O documento fornece informações gerais sobre a geografia da África, incluindo suas características físicas, aspectos históricos como a colonização e descolonização, e detalhes sobre países importantes como a África do Sul e seu regime de apartheid.
2. CARACTERÍSTICAS GERAIS da África
Esse continente apresenta a terceira maior extensão mundial.
Possui espaço territorial nos quatro hemisférios, pois é cortado
pelo equador (parte central) e pelo meridiano de Greenwich
(parte ocidental).
Na parte oeste, é banhado pelo oceano Atlântico; na parte sudeste pelo
oceano Índico; na parte leste pelo mar vermelho e ao norte pelo mar
mediterrâneo
Um dos três maiores bolsões de pobreza do mundo, em nível relativo,
é a zona mais problemática no aspecto social e econômico do globo.
A taxa média de mortalidade infantil é da ordem de 152 por mil. As
mais altas do mundo.
3.
4. África
ASPECTOS FÍSICOS
O continente africano constitui-se de uma estrutura geológica bastante
antiga, apresentando na maioria da porção territorial relevos de baixa
altitude. Salvo alguns casos, como o monte Kilimanjaro, no Quênia.
A vegetação na África é bastante diversificada, existem
áreas de florestas equatoriais, savanas, floresta temperada,
campos e regiões desérticas. O clima também é bastante
variado, apresentando ao norte o clima mediterrâneo, na
parte central o equatorial e desértico e ao sul o tropical e
subtropical.
A maioria dos rios africanos são intermitentes. No continente, destacam-se duas
bacias: Congo- maior potencial hidroelétrico do mundo e Nilo – bacia que
proporciona a vida no Egito serve para abastecimento e irrigação.
5. HISTÓRICO
A colonização do continente foi iniciada no século XVI. Essa colonização
não foi efetiva, no sentido que não havia a interiorização no continente. Todo
o contato era litorâneo, baseado principalmente no comércio para
abastecimento de suprimentos de viagem.
Nos séculos XVII e XVIII, o comércio intensificou-se principalmente pela presença
de um grande produto de aceitação no mercado internacional – o escravo negro. O
escravo negro foi o principal “produto” comercial nesses séculos, impulsionando um
forte comércio entre a África e as Américas. Nesses séculos também não houve uma
colonização efetiva, no sentido que os negros eram capturados nas tribos por
traficantes e trazidos para o litoral para serem comercializados.
O século XIX iniciou com a entrada em vigor da lei Bill Aberdeen. Essa lei inglesa
determina o fim do tráfico de escravos, ou seja, qualquer navio que transportasse
escravos poderia ser afundado. Essa lei associada a abolição da escravatura nos
países americanos impulsionou o crescimento populacional na África que até aquele
momento era bastante reduzido. Em 1884 foi realizada a Conferência de Berlin.
Nessa conferência os países da Europa traçaram suas áreas de influência dentro da
África.
7. DESCOLONIZAÇÃO
A maioria dos países africanos obteve sua independência após a II Guerra Mundial,
destacando-se a década de 1960. Contudo o processo de colonização foi marcado
pela criação de fronteiras artificiais e essas por sua vez não levaram em consideração
as diferenças étnicas e históricas, inserindo no mesmo países de grupos e tribos
inimigas, impossibilitando a formação de uma nação plena.
Para piorar a situação, a nova geopolítica mundial foi marcada pelo
desenvolvimento de duas grandes potências (Guerra Fria). Esses países se
mostraram presentes no continente africano, influenciando nas políticas,
fornecendo armas e financiando conflitos internos
Com o fim da Guerra Fria, a ajuda externa foi minimizada, contudo o quadro de
miséria econômica, social e político que aflorava na região eram imensos. O
continente apresenta milhares de pessoas morrendo de fome, sede e de doenças
endêmicas. O continente apresenta uma dívida altíssima, sem perspectiva de
pagamento. Faltam recursos básicos para a população, existe uma quantidade
enorme de campos de refugiados, pois vários países ainda estão em guerra civil.
A África agoniza em sua própria miséria e os países e organismos internacionais
apenas realizam políticas assistencialistas, que nada resolvem a problemática
histórica de desenvolvimento que aflige a região.
8. As dificuldades pós-independência
Manter sua autonomia política e promover a
independência econômica e social em relação às suas ex-
metrópoles ou às grandes potências mundiais.
Na partilha colonial da África
Não foi considerada nem respeitada a individualidade dos
diversos povos africanos.
Passou a ocorrer uma série de conflitos entre os diferentes
grupos étnicos.
