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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
DISCIPLINA O ENSINO DA MATEMATICA NO 1ª GRAU I
PROFESSORA CLAUDIANNY NORONHA
CURSO DE PEDAGOGIA
TURNO NOTURNO

RELATÓRIO DE MATEMÁTICA:
Construção do conceito de número por alunos dos anos iniciais do Ensino
Fundamental.

DANIEL
LA FERREIRA BEZERRA
Natal -RN
2011.1

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 4
2. DESENVOLVIMENTO.................................................................................... 5

2.1 Contexto Teórico ................................................................................................ 5
2.2 Atividade.............................................................................................................. 6
2.3 Auto-avaliação.................................................................................................... 7

3. CONCLUSÃO..................................................................................................... 9

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 10
ANEXOS

4
1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho evidencia os nossos estudos acerca da construção do conceito
de número por alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Por meio desse estudo,
nosso objetivo é observar e analisar as percepções das crianças com relação ao conceito
de número. Para tanto, será necessário analisar as relações que as crianças estabelecem
para construir o número, através das atividades de ensino isso através de exercícios, jogos
e de outras atividades, tendo como fundamentação teórica duas correntes de pensamentos
importantíssimas o empirismo e o construtivismo na elaboração desse relatório.
As atividades foram desenvolvidas no período de 22/03 a 01/04/2010,
contemplando as etapas de elaboração e aplicação de atividades, assim como a produção
do relatório descritivo que retrata a vivência de situações de ensino-aprendizagem da
Matemática relacionada, principalmente, à construção do conceito de números.
Vale ressaltar que as crianças aprendem com os jogos a adquirir a autoconfiança
expressando seus pensamentos com mais desenvoltura, se tornam mais críticas e
diminuem a ansiedade, sendo assim chegamos a conclusão que essa metodologia seria
uma excelente ferramenta a ser empregada na elaboração desse relatório.
No primeiro momento iremos aplicar algumas atividades para o aluno observando o
desempenho do mesmo, e para isso utilizaremos alguns jogos educativos com intuito de
também estimular o raciocínio atenção e concentração, levando assim a criança a
desenvolver a sua criatividade e seu raciocínio lógico através de alguns estímulos.

5
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Contexto Teórico

Partindo do pressuposto de que o número é um indicador de quantidade ─ onde é
permitido evocá-lo mentalmente sem que ele esteja fisicamente presente ─ assim como é
também um indicador de posição ─ que possibilita guardar o lugar ocupado por um
objeto, pessoa ou acontecimento numa listagem, sem ter que memorizar essa lista
integralmente ─ verifica-se que é a partir dessas situações cotidianas que os alunos
constroem hipóteses sobre o significado dos números e começam a elaborar
conhecimentos sobre as escritas numéricas, de forma semelhante ao que fazem em relação
à língua escrita.
Segundo Piaget, a natureza do conhecimento lógico matemático perpassa por três
tipos de conhecimentos: conhecimentos físicos, que se refere ao conhecimento dos
objetos do mundo exterior formado a partir dos dados do objeto designando uma
abstração empírica; conhecimentos sociais, que são convenções criadas pelas pessoas; e o
conhecimento lógico-matemático que consiste em relações mentais em que as principais
fontes dessas relações é a mente de cada individuo. Esse conhecimento é constituído por
uma ação exercida pelo sujeito sobre os objetos, que é formado por um mecanismo
designado de uma abstração reflexiva.
Quanto às estruturas lógico-matemáticas, Piaget refere à existência de duas
interpretações psicológicas possíveis: uma de inspiração empirista e outra de inspiração
racionalista ou dialética, referindo que “(...) seria impossível descobrir qualquer conteúdo
sem uma estruturação que comporte um isomorfismo pelo menos parcial com a lógica
(...)” (Piaget, 1990, p.141).
Em relação à construção do número observa-se que as crianças não sentem a
necessidade lógica de colocar os objetos em uma determinada ordem, ou seja, que não
necessita forçosamente de ser espacial, pois o importante é a ordem mental. Conforme
Kamii a criança pode considerar um objeto isoladamente em vez de um grupo como um
todo. A autora afirma que quantificar um conjunto de objetos implica colocá-los em uma
relação de inclusão hierárquica em que a criança, mentalmente, inclui o “um” no “dois”,
o “dois” no “três” , e assim sucessivamente.
6
Jean Piaget procurou explicar a aquisição da estrutura hierárquica no trabalho de
inclusão através do incremento da mobilidade no nível do raciocínio da criança. Isso
explicaria a necessidade que as crianças sentem de colocar todos os objetos em relação,
mobilizando o seu raciocínio de forma a construir a estrutura matemática do número. O
número aparece assim como se constituíssem simplesmente uma síntese de seriação e da
inclusão.
Piaget não considera o conceito de número como conhecimento ensinado através
da transmissão social, no entanto, requer uma estrutura lógica matemática para sua
assimilação e organização, estrutura essa que é tanto utilizada na construção do
conhecimento físico com o social. Podemos “ressaltar que não se ensina a conservação:
os pedagogos geralmente nem se quer pensam em ensiná-la as crianças; por outro lado,
quando se transmite o conhecimento a criança a experiência mostra ou que permanece
letra morta ou, caso seja compreendido, é reestruturado. Ora, essa reestruturação exige
uma lógica interna.”. (Piaget. 1990, p.207-208).

