenômeno
conhecido como névoa salina, podem penetrar nas
superfícies dos materiais, definindo a contaminação por
sais O PÓ E FULIGEM: se depositam em certas
regiões da fachada, desvalorizando o bem
arquitetônico. Nem sempre essa sujeira é facilmente
removida, podendo ocasionar manchas de caráter
permanente.
7. Agentes Biológicos:
Biodeterioração são mudanças
indesejáveis produzidas por atividades
normais de organismos vivos sobre as
propriedades dos materiais. Os estudos
relacionados à biodeterioração procuram
auxiliar na compreensão dos fenômenos
químicos e bioquímicos que levam a
degradação dos materiais das edificações.
8. • Microorganismos: São as bactérias, os
fungos, as algas e os liquens. As bactérias e
os fungos se alimentam da matéria orgânica.
Sendo assim, a madeira é um dos principais
pontos de ataque desses elementos. Os
fungos se reproduzem por esporos, que são
levados pelo ar, ou seja, a partir de um
esporo pode germinar um novo fungo. Os
diferentes tipos de fungo atuam
diferentemente na madeira. Alguns apenas
geram manchas permanentes, outros
constituem um elemento desorganizador que
retira o carbono do tecido lenhoso alterando
sua estrutura e deixando-a quebradiça e
outros atuam na decomposição da celulose
ou da lignina, o que é conhecido pelo nome
de podridão parda ou podridão branca
respectivamente.
9. Exemplo:
- Bolor
► Conceito: Desenvolvimento de microorganismos capazes de deteriorar pinturas e revestimentos.
Os fungos são organismos filamentosos, que produzem através de estruturas normalmente
microscópicas chamadas esporos, as quais são produzidas em grande quantidade.
►Agente Causador:
x Umidade: Necessitam de um teor de umidade elevado no material onde se desenvolvem, ou de
uma umidade relativa bastante elevada no ambiente (>75%).
x Temperatura: Estes organismos se desenvolvem relativamente bem entre 10º C e 35 ºC.
x Ausência de insolação e ventilação.
x Crescimento é intensificado em trincas e temperaturas elevadas.
x Ocorrência:
x Sempre em presença de UMIDADE (banheiros, cozinhas, fachadas).
x Prevenção:
► Podem ser utilizadas ainda na fase de projeto:
→ Ventilação, iluminação e insolação adequados;
→ Diminuir os riscos de infiltração de água através de paredes, pisos e/ou tetos;
→ Reduzir os riscos de condensação (ex: programar as obras para permitir a evaporação da
água usada, antes de iniciar a pintura e a utilização do prédio).
► Recomendações Curativas:
→ Podem abranger alterações de projeto (ex.: aumentar a ventilação)
→ Limpeza de superfícies contaminadas.
► Reparos:
→ Primeira providência a ser tomada no caso de incidência do bolor localizado ou
generalizado em uma edificação é a identificação da causas;
→ No caso de infiltração de água ou vazamentos, deve-se inicialmente localizar a fonte de
umidade e eliminá-la.
10. • Vegetação: A vegetação se desenvolve onde
encontra um substrato adequado ao seu
crescimento. Um exemplo de vegetação não
intencional que age diretamente sobre a edificação
é aquela que cresce devido ao acúmulo de pó e
matéria orgânica em reentrâncias da
edificação, causando danos
estruturais, desagregação no revestimento e
fissuras que constituirão um caminho direto para a
umidade. Outro tipo de relação vegetação-edifício
se refere à vegetação do entorno. Esse tipo de
vegetação pode trazer diferentes tipos de
danos, conforme o porte, como o sombreamento
de áreas de fachada determinando uma maior
concentração de umidade e diferentes regimes de
expansão, relacionado à vegetação de médios e
grandes portes. A vegetação de grande porte pode
interferir no desempenho estrutural da
edificação, através de suas raízes e também no
entupimento de calhas e outros condutores de
águas pluviais através da perda de folhas.
11. • Insetos: Os insetos que mais causam danos às
edificações são as formigas e os insetos xilófagos
como carunchos e cupins.
- AS FORMIGAS: podem formar uma rede de túneis
subterrâneos, que podem vir a determinar recalques
nas fundações ou afundamento nos pisos. Também
incidem em outros elementos da edificação, como as
regiões próximas a marcos e pisos, podendo provocar
a degradação das argamassas.
- OS INSETOS XILÓFAGOS: Sem um determinado
período do seu desenvolvimento, enquanto larvas se
alimentam da madeira, consumindo grande parte de
seu tecido lenhoso. Um dos principais problemas do
ataque desse tipo de inseto é que ele muitas vezes não
fica evidente. Muitas vezes as peças de madeira já
estão irreversivelmente comprometidas, com perigo de
gerar um dano estrutural, quando se descobre o
problema. Nas edificações históricas, além de observar
os elementos visíveis de madeira, como estruturas e
esquadrias, deve-se observar a estrutura dos
estuques, pois é comum que o ataque de cupim leve ao
colapso esse tipo de elemento pelo ataque aos
montantes de madeira.
12. • Animais de pequeno porte: Os principais animais de
pequeno porte que colaboram com a degradação das
edificações são os ratos, os morcegos e os pombos.
- OS RATOS e outros roedores podem danificar as
alvenarias para fazer suas tocas e ninhos, ou se alojarem
junto a pequenas fendas sob a edificação. O principal perigo
de degradação refere-se ao ataque aos sistemas elétricos e
hidráulicos das edificações, que em colapso podem causar
incêndios e inundações.
- OS MORCEGOS costumam ocupar os forros das
edificações, formando ninhos nesses locais. Geram a
contaminação desses espaços através de suas fezes e urina,
que possui extremo mau cheiro. O acúmulo desse material
pode, pela sobrecarga, danificar os forros das edificações
históricas.
- AS AVES de uma forma geral podem ocasionar a
quebra de ornamentos, o deslocamento de telhas e bloquear
calhas. O caso dos pombos é grave nas grandes cidades
devido ao número de animais. Os excrementos das aves
além de sujar as fachadas podem, quando em contato com a
água, gerar reações químicas que provocam o manchamento