9. Conflitos DIVISÃO ÉTNICA DA ÁFRICA
África branca e negra
ÁFRICA BRANCA
Localiza-se na parte norte ou setentrional e uma parte do oeste;
banhada pelo mar mediterrâneo ao norte.
Região mais rica e com melhor IDH (Índice de desenvolvimento
humano).
Destaque na economia: extração de riquezas minerais como o
petróleo (Líbia e Argélia membros da OPEP) e no turismo (região
do mediterrâneo) são os grandes destaques.
A religião mulçumanadeterminadosna região;
Separados por limites predomina
Grandepotências europeias. tem origem na etnia branca (região
pelas parte da população
semelhante ao Oriente Médio).
Dividida em: Maghreb (onde o sol se põe), norte do Saara e
vale do Nilo (Egito).
Países da região: Egito, Líbia, Argélia, Marrocos e Tunísia.
10. ÁFRICA NEGRA
Também chamada de África verdadeira.
Dividida em África Ocidental (Nigéria), Central (bacia do rio Congo),
Oriental (Somália, Ruanda) e Meridional (África do Sul).
Região bastante pobre (exceto África do Sul).
Base econômica agrária, destacando também a extração de minerais
(voltados a exportação).
As duas regiões são separadas pelo deserto do Saara, que ocupa áreas das
duas partes, e se caracteriza como um divisor natural. O Saara tem no seu
limite sul uma extensa área que está sendo atingida por um forte processo de
desertificação – região conhecida como Sahel – que vem ampliando muito em
sua extensão, pelo uso irregular da terra para fins agrícolas e urbanos,
empobrecendo ainda mais essa região africana.
Em razão das péssimas condições de vida, da falta de investimentos na área de
saúde, educação e emprego, a África negra, ou subsaariana, vem enfrentando uma
epidemia nos casos de AIDS, tornando-se a região com maior incidência de doentes
infectados com HIV. A situação, além de escandalosa, é bastante preocupante, pois
as políticas assistencialistas hoje empregadas na região não estão surtindo efeito
benéfico, apenas mascarando um problema, ligado diretamente a política de
exploração e miséria que o continente convive.
11.
12. PAÍSES DE DESTAQUE
África do Sul País mais desenvolvido da África.
Mais militarizado.
Rico em recursos minerais (carvão, ouro, diamante, urânio), exceto
petróleo.
Os brancos na região, em sua maioria, são de origem holandesa (boërs), e
inglesa. Caracterizam cerca de 17% da população sul-africana.
A capital do executivo é Pretória, do legislativo é Cidade do Cabo e a
principal cidade é Johanesburgo.
Aspecto político
A África do Sul, principal país da África, implantou um regime no ano de 1948,
denominado de Apartheid. Esse regime baseava-se em uma segregação política,
econômica e social formal, que sobrepunha a população branca (minoria) sobre a
negra (maioria).
13. Aspecto político
O Apartheid iniciou seu declínio desde o fim dos anos 80, acarretado pela
pressão da população local, mas principalmente pelas colocações
internacionais de repúdio e a possibilidade de um boicote internacional.
Foram criadas áreas na periferia para os negros.
Devido ao aumento do número de negros (preocupação com rebeliões),
foram criadas regiões, em áreas longe do centro, conhecidas como
bantustões
A década de 60 e 80 foi o período de maior conflito dentro da região.
Em 1992, o governo determinou uma votação, em que 70% da população branca
votou o fim do apartheid.
Só recentemente (1994), houve eleições livres em que os negros puderam votar.
Venceu Nelson Mandela , primeiro presidente negro da história.
O atual presidente da África, Thabo Mbeki, enfrenta vários problemas como o
desemprego, a violência e a AIDS.
14.
15. Bases do Apartheid
Pass book (passaporte).
Não podia haver casamento inter-racial.
Negros não eram donos de terra.
Tinham salários menores que os brancos.
Não poderiam estar juntos em estabelecimentos públicos.
Não poderiam morar em bairros de brancos.
Não votavam e não se elegiam.
Não participavam do exército.
Um negro só poderia hospedar sua família por no máximo 72 horas.
Hoje ainda existe um racismo mascarado na região.
Angola e Moçambique
São países que estão inseridos na comunidade de países que falam a língua
portuguesa. Apresentam outra característica comum: são países que
passaram longos anos sobre uma forte guerra civil, a qual desestruturou
toda sua economia. Conflitos intimamente ligados a questão da Guerra
Fria. Atualmente buscam desenvolver melhorias sociais e econômicas,
baseadas em instáveis acordos de paz.