2.2 Atividade
A referida atividade foi realizada dia 01/04/2010 com duas crianças de 7 anos que
cursam o segundo ano do Ensino Fundamental em uma escola privada de Natal, no qual
uma dessas crianças é filho de um dos integrantes do grupo.
O recurso metodológico que foi desenvolvido pelo grupo foi um jogo no qual
utilizamos os seguintes itens: cartolina, lápis grafite, coleção, papel contacto, dados e
carros. A atividade teve como objetivo demonstrar as diversas situações vivenciadas no
ensino e aprendizagem da matemática avaliada através de um jogo que buscou observar o
desempenho das crianças no que se refere aos conhecimentos prévios e adquiridos da
mesma, sendo eles: inclusão hierárquica, ordem, seriação, classificação, dentre outros.
No primeiro momento foi explicada a seqüência lógica do jogo para as crianças
para que as mesmas pudessem realizar a atividade. No segundo momento foi a execução
do jogo e a observação.
Observamos que as crianças tiveram uma boa compreensão da lógica do jogo,
porém, uma das crianças teve um maior destaque e conseguiu a execução com maior
sucesso, pois já tinha um conhecimento prévio deste tipo de jogo lúdico que facilitou o
seu bom desempenho com a resolução das questões, confirmando assim a teoria
construtivista de Jean Piaget.
7
A mesma criança conseguiu assimilar de forma satisfatória a questão da inclusão
hierárquica, já que a mesma soube incluir o “um” no “dois”, o “dois” no “três” e assim
sucessivamente, sem considerar o número apenas como um elemento isolado e conseguiu
as resoluções para avançar no jogo e vencer.
A outra criança já teve uma maior dificuldade, pois a mesma não tinha nenhum
conhecimento prévio desse tipo de jogo e nem de resolver as questões matemáticas em
que o seu conceito de número ainda está em formação. Desta forma, ela percebe o número
como um elemento individual representando cada número como sendo o último objeto da
série, caracterizando assim a presença da forma tradicional de ensino da matemática, que
não proporciona a criança fazer esta dedução.
As alternativas encontradas pelas crianças para a resolução da atividade foram as
seguintes: Aluno 1- Utilizou a dedução lógico - matemática, a criatividade e o raciocínio
se apropriando de características fundamentais da teoria construtivista.
Aluno 2- Esta criança foi contando cada casa do jogo para ter uma melhor
compreensão de cada número, compreendendo cada número como um elemento isolado.
Em relação as dificuldades vivenciadas pelo grupo podemos citar as seguintes: ir a
uma escola para aplicar a atividade, haja vista o grupo não disponibilizar de tempo
oportuno; elaboração da atividade que incluísse todas as características para a construção
do conceito de número, em que a mesma fosse produtiva e atrativa para a assimilação da
criança e para uma melhor observação e analogia do grupo; e a dificuldade de dedução
das duas crianças .
A atividade foi ricamente produtiva para todo o grupo, pois proporcionou uma
interação, discussão e reflexão das teorias estudadas em sala. Contribuindo, assim, para a
nossa formação enquanto futuros profissionais da educação. Atendendo aos nossos
objetivos elaborarmos a atividade fazendo uma relação da teoria com a prática.

2.3 Auto-avaliação
A auto-avaliação dos integrantes do grupo pode ser entendida como uma reflexão
sobre suas aprendizagens e condutas, com o intuito de julgar seu próprio desempenho nas
atividades propostas. Pode ser entendida, também, como uma análise do esforço
despendido em relação ao que foi solicitado. Sendo assim, apresentamos nossas
considerações:

8
•

André- No meu ponto de vista esse relatório se tornou satisfatório não só para
mim, mas para todos os integrantes do grupo, confirmando assim que a teoria
construtivista veio para ficar. Sendo assim, é preciso que nós como futuros
educadores tenhamos como objetivo incentivar os aspectos criativos das crianças.

•

Daniella- Após finalizar o trabalho, concluí que ensinar matemática é desenvolver
o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a
capacidade de resolver problemas. Nós como educadores, devemos procurar
alternativas para aumentar a motivação para a aprendizagem, desenvolver a
autoconfiança, a organização, concentração, atenção, raciocínio lógico-dedutivo e
o senso cooperativo, estimulando a socialização e aumentando as interações do
indivíduo com outras pessoas. Através do jogo matemático idealizado pelo nosso
grupo e aplicado aos dois estudantes do 3°ano do Ensino Fundamental I, posso
afirmar que os jogos, se convenientemente planejados, são um recurso pedagógico
eficaz para a construção do conhecimento matemático.

•

Kamilla- Esta atividade foi um desafio riquíssimo, pois me acrescentou
teoricamente e foi fundamental para a minha formação, proporcionando uma nova
visão que me fez compreender a luz da teoria e a execução da prática.

•

Mônica- A elaboração e aplicação dessa atividade sobre o conceito de número
contribuiu de forma muito relevante para minha formação enquanto futura
professora, haja vista que me permitiu vivenciar situações de ensinoaprendizagem com crianças que se encontram em variados estágios de
desenvolvimento cognitivo, em que foi possível perceber a diferença do
pensamento lógico-matemático de cada um.

3. CONCLUSÃO

9
A oportunidade da elaboração desse relatório sobre a aplicação de atividades que
envolvem o conceito de número foi um instrumento de grande relevância para nossa
atuação enquanto docentes do Ensino Fundamental I, pois aprendemos que para a criança
construir o conceito de número, ela necessita compreender a natureza do conhecimento
lógico-matemático, a inclusão hierárquica, a ordem e a conservação dos números, já que
são pré-requisitos para a assimilação desse conceito.
Entendemos, também, que a percepção é um movimento, isto é, não é algo
imediato, visto que é construído durante um processo. Desse modo, o número é
construído a partir de vários aspectos que influenciam essa construção. Portanto, para
analisarmos as percepções das crianças foi levado em consideração o movimento, ou seja,
as manifestações ocorridas durante o percurso da construção do conceito de número.
Sendo assim, concluímos que o uso de jogos na Matemática tem o objetivo de
fazer com que os estudantes gostem de aprender essa disciplina, mudando a rotina da
classe e despertando o interesse do aluno. A aprendizagem por meio de jogos permite que
o estudante faça da aprendizagem um processo interessante e até divertido. Para isso, eles
devem ser utilizados ocasionalmente para sanar as lacunas que se produzem na atividade
escolar diária. Neste sentido, verificamos e concluímos que há três aspectos que por si só
justificam a incorporação do jogo nas aulas. São estes: o caráter lúdico, o
desenvolvimento de técnicas e a formação de relações sociais. E como diria Moura
(1996): “Jogar não é estudar nem trabalhar, porque jogando, o aluno aprende, sobretudo, a
conhecer e compreender o mundo social que o rodeia”.

REFERÊNCIAS
KAMII, Constance; JOSEPH, Linda Leslie. Por que defender a reinvenção da aritmética?
In: __. Crianças pequenas continuam reinventando a aritmética: Séries Iniciais.
10
Implicações da Teoria de Piaget. Tradução de Vinicius Figueira. Porto Alegre: Artmed,
2005.
MOURA, M. O. de. A construção do signo numérico em situação de ensino. São
Paulo: USP, 1991.
PIAGET, J. Seis Estudos de Psicologia. Lisboa: publicações dom Quixote, 1990.
TOLEDO, Marília; TOLEDO, Mauro. Didática da Matemática: como dois e dois – a
construção da matemática. São Paulo: FTD, 1997. p. 29-56.

11

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  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO DISCIPLINA O ENSINO DA MATEMATICA NO 1ª GRAU I PROFESSORA CLAUDIANNY NORONHA CURSO DE PEDAGOGIA TURNO NOTURNO RELATÓRIO DE MATEMÁTICA: Construção do conceito de número por alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental. DANIEL LA FERREIRA BEZERRA
  • 2. Natal -RN 2011.1 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 4 2. DESENVOLVIMENTO.................................................................................... 5 2.1 Contexto Teórico ................................................................................................ 5 2.2 Atividade.............................................................................................................. 6 2.3 Auto-avaliação.................................................................................................... 7 3. CONCLUSÃO..................................................................................................... 9 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 10 ANEXOS 4
  • 3. 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho evidencia os nossos estudos acerca da construção do conceito de número por alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Por meio desse estudo, nosso objetivo é observar e analisar as percepções das crianças com relação ao conceito de número. Para tanto, será necessário analisar as relações que as crianças estabelecem para construir o número, através das atividades de ensino isso através de exercícios, jogos e de outras atividades, tendo como fundamentação teórica duas correntes de pensamentos importantíssimas o empirismo e o construtivismo na elaboração desse relatório. As atividades foram desenvolvidas no período de 22/03 a 01/04/2010, contemplando as etapas de elaboração e aplicação de atividades, assim como a produção do relatório descritivo que retrata a vivência de situações de ensino-aprendizagem da Matemática relacionada, principalmente, à construção do conceito de números. Vale ressaltar que as crianças aprendem com os jogos a adquirir a autoconfiança expressando seus pensamentos com mais desenvoltura, se tornam mais críticas e diminuem a ansiedade, sendo assim chegamos a conclusão que essa metodologia seria uma excelente ferramenta a ser empregada na elaboração desse relatório. No primeiro momento iremos aplicar algumas atividades para o aluno observando o desempenho do mesmo, e para isso utilizaremos alguns jogos educativos com intuito de também estimular o raciocínio atenção e concentração, levando assim a criança a desenvolver a sua criatividade e seu raciocínio lógico através de alguns estímulos. 5
  • 4. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 Contexto Teórico Partindo do pressuposto de que o número é um indicador de quantidade ─ onde é permitido evocá-lo mentalmente sem que ele esteja fisicamente presente ─ assim como é também um indicador de posição ─ que possibilita guardar o lugar ocupado por um objeto, pessoa ou acontecimento numa listagem, sem ter que memorizar essa lista integralmente ─ verifica-se que é a partir dessas situações cotidianas que os alunos constroem hipóteses sobre o significado dos números e começam a elaborar conhecimentos sobre as escritas numéricas, de forma semelhante ao que fazem em relação à língua escrita. Segundo Piaget, a natureza do conhecimento lógico matemático perpassa por três tipos de conhecimentos: conhecimentos físicos, que se refere ao conhecimento dos objetos do mundo exterior formado a partir dos dados do objeto designando uma abstração empírica; conhecimentos sociais, que são convenções criadas pelas pessoas; e o conhecimento lógico-matemático que consiste em relações mentais em que as principais fontes dessas relações é a mente de cada individuo. Esse conhecimento é constituído por uma ação exercida pelo sujeito sobre os objetos, que é formado por um mecanismo designado de uma abstração reflexiva. Quanto às estruturas lógico-matemáticas, Piaget refere à existência de duas interpretações psicológicas possíveis: uma de inspiração empirista e outra de inspiração racionalista ou dialética, referindo que “(...) seria impossível descobrir qualquer conteúdo sem uma estruturação que comporte um isomorfismo pelo menos parcial com a lógica (...)” (Piaget, 1990, p.141). Em relação à construção do número observa-se que as crianças não sentem a necessidade lógica de colocar os objetos em uma determinada ordem, ou seja, que não necessita forçosamente de ser espacial, pois o importante é a ordem mental. Conforme Kamii a criança pode considerar um objeto isoladamente em vez de um grupo como um todo. A autora afirma que quantificar um conjunto de objetos implica colocá-los em uma relação de inclusão hierárquica em que a criança, mentalmente, inclui o “um” no “dois”, o “dois” no “três” , e assim sucessivamente. 6
  • 5. Jean Piaget procurou explicar a aquisição da estrutura hierárquica no trabalho de inclusão através do incremento da mobilidade no nível do raciocínio da criança. Isso explicaria a necessidade que as crianças sentem de colocar todos os objetos em relação, mobilizando o seu raciocínio de forma a construir a estrutura matemática do número. O número aparece assim como se constituíssem simplesmente uma síntese de seriação e da inclusão. Piaget não considera o conceito de número como conhecimento ensinado através da transmissão social, no entanto, requer uma estrutura lógica matemática para sua assimilação e organização, estrutura essa que é tanto utilizada na construção do conhecimento físico com o social. Podemos “ressaltar que não se ensina a conservação: os pedagogos geralmente nem se quer pensam em ensiná-la as crianças; por outro lado, quando se transmite o conhecimento a criança a experiência mostra ou que permanece letra morta ou, caso seja compreendido, é reestruturado. Ora, essa reestruturação exige uma lógica interna.”. (Piaget. 1990, p.207-208). 2.2 Atividade A referida atividade foi realizada dia 01/04/2010 com duas crianças de 7 anos que cursam o segundo ano do Ensino Fundamental em uma escola privada de Natal, no qual uma dessas crianças é filho de um dos integrantes do grupo. O recurso metodológico que foi desenvolvido pelo grupo foi um jogo no qual utilizamos os seguintes itens: cartolina, lápis grafite, coleção, papel contacto, dados e carros. A atividade teve como objetivo demonstrar as diversas situações vivenciadas no ensino e aprendizagem da matemática avaliada através de um jogo que buscou observar o desempenho das crianças no que se refere aos conhecimentos prévios e adquiridos da mesma, sendo eles: inclusão hierárquica, ordem, seriação, classificação, dentre outros. No primeiro momento foi explicada a seqüência lógica do jogo para as crianças para que as mesmas pudessem realizar a atividade. No segundo momento foi a execução do jogo e a observação. Observamos que as crianças tiveram uma boa compreensão da lógica do jogo, porém, uma das crianças teve um maior destaque e conseguiu a execução com maior sucesso, pois já tinha um conhecimento prévio deste tipo de jogo lúdico que facilitou o seu bom desempenho com a resolução das questões, confirmando assim a teoria construtivista de Jean Piaget. 7
  • 6. A mesma criança conseguiu assimilar de forma satisfatória a questão da inclusão hierárquica, já que a mesma soube incluir o “um” no “dois”, o “dois” no “três” e assim sucessivamente, sem considerar o número apenas como um elemento isolado e conseguiu as resoluções para avançar no jogo e vencer. A outra criança já teve uma maior dificuldade, pois a mesma não tinha nenhum conhecimento prévio desse tipo de jogo e nem de resolver as questões matemáticas em que o seu conceito de número ainda está em formação. Desta forma, ela percebe o número como um elemento individual representando cada número como sendo o último objeto da série, caracterizando assim a presença da forma tradicional de ensino da matemática, que não proporciona a criança fazer esta dedução. As alternativas encontradas pelas crianças para a resolução da atividade foram as seguintes: Aluno 1- Utilizou a dedução lógico - matemática, a criatividade e o raciocínio se apropriando de características fundamentais da teoria construtivista. Aluno 2- Esta criança foi contando cada casa do jogo para ter uma melhor compreensão de cada número, compreendendo cada número como um elemento isolado. Em relação as dificuldades vivenciadas pelo grupo podemos citar as seguintes: ir a uma escola para aplicar a atividade, haja vista o grupo não disponibilizar de tempo oportuno; elaboração da atividade que incluísse todas as características para a construção do conceito de número, em que a mesma fosse produtiva e atrativa para a assimilação da criança e para uma melhor observação e analogia do grupo; e a dificuldade de dedução das duas crianças . A atividade foi ricamente produtiva para todo o grupo, pois proporcionou uma interação, discussão e reflexão das teorias estudadas em sala. Contribuindo, assim, para a nossa formação enquanto futuros profissionais da educação. Atendendo aos nossos objetivos elaborarmos a atividade fazendo uma relação da teoria com a prática. 2.3 Auto-avaliação A auto-avaliação dos integrantes do grupo pode ser entendida como uma reflexão sobre suas aprendizagens e condutas, com o intuito de julgar seu próprio desempenho nas atividades propostas. Pode ser entendida, também, como uma análise do esforço despendido em relação ao que foi solicitado. Sendo assim, apresentamos nossas considerações: 8
  • 7. • André- No meu ponto de vista esse relatório se tornou satisfatório não só para mim, mas para todos os integrantes do grupo, confirmando assim que a teoria construtivista veio para ficar. Sendo assim, é preciso que nós como futuros educadores tenhamos como objetivo incentivar os aspectos criativos das crianças. • Daniella- Após finalizar o trabalho, concluí que ensinar matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Nós como educadores, devemos procurar alternativas para aumentar a motivação para a aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a organização, concentração, atenção, raciocínio lógico-dedutivo e o senso cooperativo, estimulando a socialização e aumentando as interações do indivíduo com outras pessoas. Através do jogo matemático idealizado pelo nosso grupo e aplicado aos dois estudantes do 3°ano do Ensino Fundamental I, posso afirmar que os jogos, se convenientemente planejados, são um recurso pedagógico eficaz para a construção do conhecimento matemático. • Kamilla- Esta atividade foi um desafio riquíssimo, pois me acrescentou teoricamente e foi fundamental para a minha formação, proporcionando uma nova visão que me fez compreender a luz da teoria e a execução da prática. • Mônica- A elaboração e aplicação dessa atividade sobre o conceito de número contribuiu de forma muito relevante para minha formação enquanto futura professora, haja vista que me permitiu vivenciar situações de ensinoaprendizagem com crianças que se encontram em variados estágios de desenvolvimento cognitivo, em que foi possível perceber a diferença do pensamento lógico-matemático de cada um. 3. CONCLUSÃO 9
  • 8. A oportunidade da elaboração desse relatório sobre a aplicação de atividades que envolvem o conceito de número foi um instrumento de grande relevância para nossa atuação enquanto docentes do Ensino Fundamental I, pois aprendemos que para a criança construir o conceito de número, ela necessita compreender a natureza do conhecimento lógico-matemático, a inclusão hierárquica, a ordem e a conservação dos números, já que são pré-requisitos para a assimilação desse conceito. Entendemos, também, que a percepção é um movimento, isto é, não é algo imediato, visto que é construído durante um processo. Desse modo, o número é construído a partir de vários aspectos que influenciam essa construção. Portanto, para analisarmos as percepções das crianças foi levado em consideração o movimento, ou seja, as manifestações ocorridas durante o percurso da construção do conceito de número. Sendo assim, concluímos que o uso de jogos na Matemática tem o objetivo de fazer com que os estudantes gostem de aprender essa disciplina, mudando a rotina da classe e despertando o interesse do aluno. A aprendizagem por meio de jogos permite que o estudante faça da aprendizagem um processo interessante e até divertido. Para isso, eles devem ser utilizados ocasionalmente para sanar as lacunas que se produzem na atividade escolar diária. Neste sentido, verificamos e concluímos que há três aspectos que por si só justificam a incorporação do jogo nas aulas. São estes: o caráter lúdico, o desenvolvimento de técnicas e a formação de relações sociais. E como diria Moura (1996): “Jogar não é estudar nem trabalhar, porque jogando, o aluno aprende, sobretudo, a conhecer e compreender o mundo social que o rodeia”. REFERÊNCIAS KAMII, Constance; JOSEPH, Linda Leslie. Por que defender a reinvenção da aritmética? In: __. Crianças pequenas continuam reinventando a aritmética: Séries Iniciais. 10
  • 9. Implicações da Teoria de Piaget. Tradução de Vinicius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2005. MOURA, M. O. de. A construção do signo numérico em situação de ensino. São Paulo: USP, 1991. PIAGET, J. Seis Estudos de Psicologia. Lisboa: publicações dom Quixote, 1990. TOLEDO, Marília; TOLEDO, Mauro. Didática da Matemática: como dois e dois – a construção da matemática. São Paulo: FTD, 1997. p. 29-56. 11